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Igreja Anglicana Reformada do Brasil Outubro 2016 O BÁCULO Reforma Protestante e o movimento evangélico brasileiro O movimento evangélico brasileiro, ao menos no discurso, afirma seu vínculo histórico com a Reforma Protestante do século XVI, contudo, seus desdobramentos práticos em nosso país, infelizmente, têm estado bem distantes de tal realidade e promovido inúmeros ensinos distorcidos que desembocam em atitudes equivocadas, que corrompem a verdade da Escritura, a saúde da igreja e a vida dos que estão e se aproximam desta de um modo geral. O Báculo 1 Henrique VIII e o Arcebispo Tomás Cranmer

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Igreja Anglicana Reformada do Brasil Outubro 2016

O BÁCULO Reforma Protestante e o movimento evangélico brasileiro

O movimento evangélico brasileiro, ao menos no discurso, afirma seu vínculo histórico com a Reforma Protestante do século XVI, contudo, seus desdobramentos práticos em nosso país, infelizmente, têm estado bem distantes de tal realidade e promovido inúmeros ensinos distorcidos que desembocam em atitudes equivocadas, que corrompem a verdade da Escritura, a saúde da igreja e a vida dos que estão e se aproximam desta de um modo geral.

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Henrique VIII e o Arcebispo Tomás

Cranmer

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Foi o saudoso Bispo Robinson Cavalcanti quem disse: “Qual o jovem cristão hoje que pode minimamente discorrer sobre Lutero, Calvino, Melanchton ou Beza? Qual é o fiel de hoje que conhece os catecismos ou as confissões de fé como as de Westminster, de Augsburgo ou XXXIV Artigos da Religião? Em relação à Reforma o nosso protestantismo é como um computador primitivo, não possui memória, apenas uma vaga lembrança.”

Infelizmente nos dias atuais promovemos muito mais a experiência, os resultados e os relacionamentos, enquanto que a fé, a confessionalidade, o ensino robusto e o amor à Escritura como palavra pela qual Cristo governa Sua igreja são deixados de lado, rotulados como “chatos e dispensáveis” ou enquadrados dentre as atividades que “não empolgam ninguém”. Não é difícil presenciar, eu mesmo já o fiz, pessoas dentro das igrejas evangélicas brasileiras que não têm a menor ideia das suas origens como cristãos, que ao ouvirem o termo “Reforma” confundem o movimento do século XVI com uma possível reforma aqui ou ali na construção do templo. Claro que não estou falando de irmãos novos na fé que ainda carecem de conhecimento básico, estou falando de moços, moças, homens, mulheres, gente adulta inteligente, que frequenta igreja por 2, 3, 5, até 10 anos. É claro também, que não estou generalizando, existe um sem número de igrejas sérias em nosso país e o movimento de retorno às Escrituras e à ortodoxia tem crescido consideravelmente, porém, a quantidade de cristãos protestantes brasileiros que tem pouca ou nenhuma informação a respeito de quem são, de onde vêm suas raízes e porque recebem o nome de ‘cristãos protestantes’ ainda assim é alarmante.

E você, sabe do que se trata a Reforma Protestante? A Reforma Protestante foi o movimento que lutou contra o clericalismo e o hierarquismo que dominavam a Igreja Católica Romana no final do século XV, início do século XVI, e, por conseguinte, grande parte da estrutura social da época, hasteando com toda força a bandeira da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes e da suprema

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MARTIN LUTERO

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autoridade das Escrituras Sagradas sobre a vida do cristão. Numa época onde apenas clérigos, nobre e reis podiam ler e escrever, os reformadores espalharam escolas e universidades pela Europa balizados na ideia de que todo ser humano fora criado a imagem e semelhança de Deus e tem o direito a alfabetização e ao aprendizado, e que toda atividade é santa perante Deus e pode ser feita de forma excelente para Sua glória. No anseio de formar gente para servir a Deus e aos homens em todas as áreas da vida, contrapondo em absoluto a prática católica romana da época, algumas das instituições fundadas pelos reformadores na área da educação foram as Universidades de Genebra, Zurique, Utrech, Amsterdã, Harvard, Yale, Princeton, Brown, Dartmouth e Rutgers. Os Puritanos restauraram Oxford e Cambridge. A Reforma foi muito mais que um movimento religioso, os reformadores lançaram as bases para uma nova sociedade, empoderando cristãos a se especializarem nos dons que tinham para servir a quem quer seja, onde quer que fosse para a glória de Deus. Estavam abertos os portões para uma grande revolução na história da humanidade.

