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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Duarte

Janeiro de 2020 a Agosto de 2020

Carolina Alexandra Carvalho Pereira

Orientadora: Dra. Joana Duarte

Tutor FFUP: Prof. Doutora Manuela Morato

Outubro de 2020

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Declaração de integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente

noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros

autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da

atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas,

de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio

e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 6 de outubro de 2020

Carolina Alexandra Carvalho Pereira

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V

Agradecimentos

Por fim, alcancei um dos meus grandes objetivos, ser mestre em ciências

farmacêuticas. Estes 5 anos nem sempre foram fáceis e nunca teria conseguido se tivesse

caminhado sozinha, assim não posso deixar de agradecer a todos aqueles que fizeram

parte da minha vida nestes últimos anos.

Agradeço ao Dr. Rui e à Dra. Joana pela oportunidade de estagiar na Farmácia

Duarte, assim como à Dra. Sílvia e à Dra. Verónica pelos conhecimentos que me

transmitiram e por acreditarem no meu potencial e nas minhas capacidades. À restante

equipa Paula, Ana, Lena e Marco pela partilha de experiências e pelo carinho com que

sempre me trataram.

À minha mãe que sempre acreditou em mim e que fez com que fosse possível

tornar-me mestre em ciências farmacêuticas. Deu-me a possibilidade de escolher a cidade

do Porto como meu porto de abrigo, apesar das dificuldades que ia sentir. Agradeço pelo

apoio, carinho e solidariedade que teve quando as coisas não estavam fáceis e pela

compreensão das minhas ausências prolongadas.

Ao meu pai por entender e aceitar que eu tinha de voar para longe.

Ao Miguel por sempre o meu braço de ferro, por estar presente em todos os

momentos e por ser o Homem da minha vida. À Bianca, por ser a melhor prima que eu

podia ter!

Ao Mário, por ser um grande amigo e estar sempre presente.

À minha madrinha, por ser a minha fonte de inspiração desde pequena, foi sem

dúvida o meu ídolo e em quem eu me guiei para seguir os estudos. À minha avó e à minha

tia Mila pelo carinho e amor que têm por mim. Agradeço também a educação que me deram

Às minhas amigas do 4ºDireito que são sem dúvida a família que eu escolhi!

Obrigada por tudo, desde conselhos, apoio e carinho, a viagens e romarias.

Aos meus amigos da Irmandade e a todos os colegas de curso pelas vivências e

histórias partilhadas.

Aos meus amigos da Marinha, um especial obrigado e um sincero pedido de

desculpas por não ter estado presente em diversas ocasiões.

Ao Roberto, ao Marcos e ao Alexandre pelas boleias Leiria-Porto e Porto-Leira,

obrigada pelas nossas conversas e pela troca de experiências!

Por último e não menos importante, agradeço à Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, por todo o conhecimento transmitido ao longo do MICF, e a todos

os seus docentes, em especial à tutora Prof. Doutora Manuela Morato.

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VI

Resumo

O presente relatório foi elaborado no âmbito do estágio de conclusão do Mestrado

Integrado em Ciências Farmacêuticas que ocorreu na Farmácia Duarte da Marinha

Grande. O mesmo decorreu entre os dias 13 de Janeiro e 14 de Agosto de 2020, com o

cumprimento de 40 horas semanais.

A primeira parte do documento corresponde à breve descrição dos conhecimentos

e competências adquiridos, bem como experiências únicas sentidas durante o estágio.

Por outro lado, a segunda parte está subdividida em 3 trabalhos desenvolvidos com

o intuito de valorizar o papel do farmacêutico e da Farmácia Duarte na comunidade

marinhense, bem como nos cuidados de saúde primários. Desta forma, realizei uma

formação interna acerca do uso correto de sistemas inalatórios, de modo a melhorar o

aconselhamento farmacêutico a utentes com doenças respiratórias crónicas e

consequentemente, aumentar a adesão à terapêutica.

Seguidamente, foi realizado um panfleto intitulado saúde mental em tempos de

pandemia, o qual inclui conselhos práticos e contactos de linhas de apoio psicológico. Esta

ação teve por base o estudo prévio da saúde mental dos portugueses através da

elaboração de um inquérito online.

Por fim, o terceiro projeto permitiu explorar e melhorar um serviço farmacêutico já

existente, mas que era pouco valorizado quer pelos utentes quer pela Direção Técnica da

Farmácia Duarte. Assim, através da reorganização estrutural da documentação necessária

para a realização de medicamentos manipulados, foi criada uma tabela como todos os

manipulados efetuados e que contem várias informações importantes, nomeadamente o

preço calculado para cada produto.

Em suma, o estágio curricular contribuiu para aquisição de conhecimentos práticos

e para o desenvolvimento de ética e deontologia inerentes ao ato farmacêutico e à

profissão.

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VII

Índice

Agradecimentos ........................................................................................................... V

Resumo ...................................................................................................................... VI

Índice ..................................................................................................................... VII

Índice de figuras ........................................................................................................... X

Índice de tabelas .......................................................................................................... X

Índice de anexos .......................................................................................................... X

Lista de abreviaturas ................................................................................................... XI

Introdução .................................................................................................................. XII

Parte I - Atividades desenvolvidas na Farmácia Duarte.................................................1

1. Farmácia Duarte ..................................................................................................2

1.1. Localização e horário de funcionamento ..........................................................2

1.2. Instalações .......................................................................................................2

1.3. Perfil de utentes ...............................................................................................3

1.4. Recursos humanos ..........................................................................................3

1.5. Sistema Informático..........................................................................................3

1.6. Fontes bibliográficas ........................................................................................4

1.7. Formações .......................................................................................................4

2. Organização e gestão ..........................................................................................5

2.1. Compras ..........................................................................................................5

2.2. Genéricos .........................................................................................................5

2.3. Gestão de fornecedores e de encomendas ......................................................5

2.4. Receção de encomendas .................................................................................6

2.5. Reservas ..........................................................................................................7

2.6. Gestão de devoluções ......................................................................................8

2.7. Controlo dos prazos de validade ......................................................................8

2.8. Armazenamento ...............................................................................................9

3. Controlo da humidade relativa e da temperatura .................................................9

4. Conferência de receituário e faturação ................................................................9

5. Atendimento farmacêutico .................................................................................10

5.1. Medicamentos sujeitos a receita médica ........................................................10

5.1.1. Tipos de receita médica ..............................................................................10

5.1.2. Planos de comparticipação .........................................................................11

5.1.3. Dispensa de estupefacientes e psicotrópicos .............................................12

5.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica .................................................12

5.2.1. Automedicação ...........................................................................................13

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VIII

5.3. Medicamentos e produtos manipulados .........................................................13

5.4. Medicamentos e produtos homeopáticos .......................................................13

5.5. Produtos dietéticos, produtos para alimentação especial e suplementos

alimentares ...............................................................................................................13

5.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos ..................................................14

5.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário .................................................14

5.8. Dispositivos médicos ......................................................................................14

6. Serviços farmacêuticos ......................................................................................15

7. VALORMED ......................................................................................................15

8. Dispensa de medicamentos hospitalares ...........................................................15

Parte II - Atividades desenvolvidas na Farmácia Duarte ..............................................17

A. Uso correto de medicamentos inalatórios na Asma .......................................18

A.1. Introdução ......................................................................................................18

A.1.1. Fisiopatologia da Asma..................................................................................18

A.1.2. Diagnóstico ....................................................................................................18

A.1.3. Classificação da gravidade da asma..............................................................19

A.1.4. Tratamento ....................................................................................................19

A.1.5. Via inalatória ..................................................................................................21

A.1.6. Dispositivos Inalatórios ..................................................................................21

A.1.7. Erros comuns ................................................................................................22

A.2. Enquadramento prático ..................................................................................22

A.3. Objetivo ..........................................................................................................23

A.4. Métodos .........................................................................................................23

A.5. Resultados .....................................................................................................23

A.6. Conclusão ......................................................................................................24

B. Saúde Mental em tempos de pandemia .........................................................25

B.1. Introdução .....................................................................................................25

B.1.1. Saúde mental ................................................................................................26

B.1.2. Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos...............................................................27

B.1.3. Antipsicóticos .................................................................................................27

B.1.4. Antidepressores .............................................................................................27

B.1.5. Lítio ...............................................................................................................27

B.2. Enquadramento prático..................................................................................28

B.3. Objetivo .........................................................................................................28

B.4. Métodos .........................................................................................................28

B.5. Resultados.....................................................................................................29

B.6. Conclusão .....................................................................................................35

C. Organização do Laboratório ..........................................................................35

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IX

C.1. Introdução .....................................................................................................35

C.1.1. Medicamentos manipulados ..........................................................................36

C.1.2. Filosofia Kaizen .............................................................................................37

C.1.3. Gestão de resíduos .......................................................................................37

C.2. Enquadramento prático..................................................................................38

C.3. Objetivo .........................................................................................................38

C.4. Métodos .........................................................................................................38

C.5. Resultados.....................................................................................................39

C.6. Conclusão .....................................................................................................40

D. Referências Bibliográficas .............................................................................41

E. Conclusão global ...........................................................................................45

F. Anexos ..........................................................................................................46

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X

Índice de figuras Figura 1- Laboratório da FD .............................................................................................38

Figura 2- Resíduos recolhidos .........................................................................................39

Figura 3- Lista dos resíduos entregues ............................................................................39

Índice de tabelas Tabela 1- Cronograma das atividades desenvolvidas ..................................................... XII

Tabela 2- Formações internas ........................................................................................... 5

Tabela 3- Classificação da asma quanto à sua gravidade .............................................. 19

Tabela 4- Abordagem terapêutica, por degraus, para crianças com mais de 6 anos e

adultos. ............................................................................................................................ 20

Tabela 5- Classificação dos inaladores. ........................................................................... 22

Tabela 6- Resultados da ficha de avaliação de conhecimentos aprendidos. .................... 24

Tabela 7- Prevalência dos sintomas em função da mudança nas rotinas ........................ 33

Índice de anexos Anexo I- Terapêutica para asma e DPOC ........................................................................ 46

Anexo II- Formação sobre o uso correto de dispositivos inalatórios. ................................ 48

Anexo III- Ficha de avaliação de conhecimentos ............................................................. 59

Anexo IV- Tabela para registo de atendimentos a utentes com doenças respiratórias

crónicas. .......................................................................................................................... 60

Anexo V- inquérito realizado ............................................................................................ 61

Anexo VI- Panfleto informativo saúde mental em tempos de pandemia ........................... 69

Anexo VII- Modelo de Índice de lotes dos MM e exemplo preenchido.............................. 71

Anexo VIII- Fluxograma de preparação de medicamento na farmácia ............................. 72

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XI

Lista de abreviaturas

ANF Associação Nacional das Farmácias

ARS Administração Regional de Saúde

CNP Código nacional do produto

DPOC Doença pulmonar obstrutiva crónica

DGAV Direção geral de alimentação e veterinária

FC Farmácia comunitária

FD Farmácia Duarte

FEFO First expired, first out

FEV1 Volume expiratório forçado no primeiro segundo

FGP Formulário Galénico Português

FP Farmacopeia Portuguesa

GAP Gabinete de atendimento personalizado

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

LABA Agonistas beta 2-adrenérgicos de longa duração

MICF Mestrado integrado de ciências farmacêuticas

MIRR Mapa Integrado de Registo de Resíduos

MM Medicamento manipulado

MNSRM Medicamento não sujeito a receita médica

MNSRM-EF Medicamento não sujeito a receita médica de dispensa exclusiva em

farmácia

MSRM Medicamento sujeito a receita médica

OTC Over the counter – Medicamento de venda livre

PRM Problema relacionado com a medicação

PSBE Produto de saúde e bem-estar

PVF Preço de venda à farmácia

PVP Preço de venda ao público

RCM Resumo das características do medicamento

RGPD Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados

SABA Agonistas beta 2-adrenérgicos de curta duração

SILiAmb sistema integrado de licenciamento do ambiente

SNS Sistema Nacional de Saúde

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XII

Introdução

Após o término das vertentes teórica e laboratorial do plano curricular do mestrado

integrado de ciências farmacêuticas (MICF), é imprescindível o contacto com a principal

área de futura atuação farmacêutica, a Farmácia Comunitária (FC).

O presente documento resume aquilo que aprendi e que coloquei em prática, no âmbito

do estágio profissionalizante do MICF da FFUP, que se realizou na Farmácia Duarte (FD)

na Marinha Grande entre os dias 13 de janeiro 14 de Agosto. Tendo em conta a situação

epidemiológica vivida no ano de 2020, o estágio ficou suspenso de 16/03/2020 a

10/04/2020 e no período seguinte, estagiei em semanas alternadas até Maio. Efetuei 8

horas por dia, das 9h às 13h e das 15h às 19h.

