Igreja Viva 28 de Maio

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QUINTA-FEIRA • 28 DE MAIO DE 2015 Diário do Minho Este suplemento faz parte da edição n.º 30687 de 28 de Maio de 2015, do jornal Diário do Minho, não podendo ser vendido separadamente. p. 4-5 Dia Mundial das Missões papa francisco Mensagem

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Igreja Viva 28 de Maio

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  • QUINTA-FEIRA 28 DE MAIO DE 2015

    Dirio do MinhoEste suplemento faz parte da edio n. 30687 de 28 de Maio de 2015, do jornal Dirio do Minho, no podendo ser vendido separadamente.

    p. 4-5

    Dia Mundialdas Missespapa francisco

    Mensagem

  • 2 IGREJA INTERNACIONAL IGREJA VIVA

    Irmandade do Senhor Santo Cristo condecorada

    A Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres foi condecorada no passado dia 25 de Maio. De acordo com o portal Igreja Aores, o organismo foi distinguido em conjunto com outras 25 figuras e entidades no concelho das Lajes das Flores (Ilha das Flores), que assinala este ano cinco sculos de evangelizao.As festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres so uma das festas religiosas anuais mais emblemticas do territrio aoriano e trazem muitos emigrantes de volta a casa.

    D. Oscar Romero beato por ser mrtir da paz

    O arcebispo Oscar Romero, que o Papa Francisco reconheceu como mrtir, foi este Sbado proclamado beato numa cerimnia presidida pelo cardeal Angelo Amato, que reuniu centenas de milhares de pessoas em El Salvador. Na homilia, o cardeal Amato afirmou que a memria de Romero continua viva e d consolo a todos os pobres e marginalizados.D. Oscar Romero, antigo arcebispo de El Salvador, foi morto a tiro em 1980, s mos da junta militar que dominava o pas.

    papa francisco: Igreja no fecha a porta a ningum

    No Domingo de Pentecostes, o Papa Francisco pediu que a Igreja Catlica tenha as suas portas abertas para todos, como testemunho de fraternidade. A Igreja no fecha a porta na cara a ningum, a ningum, mesmo ao mais pecador, declarou, perante dezenas de milhares de pessoas.

    Na sua interveno sublinhou a dimenso universal da misso de todos os discpulos. Referiu ainda que a solenidade do Pentecostes evoca a efuso do Esprito Santo sobre a primeira comunidade crist.

    No prximo Domingo, dia 31 de Maio, decorre no Auditrio do Externato Paulo VI um encontro promovido pela CIRP de Braga, intitulado Os Leigos nas Famlias Carismticas.

    De acordo com Guillermo Moreno, FSC, Presidente da CIRP Braga, a primeira vez que se faz um encontro do gnero na cidade.

    Em Espanha j se faz h trs anos, a ideia veio um pouco de l... Partiu sobretudo da necessidade que sentimos aqui. J existe um encontro de leigos h muitos anos, mas mais pensado num nvel institucional ou de associativismo. E preciso ter em conta a realidade dos leigos que se encontram vinculados s famlias carismticas, que bastante diferente, sublinhou.

    Guillermo afirma que foram vrias as motivaes que deram origem ao encontro que decorre com a presena do Bispo Auxiliar de Braga e Responsvel pelos Leigos, D. Francisco Senra Coelho.

    Motivar algumas congregaes a trabalhar mais o tema dos leigos nas famlias carismticas outro

    dos objectivos, at porque entendemos que o futuro passa por aqui. No imagino o futuro sem leigos, frisou.

    Neste sentido, o Presidente da CIRP Braga alertou ainda para a diminuio do nmero de religiosos em Portugal.

    Os religiosos diminuram, mas as obras concretizadas no. Isso s possvel devido ao nmero crescente de leigos e ainda h uma grande parte da Igreja a desconhecer isto porque a maior parte destas pessoas no trabalha em centros diocesanos e sim em instituies ou associaes.

    Outra razo apontada pelo responsvel para a realizao desta iniciativa foi o esprito de comunho, j sublinhado por D. Francisco anteriormente.

    Quando diferentes congregaes ou movimentos se juntam, h uma grande comunho e muita partilha. Isto d-se em segundos e, pela experincia que temos, o mesmo acontecer com os leigos.

    A iniciativa conta com um painel de testemunhos de representantes de vrias famlias carismticas: Inaciana,

    Espiritana, Corao de Maria, Lassalista e Hospitaleira.