Michael Horton em seu livro “O cristão e a cultura” mostra com veemência o quanto nossos pais criam que Deus é Senhor de toda a nossa vida! Horton descreve esta imensa mudança que o mundo experimentou com a Reforma Protestante nas figuras de Lutero e Calvino:

Martinho Lutero persuadiu o governo a proclamar a educação universal compulsória tanto para meninas como para meninos, pela primeira vez na história ocidental. Com seus associados ele criou um sistema de educação pública na Alemanha. O cristianismo era religião da Palavra, e aqueles que dependiam de imagens religiosas e só “ouviram falar” eram, a princípio

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espiritualmente empobrecidos. Mas eram também culturalmente empobrecidos e esse era um ponto igualmente importante. Com esse propósito o colega de Lutero, Melanchthon, declarou: “A finalidade última que confrontamos não é apenas a virtude particular mas o interesse do bem público.”

Calvino argumentava na seguinte linha: Visto que é necessário preparar as gerações futuras a fim de não deixar a igreja num deserto para os nossos filhos, é imperativo que se estabeleça um colégio para se instruir os filhos e prepará-los tanto para o ministério quanto para o governo civil.” (Ordenanças de 1541)

Os reformadores acreditavam que todo homem tem direito de ser respeitado, valorizado e ensinado. Não é o fato se ser Rei, governante, nobre, professor, enfermeiro, gari ou um pastor que confere maior santidade e um lugar mais importante a alguém junto de Deus, afinal, é muito possível encontrar um pastor relapso, preguiçoso e desonesto para com os estudos da Escritura Sagrada e suas atividades pastorais, que traz desonra e vergonha para Deus, e, uma dona de casa caprichosa e amorosa que faz seu trabalho com afinco e orgulho, que traz glória para Deus. Não é o que fazemos que traz mais ou menos glória para Deus, e sim como fazemos. Somos cristãos em todos os momentos, em todos os lugares, fazendo todas as coisas, não apenas quando estamos de batina ou de terno e gravata encaixotados dentro de um “templo” religioso. Ideias como essas revolucionaram nações inteiras na Europa e serviram como grandes fogueiras que deixaram o velho continente em chamas e o corpo de inúmeros mártires cristãos em cinzas neste período da história.

Foram os reformadores que tiveram a coragem de tomar a autoridade da igreja das mãos da tradição e do clero e entregá-la de volta às Sagradas Escrituras, foram eles que nos lembraram novamente que somos salvos apenas pela graça, mediante a fé, e que a obra da salvação e qualquer movimento de avivamento nunca foi e nunca será protagonizado e provocado por algum homem, e que todo aquele que crê, só crê porque o Espírito Santo o convenceu do pecado da justiça e do juízo. Os reformadores nos lembraram que glorificamos a Deus não apenas nos monastérios e nos templos, e que não precisamos demonizar o mundo, a criação e tudo que neles há. Foi a cidade de Genebra, pelas mãos de um reformador, a primeira cidade na Europa a ter saneamento básico, polícia, água encanada, hospitais e o parto de infantes regulamentado e assistido por profissionais da área. Boa parte da noção ocidental de democracia, república, arte, justiça, liberdade de imprensa, direitos humanos, defesa de minorias e educação vem do movimento reformista. Foram os reformadores que traduziram a Escritura para diversas línguas. Se a Bíblia Sagrada hoje pode ser lida em português e tantos outros idiomas, é porque homens e mulheres sofreram muito, a ponto de derramarem o próprio sangue por esta causa. A fundamentação e o aperfeiçoamento de línguas como o alemão e o francês estão ligados profundamente a obras do período da reforma como a tradução da Bíblia Sagrada para o alemão e As Institutas da Religião Cristã, respectivamente.

O escritor Alister McGrath em seu livro “Origens Intelectuais da Reforma” faz um questionamento interessante, ele pergunta: a Reforma Protestante alcançou seu objetivo? O motivo principal que era reformar o que já estava criado foi alcançado? Creio que uma resposta sensata diante desta questão seria não. Não era intenção de Martinho Lutero dividir a igreja, antes, sua proposta era reformá-la! No entanto isso não aconteceu, a Igreja Católica Romana se

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fechou, excomungou-o como herege, veio a contra-reforma e o protestantismo começou a se expandir, tomar forma e ganhar contornos cada vez mais robustos. É importante não atribuir status canônico aos reformadores e suas obras, são homens como todos nós, que tiveram suas falhas como quaisquer outros, contudo, foram escolhidos por Deus para uma missão grandiosa que marcaria o planeta para todo sempre. A reforma da igreja como pensavam os primeiros reformadores, em certo sentido, foi um fracasso, mas nos apontou caminhos, trouxe luz a muitas mazelas escondidas do seio de uma instituição religiosa gigantesca e fundamentou filosófica e teologicamente a prática da Igreja de Cristo daquele momento em diante.

