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VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
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IV - EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO E PRÁTICAS ASSISTENCIAIS
O campo da Saúde da Família destaca os recursos humanos como fator fundamental para a
implementação do programa nos municípios. Vários estudos já observaram a ausência de
profissionais capacitados para atuar neste tipo de projeto. É necessário habilitação para o
trabalho multiprofissional e interdisciplinar, organizado a partir de uma equipe, onde não
há supostamente uma hierarquia. Em face disto há dificuldades contratar profissionais,
apesar de salários mais atraentes, e a rotatividade entre os mesmos prejudica a organização
do trabalho e o processo de transformação das práticas assistenciais.
Outro problema que deve ser enfrentado para efetiva substituição de práticas assistenciais
proposta pela estratégia da Saúde da Família é certa insegurança no trabalho gerada pela
prevalência de formas de contratação precárias, praticadas em face da reforma do Estado e
expressa na Lei de Responsabilidade Fiscal dos Municípios que não podem ultrapassar
65% dos gastos com pessoal.
Este é um dilema importante desta inovação nas práticas de saúde: é um processo intensivo
em força de trabalho implementado em uma conjuntura que impõe limites severos para a
contratação. É uma proposta sustentada no estabelecimento de vínculos com a comunidade
sem garantir os vínculos trabalhistas para as ESF.
Segundo as diretrizes da Estratégia da Saúde da Família (MS/SAS, 1998), há algumas
competências de caráter geral e organizacional que os profissionais de saúde da família
devem desenvolver, além do reconhecimento da relevância da organização do trabalho em
equipe a ser desenvolvido em uma unidade básica de saúde:
Promoção da saúde, ou seja, capacidade de identificar os fatores determinantes da
qualidade de vida, bem como compreender o sentido da responsabilização
compartilhada como base para o desenvolvimento das ações que contribuem para o
alcance de uma vida saudável.
Planejamento das ações, capacidade para diagnosticar a realidade local, e elaborar e
avaliar planos de trabalho capazes de produzir impacto sobre a realidade sanitária da
população, familiar e individual de uma área de abrangência.
A pesquisa sobre a implementação do Programa de Saúde da Família em Vitória da
Conquista (BA) realizou levantamento junto a todos os integrantes das 30 ESF já
implantadas no município até 31 de julho de 2001. As informações, opiniões e percepções
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desses profissionais identificam o perfil dos profissionais que compõem as equipes, a
forma de inserção no PSF, e os fatores importantes para a análise da operacionalização de
conversão do modelo de atenção à saúde nas Unidades Básicas e do estabelecimento de
vínculos entre a ESF e a comunidade.
A análise está estruturada ao redor dos eixos: organização do trabalho proposta para as
Equipes de Saúde da Família no município, a absorção e valorização pelos profissionais e
pela população-alvo do modelo de atenção; facilidades e dificuldades encontradas pelos
profissionais para o desempenho de suas atribuições; e, efetivo desenvolvimento das
diretrizes da Saúde da Família.
A percepção da ESF sobre a articulação do PSF com a rede de serviços de saúde, já
analisada anteriormente no capítulo sobre implementação, retorna aqui ilustrada com
outras percepções sobre desempenho dos profissionais de nível superior, médio e
elementar.
Tabela 55 – Total de profissionais pesquisados das ESF, Vitória da Conquista (BA),
2001
Profissional Responderam Não Responderam Total
Médico 24 6 30
Enfermeiro 25 1 26
Odontólogo 15 5 20
Agente Comunitário de Saúde 234 16 250
Auxiliar de Enfermagem 60 6 66
Total 358 34 392
1.PERFIL DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Perfil dos profissionais de nível superior
O perfil nacional dos profissionais do PSF (MS, 2000), mostra que os médicos se dividem
entre homens e mulheres; enquanto que entre enfermeiros, a grande maioria é de mulheres.
Os profissionais que, mesmo inseridos no mercado, optaram por trabalhar em USF são
formados em faculdades públicas e têm entre 30 e 49 anos. É baixo o índice de pós-
graduação entre os mesmos, apesar dos médicos considerarem necessário o aprimoramento
profissional.
A caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao sexo, faixa etária, função e
especialização no município de Vitória da Conquista revela que o perfil encontrado não é
muito diferente do panorama nacional.
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A composição das 30 ESF envolve, em tese, 30 médicos, 30 enfermeiros, 15 odontólogos.
Estes últimos dividem sua carga horária no atendimento de duas equipes. Essa composição
não foi verificada no conjunto existente dos profissionais de nível superior existentes, nem
tampouco entre os que responderam os questionários. A predominância feminina se
manifesta nas três profissões, em particular entre enfermeiros. O perfil nacional de gênero
entre médicos não se expressa em Vitória da Conquista onde o PSF constitui mercado de
trabalho atraente para a força de trabalho feminina de nível superior.
Tabela 56 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto a função por
sexo, Vitória da Conquista (BA), 2001
Profissional Masculino Feminino Total
N % N % N %
Médico 6 9,4 18 28,1 24 37,5
Enfermeiro 4 6,3 21 32,8 25 39,1
Odontólogo 6 6,3 9 14,1 15 23,4
Total 16 25,0 48 75,0 64 100,0
As ESF de Vitória da Conquista estão constituídas por pessoas mais jovens que o
observado para o Brasil. Há uma maior concentração de profissionais de nível superior na
faixa de 25 a 29 anos, que somada às faixas etárias subseqüentes até os 39 anos compõem
85% dos profissionais. Este perfil indica a atração de profissionais em início de carreira e
também de profissionais com experiência.
Profissionais maduros, com grande experiência, em final de carreira, que corresponderiam
aos grupos de idade entre 50 e 54 anos e de 55 a 59 anos, praticamente não aderiram ao
PSF neste município. As faixas jovem, entre 20 a 24 anos, e entre 40 a 44 anos
representam pequenos percentuais (cerca de 5%) do conjunto dos profissionais de nível
superior.
Tabela 57 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à faixa etária,
Vitória da Conquista (BA), 2001
Faixa etária N Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado
de 20 a 24 anos 3 4,7 4,7 6,3
de 25 a 29 anos 28 43,8 43,8 50,0
de 30 a 34 anos 17 26,6 26,6 76,6
de 35 a 39 anos 10 15,6 15,6 92,2
de 40 a 44 anos 3 4,7 4,7 96,9
de 50 a 54 anos 1 1,6 1,6 98,4
de 55 a 59 anos 1 1,6 1,6 100,0
Não respondeu 1 1,6 1,6 101,6
Total 64 100 100
Entre os profissionais de nível superior pesquisados observou-se grande prevalência
(65,6%) de especialização. Embora não tenham sido tabulados por categoria profissional as
informações disponíveis indicam que a especialização é maior entre médicos divididos
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entre saúde pública e clínica básica, destacando-se pediatria, obstetrícia e clínica médica.
Entre as enfermeiras é forte a especialização obstétrica, e nos odontólogos destaca-se a
especialização em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. Há também 8 profissionais
com mais de uma especialização, combinado-se saúde pública/coletiva e clínica.