    Todos ns, que vivemos um carisma, temos um tesouro nas mos. E importante partilh- -lo. Mas s possvel viv-lo em plenitude quando o carisma vivido nas suas trs dimenses: a fraternidade, a espiritualidade e a misso, afirmou Guillermo.Nas declaraes que prestou ao Departamento Arquidiocesano da Comunicao Social, o Presidente tambm apontou a tarde de Domingo como uma ptima oportunidade para trabalhar o papel dos religiosos no envolvimento dos leigos.

    A ideia que eles tenham uma identidade. Para isso preciso constru-la e trabalh-la, o que s possvel atravs do sentido de pertena das pessoas... e isso no acontece de um dia para o outro, precisa de acompanhamento. Aqui entra o papel do religioso, que no pode ficar s com burocracias. Tem que ter em conta a dimenso espiritual e pastoral para poder fazer um bom acompanhamento.

    O responsvel espera que depois deste primeiro encontro outros se possam realizar, tendo em vista a discusso de temticas mais especficas.

    PAPA FRANCISCO@pontifex_pt

    21 Maio 2015H silncios de Deus que s se podem compreender olhando Jesus Crucificado.

    22 Maio 2015Senhor, mandai o Esprito Santo para dar consolao e fortaleza aos cristos perseguidos. #free2pray

    23 Maio 2015Invoquemos o Esprito Santo todos os dias: Ele nos guia pela estrada dos discpulos de Jesus.

    26 Maio 2015Praticamos o quarto mandamento, visitando carinhosamente os nossos pais idosos.

    encontro os leigos nas famlias carismticas

  • OPINIOIGREJA VIVADirio do Minho QUINTA-FEIRA, 30 de ABRIL de 2015 3OPINIOIGREJA VIVA 3

    s vezes descobre-se um mundo a partir de uma referncia desatenta a uma coisa-a-ver. Foi o caso de Arantzazu: sabia que havia uma escultura do Chillida e por isso inclu a visita num roteiro pelo Pas Basco. Mas a densidade da descoberta est ainda por esgotar; numa encosta de pendente acentuada e numa envolvente natural de beleza avassaladora, h um lugar de espinhos: pelos picos montanhosos e porque foi sobre uma espinha verde que apareceu Maria ao pastor. Agora, pela evocao da cantaria em picos de diamante das torres do santurio.

    No complexo mariano, a interveno no

    construdo sucede-se em processos de transformao natural por ampliao, reconstruo e demolio mais do que em aplicaes de teorias de reabilitao arquitectnica, mesmo quando se do pela mo dos arquitectos Laorga y Oiza em 1950. Na transformao que operam na construo da nova baslica moderna (1955) notvel a reconverso da antiga igreja (1555), tornada cripta basilar da edificao sobreposta.

    O construdo veste-se e reveste-se de modos diferenciados, ao longo da histria: isto observvel ao nvel da implantao do edificado e da caracterizao arquitectnica. Este meu ponto de vista proposto recordando

    que a prpria escultura da virgem se vestiu sumptuosamente durante anos, at que se revestiu da simplicidade com que hoje se apresenta. Na verdade, quando em 1522 Incio de Loyola, diante da virgem de Arantzazu, pensava ir ter com um pobre, despojar-se de todos os seus vestidos e vestir-se de saco e cana, isto , vestir as armas do seu prncipe, o Cristo pobre e humilde, no vislumbrava que, de modo comparvel, a escultura da virgem que a partir de 1621 apresentaria um vestido sumptuoso revelaria de novo, j s em 1962, a sua pequenez.

    Os processos de revestimentos do santurio e da baslica moderna foram capazes de expor a elementaridade e vitalidade da obra, descolando-a de compromissos e referncias circunstanciais e colocando-a na primeira linha da vanguarda moderna, no s arquitectnica, mas tambm artstica, tendo integrado o projecto, entre outros, Oteiza com o conjunto escultrico da fachada e Muoz com o retbulo.

    Oteiza, ao ser interrogado pela simplificao operada na fachada, com a pergunta: Todo este espao vai ser sem nada?!, respondeu: Sem nada, no, com nada. Refere o modo experimental que o fez atravessar um processo de fundao-renovao da arte religiosa, em esforos por fazer do vazio, entre revestimentos de espinhos, o nico protagonista: do projecto inicial ao resultado final, abandonou arcos

    e entornos de anjos, e a Anunciao triunfante deu lugar a uma dramtica Piet.

