Iluminação
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Biblioteca Charles Evaldo Boller
Iluminao 2/114
2015, Charles Evaldo Boller
Editorao prpria.
BOLLER, Charles Evaldo
Iluminao, busca ao entendimento de como funciona a aquisio de
conhecimento da Arte Real Manica.
114 pginas.
1. Maonaria 2. Cincia 3. Educao 4. Comportamento 5.
Religio 6. Filosofia.
CDD 366
2015
SEM RESERVA DE DIREITOS AUTORAIS.
DISTRIBUIO GRATUITA.
USO NO COMERCIAL.
Este livro digital pode ser repassado e seu contedo utilizado
vontade.
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Glria do Grande Arquiteto do Universo
Prefcio
Os textos desta compilao so todos de minha lavra e resulta-
dos da busca pessoal permanente ao entendimento de como funciona a
aquisio de conhecimento manico, ou de como este pode ser for-
mado para dar origem Iluminao que o maom solicita quando
iniciado na Francomaonaria.
Procura-se entender o mtodo Arte Real Manica, cuja ao
sublime quando provoca e possibilita o progresso humano numa base
realstica. Este dos bons instrumentos de transformao utilizados
pelo homem na aquisio de conhecimentos para dar significao sua
vida e dar honra e glria ao Grande Arquiteto do Universo.
Curitiba, 20 de Junho de 2015.
Charles Evaldo Boller
Mestre maom em permanente desconstruo e reconstruo.
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Sumrio
Clique sobre o ttulo que deseja ler.
Ouse Saber.................................................................................................................. 5
A Cultura Manica ................................................................................................ 12
Educao Natural na Maonaria ............................................................................ 30
Herana Educacional Iluminista ............................................................................ 38
Rousseau e a Educao Natural ............................................................................. 45
Kant na Construo de Homens Livres ................................................................. 50
Influncia da Educao Manica .......................................................................... 56
O Sistema de Ensino Manico ............................................................................... 61
Polidez do Aprendiz maom ................................................................................... 65
Teoria do Conhecimento Manico ........................................................................ 69
Venerar a Razo ...................................................................................................... 77
Virtudes e Sabedoria ............................................................................................... 82
Treinando o Crebro ............................................................................................... 85
Peas de Arquitetura Eficazes ................................................................................ 87
Estudo Constante ..................................................................................................... 90
Oratria, Rainha das Artes ..................................................................................... 91
Paranoia de Segurana ............................................................................................ 94
Bode para Reconhecimento dos maons ................................................................ 99
A Chave de Hiram ................................................................................................. 101
Educao na Maonaria ........................................................................................ 109
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Ouse Saber
O mtodo de instruo manica normalmente consta de par-
bolas como recurso pedaggico para ilustrar conceitos morais e ticos.
A transmisso de valores e conhecimentos aproveita de tudo que o
homem j desenvolveu e que for bom ao crescimento do maom de
forma simples e objetiva.
Segue-se o exemplo criado pelos antigos gregos, poca em que
se inundou o mundo do pensamento com novos mtodos de analisar as
ideias e que minimizaram ignorncia e crendice. Rompeu-se com o que
se considerava senso comum, tradio e misticismo. Desenvolveu-se a
reflexo do homem comum e independente. Delineou-se um mundo
diferente onde vale mais o esprito especulativo e a objetividade racio-
nal.
Assim a Iluminao Manica.
A Influncia do Iluminismo
Semelhante aos vetustos gregos, os iluministas influenciaram o
mundo, restaurando os mtodos gregos em benefcio da humanidade.
No possuam linha filosfica particular. Constava de estudantes entu-
siastas de qualquer tema base da especulao racional, cuja atuao
propiciou inmeros saltos ao conhecimento humano, razo porque
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aquele sculo ficou conhecido pela posteridade como o Sculo das
Luzes.
Devido ao despotismo generalizado da poca, era linha corrente
entre os cientistas e pensadores o esforo extraordinrio de obter cada
vez mais e melhores graus de liberdade na especulao do livre pensar,
levando os iluministas a colocarem a razo num trono, como supremo
critrio de valor que deveria orientar religio, filosofia, cincia, estado,
direito ou economia. Sua influncia foi decisiva para lanar as bases da
Maonaria Especulativa.
Assim como inturam gregos e iluministas, a Maonaria tem a
pretenso de levar o homem a pensar de forma independente, sem que
se sujeite a ningum no que deve acreditar ou em que ideologia atuar.
Um vetor importante do pensamento manico o Liberalismo
que conduz o homem natural, de boa ndole, que tem em si mesmo as
diretrizes da realizao de toda boa obra sem que haja necessidade de
ajuda de fora. Parte-se do princpio de que a natureza racional e no a
consequncia de acasos do caos.
Devido influncia iluminista na Maonaria, o mtodo da Arte
Real promove o desenvolvimento da arte de pensar. A Maonaria, co-
mo mtodo, tem por objetivo ensinar a pensar de forma independente.
Cada maom aprende a pensar por si prprio e desenvolve sua prpria
verdade, baseada em seu prprio alicerce. Nenhuma verdade conside-
rada final, absoluta, o caminho da especulao fica sempre aberto e
sujeito aos infinitos ciclos de tese, anttese e sntese.
O maom duvida sempre!
Seguindo a influncia grega, mesmo velhas verdades so fre-
quentemente questionadas novamente. O maom filho da heresia, a
dvida o levou a trancar-se nos templos para estudar com liberdade.
Ele ousa saber!
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Fracasso das Ideologias que Escravizam
A metodologia manica ensina a desconfiar de ideologias1,
aparentemente perfeitas na teoria, mas terrveis em seus resultados:
onde homem explora homem em seu prprio prejuzo!
caracterstica geral de todas as ideologias iludirem seus adep-
tos: elas no tm a capacidade de solucionar os problemas das socieda-
des. Na prtica so todas imperfeitas pelos resultados dirios que apre-
sentam. Mesmo com as boas intenes de uns poucos adeptos, elas
normalmente conduzem opresso e despotismo. Ideologias servem ao
sistema contaminado que explora o homem e, como tal, seus lderes
logo passam a comer no cocho da lavagem da corrupo. Todas as
ideologias so sustentadas por grupos de homens que se restringem em
barganharem valores financeiros e poder. Para estes o sofrimento hu-
mano apenas moeda de troca para defender seus prprios interesses e
daqueles para os quais eles se vendem. Da, sua meta manter a maio-
ria ignorante, em estado selvagem, disputando recursos uns com os
outros.
E mesmo honesta, qualquer ideologia refm do pensamento
mecanicista que tende a fragmentar os problemas por questo de sim-
1 Sistema de ideias (crenas, tradies, princpios e mitos) interdependentes, susten-
tadas por um grupo social de qualquer natureza ou dimenso, as quais refletem, raci-
onalizam e defendem os prprios interesses e compromissos institucionais, sejam
estes morais, religiosos, polticos ou econmicos.
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plificao, mas com isto perde a viso de conjunto: enquanto se preo-
cupa com um detalhe, os outros fragmentos do problema so negligen-
ciados e fenecem. Em sentido lato s existe amor ao poder e ao dinhei-
ro: falta s ideologias o principal ingrediente para a soluo de todos
os problemas da humanidade: o amor fraterno! Algo que existe de so-
bra na Maonaria.
Maonaria cincia que defende o interesse das sociedades e
promove a evoluo independente de seus adeptos. tanto que at
verdades j definidas como certas no passado so reavaliadas de tem-
pos em tempos. Pelo dia-a-dia sofrido das massas fica evidente que o
maom tem muitos problemas srios a estudar e combater para ajudar a
sociedade a obter meios mais confiveis de convivncia e administra-
o pblica.
Uma Ditadura Mundial Absoluta
O futuro sem preparo ser cheio de adversidades se o cidado
no reagir! Existe na sociedade um pacto de silncio e passividade
ditado pelo domnio econmico. Tudo caminha para uma ditadura
mundial absoluta. Percebe-se a atividade dos governos de lentamente
irem quebrando as defesas psicolgicas do indivduo para deix-lo
inerme, merc dos grupos de poder e sob cuja orientao os lderes
nacionais j se encontram. A atual Ordem Mundial tem seus alicerces
apoiados na guerra, sofrimento, crises financeiras e polticas. Tudo
visa a escravido, onde a tecnologia e o controle das massas tm espe-
cial destaque.
Pode-se afirmar que:
a manipulao das massas infalvel e continua;
a instituio da famlia no existe mais;
a procriao diminui;
as crises e misria so artificiais;
as escolas pervertem a educao natural;
O futuro ser constitudo de sociedades sem dinheiro em esp-
cie, ocorrer o controle do cidado identificado por dispositivo eletr-
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nico implantado no corpo, semelhante a gado, o que possibilitar ao
poder central policiar as pessoas usando microchips biomtricos que
daro a capacidade de escanear tudo o que estiver fazendo distncia.
o controle da escravido ditada pelo poder econmico. Es-
cravido total e controlada por tecnologia.
No Brasil a razo de no se investir em educao, sade e se-
gurana; da Justia que, de to lenta, no existe; da famlia tradicional
destruda para acabar com a propriedade; das leis confusas, pois con-
templam mais o direito do bandido, abandonando as pobres vtimas a
prpria sorte; nos corredores do poder central cogita-se at no reco-
nhecimento legal de casamento entre seres humanos e animais.
Est em andamento algo que era piada: aquela do bode no meio
da sala, onde qualquer soluo para aliviar to indesejada situao ser
aceita sem pestanejar. Por exemplo: a ameaa do sequestro j faz os
pais desejarem que se implantem microchips no corpo de seus filhos.