Tabela 58 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à
especialização, Vitória da Conquista (BA), 2001
Especialização N %
Tem 42 65,6
Medicina Social/Saúde Pública 15 23,4
Clinica Básica 15 23,4
Especialidades odontológicas
Dupla Especialização
4
8
6,2
12,6
Não Tem /Não Respondeu 22 34,4
Total 64 100,0
Os motivos de escolherem trabalhar em Saúde da Família apontados pelos profissionais de
nível superior entrevistados possibilitam verificar a adesão à estratégia. Há alta
concentração de respostas nos motivos: “por se identificar com a proposta de trabalho do
PSF no município” (46 profissionais), e “por compartilhar com a idéia de que estratégia da
Saúde da Família reorganiza a atenção no SUS” (50 profissionais). A opção que relaciona
o avanço do PSF ao “exercício do controle social” foi assinalada por 40 profissionais. Um
número similar de respostas (25) identificou como motivo da escolha “trabalhar junto a
comunidades pobres” e “possibilitar ter uma vida organizada a partir de uma jornada de
trabalho fixa e remuneração compatível”, opção esta mais freqüentemente assinalada entre
os profissionais de enfermagem.
Neste caso não se validam de todo as percepções de que o PSF atrai pelo diferencial
salarial, já que entre os profissionais só 3 médicos responderam que estavam
desempregados e só 15,6% do total dos profissionais indicaram o trabalho em PSF como
um mercado promissor.
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Tabela 59 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao motivo da
opção pelo PSF, Vitória da Conquista (BA), 2001
Motivo de opção pelo PSF Médico Enfermeiro Odontólogo Total
Porque é um mercado de trabalho promissor, com salário
diferenciado
2 7 1 10
Por se sentir motivado para trabalhar junto a comunidades
pobres
10 10 5 25
Porque a Secretaria Municipal de Saúde ofereceu a
possibilidade para mudar de prática dentro da rede local.
2 7 7 16
Por se identificar com a proposta de trabalho do PSF no
município
15 19 12 46
Por considerar as atribuições de médicos/
enfermeiros/odontólogos do PSF compatíveis com a sua
formação e especialização
6 8 5 19
Por estar insatisfeito com a atividade e a remuneração
anterior.
4 2 1 7
Por estar desempregado 3 - - 3
Pela possibilidade de ter uma vida organizada a partir de uma
jornada de trabalho fixa e remuneração compatível
14 5 6 25
Por compartilhar com a idéia de que a estratégia da Saúde da
Família pode reorganizar a atenção à saúde no SUS
15 23 12 50
Por compartilhar com a idéia de que a estratégia da Saúde da
Família pode ser um avanço no sentido do controle social da
população organizada sobre os serviços de atenção social
9 20 11 40
Conclui-se que o caso Vitória da Conquista é marcado pela juventude da equipe e pela
forte motivação dos profissionais inseridos no PSF, cuja escolha pelo programa indica o
desejo de viver um “elemento novo” em sua formação/atividade. As equipes estão
funcionando praticamente completas, como se observa no universo da pesquisa, e o
percentual de profissionais com especialização reflete a condição de organizar equipes
compatíveis com a proposta do PSF.
Perfil dos profissionais de nível médio e elementar
Entre os profissionais de nível médio e elementar observa-se também a predominância do
sexo feminino (87,1%), sendo extremamente acentuado (96,6%) na categoria de auxiliar de
enfermagem.
Tabela 60 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à
categoria profissional, por sexo, Vitória da Conquista (BA), 2001
Função Masculino Feminino Total
N % N % N %
Agente Comunitário de Saúde 36 15,4 198 84,6 234 100
Auxiliar de Enfermagem 2 3,3 58 96,6 60 100
Total 38 12,9 256 87,1 294 100
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A distribuição dos profissionais de nível médio e elementar por faixas etárias é similar à
observada nos profissionais de nível superior: maior concentração entre 25 e 29 anos,
81,6% destes profissionais têm até 39 anos de idade, e apenas 2,7% está acima de 50 anos.
Tabela 61 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar, quanto à
faixa etária, Vitória da Conquista (BA), 2001
Faixa etária N Percentual Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Menos de 20 anos 4 1,4 1,4 1,4
de 20 a 24 anos 55 18,7 18,7 20,1
de 25 a 29 anos 72 24,5 24,5 44,6
de 30 a 34 anos 59 20,1 20,1 64,6
de 35 a 39 anos 50 17 17 81,6
de 40 a 44 anos 29 9,9 9,9 91,5
de 45 a 49 anos 17 5,8 5,8 97,3
de 50 a 54 anos 5 1,7 1,7 99
de 55 a 59 anos 1 0,3 0,3 99,3
60 anos e mais 2 0,7 0,7 100
Total 294 100 100
Quanto à escolaridade a maior concentração dos profissionais (40,1%) têm 3a série do
segundo grau completa. Cerca de 13% dos profissionais cursou até a 4a e a 8a série
completa, esta última equivalente ao grau de escolaridade fundamental. Em termos
cumulativos 35% dos auxiliares e ACS tem menos de 8 anos de escolarização.
Embora tenha existido alguma dificuldade na coleta de dados referente à formação técnica,
75 profissionais de nível médio e elementar (25,5%) declaram possuir esta escolarização,
mas apenas 7 pessoas (9,3% deste total) a realizaram nas áreas de magistério e técnico de
enfermagem. Assim, a formação técnica na área da saúde é, se comparada aos profissionais
de nível superior, proporcionalmente pouco significativa para as atividades desempenhadas
por profissionais de nível médio e elementar no PSF. Um percentual elevado (63,3%)
destes profissionais declaram ter realizado algum curso com enfoque em Saúde da Família,
o que reflete a intensa capacitação das ESF no município de Vitória da Conquista.
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Tabela 62 – Caracterização quanto à escolaridade e escolarização dos profissionais de
nível médio e elementar, Vitória da Conquista (BA), 2001
Nível de escolaridade Freqüência Percentual Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
1ª série do 1º grau 1 0,3 0,3 0,3
2ª série do 1º grau 5 1,7 1,7 2,0
3ª série do 1º grau 4 1,4 1,4 3,4
4ª série do 1º grau 37 12,6 12,6 16,0
5ª série do 1º grau 24 8,2 8,2 24,1
6ª série do 1º grau 17 5,8 5,8 29,9
7ª série do 1º grau 15 5,1 5,1 35,0
8ª série do 1º grau 39 13,3 13,3 48,3
1ª série do 2º grau 18 6,1 6,1 54,4
2ª série do 2º grau 12 4,1 4,1 58,5
3ª série do 2º grau 118 40,1 40,1 98,6
Superior completo e incompleto 2 0,7 0,7 99,3
Não sabe/Não respondeu 2 0,7 0,7 100
Total 294 100 100
Aberto para atrair o jovem que completa a maioridade, o PSF insere adultos jovens, com
grau de escolaridade média entre os auxiliares de enfermagem recém-formados e ACS.