    Para Oiza, Arantzazu um voltar s origens do pensamento arquitectnico, quando afirma que Arantzazu romnica e que o romnico a primeira volta ao mundo clssico. A reviso da fachada simultnea reviso do Conclio Vaticano II (1962-65), que prope um retorno s origens do cristianismo, buscando o influxo vital, o esprito da liturgia vivida pelas comunidades primitivas. Uma busca de autenticidade, simplicidade e pobreza, to caras afinal aos franciscanos ao cuidado de quem est o convento.

    REVESTIMENTOS EM ARANTZAZU

    pedro castro cruzARQUITECTO

    Um nome que soletro desde a infncia e que reconheo como Me de Deus e minha me. Nunca a confundi com uma deusa: Maria.

    No deusa, mas Me de Deus. uma criatura imaculada que cedinho se afeioou por mim. a Senhora das Neves, da Agonia, da Cabea e das Dores. a Senhora Aparecida, do Sameiro, dos Remdios, da Conceio, do Carmo e da Natividade. Dos montes, da viagem, das vilas e das cidades. De lugarejos esquecidos, do anonimato festivo, do arraial e da luta contra o mal. Habituou-me a olh-la com carinho, pois sempre ela olhava de mos erguidas para o mido ajoelhado. O seu carinho era como o beijo do manto azul que vestia e que no dizer da minha av me cobria nas noites de mais frio. Assim eu olhava para ela e ela olhava para mim.

    Lembro Jos Rgio, quando tambm escrevo:

    Tenho ao cimo da escada

    De maneira

    Que logo ao entrar

    Os olhos me do nela

    Uma Nossa Senhora de madeira

    Arrancada aos restos de uma capela.

    Fito nela o olhar

    De forma meiga

    Murmuro Minha Me.

    No fim do ms de maio, dedico-lhe com todos estas linhas.

    No princpio de Maio lembrou-me minha me e sempre a sua figura protetora. Foi dia da me (dia 4), o que passou num instante apesar de ser lembrada e rezada por muitos como de Ftima (dia 13). Quase meio milhar a rezar e no fim do ms (dia 31) Senhora da Visitao. O ms passa bem depressa e Maria fica na candura de uma figura que h milnios de nossa casa. Ningum a estranha, mesmo um esquecido vai saboreando o seu meigo olhar.

    Encontra-se num instante quando apenas se balbucia Av Maria, fazendo desta reza o prtico de um hoje mais sensato:

    Tu podes, s me de Deus.

    E deves, s nossa me!

    Canta-se assim com a gente da terra que ainda hoje se orgulha de a ter por me, e por isso, no cimo de pedestal (o

    seu trono), com flores e muito afeto.

    Maria de todos os lugares. Me para embalar todas as penrias e todas as alegrias. Com ela, a vida tem outro aroma.

    Na austera estrada que cada homem palmilha, no salto apressado que se d com outros, ao findar dum dia ou em hora de solido, na alegria ou nas amarguras, o tero ainda

    acaricia as mos e acalenta o corao. Teus filhos so todos, mesmo os mais afastados por mil canseiras. O esquecimento no esquece, mas lembrado em clulas enfraquecidas (Santo Agostinho).

    A memria regista sempre a tua saudao.

    Temos na glria de Deus a nossa natureza humanidade no Filho glorificado e na me assumpta que para l nos encaminha, qual bandeira agitada pelo vento das lides de Maio.

    Maio termina, mas a Me acena a quem se envolve e agita o leno.

    a me que deixa o Filho ser. No possessiva mas embala at cada um poder andar por si; no guarda para si ciosamente, mas deixa sair quando o albergue outro. Maria me porque ensina a aventurar-se na encosta das serras por onde passa. Senhora de todos os montes, onde nas encostas e nos vales serpenteados labuta a multido dos filhos. sempre das flores de maio porque pronta a oferecer a Flor de Deus que por si veio para todos.

    me da humanidade. A Luz brilha na escurido, onde h o negrume das noites. Nas encruzilhadas mais cruas, mais agrestes, a me est atenta e dcil, qual farol de esperana e de bonana. Teus filhos somos hoje.

    como manto azul

    JOs limaPADRE | professor

    ARQUITECTURA

  • 4 MENSAGEM IGREJA VIVA

    s vezes contracorrente: no deixeis que vos roubem o sonho de uma verdadeira misso, de um seguimento de Jesus que implique o dom total de si mesmo. No segredo da vossa conscincia, interrogai-vos sobre a razo pela qual escolhestes a vida religiosa missionria e calculai a disponibilidade que tendes para a aceitar por aquilo que : um dom de amor ao servio do anncio do Evangelho, nunca vos esquecendo de que o anncio do Evangelho, antes de ser uma necessidade para quantos que no o conhecem, uma carncia para quem ama o Mestre.

