IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano...

8
Ensinamento Actualidade Directriz Experiências de Fé Estilo de Vida Passo a Passo Obter saúde e uma alimentação adequada, respeitar o solo, a natureza e a perpetuação da espécie humana: isso levou milhares de africanos a desenvolverem hortas em seus lares. Actualmente, já somam mais de 20 mil Hortas Caseiras no continente e muitas experiências. Págs. 6 e 7 Johrei News IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE ÁFRICA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL – SEDE CENTRAL DE ÁFRICA Ano 3 – Fevereiro de 2010 – n o 7 Presidente da IMMA orienta sobre a prática das pequenas acções altruístas Págs. 4 e 5 Incentivo à cultura e à arte na Sede Central (foto ao lado) e à saúde pública em instituto de Angola Pág. 3 O objectivo é capacitar as pessoas para implementar a Horta Caseira, a Horta Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar através de sistemas sustentáveis Mulher “combate” a vizinhança problemática com amor e fé Pág. 5 Acesse e conheça o estilo de vida messiânico Pág. 3 www.johreiafrica.com E quem quiser adoptar este hábito saudável, encontra um manual prático e fácil para desenvolver uma horta dentro de casa. Pág. 8

Transcript of IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano...

Page 1: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

Ensinamento

Actualidade

Directriz

Experiências de Fé

Estilo de Vida

Passo a Passo

Obter saúde e uma alimentação adequada, respeitar o solo, a natureza e a perpetuação da espécie humana: isso levou milhares de africanos a desenvolverem hortas em

seus lares. Actualmente, já somam mais de 20 mil Hortas Caseiras no continente e muitas experiências.

Págs. 6 e 7

Johrei NewsIGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

DE ÁFRICA

IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano 3 – Fevereiro de 2010 – no 7

Presidente da IMMA orienta sobre a prática das pequenas acções

altruístas Págs. 4 e 5

Incentivo à cultura e à arte na sede Central

(foto ao lado)

e à saúde pública em instituto de Angola

Pág. 3

Horta CaseiraO objectivo é capacitar as pessoas para implementar a Horta Caseira, a Horta

Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar através de sistemas sustentáveis

Mulher “combate” a vizinhança problemática

com amor e fé Pág. 5

Acesse

e conheça o estilo de vida messiânico

Pág. 3

www.johreiafrica.come quem quiser adoptar este hábito

saudável, encontra um manual prático e fácil para desenvolver

uma horta dentro de casa.

Pág. 8

Page 2: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

2

Ensinamento

edito

rial

O Johrei News é produzido pela Igreja Messiânica Mundial em África – Rua da Escola 28 de Agosto – Futungo 2 Kawelele – Luanda – Angola – Cx. Postal: 1310Registo: MCs - 390/B/2004

Presidente: rev. francisco jésus fernandes

Vice-Presidente: Min. Claudio Cristiano l. Pinheiro

Gabinete da Presidência: Min. glauro M. s. leite filho

Assessoria de Comunicação: Min. gilmar dall’stella

Johrei News

Gestão Operacional: joão josé tavaresJornalista Responsável: josé Armando estrelaEdição e Editoração Eletrónica: Ana Cristina stabelitoFotografia: josé Armando estrela, Manuel Armando guerra lopes, joão Mavinga Colaboradores: Avelino da Costa, raquel de O. fernandesRevisão Ortográfica: josé Armando estrela, joão josé tavaresTradução para o inglês: samuel elyacharTradução para o francês: solange strobel

Distribuição: IMMAImpressão: eAl

Tiragem: 30 mil exemplares

Periodicidade: trimestral

E-mail:[email protected]

IMM

A ANGOLA –Tel.: 244 222 00 9385 244 222 00 9416

MOÇAMBIQUE – Tel.: 00258 21 300-275

REP. DEM. DO CONGO – Tel.: 243 315 102 187

SÃO TOMÉ E PRINCIPE – Tel.: 00239 227805

ÁFRICA DO SUL – Tel.: 27 12 320 5484

Parecem pequenas, mas não são. Parecem fáceis aparentemente, mas é um grande desafio. A prática de pequenas acções altruístas tem uma profundidade que a lógica é incapaz de explicar. Afinal, transformar hábitos egoístas solidificados por várias gerações em Práticas de Amor Altruísta não é para qualquer um. Também não basta querer mudar contando apenas com a própria força. É preciso muito mais para conseguir extrapolar os limites do possível e interagir com o destino. Esse “muito mais” é justamente o tema da entrevista com o Presidente da Igreja Messiânica Mundial de África – IMMA, Reverendo Francisco Jésus Fernandes. Ele aborda com clareza toda a singularidade desta prática que está revolucionando a vida de milhares de messiânicos em todo o mundo. Com objectividade, ele ensina desde como detectar o que é preciso ser feito até como conquistar o mérito de executá-la, alcançando resultados efectivamente positivos. Além disso, conta sua experiência na realização dessa directriz.

Para realçar ainda mais essa orientação, imprimimos a experiência de fé de Julieta Pinto. Com as pequenas práticas de amor altruísta – limpeza na rua e distribuição de flores – ela entendeu sua missão e conseguiu executá-la, conquistando uma vida com paz e segurança num bairro reconhecidamente violento.

Outra prática que está revolucionando a vida de muitas pessoas é o desenvolvimento de Hortas Caseiras. Com criatividade, inteligência e disposição, os messiânicos africanos estão derrubando mitos, empecilhos e “construindo” suas hortas em jardins, quintais, pequenos canteiros, vasos e, pasmem-se, até carrinhos de mão. Eles não se intimidam diante de barreiras. E se não é possível cavar um espaço na área externa de casa, eles elegem alguns centímetros em objectos que reciclam para tal finalidade. Resultado: adquirem saúde, alimentos puros e uma vida com muito mais sabor. Deve ser por isso que o continente africano já abrigue mais de vinte mil Hortas Caseiras... E se você quiser adicionar mais uma às já existentes, leia o passo a passo na última página. É muito simples de fazer.

Boa sorte e até a próxima edição.

