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2 maio 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4469 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Igreja Catedral de Beja D. João Marcos presidiu às celebrações da Semana Santa e Páscoa Na Quarta-Feira, dia 17 de Abril, a partir das 11.30 horas, a quase totalidade do clero reuniu-se com o Senhor Bispo, no Seminário. Este dia de encontro entre todos e com o Bispo diocesano, pro- porcionou tempo para a oração e reflexão, a refeição conjunta e, a partir das 18.00 horas, a Solene Concelebração da Missa Crismal, sob a presidência do Senhor Bispo. Nela, os presbíteros reno- varam as suas promessas sacer- Conforme noticiamos no número anterior, D. João Marcos deu início às celebrações da Semana Santa, com a Bênção e Procissão dos Ramos, seguida da Eucaristia do Domingo de Ramos. Na Quarta-Feira Santa, por antecipação, presidiu à Solene concelebração da Missa Crismal e, nos dias QUARTA-FEIRA SANTA E MISSA CRISMAL seguintes, às celebrações do Tríduo Pascal e de Domingo de Páscoa. Em média, em cada celebração presidia pelo Senhor bispo, participaram mais de 300 fiéis. dotais, foram benzidos os óleos dos Enfermos e dos Catecú- menos, e consagrado o óleo do Santo Crisma, para administração nas Paróquias da Diocese aquan- do da celebração do Sacramento da Unção dos Enfermos (Óleo dos Enfermos) e da Preparação e/ou celebração do Sacra- mento do Batismo (Óleos dos Catecúmenos e do Crisma) e do Sacramento do Crisma (Óleo do Crisma). TRÍDUO PASCAL A Semana Santa culmina com o Tríduo Pascal, desde a Ceia do Senhor (tarde de Quinta-Feira Santa) à Sua Ressurreição (Vigília Pascal), passando pela cele- bração da sua Paixão e Morte, na Sexta-Feira Santa. A celebração da Páscoa, como uma unidade única e inseparável, começou na Quinta-Feira Santa com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, sendo de destacar o exemplo humilde, generoso e desinteressado de Jesus, com a cerimónia do “lava-pés” (para que, como O Senhor fez, nós façamos também), a instituição do Sacerdócio e da Eucaristia, tudo acompanhado pelo Manda- mento Novo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos ameiNa manhã de Sexta-Feira Santa, e Sábado Santo, a partir das 10.00 horas, foi cantado o Ofício de Leitura e Laudes. A partir das 18.00 horas, teve início a cele- bração da Paixão e Morte do Senhor: liturgia da Palavra (cen- trada na Paixão, segundo S. João), concluída com a Oração universal; a apresentação e adoração da Cruz e a comunhão Eucarística, com a reserva do dia anterior. Neste dia, após a Oração uni- versal dos fiéis, e antes da apresentação da cruz, foi rea- lizado o Ofertório para os Lu- gares Santos. No final, e à semelhança do dia anterior, após a reposição do Santíssimo no Sacrário, todos saíram do templo num profundo e respeitoso silêncio. Página 8

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2 de maio de 2019

2maio2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4469

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Igreja Catedral de Beja D. João Marcos presidiu às celebrações da Semana Santa e Páscoa

Na Quarta-Feira, dia 17 de Abril,a partir das 11.30 horas, a quasetotalidade do clero reuniu-se como Senhor Bispo, no Seminário.Este dia de encontro entre todose com o Bispo diocesano, pro-porcionou tempo para a oração ereflexão, a refeição conjunta e, apartir das 18.00 horas, a SoleneConcelebração da Missa Crismal,sob a presidência do SenhorBispo. Nela, os presbíteros reno-varam as suas promessas sacer-

Conforme noticiamos no número anterior, D. JoãoMarcos deu início às celebrações da Semana Santa,com a Bênção e Procissão dos Ramos, seguida da

Eucaristia do Domingo de Ramos.Na Quarta-Feira Santa, por antecipação, presidiu àSolene concelebração da Missa Crismal e, nos dias

QUARTA-FEIRA SANTAE MISSA CRISMAL

seguintes, às celebrações doTríduo Pascal e de Domingo dePáscoa.

Em média, em cada celebraçãopresidia pelo Senhor bispo,participaram mais de 300 fiéis.

dotais, foram benzidos os óleosdos Enfermos e dos Catecú-menos, e consagrado o óleo doSanto Crisma, para administraçãonas Paróquias da Diocese aquan-do da celebração do Sacramentoda Unção dos Enfermos (Óleodos Enfermos) e da Preparaçãoe/ou celebração do Sacra-mento do Batismo (Óleos dosCatecúmenos e do Crisma) edo Sacramento do Crisma(Óleo do Crisma).

TRÍDUO PASCALA Semana Santa culmina com oTríduo Pascal, desde a Ceia doSenhor (tarde de Quinta-FeiraSanta) à Sua Ressurreição (VigíliaPascal), passando pela cele-bração da sua Paixão e Morte, naSexta-Feira Santa.A celebração da Páscoa, comouma unidade única e inseparável,

começou na Quinta-Feira Santacom a Missa Vespertina da Ceiado Senhor, sendo de destacar oexemplo humilde, generoso edesinteressado de Jesus, com acerimónia do “lava-pés” (paraque, como O Senhor fez, nósfaçamos também), a instituiçãodo Sacerdócio e da Eucaristia,

tudo acompanhado pelo Manda-mento Novo: “Amai-vos uns aosoutros como Eu vos amei”Na manhã de Sexta-Feira Santa, eSábado Santo, a partir das 10.00horas, foi cantado o Ofício deLeitura e Laudes. A partir das18.00 horas, teve início a cele-bração da Paixão e Morte do

Senhor: liturgia da Palavra (cen-trada na Paixão, segundo S.João), concluída com a Oraçãouniversal; a apresentação eadoração da Cruz e a comunhãoEucarística, com a reserva do diaanterior.Neste dia, após a Oração uni-versal dos fiéis, e antes da

apresentação da cruz, foi rea-lizado o Ofertório para os Lu-gares Santos.No final, e à semelhança do diaanterior, após a reposição doSantíssimo no Sacrário, todossaíram do templo num profundoe respeitoso silêncio.

