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1 OBRA ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCULOS X-XVIII) AUTOR

GIULIA ROSSI VAIRO E JOANA RAMÔA MELO (CoORD.)

1.• Edição: Fevereiro, 2016

EDITOR

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A.

Rua Fernandes Tomás, n•s 76, 78 e 79 3000-167 Coimbra

Te!.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · [email protected] DESIGN DE CAPA

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Fevereiro, 2016 DEPÓSITO LEGAL

406165/16

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Este trabalho foi financiado por Fundos Nacionais através da FCT -Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto UID/

P AM/00417 /2013

\ílà I GRUPOALMEDINA ALMEDINA

Biblioteca Nacional de Portugal - Catalogação na Publicação

ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO, 1, Lisboa, 2013

1 Encontro Internacional sobre Claustros no Mundo Mediterrânico : sécs. X-XVIII / coord. Giulia Rossi Vairo, Joana Ramôa Melo

ISBN 978-972-40-5903-7

1 -VAIRO, Giulia Rossi li - MELO, Joana Ramôa

CDU 72

ÍNDICE

Nota das organizadoras .............. .

Programa ...................... · · · · ,

Apresentação ...................... .

Origens e Evoluções

Os claustros (desaparecidos) do Româ Jorge Manuel de Oliveira Rodrigues .....

11 chiostro a Roma tra XII e XIII secol(

genesi, evoluzione e diffusione di un ll Roberta Cerone . .................... ·

Los claustros de Moreruela. Historia; Leocadio José Peláez Franco . .......... ,

As Sés de Lisboa e Évora e a importâ1 Catarina Madureira Villamariz . ..... .

Le vie del chiostro gotico tra Liguria Fulvio Cervini ................... · .

Dos claustros cistercienses portugue: Ana Maria Tavares e Antónia Fialho CI

O Claustro Grande do Convento de

e os claustros serlianos portugueses Rui Lobo, Vítor Murtinho e Nuno Mai1

'

ÍNDICE

Nota das organizadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Programa .............................................................. 11

Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Origens e Evoluções

Os claustros (desaparecidos) do Românico Português

Jorge Manuel de Oliveira Rodrigues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

II chiostro a Roma tra XII e XIII secolo:

genesi, evoluzione e diffusione di un modello

Roberta Cerone .......................................... .......... . ..... 41

Los claustros de Moreruela. Historia y hipotesis de reconstrucción Leocadio José Peláez Franco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

As Sés de Lisboa e Évora e a importância dos Experimentalismos nos claustros Catarina Madureira Villamariz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Le vie del chiostro gotico tra Liguria, Piemonte e Provenza Fulvio Cervini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

Dos claustros cistercienses portugueses: a especificidade de S. Bento de Cástris

Ana Maria Tavares e Antónia Fialho Conde . ................................. 101

O Claustro Grande do Convento de Cristo em Tomar

e os claustros serlianos portugueses Rui Lobo, Vítor Murtinho e Nuno Maia da Silva ........... . .................. 117

ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCS. X-XVIII)

Dois claustros desconhecidos do Mosteiro da Batalha Pedro Redol e Nídia Vieira . . ............ ...... . . . ...... ....... .. ........... 133

La organización de los claustros románicos peninsulares: proyectos germinales y retos funcionales

Gerardo Boto Varela .......... .. ....... . . .. . .... . . ................... . ... 151

Diferentes mas iguais: os claustros dos Jerónimos e de Tomar: duas obras-primas e sua geometria

Eduardo Alberto Vieira de Meireles Côrte-Real ...... . ......... . ............... 179

Os claustros do mosteiro de S. Vicente de Fora. Da austeridade filipina à pompa joanina Maria Alexandra Gago da Câmara e Carlos Alberto Louzeiro de Moura . . . ...... .. 197

Decoração e Simbolismo

O claustro como representação alegórica e simbólica na literatura medieval Ana Paiva Morais .. ... ................................. ... ........ . ..... 213