2. INSERÇÃO PROFISSIONAL NO PSF
Inserção dos médicos, odontólogos e enfermeiros no PSF
A inserção do profissional é aqui analisada como todo o processo administrativo que
recruta, seleciona, contrata com jornada de trabalho específica, exerce supervisão do
trabalho, entendida como educação continuada e define o processo de trabalho no âmbito
das unidades de saúde da família. A inserção profissional estrutura a organização do
trabalho e das práticas assistenciais. O processo formador motiva o profissional a optar
por esta modalidade de trabalho, como uma alternativa no mercado de trabalho.
O processo de inserção de Vitória da Conquista é estudado pela caracterização dos
profissionais de nível superior quanto à experiência anterior, ao tempo de atuação no PSF,
à forma de seleção, à modalidade de contratação, carga horária e tipo de capacitação
oferecida para o profissional pela coordenação do PSF municipal.
Grande número de entrevistados declaram nunca ter tido experiência em projetos
semelhantes ao PSF, com destaque maior entre os médicos. Entre as enfermeiras há mais
profissionais com experiência em outro município ou estado, coerente com a motivação
predominante na escolha pelo PSF desta categoria profissional que considera a estratégia
uma forma de reorganização da atenção à saúde e um avanço no controle social sobre os
serviços de saúde.
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Tabela 63 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à experiência
anterior, Vitória da Conquista (BA), 2001
Categoria Profissional Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N %
Neste mesmo município 1 25 2 50 1 25 4 100
Em outro município 4 20 13 65 3 15 20 100
Em outro Estado 4 40 5 50 1 10 10 100
Nunca teve esse tipo de experiência 17 53 5 16 10 31 32 100
O tempo de atuação no PSF dos profissionais de nível superior está concentrado nas faixas
“de 6 a 12 meses” e “de 13 meses a 24 meses”, nas quais estão a metade mais um (33) do
total destes profissionais entrevistados, o que é coerente com o processo descrito pelos
gestores para a implantação do PSF. No primeiro ano, 1997/8, foram implantadas poucas
equipes, ocorrendo maior absorção de profissionais a partir de 1999.
O processo de inserção se acentua no ano de 2000, que corresponde ao tempo de atuação
nas faixas citadas. Por estes dados pode-se inferir também a baixa rotatividade nas ESF,
especialmente entre os odontólogos (todos tem mais de seis meses de atuação) e
enfermeiros (92%). A baixa concentração nas duas alternativas “de 25 meses a 36 meses”,
e “de 36 meses a 48 meses”, indica o pequeno número de profissionais absorvidos no
início da implantação do PSF em Vitória da Conquista.
Tabela 64 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao tempo de
atuação e categoria profissional no PSF, Vitória da Conquista (BA), 2001
Tempo de atuação no PSF Categoria Profissional
Médico Enfermeiro Odontólogo Total
Até seis meses 7 2 - 9
De seis meses a 12 meses 5 8 1 14
De 13 meses a 24 meses 8 11 10 29
De 25 meses a 36 meses 1 3 3 7
De 37 meses a 48 meses 3 1 1 5
Total 24 25 15 64
Todos os profissionais foram selecionados por processo de convocação pública mediante
entrevista e análise de currículo. Algumas informações evidenciam que nem todos os
profissionais conhecem e entendem o processo administrativo de seleção e contratação.
Odontólogos e enfermeiros declaram terem sido selecionados por concurso público. Há
uma parcela expressiva de enfermeiros que afirma ter passado por um outro tipo de
seleção, não especificado. Seis profissionais declaram ter sido selecionados internamente
pela secretaria municipal de saúde. Um médico declara ter recebido convite pessoal e um
outro ter sido indicado por gestores, mostrando a existência de interferência política,
embora muito reduzida, no processo de inserção profissional no município.
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Tabela 65 – Caracterização dos profissionais de nível superior(em números
absolutos)quanto à forma de seleção do PSF, Vitória da Conquista (BA),
2001
Forma de Seleção do PSF Médico Enfermeiro Odontólogo Total
Concurso público, envolvendo prova, currículo e
entrevista
- 5 4 9
Seleção interna à Secretaria Municipal de Saúde de
profissionais da própria rede local
1 4 1 6
Entrevista 17 6 8 31
Análise de currículo 18 6 8 32
Convite pessoal 1 - - 1
Indicação de gestores 1 - - 1
Outro 3 14 4 21
Não sabe/Não respondeu - 1 - 1
O Convênio SMS/ASAS é a modalidade mais assinalada de contratação pelos profissionais
de nível superior, correspondendo à narrativa dos gestores sobre ter realizado debate no
Conselho Municipal de Saúde a respeito da modalidade mais justa de contratação para
implementação do PSF. É consistente também com a vontade de atribuir ao programa um
caráter estável de reorganização do SUS municipal na medida em que garante os direitos
trabalhistas e a proteção social. As modalidades "contrato por tempo determinado pela
SMS", "convênio com a SMS de co-gestão com Associações de Moradores" e "serviço
prestado à SMS por empresa" são apontadas por um significativo número de profissionais,
identificando o pequeno conhecimento dos profissionais sobre o processo de vinculação
ocupacional com a SMS.
Os profissionais da ESF declaram ter uma carga horária contratada de 40 horas semanais e
somente dois médicos informam ter flexibilidade para exercer outra atividade.
Os profissionais de nível superior recebem entre dois e três mil reais mensais. Nessa faixa
incluem-se 37,5% dos médicos, 64% dos enfermeiros e 93% dos odóntologos. Os médicos
recebem valores superiores a três mil reais mensais (58%) e 36% das enfermeiras recebem
salários entre R$ 1.001,00 e R$ 2.000,00. A grande maioria destes profissionais considera
que não há correspondência entre seus salários e suas atribuições, percepção mais
acentuada entre enfermeiras, seguidas pelos médicos.
Tabela 66 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto às faixas
salariais, Vitória da Conquista (BA), 2001
Faixas Salariais Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N
De R$ 1001,00 a R$ 2000,00 - - 9 100 - - 9
De R$ 2001,00 a R$ 3000,00 9 23 16 41 14 36,0 39
De R$ 3001,00 a R$ 4000,00 13 93 - - 1 7,1 14
Mais de R$ 4000,00 2 100 2
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Solicitados a indicar o tipo necessário de capacitação para o desempenho de suas
atividades, as três categorias profissionais destacam as diversas opções com relativo
equilíbrio. A freqüência, em ordem decrescente de respostas, aponta a necessidade de
“participar de encontros entre os profissionais da saúde da família para troca de
experiências”, “receber treinamento introdutório adequado às novas atribuições”, e
“receber capacitação permanente focalizada nos atendimentos a grupos específicos”. A
opção “receber treinamento de atualização em atenção básica para médicos e enfermeiros”
recebeu menor pontuação o que pode ser explicado pelo grau de especialização encontrado
entre estes profissionais.
