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JSSN 1517-2201 1 2 Janeiro, 2003 1
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
CPATU
R696c
2003
V-2008.0O211
Caracterização e classificação
2003 LV-2008.00211
II II ll II III II IDI I II I I III II 41860-1
/SSN 1517-2207
EnTpa Janeiro, 2003
Empresa &a,Jeira de Pnqiain Agrocuãri.
Centro de Pesquisa Agro florestas da Amazónia Orientas
MMistó,io da Agnc&twe. Pecuárie e Abasiecinwnto
Documentos 152
Caracterização e Classificaçao dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Tarcisio Ewerton Rodrigues João Marcos Lima da Silva José Raimundo N.F. Gama Emanuel Queiroz Cardoso Júnior
Belém, PA
2003
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Amazônia Oriental Trav. Dr. Enéas Pinheiro, 5/o
Caixa Postal, 45 CEP: 66095-100 - Belém, PA Fone: (91) 299-4500 Fax: (91) 276-9845 E-mail: [email protected]
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Comitê de Pubiicações Presidente: Leopoldo Brito Teixeira Secretária-Executiva: Maria de Nazaré Magalhães dos Santos Membros: Antônio Pedro da Silva Souza Filho
Expedito Ubirajara Peixoto Galvão João Tomé de Farias Neto Joaquim Ivanir Gomes José de Brito Lourenço Júnior
Revisores Técnicos Américo P. de Carvalho - Embrapa Floresta Fernando Barreto Rodrígues da Silva - Embrapa Solos
Supervisor editorial: Guilherme Leopoldo da Costa Fernandes Revisor de texto: Maria de Nazaré Magathães dos Santos
Normalização bibliográfica: Rosa Maria Meio dutra Editoração eletrônica: Euclides Pereira dos Santos Filho
V edição
1' impressão (2003): 300 exemplares
Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Caracterização e classificação dos solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre / Tarcisio Ewerton Rodrigues ... [et al.] - - Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2003.
79p. 21cm. - (Embrapa Amazônia Oriental. Documentos, 152).
ISSN 1517 -2201
1. Classificação de solo - Rio Branco - Acre - Brasil. 2. Fisiografia. 3. Tipo de solo. 1. Rodrigues, Tarcísio Ewerton. II. Série.
CDD 631.44098112
Embrapa 2003
Autores
Tarcisio Ewerton Rodrigues
Eng. Agrôn., liso, Pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA,
E-mail: [email protected]
João Marcos Lima da Silva
Eng. Agrôn., M.Sc., Pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA.
E-mail: [email protected]
José Raimundo Natividade Ferreira Gama
Eng. Agrôn., O.Sc., Pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA.
E-mail: [email protected]
Emanuel Queiroz Cardoso Júnior
Bolsista do PIBIC/Embrapa/CNPq
Apresentação
Este trabalho foi executado pela equipe de pedologia da Embrapa Amazônia
Oriental e tem como objetivo a elaboração da Caracterização e Classificação dos
Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre.
Este estudo é de grande importância e necessário ao conhecimento dos recursos
naturais regionais, visando subsidiar o planejamento de uso da terra e o aumento
da sustentabilidade do município, proporcionando, desta forma, o aumento da
qualidade de vida da população envolvida, sem causar danos ambientais.
Realizaram-se estudos das características físicas, químicas e morfológicas de seus solos e a distribuição geográfica do referido município na escala de 1:250.000, obedecendo-se às normas e critérios preconizados pela Embrapa
Centro Nacional de Pesquisa de Solos.
EmanuefAdi/son de Souza Serrão
Chefe Geral da Embrapa Amazônia Oriental
Sumário
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre ............................ 9
Introdução................................................................................ 9
Caracterização Geral da Área .................................................... 10
Localização................................................................................. 1 O
Geologia..................................................................................... 1 O
Geomorfologia............................................................................. 1 2
Clima......................................................................................... 13
Vegetação................................................................................... 20
Hidrografia.................................................................................. 2 1
Prospecção e Cartografia de Solos .............................................. 21
Métodos de Análises de Solos .................................................... 22
Classificação Taxonômica dos Solos ............................................ 23
Resultados e Discussão ............................................................. 24
Latossolo Vermelho-Amarelo ......................................................... 24
Argissolos.................................................................................. 25
Alissolos Crômicos ....................................................................... 32
Luvissolos Crômicos ..................................................................... 44
Plintossolos................................................................................ 48
Vertissolos Cromados ................................................................... 60
Gleissolos................................................................................... 64
Neossolos Flúvicos ...................................................................... 68
Classificação dos Solos ............................................................. 68
Conclusões e Recomendações .................................................... 69
Referências Bibliográficas .......................................................... 75
Anexo: Mapa de Solos da Floresta Estadual do Antimari,
RioBranco - Acre . .................................................................. 79
Caracterização e Classificação
dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Tai-cisio Ewerton Rodrigties
joJo IViarcos Lima (lo Silva
José Rairmindo N. F. Gania
Eina,nje/ Olie/TOZ Carcioso Juntar
Introdução
O ideal conservacionista não reside na simples preservação do ambiente ou da
proteção de plantas e animais silvestres, mas sim, em manter indefinidamente a
capacidade produtiva do sistema, visando obter a mais alta qualidade de vida
humana. Para tanto, busca-se sempre o planejamento de uso dos recursos naturais
que, por sua vez, pressupõe a adoção de sistemas de aproximação sucessiva, a fim
de lograr uni maior número possível de informações sobre o meio ambiente
desejado.
Nesse contexto, vale destacar as pesquisas referentes aos levantamentos
pedológicos, pois, além de proporcionar uma visão global do recurso solo,
quantificando-o e mostrando a sua distribuição espacial, permite uma previsão do
seu comportamento para os mais variados tipos de uso com atividades
agrossilvipastoris. Além disso, fornece ainda elementos básicos essenciais para
zoneamentos agroecológicos e agropedoclimáticos; seleção de áreas visando a
expansão de fronteiras agrícolas; planejamento de pesquisas geotécnicas; planeja-
mentos urbanos e rodoviários; localização de aeroportos, açudes e ferrovias; áreas
de recreação, reservas biológicas e reservas ecológicas, entre outras.
O trabalho tem como objetivo realizar o levantamento de reconhecimento em nível
de alta intensidade dos solos da área da Floresta Estadual do Antimari, Rio Branco,
Acre, para obtenção de mapa de solos, para servir de base ao planejamento de
manejo florestal sustentável dos recursos florestais.
Caracterização e Classificação dos 10 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
A pesquisa foi realizada em parceria entre a Embrapa e a Fundação Tecnologia do
Estado do Acre (Funtac) governo do Acre, por intermédio de Convênio de Coope-
ração Técnica, celebrado entre essas Instituições.
Caracterização Geral da Área
Localização A Floresta Estadual do Antimari está localizada no Município de Rio Branco,
Estado do Acre, limitando-se ao norte pelo Estado do Amazonas e ao sul, em
quase toda a sua extensão, pelo Rio Antimari. Abrange uma superfície de
aproximadamente 66 mil hectares e está situada entre as seguintes coordenadas
geográficas: 09°1 3' a 090 31' de latitude sul e 68 0 01' a 68023 de longitude
oeste de Greenwich (Fig. 1). A principal via de acesso à área é a BR-364 até o
km 82, no sentido Rio Branco/Sena-Madureira, quando então, o trajeto deverá
ser feito por via fluvial, através do Rio Antimari. Pode-se também chegar à área
utilizando-se aviões de pequeno e médio portes.
Geologia As unidades geológicas desta área são representadas pela Formação Solimões,
que tem origem sedimentar cenozóica e recobre as bacias do Alto Amazonas e
do Acre, referindo-se ao Terciário Superior; os aluviões fluviais e coluviões
referem-se ao Pleistoceno; os depósitos fluviais referem-se ao período
Pleistoceno/Holoceno e os sedimentos recentes ao Holoceno (Brasil, 1976;
Schobbenhaus et ai. 1984). Estes períodos geológicos são caracterizados a
seguir:
Terc/ério Superior: Representado na área pela Formação Solirtiões, que apresenta
variações de litologias e de estrura sedimentares. É constituída por argilitos,
arenitos finos e médios e siltitos argilosos. Os argilitos aparecem como constitu-
intes básicos desta formação. São maciços, muito compactos e resistentes ao
intemperismo, com concreções carbonáticas e gipsíferas, vênulas de calcitas e
gipsita, apresentando colorações oliva-pálido a cinzento-amarelado e
mosqueados. Os arenitos apresentam matriz argilosa e/ou argilosa com calcário.
Os siltitos, como os arenitos, encontram-se com estratificação plano-paralela
(Brasil, 1976; Schobbenhaus et ai. 1984).
Caracterização e Classificaçào dos
Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos 12 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Pleistoceno: Referidos aos aluviões antigos que foram terraços constituídos de
argilas, siltes e areias de granulação muito fina a grosseira, com diminuição
granulométrica para o topo. Ocorrem intercalações e intergitações de material
síltico e argiloso, como níveis de concentração ferruginosa, com lâminas
limoníticas, pelotas de argila dispersas e lentes de conglomerado (Schobbenhaus
et ai. 1984).
P/eistocepo//-/o/oceno: Compreende os sedimentos fluviais que acompanham os
cursos d'água da rede de drenagem, constituídos predominantemente de argilas
e siltes. Estas faixas aluviais constituem a planície de acumulação e estão
sujeitas a inundações sazonais, apresentando-se cobertas por vegetação típica
adaptada ao excesso de água (Schobbenhaus et ai. 1984).
h'o/oceno: Refere-se aos sedimentos fluviais recentes constituídos de cascalhos,
areias, siltes e argilas. Os depósitos fluviais recentes preenchem as planícies
aluviais atuais dos rios.
Geomorfologia
A principal unidade morfoestrutural representada na área é a depressão Rio Acre
- Rio Javari (Brasil, 1976), que se caracteriza por uma extensa superfície
rebaixada, situada entre os rios Acre e Javari. Nessa depressão ocorrem
litologias pliopleistocênicas, com predominância de solos Argissolos e Alissolos
e vegetação de floresta equatorial subperenifólia com ou sem bambu.