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2 de maio de 2019REGIONAL2 – Notícias de Beja

Manifestaçõese violência

Aos olhos de todos, as legiti-mas manifestações que reúnemmultidões, com base nas razõessobejamente conhecidas e com-preendidas por quantos primampelos valores da democracia.Estes acontecimentos são fre-quentes, um pouco por todo omundo e também em Portugal,país de “brandos costumes”.Embora se trate de fenómenosfacilmente compreensíveis eexplicáveis, que reúnem mul-tidões pacíficas que apenasproclamam a certeza de que épossível e urgente provocar oressurgir de uma sociedadediferente, custa a entender oaproveitamento para manifes-tações violentas e sem se sabermuito bem a sua origem. Estas,centradas em rostos encober-tos, manifestam maiores dificul-dades na sua leitura e compre-ensão face ao rasto demolidorcujas repercussões não vislum-bramos: Sinalização púbicadestruída, caixotes do lixo emontras partidas, apedreja-mento da própria polícia, pala-

Editorial vras insultuosas e fomenta-doras de mais violência, etc.Para além da cobertura destesacontecimentos, feita em diretopelas próprias televisões erádios, as opiniões divergem,muitas vezes ao saber da corpolítica. Todos veem com osseus próprios olhos (ideoló-gicos ou políticos) e, inclusive,há quem vê o que mais ninguémconseguiu ver. Daí, as maisdiversificadas opiniões contra-ditoras, em direto para a Rádioou Televisão, e ilustres comen-tários em revistas e jornais.Pela minha parte, embora tendotodo o respeito pelo contra-ditório, considero por vezesdivertido, outras vezes lasti-mável, a incoerência da mesmapessoa, e no mesmo discurso,acerca do mesmo assunto. Mas,tudo isto, é o exercício de umdireito inalienável denominadoliberdade de expressão. Oxaláexista sempre a responsabi-lidade da verdade naquilo queexpressamos ou queremoscomunicar.Como crente, proclamo que aviolência (verbal ou física) ésempre um mal. Por isso, generi-camente, deverá ser condenadaenergicamente e, quase sempre,o recurso à mesma leva-nos aperder a razão e é sinal da nossaincapacidade para fazermosvaler as nossas razões. A His-tória mostra-nos que a violênciaé sempre geradora de maisviolência, nunca tendo sidosolução para a resolução dequaisquer problemas. Prefiroacreditar que somente pelodiálogo (humilde, sincero everdadeiro) os homens poderãopor termo àquilo que os separa.

António Novais Pereira, Diretor

Promessas do 25 de abril(gazetilha)

Em meio da vida, quem escreveAcorda em sonhos de esperança,Canto de fraternidade referve.Soam vozes: metade da tua dançaEstá perdida por culpa do Salazar.Hoje, tens promessa de a recobrar.Nova metade da vida, sem parar;Ouve outra voz: mas abril não foi; Só promessa de o ser no futuro.Pedi metade da primeira parte;Agora dizem: perdeste a outra,E prometem reembolso e arte.Quem me garante vida a dobrarE pagamento das promessas?Funchal, 25 de abril 2019

Aires Gameiro

D.I.A no RIO ( DUC IN ALTUM)Foi este o lema que deu mote amais uma PASSEIO CONVÍVIOque aconteceu no dia 25 de Abrilcom a participação dos CONSA-GRADOS de Évora e Beja, osquais tiveram a oportunidade dedesfrutar do ENCANTO e daBELEZA da CAPITAL Lisboeta,mas desta vez através do RIOTEJO, num original e divertidocruzeiro.A manhã decorreu no Mosteirodo Imaculado Coração de Mariada Ordem de Santa Clara, defronteda Basílica da Estrela. No localfoi possível fazer memória dasAparições de Fátima devido à

importância do lugar onde estãoalguns objetos, assim como, oquarto onde a Pastorinha deFátima, Santa Jacinta Martopermaneceu antes de ir para oHospital de D. Estefânia. Após avisita, juntamente com a comu-nidade das Irmãs Clarissas ojovem Rui Teixeira, que estevepresente no pré-sínodo dosjovens em Roma, realizou umareflexão sobre a nova exortaçãoapostólica do Papa Francisco,intitulada «Cristo Vive». Ter-minada a conferência na capelado mosteiro foi celebrada aEucaristia.

Na parte da tarde dirigimo-nospara a doca de Santo Amaro,junto ao rio Tejo para fazer umaVIAGEM/CRUZEIRO que per-mitiu um divertido MERGULHOna história de Portugal a BORDOdo veículo anfíbio conhecidocomo Hippotrip.Ainda foi possível fazer a Basílicada Estrela e no regresso o Hos-pital de São João de Deus emMontemor Novo. Todo este diafoi preparado e dinamizado peloSecretariado Regional de CIRP deBEJA.

Ir. Luís Valente, fisfa

Número de católicos aumentou 9,8%,entre 2010 e 2017

O jornal do Vaticano apresentahoje um conjunto de dados esta-tísticos sobre a Igreja, entre 2010e 2017, revelando um aumento de9,8% no número de católicos nomundo e uma quebra de 10% nototal das religiosas.A população católica passou de1196 milhões no ano de 2010 para1313 milhões no final de 2017.A África, onde vivem 17,8% doscatólicos de todo o mundo, é ocontinente com maior cresci-mento de batizados; a Europaregista um ligeiro aumento (0,3%)e acolhe hoje cerca de 22% dapopulação católica mundial; aAmérica recebe quase metadedos católicos nos cinco conti-nentes, com destaque para aAmérica do Sul e, em termos denações, para o Brasil.O número de sacerdotes cató-licos no mundo era de 414 582 no

final de 2017, um ligeiro aumentoface a 2010 (412 236 padres); ocrescimento deve-se sobretudoao maior número de padresdiocesanos (281 810 em 2017, facea 277 000 em 2010), que com-pensam a quebra relativa aossacerdotes de institutos reli-giosos (de 135 227 em 2010 para132 772 no fim de 2017).Os dados do Vaticano registamuma “crise” no que diz respeitoàs religiosas professas, hojemenos 10,1% do que em 2010,com quebras mais acentuadas emtrês continentes: 16,3% na Amé-rica; 19,1% na Europa; e 19,4%na Oceânia.O jornal da Santa Sé destaca quea percentagem de religiosas naÁfrica e na Ásia, face ao totalmundial, passa de 32,1% para38,1% por cento; em sentidocontrário, o peso global da Europa

e América passou de 66,7% para60,8%.O número de candidatos aosacerdócio registou uma quebrade 3,1% entre 2010 e 2017, quan-do eram 115 328; “na Europa e naAmérica, a diminuição parecemuito evidente”, sublinha oartigo do ‘Osservatore Romano’.O periódico do Vaticano destacaa “vitalidade da África e da Ásia,os únicos dois continentes emque todas as categorias de agen-tes pastorais apresentam umcrescimento muito acentuado”.No caso específico dos diáconospermanentes, catequistas e mis-sionários leigos, o maior aumentoem termos absolutos e relativosocorreu na Europa e na América,“os continentes menos ativos emrelação ao desenvolvimento deoutras categorias dos agentespastorais”.

O Ministério dos DiáconosNa hora da Ordenação de quatronovos Diáconos Permanentespara o serviço na Igreja diocesanade Beja (1 de Maio de 2019, naIgreja Catedral), já o Notícias deBeja estará impresso, pronto paraser enviado pelo Correio aosnossos assinantes. Por isso,deste acontecimento diocesanofaremos eco na próxima semana.Esta realidade vem lembrar anecessidade de refletirmos sobrea missão dos diáconos na Igreja,pois deste modo podemos terideias mais corretas sobre o querdeles esperamos, bem comosobre a formação dos que já osão e daqueles que virão a ser ospróximos candidatos.

