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Aspectos Fundamentais e Aplicações da
Biotecnologia Mineral e Ambiental na
Indústria Mineral
Maurício Leonardo Torem
Pontifícia Católica
Universidade de Rio de Janeiro
Agosto 2011
III Congresso Brasileiro de Carvão
Mineral
INTRODUÇÃO
Introdução
Bioprocessamento de Minerais
Industrias extrativas e de processamento de mineral
Biofloculação
Biolixiviação Mineral Biobeneficiamento Mineral
Polução ambiental • Emissão de gases • Rejeitos e efluentes • Reagentes químicos
Esgotamento de recursos • Minérios de baixo teor • Minérios complexos
Bioflotação
Regulações ambientais, Redução de custos
Desenvolvimento de Novas Tecnologias
Biotecnologias
Tratamento de efluentes
Captação de Metais
(2) Bioacumulação (1)
Biossorção
(3) Adesão Direta
Partículas Minerais < 10 µm
Biomassa
Metais Dissolvidos x+
x+ x+
x+
x+
x+ x+
Mecanismos
(4) Adesão Indireta
Mecanismos:
• Troca Iônica
• Complexação
• Quelação
• Coordenação
• Precipitação
• Redox
Transporte requer:
• Membrana
especifica para o
transporte
• Energia metabólica
• Atividade
enzimática
• Carga Superficial
• Angulo de Contato
EPS
(1) (2)
(3) (4)
O objetivo desta apresentação é
apresentar os mais recentes avanços nas
áreas de bioprocessamento mineral e
biocaptação de metais pesados. Além
disso, também são apresentados os
aspectos fundamentais na sorção de
metais em diferentes biomassas e a
bioflotação mineral usando espécies
bacterianas.
Bioflotação e Biosorção
Bioflotação Mineral
Bio-reagente Sistema Função Autor
M. Phlei
Hematita. Hematita. Apatita-dolomita. Finos de carvão.
Colector Colector Depressor de dolomita Colector & Floculante
Yang et al., 2007 Dubel et al., 1992 Zheng et al., 2001 Raichur et al., 1996
B. Subtilis Finos de Carvão Floculante Vijayalakshmi & Raichur 2003 Surfactante-Pseudomonas aeruginosa
Carvão Espumante Mohammad Hassan Fazaelipoor et al., 2009
A. Ferrooxidans Carvão Depressor de Py Amini et al., 2009
B. lichenformis, Apatita - dolomita Apatita – dolomita
Depressor de apatita Coletor de Apatita
Smith and Miettinen, 2006
B. Carnosus Apatita Coletor de apatita Smith and Miettinen 2006 B. Firmus Apatita Coletor de apatita Smith and Miettinen 2006 T. Ferrooxidans Py- Cpy Depressor de Py Hosseini et al., 2005
A. Thiooxidans G-S Depressor de G. & Coletor
de S. Santhiya et al., 2001
L. Ferrooxidans Py-Cpy Depressor de CPy Vilinska & Rao, 2008
E. coli Quartzo Colector Faharat et al., 2008
R. opacus Hematita-Quartzo. Calcita-Magnesita.
Coletor de hematita Coletor de Magnesita
Mesquita et al., 2003 Botero et al., 2007, 2008
P. polymyxa
Hematita, corundum, calcita, Q. Py-S
Ativador de Q. . Ativador de S. , Depressor de Py.
Namita and Natarajan, 1997 Patra & Natarajan, 2004
Proteínas & Polissacarídeos – P. polymyxa
Q, S, Py, CPy, G. CPy, G. G, S
Depressor de Py & C Coletor de G, Q, S. Ativador de Galena Depressor de Galena
Patra & Natarajan, 2008a Patra & Natarajan., 2008b Sumbramanian et al., 2003
Caracterização de
Microorganismos
Fonte: Rao et al 2010
Bactéria como reagente de flotação
Requer
Adesão à superfície do mineral Direta ou indireta Presença de Superfície hidrofóbica
Fig 1. Micrografia de MEV de partículas de (A)
Hematita e (B) Quartzo flotadas com R. opacus,
em testes de microflotação.
Fonte: Mesquita et. al, 2003
Adesão microbiana envolve:
Interações de Van der Waals
Interações eletrostáticas
Interações Acido-Base
Depende de:
A Modificação da superfície mineral após interação microbiana depende das características superficiais da bactéria.