Tabela 67 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao tipo de
capacitação necessária ao exercício, Vitória da Conquista (BA), 2001
Tipo de capacitação necessária Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N
Receber treinamento introdutório adequado às novas
atribuições
19 37 20 38 13 25 52
Receber treinamento de atualização em atenção básica
para médicos e enfermeiros
15 56 11 41 1 3,7 27
Receber treinamento que permita a elaboração ou o
aperfeiçoamento da análise do perfil epidemiológico local
15 35 17 40 11 26 43
Receber capacitação permanente focalizada nos
atendimentos a grupos específicos
16 33 21 44 11 23 48
Participar de encontros entre os profissionais da saúde da
família promovidas pela secretaria municipal para troca
de experiências
21 37 22 39 14 25 57
A supervisão é uma variável limite entre o processo administrativo de inserção e a
organização das práticas de assistência a partir de novas abordagens. O resultado sobre a
existência de supervisão foi amplamente positivo, apenas três profissionais não
reconhecem a sua realização. Varia a percepção da periodicidade das atividades de
supervisão. Contrasta a maior concentração nas opções assinaladas pelas três categorias, “é
ocasional” (33), com as opções “obedece a uma programação prévia” e "tem periodicidade
semanal ou mensal" (28) , que indicam uma regularidade de supervisão pela CSF.
Perguntados sobre a natureza da atividade de supervisão os médicos assinalam que não há
supervisão clínica de especialidade, embora as categorias enfermeiros e odontólogos
assinalem esta variável mesmo com baixa incidência. 59 profissionais de nível superior
declararam que há supervisão gerencial e 23, sendo mais expressivo entre enfermeiros e
odontólogos, apontam a ocorrência de supervisão das relações interpessoais.
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Tabela 68 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à freqüência
das atividades de supervisão, Vitória da Conquista (BA), 2001
Freqüência supervisão Médico Enfermeiro Odontólogo Total
É ocasional 12 16 5 33
Obedece a uma programação prévia 7 7 5 19
Tem periodicidade semanal - - 1 1
Tem periodicidade mensal 5 1 2 8
Outra 1 1 - 2
Não sabe/Não respondeu - - 1 1
Inserção de Agentes Comunitários de Saúde e Auxiliar de Enfermagem no PSF
Conforme apontada acima a inserção dos profissionais de nível médio e elementar das ESF
deve se iniciar por sua capacitação com enfoque específico que os entrevistados em boa
medida apresentaram.
O tempo de atuação deles corresponde ao processo de implantação do programa no
município. Cresce na faixa entre 13 a 24 meses (38,4%), principalmente entre os ACS. A
maioria dos auxiliares (47 entre 60 profissionais) está entre seis e 24 meses no PSF, sendo
24 (31,2%) destes com até 12 meses de atuação. Não houve novas contratações nos
últimos seis meses anteriores à pesquisa (agosto/2001) para essa categoria, o mesmo não
ocorrendo para os ACS, já que 28 profissionais informaram que atuam por menos de seis
meses. A maior parte dos profissionais tem de um a dois anos de atuação, não havendo
portanto uma grande rotatividade.
Tabela 69 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria
profissional e quanto ao tempo de atuação no PSF, Vitória da Conquista
(BA), 2001
Tempo de atuação no PSF Agente Comunitário
de Saúde
Auxiliar de
Enfermagem
Total
N % N % N %
Até seis meses 28 100 28 100
De seis meses a 12 meses 53 68,8 24 31,2 77 100
De 13 meses a 24 meses 90 79,6 23 20,4 113 100
De 25 meses a 36 meses 42 84 8 16 50 100
De 37 meses a 48 meses 9 69,2 4 30,8 13 100
Não sabe/Não respondeu 12 92,3 7,7 13 100
Total 234 79,6 60 20,4 294 100
Observa-se que a maioria dos profissionais de nível médio e elementar (242) foi absorvida
por processo seletivo da Secretaria Municipal de Saúde, o que corresponde a realização de
prova acompanhada de entrevista. Os entrevistados em sua maioria confirmam a
inexistência de indicação política ou influência de gestores na sua inserção no programa.
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Também entre os profissionais de nível médio e elementar o entendimento sobre a forma
de contratação mostrou-se confuso, havendo a indicação de mais de uma modalidade. O
vínculo declarado predominante é CLT entre 41,88% dos ACS e 41,66% dos auxiliares de
enfermagem, e se estabelece através de contrato de gestão ou parceria entre a Prefeitura e
ONG.
Há insatisfação em relação à condição salarial é alta entre profissionais de nível médio e
elementar: 87,1% consideram que não há compatibilidade entre salário e atribuições.
A capacitação para a realização das atividades na ESF é considerada fundamental pela
maioria dos profissionais. Só 27 (9,1%) não sabe ou não respondeu à esta pergunta.
"Receber treinamento introdutório" e "capacitação permanente para ações focalizadas
sobre os grupos de risco" são as opções mais apontadas por auxiliares de enfermagem e
ACS. "Ter supervisão em serviço sob a liderança da enfermeira" também foi relevante
para as duas categorias.
Tabela 70 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por função
quanto ao tipo de capacitação, Vitória da Conquista (BA), 2001
Tipo de capacitação necessária ACS
Aux. de
enfermagem
Total
N % N % N %
Ter treinamento introdutório para conhecer competências
e atribuições dos membros da equipe
189 80,4 46 19,6 235 100
Ter supervisão em serviço sob a liderança da enfermeira 113 79 30 21 143 100
Ter capacitação permanente para ações focalizadas sobre
os grupos de risco
183 81 43 19 226 100
Outra 4 50 4 50 8 100
Não sabe/Não respondeu 19 70,4 8 29,6 27 100
Para os ACS e auxiliares de enfermagem a atividade de supervisão objetiva,
principalmente, favorecer o bom entrosamento e cooperação na equipe. Em segundo lugar,
controlar a realização das atividades-fim dos ACS e dos auxiliares de enfermagem em
relação ao Plano de Metas. Percebe-se que a supervisão do trabalho do nível médio tem
uma natureza essencialmente técnica, e 97 profissionais a percebem como um suporte para
"eleger temas para o processo de educação continuada...".
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
111
Tabela 71 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto aos
objetivos da atividade de supervisão, Vitória da Conquista (BA), 2001
Objetivos N %
Controla a realização das atividades - fim do ACS e dos auxiliares de
enfermagem em relação ao Plano de Metas
131 15,8
Controla a realização das atividades - fim quanto às regras e normas
definidas para os procedimentos como organizar as pastas familiares,
estatísticas com notificações dos indicadores de saúde
106 12,8
Visa o resultado final do trabalho de ESF 99 11,9
Visa favorecer o bom entrosamento e cooperação na equipe 161 19,4
Ajusta as metas em função do preparo técnico da ESF 47 5,7
Elege temas para o processo de educação continuada em função do
acompanhamento específico das ações dos ACS e dos auxiliares de
enfermagem na comunidade
97 11,7
Permite maior participação dos ACS e dos auxiliares de enfermagem no
processo de decisão dos níveis executivos
47 5,7
Significa um elo de ligação entre a gestão e a execução, por onde fluem
queixas, demandas
119 14,4
Não sabe/Não tem 22 2,7
Total 829 100
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de respondentes e os 100%,
respectivamente, porque a questão que deu origem à tabela admite mais de uma resposta.