A higiénica e agradável Agricultura Natural nas hortas caseiras

(...) no caso das hortas caseiras, feitas por amadores, a boa nova da Agricultura Natural é como a luz que surge nas trevas. Nelas, utilizava-se principalmente o estrume, cujo manuseio é insuportável sob vários aspectos, inclusive olfactivo. Adoptando-se o cultivo sem adubos, esse sofrimento desaparece, e o trabalho, por ser higiénico, torna-se agradável. Além disso, os resultados são bem melhores e o trabalho é menor, matando-se dois coelhos numa só cajadada. Vou enumerar as vantagens do método.

Sendo utilizados apenas compostos naturais, não há o mal-estar causado pelo uso do estrume, e o trabalho é menor. As verduras obtidas são da melhor qualidade, e o seu sabor nem se compara ao das verduras tratadas com adubos. O volume e a quantidade dos produtos são maiores. O aparecimento de pragas reduz-se a uma pequena fracção do que acontece no caso do emprego de adubos; portanto, não há necessidade de defensivos. Não existe problema de transmissão de larvas e pragas. Muitas outras vantagens poderiam ser citadas; relacionei apenas as principais.

Explicarei agora o princípio e a utilização dos compostos naturais. A Agricultura Natural utiliza compostos naturais de dois tipos: o de capim e o de folhas de árvores. O primeiro é próprio para ser misturado à terra, e o segundo é indicado para fazer um leito abaixo do solo.

A diferença entre a agricultura tradicional e a nossa é que esta considera o solo como uma matéria profundamente misteriosa criada por Deus para o desenvolvimento de alimentos vegetais. Por conseguinte, activar ao máximo a força do solo significa alcançar o objectivo original com que ele foi criado. Desconhecendo este princípio, os antigos passaram, não se sabe quando e baseados numa interpretação errónea, a usar adubos, prática, cujo resultado é a diminuição da produtividade e a morte do solo. Na tentativa de cobrir esse enfraquecimento, utiliza-se adubos em quantidade cada vez maior, o que leva à intoxicação das plantas. Dizem que o solo japonês empobreceu, e isso pode ser atribuído aos adubos; os adubos químicos modernos, principalmente, aceleram o processo de empobrecimento do solo. Uma boa prova disso é que há uma melhora temporária quando se lhe acrescentam terras virgens de outros lugares, em virtude da queda da produção. Os agricultores interpretam que esta caiu porque os cultivos efectuados por longos anos esgotaram os nutrientes da terra. Acham, portanto, que as terras virgens conseguirão suprir os nutrientes. Isso é um grave erro, pois na verdade o solo perdeu sua força devido à utilização de adubos. Com o acréscimo de terra isenta de tóxicos, ele em parte se recupera.

Por outro lado, os compostos naturais têm por finalidade impedir o endurecimento do solo e também aquecê-lo. O fundamental, para activar o crescimento das plantas, é promover o desenvolvimento da raiz, sendo que o primeiro passo nesse sentido consiste em não deixar o solo endurecer; daí a necessidade de se misturar bem, a ele, o composto natural. Para incentivar o crescimento dos “cabelos” da raiz, deve-se utilizar o composto natural à base de capim, pois as fibras deste são macias e não atrapalham o crescimento. As fibras das folhas de árvores, no entanto, são mais duras, e por isso não convém misturá-las ao solo. O melhor é utilizá-las para fazer um leito abaixo do solo, a fim de aquecê-lo. O ideal seria uma camada de uns 30 cm de terra misturada com composto à base de capim e, abaixo dela, um leito da mesma espessura, à base de folhas de árvores.

No caso de verduras, soja etc., o processo descrito é conveniente, mas tratando-se de nabos, cenouras e similares, devem-se dimensionar as camadas de maneira adequada, fazer montes de terra e plantá-los aí, para que suas raízes recebam bastante sol, pois assim o crescimento será excelente. Se a batata-doce, por exemplo, for plantada em montes de mais ou menos 60 cm, dispondo-se as mudas numa distância de 30 cm umas das outras, colher-se-ão batatas gigantes. Ouve-se dizer frequentemente que o melhor é dispor os montes de terra em sentido Norte-Sul ou Este-Oeste, de modo que as plantas recebam bastante energia solar. Para isso, entretanto, basta dispô-las segundo as condições locais, e levando em consideração a direcção do vento. Quando este é muito forte, os caules se quebram; assim, é necessário plantar árvores em volta ou fazer cercas, a fim de diminuir a acção do vento.

Quanto mais limpo for mantido o solo, maior será a sua vitalidade. Portanto, a utilização de impurezas como o estrume traz resultados adversos. Devido ao desconhecimento desse fato, o trabalho não só tem sido infrutífero como contraproducente.

Os americanos não comem verduras produzidas no Japão, pois temem a presença de parasitas. No caso da Agricultura Natural, essa preocupação desaparece. Trata-se realmente de uma fabulosa revolução da agricultura, constituindo uma grande boa nova dirigida aos nossos irmãos.

Meishu-sama – 30 de Março de 1949

Page 3: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

3

Actualidade

“O Paraíso é o Mundo do Belo” foi o tema que acolheu, no dia 20 de Dezembro de 2009, na Sede Central de África, o 1o Festival Messiânico de Cultura e Arte, que contou com a participação de cinco grupos corais, dois cantores, quatro declamadores de poesia, três grupos de dança infanto-juvenil (no estilo Hip-Hop e Kuduro), com um total de 25 crianças e seis jovens, e um grupo teatral de jovens do Johrei Center Rocha Pinto.

O festival foi realizado no âmbito do programa alusivo ao Natalício de Meishu-Sama, o fundador da Igreja Messiânica Mundial, que nasceu à 23 de Dezembro de 1882.

A sessão de abertura foi presidida pela Ministra-Adjunta da IMMA, Ernestina Olinda Prazeres Coimbra Júnior, directora do Gabinete de Pesquisa Científica da IMMA – África, e o acto de encerramento foi responsabilizado ao Ministro João José da Cruz, director do Gabinete das Tecnologias de Informação da IMMA.