Les cloitres médiévaux en marbre du Roussillon (XII<-XIV< siecle): de l'unité chromatique à la polychromie Géraldine Mallet ......... ... ... ... ...... ... ................. . ......... . . 235

Chiostri romanici con capitelli figurati in Italia: problematiche iconografiche e il caso di Chiaravalle della Colomba

Maddalena Vaccaro . ... .... .. ..... ..... .. ..... .... ... . .. .... ..... ... . .. .. 255

O claustro de Santa Maria de Celas:

organização espacial e programa de imagens Francisco Teixeira . . ...... ..... . ...... . ....... . ....... ... ............... .. 271

Autour des cloitres cisterciens de Valmagne, Fontfroide et Villelongue: de l'esprit de sobriété à la richesse omementale ( seconde moitié XJII<-début XIV< siecle)

Sylvain Demarthe . . ..... . ...... .... . ...... . . .. .. . . . .. . .... ... ...... . . . . . 287

El claustro gótico de Santa Maria la Real de Nieva (Segovia) José Luís Remando Garrido ..... .... ..... . ...... ... ...... .. .... ...... ... . . 303

6

O Mosteiro da Conceição de Beja: da nc

da representação iconográfica esboçada José Custódio Vieira da Silva . . ... . ... . .. ,

Vivências e Funcionalismos

El claustro de la catedral de Palencia: o

Julián Hoyos Afonso .. . ... .. ... . ..... ·

Los claustros cistercienses y su transfoi del antiguo reino de León a la luz de la Fernando Miguel Hemández e Hortensia L

Os claustros nos mosteiros da Congre! Eva Sofia Trindade Dias .............. .

A proposito de los monasterios barroc

de San Juan de la Pefía y la multiplicac Nata/ia Juan García . . ... . . . . ... . ... .

Património

Claustros prefabricados de época góti modelos, producción y comercializaci Francesca Espafiol ..... .. ... . ....... .

Reconstituição arquitetónica do clam de S. João de Tarouca (Viseu, Portuga Luís Sebastian e Paulo Bernardes ..... .

Los claustros del monasterio de Santl

configuración y restauraciones Maria Gracia Gómez de Terreros Guardi

Afiliações dos autores ... . . . ...... .

II) ÍNDICE

O Mosteiro da Conceição de Beja: da novidade da invocação à novidade

da representação iconográfica esboçada na casa do capítulo José Cust6dio Vieira da Silva . .............................................. 317

Vivências e Funcionalismos

El claustro de la catedral de Palencia: origen, funciones y cambios Julián Hoyos Alonso ..................................................... 333

Los claustros cistercienses y su transformación en los monasterios

dei antiguo reino de León a la luz de la arqueología Fernando Miguel Hemández e Hortensia Larrén Izquierdo ...................... 349

Os claustros nos mosteiros da Congregação de S. Bento em Portugal Eva Sofia Trindade Dias .................................................. 363

Aproposito de los monasterios barrocos: la modificacion en el proyecto

de San Juan de la Pena y la multiplicacion de sus claustros Nata/ia Juan García ........................................ ... .......... 379

Património

Claustros prefabricados de época gótica en la península ibérica: modelos, producción y comercialización Francesca Espafíol ....... ........ ...... ... ............................... 401

Reconstituição arquitetónica do claustro medieval do mosteiro cisterciense

de S. João de Tarouca (Viseu, Portugal) Luís Sebastian e Paulo Bernardes . .......................................... 427

Los claustros dei monasterio de Santa Clara de Moguer, Huelva (Espafi.a),

configuración y restauraciones Maria Gracia G6mez de Terreros Guardiola ......... ......................... 441

Afiliações dos autores .................................................. 455

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Reconstituição arquitetónica do claustro medieval do mosteiro cisterciense de S. João de Tarouca

(Viseu, Portugal)