3. TRABALHO EM EQUIPE
Um terceiro bloco de questões busca analisar como os profissionais percebem o seu
processo de trabalho com base numa equipe multiprofissional, cujos métodos de trabalho
apontam para uma maior proximidade com a comunidade e com o meio ambiente onde o
módulo se insere. Ao mesmo tempo, o que se espera desse trabalho em equipe é a
humanização do atendimento e a responsabilização de todos profissionais e usuários num
esforço de desenvolver as condições de vida numa dada comunidade.
Atribuições e atividades desenvolvidas, forma de organização do trabalho dos
odontólogos, médicos e enfermeiros
Abordados sobre como definem o perfil da equipe em que atuam os entrevistados declaram
que há uma composição padrão da ESF e que o relacionamento interno é bom e respeitoso
(49 profissionais), apenas quatro profissionais afirmaram que o relacionamento é
conflituoso. Consideram que a equipe é sensível e aberta com capacidade de rever as
rotinas (48 profissionais). Embora 31 profissionais assinalassem a opção “dinâmica,
organiza a programação das atividades da equipe semanalmente", somente 16 profissionais
percebem a ESF como “participativa, elabora constantemente o diagnóstico de saúde”, e 15
afirmam que a ESF tem “o trabalho coletivo (como) prioritário”. Coerentemente, observa-
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
112
se pequenas incidências nas opções que indicam um trabalho individualizado e conflitivo,
com pouca flexibilidade na revisão de rotinas.
Tabela 73 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao perfil da
equipe, Vitória da Conquista (BA), 2001
Perfil da equipe Médico Enfermeiro Odontólogo Total
Relacionamento bom e respeitoso 168 23 9 49
Relação conflituosa - 3 4
Tem uma composição padrão (médico, enfermeiro,
odontólogos; auxiliar de enfermagem e agentes)
21 22 14 57
Tem composição padrão, que pode contar com apoio para
atenção psicossocial
2 2 1 5
O trabalho coletivo é prioritário 7 3 5 15
O trabalho individual dos profissionais oferece pouco
suporte ao conjunto
1 2 1 4
Dinâmica, organiza a programação das atividades da
equipe semanalmente
11 15 5 31
Apática, apresenta dificuldades tanto no trabalho interno
quanto no trabalho na comunidade
2 1 2 5
Participativa, elabora constantemente o diagnóstico de
saúde em conjunto e com a participação da comunidade
5 8 3 16
Sensível e aberta a mudanças com capacidade de rever
suas rotinas e procedimentos com a comunidade
14 23 11 48
Fechada, trabalha voltada especialmente para uma rotina
pré-estabelecida
4 1 2 7
Outra - - 1 1
Não sabe/Não respondeu 1 - - 1
De acordo com 46,9% das respostas a programação das atividades ocorre semanalmente e,
para outros 56%, a equipe realiza mudanças de modo ocasional na programação das
atividades.
Médicos e enfermeiros declaram ser permitido atender pessoas que estão fora da população
adscrita. Essa percepção é mais restrita entre os odóntologos mas observa-se por parte dos
profissionais uma flexibilização no atendimento.
Há uma avaliação positiva do desempenho da equipe por parte dos profissionais de nível
superior. Basta para isso, que se observe a concentração de percepções “muito satisfatório”
e “satisfatório” em um conjunto grande de atividades e conhecimentos relativos à
promoção da saúde, reorganização da atenção básica, novas formas de organização do
trabalho que permitem conhecer os principais problemas de saúde da população, intervir
positivamente no enfrentamento dos problemas de saúde pelo acolhimento da demanda,
possibilidade de garantir o acesso e encaminhar para outros níveis de atenção. O
estabelecimento de vínculos com a população e a capacidade de conhecer seus principais
problemas de saúde foi considerado como muito satisfatório ou satisfatório,
respectivamente, por 51 e 61 profissionais.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
113
Por outro lado, aparece com certa relevância o “pouco satisfatório” ou "insatisfatório" na
capacidade de articulação da ESF com outros setores sociais, a garantia de internação, o
acolhimento das demandas e a extinção de filas na porta da USF. Estas duas últimas
capacidades da ESF são as mais questionadas pelos profissionais.
Tabela 74 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à percepção de
desempenho da equipe na atenção prestada, Vitória da Conquista (BA),
2001
Capacidades
Muito
satisfat.
Satisfat.
Pouco
satisfat.
Não
satisfat.
Não sabe/
não resp.
Total
N % N % N % N % N % N %
Capacidade de conhecer os principais problemas
de saúde da população
23 36 38 59 3 4,7 - - - - 64 100
Capacidade de intervir positivamente no
enfrentamento dos problemas de saúde
2 3,1 41 64 21 33 - - - - 64 100
Garantir o acesso ao serviço de atendimento
básico a toda população cadastrada
8 13 27 42 21 33 6 9,4 2 3 64 100
Encaminhar para outros níveis de atenção, quando
necessário
15 23 30 47 17 27 1 1,6 1 2 64 100
Garantir internação 1 1,6 20 31 27 42 14 22 2 3 64 100
Garantir atendimento em serviços especializados 7 11 30 47 22 34 4 6,3 1 2 64 100
Garantir atendimento para realização de exames 13 20 38 59 11 17 1 1,6 1 2 64 100
Não existência de fila na porta da USF 10 16 23 36 22 34 9 14 - - 64 100
Acolhimento das demandas 3 4,7 34 53 24 38 1 1,6 2 3 64 100
Estabelecimento de vínculos com a população da
área
15 23 36 56 13 20 - - - - 64 100
Retorno do paciente para atendimento pela ESF,
após encaminhamento
9 14 34 53 16 25 3 4,7 2 3 64 100
Controle dos grupos de risco, com efetiva
distribuição de medicamentos
9 14 52 81 3 4,7 - - - - 64 100
Resolução de 80% ou mais casos pela ESF 9 14 36 56 16 25 - - 3 5 64 100
Capacidade de realizar ações educativas ou outras
de promoção à saúde
12 19 35 55 16 25 - - 1 2 64 100
Articulação com outros setores sociais atuantes na
área de abrangência para enfrentamento de
problemas identificados
1 1,6 23 36 35 55 5 7,8 - - 64 100
Realização de atividades preventivas individuais 5 7,8 47 73 12 19 - - - - 64 100
Atribuições e atividades desenvolvidas, forma de organização do trabalho dos ACS e
auxiliares
Ofereceu-se aos profissionais de nível médio e elementar uma lista de atividades para que
apontassem quais eram mais freqüentes no seu cotidiano. Os ACS destacaram as visitas
domiciliares, as reuniões de equipe, a identificação das famílias de risco, atualização do
cadastro e acompanhamento dos núcleos familiares de risco identificados, agendamento e
encaminhamentos necessários, todas com mais de 50% de freqüência.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
114
Entre os auxiliares de enfermagem foi mais freqüente, com mais de 90%, a aplicação de
vacinas, a realização de visitas e procedimentos de enfermagem em domicílios, as reuniões
de equipe a pesagem e fornecimento de leite e óleo para desnutridos.