Iluminao Manica
Ao maom importante aprender a pensar assim como inturam
os gregos e os iluministas: como Kant, com sua filosofia do esclareci-
mento "aufklrung", o "Sapere aude", o ouse saber: seguido por Ni-
etzsche, Auguste Comte e outros. Pelo que estes pensadores realiza-
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ram, s vezes at em oposio, percebe-se o quanto o uso da razo mo-
difica o pensamento e se adapta pela ao do livre pensador para cada
realidade na linha do tempo. Isso a essncia do mtodo da Maonaria
conhecido por Arte Real, que fala por smbolos em resultado da obser-
vao da Natureza. Tudo o que vem da Natureza de inspirao divi-
na: linguagem metafsica que abre o pensamento para novos horizontes
e que tem a possibilidade de orientar as sociedades humanas para bons
pastos. Inspirada em cincias sagradas antigas e naturais que desper-
tam potencias intuitivas naturais para a conduo do homem ao bem,
ao amor fraterno.
O maom treina de forma ecltica para, numa primeira instn-
cia, aprender a andar com seus prprios recursos e depois multiplicar o
conhecimento que livra os membros honestos da sociedade das aes
nefastas da prostituio das ideologias.
Por definio, naquilo que entende na iniciao, o maom no
aceita que lhe ditem a verdade em qualquer aspecto ideolgico, moral,
tico, poltico ou metafsico: pensamento algo que se modifica ao
longo do tempo e as ideologias fechadas em si mesmas inserem com-
ponentes de totalitarismo, despotismo, paixo e extremismos.
Cabe ao maom estar preparado para o que acontece e ainda es-
t para se realizar. J sabe que o conhecimento diferencia o homem dos
animais e que o estudo no comportamento natural, nem obtido por
carga gentica, advm de treinamento intenso.
dada ao maom a oportunidade de libertar-se do sistema hu-
mano de explorao e degradao. Cabe ao maom estar preparado
para no permitir que um grupo de poder submeta o homem misria,
escravido.
A sociedade est carente de lderes!
necessrio estudar, discutir, ler e acima de tudo ensinar. O
maom no pode abdicar de ensinar, pois ensinando que treina sua
capacidade de pensar. S o conhecimento conduz o homem ao encon-
tro de sua plenitude.
Existe um forte compromisso com o futuro da humanidade. O
maom multiplicador da Iluminao, da capacidade de cada um an-
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dar com as foras de suas prprias pernas sem depender dos que nego-
ciam sua capacidade produtiva nos corredores dos poderes.
Cabe ao homem livre e de bons costumes viver a filosofia do
esclarecimento, da Iluminao, da Luz que vem da Arte Real Mani-
ca, pois s aquele que sabe pensar alcana a luz da sabedoria.
A luz da razo deve espancar as trevas da ignorncia!
Usar a razo a servio da sociedade!
Maom!
Sapere aude!
Ouse saber!
Bibliografia
1. ALMEIDA, Joo Ferreira de, Bblia Sagrada, ISBN 978-85-311-1134-1, Socie-dade Bblica do Brasil, 1268 pginas, Baruer, 2009.
2. CAPRA, Fritjof, O Ponto de Mutao, A Cincia, a Sociedade e a Cultura Emergente, ttulo original: The Turning Point, traduo: lvaro Cabral, Newton
Roberval Eichemberg, primeira edio, Editora Pensamento Cultrix limitada.,
448 pginas, So Paulo, 1982.
3. ESTULIN, Daniel, A Verdadeira Histria do Clube Bilderberg, ttulo original: l Verdadera Historia del Club Bilderberg, traduo: Lea P. Zylberlicht, ISBN 85-
7665-169-6, primeira edio, Editora Planeta do Brasil limitada., 320 pginas,
So Paulo, 2006.
4. LARA, Tiago Ado, Caminhos da Razo no Ocidente, A Filosofia Ocidental do Renascimento Aos Nossos Dias, segunda edio, Editora Vozes limitada., 176
pginas, Petrpolis, 1986.
5. MASI, Domenico de, A Emoo e a Regra, Os Grupos Criativos na Europa de 1850 a 1950, ttulo original: L'emozione e l Regola, I Gruppi Creativi in Europa
Dal 1850 Al 1950, ISBN 978-85-03-00612-5, primeira edio, Editora Jos
Olympio limitada., 420 pginas, Rio de Janeiro, 1989.
6. TOFFLER, Alvin, A Terceira Onda, A Morte do Industrialismo e o Nascimento de uma Nova Civilizao, ttulo original: The Thrid Wave, traduo: Joo Tvo-
ra, ISBN 85-01-01797-3, 21 edio, Editora Record, 492 pginas, Rio de Janei-
ro, 1980.
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A Cultura Manica
Influncia das variadas fontes da cultura manica
e sua consequncia.
Origem do Conhecimento
O Universo material foi criado a partir do tomo pelo Grande
Arquiteto do Universo, do nada, do vazio, de forma magistral, assom-
brosa e aterradora. Sua arquitetura fundamenta-se numa diversificao
to rica, que leva o entendimento humano confuso ao ser confronta-
do com o caos desta aparente desordem.
Num esforo de ordenar a sua perturbao, a criatura humana
passa a estabelecer referenciais, criar padres de: tempo, medida, sen-
sibilidade e probabilidade.
O resultado deste trabalho faz o homem movimentar-se no
Universo, modificar e transformar a obra original.
Gera com isto o conhecimento.
Cria a partir de pensamentos, modelos e referenciais, pois a
verdade nunca lhe revelada de imediato.
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apenas com o acumulo de conhecimentos, pelo uso da razo,
da intuio e do discurso que a realidade entendida e revelada.
Intuio
Na intuio intelectual, o critrio a evidncia, aquela ideia
clara, que se impem por si s mente.
Na intuio pragmtica, exigido o aporte de um resultado pr-
tico.
A intuio lgica exige coerncia.
Na busca do conhecimento buscam-se equilibrar: razo e intui-
o, vivncia e teoria, concreto e abstrato.
Teoria do Conhecimento
Para atingir a certeza da verdade, submete-se o pensamento ao
ceticismo, fundamentado na dvida, na observao e na considerao,
ou ao dogmatismo, alicerado em princpio ou doutrina.
A ideia na teoria do conhecimento segue:
A linha do racionalismo, que a tudo submete razo;
Ao empirismo, que considera a ideia derivada da experincia sensorial;
Do criticismo que tenta equilibrar racionalismo e empirismo.
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Construo do Conhecimento
Algum levado a divulgar uma ideia de forma positiva e afir-
mativa a qual se denomina tese. Outra pessoa interpela este pensamen-
to, o absorve e critica com base em seu prprio referencial. Faz nova
proposta. Gera uma segunda ideia, a anttese. Juntando as duas ideias
de forma conciliadora e compositiva gera-se um terceiro pensamento,
que diferente dos dois que lhe deram origem, obtendo-se a sntese.
Se o processo for repetido diversas vezes, gera-se infinito n-
mero de ciclos de teses, antteses e snteses.
No fluxo do tempo estes ciclos geraram o conhecimento huma-
no que existe.
Simbolismo
Longe da confuso para entender as modernas teorias da com-
plexidade, o antigo egpcio desenvolveu o mtodo de transmitir conhe-
cimento atravs da figura.
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Baseado na visualizao do concreto, o observador desperta pa-
ra o aprendizado intuitivo intelectual.
Mesmo que o aprendiz seja de pouco ou nenhum preparo aca-
dmico, ele conduzido a um elevado grau de entendimento abstrato,
em tema at complexo, que faz despertar sua intuio sensvel, intelec-
tual e inventiva.
Os pedagogos conhecem bem a tcnica de transmitir conheci-
mento por associar a ideia a uma imagem real, pois auxilia na compre-
enso e na memorizao, e ao transmitir a informao assim, ela se
atualiza automaticamente, haja vista que fica alicerada na evoluo
geral de cada gerao que a interpreta. Mesmo que a interpretao mu-
de, o smbolo nunca muda. A ideia original, a sua representao grfi-
ca, o invlucro da ideia, acaba preservado ao longo do tempo.
E como a evoluo do homem ocorre em diversos segmentos,
qualquer mudana afeta a maneira como um smbolo interpretado.
Esta a importncia de nunca alterar ou modificar um smbolo
na Maonaria; por exemplo, trocar a espada do guarda do templo, sm-
bolo da honra, por um fuzil AR-15; seria uma aberrao.
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a razo de a Maonaria manter-se sempre atual: mesmo sujei-
ta ao vento da mudana, ela est sempre atualizada porque os seus
smbolos so mantidos inalterados, mas as ideias no.
Por estranho que parea num primeiro instante, mesmo consi-
derada tradicionalista, conservadora, ela progressista.
Tudo est condicionado ao fato de sua simbologia a tornar in-
sensvel ao impacto da dinmica social, tornando-a elegvel a projetar-
se em futuro distante, porque sua simbologia a mesma, mas a sua
interpretao dinmica no tempo e adapta-se herana cultural de
cada individuo e de cada segmento da histria.
Convm observar que entre dois smbolos usados pode estar
um sculo e at um milnio de transformao e adaptao histrica,
bem como grande espao geogrfico. E de nada adianta tentar alcanar
sua origem porque a transformao do pensamento conectada com um
smbolo muda permanentemente, a cada instante, de pessoa para pes-
soa, de cultura para cultura.
Dinmica do Conhecimento
Assim como o tomo, a oficina manica que para no tempo fi-
ca vazia.
Se for dinmica e operosa, reflete a luz do conhecimento e pro-
duz pessoas de valor com sua metodologia baseada em smbolos. E o
maom deve treinar capacidades para enxergar alm dos smbolos.
A Maonaria uma escola de conhecimento que ensina moral e
desenvolve qualidades sociais e espirituais.
instituio que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pe-
lo amor, pelo aperfeioamento dos costumes, pela tolerncia, pela
igualdade e pelo respeito ao pensamento de cada membro da fraterni-
dade.
Sua alegoria ensinada por smbolos leva o diligente estudante a
desenvolver e elevar a conscincia de seu dever na sociedade e na fa-
mlia, constituindo a base da cultura que enriquece sua mente. Est
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assim equipado para conquistar respeito e admirao do meio social
em que est inserido, onde sua ao positiva o faz progredir em sentido
financeiro, poltico, moral, emocional, material, espiritual, enfim, em
todos os seus valores.