Todas as tarefas que realizei foram, inicialmente, acompanhadas pela Dra. Joana

Duarte ou pela Dra. Verónica Santos, e desde a primeira semana que estive em contacto

com a maioria das atividades. Ainda assim, a tabela 1 apresenta as principais tarefas que

desempenhei ao longo do estágio em FC. Os serviços farmacêuticos que desempenhei

foram acompanhados pela Dra. Sílvia Braz.

Tabela 1- Cronograma das atividades desenvolvidas.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Junho a

Agosto

Receção e armazenamento de

encomendas

Armazenamento de medicamentos

Prazos de validade, contagens físicas e

devoluções

Controlo da temperatura e da

humidade

Atendimento e aconselhamento

farmacêutico

Recolha VALORMED

Conferência do receituário e faturação

Manipulação

Determinação de parâmetros bioquímicos

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Parte I - Atividades desenvolvidas na Farmácia Duarte

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1. Farmácia Duarte

1.1. Localização e horário de funcionamento

A Farmácia localiza-se no centro da Marinha grande, frontalmente numa rua sem

saída, paralela à estrada principal e, lateralmente numa rua de sentido único. Está

integrada numa área movimentada, pelo facto de ser em frente a uma escola Secundária

e de na mesma rua se encontrar uma clínica médica e um laboratório de análises clínicas.

Nas imediações existem também cafés e estacionamento gratuito.

Durante a semana, o horário de atendimento é das 9 às 20 horas e ao Sábado apenas

até às 13horas, estando encerrada ao Domingo. As farmácias do concelho da Marinha

Grande coordenam-se de modo a disponibilizar uma escala de turnos de regime de

disponibilidade, aprovada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do centro. Assim,

a cada seis dias, a FD prolonga o seu funcionamento para 24h e assegura o acesso a

medicamentos a toda a população marinhense, de acordo com o Decreto-Lei n.º 53/2007,

de 8 de Março [1].

1.2. Instalações

A Farmácia Duarte possui as divisões mínimas das farmácias impostas pelo Decreto-

Lei 307/2017, que são a sala de atendimento ao público, o laboratório, o armazém, as

instalações sanitárias e o gabinete de atendimento personalizado (GAP) [2]. Dispõe ainda

de gabinete de Direção Técnica, zona de recolhimento, área técnica de informática e

economato. Além disso, a farmácia conta com uma unidade de armazenamento

automatizada com robot da ROWA®, que armazena os produtos de forma aleatória

consoante as dimensões dos mesmos.

A FD dispõe de duas portas para o público, o que lhe confere uma zona de atendimento

muito ampla em “L” com 6 postos de atendimento. Cada posto é constituído por um balcão

com computador e respetivos objetos de informática, bem como sistema informático.

Adicionalmente, possui caixa registadora, terminal multibanco, impressoras de etiquetas e

de talões, leitor ótico de códigos de barra e leitor de cartões de cidadão. A farmácia possui

dispensador de senhas que encaminha o utente para o balcão correspondente num

televisor LCD com publicidade, o que otimiza o processo de atendimento e permite ao

utente circular pela farmácia enquanto espera.

Isto porque a FD tem ao alcance dos utentes uma grande área de lineares com

produtos de dermocosmética, organizados por marca, bem como produtos de higiene e

higiene íntima, produtos de cuidado oral, produtos de alimentação especial, produtos

infantis, artigos de puericultura, perfumaria, material de penso e suplementação. Conta

ainda com o Espaço Animal, uma área característica das Farmácia Portuguesas®. Por fim,

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a FD é conhecida na cidade pelo diverso material ortopédico que dispõe, possuindo uma

divisão especifica para ortopedia pesada.

Todo o espaço de lineares e gondolas obedece a uma gestão de categorias por parte

da FD sob consultoria da Adjustt®.

1.3. Perfil de utentes

Os utentes são na sua maioria idosos polimedicados, que muitas das vezes vêm

acompanhados dos seus familiares, e que são também clientes habituais. A estes utentes

mais velhos e que assistiram ao evoluir da farmácia, a direção técnica permite a

manutenção da ficha de cliente com crédito associado.

Por outro lado, graças à proximidade com a clínica, como descrito acima, uma grande

percentagem dos seus utentes adquire a medicação após a consulta médica, na FD,

apesar desta não ser a sua farmácia habitual. A farmácia possui inúmeros códigos

nacionais de produtos (CNP´s) ativos, sendo muitos deles produtos de saúde e bem-estar

(PSBE), no qual se incluem a dermocosmética e ortopedia, o que atrai muitas pessoas.

Devido a parcerias com empresas da zona, tanto a própria empresa como os seus

colaboradores acabam por ser clientes da FD. O mesmo se verifica com o lar de idosos-

Explending, com o centro de reabilitação VilaRamadas e com a São Silvestre – Associação

de Solidariedade Social da Moita.

A FD tem ainda a seu encargo a entrega de produtos na junta de freguesia da Moita,

uma vez que muitos dos seus utentes não têm a possibilidade de se deslocar à cidade da

Marinha Grande.

1.4. Recursos humanos

A equipa da farmácia Duarte é composta por 4 farmacêuticos, incluindo o Diretor-

técnico, 4 técnicos de farmácia e uma empregada de limpeza. Um dos técnicos

desempenha também a função de estafeta, já que a farmácia efetua entregas a empresas

e numa junta de freguesia do concelho. Semanalmente, à sexta-feira a farmácia conta com

uma nutricionista que presta consultas num gabinete apropriado. Além disso,

esporadicamente a farmácia recebe conselheiras de dermocosmética.

1.5. Sistema Informático

O Software Sifarma 2000, criado pela Glintt®, é o que a farmácia utiliza, tal como a

maioria das farmácias em Portugal [3].

Atualmente, é a uma ferramenta imprescindível na FD, na medida que está presente

nas mais diversas funções do quotidiano, nomeadamente na receção e gestão de

encomendas, devoluções, controlo de stocks e prazos de validade e no atendimento. Nesta

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última atividade, torna-se uma mais valia para os colaboradores, uma vez que é possível

visualizar a informação técnica e científica de todos os produtos, principalmente, as

indicações terapêuticas, posologia, contraindicações e interações medicamentosas.

Geralmente, os utentes habituais dão o seu consentimento para que a farmácia grave

os seus dados biográficos neste sistema informático, de acordo com o Regulamento Geral

sobre a Proteção de Dados (RGPD). Este registo facilita muito o farmacêutico nas

seguintes vendas, uma vez que através do atalho Devolução, consegue-se aceder ao

histórico de compras do cliente.

Para aceder ao Sifarma, cada profissional tem as suas credenciais de acesso, no

entanto, eu não tenho um operador pessoal, pelo que utilizo as credenciais de todos os

colaboradores, sendo maioritariamente da Ana, da Dra. Verónica e da Dra. Sílvia. No

atendimento, usava a caixa do funcionário com o qual estava a operar no software, o que

por vezes gerava confusão no fecho do dia, uma vez que havia alguém com montante a

mais e outra com o respetivo valor em falta.

Nas semanas de férias de uma das colaboradoras, utilizei apenas as suas credenciais

e a sua caixa, e assim pude fazer a caixa ao final do dia. Penso que seria mais vantajoso

ter criado um operador para mim, de forma a trabalhar mais autonomamente e assim,

percecionar o meu desempenho.

1.6. Fontes bibliográficas

De forma a proceder à cedência segura e eficaz do medicamento e para complementar

a informação do Sifarma, os colaboradores podem consultar fontes de informação de

acesso físico e/ ou eletrónico, tais como o Prontuário Terapêutico e o Índice Nacional

Terapêutico. No laboratório da FD encontra-se o Formulário Galénico Português (FGP) e

a Farmacopeia Portuguesa (FP) para apoio à produção de manipulados.

Eu também recorri à base de dados de medicamentos, Infomed, bem como aos

respetivos Resumos das características do medicamento (RCM´s), da Autoridade Nacional

do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., o Infarmed. No entanto, durante o atendimento

e aconselhamento farmacêutico sempre que surgia uma situação nova ou um caso

particular, pedia ajuda a um colega.

1.7. Formações

Durante o estágio pude assistir a formações “in loco” na farmácia, esquematizadas na

tabela 2, que vieram acrescentar valor ao meu processo de aprendizagem. Além disso,

frequentei uma formação pós-laboral sobre inflamação, desenvolvida pela PharmaNord®

em Leiria. Devido ao confinamento a que a pandemia de COVID-19 nos obrigou, também

assisti a formações online disponibilizadas pela Escola de Pós-graduação em Saúde e

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Gestão: “Marketing para a farmácia em tempos de pandemia” dia 20 de maio e “A

importância da Farmácia na gestão nutricional do Idoso” dia 19 de Maio de 2020.

Tabela 2 - Formações internas.

Data Marca/ Formador Produto(s)

22/01 Frezyderm Linha completa

23/01 A. Menarini Portugal Fastum® Gel, Ketesse® e Oceril Max®

5/02 Perrigo® NiQuitin® e Libenar Baby Aspirador Nasal

12/02 Epitact® Ortopedia leve

17/02 STADA® Linha Hedrin®

19/02 PharmaNord BioActivo® Selénio + Zinco

2. Organização e gestão

2.1. Compras

Para obter melhores condições comerciais e praticar preços competitivos com as

restantes farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica

(MNSRM) da zona, a farmácia efetua as suas compras em grupo, juntamente com 3

farmácias localizadas em Monte Real, Ortigosa e Lisboa. Assim, a farmácia tem um

catálogo de produtos com preços de venda à farmácia (PVF´s) mais atrativos, o qual é

visualizado numa plataforma online do armazenista que tem acordo com o laboratório em

questão. Neste caso, Alliance Healthcare® é o distribuidor farmacêutico com o qual a FD

mais opera.

2.2. Genéricos

O Decreto-Lei n.º 19/2014, de 5 de Fevereiro já abordava o possível incentivo para a

comercialização de medicamentos genéricos nas farmácias [4]. Mas apenas em 2017 foi

criada a remuneração em 35 cêntimos, pelo SNS, por cada embalagem dispensada que

esteja dentro do grupo dos quatro genéricos mais baratos, designados como p4 [5]. Assim,

a FD assegura a existência de vários similares (mesma substância ativa, dose e forma

farmacêutica) para que o utente e/ou o farmacêutico possam escolher o medicamento a

ser dispensado. Por vezes o utente não se recordava do laboratório do medicamento

genérico que costumava adquirir e era um desafio descobrir e dispensá-lo.

2.3. Gestão de fornecedores e de encomendas

A gestão de produtos armazenados, stocks e prazos de validade são essenciais para

um bom funcionamento da farmácia, dado que não deve faltar nenhum medicamento ao

utente. Contudo, é inviável economicamente e logisticamente, comprar e armazenar em

quantidade todos os produtos comercializados, simultaneamente há alguns que não têm

rotatividade suficiente que justifique a sua compra. Assim, diariamente as farmácias

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comunitárias adquirem produtos a grandes armazenistas. Na FD as encomendas, são

efetuadas a 4 distribuidores preferenciais, Alliance Healthcare® que é a mais relevante,

Plural-cooperativa farmacêutica, Empifarma® e DISFAPORT.

Como já havia sido mencionado no ponto 2.5., através do Sifarma 2000 é possível

fazer a gestão de stocks. O sistema permite que se crie um stock mínimo e máximo para

cada CNP, o que pode ser efetuado com base no histórico de vendas de dado período.

Consequentemente, o software emite automaticamente uma lista dos produtos que se

encontram abaixo deste máximo. Esta proposta de encomenda diária tem de ser revista e

aprovada pela pessoa responsável por essa função, que no caso da Farmácia Duarte é a

Dra. Joana ou o Dr. Rui.

Já as encomendas instantâneas, como são maioritariamente feitas no atendimento

quando se deteta alguma falta ou se pretende criar uma reserva a um utente, são criadas

por qualquer colaborador. Assim, durante o estágio tive a oportunidade de realizar este tipo

de encomenda. Nestas situações, para escolha do fornecedor tive em consideração o PVF

do produto e o prazo previsto para entrega. Neste processo de escolha do fornecedor, por

vezes era necessário efetuar uma chamada telefónica de forma a confirmar a existência

do dado medicamento no mesmo.

Adicionalmente, existem as encomendas “via verde”, que permitiram melhorar o

acesso a medicamentos pertencentes à lista de medicamentos cuja

exportação/distribuição intracomunitária é sujeita a notificação prévia ao Infarmed, que são

conhecidos como medicamentos rateados. Para fazer este tipo de encomenda é

necessário ter uma prescrição médica válida.

Finalmente, é permitido realizar encomendas manuais em algumas situações,

principalmente quando se encomenda diretamente ao armazenista, por telefone, ou ao

delegado comercial da marca, quer de medicamentos, quer de PSBE. Este meio é muitas

vezes preferido quando se trata de um grande volume de compras, porque normalmente

se obtém bonificações e descontos.

Tal como referi anteriormente, apenas não realizei encomendas diárias.