    Hoje, a misso enfrenta o desafio de respeitar a necessidade que todos os povos tm de recomear das prprias razes e salvaguardar os valores das respectivas culturas. Trata-se de conhecer e respeitar outras tradies e sistemas filosficos e reconhecer a cada povo e cultura o direito de fazer-se ajudar pela prpria tradio na compreenso do mistrio de Deus e no acolhimento do Evangelho de Jesus, que luz para as culturas e fora transformadora das mesmas.

    Dentro desta dinmica complexa, ponhamo-nos a questo: Quem so os destinatrios privilegiados do anncio evanglico? A resposta clara; encontramo-la no prprio Evangelho: os pobres, os humildes e os doentes, aqueles que muitas vezes so desprezados e esquecidos,

    Queridos irmos e irms,

    Neste ano de 2015, o Dia Mundial das Misses tem como pano de fundo o Ano da Vida Consagrada, que serve de estmulo para a

    sua orao e reflexo. Na verdade, entre a vida consagrada e a misso subsiste uma forte ligao, porque, se todo o baptizado chamado a dar testemunho do Senhor Jesus, anunciando a f que recebeu em dom, isto vale de modo particular para a pessoa consagrada. O seguimento de Jesus, que motivou a apario da vida consagrada na Igreja, reposta chamada para se tomar a cruz e segui-Lo, imitar a sua dedicao ao Pai e os seus gestos de servio e amor, perder a vida a fim de a reencontrar. E, dado que toda a vida de Cristo tem carcter missionrio, os homens e mulheres que O seguem mais de perto assumem plenamente este mesmo carcter.

    A dimenso missionria, que pertence prpria natureza da Igreja, intrnseca tambm a cada forma de vida consagrada, e no pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A misso no proselitismo, nem mera estratgia; a misso faz parte da gramtica da f, algo de imprescindvel para quem se coloca escuta da voz do Esprito, que sussurra vem e vai. Quem segue Cristo no pode deixar de tornar-se missionrio, e sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionria (Exort. ap. Evangelii gaudium, 266).

    A misso uma paixo por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixo pelas pessoas. Quando nos detemos em orao diante de Jesus crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor, que nos dignifica e sustenta e, simultaneamente, apercebemo-nos de que aquele amor, sado do seu corao trespassado, estende-se a todo o povo de Deus e humanidade inteira; e, precisamente deste modo, sentimos tambm que Ele quer servir-Se de ns para

    chegar cada vez mais perto do seu povo amado (cf. Ibid., 268) e de todos aqueles que O procuram de corao sincero. Na ordem de Jesus Ide , esto contidos os cenrios e os desafios sempre novos da misso evangelizadora da Igreja. Nesta, todos so chamados a anunciar o Evangelho pelo testemunho da vida; e, de forma especial aos consagrados, pedido para ouvirem a voz do Esprito que os chama a partir para as grandes periferias da misso, entre os povos onde ainda no chegou o Evangelho.

    O cinquentenrio do Decreto conciliar Ad gentes convida-nos a reler e meditar este documento que suscitou um forte impulso missionrio nos Institutos de Vida Consagrada. Nas comunidades contemplativas, recobrou luz e eloquncia a figura de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das misses, como inspiradora da ntima ligao que h entre a vida contemplativa e a misso. Para muitas congregaes religiosas de vida activa, a nsia missionria surgida do Concilio Vaticano II concretizou-se numa extraordinria abertura misso ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento de irmos e irms provenientes das terras e culturas encontradas na evangelizao, de modo que hoje pode-se falar de uma generalizada interculturalidade na vida consagrada. Por isso mesmo, urgente repropor o ideal da misso com o seu centro em Jesus Cristo e a sua exigncia na doao total de si mesmo ao anncio do Evangelho. Nisto no se pode transigir: quem acolhe, pela graa de Deus, a misso, chamado a viver de misso. Para tais pessoas, o anncio de Cristo, nas mltiplas periferias do mundo, torna-se o modo de viver o seguimento dEle e a recompensa de tantas canseiras e privaes. Qualquer tendncia a desviar desta vocao, mesmo se corroborada por nobres motivaes relacionadas com tantas necessidades pastorais, eclesiais e humanitrias, no est de acordo com a chamada pessoal do Senhor ao servio do Evangelho. Nos Institutos Missionrios, os formadores so chamados tanto a apontar, clara e honestamente, esta perspectiva de vida e aco, como a discernir com autoridade autnticas vocaes missionrias. Dirijo-me sobretudo aos jovens, que ainda so capazes de testemunhos corajosos e de empreendimentos generosos e