E este conhecimento o aperfeioa e motiva a tomar seu lugar na
sociedade humana para transform-la em resultado de seu trabalho.
Seu diligente preparo o afasta da aviltante ignorncia que tanto
prejudica a sociedade. Equipado, equilibrado, devotado, generoso, li-
vre, igual, praticando a virtude, reprimindo o vcio, auxiliando seu ir-
mo, a quem est ligado por laos de amor fraterno, contribui para a
humanidade tornar-se pacfica, mantem o povo emancipado e progride
em todos os sentidos.
O amor fraterno a nica possibilidade de soluo de todos os
problemas da humanidade de forma cabal. pedra angular e o alicerce
da Sublime Instituio.
Origem da Simbologia Manica
A Maonaria no gerou sua prpria simbologia e neste sentido
tem pouca autenticidade.
A maioria dos smbolos que usa copiada, absorvida de outras
culturas, de outras linhas de pensamentos e influncias.
Observado de tica isenta de mitos e fices, quando se afirma
ser ela originria dos tempos em que se construiu o templo em Jerusa-
lm, isto apenas expresso simblica! Tudo no passa de lenda para
abrilhantar a mensagem composta de alegorias e smbolos.
Na dinmica do tempo, esta alegoria veio a estabelecer-se como
verdade indiscutvel, dogmtica, e sabe-se que, por princpio, a ordem
manica no tem dogmas. em sua flexibilidade que se baseia sua
riqueza cultural. Se no for elstica, tolerante, com certeza quebra,
entra em colapso.
A Maonaria no formada por um grupo social que vive iso-
lado, ou que defende dogmas autnomos: ela resultado da massa da
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sociedade como um todo, da sua capacidade de penetrao. Ao ser
tolerante, admite toda linha de pensamento que venha ao encontro da
construo de homens que submetem sua cognio e emoo sua
espiritualidade. Mesmo que todos os smbolos por ela usados para in-
terpretar o universo sejam originrios de outras culturas, estes foram
introduzidos intencionalmente, com o objetivo de torn-la gil, elegan-
te e adaptvel na linha do tempo.
Fontes da Cultura Manica
Podem-se citar algumas fontes principais de onde foi importada
a sua cultura:
Alquimia
Com seu carter altamente mstico, gerou farta simbologia da
qual a Maonaria se apropriou.
A melhor herana que a ordem obteve desta ultrapassada cin-
cia foi o cultivo do amor fraterno, o "ouro potvel" que nada mais
que um corao que extravasa "amor".
Foi cincia dedicada principalmente em descobrir uma substn-
cia que transmutaria os metais mais comuns em ouro e prata, e a en-
contrar um meio de prolongar indefinidamente a vida humana.
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Predecessora da qumica.
Arquitetura
Na Maonaria a sua arte bsica.
A grande preocupao da Ordem a construo do homem
completo em todas as suas dimenses: fsica, emocional e espiritual.
O templo manico a representao do homem smbolo den-
tro do qual cada maom busca se conhecer por dentro. Entrar no tem-
plo significa literalmente entrar em si mesmo para se autoconhecer.
Razo porque para o maom o templo de sua loja lugar sagrado e
onde entra sempre bem trajado: normalmente vestindo terno e gravata,
alm do avental que representa o trabalho em si mesmo.
Por simbolizar o trabalho planejado, a semelhana de aperfei-
oar o homem atravs de trabalho constante e digno, usa a energia do
grupo para gerar homens mais fortes e corretos.
Na construo destes homens melhorados sempre h algo para
fazer, refazer, realizar e aperfeioar, tudo no encontro de sua prpria
felicidade.
Fica evidente que na criao do homem completo e livre tudo
depende do esforo individual.
Esta arte o resultado do trabalho do arquiteto e mesmo a cons-
truo do Universo, da Terra, vises e sonhos possuem projetos e defi-
nies baseadas na arquitetura.
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Astrologia
Na Maonaria o nico uso que se faz da cincia dos astros, da
antiga Astronomia, nas manifestaes artsticas das abbadas celestes
pintadas nos templos, onde aparecem constelaes de estrelas, o sol e a
lua, para demonstrar que o maom est inserido no universo, filho do
Todo.
Significa tambm que o templo no tem teto, onde, para o
Grande Arquiteto do Universo tudo revelado.
Possibilita ao maom criar a viso interna de si mesmo, visto
como um pequeno universo, cpia do Universo.
Cabala
A Maonaria tentou incluir o conhecimento esotrico hebreu da
Cabala em seu meio, porm, sem muito sucesso.
o ensino judaico da tradio de Jeov, o Deus dos judeus.
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Em seu meio existe so encontrados excelentes cabalista, mas
formam grupo isolado devido complexidade e falta de base lingusti-
ca hebraico-aramaica.
Seria o princpio de toda expresso religiosa, porm, esta ape-
nas serve para algum que conhea a lngua hebraica onde existe uma
relao numrica entre o som de cada letra do alfabeto e um nmero.
Para os acidentais existe a Numerologia que pretende fazer algo
parecido.
Cristianismo
Est filosoficamente ligado aos graus do Rito Escocs Antigo e
Aceito. Em todos eles existem elementos que remetem aos textos da
bblia judaico-crist.
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Egito
Contribuiu com sua mitologia e religio com farta simbologia
para a Maonaria.
Bero das primeiras sociedades iniciticas.
Geometria
a cincia que prov boa parte de todo o simbolismo da Ma-
onaria, associada Arquitetura, arte principal da Ordem.
Parte da interpretao dos smbolos geomtricos ligados Es-
cola Pitagrica, numerologia, alquimia e mestres construtores da Idade
Mdia.
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O Grande Arquiteto do Universo considerado o Grande Ge-
metra.
Hermetismo
Maonicamente apenas referencia histrica tradio primiti-
va dos alquimistas.
Relaciona-se ao estudo dos arcanos, vulgarmente conhecidos
como as lminas do Tar, onde est simbolizada toda a cosmognese e
antropognese da antiguidade.
Foi uma "doutrina" esotrica baseada na revelao mstica da
cincia, ligada Hermes Trismegisto, antigo iniciado do Egito.
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Hindusmo
Mesmo sem relao com a Maonaria, influi nela com a mani-
festao da cultura hindu atravs da filosofia brmane e vedanta.
Judasmo
As lendas Manicas do Rito Escocs Antigo e Aceito esto
aliceradas nas escrituras da bblia judaico-crist e seus rituais esto
ligados aos princpios religiosos judaicos.
base do desenvolvimento da religio crist e bero da Mao-
naria.
As escrituras gregas, ou crists, esto profundamente ligadas s
escrituras hebraicas e Tora.
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Numerologia
Na Maonaria estudada em profundidade e est bastante ar-
raigada nos rituais.
a cincia que define o valor dos nmeros.
Avalia o nmero em seu aspecto qualitativo, mgico e filosfi-
co.
Pitgoras foi sua maior expresso e bsica na aritmtica e na
Cabala.
Rosacrucianismo
Fraternidade s vezes confundida com Maonaria.
At possui relao com ela, pois o Martinismo a pratica da
Maonaria nos moldes daquela organizao.
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A Maonaria assimilou a cultura Rosa Cruz em alguns dos
princpios esotricos.
ordem secreta e esotrica oriunda do intuito de cristianizao
dos mistrios egpcios.
Grande parte dos smbolos usados pela Ordem manica ori-
unda desta vertente.
O Rito Escocs Antigo e Aceito tem graus filosficos que refe-
renciam esta vertente.
Templrios
Poderosa ordem militar, intelectual, religiosa e econmica do
sculo XII.
Sua finalidade foi a de proteger os peregrinos que se dirigiam
ao santo sepulcro.
A Maonaria incorporou grande parte da cultura, e enriqueceu a
sua filosofia a partir das heranas culturais deixadas pelos Cavalheiros.
Existem especulaes que seriam os remanescentes desta Or-
dem a raiz da Maonaria.
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Zoroastrismo
Existem teorias de que algumas das tradies manicas sejam
originrias desta religio, resultado da designao de todos os sucesso-
res de Zaratustra, o grande legislador persa e seu fundador.
Outras Influncias
Agnosticismo, Antropologia, Aritmtica, Arqueologia, Astro-
nomia, Biologia, Chacras, Escultura, Filosofia, Geografia, Gramtica,
Lgica, Logosofia, Matemtica, Mitologia, Msica, Ontologia, Pintura,
Poesia, Retrica, Sociologia, Teologia, Teosofia, Vedas, E outras.
Muitas so influncias da cultura manica, e mesmo tendo acesso a
tudo isto, necessrio que ao final, cada maom se torne bom, sbio e
virtuoso, e para isto, cultura sozinha no suficiente.
Espiritualidade
necessrio que o homem seja moldado internamente. E isto
ele deve desejar ardentemente, deve ser seu principal alvo, seno toda
esta cultura intil, uma frustrante tentativa de alcanar o vento na
corrida.
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Ser bom at pode ser caracterstica da prpria pessoa, ser virtu-
oso o resultado de disciplina enrgica, mas a sabedoria, esta exige,
alm de cultura e conhecimento, colocar em prtica tudo o que apren-
deu de forma inteligente e racional.
Para crescer como homem h necessidade do maom tornar-se
amigo da sabedoria - fils + sfia - praticar a especulao filosfica
que se utiliza da simbologia de sua vasta influncia cultural provinda
de diversas vertentes do conhecimento humano.
A especulao filosfica praticada pelo maom tem por objeti-
vo extrair de dentro do homem-ego - objeto, escravo, profano, primiti-
vo - o homem-eu - racional, espiritual, iniciado, csmico -, a essncia
do que, de fato, o homem .
