III – Trabalho · ao meu encontro, com um passo fraco e vacilante. Disse ser isso que me...

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ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LITERATURA - 1º BIMESTRE - 2017 Nome: __________________________ Nº____ 1ª Série _______ Professores : Danilo / Fernando Nota: ______________ I – Introdução Caro aluno, Neste primeiro bimestre, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto, não assimilou completamente os conteúdos necessários. É chegado o momento de retomar os assuntos estudados para complementar seus conhecimentos. O presente roteiro tem por objetivo auxiliar a organização de seus estudos, para que os assuntos fundamentais discutidos neste ano sejam efetivamente assimilados. Para tanto, você fará um trabalho que visa ao resgate de informações fundamentais para um bom desempenho ao longo do ano. II - Procedimento de estudo Releia suas anotações de aulas e os contos de Edgar Allan Poe que foram analisados em sala ao longo do bimestre. Além disso, sugerimos que você faça resumos dos seguintes capítulos do livro didático (Literatura: tempos, leitores e leituras. Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara): Capítulo 1: Arte, literatura e seus agentes. Capítulo 2: Literatura é uma linguagem. Atenção: não será necessário entregar os resumos, trata-se de uma sugestão para seus estudos. 1

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ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LITERATURA - 1º BIMESTRE - 2017

Nome: __________________________ Nº____ 1ª Série _______

Professores : Danilo / Fernando

Nota: ______________

I – Introdução

Caro aluno, Neste primeiro bimestre, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto,

não assimilou completamente os conteúdos necessários. É chegado o momento de retomar os assuntos estudados para complementar seus conhecimentos.

O presente roteiro tem por objetivo auxiliar a organização de seus estudos, para que os assuntos fundamentais discutidos neste ano sejam efetivamente assimilados. Para tanto, você fará um trabalho que visa ao resgate de informações fundamentais para um bom desempenho ao longo do ano.

II - Procedimento de estudo

Releia suas anotações de aulas e os contos de Edgar Allan Poe que foram analisados em sala ao longo do bimestre. Além disso, sugerimos que você faça resumos dos seguintes capítulos do livro didático (Literatura: tempos, leitores e leituras. Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara):

● Capítulo 1: Arte, literatura e seus agentes. ● Capítulo 2: Literatura é uma linguagem.

Atenção: não será necessário entregar os resumos, trata-se de uma sugestão para seus estudos.

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III – Trabalho

Observe os textos abaixo:

TEXTO I

(René Magritte. Perspicácia.1936)

TEXTO II

“Alice estava começando a ficar muito cansada de ficar ali sentada ao lado da irmã à beira do lago, sem fazer nada: uma ou duas vezes espiara o livro que sua irmã estava lendo, mas não tinha figuras nem diálogos. “E para que serve um livro”, pensou Alice, “sem figuras nem diálogos?”

Assim ela ficou pensando consigo mesma (tanto quanto podia, porque o calor naquele dia era tal que a deixava sonolenta e entorpecida) se o prazer de fazer uma guirlanda de margaridas valeria o esforço de levantar-se e colher as margaridas, quando de repente um coelho branco com olhos rosados passou correndo perto dela. Não havia nada de muito extraordinário nisso; nem Alice achou tão estranho ouvir o coelho murmurar para si mesmo: “Ai, meu Deus! Ai,

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meu Deus! Estou muito atrasado!” (quando ela refletiu mais tarde a respeito, ocorreu-lhe que deveria ter estranhado; porém, naquele momento, tudo lhe pareceu perfeitamente natural). Mas quando o Coelho tirou um relógio do bolso do colete, deu uma olhada nele e acelerou o passo. Alice ergueu-se, porque lhe passou pela cabeça que nunca em sua vida tinha visto um coelho de colete e muito menos com relógio dentro do bolso. Então, ardendo de curiosidade, ela correu atrás dele campo afora, chegando justamente a tempo de vê-lo sumir numa grande toca embaixo da cerca. No instante seguinte, Alice entrou na toca atrás dele, sem ao menos pensar em como é que iria sair dali depois. A toca do coelho, no começo, alongava-se como um túnel, mas, de repente, abria-se como um poço, tão de repente que Alice não teve um segundo sequer para pensar em parar, antes de se ver caindo no que parecia ser um buraco muito fundo.”

(Lewis Carroll. Alice no país das maravilhas.)

Q 01. Na análise e interpretação do texto literário, e das artes de modo geral, é fundamental identificar a especificidade dos conceitos de realidade e ficção. A partir do exame cuidadoso dos textos I e II, explique a complexa relação que pode haver entre ficção e realidade, em uma obra de arte. _______________________________________________________________

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Q 02. Alice no País das Maravilhas é um clássico da literatura fantástica. Neste tipo de texto, um elemento fantástico/extraordinário surge no cotidiano, causando um estranhamento nas personagens e no leitor. No entanto, apesar de se opor à realidade cotidiana, essa nova realidade construída é aceita pelo leitor. Diante disso, explique qual recurso do texto literário possibilita a aceitação de novas realidades. Utilize trechos do texto II para justificar sua resposta. _______________________________________________________________

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Observe os textos abaixo para responder às questões 3 e 4

TEXTO I

“Descobri que certos agentes têm o poder de abalar e remover essa cobertura carnal, tal como o vento faz tremular as cortinas de um pavilhão (...). Não somente reconheci que meu corpo natural era apenas aura e a radiância de alguns poderes que compõem meu espírito, como, ainda, consegui preparar uma poção à qual tais poderes, destronados de sua supremacia, davam lugar a uma segunda forma e fisionomia, não menos naturais para mim por serem a expressão dos elementos inferiores da minha alma, trazendo a marca da subordinação (...). Bem tarde, numa noite maldita, misturei os elementos,

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observei-os ferver e fumegar ao se mesclarem no copo e, terminada a ebulição, num arroubo de coragem bebi a poção.