1o Festival de Cultura e Arte da IMMA

Nas intervenções dos dois ministros, foi unânime a reflexão de considerar o Festival de Cultura e Arte como uma actividade que corresponde ao Plano Divino e à vontade de Meishu-Sama, que consagrou a Arte e o Belo como uma das Colunas de Salvação da Humanidade, no seu sentido mais amplo.

Retratos culturais da Baixa do Cassanji

Retratos de raízes culturais profundas da região angolana conhecida por Baixa de Cassanji, na província de Malanje, marcaram o festival, ao serem apresentadas algumas máscaras e vestes tradicionais restritas, de intenso reconhecimento cultural nacional.

Além do grupo cultural 4 de Janeiro (município de Kilamba Kiaxi), que representou retratos culturais da região da Baixa de Cassanji, entre eles os ligados à natureza, aos hábitos e aos costumes da região Leste de Angola, e a encantadora encenação mímica e dançada das diferenças entre a educação dos jovens de ontem e os de hoje, o festival foi marcado pela exibição do jovem músico Chimuna, que cantou o Hino do Festival no estilo Hip-Hop, e do palhaço Sebas, que encenou a Filosofia da Salvação.

O site da Igreja Messiânica Mundial de África foi lançado com o objectivo de levar as informações da instituição ao seu público interno – ministros, membros, missionários e frequentadores – e externo – órgãos públicos e privados, média, instituições religiosas e outros.

Organizadores projectam festival abrangente

às outras Igrejas

Numa entrevista, o Ministro Francisco Xavier Hatewa, da Igreja Messiânica Mundial de África, afirmou que a organização do festival está a trabalhar no sentido de tornar os próximos eventos abrangentes a outras instituições culturais e religiosas, pois, no seu entender, este primeiro foi uma antecâmara para os seguintes.

O Ministro Hatewa, que esteve à testa da organização, agradeceu todos que tornaram o festival uma realidade: “Espero que nos próximos anos o período de preparação seja de dois ou três meses no mínimo e que esse período seja antecedido por pequenos festivais de cultura e arte, para melhorar a qualidade dos festivais de maior intervenção”. Segundo ele, a Sede Central da África continua preparada para receber figuras máximas de diversas iniciativas culturais.

Sede Central de África acolhe

Institucional – O site possui uma área institucional onde é possível saber mais sobre os objectivos da Igreja Messiânica Mundial, seu fundador, as orientações do 4o Líder Espiritual, a base da sua filosofia, da sua doutrina, assim como a prática do Johrei, da Agricultura Natural e do Belo.

Busca de Unidades – É possível acessar os endereços da Igreja em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo e África do Sul.

Informações actualizadas – Periodicamente, o usuário poderá ficar por dentro das notícias, das actividades realizadas pela Igreja, das datas dos eventos, ler e assistir vídeos de experiências de fé e outros, saber sobre as publicações de livros, ler as edições do jornal Johrei News e buscar inspiração para o seu quotidiano na coluna

“sabedoria para o dia-a-dia”.

Versões – O site foi lançado em três versões: português, inglês e francês. Além disso, está se estruturando para oferecer o seu conteúdo em dialectos locais e outras línguas.

www.johreiafrica.com

JCapacitação de Monitores

Comunitários de

Saúde Pública

O 1o seminário de “Capacitação para Monitores Comunitários de Saúde Pública”, no Instituto Médio de Saúde de Luanda, em Angola, decorreu, nos dias 9, 10 e 12 de Novembro de 2009.

No seminário, organizado pela Divisão de Pesquisa Científica da Igreja Messiânica Mundial de África, chefiada pela Ministra-adjunta Ernestina Olinda Prazeres Coimbra, foram prelectores renomados médicos e especialistas de saúde pública da Direcção Provincial de Saúde e de algumas unidades hospitalares em Luanda, que ao longo de três dias ministraram aos participantes, matérias relacionadas às principais endemias, nomeadamente: o paludismo, doenças diarreicas agudas, doenças transmitidas sexualmente, com maior incidência ao HIV e SIDA, e no que toca a medidas de prevenção, particularmente, a higiene e a limpeza.

Participaram ao seminário, dedicantes da Divisão de Pesquisa Científica na Sede Central da África, e de algumas unidades religiosas da Igreja Messiânica Mundial em Luanda, num número aproximado de 40 profissionais de saúde.

Page 4: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

4

Directriz

JN: Por que actualmente a desarmonia habita os lares de tantas famílias?

Reverendo Francisco: Nós estamos muito preocupados com a situação dos lares. Isso em âmbito mundial, pois muitos estão se deteriorando e as famílias se perdendo. Na verdade, nós temos o livre arbítrio: se cultivarmos o amor e a gratidão dentro dos nossos lares, certamente, irá nascer a felicidade e eles se tornarão paradisíacos. Já se cultivarmos o egoísmo e o apego viveremos sempre em desarmonia. Toda pessoa, independente da religião, da cor ou de qualquer outra característica, possui dentro de si uma semente do Paraíso. Por isso não importa se é branca, negra, amarela, rica, pobre, jovem, idosa, analfabeta ou intelectual. No entanto, por desconhecer esta verdade, estas sementes, que naturalmente deveriam florescer e se transformar em esplendorosas árvores paradisíacas (famílias harmoniosas), estão se tornando árvores cheias de doenças, conflitos, pobreza e fome. A nossa missão é ajudar essas pessoas (sementes do Paraíso) a florescerem e se tornarem árvores paradisíacas, ou seja, árvores saudáveis, bonitas, harmoniosas, com raízes fortes (antepassados) e em condições de produzir bons frutos (descendentes). E o único caminho para que esta transformação ocorra é a prática do Amor Altruísta. Meishu-Sama orienta que “quem deseja ser feliz deve, primeiramente, tornar feliz o seu semelhante, pois a Divina recompensa que disso provém será a verdadeira felicidade”. Mas se tornar uma pessoa altruísta não é uma tarefa simples. Cada um tem o seu tempo, seus desafios e, principalmente, dificuldades para mudar certos hábitos. Mesmo assim, todos podem conseguir. Afinal, isso é o que estamos constatando através das inúmeras experiências de fé que ocorrem diariamente em nossa Igreja.