“Os Sete” DiáconosEmbora os Apóstolos se sintampessoalmente responsáveis pe-

las comunidades por eles fun-dadas, conforme as necessi-dades, e no diálogo entre osresponsáveis e a assembleia, vãosurgindo colaboradores dosApóstolos. Nesta linha, para quea distribuição dos bens prove-nientes da generosidade doscristãos se fizesse ordenada-mente, organizou-se um “serviçodiário”, originariamente sob aautoridade dos Apóstolos, quedevia atender aos mais necessi-tados e particularmente às viú-vas. Perante a tensão surgida nacomunidade de Jerusalém entreos “hebreus” e os “helenistas” –queixando-se estes do esque-cimento a que eram votadas assuas viúvas no serviço diário –surgiu a necessidade de se criarum ministério particular para estasituação (Act. 6, 1-7). Também

esta criação foi realizada nodiálogo entre os responsáveis ea assembleia, tendo em conta osdons do Espírito Santo, sobre-tudo na linha do serviço aosirmãos. A instituição destes “setehomens” de boa reputação e“cheios do Espírito Santo e desabedoria” (Act. 6,3), está dire-tamente relacionada com a obrade assistência social relacionadacom o “serviço das mesas” ou aajuda material aos mais neces-sitados. Mas há dois – Estêvão eFilipe – que nos aparecem ocu-pados não com o “serviço diário”às mesas mas com a proclamaçãodo Evangelho em ambienteshelenistas (Act. 6,8-10; 8, 26-40)ou Samaritanos (Act. 8, 4-13).

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2 de maio de 2019

«Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e ariqueza»

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

DomingoIII da Páscoa

O nosso Domingo

Ano C5 de maio de 2019

Leitura dos Actos dos ApóstolosNaqueles dias, o sumo sacerdote falou aos Apóstolos, dizendo:«Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheisJerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sanguedesse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-seantes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus,a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-Opelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel oarrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destesfactos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lheobedecem». Então os judeus mandaram açoitar os Apóstolos, intimando-os a não falarem no nome de Jesus, e depois soltaram-nos.Os Apóstolossaíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido seremultrajados por causa do nome de Jesus.

I Leitura

Leitura do Livro do ApocalipseEu, João, na visão que tive, ouvi a voz de muitos Anjos, que estavam emvolta do trono, dos Seres Vivos e dos Anciãos. Eram miríades de miríades emilhares de milhares, que diziam em alta voz: «Digno é o Cordeiro que foiimolado de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, aglória e o louvor». E ouvi todas as criaturas que há no céu, na terra, debaixoda terra e no mar, e o universo inteiro, exclamarem: «Àquele que estásentado no trono e ao Cordeiro o louvor e a honra, a glória e o poder pelosséculos dos séculos». Os quatro Seres Vivos diziam: «Ámen!»; e os Anciãosprostraram-se em adoração.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto aomar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedroe Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos deZebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Voupescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subirampara o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã,Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?».Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita dobarco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar porcausa da abundância de peixes. O discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro:«É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu atúnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavamapenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a redecom os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe emcima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastesagora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra cheia de cento ecinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu arede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia aperguntar: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesusaproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Estafoi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de terressuscitado dos mortos.

O testemunho do amor maior

Jo 21, 1-14

Aleluia

Fr. Pedro Bravo, oc

Ap 5, 11-14II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 29 (30)

Eu vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

«Somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo»

Actos 5, 27b-32.40b-41

Ressuscitou Jesus Cristo, que criou o universo e Se compadeceudo género humano.

«Nós somos testemunhas destesfactos, nós e o Espírito Santo queDeus tem concedido àqueles queLhe obedecem» (At 5,32).Nunca nos sentimos sós, porvezes, estranha e dolorosamentesós, no meio duma multidão? Ouvazios por dentro, apesar determos tudo? De que está povoadaa nossa existência, para que nosserve tanta coisa? De que se encheo nosso coração, que esperançanos alenta dia após dia?A liturgia do terceiro domingo dePáscoa fala-nos de noite e defracasso, de proibições, ameaçase castigos, mas também de vidasurpreendente e renovadora, dealegria transbordante e arrebata-dora, sob o signo do amor de JesusCristo ressuscitado.1-– O evangelho dá o toque. Joãonão fala de uma aparição, mas deuma manifestação do Senhorressuscitado. Jesus, que já tinhaaparecido aos discípulos, mos-trando-lhes que estava vivo, agoraquer ensiná-los a descobrir a suapresença e a escutar a sua voz nomeio dos acontecimentos do dia adia. Após a estada em Jerusalém,os apóstolos voltam para a suaterra e retomam a sua vida anterior.Uma noite voltam à pesca. Sãosete ao todo os que vão no barco,com Pedro a comandar, aludindoassim à missão da Igreja entre ospagãos. Mas não apanham nada.Regressam a Cafarnaum e aodespontar do novo dia um desco-nhecido na praia pergunta-lhes senão têm nada para pôr no pão ecomer. Perante a resposta negativadestes, o desconhecido diz-lhespara lançarem a rede para o outrolado do barco, que encontrarãopeixe. São dóceis à sua voz e têmtal pescaria que o discípulo amadologo se recorda da primeira vez queJesus entrou na barca de Pedro echamou os apóstolos a seguirem-no. E diz a Pedro: «É o Senhor».Ao ouvi-lo, Pedro logo se veste elança à água para ir ter com Jesus,a quem, apesar da sua fraqueza,ama de todo o coração. Ao che-garem e verem já sobre as brasas

«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmocom os peixes»

um peixe e um pão não duvidam: éo Senhor. Aprendem a lição:doravante o Ressuscitado passaráa interpelá-los através dos maisverdadeiros anseios e da voz dahumanidade, podendo eles en-contrá-lo na Eucaristia, a fim deprosseguirem a missão que Jesuslhes confia em obediência à suaPalavra, isto é, a de continuarem amissão do Mestre em união defraterna comunhão. Mas para opoderem fazer, há que amar com omesmo amor do Mestre, o amormaior do Bom Pastor que apas-centa e dá a vida pelas ovelhas, afim de elas terem a vida eterna,tornando-se suas amigas e irmãsumas das outras. Amor maior queevoca o amor de mãe, cujo diacelebramos este domingo. Mãecom amor maior, que é a VirgemMaria e que também a Igreja – queé cada um de nós! – é chamada aser, sob pena de ser infiel ao Mestree faltar à sua missão.2-– Nesta linha vem a primeiraleitura, dos Atos dos Apóstolos,onde Pedro e os apóstolos, emcontraposição às normas, proi-bições e ameaças que o Sinédriolhes impusera, afirmam que se«deve obedecer antes a Deus doque aos homens» e que, por isso,eles não podem deixar de dartestemunho da Boa nova, da novaluz, do amor novo e do perdãoincondicional, numa palavra, davida nova que Jesus nos trouxe equer que façamos chegar a toda agente. A começar pelos da nossacasa, da nossa paróquia, do nossotrabalho, da nossa rua e da nossaterra, mas sem se deter aí, atéchegar aos confins da terra. Paraisso recebemos o amor e a forçado Espírito Santo, que nos comu-nica a vida de Jesus Cristo ressus-citado por nós, a fim de partici-parmos da vida de Deus, neleformando um só Corpo e sendoum só Espírito.3– Desta vida, a vida de Deus, aque temos acesso por Cristo, comCristo e em Cristo, nos fala oApocalipse, que nos apresenta océu e a terra, bem como todas ascriaturas, vivas e defuntas, mesmoas inanimadas, unidos em volta do