Resumo

Luís Sebastian Paulo Bernardes

Mosteiro masculino da Ordem de Cister, a construção do mosteiro de S. João de Tarouca iniciou-se em 1154. Encerrado em 1834, aquando da extinção das ordens religiosas em Portugal, apenas a igreja se preservou totalmente, convertida em igreja paroquial, enquanto os edifícios correspondentes às dependências monásticas foram desmantelados para reaproveitamento de pedra. Em 1998 iniciou-se a completa escavação arqueológica da área correspondente às dependências monásticas originais, estendendo-se esta até 2007. Durante os trabalhos de escavação foi possível recupe­rar vários elementos arquitetónicos pertencentes ao claustro original, reutilizados nas paredes da restruturação arquitetónica de século XVII. A estes juntaram-se ainda outros elementos reutilizados na construção de casas de aldeias próximas. Através da leitura das estruturas exumadas e dos elementos arquitetónicos identificados, procurou-se reconstituir o claustro original do mosteiro de S. João de Tarouca, recorrendo à análise aritmológica, à comparação com os paralelos existentes e ao exercício da modelação tridimensional.

1. Introdução

O mosteiro de S. João de Tarouca localiza-se em freguesia homónima, no concelho de Tarouca, distrito de Viseu, Portugal (coordenadas internacio­nais de latitude 40º 59' 44" N e longitude 7º 44' 40" W). Mosteiro mas­culino da Ordem de Cister, a sua construção inicia-se em 1154, de acordo

ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCS. X-XVlll)

com inscrição fundacional originalmente inscrita no tímpano da porta dos monges, hoje exposta no interior da igreja. A sagração da igreja dá-se em 1169, por sua vez provada por inscrição evocativa inserida na fachada principal da igreja. Tendo a construção iniciado pelo edifício da igreja, como seria expectável, a conclusão das dependências monásticas ter-se-á estendido já pela primeira metade de século XIII, como comprova a reco­lha no alicerce da ala dos conversos de duas moedas de D. Afonso II, com emissão entre 1211-1223.

Infelizmente, para a construção do claustro, apenas contamos com a referência documental da doação feita por D. Martim Fernandes ao mos­teiro «para a obra do claustro», na forma de três casais na Vila de Várzea e duzentos maravedis1

, que não contando com data, sabemos apenas inte­grar-se num cartulário datado entre 1141 e 1266. Assim, podemos apenas presumir que a construção do claustro original se tenha dado na viragem do século XII para o século XIII.

Certo é o momento do seu desmantelamento, por ordem de Fr. Manuel de Macedo, abade trienal entre 1615 e 16182

, para dar lugar a um novo claus­tro ao gosto maneirista, de colunata toscana e possuidor não de um, mas de dois pisos, implicando consequentemente uma forte reorganização ao nível dos acessos aos espaços superiores.

Em 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal, o mosteiro de S. João de Tarouca é extinto e o edifício e todo o seu recheio naciona­lizados. Sendo a igreja convertida em igreja paroquial, os edifícios cor­respondentes às dependências monásticas são vendidos em hasta pública e comprados para reaproveitamento da sua pedra. Esta exploração como pedreira estender-se-ia até aos inícios do século XX, levando ao completo desmantelamento das dependências monásticas medievais, cuja área resul­tante foi de seguida transformada em campos agrícolas.

Igualmente em consequência da extinção de 1834, todo o cartório e biblioteca do mosteiro foram então transferidos para o edifício do Semi­nário de Viseu, onde viriam a perder-se num incêndio em 1841. Deste facto resultou a irremediável falta de informação documental, principal obstá-

1 FERNANDES, Armando de Almeida, Taroucae Monumenta Hist6rica. I Livro das doações de Tarouca, Câmara Municipal de Tarouca, Tarouca, 1991 (doe. 168, p.147). 2 VASCONCELOS, José Leite de, Mem6rias de Mondim da Beira. Imprensa Nacional de Lisboa, Lisboa, 1933, p. 392.

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RECONSTITUIÇÃO ARQUITETÓNIC1

culo ao desenvolvimento da mento Nacional.