JN: Como a Igreja Messiânica consegue desenvolver o Amor Altruísta nas pessoas?

Reverendo Francisco: Não é uma tarefa simples, pois cada pessoa tem o seu tempo. Mas todos podem começar pela PRÁTICA DE PEQUENAS ACÇÕES ALTRUÍSTAS. Eu mesmo iniciei esta prática no meu lar. Eu costumo sair de casa às 7 e retornar às 22 horas. Além disso, como Presidente da Igreja na África, Vice-Presidente e Director Nacional de Expansão da Igreja no Brasil, Presidente da Comissão de Jovens do Brasil, Director do CEDIN para difusão da América Latina e Conselheiro da Igreja nos Estados Unidos, preciso viajar bastante. Então, pensei: “como vou conseguir realizar pequenas acções altruístas no meu lar? E se eu não praticar, como vou orientar as pessoas a fazerem o que eu mesmo não consigo fazer?” Confesso que, diante desta situação, tive que pedir ajuda

ao Supremo Deus, ao Messias Meishu-Sama e aos meus antepassados. Afinal, mudar hábitos não é fácil. Percebi que, ao longo dos anos, vinha realizando pequenas acções egoístas, principalmente dentro da minha casa. Fazendo uma Reflexão Profunda, detectei essa falha em mim. Então, pensei: “Eu preciso mudar”. Mas como estamos treinados a realizar pequenas acções egoístas e nem sequer percebemos esse nosso comportamento, é preciso seguir o que Jesus falou: “Orai e vigiai”. Caso contrário, acabamos voltando a praticar acções egoístas. Eu me determinei e orei: “Messias Meishu-Sama, por favor, me utilize nestas pequenas acções altruístas que desejo realizar em meu lar”.

JN: Que tipo de pequenas acções altruístas o senhor percebeu que poderia praticar em seu lar?

Reverendo Francisco: Diariamente, quando tocava o despertador, minha esposa levantava, colocava a mesa do café, eu ia tomar banho e, enquanto isso, ela arrumava a cama. Quando íamos para a África do Sul, eu costumava arrumar a cama. Um dia, ela comentou que lá eu arrumava, mas no Brasil não. Detectei que isso iria fazê-la feliz e tomei a decisão de começar a arrumar a cama. No primeiro dia que realizei esta prática, ela voltou para o quarto, viu a cama arrumada e não falou nada. Acredito que deve ter pensado: “Quero ver se ele vai prosseguir”. No outro dia, fiz a mesma coisa. No terceiro dia, novamente. Aí sentamos para tomar café e ela perguntou: “Por que você está fazendo isso?” Como ela é filha de alemães e quer sempre saber a razão de tudo, queria saber por que eu estava arrumando a cama. Expliquei com outra pergunta: “Qual é a moral que eu vou ter para dizer para as pessoas realizarem pequenas práticas de acções altruístas nos lares se eu não fizer, se eu não for o exemplo?” Quando falei isso, vi lágrimas correrem dos seus olhos. Ela segurou minha mão e falou: “Muito obrigado, você está me ajudando muito”. Percebi que uma pequena acção tocou o coração

dela. Aí me empolguei: “O que mais posso fazer para deixá-la feliz?” Eu costumo acordar de madrugada para ir ao banheiro e ela sempre despertava junto porque tem o sono muito leve. Além disso, quando eu levantava, fazia igual a um jogador de futebol: a casa toda levantava comigo. Raciocinei: “Terei que treinar muito para mudar esse hábito. Não será mesmo brincadeira, mas vou fazer como Jesus ensinou: ‘Orai e vigiai’.”

Eu sabia que se não fosse determinado, acabaria voltando a praticar estas pequenas acções egoístas. No entanto, eu me determinei e orei: “Messias Meishu-Sama, por favor, me utilize nesta pequena acção altruísta, pois eu não posso acordar minha esposa, ela precisa dormir”. Consegui: acordei de madrugada, fui ao banheiro e ela não despertou. No segundo e no terceiro dia, a mesma coisa. Aí ela quis saber: “Você não está mais indo ao banheiro durante a madrugada?” Quando eu lhe disse que continuava indo ao banheiro, ela não se aguentou e perguntou como eu estava conseguindo não fazer barulho. “Simples: treinamento de ninja para fazer você feliz”, eu lhe respondi. E percebi que cinco minutos de acção altruísta vale muito mais do que ficar o dia todo fisicamente dentro de casa e espiritualmente, continuar ausente, sem se preocupar com a felicidade dos familiares.

JN: Por que as pessoas têm tanta dificuldade para mudar seus hábitos egoístas e passar a praticar o altruísmo?

Reverendo Francisco: Além de possuirmos uma natureza Divina, a partícula Divina, a semente do Paraíso, advinda do Supremo Deus, nós também temos uma natureza humana que nos liga aos nossos antepassados. Afinal, recebemos deles a genética, o nosso corpo físico, o que já foi comprovado pela ciência. Mas não é só isso. Recebemos também os pensamentos e os sentimentos deles, tais como: preconceitos, ingratidões, mágoas, aflições, preocupações, ódios, ressentimentos, invejas, vinganças, ciúmes, medos, imposições da própria vontade, vergonhas, culpas,

O 49o Congresso da Rede da Salvação foi realizado na Sede Central

em Luanda, com a presença do Presidente da Igreja Mundial de

África, Reverendo Francisco Jésus Fernandes, que palestrou

para aproximadamente 7.500 pessoas, entre

ministros, membros e frequentadores. Ele abordou

diversos pontos, que foram aprofundados nesta

entrevista.