Cordeiro imolado, entregando-sea Ele e, com Ele, entregando-se aoPai, entoando-lhe o louvor, atorrente de vida, graça e amor queanima, renova, informa e carac-teriza o céu e que também em nósquer transbordar.Desta vida todos nós somoschamados a participar na nossaexistência quotidiana. E delapodemos participar de formasempre renovada e real na Euca-ristia, a fim de, como Pedro e osapóstolos, revigorados pelo pãoque Ele nos dá, inflamados peloEspírito Santo que Ele derrama nosnossos corações, O possamosseguir, dando testemunho dele,praticando as obras do amor emfraterna comunhão, enquantoaguardamos a entrada na suaposse plena, quando chegarmos,no termo da nossa existênciaterrena, à outra margem da vida,onde finalmente nos poderemosencontrar face a face com oSenhor ressuscitado, que vem aonosso encontro nas pessoas e nosacontecimentos desta vida, pedin-do-lhe que venha, manifestandoplenamente a glória do Seu rosto:«Vinde, Senhor Jesus». Por isso,cantamos no salmo «Eu Vos lou-varei, Senhor, porque me sal-vaste», e pedimos na coleta:«Exulte sempre o vosso povo,Senhor, com a renovada juventudeda alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído àglória da adoção divina, aguardeo dia da ressurreição na esperançada felicidade eterna».Tempo pascal é tempo de vidaplena, de participação na vitóriado Ressuscitado. Ele também estápresente nas margens da nossavida, onde não pensávamosdescobri-lo. E fala-nos através detantas pessoas com quem diaria-mente nos encontramos. Convi-dando-nos a segui-lo, a amá-lo e atestemunhá-lo a todos. Onde éque ainda o não encontramos?Quando é que não o ouvimos?Onde não o descobrimos? Abra-mos-lhe o nosso coração e anossa vida encher-se-á de luz e deesperança, da plenitude e daalegria do Ressuscitado.

ENTRADACantai ao Senhor, cantai, Aleluia - M- Simões,in As crianças louvam o Senhor, 58, ou: OSenhor ressuscitou verdadeiramente - A.Cartageno, CEC I, 126

RITO DA ASPERSÃOBaptizados em Cristo – J.P. Martins,in Cânticosdo Ordinário da Missa (COM),26

Sugestões de Cânticos

SALMO RESPONSORIALEu Vos glorifico, Senhor - M. Luis, SR, 70

COMUNHÃODisse Jesus aos seus discípulos: Vinde comer– A. Cartageno, CEC I, 137

FINALCristo Ressuscitou, Aleluia – M. Luis,in Cantemos todos.

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2 de maio de 2019DIOCESE4 – Notícias de Beja

Semana Santa em Aljustrel

A Paróquia de Aljustrel celebrou com solenidade a Semana Santa,entre os dias 13 e 21 de Abril. As celebrações iniciaram-se no Sábadode Ramos, com a bênção dos Ramos e a Eucaristia Vespertina naCapela de Rio de Moinhos e no Domingo de Ramos teve lugar noSantuário de Nossa Senhora do Castelo, a Recitação do Terço à qualse seguiu a bênção dos ramos e a procissão pela Escadaria até à IgrejaMatriz, onde o Administrador Paroquial, Pe. Luís Macuinja, presidiu àEucaristia de Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.Na Quarta-feira Santa, um grupo de paroquianos desta comunidadeparticipou na Missa Crismal, na Sé de Beja, onde os sacerdotesrenovaram as suas promessas sacerdotais perante o Bispo Diocesanoe onde foram benzidos os Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos econsagrado o Santo Óleo do Crisma.Na Quinta-feira Santa, pelas dezoito horas, o Administrador Paroquial,presidiu à Missa Vespertina da Ceia do Senhor, seguindo-se atransladação do Santíssimo Sacramento para uma capela lateral daIgreja que permaneceu aberta até à meia-noite para a oração Eucarística.Na Sexta-feira Santa, pela manhã rezou-se o Oficio de Laudes na IgrejaMatriz e pelas quinze horas a Celebração da Paixão do Senhor, comAdoração da Santa Cruz. À noite realizou-se a Via Sacra ao vivo, narecinto adjacente ao Santuário de Nossa Senhora do Castelo, comuma envolvente mística para recrear tão nobre momento do caminhode Cristo para o Calvário.No Sábado Santo, a comunidade voltou a reunir-se para rezar o Oficiode Laudes, da parte da manhã, e à noite a solene Vigília Pascal com oLucernário, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucaristia.No Domingo de Páscoa, como habitualmente, recitou-se o Terço antesda Eucaristia na Igreja Matriz e às dezasseis horas, na Capela de Riode Moinhos, o Administrador Paroquial presidiu também à Eucaristiade Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, na qual procedeuà bênção do Sacrário para a reserva eucarística. Após o término dascelebrações seguiu-se um momento de convívio, com um lanchepartilhado entre a comunidade.

Tiago Pereira

A família cursilhista cresceu…

Realizou-se no passado sábado,dia 27 de abril, pelas 15h30m, noSeminário de Beja, a Ultreia deApresentação das doze novascursilhistas, que participaram no47.º Cursilho de Cristande deSenhoras, decorrido de 14 a 17de março do ano corrente.As novas foram acolhidas, emclima de festa e alegria, pelosSacerdotes, ao serviço destemovimento, e por cerca de trêsdezenas de irmãos, oriundos dealguns dos Centros de Ultreia daDiocese.Depois de se cantar o Decolorese de se invocar o Espírito Santo,as novas cursilhistas apresen-taram-se à assembleia, transmi-tindo um testemunho caloroso evivificante do efeito do Cursilhonas suas vidas. O seu teste-munho teve como tónica predo-minante a mudança de olhar e deatitude, face à vida e à cruz quecada uma carrega. Os seus rostos,iluminados pela esperança, pelaconfiança e pela Fé, deixaramtransparecer a alegria do en-contro com Jesus.Continuando em clima de aco-lhimento e partilha, os cursi-lhistas mais antigos apresen-taram-se e deram um teste-munho da sua caminhada, co-

mo membros ativos deste movi-mento, inseridos nos seusambientes familiares, comuni-tários e profissionais.Com a certeza de que somoscristãos a caminho, como noslembra o nosso querido PapaFrancisco, acolhemos com espe-rança o convite a encontrar, nopoder da oração comunitária e narealização das reuniões de grupo,a força e o alento para continuara Evangelizar.O Padre Aparício lembrou-nosque o encontro com Jesus, verda-deira Sarça Ardente, incita-nos aperseverar na Fé, anima-nos nastribulações e é motivo de festa,pois se Jesus está em cada um denós, a felicidade está onde nósestamos.Na capela, depois de escutarmoso Evangelho de São João (20, 19-

31) o Padre Aparício fez umabreve homília, focando os aspe-tos essenciais da narrativa. Juntoao Sacrário, o Padre José Bravoacompanhou-nos num momentode maior proximidade com oSenhor. Demos-Lhe Graças, en-tregamos-Lhe as nossas preo-cupações e pedimos-Lhe querevitalize o Movimento dosCursilhos de Cristandade nanossa Diocese.Já no refeitório, partilhamos asiguarias do farnel, confrater-nizamos e cantamos os para-béns a uma das novas irmãscursilhistas.Para as novas cursilhistas e paratodos aqueles a quem o Senhorjá chamou para fazer a experiênciade um Cursilho de Cristandade,deixamos um apelo: Sê perse-verante, mantém viva a chamaque vieste buscar ao Cursilho deCristandade! Ela deve continuara ser alimentada e fortalecida coma participação assídua na Eu-caristia, mesa da palavra, do pãoe do vinho, e em todas as ativi-dades que o Movimento dosCursilhos de Cristandade nospropõe, de modo particular asUltreias e as Reuniões de Grupo.Cristo precisa de nós, onde querque estejamos! Guiados pela suaLuz, disponhamo-nos a servi-Lo!