A topografia da área da Floresta Estadual do Antimari apresenta-se com relevo
dissecado de pouca profundidade, representada pelas seguintes formações
geomorfológicas:
Colinas: Apresentam relevo de topo pouco convexo, com drenagem em diferen-
tes ordens de grandeza e de profundidade, separadas normalmente por vales de
pouco aprofundamento (Brasil, 1976). As colinas são a forma de relevo predo-
minante na área. Os solos que ocorrem nesse tipo de relevo são os Argissolos
Vermelho - Amarelos e Argissoios Vermelhos e Alissolos.
Terraços Altos: Caracterizam-se pelo caráter fluvial e esculpidos pelo Rio
Antimari, com declive voltado para o leito fluvial, comportando meandros
colmatados (Brasil, 1976). Nestes terraços ocorrem Plintossolos e Gleissolos.
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 13
Terraços Baixos: São representados pelas planícies e terraços fluviais, que
compreendem as áreas aplainadas resultantes de acumulação fluvial ao longo do
Rio Antimari e seus afluentes, normalmente sujeitos a inundações periódicas.
Nestas áreas ocorrem solos Gleissolos e Neossolos Flúvicos.
Clima As informações sobre as condições climáticas da Floresta do Antimari foram
baseadas nos dados das estações meteorológicas de Rio Branco (Inemet) e de
Sena Madureira, publicados por Bastos (1972.
A partir da análise dos dados, verifica-se que a área está sob a influência dos
tipos climáticos Ami e Awi, de acordo com a classificação de Küppen, assim
como, uma faixa de transição.
O tipo climático Ami é caracterizado por possuir um regime pluviométrico anual
igual ou superior a 2.000 mm, com um período de um a dois meses com
precipitação pluviométrica mensal superior a 60 mm, condições estas que
definem o clima de Sena Madureira.
O tipo climático Awi, caracteriza-se por apresentar índice pluviométrico anual geral-
mente inferior a 2.000 mm, com nítida estação seca igual ou superior a três meses,
verificadas em Rio Branco, com precipitação pluviométrica mensal inferior a 60 mm.
As condições climáticas da área em estudo estão sob a influência dos parâmetros
meteorológicos, a seguir, e conforme apresentado na Tabela 1.
Temperatura doar É caracterizada por uma temperatura média anual variando de
24,3°C a 24,4°C, com a máxima de 33,7°C ocorrendo no mês de agosto em
Sena Madureira e 32,8 0 , no mês de setembro, em Rio Branco (Tabela 1). Merece
destaque a "friagem", que ocorre na região, ocasionando uma queda brusca de
temperatura, podendo atingir até 4°C. Este fenômeno dura de três a oito dias e
está associado às penetrações frontais no período de inverno no Hemisfério Sul,
relacionados às irregularidades no geopotencial da região.
Precipitação pluviomótrica: A precipitação média anual é de 2.107 mm, com
período mais chuvoso ocorrendo nos meses de setembro a abril, em Sena
Madureira. Em Rio Branco, a média anual é de 1.949 mm, com período mais
chuvoso de outubro a abril.
Caractedzação e Classificaçáo dos 14 Solos da Floresta Estadual do Aritimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 15
Umidade relativa: A média anual da umidade relativa em Sena Madureira é de
91% e, em Rio Branco, de 88%. Verifica-se que em Rio Branco o clima é mais
seco, principalmente em agosto, quando atinge valor médio de 77%.
Evapotranspii-ação potencial: Tomando-se por base os dados das duas estações
citadas, o total médio da evapotranspiração potencial é de 1.349 mm e 1.293
mm para Sena Madureira e Rio Branco, respectivamente.
Balanço hídrico: O balanço hidrico, segundo Thornthwaite & Mather (1955),
utilizando os dados de temperatura (T), precipitação (P) e evapotranspiração
lER) (Tabelas 2 e 3 e Fig. 2 e 3), possibilita a utilização dos elementos
climáticos na avaliação das condições hidroambientais que interferem no
desenvolvimento das plantas. Os dados de excedentes e deficiência obtidos
através de balanços hídricos, feitos para retenção de 100 mm, refletem uma
deficiência média anual de 66 mm, no período de junho a agosto, em Sena
Madureira e de 109 mm em Rio Branco, correspondente aos meses de junho a
setembro (Tabelas 2 e 3 e Fig. 2 e 3).
Apesar da existência dos períodos secos citados, os mesmos não representam
fator limitante ao desenvolvimento das plantas cultivadas, tendo em vista a
dominância de solos de textura argilosa, onde existem maior capacidade de
retenção hidrica.
A classificação climática de Thornthwaite baseia-se no rndice efetivo de umidade
(Im) e no índice de eficiência térmica, os quais são de fundamental importância
no estado de interrelações água-solo-planta.
O índice efetivo de umidade é determinado pela fórmula:
Im = 100 EXC - 60 DEF onde,
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Im = índice efetivo de umidade ou índice hidrico
EXC = excedente hídrico anual
DEF = deficiência hídrica anual
ER = evapotranspiração potencial anual
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Caracterização e Classificação dos 16 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 17
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Caracterização e Classificação dos
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Fig. 2. Balanço hídrico de Rio Branco, Acre, segundo Thornthwaite & Mather 1955).
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 19
ME SES
Fig. 3. Balanço hídrico de Sena Madureira, Acre, segundo Thornthwaite & Malher (1955).
Caracterização e Classificação dos 20 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Quanto ao índice de eficiência térmica, este corresponde à própria
evapotranspiracão potencial.
Segundo Thornthwaite, as duas estações apresentam a mesma fórmula climática
do tipo B2rA'a', o que significa um clima úmido, com pequena deficiência de
água e megatérmico. Entretanto, deve-se ressaltar que os valores referentes ao
índice hidrico de 61% e o índice de aridez com cerca de 5%, para Sena
Madureira, e índice hídrico de 59% e o índice de aridez aproximado de 8%, para
Rio Branco, evidenciam que as condições de Sena Madureira são mais amenas
em termos de aridez, coincidindo assim com a classificação de Küppen, vista
anteriormente (Fig. 3).
Vegetação A vegetação dominante que recobre a área é representada pela floresta equatorial
subperenifólia, caracterizada por espécies arbóreas heterogêneas, com sub-
bosque constituído por um estrato de plántulas, geralmente resultantes de
regeneração das árvores do estrato superior. Parte dela está ocupando áreas
sedimentares dissecadas do Terciário, com predomináncia de plantas lactíferas.
Os elementos que compõem esta floresta são caracterizados por uma cobertura
de árvores emergentes de porte elevado. Nas colinas, quase sempre, são
observadas formações arbóreas menores e uniformes de individuos. O sub-
bosque é mais denso nas áreas de colinas que nas tabulares. A regeneração das
espécies arbóreas ocorre em todas as situações topográficas.
Neste sistema florístico, além da floresta densa e floresta de várzea, são caracte-
rizados basicamente dois tipos fisionômicos: floresta com palmeiras e floresta
com bambu (Pires, 1973; Brasil, 1976).
Floresta equatorial subperenifólia: Caracteriza-se por uma formação florestal que
ocupa áreas dissecadas e dos planaltos com solos profundos, revestidos de
árvores com alturas mais ou menos uniformes. Apresentam um sub-bosque de
plántulas de regeneração arbórea, uns poucos arbustos, algumas palmeiras e
maior número de lianas lenhosas. Suas principais características são as árvores
de médio porte, raramente ultrapassando aos 30 metros de altura.
Floresta equatorial subperenifólia com palmeiras: A floresta com palmeiras é
caracterizada principalmente pela presença das espécies palmae dos gêneros
lriartea e Orbignya. Além destas, são observados outros tipos de palmeiras, que
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 21
ocorrem em áreas aluviais e nos talvegues dos vales. Há também a ocorrência de
castanha-do-brasil, em alguns locais mais concentrada e em outros muito
dispersa. (Pires, 1973; Brasil, 1976).
Floresta equatorial subperenifólía com bambu: A floresta com bambu caracteriza-
se por uma fisionomia ecológica marcante, onde os mesmos agrupam-se apre-
sentando um aspecto bem definido. Os bambus ocorrem no meio da floresta com
dominância do gênero Bambus, sendo que o subgênero Guadua ocorre nas
comunidades das terras baixas argilosas do Terciário (Brasil, 1976).
Floresta equatorial perenifólia de váizea: A floresta das planícies aluviais caracteriza-se pela
presença de espécies adaptadas ao excesso de água na época chuvosa, com dominância
de ciperáceas, espécies lenhosas xeromórficas providas de xilopódios e palmáceas.
Hidrografia A área da floresta Estadual do Antimari é drenada pelos Rios Antimari e
Sucuminá e seus afluentes, que apresentam regimes inlluenciados pelo período
chuvoso, reduzindo-se bastante o volume d'água durante o período de estiagem.
O Rio Antimari apresenta-se bastante sinuoso, praticamente sem ramificação. É um rio
de água barrenta (transportando razoável quantidade de sedimentos). Estreito (seis a
dez metros de largura) e de condições precária de navegabilidade na época de verão,
mesmo para pequenas embarcações. É a principal via de ligação entre a BR-364 e a
Floresta Estadual do Antimari, servindo como corredor para o transporte de manufatu-
rados para os seringueiros, bem como, para escoamento dos produtos extrativos.
Prospecção e Cartografia de Solos
Os trabalhos de escritório iniciaram-se com revisão bibliográfica, na qual foram
coletadas diversas informações sobre a área, aquisição de material básico,
elaboração do mapa base, assim como, outros estudos correlatos que pudessem
servir de subsídios na execução deste levantamento.
Com base nas informações disponíveis e no material fotográfico (imagem de
radar, escala 1:250.000; imagens de satélite, escala 1:100.000 com combina-
ções de canais 4, 5 e 7 e escala 1:50.000 com combinação 3, 4 e 5), proce-
deu-se a fotointerpretação com delineamento dos padrões fisiográficos, obtendo-
se o mapa preliminar e sua respectiva legenda.