O que Lutero e Cia nunca imaginou que aconteceria Numa breve leitura do cenário do protestantismo atual no Brasil é possível perceber um retrocesso preocupante em relação a grande parte do que foi a luta do movimento reformado. Vejamos alguns pontos:

Grandes denominações centradas na figura de uma única pessoa, prática que faz alusão a uma espécie de papismo e atenta contra o princípio protestante do sacerdócio universal dos crentes.

Tradicionalismo ou denominacionalismo exacerbado que em diversos momentos toma o lugar das Escrituras Sagradas no governo da igreja.

Redemonização do mundo, que fere o princípio que a criação é boa e bela e Deus, em sua missão (MissioDei) a está reconciliando consigo mesmo por meio de Seu Filho Jesus, utilizando-se muitas das vezes de Seus santos espalhados pelo mundo.

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Isolacionismo, ou seja, a ideia de que para ser santo deve-se evitar o contato com o mundo, que fere o ensino reformado de santidade ativa no mundo.

Teologia da prosperidade que fere contundentemente a memória e os ensinos dos mártires e com toda certeza seria escorraçada pelos reformadores.

Teologia dos que são cabeça e não cauda, que dominam ao invés de serem dominados, chamada teologia do domínio, nega o chamado do cristão ao serviço sacrificial.

Alienação política ou a política feita em causa própria, fere a ideia do exercício político a serviço de toda nação para glória de Deus e não a serviço de uma minoria para glória de um grupo.

Insensibilidade e afastamento social contrasta com as obras de misericórdia e amor que eram pontos centrais do ensino e da vida dos reformadores.

Preconceito com o conhecimento científico, principalmente em relação as ciências humanas e com os estudos em geral, completamente antagônico aos títulos de mestres e doutores de inúmeros mestres reformadores que, diga-se de passagem, tinham como meta a educação e a construção de universidades.

Olhar no retrovisor da história nesse momento de comemoração dos 498 anos de Reforma Protestante é extremamente necessário. Para onde estamos indo como povo de Deus espalhados por esse mundo? O que temos acrescentado, qual a nossa contribuição aos de fora da igreja? Que tipo de evangelho tem sido pregado do alto de nossos púlpitos? Temos honrado o sangue de tantos e tantos mártires da causa do evangelho? Os reformadores se sentiriam parte das igrejas evangélicas atuais? É a glória de Deus que estamos buscando acima de todos os outros interesses como igreja de Cristo em solo brasileiro?

É necessário que nesse 31 de Outubro de 2015, deixemos o Halloween Gospel de lado e dediquemos mais tempo para o estudo de onde viemos, do que diziam, escreviam e de como viviam os fundadores do movimento ao qual, pelo menos no discurso, dizemos fazer parte. Conforme disse acima, a reforma protestante nos apontou caminhos, caminhos preciosos desbravados a duras penas, à custa de muito sangue e trabalho. Cabe a nós, em nossa geração, contextualizar todas estas realidades e fundamentados no temor do Senhor, na Bíblia Sagrada e no exemplo destes piedosos e fiéis homens de Deus, glorificarmos o nome de Cristo Jesus em todas as esferas da vida, o tempo todo e em todos os lugares. Sejamos corajosos! Que Deus abençoe a igreja brasileira e que nos lembremos hoje, mais do que nunca, de um dos principais lemas da Reforma que diz: igreja reformada sempre se reformando.

Autor: Lucas Freitas, http://minhavidacrista.com/especiais/reforma-protestante-e-o-movimento-evangelico-brasileiro/

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Teologia dos que são cabeça e não

cauda, que dominam ao invés

de serem dominados,

chamada teologia do domínio, nega

o chamado do cristão ao serviço

sacrificial.

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SERMÃO DO DOMINGO DA TRINDADE 20 Voltemos para agradecer - Lc 17.11-19 Certo dia, Deus enviou um anjo à terra, com uma grande cesta, para recolher todos os pedidos e súplicas das pessoas no mundo. O anjo demorou para dar a volta ao mundo, e retornou cansado, com a cesta transbordante de pedidos e súplicas. Deus atendeu um a um a todos os pedidos. E depois de certo tempo, tornou a enviar o anjo de volta ao mundo, agora para recolher todos os agradecimentos, os muito-obrigados. O anjo deu a voltou ao mundo num instante, e voltou descansado e com a cesta praticamente vazia!

Clamamos a Deus na hora do aperto, nas enfermidades, secas e necessidades! Suplicamos porque ele nos mandou invocá-lo na angústia e prometeu nos ajudar. Mas nós, muitas vezes, não nos esquecemos de agradecer?