    aqueles que no te podem retribuir (cf. Lc 14, 13-14). Uma evangelizao dirigida preferencialmente a eles sinal do Reino que Jesus veio trazer: existe um vnculo indissolvel entre a nossa f e os pobres. No os deixemos jamais sozinhos! (Exort. ap. Evangelii gaudium, 48). Isto deve ser claro especialmente para as pessoas que abraam a vida consagrada missionria: com o voto de pobreza, escolhem seguir Cristo nesta sua preferncia, no ideologicamente, mas identificando-se como Ele com os pobres, vivendo como eles na precariedade da vida diria e na renncia ao exerccio de qualquer poder para se tornar irmos e irms dos ltimos, levando-lhes o testemunho da alegria do Evangelho e a expresso da caridade de Deus.

    Para viver o testemunho cristo e os sinais do amor do Pai entre os humildes e os pobres, os consagrados so chamados a promover, no servio da misso, a presena dos fiis leigos. Como j afirmava o Conclio Ecumnico Vaticano II, os leigos colaboram na obra de evangelizao da Igreja e participam da sua misso salvfica, ao mesmo tempo como testemunhas e como instrumentos vivos (Ad gentes, 41). necessrio que os consagrados missionrios se abram, cada vez mais corajosamente, queles que esto dispostos a cooperar com eles,

  • 5MENSAGEMIGREJA VIVADirio do Minho QUINTA-FEIRA, 28 de MAIO de 2015

    do papa francisco

    mesmo durante um tempo limitado numa experincia ao vivo. So irmos e irms que desejam partilhar a vocao missionria inscrita no Baptismo. As casas e as estruturas das misses so lugares naturais para o seu acolhimento e apoio humano, espiritual e apostlico.

    As Instituies e as Obras Missionrias da Igreja esto postas totalmente ao servio daqueles que no conhecem o Evangelho de Jesus. Para realizar eficazmente este objectivo, aquelas precisam dos carismas e do compromisso missionrio dos consagrados, mas tambm os consagrados precisam de uma estrutura de servio, expresso da solicitude do Bispo de Roma para garantir de tal modo a koinonia que a colaborao e a sinergia faam parte integrante do testemunho missionrio. Jesus colocou a unidade dos discpulos como condio para que o mundo creia (cf. Jo 17, 21). A referida convergncia no equivale a uma submisso jurdico-organizativa a organismos institucionais, nem a uma mortificao da fantasia do Esprito que suscita a diversidade, mas significa conferir maior eficcia mensagem evanglica e promover aquela unidade de intentos que fruto tambm do Esprito.

    A Obra Missionria do Sucessor de Pedro tem um horizonte apostlico universal. Por isso, tem necessidade tambm dos inmeros carismas da vida consagrada, para dirigir-se ao vasto horizonte da evangelizao e

    ser capaz de assegurar uma presena adequada nas fronteiras e nos territrios alcanados.

    Queridos irmos e irms, a paixo do missionrio o Evangelho. So Paulo podia afirmar: Ai de mim, se eu no evangelizar! (1 Cor 9, 16). O Evangelho fonte de alegria, liberdade e salvao para cada homem. Ciente deste dom, a Igreja no se cansa de anunciar, incessantemente, a todos O que existia desde o princpio, O que ouvimos, O que vimos com os nossos olhos (1 Jo 1, 1). A misso dos servidores da Palavra bispos, sacerdotes, religiosos e leigos colocar a todos, sem excluir

    ningum, em relao pessoal com Cristo. No campo imenso da actividade missionria da Igreja, cada baptizado chamado a viver o melhor possvel o seu compromisso, segundo a sua situao pessoal. Uma resposta generosa a esta vocao universal pode ser oferecida pelos

    consagrados e consagradas atravs de uma vida intensa

    de orao e unio com o Senhor e com o seu

    sacrifcio redentor.

    Ao mesmo tempo que confio a Maria, Me da Igreja e modelo de missionariedade, todos aqueles que, ad gentes ou no prprio territrio, em

    todos os estados de vida, cooperam

    no anncio do Evangelho, de corao

    concedo a cada um a Bno Apostlica.

    Vaticano, 24 de Maio Solenidade de Pentecostes de

    2015.