Caracterização e Classificação dos 22 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Tendo por base os conhecimentos preliminares adquiridos, bem como o delinea-
mento obtido pela fotointerpretacão das imagens de satélite, procedeu-se o
mapeamento dos solos, através de caminhos, picadas de seringueiros, ramais de
rede de drenagem, levando-se em consideração o relevo, geologia, vegetação e
uso atual da terra.
Durante os trabalhos de campo, foi feita a caracterização morfológica dos solos a
partir de prospecções feitas com trado holandês e exame de perfis abertos em
trincheira e minitrincheiras. Ao mesmo tempo, além da coleta de amostras de
solos para análises físicas e químicas, levantaram-se dados referentes aos tipos
de culturas, desenvolvimento vegetativo e produção, visando o estabelecimento
de correlações solo/água/planta.
Depois de concluidas as verificações de campo, fez-se uma fotointerpretação
definitiva das imagens de satélites, determinada pelos padrões pedológicos
básicos e aiustes efetuados durante o desenvolvimento dos trabalhos de campo,
levando-se sempre em consideração os aspectos fisiográficos e a escala final do
mapa de solos, assegurando maior precisão no delineamento das unidades de
m apeamento.
Nas descrições dos perfis, utilizaram-se as normas adotadas pela Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo - SBCS (Embrapa, 1995; Estados Unidos, 1993;
Lemos & Santos, 1984). As cores dos solos foram determinadas através de
comparações com as da Munsell Color Charts (Munsell..., 1988).
De posse dos dados de campo e dos resultados de análises de laboratório
devidamente interpretados, efetuaram-se as alterações e revisões da legenda final
de identificação e das descrições dos solos; a confecção do mapa pedológico, na
escala 1:50.000 e elaboração do relatório técnico final.
Métodos de Análises de Solos
A metodologia usada na determinação física e química das amostras de solo é a
adotada pela Embrapa (Embrapa, 1995).
As determinações analíticas das amostras deformadas foram realizadas na terra
fina seca ao ar (TFSA) proveniente do fracionamento subseqüente à preparação
da amostra para análise.
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 23
As análises físicas reterem-se às seguintes determinações: composição
granulométrica da terra tina em dispersão com NaOH, nas trações: areia grossa,
areia tina, silte, argila total e argila dispersa em água, pelo método do densimetro.
As análises químicas realizadas constam das seguintes determinações: pH em água
e KCI N, por eletrodo de vidro em suspensão na proporção sola-liquido 1:2,5;
cátions trocáveis, representados pelo cálcio e magnésio extraídos com KCI e
determinados por absorção atômica; potássio e o sódio extraídos com HCI 0,OSN
na proporção 1:10 e determinados por fotometria de chama; acidez extrável
incluindo aluminio extraido com KCI N e titulado com NaOH 0,0251M e indicador
azul de bromotimol e, hidrogênio e alumínio extraido com Ca(Oac) 2 N a pH 7,0 e
titulado com NaOH 0,061N e indicador tenolttalina, sendo o hidrogênio calculado por
diterença; o fóstoro assimilável extraído com HCI 0,05N + H 2SO4 0,0251M e
determinado por colorimetria; o carbono orgânico por oxidação via úmida com
K 2Cr 20, 0,4N e titulação pelo Fe(NH4 ) 2 6 H 2 00,1N e indicador ditenilamina; o
nitrogênio total por digestão com mistura ácida, ditusão e titulação do NH 3 com HCI
0,01 N; óxido de ferro, aluminio e silício por araque da terra tina com H 2SO4 . Além
das determinações tísicas e químicas serão calculadas as seguintes relações: relação
textural BIA; relação silte/argila; relações moleculares Ki, Kr e A 2 03/Fe0 3 ; soma de
bases trocáveis (5); capacidade de troca de cátions (CTC e CTCE); saturação por
alumínio (m%) e saturação por bases trocáveis (V%).
Classificação Taxonômica dos Solos
Na classificação taxonômica dos solos foram utilizados critérios e características
diferenciais para distinção de classes de solos e de fases de unidades de
mapeamento adotadas pela Embrapa (Embrapa, 1999). Esses critérios possibili-
taram a diferenciação de vários níveis de classes, para eteito de distribuição
espacial das unidades de mapeamento. Além disso, também evidenciam as
características e propriedades dos solos, que possuem significados práticos de
modo a permitir a interpretação e avaliação de suas potencialidades e limitaçôes
para utilização em atividades agrícolas e não-agrícolas.
Na separação das classes de solos em niveis categóricos mais baixos toram
considerados critérios e caracteristicas diagnósticas empregadas pelo Sistema
Brasileiro de Classiticação de Solos (Embrapa, 1999), entre os quais: atividade
da fração argila; saturaçãd por bases e por alumínio, carácter aluminico, tipo de
horizonte A e B, classe de textura, tases de relevo e vegetação.
Caracterização e Classificação dos 24 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Resultados e Discussão
As classes de solos mapeadas na área da Floresta Estadual do Antimari foram as
seguintes: Latossolos, Argissolos, Alissolos, Luvissolos, Plintossolos e
Gleissolos, cujos dados são apresentados e discutidos a seguir:
Latossoto Vermelho-Amarelo Esta classe compreende solos minerais, bem drenados, profundos, com horizon-
te B latossólico imediatamente sujacente a um horizonte superficial do tipo A
moderado, com coloração amarelo-avermelhada a vermelho-amarelada, nos
matizes 6YR a 4YR e bastante permeáveis. Caracterizam-se por uma relação Ki
normalmente inferior a 2,0, capacidade de troca de cátions menor que 17 cmolc
kg-' de argila, em decorrência do material do solo ser constituído por minerais de
argila do tipo 1:1, óxidos de ferro e alumínio e outros minerais acessórios
altamente resistentes ao intemperismo, como o quartzo. São solos submetidos a
estágio avançado de intemperismo, resultante de intensa alteração sofrida pelo
material constitutivo do solo (Embrapa, 1999),
Apresentam seqüências de horizontes do tipo A, Bw e C, com diferenciação de
horizontes pouco nítida, em virtude da pequena variação de propriedades
morfológicas e das transições bastante amplas entre os mesmos.
No horizonte A, a coloração é bruno a vermelho-amarelada, com estrutura
granular fraca a moderamente desenvolvida, de consistência friável quando
úmido e ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso quando molhado.
O horioznte B é dividido em BA, Bw 1 e Bw 2 , com espessura superior a 150 cm,
de coloração vermelho-amarelada a avermelhada com estrutura muito pequena à
média, em forma de blocos subangulares, fraca a moderamente desenvolvida, de
consistência friájel quando úmido e plástico e pegajoso quando molhado
(Rodrigues, 1993 Rodrigues et ai. 1991; Embrapa, 1997),
As características marcantes destes solos são os baixos teores de silte no solo,
com relação silte/argila inferior a 0,7 e a virtual ausência de minerais primários
pouco resistentes ao intemperismo, que constituam fonte de reserva potencial de
nutrientes para as plantas. A mobilidade de argila é muito baixa, tornando-se
exígua sua transiocação por eluviação nos perfis, resultando na ausência de
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 25
argila dispersa em água no horizonte A, proporcionando um grau de floculação
elevado nesses solos (Embrapa, 1997; 1988).
A relação molecular Si0 21Al 20 3 (Ki) quase sempre inferior a 2 e a baixa capacida-
de de troca de cátions (CTC), determinam para esses solos uma baixa atividade
de troca. Por outro lado, as porcentagens muito baixas de saturação por bases
(V%) indicam intensa lixiviação de bases.
As características destes solos referentes à porosidade, permeabilidade, drena-
gem, friabilidade, plasticidade e pegajosidade pouco acentuada em relação aos
teores da fração argila e sua resistência à erosão, decorrem do elevado grau de
floculação e da constituição da fração argila.
Os baixos teores em silte, a composição da fração argila, a baixa relação da
argila dos horizontes AIA, a virtual ausência de cerosidade, a relação Ki normal-
mente inferior a 2, a ausência de minerais pouco resistentes à alteração nas
frações areia e cascalhos, a baixa capacidade de troca de cátions e a baixa soma
de bases, evidenciam intensa alteração sofrida pelo material formador desses
solos, resultando em drenagem livre, intensa lixiviação de bases e concentração
residual de sesquióxidos e quartzo (Oliveira et aI. 1992; Embrapa, 1999).
Os solos componentes desta classe ocorrem em relevo plano a suave ondulado,
formado por tabuleiros de topos aplainados, com altitudes que variam em torno
de 200 metros. Convém salientar que estes solos são pouco expressivos na área
mapeada (0,60%)
Argissolos Compreende solos minerais, não hidromórficos, que se caracterizam pela presen-
ça de um horizonte B textural, com desenvolvimento de estrutura de grau fraco a
forte em forma de blocos angulares e/ou subangulares, apresentando normalmen-
te cerosidade, revestindo as superfícies verticais e horizontais das unidades
estruturais ou poros, com diferença significativa de textura entre os horizontes A
e Bt.
Comumente são solos profundos, possuindo perfis bem diferenciados com
seqüência de horizontes A, Ate C, com argila de atividade baixa, representada
por capacidade de troca de cátions menor que 27 cmolc kg-i de argila.
Caracterização e Classificação dos 26 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Os Argissolos são definidos pela presença de cores amarelas, vermelhas amare-
las e vermelhas, conjugadas com teores de ferro (Camargo ei ai. 1987; Oliveira
ei ai. 1992).
Na área esses solos apresentam cores bruno-amarelada a bruno-forte nos matizes
7,5YR e 1OYR e vermelho-amareladas no horizonte B, no entanto, não apresen-
iam teores de Óxidos de ferro com valores significativos para diferenciá-los, dos
Argissolos Vermelhos. A seqüência de horizontes desses solos, na área, é a
seguinte: A 1 , AB, BA, Bt 1 , Btf, BCf, Cf, evidenciando o caráter plíntico dos
mesmos.
De um modo geral, apresentam A moderado, textura freqüentemente binária,
arenosa/média e média/argilosa, ao passo que a atividade da argila é baixa. A
estrutura apresenta-se fraca a forte, em blocos angulares e subangulares; com
cerosidade comum e moderada; sendo friável a firme, quando o solo está úmido,
não plástico e não pegajoso a plástico e pegajoso, quando o solo está molhado
(Tabela 4).