Em 1996 o Estado Portug1 interior da cerca de clausur:i lhos de escavação arqueoló~ dependências monásticas m< arqueológicas no interior d:i mi tório de século XVIII. Est -se até Novembro de 20073, J arquitetónicos, dos quais 86 destes 64 atribuíveis ao clau lógicos foi possível já em 2 reconstituição arquitetónic2 seguindo-se em 2009 o ens~ do claustro original no âml tempos medievais: a identid• Museu Grão Vasco, em Vise

Integrado em 2009 no pr responsabilidade da Direçã de 2012 e Novembro de 201 a obras de musealização. Ei elementos arquitetónicos, 1

a expandir a área de cultiv< nada Ribeira do Corgo.

Esgotada a recolha possír a reconstituição do claustr propomo-nos agora apresei desde 1998. Para isso, recor

3 SEBASTIAN, Luís, CASTRO, Ana S: de Tarouca: 1998-2004», Actas do 4 SEBASTIAN, Luís; CASTRO, An arquitectónica do Mosteiro cister

2007, pp. 142-171. 5 SEBASTIAN, Luís, CASTRO, Ana S. João de Tarouca», in Maria de F; nos tempos medievais: a identidade di 6 SEBASTIAN, Luís, «Vale do Var

pp. 87-91 (no prelo).

RECONSTITUIÇÃO ARQUITETÓNICA DO CLAUSTRO MEDIEVAL DO MOSTEIRO DE S. JOÃO ...

' culo ao desenvolvimento da investigação histórica deste imóvel Monu-mento Nacional.

Em 1996 o Estado Português inicia a progressiva compra de toda a área interior da cerca de clausura. Já em Abril de 1998, iniciaram-se os traba­lhos de escavação arqueológica da área originalmente correspondente às dependências monásticas medievais, incluindo a realização de sondagens arqueológicas no interior da igreja e da noviciaria de século XVII e dor­mitório de século XVIII. Esta intervenção arqueológica viria a prolongar­-se até Novembro de 20073, permitindo a recuperação de 1.433 elementos arquitetónicos, dos quais 861 pertencentes à construção medieval, sendo destes 64 atribuíveis ao claustro original. Com base nestes dados arqueo­lógicos foi possível já em 2007 avançar com uma primeira proposta de reconstituição arquitetónica do mosteiro medieval de S. João de Tarouca4, seguindo-se em 2009 o ensaio da remontagem de um módulo das arcadas do claustro original no âmbito da exposição «Arte, poder e religião nos tempos medievais: a identidade de Portugal em construção», decorrida no Museu Grão Vasco, em Viseu5

Integrado em 2009 no projeto turístico-patrimonial Vale do Varosa6, da

responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte, entre Agosto de 2012 e Novembro de 2013 a área escavada arqueologicamente é sujeita a obras de musealização. Este facto veio permitir a recuperação de mais elementos arquitetónicos, reutilizados após 1834 como aterro de forma a expandir a área de cultivo sobre a ribeira sobranceira a norte, denomi­nada Ribeira do Corgo.

Esgotada a recolha possível de dados arqueológicos e documentais para a reconstituição do claustro original do mosteiro de S. João de Tarouca, propomo-nos agora apresentar o resultado final da investigação realizada desde 1998. Para isso, recorremos ao apoio da Unidade de Arqueologia da

3 SEBASTIAN, Luís, CASTRO, Ana Sampaio, «A intervenção arqueológica no Mosteiro de S. João

de Tarouca: 1998-2004», Actas do 4º Congresso de Arqueologia Peninsular, Loulé, 2010, pp. 9-32. 4 SEBASTIAN, Luís; CASTRO, Ana Sampaio e, «Uma primeira proposta de reconstituição

arquitectónica do Mosteiro cisterciense de S. João de Tarouca», Revista de História da Arte, 4,

2007, pp. 142-171. 5 SEBASTIAN, Luís, CASTRO, Ana Sampaio, «O claustro medieval do mosteiro cisterciense de

S. João de Tarouca», in Maria de Fátima EusÉBIO e João SOALHEIRO ( orgs.), Arte, poder e religião nos tempos medievais: a identidade de Portugal em construção, Viseu, 2009, pp. 256-266. 6 SEBASTIAN, Luís, «Vale do Varosa, território histórico: um projeto», Revista Património, l, pp. 87-91 (no prelo).