DecoloresUma irmã cursilhista

Ordem Terceira do Carmo

Somos cristãos na medida

em deixamos Jesus Cristo

viver em nós. (Papa Francisco)

Adoração ao Santíssimo Capela do Carmelo do Sagrado Coração de Jesus Beja

Dia 4 de maio de 2019 das 15h às 16h

Fátima: Peregrinação nacionalda Oração das Mães

A XXII Peregrinação Nacional daOração das Mães ao Santuário deFátima realiza-se a 04 de maio econsiste na celebração da Eu-caristia, com adoração e bênçãodo Santíssimo e um testemunho.Esta iniciativa decorre na Basílicada Santíssima Trindade, pelas16h45, e os participantes “vão rezar, em especial, por todas as mães,nos mais diversos papéis (avós, famílias, comunidades), por todas asgrávidas, por todos os casais que desejam a graça de um filho, portodas as crianças, por todos os jovens, por todos os que vivem acondição de doença e todos os seus cuidadores, por todos os quevivem os seus lutos”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

Fonte: Ecclesia

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2 de maio de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

Na presença da quase totalidadedo clero e mais de trezentos fiéis,D. João Marcos interpelou dire-tamente o clero sobre o modocomo exercemos o ministério, semesquecer a assembleia, necessi-tando todos de escutar e obe-decer à palavra de Deus “comcoração pobre”. Transcrevemosaqui parte da homilia, podendo amesma, bem como as demaishomilias da Semana Santa, seremconsultadas na íntegra na Web:diocese-beja.pt; ecclesia.pt;upbeja.com.

“(...) Herdámos de Jesus Cristoa Sua mesma missão profética,sacerdotal e real, partici-pamos da Sua profecia, do Seusacerdócio e do Seu pastoreiocomo ministros, como servos.Não por acaso fomos orde-nados diáconos antes da orde-nação presbiteral.

1 – (...) Cumpriu-se hoje mesmoesta passagem da Escritura queacabais de ouvir (Lc 4,18.21).Dou graças ao Senhor por estaPalavra que Ele nos faz escutarde novo nesta celebração. Dou-lhe graças também pelo zelo,pelo amor com que alguns devós a viveis, dando aso a que secumpra, também nesta diocesee neste ano, esta palavra Sua. Mas estando nós a viver o AnoMissionário, peço-vos, queridosirmãos no sacerdócio, que nosdemoremos um pouco mais comesta palavra. À sua luz, per-guntemo-nos que lugar ocupano nosso ministério a dimensão

Destaques da Homilia de D. João Marcos,na Missa Crismal

17 de Abril de 2019

profética, a primeira referidanesta página de Isaías, queJesus tomou como programapara Si próprio: o Senhor meungiu e me enviou a anunciar aboa nova aos pobres. Todossabemos que o anúncio do Evan-gelho foi para o Senhor e paraos seus Apóstolos a tarefa pri-mordial, e que, ao longo dosséculos, tem continuado a sê-lo,sobretudo para aqueles pasto-res que mais positivamente mar-caram o percurso feito pelaIgreja. E nós, como preparamose fazemos as nossas pregações?Honestamente, temos de reco-nhecer que muitas das nossasprédicas não seguem de perto, eàs vezes nem de longe, o exemplodas pregações de Jesus. Ondeaparecemos nós, esvaziados denós mesmos, a pregar revestidosda autoridade que nos vem doSenhor? Quem escuta as nossashomilias como palavra de Deusà qual é bom dar atenção, e àqual é preciso obedecer? Quemas escuta com coração pobre?

2 - Perguntemo-nos irmãos,diante do Senhor, de que espíritosomos? Que espírito move asnossas vidas e o nosso agir?Onde estão, nesta diocese, osanunciadores da boa notícia,movidos pelo Espírito, esque-cidos de si próprios e do seuconforto, e dispostos a semear aboa semente de Cristo?

3 – A Carta aos Hebreus ... apre-senta Jesus como Sumo Sa-cerdote, segundo a ordem de

Melquisedec, que não ofereceuvítimas a Deus, mas pão e vinho.Para salvar o mundo, Cristoofereceu-Se a Si mesmo ao Paino altar da Cruz, carregandocom os pecados do mundo. O seuúnico sacrifício, embora feito deuma vez por todas, renova-sepelo nosso ministério, sempreque celebramos a Eucaristia erepetimos as Suas palavras naÚltima Ceia: Isto é o meu Corpoentregue por vós… Este é ocálice do meu Sangue derra-mado por vós. As palavras deCristo são palavras tambémnossas e têm o poder de fazercom que o nosso corpo sejacorpo entregue e o nosso sangueseja sangue derramado. ...Porque temos medo de perderesta vida presente? Será queacreditamos mesmo na vida domundo que há-de vir e a espe-ramos? Será que esperamos avinda de Cristo nosso Senhor, ounão? Pregamos o Evangelho deCristo que desinstala as pessoase as salva, ou entretemos os fiéiscom palavras simpáticas quegostam de ouvir mas que nãopodem salvá-los? Pelo amor aCristo Salvador que nos envia,pelo amor aos irmãos aos quaissomos enviados como profetas,sacerdotes e pastores, e tambémpelo amor a nós próprios, culti-vemos, irmãos, a dimensãoprofética do nosso ministério.Imitemos o Apóstolo S. Pauloque exclamava: ai de mim, se nãoanunciar o Evangelho! Ai de nós,irmãos, se não anunciarmos oEvangelho! (...)”