A distribuição das partículas dos solos demonstra a tendência das frações areia e
silte de decrescerem em profundidade, enquanto que, a fração argila em aumen-
tar em profundidade. O conteúdo dessas trações varia nesses solos de 50 g a
5609 kg' de solo; de 260 a 690 g kg' de solo e de 130 a 420 g kg1 de solo,
respectivamente (Tabela 4).
A relação molecular, Si0 11Al 20 3 (Ki), apresenta-se bastante variável, com valores
compreendidos entre 1,89 a 3,60, caracterizando a presença de material nos
solos, em diferentes estágios de intemperismo (Tabela SI.
Essa classe apresenta normalmente valores bastante variáveis em relação à soma
de bases, da ordem de 0,20 a 1,60 cmolc kg 1 de solo nos solos amarelos e
4,30 a 10,50 cmolc kg' de solo; nos solos vermelho-amarelos; saturação por
bases trocáveis variando de 4% a 35% nos solos distróficos e 42% a 73% nos
solos eutráficos; saturação por alumínio em torno de 2% a 91%. Os valores de
soma de bases e saturação por bases trocáveis são mais elevados nos horizontes
superficiais, pela presença de maiores teores de matéria orgânica nesses horizon-
tes. A saturação por alumínio aumenta em profundidade e, ao alcançar valores
superiores a 50%, confere aos solos o caráter distrõfico álico (Tabela 5).
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimori, Estado do Acre 1 27
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Caracterização e Classificação dos 30 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 31
A reação destes solos varia de extremamente ácida a fortemente ácida, com
valores de pH variando de 3,6 a 5,4, necessitando da aplicação de corretivos no
caso do uso dos solos com culturas sensíveis à acidez. Os valores de ApH são
negativos, indicando a dominância de cargas superficiais liquidas negativas,
capazes de reter cátions resultantes de adubações (Tabela 5).
A capacidade de troca de cátions efetiva (CTCE) é baixa, com valores variando
nos solos distróficos de 0,80 a 5,00 cmolc kg-i de solo, com dominância dos
valores interiores a 4 cmolc kg' de solo (Perfis 15 FA, 18 FA, 12 FA e 11 FA),
evidenciando baixa capacidade de retenção de nutrientes (Lopes & Guidolin,
1989) e de 4,30 a 10,50 cmolc kg' de solo, nos solos eutróficos (Perfil 16
FA), evidenciando média a alta capacidade de reter cátions. (Tabela 5).
O conteúdo de carbono orgânico é muito baixo, variando nos solos de 1,70 g a
24,40 g kg-1 de solo, com valores mais altos nos horizontes superficiais,
decrescendo acentuadamente em profundidade. Os teores de fósforo são muito
baixos, variando nos solos de 1,0 a 9,0 mg kg.i de solo. Os teores de ferro
total são baixos, variando de 4 a 91 g kg.i de solo, geralmente, aumentando em
profundidade (Tabela 5).
O horizonte plintico presente nesses solos apresenta plintita em estágio de
endurecimento, com quantidade superior a 15%.
São desenvolvidos a partir de rochas da Formação Solimões, portanto, constituí-
da litologicarnente de argilitos, siltitos e arenitos (Brasil, 1976), cujo
arranjamento estratigráfico apresenta-se bastante diversificado. A cobertura
vegetal é representada pela floresta equatorial subperenifólia, apresentando-se
aberta ou densa, com presença ou não de bambu e palmeiras. O relevo varia de
suave ondulado a forte ondulado.
As principais limitações ao uso agrícola referem-se à baixa fertilidade natural,
representada pela baixa soma de bases trocáveis e elevada saturação por
alumínio; à drenagem deficiente na maior parte dos componentes desta classe,
evidenciada pela presença de horizonte plintico de baixa permeabilidade, que
durante o período chuvoso pode ocasionar a saturação do solo; e a susceptibili-
dade à erosão condicionada pelo relevo ondulado e elevada porcentagem das
frações silte, areia fina e argila dispersa em água.
Caracterização e Classificação dos 32 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Considerando as características e propriedades observadas pelos perfis de solos,
os Argissolos foram classificados de acordo com as cores e presença ou ausên-
cia de horizonte plíntico em:
Argissolo Amarelo Distrófico plintico, textura média/argilosa (Ri 5FA)
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico, textura média/argilosa (Ri 2FA).
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico, textura média/argilosa (P1 1 FA e 1 2FA).
Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico plíntico, textura média/argilosa (P16FA).
Alissolos Crômicos Os Alissolos são solos constituídos por material mineral, posuindo horizonte B
textural ou nitico, argila de atividade alta com capacidade de troca de cátions
superior a 20 cmolc kg' de argila, conteúdo de alumínio extraível (Al* + 4)
superior ou igual a 4 cmolc kg-' de solo, conjugado com saturação por alumínio
igual ou superior a 50% e/ou saturação por bases trocáveis menor que 50% na
maior parte do horizonte B (Embrapa, 1999).
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C, com coloração brunada,
amarelada ou avermelhada ou vermelha, e, normalmente, variegada por efeito de
mosqueamento dessas cores, no horizonte Bt, com tendência de aumento com a
profundidade.
Os resultados obtidos evidenciaram para esses solos na área, a presença de um
horizonte superficial do tipo A moderado, normalmente, de textura média,
seguido de um horizonte Bt de textura, geralmente, argilosa ou muito argilosa. A
coloração varia de bruno-escuro a bruno-amarelado nos matizes 1OYR e 7,5YR
no horizonte A e vermelho-amarelado e vermelho nos matizes 5YR, 2,5YR e
10YR no horizonte Bt, normalmente dividido em Bt e Btf. A estrutura predomi-
nante no horizonte Bt é a forma de blocos angulares e subangulares de grau
moderado a forte, compondo ou não prismas; e presença de cerosidade (filmes
de argila) em grau moderado, assim como, ocorrênia de fendas resultantes de
processos de dissecação muito significativos em materiais com presença de
argila de atividade alta. A cQnsistência desses solos varia de duro a extremamen-
te duro, quando seco, ligeiramente firme a firme, quando úmido, e plástico a
muito plástico e pegajoso e muito pegajoso, quando molhado (Tabela 6).
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 33
No horizonte Bt, ocorre normalmente, um acúmulo diferencial significativo de
argilas, resultante de processos de eluviação nos perfis em que há presença de
argilas dispersas em água e/ou por destruição e remoção de argilas do horizonte
superficial por movimento lateral da água, em perfis em que não se observam
argilas dispersas em água (Tabela 6).
As características físicas inferem para esses solos uma classe de textura média a
argilosa e argilosa/muito argilosa, com conteúdo da fração argila, e do silte
variando de 120 a 730 g e de 150 a 670 g kgi de solo, respectivamente,
ocorrendo um decréscimo da fração silte e um aumento da fração argila, em
profundidade (Tabela 6).
Quimicamente, são solos que apresentam reação fortemente a moderadamente
ácida com valores pH - H 10 da ordem de 3,9 a 5,3. A dominância de cargas
superficiais líquidas negativas nesses solos, capazes de reter cátions trocáveis, é
evidenciada pelos valores de ApH negativos nos perfis em torno de —0,1 a
-1,8, as quais, normalmente, aumentam com a profundidade do solo (Tabela 7),
estando mais relacionadas ao tipo de minerais de argila do que à matéria orgâni-
ca.
A soma de bases trocáveis (Ca , K e Na , ) nesses solos apresenta
teores variando de 0,30 a 13,00 cmolc kg' de solo (Tabela 7), com domináncia
de teores inferiores a 5 cmolc kg' de solo, com valores mais altos ocorrendo,
normalmente, no horizonte superficial, pela maior concentração de cálcio e
magnésio nesse horizonte, por influência da matéria orgânica decrescendo com a
profundidade do solo, contudo, insuficientes para inferir uma saturação por
bases maior que 50%, em face dos altos teores de alumínio extraível presente
no horizonte Bt, desses solos.
A saturação por alumínio no horizonte Bt é, usualmente, superior a 60%,
ocorrendo em alguns perfis saturação por bases altas nos horizontes superficiais,
devido aos teores mais baixos de alumínio extraível nesses horizontes. Os teores
de alumínio extraível variam de 0,60 a 20,20 cmolc kg-' de solo, os quais,
aumentam normalmente com a profundidade do solo (Tabela 7). Segundo
Sanchez & Logan (1992), solos com saturação por alumínio superior a 60%
evidenciam a tendência de ocorrer fitoxidade, o que pode ser esperado para
esses solos.
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Caracterização e Classificação dos 34 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos 42 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos 44 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
A capacidade de troca de cátions trocáveis do solo (CTC) com teores variando
em torno de 3,50 a 28,80 cmolc kg.1 de solo, a CTC efetiva (CTCE) variando de
2,00 a 24,90 cmolc kg' de solo, a CTC por quilo da fração argila (CTCE) da
ordem de 14,86 a 101,33 cmolc kg-' de argila, determinam para esses solos
uma média a alta atividade de troca. Por outro lado, os teores baixos de soma de
bases indicam alta intensidade de lixiviação das mesmas (Tabela 7).
0steores baixos de fósforo assimilável nesses solos representam o nutriente de
maior carência.
Os teores altos de alumínio extraível (AI») podem imprimir alto nível de
toxidade às plantas, sem a devida correção do solo. Estes solos, quando
submetidos ao uso, necessitam da aplicação de fertilizantes para sanar a carência
de nutrientes essenciais às plantas cultivadas, assim como, para atenuar a ação
nociva do alumínio no desenvolvimento radicular das plantas.
Luvissolos Crômicos
São solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte B textural ou nitico, com
argila de atividade alta e saturação por bases alta, imediatamente abaixo de um
horizonte A moderado ou horizonte E (Embrapa, 1999). Esses solos variam de
bem a moderadamente drenados, com seqüência de horizontes A, Bt e C e nítida
diferenciação entre os horizontes A e Bt, em função do contraste de textura, cor
e/ou estrutura entre estes horizontes. A transição entre o horizonte A e o
horizonte 8 textural é geralmente clara ou abrupta, com presença marcante de
solos com mudança textural abrupta. O horizonte Bt é usualmente de coloração
avermelhada, amarelada ou brunada. A estrutura é freqüentemente em blocos,
moderada ou fortemente desenvolvida, ou prismática, composta de blocos
angulares e subangulares.