Carga superficial do micróbio e do mineral
Composição superficial do micróbio e do mineral
Hidrofobicidade do micróbio e mineral
Evacuação da energia de superfície
Espectroscopia FT-IR
Adesão à superfícies
hidrofóbicas
Espectroscopia de interação hidrofóbica
Angulo de Contato
Adesão à hidrocarbonetos
Espectroscopia XPS
Potencial Zeta
Espectroscopia de interação eletrostática
Espectroscopia FT-Raman
Caracterização da superfície microbiana: Adesão mineral
Fonte: Sharma, 2001
Tabela 2. Flotabilidade de alguns minerais após interação com Paenibacillus polymyxa
Mineral
pH correspondente ao PIE Porcentagem de flotação
Antes Interação
Após Interação
Antes Interação
Após Interação
Quartzo
Kaolinita
Corundum
Hematita
Calcita
1.7 – 1.8
1.8 – 2.0
7.0 – 7.2
5.8 – 6.0
--
3.6 – 3.8
2.5 – 3.0
2.0 – 4.0
2.0 – 4.0
--
4
38
5
4
8
60 – 80
80 – 90
2 – 10
2 – 4
7 – 8 Fonte: Natarajan, 2006
Bactéria como reagente de flotação
Fig 2. Microfloção usando S. carnosus como colector, pH: 9 Fonte: Smith & Miettinem, 2006
Bactéria como reagente de flotação
Fig 3. (a) Comportamento da flotação da Pirita e Calcopirita em função do pH a
diferentes concentraçoes de coletor (PIPX) (b) Efeito das celulas de Acidothiobacillus
na flotação induzida por xantato de pirita e calcopirita
Fonte: Chandraprabha & Natarajan, 2006
Bactéria como reagente de flotação
Depressão da
Pirita
Fig 4. Flotação de pirita e calcopirita em presença de
L. ferrooxidans cels. Xantato: 0,5 x 10-4 mol/L
Bactéria como reagente de flotação
Fonte: Vilinska e Rao, 2008
Fig 6. Comportamento da flotaçao
de diferentes minerais após
interação com proteinas de P.
polymyxa (a) A grupo 0–20 % (b) B
grupo 20-40% (c) C grupo 40-60%
(d) D grupo 60-90%. (Q – quartzo,
p – pirita, C – Calcopirita, S –
Esfarelita, G – Galena).
Fig 5. Densidade de Adsorção de
proteinas de P. polymyxa em
diferentes minerais (a) A grupo 0–
20 % (b) B grupo 20-40% (c) C
grupo 40-60% (d) D grupo 60-
90%. (Q – quartzo, p – pirita, C –
Calcopirita, S – Esfarelita, G –
Galena).
Bactéria como reagente de flotação
Fonte: Vilinska e Rao, 2008
Tabela 3. Geração de exo-proteínas e polissacarídeos durante o crescimento da
bactéria P. polymyxa
Substrato Proteínas (mg/L)
Polissacarídeos (mg/L)
70
53
43
50
79
74
480
500
530
520
450
460
Sem Mineral
Alumina
Calcita
Hematita
Sílice
Caolinita
Seletividade dos Biorreagentes
Manipulação da Seletividade:
Adaptação de microorganismo num especifico substrato mineral,
Manipulação Genetica
Source: Natarajan, 2006
Fig 7. Micrografia de transmissão de elétrons do crescimento de células de
Paenibacillus polymyxa em presença de diferentes minerais. a) S/M B) Quartzo, C)
Calcita, D) Esfarelita, E) Galena. Source: Natarajan, 2006
Crescimento de bactérias sob diferentes condições
Fig. 8. Espectro FT-IR de células A. ferrooxidans
desenvolvidas em diferentes condições
Fonte: Sharma et al, 2003
As CH3
As CH2
S CH2
As –NH2 S –NH2 Amide
-CH3
-CH2 -CH3
-CH3
1550 – 1515: -NH
1750 – 1620: -C=O 3020 – 2800: Alkyl hydrocarbon
Crescimento de bactérias sob diferentes condições
Onde:
Kf: Constante de flotação dos
componentes que flotam
rapidamente
Ks: Constante de flotação dos
componentes que flotam
lentamente
SSQ: Quadrado da suma de erro
DF: Graus de liberdade
SE: Erro Padrão
SI: Índice de seletividade
R : Recuperação
Ф : Yield
Tabela 4. Parâmetros cinéticos e fatores de seletividade na flotação e bioflotação de carvão, cinzas e enxofre usando a
bactéria A. Ferrooxidans Combustível Cinza Enxofre SIs SI total
Bioflotação
Ф Kf Ks
SSQ DF SE
1 0,898
-- 1,02E-03
7 1,21E-02
1 0,122
-- 2.45E-02
7 5,92E-02
0,625 0,931 0,123
1,29E-02 7
4,29E-02
1,545
1,197
Flotação
Convencional
Ф Kf Ks
SSQ DF SE