  • 6 LITURGIA IGREJA VIVA

    LEITURA I Deut 4, 32-34Leitura do Livro do Deuteronmio

    Moiss falou ao povo, dizendo: Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra. De um extremo ao outro dos cus, sucedeu alguma vez coisa to prodigiosa? Ouviu-se porventura palavra semelhante? Que povo escutou como tu a voz de Deus a falar do meio do fogo e continuou a viver? Qual foi o deus que formou para si uma nao no seio de outra nao, por meio de provas, sinais, prodgios e combates, com mo forte e brao estendido, juntamente com tremendas maravilhas, como fez por vs o Senhor vosso Deus no Egipto, diante dos vossos olhos? Considera hoje e medita em teu corao que o Senhor o nico Deus, no alto dos cus e c em baixo na terra, e no h outro. Cumprirs as suas leis e os seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e tenhas longa vida na terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre.

    SALMO RESPONSORIAL Salmo 32 (33)Refro: Feliz o povo que o Senhorescolheu para sua herana.

    A palavra do Senhor recta,da fidelidade nascem as suas obras.Ele ama a justia e a rectido:a terra est cheia da bondade do Senhor.

    A palavra do Senhor criou os cus,o sopro da sua boca os adornou.Ele disse e tudo foi feito,Ele mandou e tudo foi criado.Os olhos do Senhor esto voltadospara os que O temem,para os que esperam na sua bondade,para libertar da morte as suas almase os alimentar no tempo da fome.

    A nossa alma espera o Senhor:Ele o nosso amparo e protector.Venha sobre ns a vossa bondade,porque em Vs esperamos, Senhor.

    LEITURA II Rom 8, 14-17Leitura da Epstola do apstolo So Paulo aos Romanos

    Irmos: Todos os que so conduzidos pelo Esprito de Deus so filhos de Deus. Vs no recebestes um esprito de escravido para recair no temor, mas o Esprito de adopo filial, pelo qual exclamamos: Ab, Pai. O prprio Esprito d testemunho, em unio com o nosso esprito, de que somos filhos de Deus. Se somos filhos, tambm somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, tambm com Ele seremos glorificados.

    EVANGELHO Mt 28, 16-20Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus

    Naquele tempo, os Onze discpulos partiram para a Galileia, em direco ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-nO; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: Todo o poder Me foi dado no Cu e na terra. Ide e ensinai todas as naes, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco at ao fim dos tempos.

    LITURGIA da palavra

    santssimatrindade

    tema

    IDE... EU ESTOU SEMPRE CONVOSCO

    Atitude de vidaMovidos pela conscincia da presena e vida da Santssima Trindade em ns, sempre que tocarmos a nossa fronte, o nosso peito e os nossos ombros em sinal da cruz, assumamo--nos templos para que isso nos leve a exercitar o reconhecimento de cada irmo, tambm como templo.

    ILUSTRAO DA ARQ. MARIA TAVARES

  • 7LITURGIAIGREJA VIVADirio do Minho QUINTA-FEIRA, 28 de MAIO de 2015

    Quem Deus? A Liturgia da Palavra no nos responde directamente Com uma paciente pedagogia, toma-nos pelo mo e ajuda-nos a fazer memria da revelao de Deus: criou o ser humano, escolheu um povo (primeira leitura), o nosso amparo e protector (salmo). Entretanto, em Jesus Cristo, revela-se como nosso Pai (segunda leitura): faz de ns seus filhos, seus herdeiros com Jesus Cristo; pelo Esprito Santo, faz-nos participantes da sua vida. Eis a Boa Nova que somos chamados a anunciar at ao fim dos tempos (evangelho), na certeza de que, em seu Filho ressuscitado e pelo Esprito que nos une, Deus est sempre connosco.

    Medita no teu corao que o Senhor o nico DeusTerminado o tempo de Pscoa comea a segunda parte do Tempo Comum. Contudo, os dois primeiros Domingos so dedicados a celebraes especiais: Santssima Trindade; Corpo e Sangue de Cristo. Neste Domingo, celebramos a solenidade da Santssima Trindade. certo que em cada Eucaristia recordamos sempre a Trindade Divina, mas neste Domingo recordada de um modo especial e particular.O livro do Deuteronmio ( letra, Segunda Lei) foi elaborado com base em (trs) discursos supostamente proferidos por Moiss ao despedir-se do povo que tinha guiado desde o xodo at chegar Terra Prometida.O texto da primeira leitura agrupa dois fragmentos que fazem parte da concluso do primeiro discurso (Deuteronmio 1, 1 4, 43) atribudo a Moiss: faz uma recompilao de alguns factos para os apresentar como uma

    histria de amor da parte de Deus, como uma revelao desse amor. Eis o acontecimento fundamental: Deus quis dar-se a conhecer a um povo de escravos, revelou-lhes a sua voz, combateu com eles contra o opressor, libertou- -os da escravido. A recordao da histria leva ao reconhecimento da aco divina, leva f: Medita no teu corao que o Senhor o nico Deus. Esta afirmao tinha de ser lembrada constantemente por causa dos povos vizinhos de Israel, que eram politestas (adoravam muitos dolos como deuses). A repetio desta narrativa de f era como um antdoto contra a idolatria, avivava a chama da f no corao de cada crente. A f sempre uma recordao actual, viva, activa, criativa, luz para iluminar o caminho que conduz autntica felicidade.