Dez leprosos suplicaram a Jesus por compaixão. Jesus se compadeceu deles e os curou a todos. Nove deles, porém, se esqueceram de agradecer. Somente um estrangeiro, um samaritano, voltou, dando glórias a Deus em alto voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. “Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glórias a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17.17-19).

Voltemos para agradecer! Na Festa da Colheita nos recordamos de todos os benefícios do Senhor para conosco, das sus bênçãos materiais e espirituais, e somos puxados de volta para agradecer!

1. Jesus ouve o clamor e socorre na dor

Jesus curou os dez leprosos porque eles clamaram por sua compaixão. Jesus se compadeceu deles. Jesus curou os dez.

A lepra era um doença grave e incurável nos tempos bíblicos, praticamente como o são a AIDS e o CÂNCER hoje! Os leprosos sofriam fisicamente. A pele deles, doente e ferida, apodrecia de sobre os seus corpos. Mesmo vivos,

eram cadáveres ambulantes! A única certeza que tinham era a morte iminente!

Eles também sofriam emocionalmente. Por sua doença ser contagiosa, eram separados da família, da esposa e filhos, dos pais, parentes e amigos; eram excluídos da sociedade, da cidade, igreja e cultos.

A única companhia que eles podiam desfrutar era a de pessoas infelizes que tinham a mesma sorte deles, a mesma doença, para “viverem” a sua deplorável situação.

Quando eles se encontravam com outras pessoas, de longe já deviam gritar: “Imundo, imundo!”, a fim de as pessoas se desviarem deles para não se contagiarem.

Os leprosos, portanto, tinham uma vida sofrida e um morte dolorida. Sentiam-se excomungados e malditos de Deus e dos homens. Era uma situação deveras desesperadora!

Agora podemos compreender por que eles ficaram parados de longe e clamaram: “Senhor, tem compaixão (piedade) de nós”! Nada tinham para dar. Tudo tinham para pedir. Eram pobres e necessitados!

E agora também podemos entender por que Jesus, que veio trazer vida, ajuda e esperança a este mundo em morte, os curou a todos! Porque a sua compaixão e o seu amor para com o pobre e necessitado não conhecem limites e fronteiras! Ele sente toda a dor deste mundo mortal – a sua e minha também!

Um estrangeiro, o samaritano curado, aquele UM dos dez, percebeu a grandeza deste inefável amor divino. Não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta. Ele VOLTOU PARA AGRADECER!

2. Somos aqueles DEZ

Nós temos muitos e grandiosos motivos para sempre VOLTARMOS AO SENHOR PARA

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AGRADECER! Somos aqueles DEZ, e muito mais do que aqueles DEZ!

Só o fato de não termos uma doença terminal, incurável, é presente do puro e inefável amor de nosso Deus e Pai! Ele nos dá saúde, alegria e disposição para vivermos e usufruirmos suas boas dádivas.

Podemos viver com a nossa família e conviver com os irmãos na congregação; podemos render culto a Deus na companhia dos irmãos e das pessoas da nossa família, dos filhos e dos parentes e amigos.

Podemos ira à cidade, fazer nossas comprar, usufruir as diversões sadias, os eventos festivos e os esportes e passeios.

E como se tudo isso não bastasse, eis aí bênçãos sobre bênçãos: colheitas, campos, gado, vestimenta, carros, casa, luz elétrica, geladeira, computador, estradas asfaltadas, ruas calçadas, ar para respirar, praias para deliciar, empregos e colheitas, entre muitas outras bênçãos!

Tudo provém das mãos benevolentes do nosso Pai de amor. Somos benditos de Deus. Somos aqueles DEZ, muito mais do que aqueles DEZ!

Conheci uma pessoa que faleceu na casa dos seus 40 anos! Somente depois de ter perdido a sua saúde e se arrastado sobre muletas por alguns anos, ele se deu conta do tesouro precioso que é a saúde!

Somente depois que perdemos os preciosos presentes de Deus, como saúde e bens, nós nos damos conta do valor que eles têm. Somente então percebemos o valor das dádivas de Deus e a falta que elas nos causam!

Uns bons anos atrás, vimos, na TV, pessoas enfrentando filas enormes a fim de conseguirem um emprego para ganharem o seu sustento. Eram pessoas que queriam trabalhar honestamente, mas não conseguiam o seu emprego para sustentarem a si mesmos e as suas famílias!

Tendo nós o nosso emprego, nossas colheitas e sustento, é difícil nos imaginarmos na situação deles!

Somos aqueles abençoados DEZ! Muito mais do que aqueles DEZ!