MENSAGEM DA COMISSÃO EPISCOPAL DO LAICADO EFAMÍLIA PARA O DIA DA MÃE - 5 de MAIO de 2019

Olhar e reconhecer a grandeza do amor da mãe

Sentada no chão, com um filho no colo e dois deitados no chão,tem um olhar perdido para a câmara, que não nos deixa sossegar.Há uma tristeza conformada, uma interrogação silenciosa. Éuma Mãe, vítima do ciclone Idai, em Moçambique. Outrafotografia, mostra-nos uma mulher jovem, com os pés na água,que caminha por entre escombros. A mesma tristeza. Nãopercebemos se leva consigo um filho, preso ao seu corpo, masmesmo que tal não aconteça, algum deixou para trás ou vai aoencontro de outro. Mães e filhos.Este ano, não é possível celebrar o Dia da Mãe, sem falar destasmulheres que carregam alegrias e dores, todos os dias. Quepassam fome, para dar de comer. Que não dormem, para velarsonos inocentes. Que não têm lágrimas para chorar, mas queenchem de silêncio o nosso coração.Moçambique está longe e, apesar da distância, atinge-nos,incomoda-nos, faz-nos pensar no que queremos ser e fazer. ODia da Mãe também deve ser este incómodo, este pensar noque somos e fazemos, com a nossa vida de todos os dias.Celebrar é sempre uma festa e, ainda bem que assim é. Masganha uma outra dimensão, que talvez nos coloque mais pertodo céu, mais próximos de Maria, se conseguirmos ir ao encontrode todas as Mães.Se nos deixarmos tocar pelo sofrimento das Mães quesobrevivem a ciclones, das Mães que são vítimas de violência,das Mães que choram por filhos perdidos, das Mães que correme correm, para cuidar de filhos e netos. E se nos enchermos dealegria, pelas Mães que brincam felizes em parques tranquilos,que podem alimentar os seus filhos, dar os melhores cuidadosaos que estão doentes e acompanhar o crescimento saudáveldos seus netos.Celebrar é sempre uma festa e, ainda bem que se fazem cartõesespeciais em escolas e colégios. Ainda bem que se escolhempresentes e se dão abraços e mimos. Mas tudo será mais emaior, se formos capazes de não virar as costas ao mundo, quenão é o nosso mundo. O Dia da Mãe é tudo isto. E é Moçambiquee a nossa rua.É o «martírio materno» de tantas mães prontas aos maioressacrifícios pelos filhos, pela família, pelos outros, dando a vida e,por vezes, não escutadas, compreendidas, amadas e apoiadas.A proximidade do mundo, sem fronteiras de tempo e de espaço,que entra pelas nossas vidas adentro, exige-nos uma consciênciaque terá de implicar mudanças de comportamentos.Celebrar, sim. Alegrarmo-nos, sim. Mas atentos e conscientesde que, até o pouco que temos, pode ser tudo para tantas Mães,que em tudo merecem a mesma festa, a mesma celebração, amesma alegria por este dia, o Dia da Mãe.

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2 de maio de 2019OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Mês de Maio, Mês de MariaAntónio Aparício

Senhora de Maio, vestida do solda primavera, florida nas estevase no rosmaninho dos montes, nasmargaridas amarelas e brancasdos vales, no aloirar das searasem campo raso, nesta terra doAlentejo pujante de vida, pro-messa e futuro. Tu és luz da Luz,reflexo da beleza de Deus, trans-parência do seu amor. Em Tiresplandece e floresce o sol dajustiça, de quem és aurora pro-missora e custódia luminosa. Ésgrande porque te fizeste pe-quena, simples, serviçal e tudoatribuíste ao Senhor que teescolheu, como expoente do seuamor: “O Senhor fez em mimgrandes coisas, porque olhoupara a humilde condição da suaserva” (48a-49ª).Tu és o meu solquando o sol se esconde, oremédio da alegria quando atristeza me invade, a certeza dapaz no meio da luta, respostasempre pronta, a esperançasempre certa nos silêncios deDeus e dos homens. Senhorade Maio, que o teu coração sejao meu refúgio e o caminho queme conduz Deus. Que a belezaque Te envolve me envolva a

’25 de abril’ dos sem-voz

Sílvio Couto

Longe da prosápia da macroce-falia da capital – estendida à AMLe acrescentada à língua marítimade norte a sul do territórioeuropeu – onde está o ’25 deabril’? Essa pretensão dos três‘d’s’ – descolonização, demo-cratização e desenvolvimento –já chegou aos que continuam aestar ‘sem-voz’, hoje como nopassado do regime anterior?Por muito que certas figuras dopoder, nestes 45 anos de revo-lução abrilina, digam que já foramcumpridos os tais três ‘d’s’, aindaestamos muito longe de criarcondições mínimas para que isso

seja verdade para todos os portu-gueses, tanto do litoral como dointerior.Por constituir algo de simbo-licamente bizarro vou reportar-meao ritual da comemoração do 25de abril na Moita – espaço ondevivo há oito anos, sete meses evinte e oito dias – num misto deaprendizagem, de reconheci-mento e mesmo de aferição…Durante cerca de uma hora, namanhã de 25A, pode-se ver umcerto desfile de forças em con-glomeração, como se de paga-mento de favores se possa tratar:um misto entre desfile carna-valesco e de procissão mal-amanhada percorre os espaçoscentrais da povoação. O ritual vaiperdendo fogo e os sinais dosintervenientes podem consi-derar-se desconexos, pois se unslevam os estandartes alçados,outros levam-nos ao ombro –sabe-se lá se conhecem o signi-ficado de cada qual das posições– isto já para não falar em vermosoutros roçar em terra com ossímbolos das coletividades sur-gidas depois de quarenta anos

de novo regime…Que as forças da dita democraciase achem no direito de osten-tarem as causas que as fazemcorrer, ainda se suporta, masserá, no mínimo, duvidoso queas autarquias – ou quem assuporta ideologicamente – consi-derem que os espaços públicospossam ser tratados à maneira doseu quintal individualista, ondecada um possa impor-se a quemnão pensa nem vota como quemgoverna…isso, sim, há quasetanto tempo como reinou a ter-ceira república… Terá a ditaduraoutro nome, se for votada sobmanipulação democrática?Os pagadores do recebimento desubsídios vão-se arrastandonuma leitura mais ou menosvangloriosa, desde que pas-seando-se no veludo da boaharmonia e enquanto vai ha-vendo proventos para flutuarempor mais algum tempo.E, se, de repente, tudo mudassede coloração: qual seria a reação– sim, essa que julgam teremexorcizado, mas que continua areclamar – dos atuais ocupantes

dos postos de mando? Talvezseja preciso algum entendimentopara se colocar no lugar dos ‘sem-voz’, pois são ostracizados sóporque não fazem parte da men-talidade reinante e reinadora…Até onde irá a arrogância dequem se acha dono-e-senhor dealgo que não lhe pertence, masfaz parte indistinta de todo opovo e não de fações, ideologiasou partidos?Quem ensinará certos mentores‘urbanos’ a respeitarem os ‘ru-rais’, silenciados à força oucondicionados por míngua demeios para se fazerem ouvir?

= Se quiséssemos inventar ou-tros três ‘d’s’, quarenta e cincoanos depois da revolução abri-lina, teríamos de conjugar di-nheiro-desvergonha-diversãopara classificarmos algumas dasatitudes atuais de menor deno-minador comum. Outra hipótesepara os três ‘d’s’ poderia ser a dedesilusão-disparate-dissonância,numa tentativa de encontrar quemse aproveitou das possibilidadespropostas e as fez reverter parasi e para os do seu grupo de

interesses.Se atendermos às mais recentesrevelações dos episódios quefizeram a revolução abrilina ve-mos que muitos dos descen-dentes do seu incremento nãoconseguiram libertar-se dos as-somos de vingança – em certosmomentos reclamando fuzila-mento dos opositores – e, para jáem forma de verborreia, vãocontinuando o que antes foitomado por reivindicação, feliz-mente, não-concretizadaHoje continua a haver uma imen-sa multidão silenciosa e/ousilenciada que vai vivendo foradas categorias de vitoriosos,adiando a possibilidade em se-rem pessoas com iguais di-reitos, almejando passar da fasedas obrigações. Basta de sub-missão aos protegidos dasclasses que têm acesso aoprato, onde a comida é servidacom discrepâncias intoleráveis.Não serão denúncias das ‘polí-ticas de casos’ e atoardas anti-cobardia que farão deste paísum espaço democrático, tole-rante e com futuro… Palavrasleva-as o vento!

