Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca...

23

Transcript of Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca...

Page 1: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.
Page 2: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

' ----

~

PoRTUGUEZA I LUSTRAÇAO --'I ·--· li-

Edição sema:o.al d.o jornal "O SECULO" Dlrecior-J. J. DA SILVA GRAÇA A>:iSLNATUl\AS: Portugal. co1001aaportu~uezas e ~)st>anba:

Propriedade de SILVA GIU.ÇA, C.TD. Trimestre .............. . . . . .... 2$60 ctv·. Edllor-ANTONrO MA.lUA LOPI::' semestre.. . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . sioo •

Ano. .... . . ...................... to oo • NUMERO AVULSO, 20 ctv. lledacção. admlotstruc110 e ollcloas: Rui j1 Socult, 41 - llSSOl

l\ delicada pele das

resente-se muito com o

vento, com o sol ou com as mudanças de tempera­tura e de clima.

Usando, porém, o

que é um maravilhoso pro­duto de beleza, ficarão de­fendidas d'esse perigo, con· servando a pele clara, vi­çosa, macia, livre de man­chas, asperezas, queimadu­ras, etc.

senhoras ~~

A' venda na

Após o . créme, devem

passar pelo rosto uma nu­' vem de

produto só comparavel aos melhores do extrangeiro, ti­nissimo. gara ntido, de per­fume agradavel, que póde u<:.ar-se com toda a confian­ça. Ha em todas as côres.

Preferido por !odas as senhoras portug"ezas ven­clc111-sc em todo o Portu­

gal centenas de mi­lhares de cai­

xas !

Perfumaria da Moda, 5, rua do Carmo, 7 ~ o mais artlst ico estabel eci mento de Lisboa e nas 1ttrn1a- \~.F-K:~

c1as drogarias e mais impor tantes cAsas da espe<>i11li<lade em iodo o irniz, ilhus e Afr ica. Os ped1d

0

os pera revenda a~vem ser dir1-g1dos a AVRé'S Dl.f CARVA LHO. rua l oe11.s. " '· série dos escriptorios e tahrrce

~ '

-=-

-~

CULTURA ESTETICA i Deposllo f(eral no J>OllTO : Coosul· 1orto ocora r lo J. Matos. .Rua Sá da Randelri1. :li!:.. - Bm LI!';IJOA : i.;

A mulher consegue aper/ezÇoar-se como

uma 'f/enus, consultando MA D A .A(f E CAMPOS Dzrectora da

ACADEMIA SCIENTIFICA DE BELEZA A venlda da L.lberdade, 23

-Telefon~ 3641 -

CONSULTAS GRATUITAS ENVIANDO ESTAMPILHA

~ J. ..

!'Uva, Rua Ar co llandelt·a. l/117. 2.'. I':, - F.m llUAGI\ : Gomes & Matos. Ave• olda Cent ral. - to. o UllA Zll-. P ARA: A. Ma aos . nua Pa(lre Prudeoclo, 66.

[~ i~, ~l~!~N!! i Q . Todo• 01 Mt dieo• proclam11• qa•

1 ~ :~~~~ DESCHIENS "'ª"' I~ dt l tmog1obina

1 ---~- ou"•M SEMPRE 1 :o-- ~)re;,, -

Page 3: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

ILUSTRACÃO PORTUGUEZA ...)

EDJÇÀO SEMANAL DE cO SECULO,

li Serie -N.0 757 Lisboa 23 de Agosto de 1920 20 Centavos

Sr.• D. nraucn do Goutn Colaço. Ilustre poetisa e e.crltora

CAPA- DECORAÇÃO DE LEAL DA CAMAfü\

Page 4: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

, ~0111@@-9

EFERE um correspondente do •Secnlo., em Paris, que o sr. dr. Afouso Costii ten­ciona regressar a Po1·tugal , pa1·a aqui to­mar pn.rte activa na politica e dirigir um partido cimenti\do em bases novns, pois que o chefe, n'nm ambiente propicio ás observações do seu espírito a1-guto e so­frendo, natnralmonte, as i11 fluencias sa­lutares d'esse ambiente, modificou velhos habitos, n'mna palavra, modernison-se.

Â. reportagem, ainda mesmo a mais in· teligente e anh\da, nem sempre acerta; no emtnnto, IÜ.iJ:miições como as que cita.­mos não se 111.zelll sem (1mdauumto, e te­mos assim, talvez, a. conlissão do que mui· tos chamarão erros, mas que não são se-

não resultantes :Catnis, de !enomenos independentes da vontade.

Excelentes servidores tom tido a Republica portu­guêsa, a par de muito maior numero de servidores fn. nestos, todos, ou qnasi todos cheios de boas intençõeR, mas a verdade é que, n·um periodo que já. não é curto, desde a. queda do antigo regimeu até hoje, só dois nomes se conservam fortemente grava.do« na memoria do povo. Em ocasião de deS11nimo 011 quando, por outras ciI'cmur tanclas se sente a necessidade de apelar pam alguem com faculdades dirigentes, são esses dois nomes os qne passam de boca em boca, vibrantes de esperanças ; os dos outros políticos, mesmo os que tiveram a sua hora de fama, apagam-se, como aateroidea imperceptiveis, quando na sna orbita brilham estrelns de primeira gran· dez&. Ora, um d 'esses nomes é o do sr. dr. Afonso C<>sta; amigos, indiferentes e at6 inimigos o prommciam, uns em alta voz, outros bnixinho, nus com decla111ida fé, ou­tros não 1:1e atrevendo a apregoa-la. A noticia d"a,9;ora, veiu, por isso, alegrar muita gente e corresponder a muitos desejos, patentes ou secretos. Coufirmar-se-ha? Ainda qne se não confirme, os seus eteHos nito podem ser senão benélicos; pelo menos, tndica aos q1le pretell­dem dirigir a coisa pliblica o caUiiuho a sognfr, pro­clU"ando imitar em tudo o impetuoso reformador, espe­cialmente na tra11sfo1·maci'to a que o correspondente alu­de. Modernisem-se, modernisem-se, que já não é sem tempo.

Para reconhecer a necessidade d'essa transformação em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i­na.l. o demorado contiu:to com civilisn.ções adiimtadas, com almas em efervesceucia, na an.cia da conquistara­pida do bem; mesmo entre nós essa necessidade se sente e até já se proclama corajosamente, com geral aprovn­ção. como o fi7,e1·am ha dfas, na Sociednde de Geogr/\fia, na sessão da coruemoraQão dll batalha de Aljub1trx·ota, o chefe do ERtado e o chefe do Governo. Hão de ficar ce­lebres as palavras que pro11unciar1im, pelo sen patriotis· mo. pelo seu desassombro e principalmellt-& porqne, acon­selhando a união de todos os portuguêsea, co11den:irmu implicitainente a politica uefosta que os tem separado e q_ne, por uma intransigencia de espíritos inferiores, nega a onda qual o direito de pensar como lhe aprouver.