Ambas categorias indicam ainda o desenvolvimento de ações de educação e vigilância à
saúde. Os ACS e auxiliares de enfermagem confirmam a percepção de que a ESF apresenta
um relacionamento interno bom e respeitoso, é participativa, em que todos têm um papel
importante nas reuniões, nas atividades educativas de promoção da saúde e prevenção de
riscos.
Tabela 75 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria
profissional e quanto ao perfil da equipe, Vitória da Conquista (BA), 2001
Perfil da equipe ACS Auxiliar
Enfermagem
Total
N N N
Relacionamento bom e respeitoso 164 44 208
Relacionamento conflitivo 6 2 8
Dinâmica, revê as rotinas e procedimentos estabelecidos para aperfeiçoar o
trabalho coletivo
79 29 108
Repete regularmente a programação das atividades pactuadas 17 2 19
O trabalho coletivo é a prioridade da equipe 95 36 131
O trabalho individual dos profissionais oferece pouco suporte ao conjunto 15 12 27
Participativa, todos tendo um papel importante nas reuniões de grupos, nas
atividades educativas de promoção da saúde e prevenção de riscos
149 44 193
Sensível às necessidades da comunidade apontadas pelo trabalho do ACS 95 35 130
Outra 3 - 3
Não sabe/Não respondeu 12 2 14
Foi solicitado que os profissionais de nível médio e elementar indicassem os grupos de
usuários que exigem maiores cuidados, e ambas categorias profissionais afirmaram ser, em
ordem decrescente, hipertensos, gestantes, crianças de 0 a 1 ano de idade, diabéticos e
idosos.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
115
Tabela 76 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria
profissional e quanto aos grupos que exigem mais cuidados em sua
microárea, Vitória da Conquista (BA), 2001
Grupos ACS Auxiliar de Enfermagem Total
N % N % N %
Gestantes 210 81,4 48 18,6 258 100
Crianças de 0 a 1 ano 205 83,7 40 16,3 245 100
Crianças de 1 a 5 anos 165 80,9 39 19,1 204 100
Crianças de 6 a 12 anos 17 85 3 15 20 100
Adolescentes 27 77,1 8 22,9 35 100
Diabéticos 191 80,3 47 19,7 238 100
Hipertensos 225 79,8 57 20,2 282 100
Tuberculosos 50 72,5 19 27,5 69 100
Hanseníase 34 70,8 14 29,2 48 100
Idosos 177 80,1 44 19,9 221 100
Outros 19 95 1 5 20 100
Não sabe/Não
respondeu
2 50 2 50 4 100
Os ACS e auxiliares de enfermagem afirmam que a periodicidade da programação definida
pela equipe é semanal, mudando ocasionalmente. Os instrumentos utilizados com mais
freqüência pelos profissionais de nível médio e elementar como facilitadores do trabalho
são a programação semanal, a reunião de equipe e o cadastro das famílias, sendo que o
mapa da área e o plano de metas são menos utilizados.
As situações consideradas por ACS e auxiliares como as que mais comprometem o
desempenho das ESF são a grande densidade populacional adscrita e a forte demanda por
atendimento médico.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
116
Tabela 77 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à
freqüência na ocorrência de dificuldades, Vitória da Conquista (BA), 2001
Dificuldades Muito
freqüente
Freqüente Pouco
freqüente
Não usa Não sabe/
não resp.
Total
N % N % N % N % N % N
Difícil acesso ao território 55 19 35 12 82 28 80 27 42 14 294
Gravidade dos riscos sociais no âmbito
da comunidade
57 19 98 33 79 27 29 9,9 31 11 294
Grande densidade populacional em
relação ao padrão do programa
124 42 75 26 35 12 24 8,2 36 12 294
Quantidade excessiva de membros
individuais nos grupos familiares em
relação ao padrão proposto
59 20 55 19 81 28 30 10 69 24 294
Forte demanda por atendimento médico 225 77 39 13 12 4,1 3 1 15 5,1 294
Uso inadequado dos serviços de saúde 19 6,5 26 8,8 79 27 121 41 49 17 294
Fragilidade dos vínculos dentro da
equipe
6 2 28 9,5 79 27 118 40 63 21 294
Fragilidade dos vínculos com a
comunidade
12 4,1 33 11 110 37 78 27 61 21 294
Rotatividade dos profissionais 27 9,2 36 12 78 27 88 30 65 22 294
Baixa mobilização dos usuários para
participar da organização
87 30 55 19 86 29 23 7,8 43 15 294
Baixa mobilização da comunidade para
participar nos Conselhos Locais
95 32 44 15 77 26 52 18 26 8,8 294
Processo de planejamento e
programação de atividades
inadequados
8 2,7 14 4,8 65 22 147 50 60 20 294
Condições sócio-ambientais muito
adversas
53 18 61 21 58 20 59 20 63 21 294
Percepção das ESF sobre as condições de realização e os resultados de sua atividade.
Quanto à percepção de mudanças ocorridas nas relações entre os serviços de saúde e a
população, os profissionais de nível superior tende a ser afirmativos, embora manifestem
algumas restrições: “em parte, porque a população ainda tem forte demanda por
atendimento médico pressionando a ESF para atender a demanda espontânea”, apresenta
maior concentração de respostas de todas as categorias. Em ordem decrescente das
respostas seguem duas opções positivas “sim, porque a USF tornou-se a porta de entrada
do sistema de atenção” e “sim, porque a ESF conta com um sistema de referência e contra-
referência”, que manifestam principalmente as percepções entre enfermeiros. Pode-se
inferir que, em geral, percebem ainda uma resistência da população quanto ao modelo de
atenção proposto.
Com concentrações relativamente elevadas de respostas aparecem opções que realçam
aspectos favoráveis da nova relação entre serviços e comunidade, quais sejam: “em parte,
porque a ESF ampliou o acesso de novas parcelas da população aos serviços de saúde do
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
117
município” (27 profissionais); “sim, porque a ESF oferece recursos adequados ao
enfrentamento dos problemas de saúde na comunidade” (26 profissionais) e “sim, porque a
população se sente esclarecida sobre cuidados rotineiros de saúde” (22 profissionais). Esta
última opção é muito significativa entre os enfermeiros (10).
Curiosamente, a opção que afirma não ter havido mudanças entre os serviços e a
comunidade devido aos fortes fatores sócio-econômicos como determinantes de carências
não superadas pela mudança no modelo de atenção proposto, foi assinalada apenas por 6
profissionais, metade destes odontólogos. Os profissionais não tem uma percepção mais
crítica que estes fatores têm uma relação de reciprocidade com o programa, ou seja,
impactam sua implementação e são impactados por ela.