    Quem Deus, para mim? Que imagem tenho de Deus? A relao pessoal com Deus depende muito da resposta dada a estas questes. Os textos bblicos apresentam-nos um Deus que salvador, que perdoa, que rico em misericrdia, que prximo, que ama com amor imenso, a ponto de nos dar o seu prprio Filho, o Emanuel, o Deus connosco. Acreditamos nisto, embora no o saibamos explicar melhor ou entender totalmente? Temos conscincia de que somos filhos de Deus e que o podemos invocar como Pai, tal como o fazemos na orao do Pai nosso? Se temos verdadeira conscincia disto, o nosso rosto tem de transbordar de alegria, a alegria do Evangelho, a alegria da f, a alegria de ser amado por Deus, um Deus que comunho: Pai, Filho, Esprito Santo.Reflexo preparada por Laboratrio da F | in www.laboratoriodafe.net

    Reflexo

    elemento celebrativo a destacar

    Este Domingo propcio para fazermos a invocao e a saudao iniciais com particular serenidade, chamando a ateno para o facto de sempre comearmos nestes mesmos termos: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo. Estamos reunidos e somos provocados pela unidade do Pai e do Filhos e do Esprito Santo!

    Sugesto de cnticos Ent: Ao Senhor do Universo, F. Silva (IC, p. 353; NRMS 08-II) glria: F. Santos (NCT 295) apres. dons: Pai, Filho, Esprito Santo - A. Cartageno (CEC II, p. 162) SANTO: A. Cartageno (IC; p. 53; NRMS 99-100) cordeiro: M. Carneiro (IC, p. 64; NRMS 99-100) Com: Glria ao Pai que nos criou - C. Silva (Orar Cantando, p. 128) Final: Por Cristo e em Cristo - M. Faria (IC, p. 680; NRMS 45)

    _MATERIAL: Coroado o Tempo Pascal com a Solenidade do Pentecostes, entramos de novo no Tempo Comum. Neste nono Domingo, uma semana aps o Pentecostes, celebramos em Igreja a Solenidade da Santssima Trindade. O Deus uno e trino iluminou o tempo pascal e preside a todo o tempo. Propomos que se retome tambm o percurso pelas obras de misericrdia: neste Domingo, assistidos e iluminados pelo amor da Trindade queremos ter particular ateno em dar bom conselho. Tratando-se do Tempo Comum, no de menor importncia. Neste Domingo, como representao simblica, poderemos dispor um arranjo floral em que surja um relevo feito com rochas ou pedaos de madeira e do centro possam emergir trs flores iguais (gerberas brancas).

    itinerrio simblico

    Orao Universal Carssimos irmos e irms: Elevemos a nossa orao a Deus Pai, que revelou ao mundo o seu grande amor no dom do Filho e do Esprito Santo, e digamos, cheios de confiana:

    R. Pai nosso, que estais nos cus, ouvi-nos.

    1. Pelas Igrejas do mundo inteiro que acreditam no mistrio da Santssima Trindade e que procuram viver na Comunho da qual nasceram, oremos.

    2. Pelos governantes e legisladores que no pem obstculos liberdade a que Deus chama os homens pelo seu Esprito, oremos.

    3. Por todos os povos e naes da terra, que recebam a palavra de Deus e o Baptismo e reconheam em Jesus Cristo o Salvador, oremos.

    4. Por todos aqueles que vivem no sofrimento, envolvidos por conflitos ou por doenas; que sintam a graa e a consolao do Esprito Santo, oremos.

    5. Pelos membros da nossa comunidade (paroquial), que guardando os mandamentos do Senhor como caminho de f vivida, tenham longa vida e encontrem a felicidade, oremos.

    Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, escutai com bondade as oraes que o Esprito Santo ps em nossos lbios e dai-nos a graa de fazermos sempre a vossa vontade. Por Cristo Senhor nosso.