1 1,164
-- 8,99E-01
7 3,58E-01
1 0,158
-- 3,19E-02
7 6,75E-02
0,795 1,336 0,170
3,86E-03 7
2,35E-02
1,061
0,927
Bactéria como reagente de flotação
Fonte: Amini et al., 2009
Modelo cinético PFR:
tKtK
RC
C
fs
exp1exp1exp
1000
CAPTAÇÃO DE METAIS PESADOS
Bactéria
Levedura
Algas
Fungo
Outras biomassas
TIPOS DE BIOMASAS
Adsorção de metais pesados envolve:
Interações de Van der Waals
Interações eletrostáticas
Interações Acido-Base
Depende de:
Carga superficial do micróbio antes e após biosorção
Composição da superfície do micróbio antes e após biosorção
Espectroscopia FT-IR
Espectroscopia XPS
Potencial Zeta
Espectroscopia de Interação eletrostática
Espectroscopia FT-Raman
Adaptado de Sharma, 2001
Interações Químicas
Caracterização da superfície de biomassas: captação de metais pesados
Metal Biosorbente qH (mg/g) pH Author
Cr (III) Streptomyces noursei (B) 10,6 5.5 Loukidou, M (2004)
Cr(VI) Rhizopus arrhizus (F)
4,5 1-2 Nourbakhsh (1994)
Zn Pseudomona Syringae (B) 8,0 ---- Cabral,J.P (1992)
Zn Potamogeton lucens (B) 32,4 5,5 Scheider,I e Rubio
J. (1999)
As(V)
P. Chrysogenum (F) 57,8 3
Loukidou, M (2003)
Cu Ecklonia (A) 85-94 ---- Feng, D (2004)
Cd Green Coconut shell
powder 285,7 7
Pino, G. et al.,
2006
Pb,(II) Cr,(III)
Cu(II) R.Opacus
94,3 ; 72.9 ;
32.2 5 ; 6 ; 6
Bueno, B.Y.M. et
al., 2008
Ni; Al R.Opacus 7,62 ; 41,59 5 Basurco, J. et al.,
2009; 2010
Captação metálica de diferentes biosorbentes
Modelo Expressão Considerações
Lei de Henry (Faust and aly 1987)
Expressão muito simples; Aplicável somente a efluentes com baixa concentração
Linear com Intercepto Expressão simples; Aplicável a efluentes com altas concentrações
Langmuir (Langmuir 1918)
Parâmetros Interceptáveis; Sorção em Monocamadas
Freundlich (Freundlich 1926)
Expressão simples
Langmuir Modificada I (Yan & Doong 1985)
Expoente dependente da Temperatura; Empírica
Langmuir Modificada II (O’Brien & Myers 1984)
Inclui heterogeneidade superficial do sorbente
Brunauer (BET) (Brunauer et al., 1938)
Sorção em multicamadas, pontos de inflexão;
Modelo de Temkim (Temkim & Pyzhev 1940)
Expressão simples Nenhuma vantagem especial
ee KCQ
mKCQ ee
eeme bCbCQQ 1
n
ee KCQ1
ee
n
e bCCbTQ 1
22 )1(2)1(11 eeege bCbCbCbCQ
ssme CCbCCbCQQ )1(1
)(Ln ee ACbRTQ
Modelos de Isotermas
Modelo Expressão Remarks
Mistura de Langmuir-Freundlich (Sips 1948)
Desnecessariamente complicada
Equação de Toth (Cooney 1999)
Melhora da Langmuir & Freundlich; Empírica, usa três parâmetros
Radke-Prausnitz (1972)
Expressão Simples; Empírica, usa três parâmetros
Redlich-Peterson (1959)
Aproxima Freundlich à altas concentrações; Nenhuma vantagem especial
Três Parâmetros (Jossens et al. 1978)
Baseada em aproximação termodinâmica; Capacidade de sorção como função explicita da concentração
Weber & Vliet (1979)
Aplicada satisfatoriamente na adsorção de hidrocarbonetos em carvão ativado; Empírica, usa quatro parâmetros
Fritz-Schluender (1974) Melhora de Langmuir & Freundlich; Empírica, usas cinco parâmetros
n
e
n
eme bCCbQQ11
1
nn
eeme CKCQQ1
11)(
)1(
2113)(1
R
eee CRRCRQ
g
eee BCCAQ 11
''exp' QbaQCe
13
2
1
aQa
e
a
QaC
21
2
'
11
eee CCQ
Modelos de Isotermas
Modelos Expressão Remarks
Modelo Cinetico baseado em: Reação Quimica
Modelo Lagergren de Pseudo-primeira-ordem
Taxa de ocupação de sítios de ligação proporcional ao numero de sítios não ocupados
Modelo Ho de Pseudo-segunda-ordem
Taxa de ocupação dos sítios é proporcional ao quadrado do numero de sítios não ocupados
Modelo da lei geral da taxa
Modelo Cinético Baseado na Difusão
Modelo de difusão intra-partícula
Modelo de transferência de massa externa
Gráfico de Boyd Ajuda a encontrar qual exerce uma maior influencia qqtB t1ln4977.0.