Apresentam classe de textura média/argilosa; estrutura fraca e moderada em
blocos subangulares e angulares, com cerosidade variando de pouca e fraca e
comum moderada; consistência variando de friável a firme quando úmido,
ligeiramente plástico a muito plástico e ligeiramente pegajoso e muito pegajoso
quando molhado. A coloração varia de bruno-amarelada escura a bruno-amarela-
da, com mosqueados e plintita de coloração vermelha no matiz 2,5YR4/6
(Tabela 8).
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Caracterização e Classificação dos 46 1 Solos da Floresta Estadu& do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 1 47
A distribuição de partículas (Tabela 8) segue a tendência da fração argila aurnen-
tar, enquanto que, a fração silte e a fração areia em decrescer com a profundida:
de, devido a isto, pode ser esperado, ocorre uma diminuição da permeabilidade
em profundidade, em função do aumento do conteúdo da fração argila no
mesmo sentido. 0 conteúdo das frações granulométricas variam de 60 a 230 g
kg-' de solo, 390 a 660 g kg-1 de solo e 190 a 550 g kg-' de solo, para areia, silte e argila, respectivamente (Tabela 8).
Possuem classe de reação variando de fortemente a moderarriente ácida, com
valores de p11 variando de 5,0 a 5,6. Os valores de ápH são negativos,
variando de -0,4 a -1,7, indicando a dominância de cargos superficiais líquida
negativas no pH do solo. A capacidade de troca de cátions (CTC,) é alta, com
teores variando de 18,20 a 32,70 cmolc kg-1 de solo, evidenciando a presença
de argila de atividade alta (Embrapa, 1999) por apresentar teores de CTC 2 da ordem de 58,84 a 95,78 cmolc kg' de argila (Tabela 9). Os teores de CTC, e
CTC 2 , concordam com os obtidos por Brasil (1976, 1977) e Rodrigues et ai.
(1985).
Os teores de soma de bases (Ca + Mg + K + Na) são considerados
como muito altos, os quais variam de 12,50 a 21,60 cmolc kg-1 de solo, com a
tendência de aumentar em profundidade, parecendo relacionar-se com o aumento
da fração argila no mesmo sentido. A saturação por bases trocáveis (V%)
apresenta-se com valores altos, variando de 69% a 75%, enquanto que, a
saturação por alumínio (m%) é baixa (m c 50%), variando de 0(zero) a 21%,
enquadrando-os na classe de solos de fertilidade natural alta. A CTC efetiva
(CTCE) é muito alta, superior a 4 cmolc kg.l de solo, os quais variam de 12,63 a
27,20 cmolc kg-1 de solo, e que condiciona alta capacidade de reter cátions, nas
condições naturais de p11 do solo (Lopes & Guidolin, 1989). Os teores de
alumínio extraível variam de 0(zero) a 5.60 cmolc kg-' de solo, aumentando em profundidade (Tabela 9).
Os conteúdos de carbono orgânico e de nitrogênio são mais altos nos horizontes
superficiais, decrescendo bruscamente para os horizontes subsuperticias, os
quais, variam nos solos de 2,70 a 40,909 kg-i de solo e 1,00 a 4,209 kg' de
solo, respectivamente. A relação molecular Ki varia nos solos de 2,46 a 3,11,
indicando a presença de minerais de argila 1:1 e 2:1. Os teores de fósforo
assimilável são baixos, variando de 5 a 14 rng kg1 de solo (Tabela 9).
Caracterização e Classificação dos 48 1 Solos da Floresta Estadual do Antiniari, Estado do Acre
São solos bem a moderadamente drenados; profundos; classe de textura média/
argilosa; distribuem-se em áreas de relevo suave ondulado; desenvolvidos de
argilitos com matiz carbonatada; sob vegetação de floresta equatorial
subperenitólia aberta, com dominância de bambu.
A limitação mais importante ao uso desses solos refere-se à utilização de maquina-
ria agrícola, no preparo do solo e no trânsito de máquinas e veículos na época
chuvosa, devido ao alto grau de plasticidade e pegajosidade do material argiloso
do solo, e a drenagem moderada que provoca excesso de água na época chuvosa.
Plintossolos São solos minerais desenvolvidos sob condições de percolação de água restrita,
sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, drenagem variando de
moderadamente a mal drenados, com horizonte B plintico, subjacente a qualquer
tipo de horizonte A ou logo abaixo de um horizonte subsuperficial de coloração
acinzentada, esbranquiçada e amarelada clara, com ou sem mosqueados, ou de
coloração variegada, tendo presente cores nos matizes 2,5YR a 5V ou 1OYR a
7,5YR, com cromas baixos, normalmente interior a 4, podendo atingir 6 no
matiz 10YR (Embrapa, 1999).
O horizonte plintico caracteriza-se basicamente pela presença de plintita em
quantidade igual ou superior a 15% por volume, em espessura de pelo menos
15 cm. A coloração é geralmente variegada com predomínio de cores
avermelhadas, bruno-amareladas, amarelo-brunadas, acinzentadas e
esbranquiçadas, em arranjamento formando padrão reticulado, poligonal ou
laminar (Emprapa, 1999).
Apesar da coloração destes solos ser muito variável, verifica-se o predomínio de
cores pálidas, com ou sem mosqueados de cores alaranjadas a vermelhas ou
coloração variegada, acima do horizonte plintico.
Usualmente, são solos fortemente ácidos, com saturação por bases baixas e
argila de atividade baixa, contudo, encontram-se solos com saturação por bases
trocáveis médias a alta, e/ou argila de atividade alta. A presença de plintita
nesses solos com argila de atividade alta foi comprovada pela ocorrência de
formações constituídas de mistura de argila rica em ferro e alumínio, brandas e
endurecidas de coloração vermelho-amarelada e vermelha no horizonte A dos
perfis, em quantidade ~ 15% do volume do solo.
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 49
Na área da floresta estadual do Antirnari, os Plintossolos são desenvolvidos de
material proveniente de rochas sedimentares constituídas por argilitos, siltitos
argilosos e arenitos com matiz argilosa ou argilosa carbonatada, referentes ao
período Pleistoceno.
Caracterizam-se pela presença de um horizonte superficial do tipo A moderado,
comumente dividido em A 1 e AB, de textura média ou argilosa, seguido de um
horizonte plíntico, iniciando antes dos 60cm de profundidade, geralmente de
coloração variegada em que predominam as cores vermelhas e cinzentas. O
horizonte B é normalmente dividido em Btf,, Btf,, Btt, ou Bit,, Bit, e Bi, de
textura argilosa ou muito argilosa, com estrutura em forma de blocos angulares e
subangulares em grau moderado, formando ou não estrutura prismática. As
tendas presentes nesses solos são resultantes de dissecação muito significativa,
que permite a tormação de estrutura em blocos bem detinida (Tabela 10).
A presença de tilmes de argila em grau moderado revestindo as superfícies
horizontais e verticias dos elementos estruturais no horizonte B, parece estar
relacionada aos valores de argila dispersa em ãgua, bastante significativos nos
pertis, evidenciando, dessa maneira, o movimento de argilas em protundidade. A
ocorrência de supertícies polidas (superfícies de tricção) nos horizontes mais
inferiores, evidenciam o movimento da massa do solo em conseqüência de
umidecimento e secamento do mesmo, aliado à presença de minerais de argila do
tipo 2:1 e 2:2.
Os solos apresentam profundidade muito variável, com o horizonte B alcançando
profundidades de 91 cm a 180 cm, a partir da superfície. São geralmente
imperfeitamente drenados, com estrutura de aspecto maciço quando o solo
encontra-se muito úmido, passando para uma estrutura moderada a forte em
forma de blocos angulares e subangulares bem definida, à medida que o solo se
torna seco (Tabela 10).
A distribuição das partículas do solo apresenta a tendência das frações areia e
silte decrescerem, enquanto a fração argila aumenta em profundidade. Essas
frações variam nos solos de 20 a 280 g kgI 'de solo, 200 a 670 g kg' de
solo e 200 a 740 g kg' de solo, respectivamente para areia, silte e argila
(Tabela 10).
Caracterização e Classificação dos 50 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 55
A soma de bases trocáveis (S) varia de 1,10 a 16,90 cmolc kg1 de solo, com
teores mais elevados ocorrendo comumente no horizonte superficial, pela maior
concentração de cálcio e magnésio nesses horizontes, por influência da matéria
orgânica, ocorrendo normalmente um decréscimo em profundidade, ás vezes
bastante significativo.
A saturação por alumínio é geralmente superior a 50%, conferindo a estes solos
o caráter distrófico álico. Alguns perfis são epieutróficos, em conseqüência dos
teores de alumínio extraível serem mais baixos nos horizontes superficiais,
resultando numa saturação por bases trocáveis superior a 50% nos mesmos,
visto que os teores de Ali" crescem comumente com a profundidade, apesar
da presença de teores significativos de cálcio e magnésio.
A reação do solo varia de fortemente a moderadamente ácida, com valores de
pH-H 20 variando entre 3,9 a 5,8. O pH-KCI é mais baixo que o pH-H 2 0 e
evidência uma tendência em decrescer em profundidade, demonstrando o
crescimento de cargas negativas permanentes no mesmo sentido. Os valores de
ÁpH são todos negativos, variando de -0,2 a -2,3, com dominância de valores
de ApH elevados, que associados aos teores altos de alumínio extraível, são
evidências da presença nesses solos de minerais de argila que apresentam cargas
negativas permanentes (Uehara & Gillman, 1981). Como esses minerais de argila
são geralmente instáveis ao pH do solo, liberam grande quantidade de alumínio.
Tal fato parece explicar a existência de teores altos de Al + + extraível na maioria
dos perfis, mesmo naqueles em que os teores de cálcio e magnésio são altos
(Tabela 11).