O maom vive numa fase intermediria de seu desenvolvimen-
to em busca da verdade. Ajuda-o a amizade que tem pela sabedoria;
est consciente do caminho certo e nunca tem certeza da verdade que
deduz com auxlio da ecltica cultura que o cerca. A dvida sua
companheira porque isto que a simbologia lhe ensina e ele apreende.
Com a ajuda do que lhe inspira o conceito de Grande Arquiteto
do Universo no tenta provar a existncia de Deus, o que o tornaria
ateu, nem constri Deus a partir de conceitos humanos, fsicos ou ma-
temticos, o que o tornaria idlatra, mas desenvolve espiritualidade a
partir da comprovao da paternidade do Grande Arquiteto do Univer-
so.
Com a cultura manica somada a sua espiritualidade o maom
se autorealiza proclamando a soberania do esprito sobre a matria.
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Sabe que no a matria inconsciente que o escraviza, mas sua mente
egosta consciente que o submete a paixes e vcios. Busca a luz que
ilumina e vivifica o esprito, a razo de ser e energia vital de sua vida.
Munido de sua herana cultural, possuidor da liberdade com
que foi criado pelo Grande Arquiteto do Universo, o homem conquista
sua libertao, sua autorealizao.
Bibliografia
1. BOUCHER, Jules, A Simblica Manica, Segundo as Regras da Simblica Esotrica e Tradicional, ttulo original: l Symbolique Maonnique, traduo:
Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edio, Edi-
tora Pensamento Cultrix limitada., 400 pginas, So Paulo, 1979;
2. CAMINO, Rizzardo da, Dicionrio Manico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edio, Madras Editora limitada., 413 pginas, So Paulo, 2001;
3. FIGUEIREDO, Joaquim Gervsio de, Dicionrio de Maonaria, Seus Mistrios, seus Ritos, sua Filosofia, sua Histria, quarta edio, Editora Pensamento Cultrix
limitada., 550 pginas, So Paulo, 1989;
4. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edio, 146 pginas, Tubaro Santa Catarina, 1982.
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Educao Natural na Maonaria
A escola pblica, na maioria dos pases, no contempla a edu-
cao natural, aquela que organiza os valores e princpios internos,
preconizada pelo Movimento Iluminista, cujas bases foram lanadas
por Rousseau (1712-1778) e complementadas por Kant (1724-1804). A
educao que humaniza o homem no existe na escola pblica moder-
na, em todos os pases. A escola pblica gratuita est voltada mais para
a transmisso de conhecimento que para a formao do homem inte-
gral. Inclusive negligente com a formao humana nos aspectos de
incutir valores e princpios.
O homem no treinado para pensar, meditar, desenvolver vir-
tudes, emoes, espiritualidade, mas para ser escravo do prprio ho-
mem.
Com rarssimas excees, escolas particulares educam de fato,
incutem valores e espiritualidade junto com a formao para o merca-
do de trabalho. Mas estas escolas normalmente esto fora da realidade
econmica da maioria da populao.
A transmisso de conhecimentos est voltada para o Comrcio
e a Indstria, requisitos do Capitalismo, que exerce domnio absoluto
em todos os nveis, em todas as escolas pblicas ou privadas. Ganho
financeiro poder ao qual o homem se submete e tudo que vier em sua
contramo no o motiva. O homem negligencia-se em sua trajetria
pela vida e se favorece o aparecimento de criaturas com graves crises
existenciais, frustradas de tal forma que chegam a no dar mais o devi-
do valor prpria vida.
Vive-se o momento e apenas para si mesmo. Os prprios filso-
fos alardeiam que a vida humana no tem finalidade alguma, que em
sua jornada pela biosfera o homem apenas objeto de eventos aleat-
rios. Sem a educao natural o homem est condicionado a apenas
gozar da vida e fugir das vicissitudes ao invs de enfrent-las.
A nica perspectiva futura daquele que no obteve este tipo de
educao de sumir no nevoeiro do tempo de onde lhe foi dito que foi
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gerado a partir da evoluo de bactrias, algas, fermentos, fungos, es-
ponjas, guas-vivas e vermes, para uma no existncia, um esqueci-
mento eterno.
Abrir escolas incentiva a cincia, mas no intensifica a consci-
ncia: sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano viven-
ciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu
mundo interior. Na existncia de mais conscincia, o nmero de vagas
ocupadas nas cadeias diminuiria. Mesmo toda a informao e cincia
produzidas pelas escolas podem fechar uma priso sequer se a socie-
dade no se conscientizar da necessidade do desenvolvimento da cons-
cincia, da moralidade e do bem.
O que antigamente era desenvolvido no seio da famlia deveria
ser ministrado na escola pblica, j que pai e me, quais escravos, so
obrigados a trabalhar debaixo do sistema. Entretanto, a escola pblica
limita-se em transmitir conhecimento voltado para mercado de traba-
lho que escraviza, enquanto o treinamento das emoes, sentimentos,
sentidos e instintos so negligenciados.
Hoje no Brasil o conceito de famlia no existe mais em termos
naturais da unio de homem com mulher: existe a figura do cuidador
para estender o conceito aos gays; existe at projeto para a legalizar do
matrimnio bestial entre humanos e animais. Em todas as civilizaes,
a degradao da famlia natural foi sintoma do fim de cada uma das
sociedades onde tal degradao se manifestou. O conceito de famlia
desmontado para acabar com o patrimnio: j que acabar com o patri-
mnio por decreto mostrou ser prejudicial concentrao do poder
poltico.
Aes, que o bom senso recomenda como fundamentais para
diminuir o nmero de presidirios e gerar cidados felizes, equilibra-
dos e socialmente integrados, no existem.
A educao dos potenciais latentes em cada um aproximaria o
homem de sua condio humana, mas o que se observa no Brasil a
bestificao das relaes humanas com vistas conquista do poder
poltico e para o qual o maom deve ficar atento.
Educao conscincia, instruo cincia: ambas sustentam o
corpo; a mais importante a invisvel conscincia.
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Nem religies, e muito menos governos tratam a educao com
a seriedade que deveriam.
Governos querem transmitir instruo, religies restringem-se a
moral e assim o homem fica incompleto.
Descartes (1596-1650) disse:
"Toda a filosofia como uma rvore: as razes so
a metafsica, o tronco a fsica e os ramos so todas as
outras cincias".
Usando deste pensamento, o homem moderno est incompleto
na raiz.
No existe alicerce!
Aquilo que no se v, sabe-se que existe, mas fica enterrado
dentro da pessoa. A escola constri o homem material, apenas o que da
rvore aparece acima do solo; preocupa-se apenas com tronco e folhas.
As razes so complexas necessidades que do razo para viver e no
se restringem apenas moralidade.
A religio deveria preocupar-se com o alicerce e completar o
que est invisvel, mas isto no acontece! Centenas as religies apenas
exploram as pessoas em seus metais e as enganam com fantasias. Du-
rante um curto espao de tempo at possvel enganar alguns, mas
difcil manter mentiras por muito tempo. Acrescente-se que todas as
religies fundamentam seu poder no medo de muitos e na inteligncia
de um grupo reduzido que lhes definem os descaminhos, sempre volta-
dos ao domnio e opresso pelo medo.
Todos os esforos, da absoluta maioria das religies, esto vol-
tados para um aviltante senhor e nico amo: o valor financeiro. A reli-
gio coloca de um lado um diabo e de outro um salvador. Enquanto um
leva o homem perdio o outro supostamente o resgataria. Em grosso
modo, as maquinaes teologais buscam fora do homem a soluo de
suas incertezas e angstias existenciais: s se manifestam se sua ao
for possvel de converter em ganho de qualquer natureza; principal-
mente financeira e poltica.
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Diante desta realidade, que constante em todas as civiliza-
es, no se constri ou se fortalece a raiz, o alicerce invisvel que
mantm o homem de p frente s tempestades e incertezas da vida.
Fica o homem jogado de um lado ao outro ao sabor de tentaes e re-
denes.
Na ausncia de formao integral e do despertar da conscincia
o desenvolvimento do homem fenece e de sua essncia lhe apodrece a
raiz nos pores da sociedade, razes atadas por inquebrantveis gri-
lhes; indestrutveis porque so usados voluntariamente, no exerccio
do livre-arbtrio.
A consequncia do livre-arbtrio o homem ser o nico ator da
construo de sua vida e responsvel tanto pelo mal como pelo bem
que produz. Ele responsvel por todas as suas aes, independente de
prmio ou castigo, Cu ou Inferno, ser bom ou mau. Se o homem no
gozasse de projeto que o criou livre e independente, de nada serviria
educao de qualquer tipo; bastaria seguir o que lhe fosse ditado pelos
instintos.
Mas no assim!
O homem responsvel por sua histria porque foi dotado de
livre-arbtrio e nenhum intermedirio, homem santo ou clrigo religio-
so o poder salvar; nem mesmo Deus interferir, porque o Grande Ar-
quiteto do Universo criou o homem independente, livre, dotado de
livre escolha. Se o Criador interferisse nas aes da criatura seria como
admitir a existncia de erros em seu projeto.
devido a isto que a Maonaria ensina que liberdade vem
sempre acompanhada de responsabilidade.
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Quem julga apenas o homem. O Criador no julga a ningum
e muito menos deixaria sua criao queimar pela eternidade num mar
de enxofre e fogo.
Quem escraviza o prprio homem.
E o que ilgico, o homem escraviza a si mesmo.
Ao longo da histria homem vem explorando homem em seu
prprio prejuzo.
dominado fora ou se deixa dominar em virtude de suas li-
mitaes e vcios.
No convvio social eclodem choques de todos os tipos. A vio-
lncia alcanou patamares insustentveis. Se buscadas razes fora de
si, a culpa pela violncia do meliante que pratica a violncia. Mas ao
lume da fria razo a culpa partilhada com o omisso que se prende
atrs das grades e muros de seu castelo, pensando que isolando a vio-
lncia l fora ser poupado de sua ao.