3. Não somos, porventura, os NOVE?

DEZ leprosos pediram ajuda e receberam, mas NOVE deles não voltaram para agradecer! Eles se lembraram de pedir, mas se esqueceram de agradecer!

Nós somos aqueles NOVE ingratos quando não reconhecemos os benefícios do Senhor para conosco!

Somos aqueles NOVE quando nos sentamos à mesa farta, com os pratos cheios de comida, mas nos esquecemos de agradecer, em oração, pela alimento recebida das divinas mãos!

Somos aqueles NOVE quando, de noite, antes de dormir, nos esquecemos de agradecer a Deus, em oração, pela proteção de mais um dia vivido.

Somos aqueles NOVE quando, de manhã cedo, ao levantarmos para um novo dia, nos esquecemos de agradecer pela proteção dos perigos da noite que passou!

Somos aqueles NOVE quando pedimos chuvas, boas colheitas, mas depois – e, em especial, na Festa da Colheita – nos esquecemos de agradecer com o melhor, mas apenas com o restolho, as sobras e migalhas.

Somos aqueles NOVE porque já nos endividamos com a reforma da casa, com a compra do carro novo, da motocicleta nova, e o Doador ficou fora dos nossos planos e agradecimentos.

Somos aqueles NOVE quando trocamos o dia de render culto – de louvar, agradecer e bendizer a Deus! – pelos passeios, festas, alegrias e diversões terrenas, pelos torneios e por outras atrações e afazeres.

Assim demonstramos claramente que amamos mais os bens do que o Doador de todas as boas dádivas. Demonstramos que nos apegamos mais às dádivas, ao dinheiro, em vez de ao Doador de todos os bens, Deus, nosso Pai Todo-poderoso, que nos criou, preserva e guarda!

Assim, nos tornamos idólatras. Os bens se tornam o nosso deus, porque amamos mais as doações do que o Doador. Merecemos castigos nesta vida e na eternidade. Somos indignos das misericórdias de Deus!

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Havia um fazendeiro rico, mas ele nunca queria dar um garrote sequer para a festa de aniversário da sua modesta igreja. Queria, antes, movido pela ambição e ganância, que Deus lhe desse mais prosperidade, a fim de ser o fazendeiro mais rico da região! Num belo dia, passando pelo seu campo, achou apenas os mocotós e as cabeças de dezenas de bois que lhe haviam sido roubados. Depois, teve ainda suas fazendas invadidas por vândalos.

Deus pode disciplinar, com todo rigor, o materialista, ganancioso e egoísta, conforme diz Deus em Malaquias 3: “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais...”! Deus pode trancar as janelas dos céus a fim de reconhecermos o nosso materialismo e o merecido “puxão de orelhas”!

Não somos, porventura, aqueles NOVE, que se lembraram de pedir mas se esqueceram de agradecer?

Havendo “puxões de orelhas” em nossa vida, secas, perdas, enfermidades e carestias, humilhemo-nos sob poderosa mão de Deus, para que ele, a seu tempo, nos exalte! Voltemos a Deus em verdadeiro reconhecimento da nosso culpa e com uma sincera confissão de pecados nos lábios.

E não desesperemos! O Senhor nos trata como filhos, com dura disciplina muitas vezes, para o nosso bem eterno. Isso mostra que não somos órfãos de jeito nenhum, mas que temos um GRANDE PAI! Ele corrige a quem ama (Hb 10)! Ele quer que todos se arrependam e se apeguem a Jesus, o Salvador, o caminho seguro para a vida eterna. Pois o Pai “não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará, com ele, graciosamente, todas as coisas?” (Rm 8).

4. Sejamos aquele UM!

UM dos DEZ, vendo que fora curado, não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta! Voltou dando glórias a Deus em alto voz, e prostrou-se aos pés de Jesus, agradecendo-lhe! E este era um estrangeiro samaritano! Ao contrário dos NOVE, este nem do povo de Israel era!

Prezados irmãos! Desde o Antigo testamento, o povo de Deus celebra a Festa da Colheita. Também nós, “povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9) no Novo Testamento, nos reunimos aqui para dar glórias a Deus em alta voz, prostrar-nos aos pés do bom Senhor e agradecer-lhe por todos os seus benefícios para conosco.

Carl F. W. Walther, pastor, teólogo e fundador da Igreja Luterana Sínodo de Missouri dos Estados Unidos, baseado em Lutero, afirma que a RELIGIÃO CRISTÃ é, por excelência, uma RELIGIÃO DE GRATIDÃO: “Por este motivo, Lutero diz que a religião cristã é, em resumo, uma religião de gratidão. Todo o bem que o cristão realiza, ele não o realiza para merecer algo. Nós também nem saberíamos o que fazer para merecer algo. Tudo já nos foi dado: justiça, nossa herança eterna, nossa salvação. O que nos resta fazer é agradecer a Deus.” (C. F. W. Walther: Lei e Evangelho, Concórdia Editora, 2o Edição, p. 68).