Admiraveis orações foram as d'esses dois homens; ouviram-nas o paiz, do norte ao sul, e pa1·a que se fizes­sem ouvir ní'to foi preciso que tivessem p1~lavras a mais,

a e 1 o

qne íossew .-paleio•, no pH01·esco dizei· do povo e do •Secnlo•, na sua campanha cont1·a essa peste nacionol; calaram na consciencia p1lblica. porque foram de verda· deira eloque1lcia, da que, segundo os velhos mesfree de retorica, •ganha para si louvor o eíitimação, mantei:n o Esta.do e é o doce amparo da humanidade.• Ontra trans­formação que principia . ..

m Ão é só em Lisboa que se encontralll long11s filaa de lí.l pessoas, ás bichas, como por ai se diz; tambem se

nos deparam na provinoia e, por vezes, em condi­ções cnl'iosiesim1111, como ntua que p1·ef!e11ciámos em certlt aldeia dos anedores de Coimbra, em plena. i·owaria, e que não se tinha lormado para a conqui&ta de gene1-os alimeuticios mas por motivo muito diferente. Era uwa cbicha• de padres pregadores, que se estendi!\ pelos de­g1'ans do pnlµito e f.inha a c11uda a meio da. egre,ja. No pnlpito um dos padres recitava u1u se1·wão, e uns oito ou dez colegas esperavam impacientemento que aq11ele terminasse, para gl\llharom vez e despejar po1· sen turno o encomendado discurso ao Senhor, pelas melhoras do freguês, a quem a divina Providencia valêra em trruises aflilàvos. Os ditos sace1·dotes observavarn a compostura. devid1~ ao sen mister, was em voz baixa incitavam o pregador a que se apressa.~se, porque tinham mais que fazer e o p1·eço do serwão não cowpensav11 o sa.crilicio de uma longa espera.

Soubemos depois, q1w, el!l geral , esse preço não ia. além de vinte e cinco fostõeR, o qne real111e11te, no mo­mento actual mal chega para urn quarteirão de hostias, antes de consagrndll.S,

7fl M sorriso de criança desarma os p1·opoaitos mais \.1..,\. severos . . . A. direcção do Casino Peninsular, na

Figneira dii Foz, tinha l'esolvido, a pedido d'al­guUB sócios, que d1u-ante a p1-esente epoca balnear as c1·ianças cNu menos de 12 a11os de idnde não tivessem ent:i:ada no salão nobre, isto é, não assistissem ao con­ce1·to e ao baile, porque a. sua chilreada e desenvoltum incomodavam as pessoas 01-escidas - e que não tinham filhos. l\Iauteve-se, porém, n decisão tres ou quatro dias apenas; logo qae o ntimero de sócios aumentou sensivelmente aumentou tambem o dos descontentes e nnwa bela noite, quando os pnres se embeveciam enla· çados 110 euc11uto d'uma amorosa valsa, rancl1adas de pequen11chas inortlpe1'1\111 alacremente pela sala, salti· taudo, gl'itnudo, rindo, e imediatamente o formalismo desarmou e a ordem da direcção foi retiradn, com apra­zimento geral, mesmo dos qne a tinham p1·ovocado, pol'qne, - coisa uotavel ! - avisa.das as crianças de que deviam po1·tar-se com se1·iodade, depois do pl'imeiro impeto inepri111ivel, elas passaram a conse1·var-se aten­t1is uos seus logares sem embamçar 08 dança1·inos d 'ai po1· denute e ouvindo, 11 'num deliciosi\ a titude de con· ceutra.Qã'l os impecnveis acordes do nlagnifico se:deto Benetó. Vingam-se á noite, acompanhando e repelindo ruidosamente as cançonetas dos JJellini, mai; estes suo os p1·imeil'os a solicitai· a intervenção infon.m, que a ningu.em incomoda e que são 1' nota mais interessante das longas noitos da praia.

de 1 v a

Page 5: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

--

Por

A questão dos carros eleoiricoR tem siclo tra­tada, por nssiw dizer, por tod11 1\ gento, tnut1111 f.eem siuo as discnHHÕOH npnixou1l· dos que tem provocndo. E, t11lvoz po1· isso metuuo, e1<l.'\ cada voz mlliB i11tri11Mdn, do modo que ''~ente concluo inBOllt<ivolwento

que se n viaçilo primitiva. Ceitll com vt'I ho1< cnrro­çõcs puxados por mulas, eri\ como qno um qnebra-

costl\8 dos desafortunados qno füthnm ti" viajar na cidude, n de hoje, sensivelmente molhor,\dn,

ó, p'>rám, um q uebra·caboças p:•m o quul niu· g110111 encon ka solução ...

Em meio da tormouta que por af se levm1tou, os ncionist11a da ('ompnuhln Carris de '.Perro trouxc•ram A tela dn di11ou11Ri'to 11111 problema gmve, qno co11Rti­t1ie 11mn torrivol a111011Q1\ no nosso dfreito de vitL,jtu· comodameute. Vejamos do qne se trata. A 11ituaçllo da Compa11bi11 ó procaria, tauto que el1\ uão dil. lm quatro 1111011. dh·ldoudo nos i;eus aciouistas. };in vir­tude d'i11to ell's declararam publicamente qno n dis­solução d'ola i.erá utu facto. 11e os poderes consli·

lho permitirem novoi:1 aumentos de tarifas. ~·

rnidos não lhe dorew os meios rlecessarios para ~· fnzel' frente t\ cri-.o qnu ntrn,•oRsa - isto ó, so uilo'

-.-~~·~~~ ............ .,..,.....,,.__,,,_.~~~ • ' ..:: .

J

............. """'-.__ '"\\...' r.R/:çA!.

Um carro cletrlco - •Prú Graça •. aguarela de Stuart Car,·aJha"s

Page 6: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

O caso, repe· timos, á grave, uão só porque significa que os ncionistns pl'oíe­r em ... audar sós do que mal a c o w pauhados, mas tam bem por qne nos coloca, 11

todos, na contia· goncia: de cal­cnrriar, heroica e q uotidiaua­ruento, u wa boa parte dos hect.

8.3'.1:0.000 dli area da cidade - com o qne só rej ubillnão natUI·istns e sapateil"os - ou, antito, de awacl11tcar pacientemeute os ossos, n troco de nlgnus vintens, nos canoções que, inevitavelmente, vil"ão sabstHnir os carros elecfricos.