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ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCS. X-XVIII)

' Universidade do Minho, de modo a proceder-se à reconstituição tridimen-sional do claustro com base nos dados reunidos. Contando este trabalho de modelação tridimensional com o apoio da RTP, no âmbito da produção de uma série documental televisiva, a sua direcção coube ao especialista informático Paulo Bernardes.

2. Dados para a reconstituição do claustro medieval

Apesar de desmantelado no século XVII, as escavações arqueológicas rea­lizadas entre 1998 e 2007 vieram permitir definir a área de implantação do claustro medieval (fig. 1). Ainda que o seu alicerce tenha sido profunda­mente reformulado aquando da construção do claustro de século XVII, que por ter dois pisos implicou o reforço das fundações originais, este reforço, conseguido muito à custa do reaproveitamento de elementos arquitetó­nicos do claustro anterior, não implicou grande alteração à configuração inicial. Pode-se por isso afirmar que, em termos das suas medidas gerais, o claustro seiscentista respeitou a área já anteriormente ocupada pelo claus­tro medieval. Esta opção compreende-se inclusive pela relação direta das arcadas com os edifícios circundantes, que no máximo permitiria a redu­ção da planta do claustro, nunca o seu aumento. No que diz respeito à ala sul, contígua ao edifício da igreja, esta continuidade fica inclusivamente patente no facto de o alicerce original ter sido talhado diretamente no aflo­ramento granítico, e assim mantido na reformulação maneirista.

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1. Igreja 2. Capela-mor 3. Ca1~IJ lah..'r.tl (oon~graçào d~i.eonh!!ciJa) -t ('apc: la lah:rJI (corn..:11;.r.ada ;1 S. Mi!_:ud> S. Porta di" nlOrtn~ 6. Poria do!I monges 7. Ncrrurr 8. Porta de" com cr-.o, lJ. Sacri:,ua 10.J\rm:irio 11. Sa la do capílldu 12. Ann.irio do locutt>no do:) mont1.~ 13. Escada de acesso .ao Jornutóno 14. lõt.·111orwm dos munge .. 15. Com..-dor de acc~o ao .:~lcrior 16. Saiµ1uru,m 17. L:urma..'i do pi~ infcnor

1 M. l..atrina, do pi:w i.u1,crior J 9. Cllft•/<IC'torium 20. Rcfcitorio dos monge> 21. Co,inh.t 22. Pátio do clau,1ru 23. L:nabo ('!) 24. l(X·utorium dos com crM>s ('!) 25. CorrcJor do:i. cc,nw r.;o) 26. Tulho 27. Com:d~1r de acc:i.:,,.0 ao exterior 28. RcfoitOrio dos con, c~ 29. Ccmit~rio 30. Pon1c ('!) 31. TulhJ ('!) 32. li;n:j.:t de S. íl r.í!rr> 33. Sacrislia

Conclui-se por isso que a sua planta respeitou naturalmente a base aritmológica da restante construção originaF, tendo por módulo base os 8 pés de rei8

, o que em termos de planta geral resultou num quadrado de 7 módulos, de 8 pés de rei cada, resultando numa largura de 18,19 m.

Contando o claustro original apenas com um piso térreo, a sua cober­tura seria simples, de telha sobre estrutura de madeira, ligando-se esta aos edifícios contíguos através de uma imposta contínua, cujo negativo ainda se preserva no alçado norte da igreja. Ao contrário da cobertura do nartex,

7 JORGE, Virgolino Ferreira, «Arquitectura, medida e número na igreja cisterciense de São João de Tarouca (Portugal)», 208, 1997, pp.431-456. 8 Para a transposição do pé de rei para o sistema métrico -32,484 cm-, seguimos sobretudo o estudo de CUNHA, Rui Maneira, As medidas na Arquitectura, séculos XIII-XVIII: o estudo de Monsaraz, Edições Caleidoscópio, Lisboa, 2003.