Seguiram-se as dores mais atrozes; os ossos sendo triturados, uma náusea doentia, um horror espiritual que não pode ser superado na hora do nascimento ou da morte. Tais agonias começaram a ceder rapidamente e me senti como se houvesse vencido uma grave enfermidade. Havia algo estranho em minhas sensações, algo indescritivelmente novo, graças à sua própria novidade, incrivelmente agradável. Senti-me mais leve, fisicamente mais feliz. Dentro de mim, tomei consciência de uma ousadia embriagadora, de uma torrente de imagens sensuais diante dos meus olhos, da dissolução dos laços do dever, de uma liberdade de alma, mas em nada inocente. Ao primeiro sopro dessa vida, eu me sabia mais perverso, dez vezes mais perverso, escravizado à minha maldade original. ”

(Robert Louis Stevenson. O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde – O médico e o monstro)

TEXTO II

“O combate foi rápido. Eu estava exasperado, sentia desvarios de toda a espécie e, num único braço, a energia e o poder de uma multidão. Em alguns segundos, dominei-o pela força, contra a parede, e ali, tendo-o à minha mercê, mergulhei várias vezes, golpe após golpe, a espada em seu peito, com uma ferocidade de bruto.

Nesse momento, alguém tentou abrir a porta. Apressei-me em evitar uma intromissão importuna e voltei-me imediatamente para meu adversário que agonizava. Ah, só então senti como a linguagem humana é impotente para exprimir o espanto e o horror que se apoderaram de mim, ante o espetáculo que se apresentou aos meus olhos. O curto instante, durante o qual me desviara, fora suficiente para produzir, aparentemente, uma mudança material nas disposições do outro extremo da sala. Um vasto espelho - em minha perturbação pareceu-me assim, a princípio - erguia-se no ponto onde antes nada vira; e, enquanto me dirigia tomado de horror, para esse espelho, minha própria imagem, mas com o rosto pálido e manchado de sangue, adiantou-se ao meu encontro, com um passo fraco e vacilante.

Disse ser isso que me afigurou, mas, na realidade, nada disso ocorria. Era meu adversário, Wilson, que diante de mim se contorcia em agonia. Sua máscara e capa jaziam no chão, no ponto onde ele as lançara. Não havia um fio de sua roupa - nem uma linha em toda a sua figura tão característica e tão singular - que não fossem meus: era o absoluto na identidade!

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Era Wilson, mas Wilson sem mais sussurrar agora as palavras, tanto que teria sido possível acreditar que eu próprio falava, quando ele me disse:

- Venceste e eu me rendo. Mas, de agora em diante, também estás morto... morto para o mundo, para o céu e para a esperança! Em mim tu existias... e vê em minha morte, vê por esta imagem, que é a tua, verás o teu próprio suicídio. ”

(Edgar Allan Poe. “William Wilson”)

TEXTO III

“É verdade! Sempre fui e sou nervoso, terrivelmente nervoso! Mas por que pretende o senhor que estou louco? A doença aguçou-me os sentidos, não os destruiu nem enfraqueceu. E, antes de tudo, o ouvido apurou-se. Ouço todas as coisas no céu e na terra; ouvi muitas no inferno. Como então, posso estar louco? Escute! e observe com que lucidez – com que calma eu lhe posso contar a história.”

(Edgar Allan Poe. “O coração delator”)

TEXTO IV

“ Para a narrativa muito estranha, embora familiar, que ora começo a escrever, não espero nem peço crédito. Louco, na verdade, seria eu se o esperasse num caso em que meus sentidos rejeitam seu próprio testemunho. Louco, porém, não sou e, com toda a certeza, não estou sonhando. Mas como amanhã morrerei, quero hoje aliviar minha alma. ”

(Edgar Allan Poe. “O gato preto”)

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Q 03. Na literatura moderna, muitos autores buscaram compreender e apreender a complexidade do homem. Nesse sentido, o tema do duplo ganhou bastante relevância e foi utilizado por muitos autores.

Levando em consideração os excertos presentes nos textos I e II, explique de que modo o tema do duplo aparece no conto “William Wilson”, de Edgar Allan Poe, e no romance O estranho caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde – (traduzido no Brasil como O médico e o monstro), de Robert Louis Stevenson.

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Q 04. Os textos III e IV são exemplos de um procedimento comum nos contos de Edgar Allan Poe: o questionamento do relato do narrador, ou seja, a dúvida acerca da veracidade daquilo que está sendo narrado.

Diante disso, indique elementos presentes nos contos “O gato preto” e “O coração delator” que colocam em xeque os fatos apresentados pelos narradores.

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