2.4. Receção de encomendas

Esta etapa ocorre, sempre que chega uma encomenda à farmácia, seja sob a forma

de banheiras provenientes de distribuidores grossistas ou de qualquer outra forma,

nomeadamente caixas de distribuidores devidamente identificadas. Assim o primeiro

passo, é confirmar se a identificação da mercadoria corresponde à que está descrita na

fatura ou guia de remessa associada.

Os produtos que necessitam de ser armazenados no frio, vêm em contentores

apropriados e estes devem ser os primeiros a ser rececionados, para seguidamente serem

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colocados no frio. Por diversas vezes, aconteceu arrumarem as banheiras de frio ainda

com medicamentos no seu interior, no aglomerado das vazias. Felizmente, eu apercebia-

me do sucedido e não eram causados problemas.

Sempre que as encomendas o justifiquem, a leitura ótica dos produtos é feita

diretamente no robot e estes vão sendo colocados no tapete do mesmo. Neste caso, para

cada unidade é apenas necessário inserir no computador o prazo de validade (PV).

Quando é feita a leitura de produtos que não estão armazenados no robot, o monitor lança

o aviso e estes são colocados no local de “produtos por conferir”. Para estes últimos é

conferido o PV, tendo em conta que o prazo mais baixo é o que deve constar no Sifarma.

Apesar do sistema do Robot não comunicar os PV com o Sifarma, estas datas não são

verificadas.

Na lista de produtos rececionados é importante inserir o Preço de Venda à farmácia

(PVF) e o PVP segundo o critério de margem estabelecido pela farmácia, se não se tratar

de medicamentos com preço marcado. Tentei usar esta etapa para corrigir erros de stock

e confirmar os PV. Esta última alteração ocorria quando não

havia nenhum produto em stock ou quando havia, mas as embalagens rececionadas

vinham marcadas com um prazo de validade mais curto.

Ao terminar a receção, o Sifarma automaticamente faz a impressão das etiquetas para

colar nos PSBE e nos medicamentos de venda livre (“over the counter”, OTC), antes de

serem arrumados nos respetivos locais. É fundamental que todos os produtos com o

mesmo CNP tenham o mesmo preço na referida etiqueta. A política da farmácia é não

baixar o preço destes produtos, mesmo que o PVF seja mais baixo que o anterior. Assim,

é preciso consultar o histórico dos PVP´s praticados anteriormente, para que isto seja

possível.

Esta atividade foi a primeira que tive na FD e realizei-a diariamente ao longo do

estágio. Considero que foi muito importante para a minha aprendizagem, uma vez que fui

observando os nomes comerciais e a respetiva embalagem dos medicamentos. Além

disso, memorizei o local onde estavam arrumados, para que no momento do atendimento

fosse mais fácil.

Além disso, realizei reclamações por telefone aos fornecedores, no caso de produtos

que não foram enviados, mas que tinham sido faturados.

2.5. Reservas

Idealmente, antes de iniciar a arrumação das encomendas deve-se retirar os produtos

que constam nos talões de reservas de utentes, para evitar erros. Quando se cria uma

reserva bem feita no atendimento, ao finalizar a receção de encomendas o sistema emite

um alerta dos produtos da encomenda que se encontram reservados. As reservas são

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normalmente encomendas instantâneas e é possível dar ao utente uma previsão da data

e hora a que o produto se encontra disponível.

Recordo-me de uma situação em que ao rececionar uma encomenda diária no Robot,

arrumei um MSRM que constava numa reserva e quando finalizei a encomenda e coloquei

os medicamentos reservados de parte, o mesmo já havia sido vendido. O erro, apesar de

não ter sido problemático, fez-me entender a importância do procedimento. Um grave

problema que detetei na FD foi a incorreta dispensa do medicamento após a reserva com

recurso a talão de reserva, o que causa inúmeros erros de stock. Penso que teria sido

importante fazer uma reunião com o objetivo de explicar o procedimento correto, quer de

criação de uma reserva, quer de dispensa da mesma.

2.6. Gestão de devoluções

Por vezes surge a necessidade de devolver produtos aos fornecedores, seja por erro

no pedido, PV curto ou expirado, embalagem danificada ou outro. Para isso, é necessário

emitir e enviar junto do produto uma nota de devolução na qual conste o motivo da mesma

e a fatura de origem do produto. Caso o fornecedor aceite a devolução, é emitida uma nota

de crédito à farmácia. Se não aceitar, o produto retorna à farmácia e é novamente colocado

em stock ou é dada a quebra do produto se este não estiver em condições.

Por certas ocasiões tive oportunidade de efetuar devoluções, no entanto as

regularizações das mesmas eram efetuadas pela Dra. Joana.

Como já referi a farmácia está inserida num grupo de 4, pelo que por vezes se

executam transferências entre elas. O processo de transferência é semelhante ao que

acontece com a devolução ao fornecedor, contudo em vez de ser emitida nota de crédito,

são transferidos produtos em valor semelhante. Também este processo cria erros de stock,

porque por vezes as devoluções de produtos a transferir não são efetuadas no momento.

2.7. Controlo dos prazos de validade

Mensalmente, é exportada do Sifarma uma lista dos produtos cuja validade expira no

período de 3 meses. Como o robot não relaciona os seus PVs com os do Sifarma, é

necessário visualizar os mesmos no ecrã do computador do Robot e retirar os

medicamentos a devolver ao fornecedor. Por outro lado, os PSBE que estejam nesta

situação são colocados na área dos produtos com 50% de desconto para que sejam

vendidos e evitar quebras.

No início do estágio realizei esta tarefa para me familiarizar com os locais de

armazenamento dos produtos. Contudo, a atividade tornou-se muito demorada porque

muitos dos produtos eram me completamente desconhecidos e muitas das vezes já

inexistentes, tratando-se de erros de Stock.

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2.8. Armazenamento

Primeiramente, é importante que os OTC´s sejam expostos nas prateleiras ou

armazenados nas gavetas atrás dos balcões, de modo a não ter qualquer medicamento

nos lineares de acesso aos utentes. Por outro lado, todos os produtos devem estar

expostos e armazenado segundo a metodologia Fisrt Expired, First Out (FEFO), de modo

a vender primeiro a unidade com menor PV. Adicionalmente, tal como a maioria dos

medicamentos, os psicotrópicos e estupefacientes estão guardados no robot dado que o

seu armazenamento tem de ser feito em cofre ou num local não identificado [6, 7].

O armazenamento deve sempre reger-se por alguns princípios, respeitando as

exigências específicas dos medicamentos, bem como de outros produtos farmacêuticos,

matérias-primas e materiais de embalagem. Logo, os produtos que exigem conservação

de 2 a 8 ºC são armazenados no frigorífico da farmácia e todos os produtos são

armazenados sob condições de temperatura e humidade controladas [8].

3. Controlo da humidade relativa e da temperatura

O controlo da humidade relativa e da temperatura, é efetuado pela medição destes

parâmetros de forma continua com 4 aparelhos dispostos em locais estratégicos, frigorífico,

laboratório, armazém e Robot. Semanalmente, os dados são descarregados dos aparelhos

e impressos, no computador que possui o software. Tive a responsabilidade de realizar

esta tarefa em conjunto com a farmacêutica que se ocupa desta função. Para além da

elaboração de gráficos dos parâmetros ao longo dos dias, avaliámos a oscilação dos

valores e garantimos que os mesmos se mantinham dentro dos limites estabelecidos,

máximo de 25ºC para a temperatura e 60% para a Humidade.

Todos os desvios eram reportados ao Dr. Rui Duarte, para serem devidamente

justificados e ajustados.

4. Conferência de receituário e faturação

Na FD, existe um colaborador que é responsável pelo receituário e pela faturação.

Mensalmente são enviadas ao Centro de Conferência de Faturas do SNS, através dos

CTT, as receitas médicas manuais e as eletrónicas materializadas, juntamente com o

resumo de lotes, verbetes de identificação de lotes e a fatura referente.

No início do mês de março observei todo o procedimento e no mês de maio auxiliei na

conferência das receitas.

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5. Atendimento farmacêutico

O atendimento é a atividade primordial de qualquer farmácia e permite que as farmácias

integrem uma importantíssima rede de cuidados primários em Portugal. Geralmente, o

farmacêutico é o último profissional de saúde a entrar em contacto com o doente antes do

início do seu tratamento, por isso é muito importante uma correta dispensação clínica do

medicamento. A meu ver, o profissional deve procurar que o utente adira à terapêutica e

faça um uso racional do medicamento. Para além disso, é necessário avaliar se a

prescrição médica é necessária e adequada para aquele utente, tal como perceber se a

posologia é a adequada e se a pessoa tem condições para o fazer. Com esta avaliação o

farmacêutico evita problemas relacionados com a medicação (PRM) e, consequentemente,

resultados negativos associados à medicação (RNM). O aconselhamento farmacêutico é

útil em todas as dispensas de medicamentos de uso humano, seja de MSRM, MNSRM ou

MNSRM de dispensa exclusiva em farmácia (MNSRM-EF), bem como de outros produtos.

O Decreto-Lei n.º 209/94, de 6 de agosto, revogado pelo Decreto-Lei n.º 176/2006, de

30 de agosto, classifica os medicamentos quanto à dispensa ao público [9].

5.1. Medicamentos sujeitos a receita médica

A dispensa de MSRM requer a apresentação de receita médica (RM) válida. Durante o

estágio neguei a dispensa de alguns MSRM, pelo facto de a receita se encontrar caducada

ou se tratar de um erro de prescrição. Em 2016 surge um aportaria que limita a dispensa

de duas embalagens por cada linha de produto por mês e por utente, contudo a mesma

apenas se tornou obrigatória no dia 1 de agosto de 2020 [10]. Assim, durante o estágio

ainda contactei com esta nova realidade. É possível ultrapassar esta regra em 4 ocasiões

distintas, desde que devidamente justificadas: dificuldade de deslocação à farmácia,

posologia que requer mais de 2 embalagens por mês, perda ou roubo da medicação e

ausência prolongada do país. Através do cruzamento de informação dos sistemas

informáticos, o utente não consegue adquirir mais nenhuma unidade durante os 30 dias

seguintes à compra. Devido à existência de diversas particularidades em relação à RM, é

necessário conhecer diversos aspetos, tais como os tipos e os vários planos de

comparticipação possíveis.

5.1.1. Tipos de receita médica

Apesar de existirem 3 modelos de RM, o medicamento prescrito deve ser

apresentado da seguinte forma: denominação comum internacional (DCI) + dose + forma

farmacêutica + dimensão da embalagem. Ambos os modelos passaram a incluir o logótipo

do SNS-40anos para comemorar os 40 anos do SNS feitos em 2019. Portanto, qualquer

RM que não inclua este símbolo não é aceite.

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A receita manual apenas é permitida em dadas situações: falência informática,

inadaptação fundamentada do prescritor, previamente confirmada e validada anualmente

pela respetiva Ordem Profissional, prescrição no domicílio e até 40 receitas por mês. Para

a receita ser valida o médico prescritor deve assinalar, no canto superior direito a situação

em causa. Este tipo de receita constitui um desafio para mim, uma vez que é necessário

ter em atenção diversas regras [11].

A receita eletrónica materializada é preenchida informaticamente, mas rege-se

pelas mesmas regras que a manual. A folha A4 divide-se em duas partes, a prescrição e a

guia de tratamento, sendo que apenas a última é devolvida ao utente. Assim, este é

obrigado a comprar toda a medicação de uma só vez, ao contrário da receita eletrónica

desmaterializada, também denominada de receita sem papel [11].

Esta última é o modelo obrigatório, salvo certas exceções e é acedida através de

número de receita, código de dispensa e código de direito de opção [11]. Esta RM pode vir

acompanhada de guia de tratamento ou apenas por mensagem no telemóvel do utente. É

possível imprimir um talão que contem todas as informações relativas à receita, desde os

medicamentos prescritos à data de validade da mesma.

Na minha opinião, a receita eletrónica desmaterializada veio diminuir o tempo de

atendimento ao utente e facilitar os processos de conferência e faturação. Contudo,

principalmente para a população mais idosa, o facto de não lhes ser fornecido a guia de

tratamento, cria uma enorme barreira no acesso aos medicamentos, na medida em que

desconhecem quais os medicamentos prescritos. Durante o estágio contactei com os 3

modelos, sendo que por vezes havia utentes que pediam ajuda para visualizar a

mensagem do ministério da saúde que continha os dados de acesso à RM.

Para além destes 3 modelos, existem receitas próprias de algumas seguradoras,

como é o caso da tranquilidade.

5.1.2. Planos de comparticipação

Todos os subsistemas de saúde públicos passaram a fazer parte do plano de

comparticipação do SNS, que está dividida em 4 escalões, definidos por portaria 195-

D/2015, de 30 de junho [12]. Contudo alguns medicamentos do escalão A são

comparticipados a 100%, por serem considerados essenciais à vida [13].