EStit kdtCCd 0
15.0
1 tkq
)11(1 1n
n
n
EEt tknqqq
tqktkqq ESSEt 22
2 1
tk
EtSqq
1exp1
Fonte:Dhananjay and Gaur, 2011
Modelos Cinéticos
Fig. 10. Micrografia MEV de Casca de Coco a) Antes e b) Após Biosorção de
Cd2+
Fig. 9. Porcentagem de remoção de Cd2+ por Casca de
Coco a diferentes valore de pH. Concentração inicial do
metal: 20 mg/L, Concentração da Biomassa: 5 g/L.
Source: Pino et al., 2006
Biosorção de Cd(II) por Casca de Coco
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
0
5
10
15
20
25
30
35
40
55
9
10
60
12
88
13
77
14
50
15
20
16
20
23
60
29
20
33
90
% T
ran
sm
ita
nce
Wavenumber (cm-1)
Natural Biomass
Biomass loaded
IMPC 2010
Onda
Observada
(cm-1)
Faixa onda
(cm-1) Assignment
3390
2920
2360
1620
1450
1280
1060
559
3500 – 3200
3500 – 3100
3000 – 2850
2459 – 2270
1670 – 1640
1640 – 1550
1450 – 1375
1375 – 1300
1350 – 1000
1300 – 1000
1100 – 1030
587 – 435
Ligações do grupo hidroxila (OH-)
Amina e amida, primaria e secundaria
(N-H alongamento)
C-H alongamento
P-H ou COOH
C=O Amida
Amina primaria e secundaria e amina
(N-H bending)
C-H bending (-CH3)
Ligações Sulfamido (S=O)
Aminas (C-N stretching)
C-O alongamento de COOH
PO4-3
P-Cl
Fig. 11. Espectro FTIR de Casca de Coco antes e após
interação com Cd 2+
Fig. 12. Efeito da dose de biosorbente na
captação de Ni (II) por R. opacus (pH inicial
da solução: pH 5; Concentração inicial de
metal: 40 mg/L) Fonte: Basurco et al., 2009
Fig. 13. Espectro FTIR para R.opacus antes
e após interação com Ni (II)
Biosorção de Níquel por R. Opacus
Fig. 15. Espectro FTIR para R. opacus
antes e após interação com Al(III)
Fonte: Basurco et al., 2009, 2010
Fig. 14. Efeito da concentração do
biosorbente na captação de Al(III) com
R. opacus (pH inicial da solução: 5;
Concentração inicial do metal: 50 mg/L)
Biosorção de Al (III) por R. Opacus
O estado da arte mostra que os estudos de bioflotação
mineral se encontram na fase inicial respeito à interação
e adesão mineral-bactéria.
Os estudos de flotabilidade mostram a relevância no uso
de diferentes biomassas como agentes coletores
depressores e espumantes na flotação mineral.
Os estudos de seletividade mostram a grande
possibilidade de gerar biorreagentes com uma grande
seletividade mineral, o que pode ser efetivamente usado
no processamento mineral.
Comentários Finais
As diferenças encontradas no comportamento eletrocinético dos minerais após interação com a bactéria ou produtos metabólicos podem confirmam a adesão mineral-biorreagente desde que ambos tenham diferentes comportamentos eletrocinéticos, podendo ajudar a elucidar os mecanismos envolvidos.
São necessários mais estudos fundamentais: Especiação química, estudos de adesão tais como: Teorias DLVO e X-DLVO, como foi sugerido pelo Professor Eric Forssberg durante o ultimo IMPC 2010 e IMPS 2011
Eco-friendly reagents !!
MCT & CNPq – Rede Carvão;
CAPES;
FAPERJ;
Aos meus colegas e alunos do Grupo de
Tecnologia Mineral da PUC-Rio
Agradecimentos