Tabela 78 – Percepção dos profissionais de nível superior de mudanças nas relações
serviços e população, Vitória da Conquista (BA), 2001
Mudanças nas relações serviços e população Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N %
Sim, porque a USF tornou-se a porta de entrada do
sistema de atenção
16 38 16 38 10 24 42 100
Sim, porque a ESF oferece recursos adequados ao
enfrentamento dos problemas de saúde na comunidade
8 31 11 42 7 27 26 100
Sim, porque a população se sente esclarecida sobre
cuidados rotineiros com a saúde
7 32 10 46 5 23 22 100
Sim, porque a ESF conta com um sistema de referência e
contra referência que permite ampliar a confiança no
trabalho e na resolutividade da rede básica
7 20 19 54 9 26 35 100
Em parte, porque a ESF ampliou o acesso de novas
parcelas da população aos serviços de saúde no município
11 41 8 30 8 30 27 100
Em parte porque a população ainda tem forte demanda
por atendimento médico pressionando a ESF para o
atendimento da demanda espontânea
17 37 19 41 10 22 46 100
Não, porque o PSF tem uma área de abrangência ainda
pequena
1 100 - - - - 1 100
Não, porque os fatores sócio-econômicos que
determinam a condição de carência da comunidade ainda
prevalecem sobre a qualidade da atenção
1 17 2 33 3 50 6 100
Os profissionais, em sua maioria, concordam que o PSF vem substituindo a rede básica no
atendimento da população, está concentrado em áreas pobres ou periféricas do município,
estabelece USF como porta de entrada para a população atendida, reduz a procura por
serviços hospitalares especializados e a população alvo não resiste às ações das ESF.
Esses profissionais concordam ainda que o PSF ampliou o acesso de novas parcelas da
população aos serviços de saúde do município, atuando nos programas de saúde coletiva,
atendendo por agendamento prévio, favorecendo a ação intersetorial no município para o
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
118
enfrentamento de problemas identificados nas áreas de atuação, embora também
concordem que, na prática, o PSF cumpre funções de pronto-atendimento.
Os profissionais de nível médio e elementar não concordam com as afirmativas de que o
PSF não tem importância na atenção a saúde do município (91,8%), não garante o
atendimento em outros serviços quando necessário (73,1%) e não fornece medicamentos
da farmácia básica suficientemente (73,1%) Uma parcela menor não concorda que o PSF
não garante a internação quando necessária (55,4%), e que o tempo médio entre o
agendamento e o atendimento é elevado (46,9%).
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
119
Tabela 79 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto ao
grau de concordância na percepção sobre o PSF, Vitória da Conquista
(BA), 2001
Percepção sobre PSF Concorda
muito
Concorda Concorda
pouco
Não
concorda
Não sabe/
não resp.
Total
N % N % N % N % N % N
O PSF vem substituindo a rede básica
no atendimento da população
90 30,6 144 49 35 11,9 12 4,1 13 4,4 294
O PSF concentra-se em áreas pobres
ou periféricas no município
126 42,9 119 40,5 19 6,5 23 7,8 7 2,4 294
Com o PSF, a população atendida
procura menos os serviços
hospitalares e especia-lizados
102 34,7 135 45,9 37 12,6 15 5,1 5 1,7 294
Com o PSF, a população procura
primeiro a USF
134 45,6 133 45,2 15 5,1 4 1,4 8 2,7 294
A população procura primeiro a rede
convencional ou hospitalar
19 6,5 35 11,9 78 26,5 142 48,3 20 6,8 294
A população alvo resiste às ações das
ESF
17 5,8 57 19,4 73 24,8 122 41,5 25 8,5 294
O PSF atende por agendamento
prévio
56 19 142 48,3 40 13,6 38 12,9 18 6,1 294
O PSF cumpre na prática as funções
de pronto atendimento
55 18,7 127 43,2 60 20,4 41 13,9 11 3,7 294
O PSF atua nos programas de saúde
coletiva
101 34,4 139 47,3 25 8,5 9 3,1 20 6,8 294
O PSF ampliou o acesso de novas
parcelas da população aos serviços de
saúde no município
106 36,1 141 48 21 7,1 9 3,1 17 5,8 294
O PSF atrai as populações vizinhas
que sobrecarregam o atendimento
84 28,6 57 19,4 34 11,6 108 36,7 11 3,7 294
O PSF tem favorecido a ação
intersetorial no município para o
enfrentamento de problemas
identificados em sua área de atuação
65 22,1 123 41,8 48 16,3 34 11,6 24 8,2 294
O PSF não tem nenhuma importância
na atenção a saúde do município
1 0,3 8 2,7 6 2 270 91,8 9 3,1 294
O PSF não garante o atendimento em
outros serviços Quando necessários
17 5,8 21 7,1 30 10,2 215 73,1 11 3,7 294
O PSF não garante a internação,
quando necessá-ria
34 11,6 44 15 38 12,9 163 55,4 15 5,1 294
O PSF não fornece medicamentos da
Farmácia Básica suficientemente
5 1,7 26 8,8 43 14,6 215 73,1 5 1,7 294
O tempo médio entre o agendamento
e o atendimento é elevado
25 8,5 37 12,6 82 27,9 138 46,9 12 4,1 294
Os profissionais de nível superior percebem o espaço físico da USF como adequado para
realizar o trabalho, identificando-o principalmente como dotado de um mínimo de
tecnologia necessária ao desenvolvimento de suas necessidades, e como um local de fácil
acesso e visível para a comunidade. Outro aspecto importante, que os médicos apontam é
que a manutenção é satisfatória. Em contraste poucos profissionais vêem o módulo físico
como favorável ao trabalho conjunto da equipe e de suas atividades de grupos e
orientações.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
120
Tabela 80 – Percepção dos profissionais de nível superior sobre o espaço físico da
USF, Vitória da Conquista (BA), 2001
Espaço físico USF Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N
Especialmente construído para abrigar uma
equipe da saúde da família da SMS
9 50 5 27,8 4 22,2
18
Permite o atendimento de forma confortável
para os usuários e para os profissionais
9 34,6 12 46,2 5 19,2
26
Contém o mínimo de tecnologia necessária ao
desenvolvimento das ações básicas de saúde
16 44,4 12 33,3 8 22,2
36
Permite realizar reuniões de equipe com
privacidade
3 30 5 50 2 20
10
Permite promover reuniões de grupo de risco
ou de orientação educação em saúde
3 30 4 40 3 30
10
É um local de fácil acesso e visível para toda a
comunidade
19 45,2 13 31 10 23,8
42
Tem manutenção satisfatória 14 51,9 7 25,9 6 22,2
27
Foi restaurado satisfatoriamente para abrigar
uma ESF
5 35,7 4 28,6 5 35,7 14
Outro 2 13,3 8 53,3 5 33,3 15
Os profissionais de nível médio e elementar consideram, em sua maioria, que a USF é
acessível à população (71,8%), entretanto, só 52,4% consideram que a USF oferece
conforto aos usuários e profissionais e 46,3% consideram que não oferece conforto.
4. VÍNCULOS ENTRE ESF E COMUNIDADES
De acordo com os profissionais de nível superior, pode-se afirmar que há uma relação
cordial e cooperativa com a população, o que favorece a resolução dos problemas.
Somente quatro profissionais indicam que a relação com a comunidade é formal, em
função das necessidades do serviço de saúde.
Consideram que há vínculo forte da ESF com a comunidade e reconhecem com igual
ênfase que a estratégia desenvolvida por eles é promotora da melhoria da qualidade dos
cuidados com a doença e da qualidade de vida do cidadão.