Inicialmente, eu não tinha conhecimento da existência deste financiamento total e

em diversos atendimentos pensei que estava a proceder erradamente pelo utente não ter

valor a pagar.

Além disso, existe um regime especial de comparticipação de medicamentos para

dois tipos de comparticipação: em função dos beneficiários (referenciado na receita manual

com a letra R) e em função da patologia ou de grupos especiais de utentes [14].

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As RM dos utentes que são abrangidos por outro regime especial de

comparticipação têm de especificar o respetivo diploma legal e são referenciadas com a

letra O por exemplo [11].

Quanto a prescrições no âmbito de doença profissional, a comparticipação é

também a 100%, desde que apresente a sigla ISS no campo da entidade financiadora e,

no número de beneficiário, o atribuído pelo ISS [11]. Na Marinha Grande existem muitos

utentes com doença profissional pelo que coloquei em prática esta situação inúmeras

vezes.

Para além da comparticipação do estado, os medicamentos podem ser

comparticipados por outras entidades privadas, tais como seguradoras e sindicatos. Cada

subsistema tem as suas particularidades, mas de modo geral é necessário que o utente

apresente o cartão de beneficiário. Os subsistemas com que mais contactei foram o

Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS) do Sindicato dos Bancários do Centro e

SAMS do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários

Como referi anteriormente, a seguradora tranquilidade, do grupo das seguradoras

unidas, só comparticipa os medicamentos se estes vierem precitos em receita própria.

5.1.3. Dispensa de estupefacientes e psicotrópicos

No momento da dispensa de medicamentos psicotrópicos ou estupefacientes,

independentemente do tipo de receita, o farmacêutico tem de preencher determinados

dados, entre os quais identificação completa do utente e do seu representante/ adquirente,

se não for o próprio a adquirir os medicamentos em causa. Aprendi que este procedimento

de torna automático se o utente tiver ficha criada e atualizada no Sifarma e que após a

dispensa é necessário arquivar toda a documentação associada. Normalmente, as

pessoas a quem dispensava estas classes de medicamentos já conheciam o processo, o

que me facilitava a dispensa.

Mensalmente, até ao dia 8 é obrigatório enviar o registo de saídas do mês interior

para a Base de Dados Nacional de Prescrições. Além disso, caso se trate de uma receita

manual é necessário apresentar uma cópia da mesma. Apesar de ter observado como se

efetua este procedimento, não o realizei autonomamente. Quanto ao mapa de balanço, por

se tratar de uma tarefa anual, não acompanhei a sua realização.

5.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica

Os MNSR podem ser de venda exclusiva em farmácia, cuja sigla é MNSR-EF, ou

também podem ser vendidos noutros locais que possuam autorização legal para a sua

dispensa. A sua dispensa requer a maior atenção por parte do farmacêutico uma vez que

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o acesso facilitado a este tipo de medicamentos leva por vezes a graves problemas de

automedicação.

5.2.1. Automedicação

Na minha opinião os casos mais comuns de automedicação na FD são por

aconselhamento de familiares ou vizinhos. Contudo, na maioria das vezes, com uma série

de perguntas, é possível fazer a avaliação da necessidade daquele utente e aconselhar

determinado MNSRM em vez do medicamento que este solicitava inicialmente.

5.3. Medicamentos e produtos manipulados

A FD é das únicas farmácias do município da Marinha Grande que executa

medicamentos manipulados, embora seja em número reduzido. Foi apenas no mês de

junho que comecei a realizar medicamentos manipulados. O primeiro foi uma pomada de

ácido salicílico a 10% e o segundo foi uma pomada contendo 1% de Dinitrato de

isossorbida, e eram fórmulas magistrais. A partir desse dia, preparei todos os

medicamentos manipulados que eram solicitados. Além da parte prática, também realizei

a parte burocrática e calculei o PVP, segundo as regras da portaria em vigor [15]. Na parte

II do relatório irei abordar este tema com mais detalhe.

5.4. Medicamentos e produtos homeopáticos

A farmácia tem uma variedade de produtos homeopáticos da marca BOIRON®.

Quando os utentes requerem medicamentos homeopáticos em diluições diferentes das

existentes na farmácia, a FD adquire o produto à Farmácia Melo, que dispõe de um serviço

de dispensa de preparações homeopáticas com laboratório próprio.

5.5. Produtos dietéticos, produtos para alimentação especial e

suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são procurados para os mais diversos fins e por todas as

idades. Na FD, os mais comercializados são para reforço das articulações à base de

glucosamina, fadiga muscular e desempenho cerebral.

Uma vez que são categorizados como géneros alimentícios, são regulados pela

Direção geral de alimentação e veterinária (DGAV). No entanto, na minha opinião isso não

significa que sejam inócuos, pelo que podem causar interações com medicamentos e a

sua sobredosagem também pode ser prejudicial. Assim, é fulcral saber prestar um bom

aconselhamento em relação aos mesmos. Por isso, e devido à minha falta de

conhecimento a cerca do tema, frequentei duas formações externas, uma sobre

alimentação especial da Fresubin® e outra sobre a suplementação da BioActivo®.

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5.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos

A FD dispõe de diversas marcas e linhas de dermocosmética. Como não abordada

obrigatoriamente no MICF, tenho algumas dificuldades de aconselhamento na área.

Por isso, na minha opinião as formações que as marcas efetuam são essenciais para

adquirir conhecimentos, mas devido à pandemia vivida em 2020, houve falta destas

atividades.

5.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário

Tal como todas as farmácias portuguesas, a FD tem um serviço chamado espaço

animal que se dedica à exposição de produtos de uso veterinário. Porém todos os

medicamentos existentes para o mesmo uso, estão guardados nas gavetas. A Globalvet,

para além de prestar serviço às farmácias aderentes ao Espaço animal, comercializa os

produtos e medicamentos veterinários

É sem dúvida uma área muito procurada, pelo que são necessários outros

conhecimentos que o MICF não oferece. Como tal, em determinado atendimento, tive de

recorrer à linha de apoio de veterinária para aconselhar um cliente que necessitava de um

medicamento anti-helmíntico para caprinos.

5.8. Dispositivos médicos

Os dipositivos que mais se comercializam na FD são os do protocolo da Diabetes

Mellitus, nomeadamente, as agulhas e tiras de teste da glicemia. Por outro lado, os

materiais de penso e as meias de compressão são igualmente bastante procurados pelos

utentes.

A FD dispõe de uma vasta gama de materiais ortopédicos, dividida em ortopedia

leve e pesada. A Interorto é o representante de muitas marcas de produtos de ortopedia

leve vendidos na farmácia, tais como Orliman®. Para além destas marcas, é vendido

FUTURO™ e Epitact®.

Quanto a ortopedia pesada, são vendidas camas, colchões, artigos de mobilidade,

como por exemplo, cadeiras de rodas e andarilhos e produtos de higiene e casa de banho

como o elevador de sanitas. O principal fornecedor é a Orthos XXI. A FD tem uma cadeira

de rodas disponível para aluguer ao dia, no entanto também existe uma empresa,

designada Alcura®, dedicada à venda e aluguer de material ortopédico, mas nesta situação

a farmácia apenas se comporta como intermediário.

Na minha opinião, a área dos dispositivos médicos está em constante evolução e

durante o estágio revelei desconhecimento acerca dos mesmos. Posto isto, seria

fundamental abordar este assunto no MICF.

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6. Serviços farmacêuticos

Tal como já foi referido anteriormente a farmácia tem um GAP, no qual executa

atendimentos farmacêuticos que requerem maior privacidade ou então diversos serviços

farmacêuticos entre os quais medições de glicemia, avaliação do perfil lípico completo,

administração de vacinas não incluídas no plano nacional de vacinação. Face à pandemia,

durante muito tempo, a direção técnica suspendeu a realização de todos estes serviços.

Desde o mês de junho que comecei a executar apenas avaliações do perfil lipídico. Esta

determinação inclui valores de colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol e de

triglicerídeos, assim como o risco cardiovascular, e é realizada com o equipamento cobas

b101 da Roche®. Adicionalmente, este sistema permite fazer medições de hemoglobina

glicada (HbA1c) e da proteína C reativa (PCR), mas não são serviços que sejam solicitados

pelos utentes da FD. Embora tenha realizado testes de glicemia durante o estágio, aprendi

este procedimento graças aos rastreios que a AEFFUP organizou ao longo do meu

percurso académico.

Na zona de atendimento a FD apresenta soluções de medição self-service, balança e

tensiómetro. Cabe aos colaboradores, auxiliar os utentes nas medições e fazer as

interpretações dos valores. Durante o estágio interpretei os valores de tensão arterial e

índice de massa corporal (IMC) e aconselhei os utentes em função dos mesmos.

Para além dos serviços farmacêuticos, a FD proporciona consultas de nutrição

semanalmente, pela nutricionista Dra. Filipa e também ecografias 4D, pela Bebé4D.

7. VALORMED

A VALORMED é uma sociedade que gere os medicamentos fora de uso e as respetivas

embalagens e consequentemente estes resíduos produzidos pelos consumidores finais

são recolhidos através das farmácias e locais de venda de MNSRM. A FD tem um contentor

no qual as pessoas colocam os medicamentos em questão. Uma vez cheio, o contentor de

recolha é selado e entregue a um distribuidor de medicamentos, que no caso na FD é a

Alliance Healthcare®. Para tal, é necessário emitir um talão com o número do contentor,

nome da Farmácia e data da recolha. Realizei esta tarefa, inicialmente, em conjunto com

a Dra. Verónica, aproximadamente uma vez por semana.

Cada vez mais se sente a consciencialização social para este facto, uma vez que há

pessoas que se deslocam à farmácia apenas com esta finalidade.

8. Dispensa de medicamentos hospitalares

A Circular Normativa n.º 005/CD/550.20.001, emitida pelo Infamed, autoriza o

fornecimento na farmácia de medicamentos de dispensa em farmácia hospitalar a utentes

em regime de ambulatório [16]. O novo serviço tem carater excecional e temporário e surgiu

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em contexto do confinamento obrigatório devido à pandemia de COVID-19. Assim, evita-

se a deslocação do utente ao centro hospitalar e garante-se a proximidade e acessibilidade

ao medicamento.

O serviço é requerido pelo utente e este escolhe a farmácia na qual pretende levantar

a sua medicação. Os medicamentos hospitalares chegam à farmácia por intermédio dos

habituais distribuidores, em embalagem devidamente identificada e cabe à farmácia

informar o utente dessa entrega. No momento da dispensa, é necessário seguir certas

orientações para garantir a rastreabilidade do medicamento. Para tal, é necessário que o

utente tenha ficha de acompanhamento criada no Sifarma e que assine uma declaração

em todos os atos de dispensa.

Na FD fui responsável pela receção destes medicamentos e por contactar o utente.

Para facilitar o processo, criei uma lista com todos os utentes e o respetivo contacto

telefónico. Como era um procedimento novo para todos os colaboradores, também os

ajudei na dispensa dos mesmos ao doente. Na minha opinião, é um serviço que se pode

tornar permanente, na medida que facilita o acesso da medicação ao doente, o que

promove uma melhor adesão farmacoterapêutica.

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Parte II - Atividades desenvolvidas na Farmácia Duarte

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A. Uso correto de medicamentos inalatórios na Asma

A.1. Introdução

O aumento da esperança média de vida nos países desenvolvidos, traz consigo o

aumento da incidência de doenças crónicas, em particular das respiratórias [17]. E aquela

que tem registado o mais rápido crescimento em todo o mundo é a asma. Em 2016,

estimou-se que existiam mais de 339 milhões de pessoas com esta patologia e grande

parte foi suscitada ou agravada pela conjugação de fatores de risco ambientais e pelo estilo

de vida da população [18].

A.1.1. Fisiopatologia da Asma

As duas principais características fisiopatológicas da asma são a hiperreatividade

brônquica e o processo inflamatório crónico das vias aéreas, que lhes provoca um

estreitamento pela contração excessiva dos músculos lisos brônquicos. Este processo de

broncoconstrição é reversível, contudo limita o fluxo de ar inspirado [17, 19].

Além das alterações estruturais das vias aéreas, há hiperreatividade brônquica que

corresponde ao aumento da resposta do músculo liso a vários estímulos, diretos ou

indiretos, normalmente tolerados pelos indivíduos saudáveis [20]. Os estímulos, também

denominado por alergenos, são reconhecidos pelas células dendríticas, que vão estimular

a produção de linfócitos Th2, que por sua vez, produz mais macrófagos e eosinófilos [20].

Todo este processo liberta mediadores e citocinas inflamatórias que causam os sintomas

típicos da asma e que consistem em: dispneia, pieira, tosse e/ou dificuldade respiratória

e/ou aperto torácico recorrentes [20]. Já os leucotrienos têm um importante papel nos

processos inflamatórios e alérgicos da asma.