Amor altruísta: base para a construção de um lar paradisíaco

Caravanistas da Província de Benguela assistiram ao 49o Congresso da rede da salvação

directores se emocionam com a orientação sobre a Prática do Amor Altruísta

Foto: Marcus Melgar

Page 5: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

5

Experiência de Fé

Práticas Messiânicas

. ministrar e receber johrei . fazer a reflexão Profunda

. fazer a Prática do sonen . manter a flor de luz em casa

. fazer a Horta Caseira . ler e praticar ensinamentos de Meishu-sama

. fazer o donativo de gratidão e de construção

omissões, traições, teimosias, precipitações, ânsias, humilhações, insensibilidades, falta de confiança, descrenças, julgamentos, presunções, vaidades, desuniões, desesperanças, tristezas, deslealdades, revoltas, posturas de não ouvir com o coração os sofredores, de se sentir um lixo, de ser desrespeitado, de querer justificar tudo, de mostrar que é um sabe tudo, de esconder as fraquezas ou defeitos, de apego ao próprio ponto de vista, de fazer magia para os outros, de não conseguir perdoar, de querer perseguir, de esconder os verdadeiros sentimentos, de insinceridade, de enganar, de falar mal dos outros, de não reflectir sobre os próprios erros e muitos outros. Na verdade, estamos presos junto com os nossos antepassados a esses pensamentos, sentimentos e hábitos que revelam a nossa própria vida actual. Por isso, precisamos conhecer os pontos que temos que mudar. Precisamos encarar a real situação do nosso coração, saber em que nível ele está. Cada um precisa analisar o seu interior, fazer uma profunda reflexão. Essa prática nos permite enxergar como está a situação dos nossos antepassados, bem como a real situação da nossa vida.

JN: E como é possível saber o que se precisa mudar?

Reverendo Francisco: Ouvindo a voz dos antepassados através dos familiares e das pessoas que convivem connosco. Pergunte para as pessoas mais próximas a você. Pergunte para sua esposa, seu marido, seus filhos, seus pais, seus chefes, seus subordinados... Eles, certamente, dir-lhe-ão. É preciso ter essa coragem. Quem sabe o que nós temos que mudar é quem convive connosco. Algumas pessoas olham para mim e pensam que eu sou um ser paradisíaco. Afinal, como um Reverendo da Igreja Messiânica, cria-se uma ilusão. Quando alguém passa a conviver comigo começa a perceber as minhas falhas. Por isso, quem realmente me conhece são as pessoas que convivem comigo. E foi para elas que eu comecei perguntando o que eu precisava mudar. Temos que compreender que o problema não está na semente. A semente é pura, é a partícula de Deus. Todos nós a temos. Todos temos a semente da felicidade dentro de nós. O problema está na terra onde foi plantada a semente. Por exemplo: se colocarmos uma semente pura no deserto será que ela irá gerar um broto? Ou se pegarmos uma semente de abacate pura e plantarmos numa terra cheia de ervas daninhas, será que não irá comprometer o pé de abacate? Por isso temos que limpar a terra. Limpar o nosso corpo, o nosso espírito, o nosso coração. A mesma semente pura foi dada a cada um de nós. Agora, se a terra não foi bem cuidada, isso é nossa responsabilidade. Deus já fez a parte Dele. Agora é a hora do homem fazer a sua parte. Por isso é que existe o Johrei, a Agricultura, a Alimentação Natural, o Belo e a Prática do Sonen. Estas práticas purificam o corpo e o espírito e permitem que a semente do Paraíso floresça e se torne uma árvore paradisíaca. Não adianta achar que sermos pessoas religiosas é o suficiente para mudarmos o lar. E muito menos querer forçar a situação para que nossos familiares adoptem a nossa religião. Assim, estaremos praticando pequenas acções de egoísmo e apego e só iremos gerar mais conflitos e desarmonia. Portanto, temos que iniciar a Prática de Pequenas Acções Altruístas para as pessoas mais próximas, as que convivem connosco – tanto para aquelas com as quais convivemos bem quanto para aquelas com quem temos dificuldade de convivência. Nossa missão é semear o amor e a gratidão. E podemos começar através da Prática de Pequenas Acções Altruístas. Aí conseguiremos sentir dentro de nós a felicidade do Supremo Deus, do Messias Meishu-Sama e dos nossos antepassados. Além disso, desta forma, estaremos agindo como verdadeiros filhos de Deus.

Conheci a Igreja Messiânica Mundial de Angola no dia 20 de Setembro de 2007, por intermédio da minha irmã, que é membro desta Igreja. Na época, eu passava por doença e dificuldades financeiras.

Ao chegar à Igreja, o plantonista orientou-me as seguintes práticas básicas da fé messiânica: receber 10 Johrei por dia, manter a Flor de Luz em casa e participar da limpeza na nave. Com o recebimento de Johrei, as dificuldades foram ultrapassadas e, mais tarde, tornei-me membro.

Depois de mudar para a minha residência actual no bairro Kassequel, constatei que havia muita turbulência, como assaltos à mão armada, facto que levou os vizinhos a chamarem-me a atenção: «Vizinha, precisa ter muito cuidado, por causa dos bandidos aqui no bairro».

Realmente, constatei a situação e me arrependi por ter comprado a residência naquele bairro. Porém, reflecti: «Se vim parar neste bairro, é porque Meishu-Sama permitiu que eu viesse cumprir aqui a minha missão».

Passei a fazer limpeza no bairro, acompanhada com a distribuição de flores e a Prática de Sonen de Altruísmo, para encaminhar todos os Antepassados que estavam presos naquelas práticas.

Uma semana depois, o meu filho foi às compras. De regresso a casa, como trazia muitos artigos, pediu ajuda a alguns jovens do bairro, sendo um deles pertencente a um grupo de meliantes. Na noite do mesmo dia, o grupo se reuniu e pulou o muro da minha casa para pegar os produtos que se encontravam no quintal.

Na manhã seguinte, ficamos surpresos com a ocorrência. Contudo, ao conferirmos os produtos, constatamos que estava tudo em ordem, sem falta de nada, e verificamos que as coisas que levaram não passavam de um saco de cimento estragado, de um balde de tinta em estado sólido e de um saco com lixo.