Oh l os carroções l Como eles evocam, Jlll sua modestia, atr1\vez a os!umlld1i legenda do Passado, os ossos resistentes da ufüwa gera­ção!. . . Os carroções, como os carros nlomtejanos e as e 11111lns-pos­tas • minhotllfl, foram antenticos siu1bolos de uma ápoca e de um povo. Ha meio seculo a cidade não era tão Tasta como agol"a; po· i'ém, como do Pelouriuho a Belem on a Xabrega.s a distancia 6 coisa de respeito, o Progresso entendeu, a bem dos interesses da geute da. cidade, instituir os carroções para o transporte de passa­geiros. Então, em troca de seis vintena, de dia, e oito, de noite, o alfacinha que se presava passou a vilij11r uoe enormes canos d1i Cou1· pauhia do Omnibns, que [a.liu em 1868, deixando no publico a sau· dosa memodil da sua existencia e n 'ulgune esptritos a triste len:i-

brança de algnm•\B dividas ... l\Ias, estava eaorito qne o alfacinha não mais andal·ia,

a pé, grandes distimcias. O Destino rai·amente se atraiçoa o, assiw, anos depois, estaboleceu-se no Pelo1u·iuho umn gritude empresa de e citar-à-banes•, com car1·eil'as para o Poço do Bispo, Casca.as, Lumiilr, Bemfica, Mafra e Cintra. Viajar n'eles era um regalo para os tngarelas;

toda a geute que pensava duas coi­saR sobre os ns­suutos do dia di­zi11·as ai i, com os· tentação e oom orgulho, bem ai to' para todos ouvi·

uma curloslsslma coleccão de bllhetes dos Carris de Feuo. - um americano. (•Cllcbé• serra Hlbclro)

110

Page 7: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

l'eut e dizerem de aeu o que entendes­se1D por convenien­te. Se1· paasageil"o d'esaes carros 01·a o mesmo que tomar o compromisso de 11;ri· tar, de barafustar. Ai do que não desse sinal de si l O des­graçado, sob os olhares desconfia­dos de una e po1· en­tre os comentmfos acet boa de onh-os, via·se obrig1\do a saír, autes mesmo de te1·min/l.da a viagem, como se fôra nw reprobo ou um traidor ...

D'es'e modo, os • ohar-à-bancs • de carreira eram eempx·e pontos de reunião pitoresco.a, onde se tratava de tudo - desde os negocios pu­blioos aos negocios particulares. O Destino, po1'ém, - sempre a Fata­lidade l - comprazia-se ern demorar a ob1·a da Civilisação: ciuoo anos depois o gado foi atingido por uma seria epidemia de sarna e, como diabolioo complemento de tal calamidade, um violento inceudio queimou as estações e palheiros do Pelontinho.

Teria acabado, por tal fórma, o rein11.do do carroção em Lis-boa? .A. principio, toda 1\ gente o supoz; mas o negocio era po1· demais lucrativo pam ser, 11bandonado. .A.ssim o entendeu o popular • Fówe11io1\ de Alcantin·a.•, o qual, pouco depois, ins­talava na rua do Livramento, perto da rampa dl\B Necessidades, a ena estação de carroções. O homem não tinha mais que dez carros, mas logrou fazei· !ortuna com êles. O seu exito tentou outl·os, de maneil"a que d'af por deante é di!icil fazer a histol"ia de todas us emprezne de viação, tantas loraml

.A. gente d'esse tempo, porém, lembra-se ninda doe car­roções de Diogo Freirinha, do José da Bateira, do F lo1"indo, da Em preza Salazal" (que ainda hoje existe), do Sicl61·10, do Síl veeti:e, do te-mível Ripe1·t (do­no de 60 oarro­çõea ), do celebre

Jacinto Gon-

• ~r!;~sd:aº º~~: roças> (hn

Bilhetes da Carris. - •Pró Inlendente>, um carro do •Chora•, por Emerl~o Nunes

117

Page 8: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

~--p v ~~!1ºº lalcoido), dn E m·

prezados Rnto111 do ltam· bon e, !inalmonte, do Com· panhia Curris de Feno de !Jisboa. A luct1~ estobele· cida enh'O êles, pela con· oorroncia, foi homerica e t.errivel, tanto que muitas veses os passageiros paga­ram oorn desastres p;rnves a comodidade d11s viagens velozes. . . Bnsc1wdo o fa· vor do publico, cndn nm d'eles, procurava blu·ntear as tari!as e chognr aoH pon · tos de destino m11!H do· pressa do qne os ouh-011, df' modo que muitos onrro· ções ficaram por ol, á bt>ira das ruas, desconjuntados.

A Companhia C11rri11 ora, de todas as emproznR, n que mate comodidades ofo· recia ao publico, por isso que os seus on1·roções andavam sobre car· ris. Ospre· 9osdascar· reiras, a primeira das quaes foi a de Santos aos Caminhos de Ferro, variavam de quaren­taasessen· ta reis.

PorE!m, n. Compa· nhia, em Agosto de 1!) 01, 1'0· solvia sub­stituir a tra o9ão animal pe· la tracção electrica e,

•. ..

para se livrnr dos llOUA

competidores, com· prou·lhes todos os cM· roe o muares a cem mil reis cada.

Estabelecida a viação electrioa na cid11de, que veio dar a oKta um aepecto bem diferente do de então, 11 Cal'l·ls gnnhon rios do diu hei· ro.

Os seus lucros. como se calcula, tronxo1·n1u· lhe serios conco1·ro11tC'K - o Saraiva, o S1u·dl· nha, o Moita, o C'nuon e a • Luaitam\ •, osta fund11da por antigos om · pregados d'ela. O maia perigoso, porém, fol, 0111 1005, o

populat• Ednn.rdo .Torga, •Ü Chora., cuja ompreza se lni· ciou com cincoenta Cl\l·ros e 100 RS.

-·~ co111 preQos a dez e a. vii;i:~ " q rói11 1 A conoorrencia outro ele e a Co111p11nhia foi 1110· donh1l1 dimdo motivo a VI\· rias dornaudas nos tribu111\C!I e a polómiol\6 na imprensa. que lograram interessar o apaixonar a opinião publica.

l\las a gnorra veio. E o auimo d'aquele homem, quo tantos d lasnborea e conh-a­riedades não tinham podido quebrar, dut·anto mais do dor. anoR, foi veucido, afinal. A ali111enta9i'lo do gado e os sa­lal'ios do pessoal nmneuta· ram, n ponto de que Ole não poudo resistir- e faliu. Po­bre e Chora• ! Q11em não se recorda, com sa11d11de, d 'Gs· ses arromõdos de traq11Hm11\ quo lorn111 a alegria e a de· íe1111 dos pobres coutra o po· tentudo dn Carda'?

Quando os carro­ções foram substitui· dos pelQs e l eotricos, a cidade ganhou em beleza o que porde· ra em pito­resco.

Estesquo eram a uHiw1\ pa· lavradaCl· vilisaçi'lo em trans· porice ter­restres; a· queles fo. ram a ale· gria de to-dos qunu· tos anda·

i·am n.os tombos por esse mundo em bnscn de emoções fortes. O p1Ulsa,,aeiro de um olê­trico tem, mais ou monos, a cerwza de que fará a vingont 1le111 perigos ; o de um cnrroçi'ío, pelo contra-1·io1 la • á mercê de Dons• - u'esto caso, do cocheiro ... -espo· rando a todos oa mo· 111011 toa o acidente que o levaria ao bau· co de um hospilal.

A jnstilic11r esta enposiQão hi~via som· pro o desastre êfo ves· pom: - um carroçi'lo

do ,J !IOlllto que se voltitrn, ali, 111\ T>nmpulha; nm do Ri· pol't qno choc1\ra com ou· tro do Rambon, nos Cu-

uma colecção doibllheles das »artas omprezas de v111çl'lo quo tem havlélo om Lisboa. - Um auto movei de carreira usado em Boston o Clllcago

Page 9: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

~°' do p,,,.., • mOio de uma cor1·ida de veloci­dade. . . e quautos mais!