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
121
Tabela 81 – Percepção dos profissionais de nível superior da relação da ESF com a
população, Vitória da Conquista (BA), 2001
Relação da ESF com a população Médico Enfermeiro Odontólogo Total
N % N % N % N
Cordial e cooperativa na resolução dos problemas 10 40 9 36 6 24 25
Formal em função das necessidades de serviço 2 50 1 25 1 25 4
De vínculo, com base no reconhecimento das
famílias, de seus membros individuais e de suas
necessidades específicas
12 41 12 41 5 17 29
Promotora da melhora da qualidade de vida do
cidadão, a partir de um conjunto de orientações sobre
promoção da saúde e cuidados com a doença
11 31 14 39 11 31 36
Não sabe/Não respondeu - - 1 100 - - 1
Em geral, os profissionais de nível superior percebem que a população valoriza os novos
procedimentos implementados, principalmente quanto ao atendimento multiprofissional e
o realizado nas visitas domiciliares. As enfermeiras percebem mais a valorização da
população desta última atividade. Os profissionais de nível superior consideram que a
população "valoriza pouco” a realização de grupos de risco e de promoção a saúde, e,
principalmente, as reuniões de diagnóstico e programação de ações coletivas.
Tabela 82 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à percepção da
valorização da população acerca dos novos procedimentos, Vitória da
Conquista (BA), 2001
Atividades Muito Valoriza Pouco Não
valoriza
Não sabe
não resp.
Atendimento de uma equipe
multiprofissional
13 29 10 - 2
Realização de grupos de educação sobre
riscos e promoção à saúde
12 27 16 1 2
Ações desenvolvidas junto a segmentos da
população através de visitas domiciliares
19 39 5 - 1
Reuniões para discutir diagnóstico e
programação das ações coletivas
3 18 36 3 1
O fato dos ACS e os Auxiliares de Enfermagem morarem na comunidade é fator de
favorecimento da relação amistosa com as famílias adscritas, segundo 71,1% destes
profissionais. Observa-se ainda que o vinculo se estabelece pela procura dos moradores
para apresentar queixas e discutir soluções (68,4%), pela aceitação da presença dos
profissionais em seus domicílios (85,4%), pela melhor observação de focos de riscos no
ambiente familiar e social (78,9%), além da adesão à mobilização em torno dos problemas
ambientais e da necessidade de participação nos conselhos locais de saúde (70,1%).
O acompanhamento do usuário em seu agendamento ou encaminhamento para serviços
fora da comunidade e retorno à atenção da ESF não é tão favorecida o que foi indicado
pela resposta de 143 profissionais (48,6%). Foi considerada como prejudicial ao
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
122
relacionamento do ACS com os moradores da comunidade em que reside, a (não)
compreensão quando alguma solicitação por parte de membro familiar não é atendida.
Tabela 83 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à
percepção da comunidade sobre o impacto do fato dele residir na
localidade, Vitória da Conquista (BA), 2001
Percepção Favorece Prejudica Nem favorece,
nem prejudica
Não
sabe
NR Total
N % N % N % N % N % N
A relação amistosa com as
famílias da comunidade
209 71,1 5 1,7 51 17,3 14 4,8 15 5,1 294
A procura dos moradores para
apresentar queixas e discutir
soluções
201 68,4 38 12,9 37 12,6 8 2,7 10 3,4 294
Aceitação de sua presença em
seus domicílios
251 85,4 11 3,7 13 4,4 6 2,0 13 4,4 294
Observação de focos de riscos no
ambiente familiar e social
232 78,9 14 4,8 17 5,8 10 3,4 21 7,1 294
A adesão à mobilização em torno
dos problemas ambientais e da
necessidade de participação nos
conselhos locais de saúde
191 65,0 6 2,0 51 17,3 24 8,2 22 7,5 294
Resolução dos problemas 206 70,1 5 1,7 49 16,7 15 5,1 19 6,5 294
Compreensão Quando alguma
solicitação por parte de membro
familiar não é atendida
102 34,7 100 34,0 70 23,8 10 3,4 12 4,1 294
Acompanhar o usuário em seu
agendamento, encaminhamento
para fora da área da comunidade
e retorno a atenção da ESF
143 48,6 50 17,0 44 15,0 33 11,2 24 8,2 294
Controle Social
Em sua maioria os profissionais conhecem a existência do Conselho Local de Saúde e que
ele está em operação, e afirmam participar freqüentemente no CLS como representantes da
ESF. Uma parcela menor, mas significativa, participa de modo ocasional como membro da
ESF.
Tabela 84 – Caracterização das ESF de unidades onde há CLS, quanto à participação
dos profissionais, Vitória da Conquista (BA), 2001
Participação N %
Sempre, como representante da equipe de Saúde da Família 145 70,4
Ocasionalmente, como membro da equipe de Saúde da
Família
51 24,8
Nunca participa 2 1,0
Não sabe/Não respondeu 8 3,8
Total 206 100,0
Base: Profissionais que afirmaram existir em operação um Conselho Local de Saúde associado a sua unidade
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
123
Um terço dos profissionais que compõe as ESF consideram o trabalho do CLS pouco
relevante, porém em seu conjunto 40% declaram ser relevante e 18,1% muito relevantes o
trabalho do CLS para o desenvolvimento das condições de saúde. Entre profissionais
observa-se ainda que a avaliação sobre a forma como se desenvolvem as atividades no
Conselho Local de Saúde indica haver algum conflito ou pouco conflito dentro do CLS.
Tabela 85 – Caracterização das ESF onde há CLS quanto à relevância do mesmo
para o desenvolvimento das condições de saúde da comunidade, Vitória da
Conquista (BA), 2001
Relevância N %
Nada relevante 10 4,8
Pouco relevante 69 33,3
Relevante 82 40,0
Muito relevante 37 18,1
Não sabe/Não respondeu 8 3,8
Total 206 100
Base: Profissionais que afirmaram existir em operação um Conselho Local de Saúde associado a sua unidade
A maioria dos profissionais de nível médio e elementar considera que é forte ou expressiva
a presença de lideranças comunitárias no levantamento de informações sobre as condições
de vida e saúde da comunidade (65,3%).
Solicitados a definir livremente o principal problema de saúde na comunidade em que
atuam esses profissionais destacam alguns agravos a saúde, a saber; hipertensão, diabetes,
verminose e parasitose, desnutrição, infeção respiratória, alcoolismo, diarréia, cáries
dentárias e problemas respiratórios. Nesta listagem aparece também com destaque
condições ambientais e infraestruturais: saneamento básico, falta de água tratada, falta de
segurança, lazer, lixo.
O grau de participação dos profissionais das ESF em fóruns de discussão da política de
saúde é baixa: menos de um terço (111) dos profissionais participam. Do total desses
profissionais 48,9% não participam ou nunca participaram de outros fóruns de formulação
de política e de ações de saúde. A participação é mais freqüente entre os enfermeiros e os
ACS do que entre os médicos, odontólogos e auxiliares de enfermagem.
Tabela 86 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à
participação em outros fóruns de política de saúde, Vitória da Conquista
(BA), 2001
Participação N %
Sim 111 31,0
Não 175 48,9
Não sabe/Não respondeu 72 20,1
Total 358 100,0