Três dias depois, em conversa com certos amigos, o meu filho apercebeu-se que os protagonistas da acção foram os mesmos que o ajudaram a

Julieta Pinto, 48 anos, reside no bairro

Kassequel e dedica como auxiliar do

Grupo Lua do Johrei Center Catambor, em Luanda, Angola

Missionária substitui o medo e

a insegurança pelo amor altruísta

descarregar as compras. Um deles teve a ousadia de dirigir-se para a minha casa, a fim de buscar esclarecimentos. Perguntou: «Minha senhora, vim saber se a dona faz tratamento, se reza ou se é mágica!?»

Ao lhe responder que sou fiel da Igreja Messiânica Mundial, ele ficou entusiasmado e me pediu que o levasse lá. Assim fiz. É de realçar que ele foi cadastrado juntamente com uma das suas irmãs e encaminhou todos os seus amigos, estando a frequentar a Igreja até hoje.

A mãe alegrou-se por ver a mudança do seu filho e passou a frequentar a Igreja, já tendo encaminhado dez pessoas. Ele e a sua irmã são candidatos para se tornarem membros da Igreja na próxima outorga. Além disso, esse jovem já peregrinou ao local do futuro Solo Sagrado de África em Cacuaco e quando regressou a casa convidou os seus amigos para irem a minha casa, e contou as maravilhas que viu no Solo Sagrado.

Depois que ele começou a dedicar, ocorreram mudanças significativas na sua vida e na de sua família, que passou a viver em harmonia. Ele, que antes não trabalhava, conseguiu um emprego, assim como duas irmãs também conseguiram. Hoje, ele e seus companheiros, antes de irem ao trabalho, primeiro vão ao Núcleo de Johrei fazer oração e donativo de gratidão.

Com essa experiência, aprendi que Meishu-Sama actua através de nós até nas pequenas acções de amor altruísta. Compreendi que a Prática do Sonen e a distribuição de flores abrem o caminho para o cumprimento da nossa missão.

Para retribuir essa e outras graças recebidas, nasceu em mim o desejo de abrir um Núcleo de Johrei em minha casa, a fim de salvar as outras pessoas. Tenho Horta Caseira, faço regularmente os donativos de forma correcta, cuido de quatro casas com um total de dez frequentadores.

Por permissão de Deus e do Messias Meishu-Sama, encaminhei 243 pessoas, das quais sessenta são membros. Agradeço a Deus, ao Messias Meishu-Sama e aos meus Antepassados pela permissão de ingressar neste caminho da salvação.

Page 6: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

6

Estilo de vida

Os messiânicos em África estão conscientizados

sobre a importância do consumo de produtos

naturais e dos seus efeitos positivos na saúde

humana, pelo que existe um forte empenho

na sua produção em propriedades agrícolas,

onde se obtém grande quantidade e variedade

de alimentos, bem como através de uma forma

simples, a Horta Caseira, que se pode implantar

em pequenos espaços num quintal, em vasos, ou

em qualquer recipiente, numa residência.

A essa última forma de produção aderiram

a maioria dos fiéis da Igreja Messiânica e

também aqueles que simpatizam com a filosofia

messiânica, que ao receberem aulas de como

implementar uma Horta Caseira, produzem

alimentos, não apenas nas suas residências, mas

também ensinam esse método a seus vizinhos

e amigos. Actualmente existem mais de 20

mil hortas caseiras distribuídas em Angola,

Moçambique, São Tomé e Príncipe, República

Democrática do Congo e África do Sul.

O Johrei News deslocou-se a algumas províncias,

no interior de Angola, e reportou o trabalho de

Hortas Caseiras que está a ser feito pelos fiéis

da Igreja Messiânica e a experiência que está a

ser vivida por muitos destes com o consumo

de produtos naturais. Uma delas é a do senhor

Neves Boa Pendy que, através da dedicação da

Horta Caseira na sua casa e nas casas de seus

vizinhos, conseguiu entender que para ser feliz,

era preciso fazer feliz o próximo. Ele também

entendeu que ao deixar de julgar e maltratar os

seus filhos, esses deixaram de ser rebeldes e de

praticar actos nocivos. Por seu turno, a senhora

Luísa Afonso recebeu em sua casa um jovem

casal cuja esposa padecia de constantes e fortes

dores abdominais. Ao alimentar a paciente com

um suco de couve colhida do seu quintal, essa

sarou completamente e hoje goza de boa saúde

(relato no final da página 7).

Os motoqueiros da Horta Caseira

Na província do Huambo, houve a abertura e a manutenção de Hortas Caseiras na casa de vários fieis, tendo destacado o facto de um irmão que, vivendo em casa de aluguer e não permitindo o senhorio que ele fizesse canteiros no seu quintal, arranjou dois carros de mão, encheu-os com terra e plantou alface, cebola, salsa e couve.

Outro facto a ressaltar foi o aluguer de vários motoqueiros que circularam em várias artérias da cidade de Huambo transportando os dedicantes da Horta Caseira, e as pessoas, admiradas, perguntavam para onde iam tantos motoqueiros com pessoas c a r r e g a d a s de flores e de mudas de alface e de couve.

Couve de mil braços

Voltando à província do Uíje, o irmão Simão de Jesus Kianvu, Encarregado Jovem no Johrei Center Uíje, naquela

província, culti-va, na sua Horta Caseira, milho, papaia, gimboa, m a n d i o c a , banana, flores e pés de couve que já duram há mais de dois anos. Os irmãos naquela p r o v í n c i a designam-nas como couves de mil braços.

Hortas Caseiras

Um contributo para a segurança alimentar

MOçAMBIque

sãO tOMé e PrínCIPe

AngOlA

ÁfrICA dO sul

“Conforme dissemos, se os três elementos básicos – Fogo (oxigénio), Água (hidrogénio) e Solo (nitrogénio) – são as forças motrizes para

desenvolver os produtos agrícolas, bastará que estes sejam plantados numa terra pura, expostos ao solo e suficientemente abastecidos com

água para se obter um grande êxito, jamais visto até hoje. Não se sabe desde quando, mas o homem cometeu um enorme equívoco ao usar

adubos, pois ignorou completamente a natureza do solo”.

Meishu-sama

Page 7: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

7

Uma “Lavra Caseira”

Por seu turno, a irmã Belita João dos Santos fez a sua Horta Caseira defronte a sua residência. Os vizinhos, seguindo o seu exemplo, também fizeram as suas hortas nos espaços de sua pertença, e como resultado, essa é tão extensa que acabaram por designá-la como uma “Lavra Caseira”.