A.1.2. Diagnóstico

O diagnóstico da asma é feito tendo em conta a presença dos sintomas respiratórios

referidos anteriormente e a história clínica do doente e da família. Mas como esses

sintomas não são específicos desta patologia, é necessário confirmar a existência de

inflamação das vias aéreas, obstrução e/ou hiperreatividade brônquica [21].

Este pode ser complementado com exames que caracterizem a doença e a sua

gravidade. A espirometria estuda a função respiratória e é um método recomendado para

avaliar a severidade da obstrução das vias aéreas. Faz diversas medições de volume de

ar que pode ser mobilizado, quer em valor absoluto quer em função do tempo, tal como o

volume expiratório forçado no primeiro segundo (FEV1) [21, 22]. O FEV1 corresponde ao

volume máximo de ar que pode ser expirado no primeiro segundo, e quando a relação

entre o FEV1 e a capacidade vital forçada (FVC) é menor do que 0,75 nos adultos ou

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inferior aos limites estabelecidos para determinadas condições do indivíduo, conclui-se que

há obstrução ao fluxo aéreo [21].

Adicionalmente, a espirometria com teste de broncodilatação estuda a reversibilidade

dessa obstrução brônquica em resposta à administração de um broncodilatador, e é

definida como um aumento no FEV1 superior a 12% e 200ml [21].

Também a determinação diária do débito expiratório máximo instantâneo (DEMI),

também conhecido como PEF (Peak Expiratory Flow), com um debitómetro é útil para o

utente monitorizar a resposta à terapêutica em casa e avaliar o agravamento dos sintomas.

O doente deve fazer 3 medições seguidas e escolher a melhor, duas vezes por dia.

O PEF indica a rapidez com que se consegue expirar o ar todo após ter inspirado

profundamente e valor mais elevado é obtido quando a pessoa está com a patologia

controlada e não verifica nenhum sintoma. Esse máximo corresponde a 100% na escala

das cores, isto porque, geralmente, o debitómetro tem um semáforo que compara o melhor

PEF do doente com o valor medido no momento [21].

A.1.3. Classificação da gravidade da asma

Tabela 3- Classificação da asma quanto à sua gravidade.

Intermitente

Persistente

Ligeira Moderada Grave

Sintomas Menos de uma

vez por semana

Uma ou mais

vezes por

semana

Diários Permanentes

Doente

acorda com

sintomas

Até duas vezes

por mês

Mais de duas

vezes por mês

Mais de uma

vez por semana Frequentemente

Limitação da

atividade Não Não Sim. Sim

Esta classificação é utilizada antes de se inicia o tratamento e tem em conta a

frequência e severidade dos sintomas, bem como a limitação da atividade diária [21].

A.1.4. Tratamento

O tratamento da asma engloba não só a terapêutica medicamentosa, mas também a

adoção de medidas não farmacológicas e mudança de fatores de risco modificáveis, tais

como, evitar exposição ao fumo do tabaco e outros alergénios, evitar automedicação (por

exemplo aspirina e ibuprofeno), evitar stress e esforço excessivo e aumentar a prática

regular de exercício físico regular.

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20

Já a abordagem farmacológica da asma divide-se em duas componentes, o tratamento

agudo para situações de crise e o tratamento de controlo [23].

Do primeiro fazem parte medicamentos que controlam as exacerbações, dos quais se

destacam os broncodilatadores de ação rápida, que são agonistas β2-adrenérgicos de

curta duração (SABA), os anticolinérgicos e os corticosteroides sistémicos ou orais (CO)

[23, 24].

A asma associa-se a um processo inflamatório significativo que contribui para a

persistência de sintomas e, se não for tratado, causa alterações irreversíveis da função

respiratória. Assim, os broncodilatadores de longa ação (agonistas β2-adrenérgicos de

longa duração (LABA)), os corticosteroides inalados (CI), os antagonistas dos recetores

dos leucotrienos, o cromoglicato de sódio, as metilxantinas e os imunomoduladores

assumem papel de destaque nesta fase. Embora não sejam usados todos nas mesmas

proporções, no anexo I, encontram-se alguns exemplos de fármacos existentes no

mercado [21, 23, 25]. Os medicamentos de controlo da asma estão situados em diversos

degraus terapêuticos como mostra a tabela 4.

Tabela 4- Abordagem terapêutica, por degraus, para crianças com mais de 6 anos e adultos.

* Administração de CI + LABA no mesmo dispositivo, se possível.

Tabela adaptada da DGS e da GINA [23 e 26].

Muitos dos medicamentos para asma são também utilizados na doença pulmonar

obstrutiva crónica (DPOC) [26].

O plano terapêutico do doente deve ser personalizado consoante o nível de controlo

da asma, o risco de exacerbações, as particularidades pessoais e as suas preferências. o

tratamento

No entanto, em 2020 a GINA (Global Strategy for Asthma) passou a recomendar que

todos os asmáticos administrem corticosteroides inalados, mesmo que não tenham

sintomas com frequência [26]. Estes fármacos têm diversos efeitos anti-inflamatórios

descritos, através da sua ação intracelular. Os corticosteroides ligam-se aos recetores

glucocorticoides inativos e ativam-nos. Este complexo ativado liga-se às cadeias de DNA

Degrau 5

Degrau 4

Degrau 3

CI dose alta + LABA*

Degrau 2 Dose média ou

alta de CI + LABA*

Degrau 1 Dose baixa de CI +

LABA* 1ª linha Dose baixa

de CI Dose baixa de

CI

Outras opções

Antileucotrienos

Dose média de CI; Ou

Dose baixa de CI +

antileucotrienos; Ou dose baixa

de CI + metilxantinas

Adicionar anticolinérgicos, antileucotrienos ou metilxantinas

ao degrau 3

Adicionar tratamento

adjuvante ao degrau 4

(cromoglicato de sódio ou imuno-moduladores);

Ou adicionar dose baixa de CO

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21

e regula a transcrição genética, quer pela indução da transcrição e aumento da síntese de

de proteínas anti-inflamatórias, quer pela inibição da transcrição de genes que codificam a

síntese de citocinas pro-inflamatórias. Por outro lado, estes fármacos também reduzem a

quantidade de linfócitos T, células dendríticas, mastócitos e eosinófilos característicos da

asma [27].

A.1.5. Via inalatória

A terapia inalatória corresponde à administração de medicamentos por via inalatória e

é preferida no tratamento de doenças respiratórias crónicas dado que apresenta

vantagens, nomeadamente, baixa dose terapêutica, rápido início de ação e menos reações

adversas que a absorção sistémica [28]. Isto só é possível dado que os dispositivos

inalatórios permitem que o fármaco se deposite nas vias aéreas inferiores, onde estão os

respetivos recetores das moléculas, dando origem ao seu efeito terapêutico. Assim, a

absorção sistémica é reduzida e essa quantidade é ainda metabolizada, o que torna a

biodisponibilidade do medicamento baixa e os efeitos secundários diminuídos. Os novos

dispositivos têm como objetivo a maior deposição pulmonar do fármaco, uma vez que como

é administrado pela boca, a sua deposição na orofaringe traria efeitos locais e sistémicos,

pela absorção gastrointestinal, indesejáveis [28].

Pretende-se que o perfil terapêutico do asmático compreenda a administração contínua

de fármacos por esta via para controlo da patologia. Desta forma, o utente tem uma melhor

qualidade de vida e assegura poupanças ao SNS em internamentos causados pelas crises

[23, 29].

A.1.6. Dispositivos Inalatórios

Existem diversos dispositivos que visam a administração de medicamentos por via

inalatória e que se dividem em 3 tipos diferentes, inaladores pressurizados doseáveis

(pressurized metered dose inhaler, pMDI), inaladores de pó seco (dry powder inhaler, DPI)

e inaladores de névoa suave (soft mist inhaler, SMI). A tabela 5 resume os inaladores

existentes bem como as suas vantagens e desvantagens [30, 31].

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22

A.1.7. Erros comuns

É importante alertar e detetar erros na técnica inalatória e os principais são: não inspirar

com força suficiente, expirar para dentro do dispositivo, o intervalo de tempo ser inferior a

30 segundos entre duas administrações, não agitar o inalador pressurizado, limpeza e

manutenção incorreta do dispositivo de inalação e a utilização de dispositivos vazios [30,

32].

A.2. Enquadramento prático

Apesar de ser, atualmente, uma doença com um baixo impacto em termos de

mortalidade, a asma causa perda da qualidade de vida, um elevado número de

internamentos, elevado consumo de recursos de saúde e absentismo laboral e escolar [30,

33]. Logo, é fundamental haver um controlo das doenças respiratórias crónicas, uma vez

que se reflete em numerosos ganhos em saúde.

Pressurizados Doseáveis

Pó Seco Névoa Suave

Funcionamento

Reservatório que contém a substância ativa em

suspensão/ dissolvida no propelente.

Cápsula com pó; Pode ser unidose1

(cápsulas de pó) ou multidose2

(reservatório com múltiplas doses).

Solução aquosa ou suspensão. Cartucho multidose.

Vantagens

Portátil; Rigor na dose libertada.

Sem necessidade de preparar a medicação.

Não exige coordenação,

porque é ativado pela inalação.

Indica as doses. Nuvem de aerossol de maior duração

facilita a deposição pulmonar. Não

contém propelentes.

Desvantagens

Exige muita coordenação motora. Elevada deposição

na orofaringe. Não tem contador de doses.

Se a inalação não for rápida e

vigorosa a deposição no pulmão não é suficiente, por

isso não é aconselhado para

emergências.

Exemplos

Atrovent® Ventilan®

Salbutamol Sandoz MG®

Breezhaler®1

Diskus®2

Easyhaler® Ellipta®

Flexhaler® Forspiro®

HandiHaler®1

K-haler® Novolizer®

2 Spiromax®

Turbuhaler®2

Twisthaler®2

Respimat®

Tabela 5- Classificação dos inaladores.

A preparação do

inalador é

complexa.

Poucas opções

disponíveis.

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23

Devido ao elevado histórico de vendas de fármacos inalados na farmácia Duarte e aos

diversos dispositivos inalatórios existentes no mercado, penso que se torna vantajoso

garantir o uso correto dos mesmos, para melhorar a adesão à terapêutica. Contudo, face

às dificuldades e dúvidas dos colaboradores da FD em relação ao tema, foi proposta da

minha parte a elaboração de uma formação interna, que também se justifica pelas questões

que fui recebendo dos utentes ao longo dos atendimentos farmacêuticos nos quais

dispensei este tipo de medicamentos.

A.3. Objetivo

O principal objetivo deste projeto consiste na melhoria do aconselhamento

farmacêutico durante a dispensa de medicamentos inalados para doenças respiratórias.

Após cada intervenção farmacêutica, o objetivo passaria por acompanhar a terapêutica

do utente ao longo do tempo, incentivando o utente a efetuar demonstrações do uso do

seu inalador.

A.4. Métodos

A formação interna aos colaboradores da Farmácia Duarte ocorreu no mês de Julho.

Esta foi suportada por uma apresentação em formato Power Point, disponível no anexo II.

A formação foi individual, de modo a garantir a continuação do bom funcionamento da

farmácia e teve um tempo estimado de 20 minutos. A sessão foi prestada no gabinete de

atendimento da farmácia por ser um local arejado, e cumpriram-se as medidas de proteção

de transmissão da COVID-19 em ambiente laboral, nomeadamente, com a utilização de

equipamento de proteção individual.

Para avaliar os conhecimentos adquiridos, os colaboradores responderam a questões

de verdadeiro ou falso. O questionário encontra-se no anexo III. Paralelamente, os

colaboradores deram o seu feedback verbalmente em relação ao tema e à formação.

Nessa formação, apresentei propostas elaboradas por mim de diagramas de

atendimento durante a dispensa de inaladores a utentes, quer em início de tratamento,

quer em tratamento prolongado. Assim, durante o mês da formação e no seguinte, a equipa

seguiu os protocolos e foi criada uma tabela de registo, que se encontra no anexo IV, para

controlar se o resultado foi o pretendido.

A.5. Resultados

A implementação do projeto estaria prevista para os meses de Março e Abril, contudo,

com o aumento do número de atendimentos efetuados nos meses de Fevereiro e Março,

a equipa esteve sempre ocupadíssima e não foi possível avançar com o mesmo.

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24

Assim, em Junho a formação foi dada a todos os colaboradores, exceto ao Dr. Rui

Duarte, e deste modo, foram preenchidos 7 questionários. Dado que cada um tem 9

questões, obtive 63 respostas. Os resultados encontram-se na tabela 6.

Tabela 6- Resultados da ficha de avaliação de conhecimentos aprendidos.