Engana-se quem supo-11er que, depois do eatabe· lecimento da tracção elà­trica, a preferenoia que muita gente teve pelos oarroções era devida á mo· dicidade dos preços. Não o era. O que levava muita gente a viajar nos •Cho­ras• era p1-eoisamente o aspecto pitoresco, hila­riante, de taes viajens.

Em todi\ a parte se en· carrapitavam os passagei· roa e não haviam posmras municipais ou ordeus da policia capazes de os ar­rancar d'ali, senão depois de chegarem aos pontos a que ee destinavam.

O perigo dos apertões, com todo o seu sudario de calos esma· gados, de im· prec119ões, de ar1-elias, era bem maior que nos car­ros e l e c tri­coa. Mas os viajantes, vi­c ti mas de taes precal • ços, racioci • navam, com uma pacien­cia evungeli • ca:-Ora! é o cChora• 1 ••. é o Sala· l!larl ... é o Jacinto! ... -conforme os carros em qneviaja· vam.

En'isto ba· via todo um compendio de filosofia.

Pois, como se poderia exigir coisa mdhor, por tão vil preço ?

Apesar de tudo, porém, a gente do povo gostava de viajar n'eles. 011 fosse o honor ao Progresso, ou fosse o amor pela Tradi­ç1ío - o povo fa nos cOho· 1•1\s • da cidade como se fOra nos e char-11-baucs • que conduziam, em tem­pos idos, os nossos avós <is romarias. O h·11dicio­nalismo não é, como se vê, uma palavra vã ...

Até ao ultimo dia da sua existencia, os carro· ções andiwnm pejados de gente; era a melhor ho­menagem que o povo lhes podia pi-estar. Ainda hoje

60 Rf,is ·Serie A , t. p \Õ (1l\•..lfl'U'1J a foH't\ ,•,, tt•IU~fl,U tofit~ 'hllb.Ce

~11 r<' rtt ,. r1 J)ll"tn •

L..~~~~~~--~-'---'~----'

IH. CARRUAl}trns

60 .Reis

Oavid dos Santos

·~

···~ resta d'eles, porém, um ! pouco de saudade nos co· rações de quantos os fre­quentaram.

N'isto, como em tudo o o que tem sido caracteri­sadamente português, ha ha ainda llllla réstea sua· vissima de Sebastianismo. Bemditas sejam as almas ingénuas que teem tempo para recordar o que lá vae, nn. poeira mrbilho­uante do Tempo! ...

• •

Tudo na vida passa. Desde a Companhia dos Oumibus á Empreza de Edua:rdo Jorge, tudo desa­pa1·eceu. Já agora-o uso faz lei - Deus per111Ha que não des1ipareçam tam-

bem os ele· tricoa. Cada um de nós, por certo, se resignará . a esperar bo­:ras inteiras nas paragens, a aturar as observações dos condu­tores, a sub· meter-se á von,ade su­prema dos guardas-frei· os, a ficar am achuc11do nos apertões deu tro dos carros, e tudo isto - senho· :real - em troca d'esta concessão

simplicíssima: que 11 Com· panhia não abra !alencia e continu0 a meter-nos, á .,.011t11de, a mão nos bol­so.• ...

Se êste complicadissimo problem1i dos canos ele· tricoa - tão facil de re­solver, afinal, senão fOr1l a elevada tempe1·atura a que o puzeram, com os seus argt1mentos, a Cama· ra Municipal, Co,mpanhia Oal'l'is de Ferro, 11 Asso-ciação dos Porta.dores de A.ssiuatu1'118, a .Associa· ção dos l!lmpregados da c. o. F. L., a ÂlilBOCiação dos Viajantes cd~ Borla• e ouh'as entidades muito respeita.veia e dlignas -não é resolvido, quanto antes, a populaçilto estará duplamente fatigada: -po1· andar a. pé ha uns

131lbetes éla antiga viação lisbonense- A viação em Locdres.

Page 10: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

• poucos do dias e por se ver obrigada a aturar as irritações e inoonveniouoina dna part06 0111 JiUgio. Terá chegado, então, a hora do falarem os paseaglliroe sem associação de classe 1

• • • O balanço da situação dá-nos 011te roenltudo: -~ que não valia a pena termos progredido tan­to ... para que os carros estivos11ew parados. Antes existisse o velho carroção, bn.n1lhento nas suas rodne de ferro que foi a alegri1l do lisboeta.

Quando era ele que uoe transportava do um lado pnra o outro, aos solavauoos, fo11011do um ruldo Infernal por essas ruM, uilo h1lvla dlspu­~1s, nem greves. Todas as emprozl\8 Jlrocura­vam apenns servir o publico. O paSl!A· golro d:ivn 10, 20, 60 réis e ora coneldo­mdo o respeitado; úS empreza<t recouho­cinm que só poderiam vingar pelo f1~vo1· d 'ole. Agom não.

,,.,,· QUIN TA F EIRA. n1111r:rr. ~." l'nra o CA'\IPO (; l\ .\XIH: parle do J,.\ llGO no J•I:JJ(OLlllSJIO !rs

horus da 11oitr. O Dirci:tor

N .

/;lilli -- catta6a • fmlllll. u r

TR'°'N S PORTl:;;S AUTOMOVE1 8 \

MPANHIA GERAL DE CAMIONAGENS k:: r =----:.-. ::.,.•• ==~·- 'U-=:=;

/ Ena Companhia encarrega-se do t od,o& 01 Hrviçoa feltoa om Camiou1 e reapo.nsablllaa-ao

r{ ~·~eu~ carr~(lam~t~-=-·.....,. · ·~ / l'•••·H • t111.uza 4• 0011.eorvar • •t• btlllot•

A Companhia resolveu quo oe carros nilo snfBBem para a rua, a Camara quor que oles saiam. Uma tom a força mnte-

rinl por seu lado, a de não abrir os por- ilii~i~~i~~ tõos dos •car-barns•; a ouh·I\, a força moral. E o pobre passageiro tem npemi11 que se contentar - -=========-------com n prosa do,, cowunicudos da Companhia e com as notas olioioSl\B da Camara ...

l't'dO·•r .t 0

tin1·n ria '' n~~rv.tr J':; t•le h1U1el<' dnr:.nt~ a \Íl'lft'lll

N. 2---64- f '

Contrato da Impofiçaó dos Carros.

Porta de / . C. . ~4/e<-./~

Santa Apolonia, Pg. R.éis ~o.

Em Ú:f d/ ~. de 'l?J

·--B1a1

'O chere dos rlsc:aea i<a com1>1rnbta dos Clectrlcos Sr . .João Josê da costa. Tem 70 ano~ de Idade e~ de serviço na companbl• t,m blt1101e do carroçào.- Um bllbele dos nctunes c111 compRnbta do camtons.-Um bilhete do secuto XVI II e dh·e rsos bl111ete• d1•

YlaçAo lisboeta

Page 11: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

XXIII ANO N.0 1183 SEOUNDA FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 1920

Jll"LEUEllT~ /IUllOlllS TICO Ol

Redação. Administração • Oftclnu - Rua do Seculo, '3- Lisboa

Medidas de finanças o sr. rnlnlstre das Flnan~as prnpoz

um cruprc~ll mo de 1!0:11110 con1os. f)os jornni li

Com sessenta mil macaco'5 I Quanto terei eu que pagar de juro? . •.