A capacidade de troca de cátions da fração argila (CTC 2 ) é alta, com valores
variando de 29,11 a 107,50 cmolc kg' de argila, indicando a ocorrência no
material do solo de minerais de argila do tipo 2:1 (Tabela 11).
A capacidade de troca cátions do solo (CTC I ) e CTC efetiva (CTCE) variam de
8,40 a 46,80 cmolc kgl de solo e de 5,30 a 41,50 cmolc kg1 de solo, respec-
tivamente (Tabela 11). A CTCE superior a 4 cmolc kgl de solo, demonstra que o
solo possue capacidade média a alta em reter cátions, em condições naturais
ácidas (Lopes & Guidolin, 1989).
Caracterização e Classificação dos 56 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos
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Caracterização e Classificação dos
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Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antirnari, Estado do Acre 1 59
A saturação por bases trocáveis (V%) e a saturação por alumínio (m%) variam
de 7% a 73% e de 0% (zero) a 92%. respectivamente. Os valores de saturação
por alumínio superior a 60% indicam a ocorrência de fitotoxidade por alumínio
(Sanches & Logan, 1992), fato que ocorre na maior parte dos perfis desses
solos.
Os conteúdos de carbono orgânico e nitrogênio variam de 1,20 a 34,50 g kg1
de solo e de 0,50 a 4,109 kg' de solo, respectivamente, os quais, são mais
altos nos horizontes superficiais, decrescendo acentuadamente em profundidade.
Os teores de ferro total (Fe 2 0 3 - 11 2 30 4 ) aumentam em profundidade, variando de
24 a 78 g kg' de solo. Os teores de fósforo são muitos baixos, variando de 1 a
13 mg kg' de solo (Tabela 11).
Na parte superficial, compreendida pelos primeiros 30cm de profunidade,
observa-se a ocorrência de valores mais elevados das relações silte/argila e Ki,
assim como menores teores de titânio (TiO 2 ), do que na parte inferior do perfil.
Tal fato sugere a ocorrência de deposição de material em épocas diferentes ou
uma concentração diferencial da fração silte pela perda da fração argila por
destruição, movimento lateral ou eluviação de argilominerais do horizonte
superficial.
Na área, essa classe compreende solos com presença de horizonte Bt e Si,
distróficos com saturação por bases inferior a 50%, com saturação por alumí-
nio extraível superior a 50% e argila de atividade alta com CTC > 27 crnolc
kg1 de argila e teores de alumínio extraível maior que 4 cmolc kg1 de solo no
horizonte B.
Ocorrem sob vegetação de floresta equatorial subperenifólia, com dominância de
bambu e em relevo plano e suave ondulado. As principais limitações ao uso
agrícola decorrem da baixa fertilidade e da drenagem deficiente, responsável pela
saturação do solo durante o período chuvoso, inviabilizando o uso dos mesmos
para a maioria das culturas.
Podem ser recomendados para manejo florestal desde que sejam utilizadas
espécies já adaptadas a essas condições. Também podem ser utilizadas para
formação de pastagens, com espécies resistentes ao excesso de água e à
deficiência hídrica, superior a dois meses.
Caracterização e Classificação dos 60 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Os Plintossolos mapeados na área foram classificados como:
- Plintossolo Argilúvico Ta Distrófico alissólico, textura média/argilosa (P19FA,
21FA, 23FA, 25FA e 27FA).
- Plintossolo Argilúvico Ta Distrófico alissólico, textura argilosa/muito argilosa
(P24FA).
- Plintossolo Háplico Ta Distráfico alumínico, textura média/argilosa (P20FA,
22FA).
- Plintossolo Háplico Ta Distrófico aluminico, textura argilosa/muito argilosa
(P26FA).
Vertissolos Cromados
Compreendem solos minerais argilosos, com horizonte vértico entre 25 cm e
100cm e relação textural insuficiente para caracterizar um horizonte 6
textural, conteúdo da fração argila ~ 300 g kg-' de solo até a profundidade de
20cm. Apresentam alteração de volume bastante significativa, decorrente de
mudanças no teor de umidade do solo; fendas verticais profundas de pelo
menos 1cm da largura, atingindo, no mínimo, a profundidade de 50cm, em
alguma época do ano; evidências de compressão da massa do solo sob a forma
de superfície de fricção, "slickensides"; microrrelevo tipo gilgai e agregados
cuneiformes (Embrapa, 1999; Estados Unidos, 1975). Estas características
resultam da grande movimentação da massa do solo que se contrai e fendilha
quando seco e se expande quando úmido. As superfícies de fricção
"slickensides" ocorrem nos horizontes subsuperficiais, sobretudo na parte
inferior do perfil. Quando secos apresentam fendas internas, que normalmente
se prolongam até à superfície.
São solos medianamente profundos, moderadamente drenados, com seqüên-
cia de horizontes ACR ou ABiC, podendo o horizonte A ser fraco, modera-
do ou chernozêmico. Possuem capacidade de troca de cátions muito alta,
relação molecular Ki elevada, alta soma de bases trocáveis, saturação por
base alta, normalmente superior a 60% e teores elevados de cálcio e
magnésio (Embrapa, 1999; Brasil, 1 973a, 1 973b; Jacomine et aI. 1975,
1977).
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 61
Esses solos apresentam tendilhamento quando seco, devido ao processo de
contratação e expansão em função da predominância de argilominerais expansi
vos. Esses argilominerais expansivos condicionam aos solos, quando molhado,
um alto grau de plasticidade e de pegajosidade, dificultando o uso de máquinas e
implementos agrícolas no manejo dos mesmos.
Essa classe de solos encontrada na área da Floresta Estadual do Antimari
apresenta uma seqüência de horizontes do tipo A, Biv e Cv, com horizonte A
chernozêmico. São solos mediamente profundos e moderadamente drenados. A
classe de textura varia de argilosa a muito argilosa; a estrutura varia de moderada
a forte, média e grande granulares e blocos subangulares; a consistência do solo
é muito dura quando seco, firme quando úmido e muito plástico e muito pegajo-
so quando molhado (Tabela 12).
A composição granulométrica é dominada pela fração argila, seguida da fração
silte e da areia, cujos conteúdos variam de 410 a 610 g kg-' de solo, 360 a
5209 kg-i de solo e 30 a 809 kg•' de solo, para as trações argila, silte e areia,
respectïvamente (Tabela 12).
A reação do solo varia de fortemente ácida a moderadamente alcalina, com
valores de pl-1 variando de 4,9 a 8,5. Os valores de ápH são negativos,
variando de -0,9 a -1,8, indicando a dominância de cargas superficiais liquidas
negativas.
Apresentam soma de bases trocáveis alta, com teores variando de 23,4 a 46,8
cmolc kg-' de solo, tendo o cálcio como cátion principal; capacidade de troca de
cátions bastante elevada, variando de 30,70 a 47,10 cmolc kg-' de argila;
saturação por bases trocáveis alta, com valores de 59% a 99% e relação
molecular variando de 2,09 a 3,01. Os teores de alumínio extraível são bastante
elevados nos horizontes AB, Biv e Cvk variando de O a 12,7 cmolc kg-' de solo,
apesar da presença dos altos teores de cálcio e magnésio (Tabela 13). Este fato
parece estar relacionado com a substituição de Al por K nas entrecamadas
dos argilominerais expansivos presentes nesses solos. Nos Vertissolos de
outras regiões do Brasil, os teores de Al- + + são nulos ou são inferiores a estes
(Brasïl, 1 973a, 1 973b; Jacomine et aI., 1972, 1975, 1977).
Caracterização e Classificação dos 62 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos 64 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
A CTC efetiva (CTCE) e a CTC da fração argila (CTC2) são altas, com teores
variando 27,40 a 46,80 cmolc kg.I de solo e de 63,39 a 82,10 cmolc kg1 de
argila, respectivamente (Tabela 13). Os teores de CTCE superior a 4cmolc kg-1
de solo indicam alta capacidade de retenção de cátions nas condições naturais
do pH do solo (Lopes & Guidolin, 1989). Os teores de CTC 2 superiores a
27 cmolc kg-1 de argila, indicam a presença de argila de atividade alta.
Os conteúdos de carbono e de nitrogênio são baixos, variando de 2,00 a
15,90 g kg' de solo e 0,60 a 2,80 g kg' de solo, respectivamente, os quais,
são mais altos no horizonte A 1 , decrescendo acentuadamente em profundidade.
Os teores de fósforo são baïxos na maior parte do perfil, a exceção do horizonte
BCvk, no qual foi encontrado 275 mg kgl de solo (Tabela 13).
Os teores de soma de bases trocáveis, capacidade de troca de cátions e saturação
por bases estão dentro da amplitude dos solos classificados como Vertissolos no
Brasil (Brasil, 1973a, 1973b; Jacomine et ai. 1972, 1975, 1977).
São desenvolvidos de argilitos com calcário da,Formaçào Solimões; encontrados
sob vegetação de floresta equatorial com bambu e em relevo suave ondulado. As
principais limitações ao uso agrícola referem-se à drenagem deficiente e à
consistência seca que é extremamente dura, ou consistência molhada que é
muito plástica e muito pegajosa.
São solos de elevado potencial agrícola, contudo, apresentam problemas quanto
ao uso, relacionados às condições físicas, em face do elevado conteúdo de
argilominerais expansivos. Durante o período chuvoso tornam-se encharcados,
muito plásticos e muito pegajosos, enquanto que, no período de estiagem,
tornam-se ressecados, fendilhados e extremamente duros, dificultando o uso de
máquinas e impiementos agrícolas.
Gleissolos Esta classe compreende solos minerais, hidromórficos, que sofrem grande
influência do lençol freático, refletida no perfil através da forte gieização, em
decorrência do regime de umidade redutor que se processa, devido ao
encharcamento do solo por um longo período ou durante todo o ano. Apresen-
tam um horïzonte giei começando imediatamente abaixo do horizonte A, ou
dentro de 60 cm a partir da superfície, com ou sem mosqueados distintos ou
proeminentes, sobre fundo de croma baixo, normalmente de 2 ou menos,
atribuidos à flutuação do lençol freático (Embrapa, 1999).