A melancia milagrosa

Continuamos com a reportagem sobre Horta Caseira na província do Kuanza Norte, e ao chegarmos no Núcleo de Johrei em Lucala, encontramos a Encarregada de Liturgia, irmã Inês Magalhães, a purificar com fortes dores de coluna. Tinha escorregado na casa de banho e tinha sérias dificuldades em fazer qualquer movimento que fosse, permanecendo, passados dois dias, deitada ou sentada. Precisávamos de alguém para retratar na Horta Caseira, ao que ela indicou sua filha para o efeito. Contudo, vimo-la depois, com muita dificuldade a levantar-se. Tiramos os devidos retratos, e de seguida, baixou-se para pegar uma melancia da sua horta que se encontrava já pronta. Ficamos muito admirados, atendendo ao seu estado de saúde! Dia seguinte telefonou para saber como tinha decorrido a nossa viagem e nos informou que naquela manhã estava a passar bem, fez limpeza na Igreja e cumpriu a sua jornada de trabalho.

Na ânsia do produto natural

Fernando Pascoal da Silva, docente na Escola Superior Politécnica e na Escola Superior Pedagógica do Kwanza Norte, em Ndalatando, sede da província, ganhou a permissão de uma nova residência, no centro da cidade. O Johrei News encontrou-o juntamente com a sua esposa, a dona Domingas Maria Francisco Nhanga, preparando um canteiro no quintal de sua casa para a produção de alimentos naturais.

«Deixamos uma horta com diversos produtos na anterior residência. Pronto, fica para os que aí agora estão a habitar. Vamos implementar aqui uma nova horta e dentro de algumas semanas já teremos produto,» referiu Fernando Pascoal.

Os efeitos da horta laboral

Domingos Sebastião Álvaro, Director de um Instituto Médio Politécnico, lavrou uma horta na sua instituição com o objectivo de conscientizar os seus funcionários e os seus alunos, da necessidade na produção de alimentos naturais e seus saudáveis efeitos no corpo humano. Os efeitos práticos não tardaram, na medida em que, para preparar as suas refeições, os guardas da sua Instituição já não compram tomate e couve no mercado há um bom tempo.

Cidadãos brasileiros encantados

com a horta no IMPS

O conceito de Horta Laboral já produziu resultados positivos. Com efeito, um grupo de cidadãos brasileiros em serviço em Angola pelo Ministério da Educação, as senhoras Milene Fárias e Cátia Santos, assim como o senhor Flávio Santos, ao visitar a Horta Laboral no Instituto Médio Politécnico de Sambizanga – IMPS, ficaram tão encantados com a qualidade dos produtos, e pela simplicidade na iniciativa, que solicitaram a implementação de uma horta na sua residência, o que foi prontamente satisfeito por dedicantes do Johrei News.

Luísa Afonso, 39 anos, dedica no Johrei Center Uíje e reside no Bairro

Papelão, Zona 02

A força do alimento natural produzido na

Horta Caseira

No dia 10 de Setembro de 2009, chegou ao Johrei Center Uíje, por volta das 18 horas, um casal de frequentadores, cuja esposa sofria há alguns dias de fortes dores abdominais. Só de vê-la a gemer, dava dó. Estando já o Johrei Center fechado e não podendo regressar à sua casa devido às fortes dores que a senhora tinha, acolhi-os em minha casa, onde éramos em três membros. Ministramos Johrei ao casal e fizemos a Prática do Sonen.

Recebemos a orientação do Ministro Jeremias Kifuta de darmos alimentos naturais à irmã que estava a purificar. Assim, entramos na horta caseira, colhemos algumas folhas de couve, preparamos um suco e lhe demos para beber. Continuamos a ministrar-lhe Johrei. Passado algum tempo, ela adormeceu tranquila. Lá pelas 6 horas da manhã seguinte, ela despertou curada da terrível dor de barriga que a afligia há alguns dias e participou do Culto Matinal sem qualquer problema, relatando-me de seguida que sentia uma força interior como nunca tivera antes, regressando feliz à sua casa. Agradecidos, materializaram um donativo especial e, comovidos com o milagre, três membros daquela família tornaram-se membros: o casal e o tio deles.

Aprendi que a alimentação natural contém a energia espiritual que dá vida ao homem. Apesar de perdermos uma noite em vigília, sentimo-nos profundamente gratos por Deus nos ter utilizado na elevação espiritual dos nossos antepassados. Por isso, meu compromisso é formar pelo menos um membro por mês, um valioso contributo na construção do Paraíso Terrestre. Já encaminhei trinta pessoas à Igreja Messiânica, cuido de duas casas de membros e outras tantas de frequentadores.

LA

AM

EN

TO O livro Os Novos Tempos já

está disponível para todos que quiserem entender o princípio da filosofia da Igreja Messiânica Mundial. Contendo Ensinamentos do Messias Meishu-Sama, seu Fundador, a sua leitura é indispensável para uma melhor compreensão da importância da espiritualidade no quotidiano e da adopção de uma postura de vida condizente aos novos tempos.

Serviço

Disponível em português e, brevemente, em inglês e francês.

Page 8: IgrejA MessIânICA MundIAl – sede CentrAl de ÁfrICA Ano ...johreiafrica.com/wp-content/uploads/2015/06/JohreiNews7_baixa_29... · Comunitária e promover a auto-suficiência alimentar

8

Passo a passo

CARTILHA*

Como fazer uma horta caseira de forma simples e prática

Obs: prefira vasos grandes e com profundidade de pelo menos 40 cm, que permitem plantar uma maior diversidade de culturas.

1. Escolha da área

•Escolha locais iluminados, que peguem pelo menos o sol da manhã (em locais escuros e mal iluminados, a planta não realiza a fotossíntese e não cresce adequadamente);

•Locais próximos a fontes de água;

•Locais distantes 15 metros de fossas – no caso de fossas revestidas com betão, a distância poderá ser menor;

•Locais protegidos contra ventos fortes.