Page 12: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

PALESTRA AMENA

O SECULO COMICO - 2 -

Farmacias

Da influencia da latitude nos preços dos generos

as m11nch1111 do sol interveew l'UI mui­tos fonomenos lerrestrea, etc. · quo Bdruirn. pois. que a dife1-ença de latitn-dn i11fhl1l no preco dos genero1!"! Yni muito ªº""'l n ~nftl-ra l'lltl'o OK

ftJ ngoru. oxalá que o resultndo d'm1ta Iarmacolltlcos diplonmdot1 e• Oli ujndau­rovolaç11o o d'est.a descober1ia 11110 R«j1~ tes de íarmacia cr611ico11, tlevoudo reco­nlguw ncordo farmaceuiico. 1>1w11 tio llhccor-i;e q1Le ambot1 011 (1011f.omloroi; Ke

1 >11 111111hort·~. quP flilo 1ido11 0111 }l}co- 11nlformis1mm1 os preços, 11iv(1l1111do·OH ft•om pot·tado briosnmont< .. 111111! po1· om· uomin l'ollti<•11. >'Ilhem que o preço do- poln nlln. q111111to sem roKultadoH q111• 110 vojnm. riva do v11rlns eleu1euios. OK qnniK AO ] . N eutra l . ~},•idoutement?, pam v(ludor farinha do podl"m 11"rup11r om formulas matewnti- linhaça e mmnpnlar n11111 111it1~11ra ><llli· 01111, 011 1uilc,;, pbe11rlo-m11tem11Hcas. por- - m1 11implc-; niio 6 prPCiKu fruq11011(11r que ll mntcmalh•n á 11 scieucia du i.nÍll· 0 ' h ?j1wh·e111idades. mil>! por outro ln<lo, Jm libilid1ulo 6 f.ai>1 fort?tu(us ni\O reBiRl!'Dl l Omczm 11Jt>dicnmm1&os quo lll'('Cl'Sifam 1Jo CllÍ· no m11i11 pequeno piparote. Pois 1<im, ums o qnn niurla não ocorrell a nenhum :Xilo 11nbomos se já diss6mos quo o _., oconomhlla !oi lutro<lur.ir nos calculo~ 110H110 ·'forques é actualmento novo-ri-;, k; , o ull'1111•11to lnlihule, "· no emlnnto, acn- M, por &or ne:i:ocindo, com nquolo tnlen- 1-._ '/ · \

conformo 11 11i11t11m•ia 11 que o 1orrm· 11e d'11lbo11. fünlim, se o nilo disbá111011. di- _2)·, 1

linmos dn v1•rificnr qne o preço vnr!n lo que todos lhe co11bece111, 0111 palh1111 ~\

onconfra do Ml11111dor, medida :o mn- zomo-lo ngorn. Í..\ '1 • •',\ ridiano. O }fo1·q11es, está, pois, riqui11Ri1110 e, ,, ~J. , 1 ~

Voi 1111 1''ii;tnoi rn d11 J•'or. q1w d11mo11 po1· conacqneucia, l"Odeon-so do tod1111 1 i palo oxt.mnho forto, que nos ap1'('ssn- fifi oomodld11dea de que soem rodii1M10 ~-mo11 a npre,;onflu· á cousider11çilo chi os privil(lgindos. exigindo os 11•~peoti- 1 • 7

/

.\ca<l"111i11 Ja11 Srien<'ias. uílo como fi. , VOH respcitos e coutrunelias dll!! po.-i;ons 1 • tnlo para a <•aml.!lotum d · sooio11. mil!> q11P K(I lbn aproximam o quo 1•lo tom ~ por pntrioti,;1110. porque é dever de to- por inforlot'OS. ldmlo. pouderaç1to e csludoh, quo !!•Í a11 dol! os p11rtu1?11õ'e~. o l'Ontribuit-e1u com Comprou o )fa.rqnes uma quinln 110H Clti~o.ln_s dilo o qno downndam g11rn11tin" &uns luzo~ pnra a.a i:torms nacionais. 11rr,.do1-e11 da cidade e, posto quu vh·1l10!1<•mi11. quo outra coi'<n niio ~ão ª" dr>scobortiis j 11 'um pnlncete urbano, todos os dinK ltl _< '01110 todos. pot-ãm, tN•m din'i~ :i como 11 •111e e~t.11110" C:\.-pondo. vui espairecer, trnusportamlo-110 11110 vida. pro OmoR num KOlu~·iio q1w n to·

Xt•Cf·~sitnudo o sinutaxio d'ellfllR Ji. 11'u111 nuto1110\'0l. como ,orin 1111tu1·al cios l!a\i1<fará e vem a 11or o divitlire111-uh1111. dll 1111111d11r avin1· certo mt><.lirn- 11111R n '11111 jnmeuto. qno co11Hcrv11 do~ 1:11• llR fo1·maci_111 em dnaH c·uto:i:o1·hn1 011 monto 11 1111111 furwucin, pois qne 6 para so1111 tompo11 de pobreza, po1· gl'lltidilo o cl11!1111:s, cxpltc1111do-110 na tnbol· ta qne tr .t111· dn !lnt1do qno HO vti obl"ip:ndo 11 11111i111~do, po1-quo aewpre FIO e11tondora111 ospocie rl~ droguR ~ª. vo11do 11111 end11 nb1uu.lonut· m1 d licins tle Lisboii dn- pL·rr111~a111011to, ole o o bm·ro. u 1!11~ o quais us h1ib1htnQÕ<'H do re~pe· i·nuto doiK w1•z1•>< no nuo, dil"igin·RCl I\ Orn. h11 dias. dirigia-ao o ) fll l'queH p11· d1vo gtireute_. ~ l'K!l' 111ío ó diplo1111~l':• qno fü1h11 mniH prwf.o do cru;a, 1i r 1rn111• rn a qniutn. ucowpnnbndo polo crindo n ~aboleta 1l\"tRar1t, 0111 l~ll"ll~ hl'lu vtNI· rin JJimpo, nu rofl'rid11 t•idudr o ui por- lfomiio o tilo absorvido so eucoutmva ve1K ~Cn~1tcl11o rom CHles u11•dl(':111w11fo1< ~nntnu quauto lho cm;ti1ria o cli\.o 111... '' ~"~1111 Já sr• 1111bo. qnl~ n hmm•m pndl\ d;c•umrnl(•, se1111o-lhe rP:>poutlido poi· ~,1 t r · '' ~7">. 11v1~n· 11pcuns rero1t11<1 11.ioc1•11l,.H. um ajutlant~., rl .. r.oiN de demorndos l'Jll· ,