Só uma pessoa respondeu acertadamente a todas as questões e a média das

classificações obtidas foi de 88,89 ± 3,88%. Das 6 respostas erradas, 4 (66,7%) foram na

última questão, que corresponde à afirmação falsa “os folhetos iSaude não conseguem ser

impressos no atendimento”. Estes folhetos informáticos foram criados pela Associação

Nacional das Farmácias (ANF) e estão disponíveis na área de atendimento do Sifarma bem

como na plataforma ANFOnline, e podem ser visualizados e impressos através de um

botão de atalho, se a linha do produto tiver informação relevante. Durante a formação

constatei que a equipa não conhecia estas funcionalidades nem este suporte informativo,

pelo que não assimilou devidamente a informação relacionada. Assim, depois da

apresentação e da realização do questionário, ensinei os colaboradores individualmente a

aceder a esta ferramenta.

Qualitativamente, a equipa avaliou informalmente e positivamente a formação, quanto

à pertinência do tema, clareza e conteúdo da formação, e também quanto ao meu

desempenho na apresentação da mesma.

Devido à pandemia COVID-19 não houve condições nem disponibilidade para

averiguar os resultados quantitativos da implementação dos fluxogramas de atendimento,

na medida em que não foi solicitada aos utentes a demonstração da técnica inalatória para

deteção de possíveis erros. Previa que o número de registos fosse reduzido uma vez que

a medicação é dispensada na maioria das vezes a familiares/ cuidadores e não aos

próprios utentes, o que causa uma barreira de comunicação entre os farmacêuticos e o

doente.

A.6. Conclusão

A realização da formação interna foi benéfica tanto para a equipa como para mim. Foi

um desafio enorme gerir a disponibilidade dos colaboradores para a participação na

mesma: entre a enorme afluência dos utentes à farmácia Duarte, o trabalho de backoffice

pendente, as desinfeções constantes de espaços, assim como as férias e folgas de

pessoal. Penso que cumpri as minhas expetativas em relação ao projeto.

A implementação do fluxograma de atendimento para situações de dispensa de

medicamentos inalatórios torna-se fulcral para o aumento da adesão e da eficácia

Questões respondidas Respostas corretas Respostas erradas

63 57 (90,5%) 6 (9,5%)

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25

terapêuticas. inicia-se pela avaliação da fase de tratamento em que o asmático se

encontra, e é feita em todos os atendimentos no qual surja uma prescrição médica de um

inalador. É necessário perceber se se trata de uma nova prescrição e consequentemente,

de um novo medicamento inalado. Para este caso, é feito o aconselhamento farmacêutico

segundo a formação prestada anteriormente, de modo a impulsionar o uso correto das

“bombas de asma”.

Por outro lado, caso seja uma medicação habitual, incentivar o utente a cumprir o

tratamento, pedindo ao mesmo que exemplifique a técnica inalatória que efetua, de modo

a detetar e corrigir erros.

Apesar de não ter contabilizado o número de dispositvos inalatórios que os

colaboradores dispensaram após a formação nem os aconselhamentos concedidos, posso

afirmar que houve alterações benéficas neste tipo de atendimento farmacêutico. Durante

o mês da formação e no seguinte, a equipa esforçou-se por implementar parte das etapas

dos fluoxogramas de atendimento que efetuei e a maioria dos colaboradores admitiu

verbalmente ter adquirido conhecimentos e/ou ter relembrado alguns aspetos com a

formação prestada.

Embora o atual contexto epidemiológico não permita que o utente demonstre como

executa a técnica inalatória, uma vez que o obrigaria a permanecer sem máscara num

ambiente fechado, futuramente, para que a equipa consiga pôr em prática todas as

recomendações fornecidas na formação e efetue a demonstração da técnica inalatória, é

fundamental o requerimento de inaladores placebo aos vários laboratórios. Esta foi uma

tarefa que não concretizei e que seria a minha próxima tarefa.

B. Saúde Mental em tempos de pandemia

B.1. Introdução

A 31 de Dezembro de 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi informada de

um caso de pneumonia cujo agente etiológico desconhecia-se em Wuhan, China. Mais

tarde, soube-se que era causado por um novo Coronavírus, primeiramente intitulado por

2019-nCov e depois por Coronavírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome

Coronavirus 2) [34, 35]. Esta taxonomia justifica-se pelas semelhanças genéticas com o

SARS-CoV [35]. Dada a alta taxa de transmissão do vírus e a sua rápida expansão

geográfica, assim como a falta de imunização, a 11 de março a OMS declara a COVID-19

uma pandemia [34]. Esta apresenta diversos recordes e, já foram reportados casos de

infeção por SARS-CoV-2 em 213 países e territórios [36]. A doença afeta o sistema

respiratório em diferentes níveis de severidade, sendo o mais grave a insuficiência

respiratória aguda, que requer internamento em cuidados intensivos e uso de ventilação

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26

mecânica [37]. Consequentemente, há uma preocupação com a sobrelotação dos sistemas

de saúde principalmente das unidades de cuidados intensivos, justificada pela falta de

material médico essencial, como os ventiladores [38] e pela gestão cuidada dos recursos

humanos [39].

Durante a pandemia COVID-19 e de forma a minimizar a propagação do vírus, os

países adotaram diversas medidas estratégicas, entre as quais o confinamento social

obrigatório e o fecho de escolas e instituições, para além de que foi recomendado e até

mesmo obrigatório permanecer em casa. Por vezes, a palavra isolamento confunde-se com

quarentena, porque no fundo ambas requerem uma restrição de contacto com pessoas

[40] e evidentemente, que a atual pandemia originou alterações profundas na vida dos

cidadãos, em particular na rotina familiar e no emprego. A perda, da rotina e do contacto

social faz com que se sintam aborrecidos, frustrados e isolados, relatando também

sintomas de ansiedade e agitação [41]. Já os doentes que estiveram em quarentena por

causa de um surto, referem que sofreram de estigmatização e rejeição por parte de

pessoas próximas, durante e após esse período [42].

B.1.1. Saúde mental

Todos estes fatores referidos anteriormente podem desencadear perturbações mentais

e trazer ao indivíduo sequelas a longo prazo. Note-se que a saúde mental é um termo

abrangente que inclui o bem-estar emocional, psicológico e social [43], e que é necessário

estabelecer relações interpessoais e ter capacidade de adaptação e de superação de

crises para se obter uma “mente sã em corpo são” [44].

Por um lado, Portugal é o país europeu com maior número de consumidores de

benzodiazepinas, embora também tenha valores consideráveis na venda de

antidepressivos e consumo de bebidas alcoólicas [44]. Por outro lado, em tempos de

pandemia, o consumo de psicofármacos disparou quando comparado com os meses

homólogos dos anos anteriores [45]. Apesar da existência destes factos, não há estudos

conclusivos que relacionem este aumento com a situação epidemiológica atual.

Assim, a meu ver aquilo que pode ser feito é promover a saúde mental em tempos de

pandemia e criar soluções e recomendações que vão de encontro a este objetivo.

Deste modo, um estudo sugere que uma linha telefónica de apoio psicológico,

sustentado por profissionais qualificados, seria benéfica quer para doentes com COVID-19

e familiares, quer para a população em geral, já que o isolamento social leva a dificuldades

na vida das pessoas [42, 46]. Para tal, diversos hospitais, autarquias, universidades e

associações criaram ou renovaram linhas telefónicas e/ou plataformas de apoio psicológico

e psiquiátrico. Também foram criados apoios específicos para profissionais de saúde. Do

mesmo modo, a linha de saúde SNS 24, inclui apoio psicológico para dar apoio a várias

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27

situações entre as quais, stress, ansiedade, fragilidade e agravamento de doença mental

[47].

A capacidade de comunicar com a família e amigos é também essencial para manter a

saúde mental, e os meios de comunicação podem ser essências para contactar as

pessoas, reduzindo os sentimentos de solidão, stress e pânico [42, 48].

Adicionalmente sempre se conheceu o benefício do exercício físico na saúde física e

mental das pessoas, porém este estende-se também à pandemia, uma vez que permite

criar rotinas diárias, numa altura em que os hábitos sofreram alterações consideráveis. E

uma atividade que pode ser praticada em conjunto com um familiar ou amigo, o que

promove as relações interpessoais. Sob outro ponto de vista, uma excelente forma de

minimizar o stress e a ansiedade passa pela realização de atividade física em casa,

nomeadamente treinos aeróbios e treinos com o peso do corpo [49].

Estas medidas representam ações não farmacológicas que por si só podem resolver o

problema, sem ser necessário o individuo recorrer a medicamentos.

B.1.2. Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos

Estes medicamentos atuam no tratamento das síndromes de ansiedade e/ou indução

ou manutenção do sono. Incluem barbitúricos, anti-histamínicos, benzodiazepinas,

produtos quimicamente diferentes das benzodiazepinas, como o Zolpidem, e outros

fármacos com mecanismo de ação desconhecido, como a Valeriana [25].

B.1.3. Antipsicóticos

São úteis no controlo dos sintomas das psicoses (nomeadamente delírios e

alucinações), mas também têm outras ações terapêuticas. Podem ter só afinidade para os

recetores D2 ou também ser antagonistas dos recetores serotonina. A olanzapina, a

risperidona e a quetiapina, são exemplos de fármacos desta classe [25].

B.1.4. Antidepressores

São eficazes no controlo dos sintomas das perturbações depressivas do humor, sendo

a depressão a mais prevalente. Estes classificam-se de acordo com o seu mecanismo de

ação e/ou estrutura química e são exemplos o escitalopram, a fluoxetina e a sertralina [25].

B.1.5. Lítio

Apesar de os seus mecanismos de ação não serem totalmente conhecidos, o lítio tem

várias ações terapêuticas, entre as quais, o tratamento e a prevenção da doença bipolar e

da depressão recorrente [25].

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28

B.2. Enquadramento prático

Existem muitos estudos que avaliam a saúde mental de sobreviventes a catástrofes

naturais ou doenças infeciosas, mas há falta de conhecimento sobre o tema em relação a

indivíduos saudáveis durante uma pandemia [41]. Por isso, foi do meu interesse desvendar

algumas questões e avaliar os sentimentos dos portugueses em relação à COVID-19.

Por outro lado, a realização de uma ação de promoção da saúde na Farmácia Duarte

que realce o papel da farmácia comunitária na comunidade marinhense e na sociedade

global, constituiu uma das metas a que me propus durante o estágio curricular. E porque

por vezes, gerir emoções, como o stress, a angústia e o medo, torna-se difícil em situações

de crise, cabe aos profissionais de saúde promover a resiliência psicológica. Assim, escolhi

o tema saúde mental em tempos de pandemia. Esta ideia surgiu devido ao aumento dos

sentimentos de ansiedade, medo e insegurança da parte dos utentes em relação à situação

epidemiológica vivida em 2020. E as necessidades dos utentes são sempre tidas em conta

na Farmácia Duarte, por isso contei com o apoio de toda a equipa para a realização deste

projeto.

B.3. Objetivo

Os objetivos deste projeto foi a avaliação das consequências da pandemia COVID-19

na saúde mental dos portugueses, e também o incentivo ao apoio psicológico e a medidas

que diminuam a probabilidade de utentes da Farmácia Duarte desenvolverem esses

problemas de saúde mental.

B.4. Métodos

Para avaliar a saúde mental dos portugueses foi elaborado um inquérito online em

formato Google Forms®, personalizado e acessível a todos os dispositivos eletrónicos,

desde computadores a dispositivos móveis, como tabletes e smartphones, quer fossem de

sistema android, iOS ou outro sistema operativo. O formulário encontrou-se disponível

através do link https://forms.gle/nQTwc9FsAbnkCwd68, desde 7 de agosto de 2020 até à

data do registo e interpretação dos inquéritos. Os resultados obtidos foram exportados para

uma folha de cálculo de Excel para posterior tratamento de dados.

Quanto ao conteúdo do inquérito, este foi divido em 4 secções diferentes: dados

demográficos, mudanças na vida das pessoas relacionadas com a pandemia,

conhecimentos e sentimentos em relação à COVID-19, com o intuito de relacionar diversas

variáveis. O inquérito encontra-se no Anexo V.

De forma a minimizar as sequelas e sintomas averiguados com estes resultados e com

outros estudos referidos anteriormente, foi criado e distribuído na Farmácia Duarte um

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29

panfleto informativo acerca do tema, onde se incluiu contactos telefónicos de linhas de

apoio psicológico adaptadas ao distrito de Leiria. O panfleto encontra-se no Anexo VI.

B.5. Resultados

Participaram neste estudo 223 indivíduos e os resultados do inquérito foram os

seguintes:

• Dados demográficos

1) Idade

2) Género

77,1% Dos inqueridos são do sexo feminino e 22,4% são do sexo masculino. Os

restabntes preferiram não revelar.

3) Habilitações literárias

A maioria possui o 12ºano de escolaridade concluído e mais de 50% dos individuos

tem uma garu académico superior.

4) Região do país

55,2% Dos inquiridos residem no centro do país e 43,5% no norte. Os restantes residem

no Sul e ilhas com uma perecentagem igual a 2,3%.

5) Situação Laboral

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30

• Mudanças no quotidiano

6) Mudou as suas rotinas desde o início da pandemia?