Somos aqueles abençoados DEZ! Não sejamos aqueles NOVE ingratos! Sejamos aquele UM agradecido, estrangeiro, samaritano! VOLTEMOS PARA AGRADECER – SEMPRE! Amém.

Autor: Rev. Juarez Borcarte

LEITURAS BÍBLICAS ANO C Domingo 9 de Outubro de 2016

2 Reis 5.1-3, 7-152 Timóteo 2.8-15Lucas 17.11-19

Domingo 16 de Outubro de 2016 Gênesis 32.22-31

2 Timóteo 3.14 – 4.5Lucas 18.1-8

Domingo 23 de Outubro de 2016 Jeremias 14.7 – 10, 19 – 22

2 Timóteo 4.6 – 8Lucas 18.9 – 14

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EM QUE ACREDITAMOS A Fé Proclama pela Igreja Anglicana

A REVELAÇÃO DIVINA Salmos 19.1-14; Efésios 3.1-13; 2 Timóteo 3.14-17; Hebreus 1.1-4 Tudo o que sabemos sobre o Cristianismo nos foi revelado por Deus. Revelar significa “tirar o véu”. Tem a ver com remover a cobertura e descobrir algo que está encoberto.

Quando meu filho era pequeno, nossa família desenvolveu uma tradição anual para comemorar seu aniversário. Em vez da prática geral de entregar os presentes, fazíamos isso por meio da nossa versão caseira do programa de televisão “Vamos Fazer um Trato”. Eu escondia os presentes destinados a ele, por exemplo, dentro de uma gaveta, debaixo do sofá ou atrás de uma cadeira. Então lhe dava algumas opções: “Você pode ganhar o que está na gaveta da minha escrivaninha ou o que está no meu bolso”. O ponto principal do jogo era o “grande trato do dia”. Eu colocava três cadeiras, uma ao lado da outra, cada uma delas coberta com um lençol. Cada lençol encobria um presente. Na primeira cadeira colocávamos um presente simples, na segunda o presente principal que ele iria ganhar e sobre a terceira uma muleta que ele havia usado quando quebrou a perna aos sete anos de idade.

Meu filho escolheu a cadeira com a muleta por três anos consecutivos! (No final, sempre permitíamos que trocasse a muleta pelo presente.) No quarto ano, estava determinado a não escolher mais a muleta. Desta vez, eu escondi o presente principal junto com a muleta, na mesma cadeira, e deixei a ponta da muleta aparecendo por baixo do lençol. Ao ver a ponta da muleta, meu filho evitou cuidadosamente aquela cadeira. Ganhei de novo!

A parte mais divertida da brincadeira era tentar adivinhar onde o presente estava escondido. Tratava-se contudo de um trabalho de mera suposição, pura especulação. A descoberta do verdadeiro tesouro só podia ser feita depois que o lençol era removido e o presente ficava exposto.

O mesmo acontece com o nosso conhecimento de Deus. A especulação fútil sobre Deus é mera tolice. Se queremos conhecê-lo de verdade, temos de depender daquilo que ele revela sobre si mesmo.

A Bíblia declara que Deus se revela de várias maneiras. Manifesta sua glória na natureza e por meio dela. Revelou-se nos tempos antigos por meio desonhose visões. As marcas

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da sua providência se manifestam nas páginas da História. Revela-se nas Escrituras inspiradas. O ponto mais alto da sua revelação é visualizado em Jesus Cristo, tornando-se ser humano — o que os teólogos chamam de “encarnação”.

O autor da Carta aos Hebreus escreveu: Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Hebreus 1.1,2

Embora a Bíblia fale das “diversas maneiras” em que Deus se revela, distinguimos entre dois tipos principais de revelação — a geral e a especial.

A revelação geral é chamada assim por duas razões: (1) ela é geral no conteúdo e (2) é revelada para uma audiência geral.

Conteúdo geral A revelação geral nos proporciona o conhecimento de que Deus existe. “Os céus proclamam a glória de Deus”, diz o salmista. A glória de Deus é manifesta nas obras das suas mãos. Essa manifestação é tão clara e visível que nenhuma criatura pode deixar de percebê-la. Ela revela o poder eterno de Deus e sua divindade (Rm 1.18-23). A revelação na natureza, porém, não proporciona uma revelação plena de Deus. Não nos dá informações sobre o Deus Redentor que encontramos na Bíblia. O Deus que se revela na natureza, entretanto, é o mesmo Deus que se revela na Bíblia.