11 ~ .J - bm todo o cuso. doi; d 1plu111111lo11 "do11

cnlo.-. quo - """oito lo,;tõe11. '1f_J ~ "" r~C·'',: -..-'.~r - nilu cliplomnclos. lih ·ra 110" 1Jo111i111:•. Xi\o 1~r.ulo11 o pN!ço"no Í~.!ll~>i, poii; u... ..e.._:_ --------

quo 11 lll"!lllUI merl'ncloria na,.; ínr11111rins dl 1•apital c·11i;t1\0llZUlOstões. eocnc11111i- ~~ Torre de Chifre nhon-B•' para onh·o cstnbelecimoutc> 1l 1

tnc~nto 1-?0UOl"fl. n farmacia Hiu1&i-;, a · vi•it" pm'"º" da priml"ira. t' é As ondas

C~111111to c111-tu. et1te. medic11me11lo '.' /:.~l{('A~i · ·~-<..;r.,--;p. r pol'l/:lllWhnoH 1110>1trando ;i l'llCP iflL. ' • N 1 \ ilo pelo mar g11lop1111do

• OVOH <•11lc11 OH, por outro COUHpi1•110 ,\ l'i.'bOlnr num li 1111111 prnfü:111_1 ti' o u><ti\ l'CKpoi;t11 : 1 Oopois na praia ospraionclo

- I?ezouove tostões. • . nnH v11ri11K 1·ogitnções em quo o 11011 ln· l'i desfazendo-se 0111 PKp1111111. 'lrns tlo!ll~ru~lon este preço 11 v1h11111, minORO c<'rebroó rertilieslmo. qnN\Íl"On·

do quo o pr1111e1i:o, pelo que se resolnm xou 11 rcden o deixou c·nminhnr a bP1<t11 I a pro~nwr torl·o1ra forwacia o. foi et<!<l\ á vontml<'. I >e imbilo. z;ia! O animal <'ID· ª,do Hotoro. un praç11 onde 11 figura ~e bicou, ajoelhou e 0 )!nrquc.i osk•udou­!•orunndctJ To11111z. o~ bronze, noll ?a a ~0 ao comprido nn esb"uda. Rom quo o 1111prcs11i'lo d1• que :m salvar o p;u d11 Hom11o. que fa 11 seis pll8SOt! de dietnn­forra. lilda n rocmta e pergnutado o cio, lhe pudesse vnl&r. No emfauto, o pro~·o, sontenct·ot1 um w11ucobo ele fn. fü~l crindo. correu cheio de 1-11111to o gri· lns d1>1ic1ulm1 t' 111rm1111s: lon, oKpoutaucnmcute: -~uatorzo t0!1til0!1. O' homem ! Etipo1·0, que 1>11 já o -'l ouhn 11 bond1~cle d" nvinr, 1"<'!!1'011· lovnnlo !

111011, t•om. 11 1111tiRfa~·~o do q110111. fü1lm _ Homom ! exohunou o )fnrqneH. 01~ gru~hO q11111bo11t08 rálS em der. ll~lllUlO~. g11011clo·t10, iudi~llldO. (~Un lllOrlOH t11IO

FAs o c11eo. coutndo com a s1111plic1· ClllRl'R 'l dude que me1'<'co . .Pura ele chamamos , -J~u ... balbuciou 0 Romão. n atençilo dos competentes. não nos -Você o que á é m1úto aliv•vido re11taudo duvicl~ d~ ~ne vai ~evoluci?" <'hnmilr-me chowe'm. !> como FI'! .. 11 fo~ n11~ o mundo 11r1euhl1co o qm~·á coutr1· ~e ,.011 iguol ! Edtá despedirlo. bmr_pnra a resolução do problewn oco- E por mnis explicações que o 1•rir111o nounco. qu~ é o nosso pc_sadelo actnul. tentM110. foi posto no olho d1\ l'Ull, por

Já so S<1b1a qutl a lua mílu~ nas ma· te1· insultado o ~!arques, ohamando-lbo rés e no crcsr1monto dos pepinos, quo tão foio nome.

\" eem lá do 111111· lm"!!o f~1wm sabe de q110 1m1·a!?P111 <"hoins de desgo11to nmai-:!o l'or tão louii:a viH.!?!1111.

Yeom d'outros ho111is[n1·io>­Vieil11r 'Portuira I Oa llORSOS CÓll!I !10l"ÍOH <~110 niio 1111 outi-o igtml !

Quizel'I\ Rer e111l.>11lndo Oh! oudna nest1e soio! 11nra longe ser levado. P11r11 onde N•sa ni;nn voio.

E só voltar a meuH ll\l""" D'aqui a muitos 1111011 f~unndo as ondaR dos m<ll"tt" .\.pagaram os deseng1111ob!

Victor Cabrita.

Page 13: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

-À .. . ... •••

Datas As datas histo1·icas, priuoip11lmenie

aqnol11s que warc11m dias de gloda pa­m o 1tol!so exercito, não devem esque­cex-se - e 6 sempre co11venie11te qne se recoi·uem. Om 11 data da batalb1i de ;\ Jj11bn1-rota é d'essns, sem d11vld 1, mns porq11e demonio so escolheu o 53.'5.0 ruúvorsario p<U·a a festejar e niio o :536.0 ou o õ3!.0 '1 Até aqui, o c:oslíl1-111e era haver testna polos coute11arios, como se vai fazer p111·n. memorru: 1\ l·e­volnção do 1820; 11gom, em 1111wel·os bicudos, não temos icléa de caso 11na­logo.

E depois, se alguom disRer que hou­ve apenns a í n tenção de anaujlll· mais um !erilldo Jtl\Cional. cham<'m·lhe mlL liugu11.

ô ele fante

l'<·do111 ·110R 11 public11oão do seguinte :

•Sl'. i·cdacto1·.

O SECULO COMICO -3-

EM FOCOG) Alvaro de Lacerda

Qual chuva de maná no tempo antigo, Vai cair a mantP.iga em cataratas, Vai-se inundar Lisboa de batatas, Vai-Tios entrar em casa um mar de trigo.

Teremos bacalhau, fiel amigo, Decerto a pontapés, como as baratas; Carvão, e11c!ze-se o Tejo de fragatas, O açucar vai chegar-nos ao umbigo.

N•wna palavra, emfim, d'lzoje em diante NO.o faltará /dmais o necessario, Paíz não haverá mais abundante.