Diz o sbio que o silncio dos bons to responsvel pela mal-
dade quanto o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos
sem carter, dos sem tica. Ser que os maus ainda constituem mino-
ria? O problema que a sociedade est cada vez mais tolerante e omis-
sa no tratamento com o mau.
O egocentrismo cria legies de omissos e materialistas.
Resguardam-se na iluso de que o mal nunca cair sobre eles e
por covardia e omisso deixam o mal crescer. Mas como a realidade
mostra, o mal sobrevir para todos os que o provocam, seja por ao
ou por omisso.
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O cidado bom est por detrs das grades enquanto o meliante
est do lado de fora tentando levar vantagem. A sociedade corre atrs
de corrigir o mal depois de feito e pouco se faz de forma preventiva
atravs da educao.
Se o homem fosse apenas produto do meio de nada adiantaria
tambm qualquer tipo de educao. Seria simplssimo! Para resolver os
problemas de violncia bastaria modificar as circunstncias do meio
em que o homem vive. Afast-lo da sociedade que o perverte; como o
Emlio descrito por Rousseau.
Se apenas o meio modificasse o homem para o bem, ento todo
maom seria s candura! Mas a realidade no assim! Ser bom ou
mau questo de escolha, de exercer o poder do livre-arbtrio para o
bem ou para o mal, e isto modificvel pela educao. Incentivados
pela Maonaria, autoconhecimento e autorealizao so caminhos para
amenizar o mal porque usam do poder do livre-arbtrio do prprio ho-
mem para o bem.
Na poltica, o nebuloso clima de corrupo e a sensao de im-
punidade deixam a todo bom cidado desalentado. Isto porque o ho-
mem transfere poder aos maus ao vender seu voto. Desta forma os
maus esto no poder criando leis cada vez mais complexas e intrinca-
das de modos que ao meliante fica fcil constiturem defensores ma-
treiros que os defendam na corrompvel Justia.
E para complicar ainda mais, a Justia brasileira to lenta em
responder aos anseios do bom que como se ela sequer existisse. A
sensao de impunidade insuportvel!
Se a escola pblica realmente educasse o homem conforme
preconizado pelos iluministas, e no apenas o instrusse para o trabalho
assalariado, a forma de escravido moderna, a realidade social seria
diferente.
A Maonaria oferece a educao natural. basta ao maom apro-
veitar da oportunidade oferecida e partir para se auto-educar nos mol-
des ditados por homens como Rousseau e Kant. O iderio educacional
iluminista traou o caminho de uma poca de escravido ao absolutis-
mo imperial e clerical e pavimentaram caminhos para a Democracia e
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o Capitalismo, realidades que apresentam hoje outras nuanas e difi-
culdades.
Os eventos que sucederam os iderios humanitrios e pacifistas
dos iluministas tornaram-se sucesses de imprios de terror e amargu-
ras. Para os iluministas do Sculo das Luzes a violncia desencadeada
depois de sua atuao destruiu os resduos de esperana que ainda lhes
restavam. Foram revolues e guerras globais revestidas de muita mal-
dade, do jorrar de muito sangue inocente, de acendimento e manuten-
o de muito ressentimento.
A paz s mantida pela guerra; so guerras preventivas em to-
dos os quadrantes do Orbe.
A constante sempre o homem explorando o prprio homem.
Quantos hoje so os que seguem a nica lei, a do amor fraterno,
ditada por grandes iniciados do passado? Ritualstica, simbologia e
alegorias so ferramentas pedaggicas da Maonaria programadas co-
mo portadoras de mensagens de homens do passado para os homens ao
futuro, que o hoje. A educao natural preconizada por Rousseau e
Kant ainda est em sintonia com a dinmica social de nossos dias. Ca-
be ao maom usar da oportunidade que a ordem manica oferece e
desenvolver em si conscincia e valores morais com vistas sabedoria
que conduz a felicidade da humanidade.
a razo de ser designado construtor social.
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O bom senso indica que a tarefa do malho e do cinzel ainda no
terminou. Cabe ao maom morrer e renascer diversas vezes e ressurgir
sempre renovado de dentro da pedra bruta e disforme para servir de
pedra angular na construo de templos vivos, purificados da maldade
que o homem desenvolve quando se sociabiliza.
Certamente o Grande Arquiteto do Universo, atravs daquilo
que inspira o maom a pensar com sabedoria, prover as Luzes neces-
srias para iluminar os caminhos do futuro e usar da Sublime Institui-
o para a libertao do homem dominado pelo prprio homem.
Bibliografia
1. ARANHA, Maria Lcia de Arruda, Histria da Educao e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edio, Editora Moderna limitada., 384
pginas, So Paulo, 2006.
2. ROHDEN, Humberto, Educao do Homem Integral, primeira edio, Martin Claret, 140 pginas, So Paulo, 2007.
3. ROUSSEAU, Jean- Jacques, Emlio ou Da Educao, R. T. Bertrand Brasil, 1995.
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Herana Educacional Iluminista
Foram significativas as mudanas que se manifestaram na Eu-
ropa durante o sculo XVIII, e entre estas surgiu a Maonaria Especu-
lativa (1717), como parte ativa do processo de gradativa migrao do
poder para a burguesia, concentrado at ento na nobreza e no clero. O
Teocentrismo Medieval, Deus como centro de tudo, h muito instigava
ao lanamento de ideias que fortaleciam o poder do cidado. Aos pou-
cos o poder absoluto sobre o cidado foi desaparecendo e definiram-se
os contornos da Repblica. Na poca, por herana de prticas e costu-
mes medievais, os nobres viviam custa dos esforos de outros cida-
dos da sociedade, o que prejudicou o nascimento da indstria e difi-
cultava o livre comrcio.
Com a inveno e desenvolvimento da mquina a vapor entre
1765 e 1790, por James Watt (1736-1819), se estabelece o incio da
Revoluo Industrial, marca do fim do poder de imperadores e papas, e
nascimento do poder do povo. Os burgueses, na Revoluo Francesa
(1789-1799), usaram de palavras cunhadas por Rousseau (1712-1778)
que estabeleceram princpios de liberdade, igualdade e fraternidade
atravs das luzes, divisa usada at hoje pela Maonaria. Onde a Luz
dos iluministas significava o conhecimento em resultado do uso do
poder da razo humana de interpretar e reorganizar o Universo.
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O Movimento Iluminista visava inicialmente liberdade de
pesquisa cientfica, ao que, atravs de Rousseau, estendeu-se depois
para a educao natural com nfase no condicionamento moral e cvi-
co.
O Sculo das Luzes teve inmeros mentores, cuja ampla maio-
ria concordava que, em resumo, apenas o conhecimento poderia pro-
porcionar os meios para livrar os homens das garras do poder absoluto
que embotava o desenvolvimento. Qualquer poder estabelecido sabe, e
a Maonaria promove, que um povo instrudo e educado mais difcil
de conduzir com dogmas e crendices, mas mais feliz porque assume
o controle da sua convivncia pacfica na sociedade.
O Liberalismo foi outra forte movimentao da burguesia. Atu-
ando na economia, Franois Quesnay (1694-1774) e Adam Smith
(1723-1790) representam as aspiraes do cidado em gerenciar seus
prprios negcios sem a interferncia do Estado. Defendia-se a eco-
nomia perseguindo caminhos ditados por leis naturais, onde a figura de
um Estado intervencionista no existe. Na poltica, os mesmos ideais
liberais lutavam de todas as formas contra o Absolutismo. Na moral
buscavam-se formas laicas de tornar naturais as aes do comporta-
mento humano.
Por conta de abusos clericais e da Inquisio, que durou mais
de seiscentos anos, de 1183 at 1821, o Iluminismo rejeitava a adeso
religio. Principalmente s filosofias religiosas povoadas de fantasias
e alegorias ilgicas e impostas como verdades, que pelo aspecto veros-
smil so colocadas como fatos verdadeiros ao invs de declaradas de
origem ficcional, apenas para fins de ilustrao de verdades e filosofi-
as.
Os iluministas combatiam os dogmas que em religio estabele-
cem invenes foradas, inverossmeis, determinadas por decreto pela
autoridade religiosa como verdade divina revelada e que o adepto tem
por obrigao acatar; so imutveis; verdades absolutas que sequer
permitem discusso, nem mesmo pensar em contestao; imposio
que determina como o adepto deve pensar e at sentir.
Foi contra as religies que impem dogmas e fantasias, que os
iluministas se rebelaram; no eram ateus, muito ao contrrio! - Isto,
mesmo hoje, no passa de acusao leviana, falsa e insidiosa de parte
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dos detratores do Iluminismo. Defendiam o aporte de religio natural,
com orientao mais racional de f, ou crena naquilo que no visto e
ser apenas sentido ou intudo. O maom desenvolve f alicerada na
razo.
Bastava-lhes a f num princpio criador - semelhante ao que era
percebido pelo pensamento lgico do homem da natureza, o qual per-
cebia a impossibilidade de sua existncia ser obra do acaso; para o qual
aceitvel a existncia de uma mente criadora lgica e orientadora da
exuberante e diversificada natureza que o cercava e servia; e com a
qual vivia em dependncia.
Hoje se reconhece a simbiose evolutiva como obra criativa, on-
de a criao resultado da cooperao e co-evoluo das clulas em
processos evolutivos cada vez mais intrincados e complexos, orienta-
dos por leis definidas por uma Mente Orientadora, conceito ao qual o
maom denomina Grande Arquiteto do Universo.
O Iluminismo influenciou o Desmo, doutrina que considera a
razo como a nica maneira de assegurar a existncia de Deus. Princi-
palmente por isto, os detratores do Iluminismo acusaram o movimento
de introdutor do atesmo na sociedade moderna, entretanto, aquele mo-
vimento defendia a religio natural, sem dogmas e fanatismo. Para o
iluminista, Deus o Primeiro Motor, o Supremo Criador.