431

ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCS. X-XVlll)

na fachada principal da igreja, virada a oeste, esta ligação da cobertura do claustro aos edifícios contíguos não contava com lacrimal.

De entre os 64 elementos arquitetónicos recuperados durante as esca­vações arqueológicas e por nós atribuídos ao claustro original, 19 corres­pondem a aduelas dos arcos menores, 21 a fostes, 9 a capitéis, 3 a impostas e 5 a bases de coluna, aos quais juntamos ainda 5 lajes sepulcrais. Alguns destes elementos encontram-se reutilizados no reforço do alicerce do claus­tro de século XVII, enquanto uma grande quantidade foi reutilizada na reconstrução e adaptação das paredes dos edifícios contíguos ao claustro, de forma a adaptá-los ao novo modelo de circulação entre os diferentes espaços.

Na altura ficou sobretudo por identificar aduelas pertencentes aos arcos maiores, que ligavam os diferentes pilares. Estes vieram contudo a surgir em grande número durante as recentes obras de desaterro da ribeira do Corgo, comprovando as medidas já propostas na reconstituição publicada em 2007.

Assim, a reconstituição das arcadas do claustro original limitou-se a um processo de quase remontagem dos seus elementos, dada a quantidade e diversidade de elementos recuperados (fig. 2).

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RECONSTITU!ÇÂO ARQUITETÓNIC

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Basicamente constituídos por silhares, os pilares da arcada do claustro serão sempre todavia dos mais difíceis de reconstituir com base nos ele­mentos arquitetónicos recuperados. Porém, considerando a aritmologia da planta e a distância sobrante entre arcos, não vemos grande espaço para variações à nossa proposta de 2007.

Igualmente nesta situação, a altura do murete sobre o qual assentaria a arcada poderia variar ligeiramente da nossa proposta. Mas estamos em crer que a solução original não andaria longe, uma vez que isso implicaria um ângulo pouco natural da cobertura das alas (fig. 3).

ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE CLAUSTROS NO MUNDO MEDITERRÂNICO (SÉCS. X-XVIII)

Por fim, da solução final sobressai a enorme proximidade entre o que teria sido o claustro original do mosteiro de S. João de Tarouca e o claus­tro ainda hoje conservado no mosteiro de Fontenay. Nunca saberemos se os panos dos arcos maiores teriam alguma vez contado com óculo ou se alguns dos pilares ostentariam algum tipo de decoração, como ocorre de forma pontual no congénere que parece ter-lhe servido de inspiração, mas, no essencial, fica patente a relação direta entre ambas as construções.

Mas tal como este, e apenas através dos elementos arquitectónicos recu­perados, é já possível afirmar que também no claustro de S. João de Tarouca teríamos uma heterogeneidade decorativa, sobretudo notória na decora­ção dos capitéis, mas também em menor escala nas bases das colunas e nas impostas. Ocorrência habitual neste género de construções, podemos ape­nas supor neste contexto que estas variações possam traduzir diferentes fases construtivas, características de obras realizadas de forma desconti­nuada de acordo com a disponibilidade financeira da comunidade, e muito de acordo com o fluxo das doações.

3. Dúvidas subsistentes

Ficando provada a solução de lajeado para as alas do claustro, inclusive com a preservação de alguns exemplares esculpidos no afloramento gra­nítico, podemos apenas presumir que o pátio interior, de terra, pudesse ter sido ajardinado. Infelizmente, a sua reduzida potência estratigráfica e a certeza dos seus muitos revolvimentos, veio impedir a recolha fiável de amostras que permitissem através de análises polínicas determinar que espécies vegetais teriam sido aí cultivadas. Apenas podemos afirmar que, independentemente da solução de terra batida ou ajardinada, o pátio cen-

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RE CONSTITUIÇÂO ARQUITETÓNII

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RECONSTITUIÇÃO ARQUITETÓNICA DO C LAUSTRO MEDIEVAL DO MOSTEIRO DE S. JOÃO ...

tral do claustro contaria de forma assumida com pontuais afloramentos do substrato rochoso na sua metade sul.