- Milagre! alguem dird; pelo contrario; Para tal resultado, foi bastante Nomear o governo um comissario! cl'o1·m ita-me q1w recorra á pnblici­

dudo ao sen periodico, para protestar o meu reconhecimonto pelo modo co1110 BELM f RO fui rocobiclo poln. popnlação d'estii Ior- ~~~~!!!!~~!!!!~~~~~~~==~~~~~~~~~~~~---,.;;;;;;; lllosri cid1ido e por todm! as mais pro· =--- ---Ym1 de cousideraçiío que tenho recebido. D oidos[ F ugas :)!ilhares do pessoas ioolll viudo ao .Jardim 7.ioologico apresentai·· me as snat> . . . l'reocupaw-se Uluito certas pessoas homeuagena, se111 qne ató ngora ne11hn· 1 • Doida !:lllll•, dotd<l nito.» é~ que se por ter desaparecido um documento do ma mo touhn atirado pedradas ou tou-1l~1111 me~os em t~dos ?ª .1or111us, n1~m~· p~·ocesso que sôbro os fosforos fõra er1· tlldo v11ft111· oa oll.toa, como f\Coutocen á cHmdo hv.ros, rhsc11t1ndo casos mti- vmdo 110 Supremo Tribunal .A.dmillis­minlul colegn Venns. A lém d'esta de- mos, of,c., reconltocondo-se, ao que pa· trativo. fetenoia, ontnls tenho a as•irullar, com rece, que muitas po~so11s estão iuter- Olhem n grl\llde coisa! Mais preci­os men1:1 ugradeciwont.oi<: unelas om n11uricomios sew mo~ivo. Até aos nos são os (o&foros e levaram o c11-I Pdu1eiro. não !ni convi(lado pam mi- ,jl\ apa~·ecou nm 1n·ojecto de lei p11J:a rniuho llo doc1tmi.uto ! nistro, nem para comis!lii.rio elas 11ubsie- l·euied111r a pouca v<wgonhn.

Jonas tenciai:;, nem u1esmo par1t alto coJ.UiSsa- Pois sfm, 111:1s o <J.ªº se vG , ~ qno 11i11-1 rio 11111' colonfos,seriugação, que, com o g uem dá pi·ovideuPrns. qmmto aos ma­se sabe é costumo 11plic11r a toda a gou- lncos q~10 1111d11111 por aí ll. pas~c:w u 1

te qne so deseja e11cra,r1n: f!eguudo q11e devram estar uôfl u11m1cow1os o <~ue e1>lá tndo umluco, eis uma ver­toom-me sido fome<:idns regnlarment~ que siío uns IS milhõ<>s aproximndameu- dP.de iucoutcatavol. maa que haja nl-11s snbsistoncias. sem mP obrignrom n to... guom quo p1\sso 11 c1·u.vefr11 ela maluqui-ir p1m1, na •bichas•. o qne muito n1e ce 11lé o incomens1u'llvel. isso é que 6 incomcxlin•i11; terceiro, 11i11d11 uenlnuuu, • duro do roer. PoiR lm: bit o .fonas, do UIOllina me collvidon para escrever Edades f ellzes C'oliseu, que Clll tempos om que tOd:\ li

gonte doRo.jaria não le;r estomngo. ou, "\.... , . ~ pelo menos, tor utn estomn.go reduzi-~ lleveln o •Se~nlo•, ~u RUll ediçao ~o- dissimo, npnr<lCe com dois cf:tomngoR •

.,,.r.,, ,l tnrna. que~ di . Oldf10Jd chegou n le- u~m meuos! A modiciua, :1o qno dizem .. ,.,- i11nlt~d~~ áoe1c11 d~ mul her, chcgaudo .ª los l·eclawos, não sabe explical· o feno-

.·· ·.)~ co~clu ~t qnnl n ed:lde ew qne ~1116 m111s 1110110 e tlÓS mnito menos, 11e 111 tnl nos · · i ~ felrn. :N ndn U?B d1r. com 1·e11p01to ao ho- importa, mus 0 que nos importa _ 0 6 f ;

1· mem, ma.<; d esse sabeu~os nós que " ossll 11 rm:ào por que a.bordamos 0 fn.

, Á.. _ · edade eu~ qne é ~1111~ feliz é aquela.· · J cto 6 que Ro cousint11 o espcct11cnlo -......_-... ._....,,,_~; - e111 quo .Já so 1111-0 importa <·0111 mn· d'nm homem a cornei- por uma. d1111ill

l l heres. perante. centos de possoi~s, c~dn.. 111111:

quahiuoi· pousn mento 0111 t1 l l>n rn, toi·tu - _ •- _ d~\fl qn111f!t nií1o pode com~i.tsouno ,i de-

. • 1 cunn par ,o ( o que uecess1 a. r.r a ~•te po~1cafl pei<sou~ ce ebl·eH esca- R Jf . if. 1. 'rempos honvo em qlne 0 :-õucci foi pam, lllC(llSlV6 08 pnq111de1•mes. evo a s1gn rna 1va adnrimdiSSÍUIO no1• Í'IZ(H° 0 COlltruriO

cl'o1· cstm1 i·11zve!l e q11ere11do d'al f -- ',. , ' i;:um ruot)~ SÍ"'ll: f" (:.'. O ' • 1 do ([11 0 far. O ,J OUl\R. J>oil-' boja é ainda ~outt·o ei;I or" d~ 1 d~l+ .qmm~o 1~"' Pn- U1JJ lclogJ:;tw11 do lm11dl·e'l, tlo tUit H, os ::l11t·ci q1le c.levoriau1 expll1·-se, para ,,8 tou dlspo~to" a, ~' t:~º· ?ºªd~ .Já q110 di.r. q ue rebe11f.o11 11 111<1 revohwão ant i· 'i 1·0111:1olitçíí.o elos ontror< ~110ci. que so-']~···,uio •

0.0

' 1 m llt 1~b'1 .Pªa111 0 em- bolchuviliti. 0111 Hakn e 11oticias lml:lte· mos todos uóK. O .Ton11s é 1ut111 provo-

! vo• n .. 1 llll • COll )•t 11111 o com li . ,.. bol h . t I ~ " d t 1 mi.nhu . rte ara 0 desal'oao , • r~oros a .u·maiu que oe; e evrs us 11- , 011çao e. lll•O e~e esp1tn 11: que qu~1 . vo q e ~o d.Pf t 1 ,... ~ uw tº g1mw. n;lo 6. C(IUI apanharam 1111111R qnor noite o imbhco lhe 11110 permita tru!o 11 1 is UI amen ·0 m(I em iii.- boai:; c11lc,:as. '[que encha i;enilo um dos estowagos. e

· De v t.

1

E depoif! ve11l11tm p11ra cá dizer-uos rep11rta o que estnva destinado ao oe-. e e. que o Baku uilo tem uada com as cal- gundo, pelas pessoas regnlarweute

lspanos, elefante. oas ! conformadas.

Page 14: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

4 O SECULO COMICO ------

O Progresso

O carroção I O americano I O eletrico ! . . . O galego.

Page 15: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

A Rainha Santa e Ignez de

Castro são as figu-ras simbolicas e de­corais deCoimbra. Tei­xeira Lopes modelou a primeira numa linda imagem, que procissio­nalmente todos os anos atravessa Coimbra, de Santa Clara a Santa Cruz, entre incenso e foguetes, em festa rija, que constitue uma pro­rogativa da cidade de­bruçada sobre o Mon­dego. Pela primeira vez este ano, fo i ornam en­fado o trajeto que vai da Calçada de Santa Izabel á ponte e quan­do a imagem da esposa do rei D. Diniz passou na Praça da Comercio, o rancho de creanças, que a nossa gravura mostra, entuou um hino dedicado á Santa. Ran-

A procissão ela. llalnlla Santa na Rua Ferreira B~rces

0~. i: ~- \ -

chos de trica- ~ :-'\)?~~ ....

nas dançaram, de Aveiro vieram ·~' duas musicas, hou- ,, ., . ve fogo de artificio, ""

missas, festa de Egreja .• e o conego Chousal da Sé de Evora e o Dr. Santos Farinha foram a Coimbra para maior lustre da festa.