Desta magnfica ideia a Maonaria, que no religio, herdou o
conceito Grande Arquiteto do Universo, o que possibilita a reunio de
diversas linhas filosficas e religiosas num mesmo foro de debate, que
de forma proativa discute os problemas da sociedade e do homem; ato
impossvel para outras instituies, mormente religies que nunca se
entendem e provavelmente nunca chegaro a acordos fraternos na so-
luo de qualquer problema devido ao dio que nutrem entre si e aos
que no concordam com seus dogmas.
Na prtica manica, as proibies de discusses religiosas na-
da tm de incentivo ao atesmo, mas tm por finalidade afastar o ma-
om de discusses vazias dentro do pntano do fundamentalismo reli-
gioso e o conduzir para a espiritualidade natural, respeitando crenas e
a religio de seus irmos, independente de qual seja.
O ateu no recebido pela Ordem Manica.
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Para entrar na Maonaria so exigidas as crenas num Princpio
Criador e numa vida futura.
Ambos so dogmas.
As duas crenas esto aliceradas em f raciocinada de que:
O Universo organizado s pode ser o resultado de pensamento lgico;
A vida consciente iluso energtica que tem uma finalidade de ser, como resultado igualmente de pensamento lgico;
O Universo feito de energia, tudo energia, conforme a Fsi-ca Quntica, lentamente, engatinhando, comprova cientifica-
mente;
Em nveis energticos ainda desconhecidos pode existir a liga-o com a fonte da vida ao que se denomina genericamente no
conceito de Grande Arquiteto do Universo;
Existe possibilidade de vida, de conscincia, aps a existncia nesta forma energtica que transmite uma iluso de existncia
material para outra mais sutil.
Nada descartado! Nada afirmado. Tudo duvidado. Para
tudo o maom especula em busca de explicao, da verdade. E mesmo
esta verdade , de tempos em tempos, questionada. O maom o resul-
tado da libertao de eras de obscurantismo. A dvida constante. O
maom por natureza um herege. filho da heresia.
Alicerado em cincia, para o maom a espiritualidade parte
do corpo, sentida como a plenitude da mente e do corpo; mente e
corpo vivos, formando unidade. De alguma forma a energia que a sua
conscincia e corpo tem ligao energtica com o Universo. Os mo-
mentos de conscincia espiritual so observados como unidade, uma
percepo de pertencer ao Universo como um todo. A Loja estabeleci-
da representao deste Universo, o tero da criao, de onde o ho-
mem parte integrante do todo. Quando o maom contempla a Loja
como representao do Universo, percebe que no est lanado em
meio ao caos. "Ordo ab Caos", ordem no caos, sua divisa e inspira-
o de que parte de um projeto maior, de uma ordem mais elevada,
parte integrante de uma imensa sinfonia da vida conduzida pelo Gran-
de Gemetra, o Maestro da Criao e Grande Arquiteto do Universo.
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Para facilitar o entendimento de especulaes cientficas com-
plicadas da rea da Fsica Quntica que consideram quantas, istopos e
outras partculas, a projeo de vida futura construda no fato de que
o corpo nunca morrer e remanescer vivo, mesmo depois que o corpo
se desfizer em seus elementos moleculares a vida continua. Como?
Isso fica por conta da filosofia, porque no momento em que ficar com-
provada a verdade especulada ela deixa de ser filosofia e passa ao
campo da cincia.
E no apenas o sopro da vida, que comum a todos os seres vi-
ventes, continua vivo, mas tambm os princpios da organizao vital
dos seres viventes da biosfera. esta conscincia de ser parte do Uni-
verso, de ser esta a sua casa, desta sensao de pertencer, de ser parte
do todo que desperta no maom o mais respeitoso e profundo sentido
para a vida.
Quando na Maonaria a Bblia Judaico-crist utilizada na
construo de parbolas e alegorias, na representao de pensamentos
e ideias de forma figurada, os textos so utilizados apenas como refe-
rncia para a criao de estrias. As alegorias copiadas e depois adap-
tadas so pura fico! Verossimilhana que serve apenas de suporte
para a criao de parbolas que auxiliam na especulao do conheci-
mento natural; esta utilizao deixada bem clara para todos; a cul-
tura da Maonaria voltada para a liberdade; educao natural criada
por Rousseau (1712-1778) e complementada por Kant (1724-1804).
Por outro lado, a mesma Bblia utilizada nas atividades litr-
gicas das lojas formadas por irmos de religies crists como livro da
lei, a mais alta e sagrada representao do grupo, sobre a qual se fazem
juramentos e promessas, e da qual se extraem pensamentos e sabedo-
ria; o maom cristo constantemente instigado a us-la como fonte de
inspirao no trabalho na pedra; na absoluta maioria dos ritos, nenhu-
ma sesso manica inicia sem que um trecho da mesma seja lido no
momento mais solene de abertura ritualstica dos trabalhos.
A liturgia e instruo manica constam de alegorias definidas
em todos os aspectos como invenes, historinhas, fantasias, de uso
puramente pedaggico e com o nico objetivo de construir novas idei-
as pelos eternos ciclos de construo do pensamento.
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Estes ciclos, que Hegel (1770-1893) definiu como Contradio
Dialtica, constituda de: tese, anttese e sntese a base do desenvol-
vimento de todo o conhecimento humano: tese a afirmao; anttese a
negao ou complementao da tese; sntese a superao da contradi-
o; quando surge uma nova e inusitada ideia, diferente da primeira e
da segunda. Ento se inicia um novo ciclo de tese, anttese e sntese. E
o processo no tem fim.
o que ocorre nos debates da Maonaria onde, atravs da edu-
cao natural, se constroem templos, templos vivos e livres.
Estes so alguns dos aspectos do movimento Iluminista que in-
fluenciaram a Maonaria quando de sua fundao como instituio
especulativa.
Mesmo bebendo de inmeras outras fontes de inspirao sim-
blica e alegrica foi esta a origem de que a Ordem Manica se utili-
zou para promover a volta do homem natural perdido desde Atenas,
Grcia antiga, reportado por Plato em "A Repblica".
Na Maonaria o homem moderno tem a oportunidade de recu-
perar o que perdeu em virtude do desmonte da escola hodierna, colocar
os ps no cho, trabalhar seu templo vivo, dentro de um templo mate-
rial, edificado pela Maonaria praticamente s para a sublime finalida-
de do homem se autoconstruir.
Mas dentro do grande templo da sociedade, um templo vivo
feito por homens naturais que cada artfice trabalha na pedra, e com a
sabedoria da razo, a fora da vontade, ele constri a sua beleza interi-
or para honra e glria do Grande Arquiteto do Universo!
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Bibliografia
1. ARANHA, Maria Lcia de Arruda, Histria da Educao e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edio, Editora Moderna limitada., 384
pginas, So Paulo, 2006.
2. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreenso Cientfica dos Siste-mas Vivos, ttulo original: The Web of Life, a New Scientific Understandding
Ofliving Systems, traduo: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-
3, primeira edio, Editora Pensamento Cultrix limitada., 256 pginas, So Pau-
lo, 1996.
3. CAPRA, Fritjof, As Conexes Ocultas, Cincia para a Vida Sustentvel, ttulo original: The Hidden Connections, traduo: Marcelo Brando Cipolla, 13 edi-
o, Editora Pensamento Cultrix limitada., 296 pginas, So Paulo, 2002.
4. ROHDEN, Humberto, Educao do Homem Integral, primeira edio, Martin Claret, 140 pginas, So Paulo, 2007.
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Rousseau e a Educao Natural
Rousseau (1712-1778) disse que:
"Toda a nossa sabedoria consiste em preconceitos
servis; todos os nossos usos no so seno sujeio, emba-
rao e constrangimento. O homem civil nasce, vive e morre
na escravido; ao nascer, envolvem-no em um cueiro; ao
morrer, envolvem-no em um caixo; enquanto conserva
sua figura humana est acorrentado a nossas instituies".
(Emlio, ou da Educao, Rousseau, So Paulo, Difel).
Rousseau foi o mentor inicial da educao natural, cujas ideias
foram depois reforadas, melhor definidas e ampliadas por Kant
(1724-1804), estabeleciam um gradativo retorno natureza, no de
forma a transformar o homem em selvagem, mas pela naturalizao
comportamental e espontaneidade dos sentimentos.
Papis significativos foram tambm desempenhados por Dide-
rot (1713-1784) e Helvtius (1715-1771), quanto importncia no
desenvolvimento pessoal usando como mola propulsora as paixes
positivas e que rejuvenesceriam o mundo moral. Para obter a liberdade
individual, as paixes positivas desempenhariam valor vivificador no
mundo moral.
Os combates s paixes do maom dizem respeito quelas as-
sociadas ao vcio e licenciosidade, j as paixes ligadas s virtudes e
benficas educao natural do homem so fortemente incentivadas.
A escravido sempre se baseia na falta de educao; muito
mais fcil dominar o ignorante, violento e amoral que o indivduo es-
clarecido, ou iluminado pela educao. Quando a escola era domnio
da religio, ela disseminava a semente da dominao absoluta do rei
para assuntos polticos e da religio para assuntos metafsicos; assim
compartilhavam o poder apenas entre si. Consta de espcie de fornica-
o entre poderes: seja entre cacique e paj ou entre primeiro ministro
e o pastor da igreja.
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O conhecimento de antanho s era de fato acessvel s elites e
em todas as eras sempre representa forma de poder. Desde a inveno
da escrita a manuteno do Estado era realizada pelo escriba, cargo
que s os mais ricos e influentes obtinham. Em quase todas as civiliza-
es a educao era controlada pela Teocracia - isto sempre restringiu
o acesso ao conhecimento tcnico aos iniciados na religio do Estado.
No antigo Egito, Mesopotmia, China, ndia, na tradio hebraica,
enfim, todas as civilizaes centralizaram o conhecimento nas castas
mais abastadas da populao, e principalmente, em iniciados em mist-
rios religiosos da religio do Estado. Assim funcionava at que os ilu-
ministas introduziram modificaes na educao.