Maior incógnita é a localização e forma da casa do lavabo, com que cer­tamente contaria. Apesar de várias tentativas para identificar o seu alicerce através de sondagens arqueológicas, todas estas se revelaram frustrante­mente infrutíferas. Por sua vez, os diversos vestígios da rede hidráulica identificados na zona do claustro resumiram-se sempre a troços muito segmentados, impossibilitando igualmente uma leitura lógica e global. Perante esta falta de informação, começamos inicialmente por apontar a localização da casa do lavabo como adossada de modo central à arcada norte, no enfiamento do refeitório. Porém, durante o ensaio da reconsti­tuição tridimensional, fomos forçados a retificar esta hipótese, impondo-se a sua deslocação descentrada para este, entre o refeitório e o calefatório, retomando a hipótese de relacionar a caleira identificada neste último espaço com o escoamento das águas do lavabo.

Felizmente, em relação ao lavabo propriamente dito, acreditamos hoje possuir dois elementos arquitectónicos passíveis de serem relacionados com a taça e a sua respetiva base. Ainda em fase de modelação, a sua inte­gração não deixará que acarretar algumas retificações à reconstituição tridimensional já realizada.

4. Proposta de reconstituição 3D **

A reconstituição virtual do mosteiro medieval de S. João de Tarouca reves­tiu-se de alguma complexidade e compreendeu um conjunto de tarefas que podem ser agrupadas nas seguintes fases:

- Análise dos dados existentes; - Modelação das estruturas e do terreno envolvente; - Aperfeiçoamento do realismo dos modelos; - Integração dos modelos das estruturas no modelo do terreno; - Visualização do cenário virtual.

4.1. Análise de Dados

A análise dos dados provenientes das escavações arqueológicas e já devi­damente interpretados é, de facto, o ponto de partida em qualquer pro-

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cesso de reconstrução virtual. No caso do mosteiro de S. João de Tarouca estes dados são constituídos por:

- Plantas das escavações; - Alçados, planos e cortes das estruturas escavadas; - Valores de cotas de terreno; - Informação fotográfica; - Informação escrita; - Plantas, cortes e alçados resultantes da interpretação dos dados das

escavações.

Naturalmente, esta última informação é fundamental para a criação de modelos tridimensionais e foram estes dados que mais contribuíram para a concretização da proposta de reconstrução virtual do mosteiro do século XII. Não obstante, a análise de todos estes dados foi extremamente importante para:

Compreender a dimensão e complexidade do mosteiro; Hierarquizar corretamente os modelos das estruturas; Definir o grau de detalhe na construção do modelo tridimensional; Estabelecer os níveis de detalhe mais adequados para a visualização.

4.2. Modelação 3D

A partir da análise dos dados da escavação procurou-se modelar geome­tricamente todas as estruturas que compõem o mosteiro usando a técnica de modelação de sólidos conhecida por Geometria de Sólidos Construtiva ( Constructive Solid Geometry -CSG). Os modelos CSG são obtidos a partir de primitivas sólidas simples que se combinam através de um conjunto de operações, que estão incluídas na sua representação. Assim, um objeto desenvolvido usando CSG é representado por uma estrutura de árvore, com operações entre sólidos nos seus nós e primitivas simples nas suas folhas. Enquanto alguns nós representam operações booleanas regulares, outros representam transformações geométricas, tais como a translação, a rotação e a variação de escala. As operações booleanas em questão são:

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A intersecção; A união; A diferença ou subtração.

RECONSTITUIÇÃO ARQUITETÓNI

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Os modelos tridimensionais das estruturas arquitetónicas foram desen­volvidos utilizando o Auto CAD Civil 3D 2013 e o Autodesk 3DS MAX Design 2013 e o primeiro passo consistiu em modelar as plataformas de circulação do edifício, com base na informação da planta do mesmo e no valor das cotas. Essa modelação foi realizada a partir de cubos cuja forma inicial foi modificada por transformações geométricas apropriadas.