mim e me lance nas tarefas dobem, da bondade, da justiça eda fraternidade.Senhora de Maio, perfume deDeus, que enche de aroma toda acasa (Jo 12, 3b), presença inefávelna solidão, ternura e bálsamo queconsola o meu coração e o fazrepousar. És o perfume do bem,da beleza, da bondade, da alegria,da fraternidade, do louvor e dopuro amor. Tu és o “lírio dosvales”(CC 1,2), a Rosa Mística

de Jericó” (Ecl 24,14), A Palmeirae a Torrente de Engadi (Ben Sirá24,18), o Cipreste altaneiro everdejante do Líbano que tem asraízes na terra, mas que aponta oCéu (Sl92,13). O perfume doscampos loiros de trigo e coloridospela plantação de girassóis,alegram e enchem do gozo olavrador. O perfume do Teu amormata a noite dos nossos dias eleva-nos a navegar no mar doamor trinitário de Deus, enchendo

de paz, alegria e consolação, onosso caminhar, à imagem do teuviver e caminhar. Maria, é bemcerto, enquanto viveste nãotiveste tempo para estar no altar,diligentemente ocupada no ser-viço que Deus Te confiou. Sejatambém este o perfume da minhavida.Senhora de Maio, profecia donovo Céu e da nova terra, novaEva da nova humanidade renas-cida da Páscoa de Teu Filho. EmTi a terra se faz Céu e o Céu desceà terra. Diz o P. António Vieira queantes da Encarnação, havia doisextremos intocáveis no mundo:Deus no Céu e o homem na terra.Com a Encarnação que se operouno Teu seio, Deus fez-se homem,e os homens se tornaram deuspor adoção. Tu és o lugar doencontro, a certeza que Teu Filhose fez caminheiro dos nossoscaminhos, como o terceiro deEmaús (Lc 24, 15). Por este facto,o homem não necessita de asaspara ir ao Céu, é o Céu que vem anós por Maria. Como Maria,somos chamados a viver o mila-gre da normalidade, fazendo commuito amor aquilo que se faz: aida à fonte, os arrumos da casa, ocuidado do comer e do vestir, a

prática da proximidade com osfamiliares e vizinhos. Fazer bem,com arte, fraternidade e beleza oque se faz, eis a grande profeciaque os cristãos são chamados aviver frente ao mundo, à imagemde Maria.Senhora de Maio, Virgem dasVirgens, fiel ao amor exclusivode Deus. Tu não sabias queDeus, na sua Providência eprevisão Te criou sem o pecadodas origens, em atenção aosméritos futuros de Teu Filho. Tués a Filha de Sião, em Ti se realizaa virgindade da Igreja. Pela Tuadecisão de guardar a virgindade,assumiste a sorte das mulheresque ficaram sem filhos, olhadascomo malditas, como opróbrioaos olhos do povo, como con-fessou Isabel (Lc 1,25). Olhastea vida como dom e a entregasteao Dador com amor fiel e ex-clusivo. Mas aquilo que antesera uma humilhação, em Ti, Ma-ria, pela Anunciação, tornou-seuma bênção (Lc 1, 48) e fonte debênçãos para a Igreja e para omundo. Que a Santa Igreja apren-da a ser Virgem, como Maria,deixando-se inspirar e conduzirpela presença dinâmica e criadorado Espírito Santo.

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2 de maio de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

2maio2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 22 a 28 de abril, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fiscali-zação rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais:

1. Detenções: Dois detidos emflagrante delito, um por conduçãosob o efeito do álcool e outro porcondução sem habilitação legal.

2. Apreensões: 14 doses de

haxixe e dois veículos.

3. Trânsito:Fiscalização: 188 infrações dete-tadas, destacando-se: 14 por faltade inspeção periódica obriga-tória; 14 por uso indevido dotelemóvel no exercício da con-dução; 11 por falta de seguro deresponsabilidade civil obriga-tório; 10 por condução com taxade álcool no sangue superior aopermitido por lei; 10 por infraçõesrelacionadas com tacógrafos.Sinistralidade: 36 acidentesregistados, resultando num mor-

to e doze feridos leves.

4. Fiscalização Geral: 15 autosde contraordenação: Oito noâmbito da legislação policial; seteno âmbito da legislação da prote-ção da natureza e do ambiente.

5. Ações de sensibilização: Duasno âmbito da operação “Resi-dência Segura”, tendo sido sensi-bilizados 17 idosos outra noâmbito da “Violência Doméstica”,tendo sido sensibilizados 84alunos, cinco professores e umaassistente social.

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorCalma!

A professora aponta para o mapa e diz:- Hoje vamos até à Argentina!Diz o Joãozinho:- Ó professora, espere só um bocadinho que eu tenho de avisar aminha mãe!

Costa mais próxima

Numa ilha estavam presas uma loira, uma morena e uma ruiva. Acosta mais próxima estava a 50 quilómetros de distância, masmesmo assim decidem testar a sorte e chegar até à costa a nado.A ruiva nada 15 quilómetros, mas acaba por se afogar e morre. Amorena ainda consegue nadar 24 quilómetros, mas também acabapor se afogar e morrer. Já a loira consegue nadar 25 quilómetros,mas acabou por se cansar e decidiu voltar para trás.

Contas com dinheiro

Na escola, o professor pergunta ao aluno:- Vamos imaginar que tu tens um euro no bolso e pedes ao teu paimais um euro. Com quantos euros ficas?- Com um euro. – responde o aluno.O professor, irritado, diz:- Não sabes nada sobre matemática!E responde o aluno:- E o professor não sabe nada sobre o meu pai!

Nova pista de atletismo

Complexo desportivoFernando Mamede em Beja

O município de Beja assinou ocontrato de empreitada com aempresa Fabrigimno para a reno-vação da pista de atletismo docomplexo desportivo FernandoMamede.Um investimento de 512 mil eurosque aprovado pelo Tribunal deContas no passado dia 18 deAbril.A beneficiação da pista é umaantiga aspiração do concelho jáque a atual pista está muitodegradada e não permite a rea-lização de provas federadas

Bispo das Forças Armadas e de Segurançaassinalou aniversário da GNR

O bispo das Forças Armadas ede Segurança presidiu, no dia 30,em Lisboa a uma Missa de açãode graças pelo 108.º aniversárioda GNR, que considerou o “rostodo desenvolvimento ético, sociale humano” alcançado pela socie-dade portuguesa.“Os «Postos» da GNR sempreforam e continuam a ser cidadelaspresentes ao longo de todo oterritório nacional. E esta pre-sença, promotora de tranqui-lidade e paz, ao lado da ação quedesenvolve, representa umagarantia civilizacional porque nãodeixa o cidadão entregue à suasorte, tendo ele próprio de ga-rantir a sua segurança”, declarouD. Rui Valério, na homilia dacelebração, enviada à AgênciaECCLESIA.A Missa de Ação de Graças foicelebrada na igreja dos Mártires;a cerimónia militar que assinala oaniversário da Guarda Nacional

Republicana acontece na próximasegunda-feira.O responsável pelo OrdinariatoCastrense apresentou uma re-flexão centrada em três palavras,“gratidão, memória e esperança”.“Que Nossa Senhora do Carmo,

vossa padroeira, proteja os seusfilhos que servem Portugal naGNR, os ampare, auxilie e con-duza sempre na estrada da Se-gurança. Pela Lei e pela Grei,Nossa Senhora do Carmo, rogaipor nós”, concluiu D. Rui Valério.