A educao natural, aquela voltada para a felicidade individual,
laica e no intelectualizada reduziu a dominao absolutista. Normal-
mente em convulses revolucionrias.
O grande valor do trabalho de Rousseau na pedagogia o fato
de dar ao ensino pblico uma conotao poltica e de valorizao do
homem em todos os nveis sociais, disposio exposta quando afirma
que a educao pblica deve passar necessariamente por formao
cvica, de identidade do cidado com o pas.
Afirmava no ser a educao pblica ideia dele e quem tivesse
interesse, que lesse "A Repblica", de Plato.
O ensino pblico e gratuito foi o veculo mais importante do
Iluminismo que preconizava pelo uso da razo no combate s supersti-
es e obscurantismo religiosos.
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A Maonaria instrumento importante, no o nico, na defesa
da escola leiga, no relacionada a religio e funo do Estado. Entre
outras acusaes, mas principalmente pelo posicionamento para a edu-
cao, a Ordem Manica foi objeto de violentas reaes do poder dos
estados, bem como, de bulas papais de condenao; dio que at hoje
no foi revogado.
O medo dos poderosos no tanto pela forma esotrica das
reunies dos maons, mas principalmente pelo fato de pela educao
natural libertar o pensamento do cidado, conscientizando-o de seu
papel na sociedade e no Universo. A ordem manica no concorda
com posicionamentos radicais ou de concentrao de poder, e isto lhe
rende poderosos inimigos. A vingana de insidiosos perseguiu maons;
mirades morreram para manter a ao de educar o homem do povo em
direo liberdade.
Em sua poca, Rousseau teve de fugir diversas vezes da perse-
guio. As bases de suas consideraes pedaggicas declaravam que o
homem em estado natural bom, mas a sociedade dominada pela hi-
pocrisia das instituies o corrompe, destruindo sua liberdade; dizia:
"O homem nasce livre e por toda parte encontra-se
a ferros".
Em termos polticos defendia que o povo soberano, e para tal
h necessidade de educar o ser humano integral; desenvolveu a ideia
da educao natural, nos moldes do que os nobres praticavam em certa
fase histrica de Atenas, na Grcia antiga, e hoje, na Maonaria, tal
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procedimento representado simbolicamente pelo homem esculpindo
a si mesmo de dentro da rocha disforme.
A educao natural rejeita toda e qualquer tentativa de intelec-
tualizao da educao. Na Maonaria qualquer pessoa tem acessos e
facilitadores a complexos pensamentos filosficos apenas por nutrir-se
da vasta coleo de smbolos e alegorias.
A linha de pensamento iluminista foi fortemente influenciada
pela obra intelectual de Rousseau na educao, inclusive vai alm do
ato pedaggico e de formao humana que ele apresenta em "Emlio" e
depois complementa em "Do Contrato Social".
Em conjunto estes trabalhos estabelecem conceitos de cidada-
nia natural do homem na sociedade. O objetivo de Rousseau sempre
foi o homem do povo; do cidado com vistas ao desenvolvimento do
homem natural; que no deve ser confundido com o homem da nature-
za, analisado em seu "Discurso Sobre a Origem da Desigualdade En-
tre os Homens".
O homem natural o melhoramento do homem da natureza, o
cidado como essncia do homem civil, mesmo quando este convive
em ambiente hostil s virtudes como acontece com o maom hodierno.
O afastamento de Emlio da influncia perniciosa da sociedade copi-
ado pela Maonaria quando suas reunies acontecem longe e isoladas
do mundo externo, num mundo idealizado, igualitrio, perfeito para o
desenvolvimento da educao do homem natural, que:
completo em si, a unidade e absoluto total, aquele que tem relao apenas para consigo e a coletividade;
Como homem civil no nada mais que uma frao em relao ao corpo social;
Como indivduo usa da razo e da universalidade da natureza do homem para usufruto da felicidade;
O homem , em essncia, um representante da espcie humana
que, dotado de razo, deve desenvolver-se atravs da educao natural
para ocupar seu espao no Universo.
Em seus estudos Rousseau define que o homem no se reduz
apenas a sua condio intelectual, no apenas razo e reflexo, mas
condicionvel pela educao a controlar sentidos, emoo, instintos e
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sentimentos, numa educao natural ativa voltada ao usufruto da vida,
por ao proativa e movimentada pela curiosidade. Algo assim ab-
sorvido na vivncia da rgida disciplina ritualstica existente nos tem-
plos da Maonaria, local onde muito de seu pensamento voltado para a
educao natural foi adaptado e veio at nossos dias. A pretenso a
mesma da dos tempos de Rousseau: libertar o homem e torn-lo feliz;
a Maonaria apenas propicia os meios e o local para o homem se auto-
educar.
Na ordem manica pratica-se a educao de si mesmo, a edu-
cao natural; que j parte do projeto do homem. O entendimento
simples se considerar que o livre-arbtrio permite apenas a existncia
da auto-educao. bem diferente da educao voltada para o conhe-
cimento, dirigida quase que exclusivamente para a escravido, alie-
nao pelo trabalho.
A educao natural est voltada para a liberdade do homem em
sentido lato e atravs do qual honra o ato criativo do Grande Arquiteto
do Universo.
Bibliografia
1. ARANHA, Maria Lcia de Arruda, Histria da Educao e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edio, Editora Moderna limitada., 384
pginas, So Paulo, 2006.
2. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreenso Cientfica dos Siste-mas Vivos, ttulo original: The Web of Life, a New Scientific Understandding
Ofliving Systems, traduo: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-
3, primeira edio, Editora Pensamento Cultrix limitada., 256 pginas, So Pau-
lo, 1996.
3. CAPRA, Fritjof, As Conexes Ocultas, Cincia para a Vida Sustentvel, ttulo original: The Hidden Connections, traduo: Marcelo Brando Cipolla, 13 edi-
o, Editora Pensamento Cultrix limitada., 296 pginas, So Paulo, 2002.
4. ROHDEN, Humberto, Educao do Homem Integral, primeira edio, Martin Claret, 140 pginas, So Paulo, 2007.
5. ROUSSEAU, Jean- Jacques, Emlio ou Da Educao, R. T. Bertrand Brasil, 1995.
6. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tra-duo: Ciro Mioranza, primeira edio, Editora Escala, 112 pginas, So Paulo,
2007.
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Kant na Construo de Homens Livres
Kant (1724-1804) melhorou as ideias de Rousseau (1712-1778)
na linha do pensamento iluminista, traduzindo o pensamento daquele
nos termos conhecidos hoje na Maonaria:
Busca do equilbrio entre corpo, mente, emoo e espiritualida-de ficaram esclarecidas e desvinculadas de intermediao por
terceiros; o maom trabalha s num templo vivo, que ele
mesmo;
A educao pessoal passa a ser focada no aprendiz, no aluno e no no professor, no clrigo ou numa instituio; o aprendiz
trabalha em si mesmo; todo maom eterno aprendiz no que
diz respeito aos seus assuntos;
Limita que a razo no capaz de reconhecer realidades que no provocam a experincia sensvel como: Deus, imortalidade
da alma, o infinito do universo, liberdade, questes metafsicas
e conscincia moral; da o cultivo da espiritualidade ser parte
da educao obtida na Maonaria, que no religio; a espiri-
tualidade parte indissolvel do processo de educao natural
sem configurar-se em religio; na Maonaria, escolher uma re-
ligio responsabilidade individual;
Diferencia os princpios racionais da razo especulativa; razo da apresentao, pelos maons, de mltiplas facetas de uma
mesma verdade em suas consideraes e especulaes; deixa-se
para o ouvinte formular seu prprio juzo;
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Aproxima a razo prtica com a vida prtica e moral; isto o que recebe maior nfase no desenvolvimento manico para
preparar o homem para a ao social e de onde o maom deriva
ganhos em todos os aspectos, inclusive financeiros;
Desenvolve raciocnios a respeito de se cumprir o dever pelo dever e no em troca de favores ou benefcios; a espiritualidade
e a obedincia civil instruda pela filosofia manica no ba-
seada em prmio e castigo, cu e inferno; cumpre-se o dever
pelo dever e no com vistas a um ganho de qualquer tipo; a
obedincia se d porque o maom deseja ser bom e no em re-
sultado de benesse ou tribulao;
Incentiva o homem a agir pelo dever e combater a boa luta inte-rior entre a lei universal e as inclinaes individuais, lanando
os pressupostos da liberdade da vontade;
Preconiza a aprendizagem do controle do desejo no com vista a um suposto prmio, mas pela disciplina para atingir o gover-
no de si mesmo e a capacidade de se autodeterminar; de modo
que cada um forme em si mesmo o seu prprio carter moral;
Que mesmo sob foras de coero, a finalidade principal pro-piciar o afloramento do sujeito moral de modo a unir educao
e liberdade; na Maonaria a liberdade resultado de treinamen-
to, condicionamento do equilbrio entre liberdade e responsabi-
lidade;
Define que nenhuma verdade vem de fora do indivduo, mas construda pelo cidado em si mesmo, com alicerce naquilo que
ele foi e ; o indivduo quem permite que a verdade lhe pene-
tre mente e corao por ao da razo treinada e instruda;
Estabelece que liberdade de credo seja o ponto base para a boa educao; isto enriquece o debate dos assuntos tratados, visto
sob a tica de outras interpretaes religiosas e derruba a razo
de tanta separao indevida em nome de verdades que s vezes
divergem apenas por mera interpretao semntica ou posies
de pontos e vrgulas;
Cria critrios de liberdade e tolerncia religiosa; a razo de na Maonaria sentarem sob um mesmo teto pessoas que em outras
condies seriam capazes de se agredirem ao ponto de se mata-
rem;
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Afirma que a pessoa moralmente livre fim em si mesma e no para alguma coisa, para ningum, nem mesmo para Deus; isto
de forma alguma limita o poder divino, antes, o enaltece, pois o
Criador criou a criatura com o esprito da liberdade, com livre-
arbtrio; especificao intencional e caracterstica da criatura
ditada pelo Criador; O projeto do homem inclui a autodetermi-
nao, tudo passa pelo filtro do ego, pelo livre-arbtrio, e neste
mecanismo nem o Grande Arquiteto do Universo interfere; a
criatura foi criada livre; e liberdade responsvel das principais
divisas utilizada pela Maonaria.