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do - 1 65
São solos relativamente recentes, pouco profundos, de textura predominante-
mente argilo-siltosa, de permeabilidade lenta, mal drenados, com profundidade
variando em torno de 150 centímetros. Apresentam seqüência de horizontes do
tipo A, Cg e A 1 Bg e Cg, tendo o horizonte A cores desde acinzentadas a pretas.
Desenvolvem-se a partir de deposição de sedimentos de natureza aluvial, referidos ao
Holoceno, ocupando localmente as cotas baixas, em relevo plano, como as várzeas
dos cursos d'água, sob vegetação hidrófila ou higrófila, áreas abaciadas e depressões.
A coloração varia de bruno-escuro a cinzento-claro no horizonte A e cinzento a cinzento-
claro, com mosqueados bruno-amarelado a vermelho no horizonte Bg. A classe de
textura varia de argilosa a muito argilosa, com conteúdo da fração argila da ordem de
560 a 820 g kg-1 de solo. A estrutura varia de fraca a forte pequena e média em blocos
angulares e subangulares. A consistência é dura e muito dura quando seco, firme
quando úmido e muito plástico e muito pegajoso quando molhado (Tabela 14).
Na Tabela 15 observa-se que os teores de soma de bases são altos nos horizon-
tes superficiais, decrescendo em profundidade e os de capacidade de troca de
cátions (CTC I ) são altos, os quais variam de 1,10 a 17,50 cmolc kg' de solo e
de 23,80 a 35,00 cmolc kg' de solo, respectivamente, proporcionando uma
saturação por bases baixa, da ordem de 4% a 46%, dando caráter distrófico. A
capacidade de troca de cátions efetiva (CTCE) e a CTC da fração argila (CTC 2 )
são altas, com teores variando de 20,40 a 27,80 cmolc kgl de solo e de 34,25
a 53,85 cmolc kg' de argila, respectivamente.
Os teores altos de CTCE maiores que 4 cmolc kg' de solo, indicam alta capaci-
dade de retenção de cátions trocáveis nas condições naturais ácidas do pH do
solo (Lopes & Guidolin, 1989) e os altos de CTC 2 superiores a 27 cmolc kg.l de
argila, a presença de argila de atividade alta (Embrapa, 1999), Os teores de
alumínio extraível são muito altos, variando de 6,60 a 25,90 cmolc kg-' de solo,
por serem superiores a 4 cmolc kg-' de solo, imprime o caráter alumínico a esses
solos e uma saturação por alumínio da ordem de 27% a 95% (Tabela 15).
Os teores de carbono e de nitrogênio variam de 2,60 a 40,40 g kg' de solo e de
0,80 a 4,90 g kg' de solo, respectivamente, decrescendo acentuadamente com a
profundidade. Os teores de fósforo assimilável são muito baixos, variando de 4 a
12 mg kg' de solo, caracterizando-se como o elemento mais carente nesses solos
(Tabela 151.
Caracterização e Classificação dos 66 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
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Caracterização e Classificação dos
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Caracterização e Classificação dos 68 1 Solos da Floresta Estadual do Antirnari, Estado do Acre
As principais limitações ao uso desses solos são a baixa fertilidade natural, a
drenagem deficiente e a inundação periódica que inviabilizam o seu uso em
culturas de plantas não adaptadas ao excesso de água. Após realizadas as práticas
de drenagem, correções e adubações, podem ser utilizadas no período de estia-
gem. Nas condições naturais, são apropriados para o cultivo de arroz e milho de
várzea, além da implantação de pastagens, com gramíneas adaptadas ao excesso
de água.
Neossolos Flúvicos
Compreendem solos constituídos de material de natureza mineral ou orgânica,
pouco espesso, pouco desenvolvido, resultante de deposições fluviais, com
baixa intensidade de alterações dos processos pedogenéticos, sem modificações
do próprio material originário, que permita uma diferenciação de horizontes
diagnósticos subsuperticiais (Embrapa, 1999).
As características morfológicas variam muito de um lugar para outro, como em
profundidade dentro do perfil, devido à natureza do material originário, que pode ser
proveniente de deposições recentes ou sucessivas referido ao Periodo Holoceno.
Possuem um horizonte A assente sobre camadas usualmente estratificadas, sem
relação pedogenética, de granulométria, composição química e mineralógica
muito variadas. São moderadamente profundos, mal drenados, ácidos,
distróficos e de argila de atividade alta são encontrados associados aos
Gleissolos Háplicos. Apresentam como principais limitações ao uso, a baixa
fertilidade natural e a drenagem deficïente.
Classificação dos Solos
Os solos foram classificados com base nas características e critérios diferenciais
adotados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa. 1999),
que permitem a diferenciação de várias classes em nível mais baixo, assim como,
a definição da legenda de identificação das unidades de mapeamento. As
unidades de mapeamento foram compostas de maneira que o solo mais impor-
tante do ponto de vista de extensão vem em primeiro lugar, usando-se o mesmo
critério para os demais componentes (Tabela 16). Os solos que ocupam exten-
são inferior a 15% do total da área de determinada unidade de mapeamento, são
considerados como inclusões, não sendo mencionados na legenda do mapa de
solos.
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre 69
Na ãrea, foram delineadas várias unidades de mapeamento de solos (Tabela 16),
tendo uma como classe dominante, o Latossolo Vermelho-Amarelo, com uma
superfície aproximada de 398,71 hectares, equivalendo a 0,60% da área total;
seis unidades tendo como classe dominante o Argissolo Vermelho-Amarelo
Distrófico, abrangendo uma superfície aproximada de 10.201,16 hectares,
equivalendo a 15,28% da área total; uma unidade tendo como classe dominante
o Argissolo Vermelho-Amarelo Eutráfico, com uma superfície de 4.910, 72
hectares, equivalendo a 7.36% da área total; uma unidade tendo como classe
dominante o Argissolo Amarelo Distrófico, abrangendo uma superfície de
3.630,85 hectares, equivalendo a 5,44% da área total mapeada; nove unidades
tendo como classe dominante o Alissolo Crõmico, abrangendo uma superfície de
27.092,21 hectares, equivalendo 40,58% da área total mapeada; quatro
unidades tendo o Plintossolo como classe dominante, as quais abrangem uma
superfície aproximada de 16.428,36 hectares, correspondendo a 24,60% da
área total mapeada; uma unidade tendo como classe dominante o Gleissolo
F-láplico, abrangendo uma superfície de 4.097,08 hectares, correspondendo a
6,14% da área total mapeada.
Conclusões Recomendações
A partir dos resultados obtidos sobre as características físicas, químicas e
morfológicas dos solos, aliados aos dados e observações de campo, foi possivel
chegar às seguintes considerações, a respeito da área da Floresta Estadual do
Antimari:
Grande parte da área apresenta problemas de drenagem interna dos seus solos,
variando apenas quanto à intensidade. Enquanto o Latossolo Vermelho-Amarelo
apresenta boa drenagem, verifica-se que os Gleissolos e os Neossolos Flóvicos,
comuns às áreàs inundáveis, possuem má drenagem e permanecem sob uma
lãmina d'água com média de dois metros, durante cerca de cinco meses ao ano.
As demais classes de solos, represei.tadas pelo Argissolo Vermelho-Amarelo e
pelo Alissolo Crómico, ambos plínticos, sõo moderadamente drenados, enquanto
que, os Plintossolos apresentam drenagem imperfeita.
As condições de drenagem deficiente observadas na área sào caracterizadas pela
presença de mosqueados, os quais, evidenciam, também, o nivel de oscilação do
lençol freãtico.
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Caracterização e Classificação dos 74 1 Solos da Floresta Estadual do Antimari, Estado do Acre
Os solos, de uma n-ianeïra geral, apresentam textura binária, constituída pelas
classes média/argilosa e arenosa/média, correspondendo aos Argissolos Verme-
lho-Amarelos, Argissolos Amarelos e Alissolos Crômicos. Com menor intensida-
de, são encontrados solos de textura argilosa e muito argilosa, como é ocaso
dos Latossolos Vermelho-Amarelos, Plintossolos, Cleissolos e Neossolos
Flúvicos.
A presença de printita nos solos de argila de atividade alta é comprovada pela
ocorrência de formações constituídas por mistura de argila rica em ferro ou ferro
e alumínio, brandas e endurecidas de coloração vermelho-amarelada e vermelho
no horizonte Bif ou Btf.
A área apresenta solos profundos, com espessura superior a 100 cm. Convém
salientar que, a diferença textural entre os horizontes A e B, e a presença do
horizonte plintico, na maioria dos solos, condicionam um excesso de água
próximo à superfície, em virtude da elevação de lençol freático durante o período
mais chuvoso. Estas condições, possivelmente devem se constituir nas princi-
pais limitações ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas.
A baixa fertilidade natural, a acidez elevada, o caráter álico e a drenagem defici-
ente, dominante na maioria das classes de solos, constituem os principais fatores
limitantes para a utilização das terras em atividades agrícolas. O relevo ondulado
e forte ondulado, em algumas classes de solos, torna-se limitante ao uso devido
à forte susceptibilidade à erosão. O alto grau de plasticidade e pegajosidade de
grande parte dos solos pode inviabilizar a utilização de máquinas e implementos
agrícolas, durante o período de maior pluviosidade na região.
A fitofisionomia da área é caracterizada pelos seguintes tipos de vegetação:
Floresta Equatorial Subperenifólia; Floresta Equatorial Perenifólia Higrófila de
Várzea; Floresta Equatorial Superenifólia com palmeira; e Floresta Equatorial
Subperenifólia com bambu.
A interação múltipla dos tipos de vegetação, classe de relevo e condições
climáticas evidenciam a necessidade de geração e introdução de práticas adapta-
da às condições mesológicas da área, a fim de minimizar e/ou eliminar os
possíveis efeitos erosivos, bem como fornecer maior sustentabilidade quanto à
conservação, produtividade e equilíbrio dos diferentes ecossistemas existentes
na área.
Caracterização e Classificação dos Solos da Floresta Estadual do Antirnari, Estado do Acre 75
Os solos encontrados na Floresta Estadual do Antimari podem ser recomendados
para manejo florestal "sustentável", desde que sejam utilizadas essências de
valor econômico, já adaptadas às condições locais e, também, que sejam
observadas as características pedoclimáticas da área.