Numa escala de zero a 4 que siginificam nada e totalmente respetivamente, 48,4%

(108) das pessoas revelam que alteraram muito as suas rotinas e 19,3% (43) alteraram

drasticamente.

7) O seu orçamento familiar ficou reduzido devido à pandemia?

Também esta escala numérica vai de zero a 4 e siginificam nada e totalmente,

respetivamente. O orçamento não diminuiu nada ou se decresceu não teve expressão em

54,7% dos casos. Apenas 4,9% levou um enorme corte no orçamento familiar.

8) Evita eventos sociais?

• Conhecimento

9) Acha que o distanciamento social é essencial para impedir a transmissão do

vírus?

A maioria dos inquiridos (89,2%) considerou o distanciamento social essencial para

impedir a transmissão do vírus, contudo 9% das pessoas mostraram dúvidas na resposta

à questão, e 1,8% não consideram o distancionamento social um fator fundamental para a

transmissão do vírus.

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31

10) Os doentes recuperados devem manter-se isolados da comunidade?

11) Considera seguro viajar para o estrangeiro?

• Sentimentos 12) Tem medo de ser infetado pelo vírus?

13) Sente que se fosse um caso suspeito seria julgado e criticado pelas pessoas?

14) Acha que se fosse um caso positivo seria julgado e criticado pela sociedade?

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32

15) Sente que teria apoio familiar e de amigos se fosse um doente com o vírus?

Nas questões, 12) a 15) a escala nemérica é de zero a 4 e siginificam nada e

totalmente, respetivamente.

16) Na semana passada, no seu dia-a-dia com que frequência pensou na pandemia?

17) Quantas vezes sentiu medo de contactar com o vírus, na semana passada?

18) Sente-se sozinho/a ou afastado/a de amigos e família?

Nesta escala, 1 significa nada e 4 bastante. Os pontos médios da escala foram os

mais votados, pelo que não posso concluir que os portugueses se sintam isolados das

pessoas mais importantes das suas vidas.

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33

19) Sente ou sentiu algum destes sintomas recentemente?

Ansiedade (57%), stress (52,5%), irritabilidade sem causa aparente (36,3%), tristeza

(33,2%) e dificuldade em adormecer (29,6%) são os sintomas mais prevalentes durante

esta situação epidemiológica. Comparei a presença destes sintomas entre os indivíduos

que responderam que não mudaram a sua rotina diária e aqueles que a alteraram

drasticamente. A tabela 7 resume o sucedido.

Tabela 7- Prevalência dos sintomas em função da mudança nas rotinas.

Assim, a prevalência destes sintomas é muito superior no grupo de 19,3% (43) dos

inquiridos que mudaram a sua rotina drasticamente, relativamente ao grupo que não

alterou nada na sua rotina desde que foi declarada a pandemia. No entanto, para que estas

considerações se tornassem válidas os grupos deveriam ter número igual ou próximo de

indivíduos.

Adicionalmente, as frequências relativas neste grupo de 43 inquiridos são superiores

às percentagens médias de toda a amostra (223 inquiridos) ilustradas no gráfico anterior.

Irritabilidade sem

causa aparente

Variáveis Não mudou a rotina (n=7)

Mudou completamente (n=43)

Ansiedade 0 72,09%

Stress 28,57 % 65,12%

Irritabilidade sem causa aparente 0 46,51%

Dificuldade em adormecer 14,29% 44,19%

Tristeza 0 44,19%

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34

20) Aumentou a ingestão de...

Dos 223 participantes, 32,3% (72) revelaram que aumentraram o consumo de

alimentos ricos em açúcar e/ ou gorduras. No entanto, mais de metade da amostra (61%)

não ingeriu nada de excecional.

21) Sentiu necessidade de se medicar com...

Dos 223 inquiridos, 81,2% (181) não ingeriram qualquer tipo de subtância, quer fosse

natural ou um medicamento. Quanto à medicação com ansíoliticos responderam 17

pessoas e com antidepressivos 9.

22) Sente que seria benéfico ser acompanhado por um psicólogo?

O zero corresponde a nada e o 4 a totalmente. De toda a amostra, 80 pessoas não

consideram o acompanhamento psicológico um benefício na saúde mental. Contudo,

15,2% consideram o oposto.

Substâncias

Naturais

Antidepressivos

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Quanto aos folhetos informativos, apesar de terem sido impressos 40, foram

distribuídos e bem aceites pela comunidade 30. Os restantes foram expostos junto da

restante literatura para os utentes.

No geral, o público mostrou-se interessado pelo tema e solicitou a divulgação dos

resultados do estudo efetuado.

B.6. Conclusão

Na minha opinião este inquérito pode ser um ponto de partida para a realização de

estudos mais aprofundados acerca do tema. É um estudo observacional descritivo que

apenas permite calcular prevalências e não medidas de associação, tal como o risco

relativo. Foram identificados diversos sintomas com prevalências significativas e falta

relacioná-las com certos fatores, sejam eles demográficos ou provenientes de diversas

mudanças, como a situação financeira.

Apenas estudei a relação entre duas variáveis (mudança na rotina e presença de

sintomas), mas o mesmo poderia ter sido feito com outras.

Com a elaboração deste estudo apliquei e desenvolvi as minhas capacidades de

trabalho em folhas de cálculo e análise estatística, uma competência muito valorizada

atualmente.

Por outro lado, os folhetos distribuídos foram uma forma de aconselhar aos utentes

medidas não farmacológicas que possam reverter os efeitos da pandemia na saúde mental.

Como referi anteriormente, numa primeira abordagem estas medidas devem ser preferidas

em vez das soluções farmacológicas. Em suma, o apoio psicológico, a comunicação e o

exercício físico oferecer benefícios para a saúde mental.

C. Organização do Laboratório

C.1. Introdução

Nem sempre é possível comercializar o medicamento específico para cada utente, seja

porque o medicamento se encontra esgotado ou descontinuado, ou porque os

medicamentos comerciais não se adequam ao doente, como por exemplo, a intolerância a

um excipiente [50]. Para ultrapassar estas barreiras existem os medicamentos

manipulados (MM) que são efetuados em farmácia comunitária ou hospitalar, e que são de

enorme importância, visto que constituem uma solução terapêutica única, na medida em

que podem ser elaborados na dose, forma farmacêutica e formulação adaptadas ao utente

[51, 52].

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C.1.1. Medicamentos manipulados

Os medicamentos manipulados dividem-se em fórmulas magistrais ou preparados

oficinais. As fórmulas magistrais são preparadas segundo a receita médica prescrita ao

utente, enquanto que os preparados oficinais são elaborados de acordo com as instruções

compendiais de um formulário ou farmacopeia, normalmente, o FGP e a FP e destinam-se

ao doente seguido por esse local [53]. Apesar de não serem sujeitos a Autorização de

Introdução no Mercado (AIM), são seguros e têm garantia da qualidade assegurada pelo

seguimento das Boas Práticas a Observar na Preparação de Medicamentos Manipulados,

apresentadas na Portaria nº594/2004 [53].

Quanto à documentação referente às preparações efetuadas, é necessário registar

diversos dados, inclusivamente na ficha de preparação de cada MM. Nesta deve constar

informação relativa ao doente e ao médico prescritor, mas também informação técnica

como a designação do produto, número de lote, data da preparação, composição

qualitativa e quantitativa, e descrição da técnica de preparação. Todos os documentos têm

de ser assinados pelo diretor técnico da farmácia, apesar de poderem ser elaborados por

outro profissional desde que seja supervisionado [53]. Por fim, também é imprescindível

guardar os boletins de análise de todas as matérias-primas, registando, o fornecedor

correspondente.

Os documentos são obrigatórios e integram a demonstração de garantia da Qualidade

dos MM preparados na farmácia comunitária, por isso a lei obriga a arquivar a

documentação da preparação de MM no mínimo 3 anos [53]. Esta retrata o histórico das

diversas preparações e assegura a rastreabilidade do medicamento.

Até finais de Fevereiro de 2020, os medicamentos manipulados sujeitos a

comparticipação (de 30%) estavam anexados no despacho nº18694/2010, 18 de

Novembro [50, 54]. Contudo, a 24 de fevereiro de 2020, a ANF emite a circular 0054/2020:

medicamentos manipulados comparticipados pelo SNS - codificação e alterações à

dispensa, na qual consta uma lista de 168 medicamentos manipulados sujeitos a

comparticipação, excluindo MM que eram comparticipados até então. Cada linha tem um

CNP associado e passa ser obrigatório dispensá-los com esta codificação. A meu ver, esta

alteração constitui um avanço importante na dispensação de MM, uma vez que passa a

ser possível a prescrição médica eletrónica desmaterializada dos mesmos [54].

Como esta alteração à dispensa aconteceu durante o período de estágio, trabalhei em

conjunto com a Dra. Sílvia, de modo a que toda a equipa conhecesse os novos

procedimentos de dispensa de MM.

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C.1.2. Filosofia Kaizen

Todos os espaços de saúde fazem enormes investimentos, logo é necessário haver

uma boa gestão para reduzir gastos e aumentar produtividade. Assim, muitas farmácias já

aderiram à gestão Kaizen (“Kai” (mudar) e “Zen” (melhor)) e que significa melhoria contínua

[55]. Esta filosofia defende que é possível eliminar o desperdício através de alterações

rápidas de baixo custo, que envolvem todos os colaboradores [56]. Deste modo,

regularmente são feitas reuniões internas para definir objetivos e tarefas e onde as

sugestões são sempre bem recebidas.

A normalização de processos, nomeadamente da receção de encomendas e reservas

de produtos, é imprescindível para acrescentar valor à empresa. Uma norma corresponde

à forma estabelecida mais fácil, simples e barata de executar uma tarefa [57]. E as

principais vantagens são o aumento da produtividade, redução de stocks parados,

diminuição de desperdícios, simplificação de processos, aumento da qualidade dos

produtos e a criação fluxo.

Todos as seções podem ser melhoradas continuamente incluindo o laboratório

produção de MM, desde a gestão de matérias-primas e resíduos ao processo de

manipulação propriamente dito.

C.1.3. Gestão de resíduos

Frequentemente, as matérias-primas usadas na manipulação ultrapassam o prazo de

validade e para além de constituírem prejuízos para a farmácia, passam a ocupar um local

isolado do laboratório, onde são acumulados e esquecidos.

Como a incorreta gestão dos resíduos de medicamentos galénicos e produtos químicos

pode causar um grave problema ambiental ou até mesmo de saúde pública, a distribuidora

Plural fornece um serviço de recolha, triagem e incineração de resíduos de medicamentos,

produtos químicos e hospitalares dos grupos III e IV, em parceria com a empresa

Stericycle® [58].

Para solicitar este serviço é necessário que a farmácia faça a nomeação de um

responsável e que este se registe na plataforma do sistema integrado de licenciamento do

ambiente (SILiAmb), que é um sistema de informação pertencente à agência portuguesa

do ambiente. A inscrição no SiLiAmb funciona para servir o sistema integrado de registo

eletrónico de resíduos (SIRER) e é vitalícia. Contudo, envolve o pagamento de uma taxa

anual designada por taxa SIRER que é necessária para proceder ao preenchimento do

Mapa Integrado de Registo de Resíduos (MIRR) produzidos. O registo de dados no MIRR

é obrigatório para determinadas entidades, tais como empresas com mais de 10

funcionários e que produzam resíduos não urbanos ou produtores de resíduos perigosos

[59].

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C.2. Enquadramento prático

Com o decorrer dos anos, a manipulação de medicamentos na Farmácia Duarte tem

sido posta de lado, tal como nas outras farmácias do país [60]. As direções técnicas

apostam cada vez mais na dispensa de medicamentos e venda de PSBE, em vez da

preparação de medicamentos manipulados, por ser um processo que consideram pouco

vantajoso e que envolve desperdício de matérias-primas. E porque é uma operação

demorada pois é necessário elaborar fichas de preparação e trabalho burocrático, preferem

centralizar as preparações de MM nas farmácias com departamento especializado nesta

função. Constatei que a FD não investe em grande escala neste serviço, embora tenha um

laboratório com excelentes condições, como representa a figura 1. Durante o estágio fui a

operadora de todos os manipulados e por isso, observei que existia uma folha de registo

para os MM efetuados, mas que a documentação

associada estava desorganizada e muito desatualizada,

visto que existiam dados referentes a MM preparados

desde 2005. Os PVPs dos manipulados não estavam

uniformizados e perdia-se muito tempo a encontrar uma

ficha de preparação já preenchida para dado MM. Além

disso, havia uma quantidade enorme de produtos

químicos sem destino aparente e cujos prazos de

validades estavam caducados.

Assim, eu e a farmacêutica responsável pelo

laboratório, a Dra. Sílvia, reconhecemos a necessidade

de melhorar este serviço.