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2 de maio de 2019

Vigília Pascale Domingo de Páscoa

Às 21.30 horas de Sábado, dia 20 de abril, teve início a Solene VigíliaPascal, ponto culminante da celebração anual da Páscoa.Após a vivência da Quaresma, é necessário dar lugar à exultação ealegria, celebrando a vitória do Senhor sobre a morte. A celebraçãoconstou de quatro partes: a liturgia da luz (bênção do lume novo,preparação do Círio Pascal, procissão com o mesmo e proclamação doPrecónio ou anúncio Pascal); a liturgia da Palavra, esta noite maisabundante (nove leituras); a liturgia baptismal (depois da bênção daágua, o senhor Bispo procedeu ao Baptismo de uma adulta que sepreparou demoradamente) e a renovação das promessas baptismais,por parte de toda a assembleia; a liturgia eucarística, na qual a neófitaparticipou pela primeira vez de forma plena (1ª Comunhão), depois deter recebido o Baptismo e a Confirmação ou Crisma. De sublinhar que a Igreja, expressando-se, parece estar embriagadapor tanta alegria nesta “noite bendita”, “mais clara que o dia”, aoponto de bradar “Ó ditosa culpa que tal e tão grande redentor mereceuter”!No Domingo de Páscoa, o Senhor Bispo presidiu à Eucaristia das 11.30horas, na Igreja Catedral e, no final do Pontifical Solene, almoçou, naCasa Episcopal, com um grupo de Padres que residem na cidade deBeja.

ÚLTIMA PÁGINA

À semelhança de S. Paulo, queos considera como consti-tuintes de um grau hierárquicoda Igreja (Fil. 1,1), exigindo-lhespor isso certas qualidades pes-soais (1 Tim. 3,8-13), também aDidaché os tem em grandeestima, juntamente com osBispos: «homens mansos, de-sinteressados, verdadeiros eprovados». Santo Inácio deAntioquia chama-os seus “co-legas de serviço”, “particu-larmente queridos, encarre-gados do ministério de JesusCristo...” Devendo ser res-peitados “como a Jesus Cristo”,são seus e indispensáveis àvida da Igreja, ao ponto de semeles, tal como sem os Bispos,não se poder falar de Igreja. NaCarta aos Tralianos sublinhaque “não é de comidas e bebi-das que são diáconos, mas sãoservos da Igreja de Deus” (II,

3), indispensáveis à vida daIgreja, não se podendo, semeles, falar de Igreja (cf. III, 1).Assistiam os Bispos quer comosus delegados às várias Igrejas,quer sendo seus conselheirose companheiros nas missõesitinerantes – porque “particu-larmente queridos” – quer aindaexercendo o ministério da Pa-lavra, como o próprio Inácio deAntioquia testemunha a res-peito do diácono Fílon e de ReoAgatópode. Policarpo de Es-mirna coloca-os “submissosaos anciãos e ministros, como aDeus e a Cristo” e chama-os“servidores de Deus e de Cristo,não dos homens”, pelo quedevem ser irrepreensíveis, isen-tos de cobiça, castos, miseri-cordiosos e zelosos.Segundo a Tradição Apos-tólica de Hipólito de Roma, naordenação dos diáconos so-mente o bispo impõe as mãosao candidato e não todo opresbitério porque “o diácononão é ordenado para o sacer-dócio, mas para o serviço doBispo” (nº 24).Na Didascália dos Apóstolosencontramos relações muitoestreitas entre o Bispo e odiácono ao ponto de seremcomparadas com as de Cristocom o Seu Pai: “Assim comoCristo nada faz sem o Pai, assimtambém o diácono nada fazsem o bispo. Assim como OFilho não existe sem o Pai,assim também o diácono nãoexiste sem o seu Bispo. Assimcomo Cristo está ordenado aoPai, assim também o diáconoao Bispo. E assim como o Filho

O Diaconado e o Ministério Episcopal

é mensageiro e profeta do Pai,assim também o diácono é men-sageiro e porta-voz do Bispo”.A realização do ideal das relaçõesna unidade do Filho com o Paifrutificará em favor da paz naIgreja: “Tende uma só alma eexigi com diligência que o povoseja unânime, porque ambosdeveis formar um só corpo, pai efilho, uma vez que sois imagemde Deus...Seja o diácono oouvido e a alma do Bispo,porque se ambos formardes umsó coração, pela vossa con-córdia reinará a paz na Igreja”.De um modo geral, podemosconcluir que o diácono eraordenado para o serviço doBispo, pronto para executar tudoo que este lhe ordenasse. Nesteâmbito, é de supor que tinha umcampo de acção muito amplo umavez que lhe competem todas asfunções que o Bispo lhe confia eque não são exclusivamentesacerdotais tais como algumastarefas administrativas, litúrgicase caritativas. Nas assembleiasEucarísticas o diácono deviaparticipar também na qualidadede “liturgo”. Deste modo, antesdo início do ofício, pelo menosum deles devia colocar-se à portada Igreja fazendo o acolhimentoe acompanhando os fiéis até aoslugares para eles preparados.Iniciado o ofício, alguns diáconosdeviam ficar no meio dos fiéis«para cuidar da ordem e dosilêncio» enquanto outros ser-viam ao altar durante o sacrifícioEucarístico.No seu ministério litúrgico, aoDiáconos ocupavam-se tambémda preparação das oferendas dopão e do vinho, “partir o pão”,«apresentar ao presbítero aEucaristia» e o cálice aos fiéis,ao lado do presbítero que dis-tribuía “o pão consagrado”. S.

Justino apresenta-nos umadisciplina algo diferente, com-petindo aos Diáconos, pordireito próprio, a distribuiçãodo pão consagrado aos fiéis. Àmargem das assembleias euca-rísticas dominicais os diáconosestão também ao serviço dospresbíteros quando estes cele-bram nas prisões, assistem oBispo na administração dossacramentos e levam o neófitoao baptistério e exortam-no arenunciar a Satanás.Numa época em que a Igreja seempenhou seriamente na orga-nização da beneficência é evi-dente que quis confiar estafunção caritativa aos Diáconos,dos quais o Bispo esperavasaber quais eram os pobres eos que estavam doentes paraque, se o desejasse, os fossevisitar. Não sendo suficienteinformar o Bispo acerca dasnecessidades existentes a suaajuda nas funções caritativasestendeu-se também à própriarecepção dos dons e à suahonesta distribuição. Se nestaobra de beneficência faltasseum especial amor pelos órfãose viúvas ou se manifestassequalquer aproveitamento ilícitoeram severamente censurados.Em íntima relação com a funçãocaritativa, os diáconos iam-setambém inteirando acerca davida moral e religiosa doscristãos, dando certamente aoBispo seu parecer acerca doestado da “vivência religiosa”da comunidade. Frequente-mente os próprios diáconosdariam conselhos aos indecisose instruiriam os ignorantesacerca das verdades funda-mentais da fé cristã.

Novais Pereira