Público geral Nem todas as pessoas no mundo já leram a Bíblia ou ouviram a proclamação do Evangelho. A luz da natureza, porém, brilha sobre todos, em todos os lugares, em todo o tempo. A revelação geral de Deus acontece diariamente. Deus nunca fica sem um testemunho de si mesmo. O mundo visível é como um espelho que reflete a glória do seu Criador.

O mundo é um palco para Deus. Ele é o ator principal, que aparece em primeiro plano e no centro. Nenhuma cortina pode fechar-se para obscurecer sua presença. Basta um olhar de relance na criação para se perceber que a natureza não é sua própria mãe. Não existe a tal “Mãe Natureza”. A natureza em si mesma não tem poderes para produzir qualquer tipo de vida. A natureza, em si, é estéril. O poder de produzir vida reside no Autor da natureza—Deus. Colocar a natureza como a fonte de vida é confundir a criatura com o Criador. Todas asformas de adoração da natureza, portanto, são atos de idolatria e silo abomináveis para Deus.

A luz da força da revelação geral, todo ser humano sabe que Deus existe. O ateísmo envolve a negação total de algo que é reconhecido como verdadeiro. Por isso a Bíblia diz: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” (SI 14.1). Quando as Escrituras

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tratam tão severamente o ateu, chamando-o de “insensato”, elas estão fazendo um julgamento moral dele. Ser insensato, em termos bíblicos, não significa ter pouco entendimento ou falta de inteligência; é ser imoral. Como o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, assim a negação de Deus é o máximo da loucura.

Semelhantemente, o agnóstico nega a validade da revelação geral. () agnóstico, porém, é menos berrante que o ateu. Ele não nega terminantemente a existência de Deus. Pelo contrário, ele declara que as evidências são insuficientes para se decidir de uma maneira ou de outra quanto à existência de Deus. Prefere suspender seu julgamento, deixando o tema da existência de Deus uma questão em aberto. A luz da clareza da revelação geral, entretanto, a posição do agnosticismo não é menos abominável para Deus do que a do ateísta militante.

Para qualquer pessoa, porém, cuja mente e coração'estão abertos, a glória de Deus é maravilhosa de se ver — desde os bilhões de universos no firmamento, até as partículas subatômicas que formam a menor das moléculas. Que Deus incrível nós servimos!

Sumário O cristianismo é uma religião revelada.

• A revelação de Deus é uma automanifestação. Ele remove o véu que nos impede de conhecê-lo.

• Não podemos conhecer a Deus por meio de especulação.• Deus se revelou de várias maneiras ao longo da História.• A revelação geral é comunicada a todos os seres humanos.• O ateísmo e o agnosticismo são baseados na negação daquilo que as pessoas

sabem ser a verdade.• A insensatez tem por fundamento a negação de Deus.

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• A sabedoria tem por fundamento o temor de Deus.

Para discussão e avaliação 1. Qual a diferença entre “Conteúdo geral” e “público geral”?

2. Que argumentos o autor usa para combater a ideia da natureza como “mãe”?

3. Qual a diferença entre ateísmo e agnosticismo?

4. Que revelações sobre o caráter e a natureza de Deus podem ser observadas na natureza?

5. Há alguma forma convincente de tentarmos explicar a origem da vida e de todas as coisas criadas excluindo completamente a existência de Deus? Porquê?

6. Certas pessoas ouvem a pregação da Palavra de Deus por muitos anos sem nenhuma reação diante de suas verdades. Permanecem indiferentes a tudo o que diz respeito a Deus e às coisas santas. Mas, no momento em que se convertem, tudo aquilo que sempre ouviram com indiferença passa a fazer sentido para eles e de repente sua atenção é despertada. O que aconteceu com essas pessoas que chegam até mesmo a dizer: “Como é que eu não compreendi isso antes?”

AUTOR: R. C. Sproul

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O Culto Cristão A Importância do Culto e da Adoração ao Senhor 1. A Alma Humana Tem Sede de Deus

É indubitável que toda pessoa normal no âmbito intelectual, moral e espiritual sabe ou sente que o ser humano não deve sua existência ao acaso. Sabe e sente que existe um Ser superior, Criador de todas as coisas. Ao mesmo tempo, essas pessoas se sentem atraídas; consciente ou inconscientemente, para esse Ser superior que lhes inspira reverência, amor e o desejo de prestar-Lhe adoração.

Esses sentimentos inatos ao ser humano foram belamente expressos por Davi no Salmo 42. "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei perante a face de Deus?".

Todo verdadeiro cristão participa dos sentimentos expressados pelo salmista e se une a ele quando disse: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. Iremos à casa de Deus para prestar-Lhe culto e adoração.