Por influncia do Iluminismo, Kant cunhou o verbete alemo
"Aufklrung", em portugus "esclarecimento", onde ele afirma que o
homem culpado de sua prpria menoridade em termos educacionais,
quando esta deficincia no for falta de entendimento, mas falta de
coragem ou indolncia.
devida a Horcio, e neste mesmo contexto utilizada por Kant,
a expresso latina "sapere aude", ou "ouse saber", que determina ao
homem munir-se de coragem para saber, estudar, conhecer.
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A Maonaria provoca o maom a largar de sua acomodao de
menoridade e que desenvolva a coragem de se responsabilizar pela
vida e pela sua histria, conduzindo a sua existncia para a maioridade.
Insiste-se que se abandone a culpa que o escraviza e o submete ao sis-
tema de coisas. Isto incutido j na iniciao do primeiro grau, quando
no pode prescindir da conduo de um terceiro em seus passos, cuja
dependncia dos irmos vai se libertando cada vez mais na escalada
dos graus.
inteno que o homem saia de sua condio de culpado pela
menoridade e v luta, que saia de sua acomodao e comece a pensar
por si mesmo, utilizando-se plenamente de sua capacidade racional. As
provocaes contra a alienao do pensamento e da heteronomia, dei-
xar-se conduzir por outro, pretendem livrar o homem e conduzir para a
educao natural. Fomenta-se que passe a assumir o risco de suas deci-
ses e coragem para superar o medo que inibe os processos criativos.
Para obter a coragem de determinar-se livre, o maom se utiliza
dos irmos, do apoio que deles emana como grupo. O indivduo intera-
ge com o grupo, agindo cada um reciprocamente sobre o outro. Esta
interao pode levar a ao positiva pelo condicionamento pela educa-
o, mas no determinante porque depende muito da fora de vonta-
de de cada um em determinar-se, de superar o ego, de derrubar as qua-
se intransponveis muralhas do livre-arbtrio.
Para obter a liberdade apenas coragem no suficiente. H ne-
cessidade de comprometimento pessoal, a auto-educao, de o maom
esculpir-se para fora da rocha disforme e rstica, da aflora a possibili-
dade de transformao interna, da transformao do homem integral.
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Ao superar a minoridade da heteronomia2, o medo da liberdade,
e assumir a responsabilidade de si mesmo, desperta o homem natural
definido por Rousseau; morre o homem escravizado e nasce o homem
livre.
Todas as iniciaes da Maonaria so exerccios de aprender a
morrer para aprender a viver bem. Mostra-se o quanto efmera a vi-
da, da resultar em motivao para viver bem a vida, de ser bom por-
que assim a razo o determina e no porque possa sofrer algum castigo
ou receber determinado prmio.
Ao ser humano que faz uso de sua capacidade racional dada a
oportunidade de construir-se a si mesmo, de esculpir-se de dentro da
pedra em todos os sentidos. Trabalhar o todo de si mesmo bem acima
dos instintos e produzir cada caracterstica individual de sua prpria
existncia.
Esta a educao natural definida por Rousseau e Kant na
construo de homens livres e donos de si, que na Maonaria so pe-
dras vivas e independentes, construtores com seus prprios corpos do
edifcio da sociedade.
2 Sujeio a uma lei exterior ou vontade de outrem; ausncia de autonomia.
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E este trabalho justifica o fato do maom nunca iniciar uma ta-
refa antes de render honra ao Grande Arquiteto do Universo.
Bibliografia
1. ARANHA, Maria Lcia de Arruda, Histria da Educao e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edio, Editora Moderna limitada., 384
pginas, So Paulo, 2006.
2. ROHDEN, Humberto, Educao do Homem Integral, primeira edio, Martin Claret, 140 pginas, So Paulo, 2007.
3. ROUSSEAU, Jean- Jacques, Emlio ou Da Educao, R. T. Bertrand Brasil, 1995.
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Influncia da Educao Manica
Educao manica na construo de homens.
Especula-se que:
O universo resultado de projeto inteligente com finalidade de-finida;
No o resultado de ocasionais ocorrncias aleatrias;
A vida tem propsito significativo;
lgico pensar na vida com inteno de preencher finalidade determinada, planejada.
Na contramo disso, o homem percebe que muitas de suas ati-
vidades so dispersivas e alienantes no uso da vida. Para a maioria a
vida no tem sentido, principalmente na forma correta de usufruir o
que realmente a natureza intenciona no viver bem.
Na atividade do homem no se concebe que faa o que certo
em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros.
Como far em sua caminhada para no perder a viso de sua
vida em sentido lato?
Como deve agir para usufru-la como um conjunto indivisvel?
O homem que se iniciou nos mistrios da Maonaria descobre
na vida a existncia de maravilhas a serem exploradas, questionadas e
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aplicadas para usufruir de sua existncia da maneira mais equilibrada
possvel com o propsito do Criador.
Pela educao manica o homem deixa de ser morto-vivo de
comprometida viso da vida.
A Maonaria e seus mistrios oferecem ferramentas e instru-
es que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua
plenitude. O senso do mistrio alimenta emoes residentes na psique
e que so trabalhados nas atividades manicas. A cincia em forma de
arte traduz a emoo fundamental para o progresso pessoal. So mist-
rios que no inspiram medos, o maom faz o bem porque isso parte
de sua nova vida e no porque tem medo de algum castigo ou almeje
hipottico prmio depois de morto.
Se aplicada passo-a-passo, de forma simples, a essncia da vida
aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravido, do
servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a
sua fora ativa at sobrar apenas bagao. Ao sujeitar a ambio ao con-
trole racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior at que a pr-
pria fome e pobreza. Ao inspirar coragem e deciso no adepto, a filo-
sofia da Maonaria conduz quele que passa a confiar em si mesmo e
conduz seus prprios passos ao prazer de conquistar a vitria sobre si
mesmo. Ao sentir que capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a
conduzir aos que ainda no despertaram.
As noes filosficas da Maonaria auxiliam na absoro dos
conhecimentos que livram do obscurantismo e da alienao ao traba-
lho. So aplicadas apenas poucas horas semanais em treinamento e
convivncia que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e
erros at obter a viso necessria para dar sentido vida.
No se trata de entendimento intelectual, poltico ou crena,
mas de sentido misterioso, ainda inexplicvel, de intuio individual
que d sentido vida.
Cada adepto usa da Maonaria para dar o seu prprio sentido
para a vida sem ficar batendo cabea em tentativas inteis e fantasio-
sas.
O sucesso pessoal no devido exclusivamente fora ou ao
conhecimento, mas diz respeito vontade frrea, de coragem para agir.
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O entendimento de como caminhar por conta prpria advm do conhe-
cimento esotrico que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e
profissional. A convivncia manica inspira o conhecimento intuitivo
e o fortalecimento do carter que conduzem o maom, que inicia a si
mesmo, a uma conscincia superior. No um super-homem, mas um
homem renascido de sua prpria deciso de fazer de si mesmo uma
criatura em permanente evoluo.
Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na
construo de um templo social onde ele incentivado a ocupar cada
vez mais cargos, pblicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade
por bons pastos. No se trata de conduzir gado de corte por frtil cam-
po de engorda e deste ao matadouro da explorao, mas de propiciar
oportunidades razoveis de vida sem eliminar as diferenas e os desn-
veis que so caracterstica de civilizaes saudveis. a sabedoria
salomnica aplicada no dia-a-dia do cidado.
O homem sbio mais forte que o bruto, pois conhecimento
aplicado com sabedoria eficiente. O conhecimento prov a base sli-
da da construo pessoal que se afasta da alienao do sistema de coi-
sas humano pela aplicao do pensamento sbio.
Maonaria arte.
a cincia que permite construir o intelecto cuja compreenso
possibilita o despertar, o abraar da iluminao que vem da racionali-
dade conduzida por balanceada espiritualidade: diferente de religiosi-
dade. A luz que o maom busca o aperfeioamento pessoal em seu
dia-a-dia. A Maonaria faz deste entendimento o ponto essencial a ser
alcanado. mero coadjuvante o esforo das atividades manicas
restantes ao objeto central que a evoluo do homem.
O estado de iluminao inspirado pela Maonaria destri a
mscara da iluso do sistema de coisas humano que manipula separa-
es e quebra de relaes que conduzem a alienao da vida para obje-
tivos fteis e inteis. No instante em que o maom abre os olhos e v a
luz do que certo e errado torna-se sensato.
Desaparece a iluso e ele deixa de experimentar o que est er-
rado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta mais vezes
j no primeiro ensaio. Some o ilusionismo com seus truques que sub-
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metem o homem ao servilismo voluntrio em virtude da perda de no-
o da realidade.
Surge nova conscincia quando a iluminao esclarece a dife-
rena entre religiosidade e espiritualidade. Fica claro o entendimento
de que a crena em verdades absolutas ditadas pelos sistemas religio-
sos no torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. Tambm no
espiritualizado o maom que no iniciou a si mesmo, que insiste em
aprisionar-se na execuo de rituais sem penetrar em seus significados,
daquele que estaciona no bsico que o smbolo desvela e no se esfor-
a em enxergar para alm do smbolo.
A inteno da educao manica criar a identidade prpria
do indivduo afastado de influncia ditatorial externa e aproxima-lo da
dimenso espiritual que j reside dentro dele. O smbolo manico no
foi exposto para revelar, mas para ocultar significados que s acordam
quando devidamente provocados. Esta viso de outra dimenso existe
em todos. Basta que acorde. No est contida exclusivamente no pen-
samento, mas numa rea m