Os solos Alissolos e Plintossolos com minerais de argila de atividade alta
apresentam teores altos de alumínio extraível, mesmo com teores altos de cálcio
e magnésio nos mesmos horizontes, devido à provável instabilidade dos mine-
rais de argila ao pH ácido do solo.
A ordem da distribuição das unidades de mapeamento de solos é a seguinte:
Alissolo (27.092,21 ha) > Argissolos (18.742.73 tia) > Plintossolos
(16.428.36 ha) > Gleissolos (4.097,08 tia) > Latossolos (378,71 ha).
Solos com teores de alumínio extraível maior que 4 cmolc kg-' de solo e satura-
ção por alumínio maior que 60% compreendem uma superfície de 47.617,65
hectares, equivalendo a 71,33% da área total mapeada.
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Anexo: Mapa de Solos da Floresta Estadual do Antimari, Rio Branco - Acre.
MAPA DE RECONHECIMENTO DA ALTA INTENSIDADE DOS SOLOS
DA FLORESTA ESTADUAL DE ANTIMARI, ESTADO DO ACRE.
AmazôniaOriental
Mapa elaborado e impresso no Laboratório de Sensoriamento Remoto da EmbrapaAmazôniaOriental,utilizando-se o módulodoSistemadeProcessamentodeInformaçõesGeoreferenciadas - SPRING,versão3.6.
Mapa-baseelaboradoapartir da cartaplaniimétrica d a Diretoria de ServiçoGeográficodoMinistériodoExército(DSG-ME),Folha:SC.19-X-C,MIR-266, naescalade1/250.000.Análisevisual emimagensdeRadar.
Laboratório de Sensoriamento Remotoda Embrapa Amazônia Oriental
- Tarcísio Ewerton Rodrigues- João Marcos Lima da Silva- José Raimundo N. F. Gama- Raimundo Silva Rêgo
AUTORIA:
- Franciney Carvalho da Ponte
COLABORADOR:
EXECUÇÃO:
Convencões Cartográficas
Rios e Igarapés
Limite entre Unidades de Mapeamento
Limite Estadual
Vila
Limite daFloresta Antimari
Limoeiro
PVAd6
PVAd3
PVAd3
PVAd3
PVAd3
PVAd3
PVAd1
PVAd2
PVAd2
PVAd4
PVAd4
FTvd3
FTvd3
FTvd3
FTvd3
PVAd5
FXvd
FXvd
FXvd
FXvd
FXvdFXvd
FXvd
ACtf6ACtf4 ACtf4
ACtf1
ACtf7
ACtf7
ACtf6
ACtf6
ACtf7
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf4
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ACtf2
ACtf2
ACtf2
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf2
ACtf2
ACtf9
ACtf9
ACtf9
ACtf9
ACtf9
ACtf8
ACtf8
ACtf2
ACtf2
ACtf5
ACtf5
ACtf5
ACtf5
ACtf2
ACtf2ACtf8
ACtf1
ACtf4
ACtf6ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf6ACtf6
FTvd2
FTvd1
FTvd1
FTvd2
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FTvd2
FTvd2
FTvd2
FTvd2
FTvd1
FTvd1
ACtf6
ACtf6
ACtf6
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf3
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf4
ACtf4
GXvd
GXvdGXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
GXvd
ACtf3
ACtf3
ACtf9
ACtf9
PVAd5
PVAd5
PVAd5
PVAd5
PVAd1
PVAd1
PVAe
PVAe
PVAe
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PAd
PVAe
PVAe
LVAd
LVAd
QUANTIFICAÇAOSIMBOLONO
MAPA CLASSES DE SOLOS UNIDADES DE MAPEAMENTO (Km2) %
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
LVAd
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico típico,textura, argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifolia,relevo suave ondulado + ARGILOSSO VERMELHOAMARELO Distrofico típico, textura média/ argilosa, Amoderado, floresta equatorial subperenifólia, relevo forteondulado.
3,94 0,60
ARGISSOLO AMARELO
PAd
ARGISSOLO AMARELO Distrofico plíntico, textura arenosa/média, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevosuave ondulado + ARGISSOLO VERMELHO AMARELOdistrofico plíntico, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia, relevo suave ondulado.
34,48 5,28
ARGILOSSO VERMELHO AMARELO
PVAd1
PVAd2
PVAd3
PVAd4
PVAd5
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO distrofico típico,textura média/ argilosa, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo forte ondulado.
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico plíntico,textura média/ argilosa, floresta equatorial, subperenifólia, relevosuave ondulado e ondulado.
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico plíntico,textura arenosa/ média, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo ondulado.
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico plíntico,textura média/ argilosa, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo suave ondulado e ondulado +ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico plíntico,textura arenosa/ média, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo suave ondulado.
ARGILOSSO VERMELHO AMARELO Distrofico típico,textura arenosa/ média, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo forte ondulado + ARGILOSSOVERMELHA AMARELO Distrofico típico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoforte ondulado.
7,91
3,22
30,44
9,86
15,58
1,21
0,49
4,66
1,51
2,38
PVAd6ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico típico,Amoderado, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia, relevo forte ondulado + LATOSSOVERMELHO AMARELO Distrofico típico, textura argilosa, Amoderado, floresta equatorial subperenifólia, relevo ondulado.
16,26 2,49
PVAe
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Eufórico plíntico,textura média/ argilosa, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo suave ondulado + ARGISSOLOVERMELHO AMARELO Distrofico típico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoondulado + PLINTOSSOMO ARGILUVICO Ta Distroficotípico alissolico, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia, relevo plano.
49,94 7,64
ALISSOLO CRÔMICO
ACtf1ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoondulo.
31,02 4,75
ACtf2ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoondulado.
28,83 4,41
ACtf3
ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico, textura média/ argilosa, Amoderado, floresta equatorial subperenifólia com bambu, relevosuave ondulado + PLINTOSSOLO HÁPLICO Ta Distroficoalumínio, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia, relevo plano.
39,23 6,00
ACtf4
ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoondulado +PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Ta Distroficoalumínico, textura média/ argilosa, A moderadoi, florestaequatorial subperenifólia com bambu.
51,29 7,85
ACtf5 ALISSOLO CRÓMICO Argilúvico, textura argilosa/ muitoargilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoondulado + ARGISSOLO VERMELHO Distrofico plíntico,textura argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia,relevo suave ondulado + PLINTOSSOLO ARGILÚVICO TaDistrofico alumínico, textura média/ argilosa, A moderado,floresta equatorial subperenifólia, com bambu, relevo plano esuave ondulado.
4,79 0,73
ACtf6 ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevosuave ondulado e ondulado + PLINTOSSOLO ARGILÚVICOTa alissólico, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia, relevo plano e suave ondulado.
46,46 7,11
ACtf7 ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia,, relevosuave ondulado e ondulado + PLINTOSSOLO HÁPLICO TaDistrofico, alissólico epicutrófico , textura média/ argilosa, Amoderado, floresta equatorial, subperenifólia com bambu, relevosuave ondulado + VERTISSOLO CROMADO carbonáticochernossólico alumínico, textura argilosa, A chernossolico,floresta equatorial subperenifólia, relevo ondulado.
12,91 1,98
ACtf8 ALISSOLO CRÔMICO Argilávico plíntico, texturamédia/argilosa, A moderado, floresta, equatorial subperenifólia,relevo suave ondulado e ondulado + ARGISSOLOVERMELHO AMARELO Distrofico típico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevoforte ondulado +PLINTOSSOLO HÁPLICO TA Distrofico alissólicoepicutrófico, textura média, A moderado, floresta equatorialsubperenifólia, relevo ondulado.
20,36 3,12
ACft9 ALISSOLO CRÔMICO Argilúvico plíntico, texturamédia/argilosa, A moderado, floresta equatorial, subperenifólia,relevo suave ondulado + LUVISSOLO CRÔMICO Palicoplíntico, textura média/argilosa, Amodero, floresta equatorial,subperenifólia, relevo suave ondulado.+ PLINTOSSOLOARGILÚVICO Ta Distrofico alissólico epieutrófico, texturamédia/ argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifóliacom bambu, relevo plano.
50,00 7,65
PLINTOSSOLO ARGILÚVICO
FTvd1PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Ta Distrófico alissólicoepieutrófico, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia com bambu, relevo suave ondulado.
18,82 2,88
FTvd2 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Ta Distrofico alissovicoepieutrófico, textura média/ argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia com bambu, relevo ondulado e suave +ARGISSOLO VERMELHO Distrofico plíntico, textura média/argilosa, A moderado, floresta equatorial subperenifólia, relevosuave ondulado e ondulado.
49,61 7,59
FTvd3 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Ta Distrofico alissólicoepieutrófico, textura média/ argilosa, floresta equatorialsubperenifólia com bambu, relevo suave ondulado.
44,09 6,75
PLINTOSSOLO HÁPLICO
FXvdPLINTOSSOLO HÁPLICO TA Distrofico alissólicoepieutrófico, textura média/argilosa, A moderado, florestaequatorial subperenifólia com bambu, relevo suave ondulado +ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrofico plíntico,textura média/ argilosa, floresta equatorial subperenifólia, relevosuave ondulado e ondulado.
49,07 7,51
GLEISSOLO HÁPLICO
GXvdGLEISSOLO HÁPLICO Ta Distrofico alumínico, textura muitoargilosa, A moderado , floresta equatorial perenefólia higrófila devárzea, relevo plano + NEOSSOLO FLÚVILO Ta Distroficoalumínico, textura indiscriminada, A moderado, florestaequatorial perenifólia higrófila de vázea, relevo plano.
35,29 5,40
TOTAL 653,41 100,00
LEGENDA
LOCALIZAÇÃO DO ESTADO
0
8
16
o
o
o
24
32
o
o
72 60 48 36o o o o
BRASILLOCALIZAÇÃO DA FLORESTA DE ANTIMARI NO ESTADO DO ACRE
o c) m
ai O) -.4
=-r f -1
Patrocínio:
Al BANCO DAAMAZÕNIA
1117 iS
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, a PECUÁRIA E ABASTECIMENTO M PAIS D £ TODO $