2. Vasos

•Faça pequenos furos no fundo do vaso para facilitar a drenagem do excesso de água;

• Cubra o fundo do vaso com uma camada de 5 cm de brita ou burgau de construção;

•Coloque a terra;

•Incorpore o material orgânico – restos vegetais como: capim triturado, restos de folhas secas, restos de culturas: milho, feijão, amendoim, etc.;

•Nivele a terra;

•Cubra-a com capim seco;

•Molhe-a diariamente para manter a humidade durante 15 dias – assim, a terra estará pronta para ser semeada.

3. Construção da Horta

•Limpe o terreno (retire restos de construção, garrafas, latas, lixo, sacolas, etc.);

•Separe para ser incorporado a terra restos de culturas, como: milho, feijão e até mesmo restos de capim;

•Mexa ou revolva a terra para deixá-la bem fofa;

•Meça os canteiros com a fita métrica (1 metro de largura por “X” de comprimento);

•Coloque as estacas e o fio de nylon ao redor dos canteiros;

•Levante os canteiros;

•Coloque restos vegetais – restos de folhas, capim, palha de milho, restos de folhas de feijão, amendoim, etc.;

•Revolva a terra;

•Nivele o terreno;

•Regue a terra;

•Cubra-a com cobertura morta (capim seco);

•Regue diariamente o seu canteiro até o 15o dia, período em que estará concluída a decomposição da matéria orgânica;

•Após 15 dias, se a terra estiver com cheiro agradável, pode semeá-la.

solução para pequenos espaços

4. Como plantar e transplantar

Algumas hortaliças são plantadas diretamente nos canteiros, entretanto, existem outras cujas sementes devem ser plantadas em sementeiras (viveiros), para depois serem transplantadas para o canteiro definitivo. O plantio em viveiros oferece maior proteção e melhores condições para a germinação da semente, bem como o desenvolvimento das mudas.

a. Plantio direto

•Após o período de preparo da terra, retire o capim seco e revolva a terra novamente. Consulte a tabela com as indicações do compasso (espaço entre as plantas);

•Abra linhas de plantio e semeie a cultura desejada, respeitando o compasso;

•Cubra-a com uma fina camada de capim seco, principalmente nos intervalos entre as linhas;

•Se após a germinação as mudas estiverem muito juntas, arranque algumas, tomando-se o cuidado para não danificar as raízes da planta que irá permanecer.

b. Produzindo mudas

•O viveiro de mudas pode ser feito em um pequeno canteiro, em bandejas de esferovite, caixote de madeira e copos descartáveis ou de jornal;

•A terra pode ser preparada da mesma forma indicada para o plantio directo;

*Material organizado pela engenheira agrónoma Adriana Tamie Otutumi

•Abra pequenas linhas de plantio e semeie as sementes em uma profundidade de 3 vezes o seu tamanho. Coloque 2 a 3 sementes em cada espaço da bandeja e/ou copo para garantir a germinação;

•No caso de canteiros ou caixotes, coloque 2 a 3 sementes e deixe espaço de 3 dedos entre as plantas e 4 dedos entre as linhas de plantio, fechando as linhas em seguida;

•Cubra com uma fina camada de capim seco;

•Quando as mudas estiverem com 3 a 4 folhas definitivas, podem ser transplantadas para o local definitivo.

Produção de mudas

(bandejas de esferovite, caixote de madeira e

copos de jornal)

c. Transplanto

Quando as mudas atingirem 10 cm de altura ou apresentarem 3 a 4 folhas definitivas estarão prontas para o transplanto;

•Retire-as com o auxílio da pá de transplante, tomando-se o cuidado para não danificar as raízes e perder a terra;

•Plante a muda nivelando-a com a terra do seu vaso/canteiro e preenchendo os espaços vazios com terra. Pressione levemente em torno da muda para eliminar os bolsões de ar;

•Após transplantar a muda, cubra-a com cobertura morta (capim seco) para protegê-la contra a luz solar intensa e para manter a humidade da terra por mais tempo.

fases do transplanto

5. Escolha o que plantar

•Para a escolha da cultura, é preciso considerar a sua melhor época de plantio, pois cada cultura se adapta à determinada condição – frio, calor, solos arenosos, argilosos, etc.;

•Verifique as condições locais e, com auxílio do técnico, escolha a cultura que deverá ser plantada.

6. Manutenção das hortas

•Procure manter o vaso levemente húmido, sem nunca encharcá-lo, já que isso pode matar a planta e causar doenças;

•Procure regar as plantas nos horários mais frescos do dia, pois a água é menos evaporada nesses períodos, sendo melhor aproveitada pelas plantas, ficando estocada na terra;

•Observe atentamente a água que utilizará para fazer a rega – evite água contaminada com fezes, esgoto, sabão e demais produtos químicos (material de limpeza, inseticidas, etc.);

•Não jogue jactos fortes de água na terra nem na planta – regule a força da água, utilizando o dedo, pulverizando-a sobre as plantas e o solo (quando um jacto de água é jogado directamente na terra, sua superfície endurece ao secar, impedindo a penetração de água no solo). Além disso, o jacto forte causa a quebra das folhas e danifica as plantas;

•Faça a adubação em cobertura, ou seja, coloque novamente materiais orgânicos ou bokashi (composto orgânico) ao redor da planta para auxiliar o seu desenvolvimento (nunca aplique o bokashi sobre as folhas, pois pode queimá-las);

•Procure sempre colocar bons sentimentos em todas as etapas do desenvolvimento da planta.

PlantiO de CenOura – Quando as plantas estiverem com cerca de 5 cm de altura, faz-se o desbastamento – operação agrícola que consiste em arrancar, após semear, as plantas em excesso, deixando apenas as que estiverem nas distâncias convenientes.

PlantiO de tOmate e feijãO verde – Deve-se fazer o tutoramento (uso de varas para amparar e dar sustentação a arbustos, trepadeiras ou árvores flexíveis). No caso especial do tomate, faça apenas quando realmente for necessário.

Observe atentamente todas as necessidades da sua planta.