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José Roberto Mergel Manechini Médico Psiquiatra Igarapava-SP, 04 de junho de 2014

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José Roberto Mergel Manechini Médico Psiquiatra

Igarapava-SP, 04 de junho de 2014

PSIQUIATRIA

PARA O CLÍNICO

(Psiquiatria para o Não-Psiquiatra)

José Roberto Mergel Manechini Médico Psiquiatra

CRM – SP 121.738

Especialista em Psiquiatria AMB / ABP

Associado ABP

Pós-Graduação em Dependência Química – UNIFESP / EPM

Ex-Coordenador do Serviço de Interconsulta Psiquiátrica Hospital de Base de SJ Rio Preto –SP

Plantonista da Emergência Psiquiátrica da UPA Central de SJ Rio Preto – SP de 2008 a 2011

Psiquiatra da UEP do PSR de Franca, desde agosto de 2012

3 instâncias: ◦ Pronto-Socorro

◦ Hospital

◦ Ambulatório / Consultório

Maior parte das ocorrências

Quadros de maior gravidade, em média

Porta-de-entrada para o sistema

EMERGÊNCIAS

URGÊNCIAS

ELETIVAS

Situações de natureza psiquiátrica que oferecem risco SIGNIFICATIVO (morte ou dano grave) para o paciente ou para terceiros

Demanda intervenções IMEDIATAS (min. / h.) ◦ Violência

◦ Tentativa de suicídio

◦ Estupor depressivo

◦ Agitação maníaca

◦ Automutilação

◦ Juízo crítico severamente comprometido

◦ Severa autonegligência

Situações que implicam riscos MENORES do que as EMERGÊNCIAS

Demandam intervenções em CURTO PRAZO (dias / semanas) ◦ Comportamento bizarro

◦ Quadros agudos de ANSIEDADE

◦ Síndromes conversivas

◦ Sintomas psicóticos (LEVES A MODERADOS)

A rapidez da intervenção não é um critério particularmente importante ◦ Ansiedade LEVE

◦ Distúrbios de relacionamento interpessoal

◦ Informações sobre medicações

◦ Fornecimento / troca de receitas

1. Estabilização do quadro

2. Estabelecimento de uma HD

3. Exclusão de uma causa ORGÂNICA

4. Encaminhamento

Protocolos e rotinas para o pct violento

Treinamento e reciclagem da equipe

Disponibilidade da equipe de segurança

Observação contínua por outros membros da equipe

Acesso rápido a contenção física e medicação

Organização do espaço físico: ◦ Sala com dupla saída

◦ Portas que abrem para fora

◦ Evitar fechar porta

◦ Acesso facilitado à porta

◦ Descarte de objetos pesados e adornos pessoais

◦ Sistema de alarme ou código comum entre a equipe

Atendimento precoce e com privacidade, porém não totalmente isolado

Afastar pessoas que estressem o paciente

Redução de estímulos externos

Acesso fácil a meios diagnósticos e especialista de outras áreas

PRECONCEITOS

PENSAMENTOS

IDEAÇÃO

PLANO

TS

SUICÍDIO

Prejuízo grosseiro no contato com a realidade

Percepção inadequada e persistente com o mundo externo (ALUNICAÇÕES / DELÍRIOS)

Ausência de juízo crítico

Conduta desorganizada

Risco de agressividade

Entrevista com a família é fundamental

Causas??

Episódios prévios

Sexo masculino

DQ MACONHA

Privação de sono

Em geral, após período de tensão crescente

SINAIS IMINENTES: ◦ Comportamento provocativo

◦ Manifestações de raiva

◦ Postura tensa (punhos cerrados, etc.)

◦ Mudanças frequentes de posição corporal

◦ Autoagressão

NORMAL ??? DOENÇA ???

ANSIEDADE NORMAL X PATOLÓGICA???