Falando certo dia com a samaritana, Jesus lhe disse: "Vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. (...) Deus é espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e em verdade". (S. João 4:23 e 24). Não é suficiente ir à casa de Deus, adorar a Deus e prestar-Lhe culto; é necessário que essa adoração e culto sejam oferecidos a Deus e sejam aceitos por Ele como a oferta de Abel, e não rejeitados como a de Caim.

2. Que é um Ato de Culto e Adoração?

Para poder adorar a Deus em espírito e em verdade é necessário ter clara idéia do que é um culto. O culto pode ser particular, familiar ou público. Quando é realizado com o devido espírito e em forma correta, o culto é uma entrevista com Deus. Quando não é particular ou familiar, geralmente constitui um serviço ou reunião de um grupo de cristãos celebrado num lugar destinado para isso, como uma capela, um templo, etc.

O Dicionário da Bíblia de W.W. Rand, ao explicar o que é o culto declara o seguinte: "Reverência suprema que só é devida a Deus. Inclui adoração, louvor, ações de graça, confissão do pecado, imploração de graça e a consideração da vontade divina".

Resumindo, podemos dizer que um ato de culto é uma reunião dedicada à adoração e ao louvor a Deus mediante o canto e testemunhos pessoais dos fiéis. É uma ocasião para falar com Deus por meio da oração e de ouvir a Deus pela exposição de Sua Palavra e pelas impressões do Espírito Santo. É uma oportunidade de estar em comunhão com Deus e dos fiéis entre si. É um meio para promover o crescimento espiritual.

3. A Importância do Culto O que foi exposto nos pontos anteriores é suficiente para compreendermos a grande importância que a adoração e o culto têm para os filhos de Deus.

A importância do culto se baseia em nossa grande necessidade. O ser humano precisa estar em comunhão com o seu Criador; precisa abrir o coração a Deus em oração. Precisa ouvir a voz de Deus pela exposição da Palavra. O cristão necessita do companheirismo de Cristo, O qual

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disse: "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles". (Mateus 18:20).

É importante que dediquemos todos os dias algum tempo para o culto pessoal e particular. E necessário dedicar também de manhã e à tarde algum tempo ao culto familiar. É mister ir à casa de Deus e participar no culto coletivo ou público. Ao estudar a Bíblia, torna-se claro que estas três espécies de culto são importantes e necessárias para o crescimento espiritual, embora neste trabalho, por falta de espaço, façamos principalmente alusão ao culto público.

Como cristãos devemos dar tanta importância aos cultos que consideremos um privilégio e, de certo modo, também um dever ir à casa de Deus para adorá-Lo. Por isso disse Davi: "Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós povo do Seu pasto e ovelhas da Sua mão". (Salmo 95:6 e 7). Por isso Deus disse por boca de Joel: "Tocai a trombeta em Sião, proclamai um santo jejum, proclamai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação". (Joel 2:15 e 16). Por isso Sofonias acrescenta: "Concentra-te e examina-te. (...) Buscai o Senhor vós todos os mansos da Terra". (Sofonias 2:1 e 3).

Do mesmo modo que uma brasa que está só se apaga, também o cristão que não assiste aos cultos da igreja se esfria e acaba se apagando espiritualmente. Por isso o apóstolo Paulo aconselha: "Não abandonemos a nossa própria congregação, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações; e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima". (Hebreus 10:25).

4. Os Aspectos Físicos e sua Relação como Culto Ao considerar a dignificação do culto não podemos passar por alto certos aspectos físicos que favorecem ou desfavorecem os serviços de adoração. O tabernáculo no deserto era simples, mas belo. O Templo de Salomão é considerado por muitos como uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Tendo em conta a importância dos cultos, devemos instalar nossos lugares de culto em lugares tranqüilos, respeitáveis e, se possível, bonitos. Nossas casas de culto podem ser simples, mas devem ser bem acabadas e bem cuidadas. Devem ser pintadas de cores apropriadas. O mobiliário, como o púlpito e a Mesa do Senhor, os bancos e as cadeiras, deve estar em boas condições. Sempre deve haver ordem e escrupuloso asseio em tudo.

É necessário prestar atenção às salas auxiliares, à sala pastoral, a Pia Batismal, e também aos serviços higiênicos. Deve haver utensílios adequados para os serviços especiais, como batismos, Ceia do Senhor. Os adornos devem ser bem feitos e a tempo. Tudo que se relaciona com a casa de Deus, tem que ver direta ou indiretamente com os cultos e por isso é necessário prestar-lhe cuidadosa atenção.

Autor: Rev. Rogério da Silva

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