    Eucologia

    Oraes e prefcio prprios da Missa do dia da Santssima Trindade (Missal Romano, pp. 431-432)

    Orao Eucarstica III

    FRUTOS DO ESPRITO SANTO Longanimidade ELEMENTO SIMBLICO Anans

    ADMONIO INICIAL

    Cada Domingo, como famlia reunida, somos chamados a sentir com particular intensidade a nossa condio de povo reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Esprito Santo! Hoje isso particularmente intenso, pois celebramos a solenidade da Santssima Trindade. Ser importante que cada um de ns faa verdadeiro esforo de vontade e de inteligncia e verifique com o corao cheio de f e de amor, todas as vezes que, ao longo da celebrao, na orao conduzida pelo presidente, referida a Santssima Trindade! Somos desafiados a verificar que a nossa celebrao litrgica obra da Santssima Trindade.

  • 8 ACTUALIDADE IGREJA VIVA

    O programa Ser Igreja entrevista, esta semana, Florentino Cardoso, Presidente da Irmandade de Nossa Senhora da Lapinha.

    sexta-feira, das 23h00 s 24h00FM 101.1 MhzAM 576Khz.

    AGENDA

    FICHA TCNICADirector: Damio A. Gonalves PereiraCoordenao: Departamento Arquidiocesano da Comunicao Social (Pe. Tiago Freitas, Pe. Paulo Terroso, Eduardo Madureira, Ana Pinheiro, Joana Arajo, Nuno Ades), Flvia BarbosaDesign: Romo FigueiredoFontes: Agncia Ecclesia e Dirio do MinhoContacto: [email protected]

    20% *Desconto

    Livraria do Dirio do Minho

    * Na entrega deste cupo. Campanha vlida de 28 de Maio a 4 de Junho de 2015.

    31.05.2015

    OS LEIGOS NAS FAMLIAS CARISMTICAS15h00 / Externato Paulo VI

    RECEPO DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA16h00 / Arco da Porta Nova

    PVP

    15Direito da Religio, textos fundamentais uma obra pioneira na divulgao conjunta das fontes do Direito da Religio que se apresentam relevantes na Ordem Jurdica Portuguesa. Tem sido gradual o despertar para o estudo do fenmeno religioso da perspectiva da proteco da liberdade religiosa, do pluralismo das religies e dos sentimentos religiosos. O Direito assume vrios papis: atribuir direitos, separar intervenes, limitar poderes e conferir mecanismos de defesa aos cidados. Para isso muito contribuiu a Lei da Liberdade Religiosa, que rapidamente se tornou um diploma modelar internacional.

    02.06.2015

    EDUCAO E AUTONOMIA COM CRIANAS E JOVENS09h00 / Auditrio Vita

    J. GOUVEIAM. SATURINOF. SOARES LOJA

    direito da religio

    A imagem peregrina de Nossa Senhora chega a Braga no dia 31 de Maio e passa pelos diferentes Arciprestados at ao dia 14 de Junho. Em todas as igrejas que recebem Nossa Senhora de Ftima haver Eucaristia, Tero, Confisso e Catequese.

    O acolhimento acontece junto do Arco da Porta Nova, seguindo depois em procisso at S Catedral, onde o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, preside a uma eucaristia pelas 18h00. Tambm a 14 de Junho o prelado celebra missa em Esposende, na Igreja Matriz, pelas

    arciprestado pode consultar a pgina oficial da Arquidiocese. Os itinerrios completos de cada arciprestado esto tambm a ser actualizados.

    recepo da imagem de nossa senhora

    O Curso de Missiologia uma iniciativa dos Institutos Ad Gentes, com o apoio das Obras Missionrias Pontifcias. Esta formao visa a qualificao do missionrio e, consequentemente, da Misso. destinada aos membros dos institutos missionrios, religiosos, sacerdotes diocesanos, missionrios em frias,

    seminaristas e estudantes de teologia, candidatos ao laicado missionrio, voluntrios da misso, catequistas e jovens. Tem como temas a Misso em Portugal e desde Portugal contextos e desafios, a Misso no e a partir do Evangelho de So Marcos, a Misso como dilogo, a Misso como encontro e a espiritualidade missionria.

    01.06.2015

    DIA MUNDIAL DA CRIANA

    O curso ter lugar no Seminrio da Consolata, em Ftima, de 24 a 29 de Agosto de 2015.

    O prazo para as inscries termina a 17 de Agosto de 2015 e o nmero de vagas limitado. Pode inscrever-se atravs da pgina http://www.cursodemissiologia.blogspot.pt/2015/04/curso-de-missiologia-2015-inscricoes.html.

    18h30. Para obter o guio completo do envio da imagem da Virgem Peregrina e saber as datas correspondentes passagem da imagem em cada