•Sentimento comum, experimentado em algum momento por praticamente todas as pessoas

•Decorrente de TRANSTORNOS DE ANSIEDADE •Decorrente de condições orgânicas (intoxicações, hipertireoidismo, doenças endócrino-metabólicas, tumores) •INTENSIDADE, DURAÇÃO E FREQUÊNCIA maiores

•Sensação difusa, vaga e desagradável de APREENSÃO •Pode ser acompanhada por sintomas autonômicos

•cefaleia, palpitação, perspiração, dor no peito, epigastralgia, inquietação (psicomotora)

AN

SIE

DA

DE

Preferencialmente, em atenção primária; Psicoterapia prioritariamente; ◦ Limitações de oferta de serviços; ◦ Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ◦ Tão eficaz quanto remédios (?)

Metanálise 35 estudos: tamanho de efeito (0,7) contra (0,6) para medicamentos

Eficácia entre 8 e 10 sessões

Muitos médicos acabam prescrevendo medicações, independente da escolha do paciente.

(Tyrer, 2006)

◦ Risco de abuso e dependência (entre 10% e 20% dos adultos usam-nos regularmente)

◦ Em geral, associados a AD nas primeiras semanas de tratamento

Reduzir a dose do BZD após 2 a 3 semanas do início do efeito dos AD

◦ Contraindicados:

em pacientes com depressão maior

Idosos

Deficientes mentais (moderada a grave)

Dependentes químicos

T. Personalidade (PPTE. “borderline”)

70% dos pacientes com TAG : boa resposta ao tratamento ADEQUADO com BZD

3 a 4 semanas de tratamento

Dose de até 40 mg / dia

de DIAZEPAM

Dose de até 4 mg / dia de

ALPRAZOLAM

Transtornos Relacionados a consumo de Álcool e outras Substâncias (TAOS)

Consumo de BAIXO RISCO

ABUSO

DEPENDÊNCIA

SEM PROBLEMAS

TEM PROBLEMAS QUANDO CONSOME

DIVERSAS ÁREAS DE SUA VIDA FORAM ATINGIDAS

Frequência de problemas relacionados ao consumo

Inte

nsid

ade d

o c

onsum

o

QUADRANTE I QUADRANTE II

QUADRANTE III QUADRANTE IV

DEPENDÊNCIA USO NOCIVO

CONSUMO DE BAIXO RISCO

SITUAÇÃO INEXISTENTE

•Consumo em altas quantidades •Alta incidência de problemas

•Consumo eventual •Alta incidência de problemas

•Consumo em baixas qtddes. •Baixa incidência de problemas

•Consumo em altas quantidades •Baixa incidência de problemas

Intoxicação aguda Sd.

Abstinência

Psicose relacionada ao uso

“ O MÉDICO é o remédio mais consumido pelo paciente, devendo, portanto, ser conhecido em suas indicações, efeitos colaterais e toxicidade.” (Michael Balint, 1896 – 1970)

Bernik MA. Aspectos clínicos e farmacológicos dos tranqüilizantes benzodiazepínicos. Ed. Edimédica. São Paulo, 2010.

Cordioli AV. Psicofármacos. Consulta Rápida. 3ª

edição. Artmed, Porto Alegre, 2005

Gale C, OakleyBrowne M. Anxiety disorder. BMJ

2000;321:1204–7

Norman TR, Ellen SR, Burrows GD.

Benzodiazepines in anxiety disorders: managing

therapeutics and dependence. Med J Aust. 1997

Nov 3;167(9):490-5

Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan. Compêndio de Psiquiatria. 9ª Edição. Artmed, Porto Alegre, 2007

Stahl S M. Psicofarmacologia. Base Neurocientífica e Aplicações Práticas. 2ª Edição. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006

Quevedo J, Carvalho AF. Emergências Psiquiátricas. 3ª edição. Artmed, Porto Alegre, 2014.

Tyrer P, Baldwin D. Generalised anxiety disorder. Lancet 2006; 368: 2156–66