A seguir modelaram-se as estruturas interiores e exteriores do edifício, também a partir de cubos aos quais são aplicadas transformações geomé­tricas, que os posicionam corretamente no modelo e lhe dão a forma apro­ximada. Depois, e tendo em conta a informação dos alçados e dos cortes, são criados sólidos que têm os contornos das várias aberturas do edifício e com espessura superior à das paredes do modelo. Estes objetos vão depois cruzar as paredes nos sítios onde estão localizadas as diferentes aberturas e, com o auxílio de operações de subtração, são criadas nas paredes dos edifícios as respetivas aberturas. Tendo em conta ainda a informação das plantas, alçados e cortes, e usando a mesma metodologia, procedeu-se à modelação das estruturas que suportam o telhado e do telhado.

Este processo de modelação exige constante validação por parte dos arqueólogos responsáveis pelo fornecimento dos dados base, tendo sido fre­quente o ajuste do modelo até se chegar à restituição tridimensional final.

O terreno que envolve o mosteiro foi recriado usando as curvas de nível da cartografia existente à escala 1:2000. Tendo em conta a natureza destes dados, o tipo de modelação que será aplicada neste caso não será a mode­lação de sólidos, mas sim, a modelação de superfícies. No caso concreto do mosteiro de S. João de Tarouca o modelo do terreno foi criado no Auto CAD Map 3D 2013, que gerou uma malha triangular irregular (TIN - Triangu­lated Irregular Network).

4.3. Aperfeiçoamento do realismo

As propriedades materiais são um aspeto fundamental, no que concerne ao grau de realismo com que se pretende visualizar um cenário virtual, tendo em conta que o material é a informação atribuída a um objeto para que este tenha uma determinada aparência. A hierarquização da cena é, também aqui, importante para a tarefa de definição das diferentes pro­priedades materiais. Na verdade, o modelo virtual vai ficar estruturado em árvore, onde as folhas representam todos os objetos da cena, e os nós

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correspondem a agrupamentos de objetos que possuem o mesmo tipo de material. Desta forma, o processo de atribuição das características mate­riais aos diferentes objetos está facilitado. Mais ainda, fica minimizada a hipótese de se esquecer de atribuir, ou de atribuir erradamente, caracte­rísticas materiais a algum objeto.

Assim, para todos os objetos que compõem a reconstituição virtual do mosteiro de S. João de Tarouca medieval, as propriedades materiais têm em atenção os seguintes parâmetros:

Cor; Reflexão difusa e especular; Índice de refração; Brilho e transparência.

A tarefa da texturação de um modelo tridimensional começa com a cria­ção de texturas que confiram ao modelo um aspeto mais realista. Este pro­cesso é naturalmente facilitado quando as estruturas encontradas, durante a intervenção arqueológica, se encontram em bom estado de conservação. Neste caso, as texturas são obtidas a partir de fotografias que são tiradas às estruturas, que depois de digitalizadas são tratadas num sistema de processamento de imagem.

No caso de S. João de Tarouca, o levantamento fotográfico de estrutu­ras e o posterior tratamento permitiu a obtenção de texturas adequadas ao modelo 3D, sendo a aplicação das texturas efetuada com Autodesk 3DS MAX Design 2013.

4.4. Integração e Visualização dos modelos virtuais

O modelo virtual final foi integrado no Autodesk 3DS MAX Design 2013 e consistiu em posicionar as diferentes estruturas corretamente sobre o terreno envolvente ao mosteiro. Tendo em conta que o terreno se baseou na cartografia atual, este posicionamento permitiu ainda proceder a ajus­tes do terreno, mais concordante com o que seria o terreno envolvente ao mosteiro nos séculos XII-XIII.

A visualização do modelo final (fig. 4) é também realizada no Autodesk 3DS MAX Design 2013, sendo o realismo produzido pelo software de ren­derização Mental Ray da Autodesk.

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