C.3. Objetivo

De modo a aumentar a produtividade e a diminuir desperdícios com a preparação de

medicamentos na FD, o objetivo deste projeto passou por encontrar uma forma simples de

contrariar essa tendência e que fosse baseada na melhoria contínua. Portanto, foi relevante

o estabelecimento de procedimentos e a uniformização dos documentos de registo das

operações de preparação e verificação das características dos MM elaborados.

C.4. Métodos

Primeiramente, procedeu-se à solicitação da recolha de resíduos de medicamentos

galénicos e produtos químicos fora de prazo, o que só foi possível porque previamente

tinha sido preenchido o MIRR e feito o registo da farmácia na plataforma SILiAmb.

Após ter sido feita a gestão de resíduos do laboratório, a documentação existente no

local foi também selecionada. Os arquivos das fichas de preparação e folhas de cálculo do

Figura 1-Laboratório da FD.

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PVP dos respetivos MM, assim como o dossiê dos boletins de análise de todas as matérias-

primas foram revistos de modo eliminar todas as informações anteriores a 2015. Os

documentos foram colocados na destruidora de papel da farmácia, visto que poderiam ter

dados confidenciais e protegidos pelo RGPD.

Seguidamente, foi criada uma tabela dinâmica com o número de lote dos MM, a partir

da qual é possível reter informações importantes como o preço calculado e o CNP criado

recentemente para vários produtos. A tabela também desempenha a função de índice, já

que através desse número se encontra a ficha de preparação do produto e outras

informações essenciais à manipulação e dispensa do mesmo. O modelo desta encontra-

se no anexos VII.

Para que se consiga proceder à melhoria contínua deste serviço farmacêutico

apresentei aos colaboradores da farmácia um fluxograma de procedimento, adaptado de

um ficheiro da Ordem dos Farmacêuticos [61], disponível no anexo IX.

Paralelamente, preparei uma solução alcoólica saturada de ácido bórico (FGP), uma

vez que é o preparado oficinal mais vendido nesta farmácia e que compensa que esteja

disponível em quantidade suficiente para ser acondicionado em diversos frascos de vidro

âmbar com conta-gotas.

C.5. Resultados

Foi elaborada uma lista de produtos/ resíduos a entregar bem como das respetivas

quantidades, (figura 2 e 3) e preenchido um formulário de subscrição do serviço de recolha

à distribuidora Plural. Com esta tarefa libertou-se espaço e garantiu-se a conformidade com

as boas práticas de farmácia.

.

O Fluxograma foi bem aceite pelos colaboradores que habitualmente preparam os MM.

Não foi possível registar mudanças uma vez que após a implementação do projeto não

houve repetição dos pedidos de preparação de MM. Contudo, quando futuramente isso se

Figura 2-Resíduos recolhidos. Figura 2-Lista entregue.

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verificar, espero que a equipa melhore significativamente o tempo de execução da tarefa,

dado que os processos já foram normalizados.

A preparação prévia da solução alcoólica saturada de ácido bórico (FGP) foi útil, uma

vez que após preparação de 1000mL, até à data final do estágio foram dispensados a

utentes 3 fracos com 100mL da solução.

C.6. Conclusão

Futuramente, é necessário comunicar aos diversos intervenientes da FD a capacidade

de preparação de medicamentos manipulados. Não só é necessário informar os utentes

da farmácia que podem adquirir os seus medicamentos manipulados na farmácia Duarte,

mas também diversas entidades, tais como lares e centros de reabilitação, uma vez que

por vezes não são os doentes, os clientes diretos da farmácia. Assim, a criação de

parcerias com instituições também se torna relevante quer por esta questão, quer pela

importância do farmacêutico na comunidade. Era minha intenção deslocar-me a escolas

primárias e centros de Atividades de Tempos Livres para demonstrar a técnica de

manipulação de por exemplo uma pomada propriamente dita, uma vez que para além de

ser uma ação de promoção para a saúde que envolvia as faixas etárias mais jovens e na

qual poderia abordar conceitos relacionados com o medicamento, valorizava o papel do

farmacêutico enquanto profissional de saúde. Apesar, deste objetivo não se ter realizado

devido à situação epidemiológica que se instalou e que levou o Governo a decretar o

encerramento de escolas, não está esquecido e será posto em prática assim que possível.

Noutro ponto de vista, é relevante alertar os profissionais de saúde prescritores de

receita médica da região, que a Farmácia está apta a executar a manipulação com a

qualidade que lhe é imposta. Pois, apesar de haver uma exigência maior da parte dos

consumidores por atendimentos mais personalizados, bem como pela procura de produtos

únicos, só existirá dispensa de medicamentos manipulados se estes se tornarem uma

necessidade criada pelo médico, já que o aconselhamento farmacêutico de MM não é

frequente.

Na minha opinião, são os serviços farmacêuticos que mais distinguem um farmacêutico

de outra classe trabalhadora na farmácia comunitária. Portanto, numa época em que se

luta pela valorização da profissão, considero fundamental que as farmácias continuem a

apostar nestes serviços diferenciadores, nomeadamente, na preparação individualizada da

medicação e nas consultas de acompanhamento farmacoterapêutico.

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48. Manuell, M.-E. and J. Cukor, Mother Nature versus human nature: public compliance with evacuation and quarantine. Disasters, 2011. 35(2): p. 417-442.

49. Jiménez-Pavón, D., A. Carbonell-Baeza, and C.J. Lavie, Physical exercise as therapy to fight against the mental and physical consequences of COVID-19 quarantine: Special focus in older people. Progress in cardiovascular diseases, 2020. 63(3): p. 386-388.

50. Infarmed, Despacho n.º 18694/2010, 18 de Novembro (DR, 2.ª série, n.º 242, de 16 de Dezembro de 2010). Estabelece as condições de comparticipação de medicamentos manipulados e aprova a respectiva lista. Legislação Farmacêutica Compilada.

51. Infarmed, Deliberação n.º 105/CA/2007, de 1 de Março. Regulamento sobre Autorizações de Utilização Especial e Excepcional de Medicamentos. Legislação Farmacêutica Compilada.

52. Infarmed, Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto. Estatuto do Medicamento. Legislação Farmacêutica Compilada.

53. Infarmed, Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho. Aprova as boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar Legislação Farmacêutica Compilada.

54. Associação Nacional das Farmácias, Circular n.º 0054-2020 - Medicamentos manipulados comparticipados pelo SNS – Codificação e alterações à dispensa. 26 de Fevereiro de 2020; Disponível em: http://anfonline.pt.

55. Imai, M., Kaizen. Imai, M. (1986). Kaizen, the key to Japan's competitive success. Random House Bussines Division, 1986. Vol. 201

56. Mazzocato, P., et al., Kaizen practice in healthcare: a qualitative analysis of hospital employees' suggestions for improvement. BMJ Open, 2016. 6(7): p. e012256.

57. Kaizen: melhoria continua. Farmoz – Meet & Learn. Módulo 4. 2018. Disponível em: https://www.meetandlearn.farmoz.pt/uploads/Kaizen_Melhoria_Continua.pdf (acedido a 4/09/2020).

58. Plural. Plural Verde. [online]; Disponível em: https://www.plural.pt/servicos/info/plural-verde_125 (acedido a 1/07/2020).

59. SILiAmb [online]; Disponível em: https://apoiosiliamb.apambiente.pt/content/obrigatoriedade-de-registo-de-dados?language=pt-pt.

60. Barbosa, C.M. and S. Pinto, Medicamentos manipulados: Ponto de situação. Farmácia portuguesa, 2001. 131: p. 47-52.

61. Ordem dos Farmacêuticos, Procedimento Técnico: Preparação de Medicamentos Manipulados. Código: PT 03. Ed 1. Rev 3.

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E. Conclusão global

Ao longo dos 6 meses de estágio em FC consolidei os conhecimentos técnico-

científicos que o mestrado integrado de ciências farmacêuticas me forneceu. Apesar de

fundamental, esta vertente não é a única que se torna essencial para o exercício da

profissão farmacêutica. A área comportamental e a ética deontológica do farmacêutico, a

área tecnológica e a área de eficiência operacional são as que completam as 4 vertentes

do farmacêutico de farmácia comunitária,

O estágio permitiu-me adquirir experiência e, apesar dos estágios extra-curriculares

que já havia realizado, este foi o contacto mais próximo que tive com o mercado de

trabalho. Alarguei os meus horizontes e criei objetivos e perspetivas futuras. Nos últimos

meses já não me considerava mera estagiária, mas sim uma colaboradora da Farmácia

Duarte, contudo o meu processo de aprendizagem está longe de terminar.

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F. Anexos

Anexo I- Terapêutica para asma e DPOC.

Exemplos Ação Terapêutica Comentários

Anticolinérgicos (inalatórios)

Brometo de Ipratrópio Brometo de Tiotrópio

São antagonistas colinérgicos e por isso, inibem a contração do musculos lisos bronquicos o que

impede a broncoconstrição.

É usual a combinação com um agonista beta-adrenérgico.

Beta-adrenérgicos de ação curta (inalatórios)

Salbutamol Terbutalina

Agonistas dos recetores β2-

adrenérgicos e inibem a contração do músculo liso

brônquico. Para alívio imediato da crise

aguda de grau ligeiro a moderado.

Não têm efeitos anti-inflamatórios clinicamente

relevantes nem modificam a hiper-

reatividade brônquica.

Beta-adrenérgicos de longa ação (inalatórios)

Formoterol Salmeterol

Agonistas dos recetores β2-

adrenérgicos e inibem a contração do músculo liso

brônquico.

Terapêutica de controlo e não para as crises.

Não é recomendada a administração sem outros

medicamentos para a asma.

Beta-adrenérgicos de ação ultralonga (inalatórios)

Indacaterol Olodaterol Vilanterol

Agonistas dos recetores β2-

adrenérgicos e inibem a contração do músculo liso brônquico. Inicio de ação é

rápido, mas ação é prolongada.

Mais comum para a DPOC que asma.

Vilanterol comerceializado em

combinação com Fluticasona.

Corticosteroides inalados

Beclometasona Budesonida Fluticasona

Mometasona

Primeira linha de tratamento na prevenção das crises. Previnem

a deterioração da função pulmonar.

Deve ser administrada a dose mais baixa que permita um controlo

efetivo dos sintomas. Essa dose deve ser

revista de 3 em 3 meses.

Corticosteroides sistémicos

Metilprednisolona Prednisolona Prednisona

Anti-inflamatórios esteróides potentes.

Usados para crises agudas de asma e

situações que não se contolou por via inalatória.

Imunomoduladores (injetáveis)

Omalizumab

É um anticorpo monoclonal anti-imunoglobulina E (IgE) e é usado na terapêutica conjugada

para aumentar o controlo da asma alérgica persistente

grave.

Usado para diminuir o uso de corticosteroides orais.

Modificadores dos leucotrienos (orais)

Montelucaste Zafirlucaste

Por serem antagonistas dos recetores dos leucotrienos,

Administração é mais comum na terpêutica de

controlo.

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Modificadores dos leucotrienos (orais)

Montelucaste Zafirlucaste

Por serem antagonistas dos recetores dos leucotrienos, melhoram os sintomas da

asma e ajudam a prevenir as crises.

Não têm ação broncodilatadora.

Administração é mais comum na terpêutica de

controlo.

Estabilizadores de mastócitos (inalatórios)

Cromoglicato de sódio

Tratamento de controlo, dado que previne crises.

Usado para prevenir crises durante a prática

de exercício físico. Não é util em situação de

emergência.

Xantinas (oral)

Teofilina

É um broncodilatador, porque relaxa o músculo liso

brônquico. A sua ação terapêutica na asma deve-se, também, à diminuição da fadiga dos músculos respiratórios, à

estimulação do centro respiratório, à inibição da

libertação de mediadores pelos mastócitos e à melhoria da

contratilidade diafragmática.

Pode ser usado para prevenção e tratamento Esporadicamente pode ser administrado por via

intravenosa. O seu mecanismo de

ação não é totalamente conhecido (poderá ser por

inibição das fosfodiesterases ou por

aumento das concentrações

intracelulares do AMPc).

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Anexo II- Formação sobre o uso correto de dispositivos inalatórios.

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52

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54

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Anexo III- Ficha de avaliação de conhecimentos.

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Anexo IV- Tabela para registo de atendimentos a utentes com doenças respiratórias

crónicas.

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Anexo V- Inquérito realizado.

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Anexo VI- Panfleto informativo saúde mental em tempos de pandemia.

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Anexo VII- Modelo de Índice de lotes dos MM e exemplo preenchido.

INF

OR

MA

ÇÕ

ES

CO

NF

IDE

NC

IAIS

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Anexo VIII- Fluxograma de preparação de medicamento na farmácia.

Não

Pedido do utente

Sim

Informar o cliente

Obter o acordo com o cliente

Atribuir nº de lote

Preencher ficha de preparação de MM

Preparar o MM

Embalar e rotular

Medicamento Manipulado pronto a dispensar

O medicamento

pode ser preparado na

farmácia?

Já foi preparado

na farmácia?

Não

Sim

Abrir ficha de preparação de MM

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