Na procissão toma­ram parte todas as ir­mandades da cidade, a Confraria de Santa lza­bel de Lisboa, a irman­dade de Santa Joana de Aveiro e perto de mil anjinhos. A procissão saíu ás 21 horas do con­vento, entrando á meia noite em Santa Cruz.

Tambem tomou par­te nas festas o Orf eon de Condeixa. O rancho infantil da Praça do Co­mercio cantou lindas quadras de Antero Lei­te, Octavianode Sá, Tito

Page 16: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

B ete n co u rt, Martins de

Carvalho, H o­racio . Poiares, Mario Monteiro, etc., a maioria com musica de José Eliseu.

Foram, como se vê, imponen­t i ssim as, este ano, as festas da Pa d r o e ir a de Coimbra, a glo­riosa e santa Rainha D. lza­bel.

As meninas r.ucllla d'Andrade e nosa Adelaide Ferreira, vestldas á camoonesn A Praça do Comercio decorllda para as !estas

r- Coimbra tem a sua festa tradi­cional que uma lenda maravilho­sa alicerça. Quasi to­das as ter­ras teem a sua/ mas a de Coim­bra a todas sobreleva pela bele­

za e poesia que a unge. Depois Coimbra é por eleição a cidade da poesia e do amor, como Lis­boa o é do bulí­cio irrequieto e Evora das anti­guidades glorio­sas. Tudo em Coimbra nasceu para ser côrte de uma rainha en­cantada que. to­dos os anos sae do seu conven­to para olhar os pobres da sua Coimbra a triste.

(C/lc/1és de José Tlnoco)

Page 17: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

Um@nü?réo de

D1usicaPopular

N AS elegantissimns salas da i·evista •La Douna•, pot·

. iniciativa do s1·. dr. Eu­sebio Leão, ilustre miuistro de Po:vtngal em Rowa, realiso1i­se ultiwawente n'aquela cida· de, com numerosa e seleta conoorrencia, nm conce1·lo em

Portu9ueza em

..... 'R9ma,, traol'dinm'iamente 1\ uma inter­pretaçilo admimver da interes­snntissima musica~ po pular po1·tugneaa.

que foram cantadas, exclusiva- A cantora Marluska Sln·art

A. sh11p1ltica festa, que foi precedida dum chá servido pe­los l'edactores e cooperadores de cLa Douna• a todos os con­vidados, pl'incipiou, como era natural, peia cP01·tugnesa., ou­mente, algumas das mais lin-

das e características canções populares por~ugnesns. vida de pé e depois delirantemeute ovacionada. Se­guiu-se um11 breve e nwislosa alocução, em que o sr. dr. Eusebio Leão pl'ocurou dar /\lguwns expli­C/\ÇÕes á nssistellCia sobre a. nossa musica popular, e1:1pecilllmente sobre o •F1ulo>, qne tão bem fraduz 11 índole sentimental dos porLngueses, os quaia, ver­dade, verdade, não me1-ecem que em Ital~11 se diga:

D. Bster Danes! Traversarl, reélactora .J>rlnc1pul de La Do11110

O ooncel'to constituiu um trittnfo para os seus p1·omoto1·es, que fo. i·am, além do sr. dr. Eusebio JJeão, o~ gerentes d'nquela tMgnifioa re­vista, sr.• D. Este1· D1tnesi e sr. Caimi, que tão d.istintaweute a di­rigem, tra11sforma11do, amiudndas vezes, o ch11urndo csalotto di Dou­ua • num centro de iuvulga.r cul­tura intelectual.

A. patriotica inicilltivn do nosso representante em !toma teve a au · xilial-a, com notavel proliciencia, não só o insigne- •maestro• Caunone l!'ranklim, que fez ao piano com sin­gular tulento e •entrain-, os acom­

panhamentos, w11s a csig­norimu Sil"V11rt, de origem armena, possuídom duma deliciosa voz de soprano,. muito bem educnda e que, pelo seu Umbre se presta ex -

o Dll'i\tor de La Dorma, sr. Nino G.Calml

-ci po1·togbesi gai ognor•, frase que equivale á dos fmnceses:- • l• $ portugais sont toujoursgni1>>.

.A. •Ilustração P o rt n· gue.za• regista boje o exi­to desta bela feetu, publi­cando ns fofografias dos diretores de cLa Douna• , sr.• D. Este1· D11neai e sr. Caimi, da geutilissima «1;ig11orina• Sµ"VarL e do •maestro• C111Jno11e Fran­klin, !elicHaudo vivamen­te todos quantos concorre­ram para. mais esta afir­mação da nossa cnltura musical, fazendo votos por que não eó em Italia, mas nontros pafses, se realisem

O •maestro• Cann1one l'raokllm

festas desta natrureza e de tão patriotic•o al­cance.

Page 18: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

A po11e do OO\'O com!11t-&rlo l.101 abuteulo.eotos Sr, Alvaro d e U.ceroa. x

o nOYO dite• Chlr t10ll hOJI• onae•. •r. dr, llerrollno do \ledtilro!t no 11~u ""btneco dO l tAbalhO,

APóil o alul•JÇO AQ.ll Otldall IU111AnOtt CIO Cintra

Page 19: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

P A R A comemo-1'1\r o 535.0 ani­vel'lll\dO da ba­

tal bn de .A.ljubar­rotn, o o! o b r 011-ee 111111 ruinaa do C1u·-1110 uma missa que l"Ovoetiu grande im-

pouenoia o nas aveni­dM uma parada militar 1\ q1111l assisnu o er. l'l'CSidOnie da Uepn­blica.

T11u1bo111 honve m11-11ica na A veuida o no u11rgo do Cnrmo, nssie­fü1do ao concerto úm­morn gonte. Sobro a ci­dndo voaram dois aero­pl1mo11 do campo avia­ção ltopublioa, da A111ado11\ . .l.t'oi um dl11 memom.vel a todos oe r<>spoitoR, tendo o gran­de cCondo11taveh rece­bido 1111\iR uma vez apo­too110 plonn.

A missa nn~ ruluas do cou•·en'o do Carmo. - O altar. - Vnrlos asocctos dR oarada que se realisou em r.t.;boa. - A Murlnha. o dcArlle da lnranterln e n icunrd.1 rrscnl marchnnllo. (<Cllch~s• de ser,·a lllbuiro)

1:.>o

Page 20: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

No. Z599-P-4" 6 ilrcl1ts-/. R. K. Co.'

Renovai os Vossos Encerados

PODEIS facilmente rest­aurar o brilho original

dosvossosenceradosbaços fazendo notar o desenho que tinham quan~o. est~­vam novos. Prec1sa1s so· mente da Cera Preparada de Johnson e de um panno. O resultado será um poli­mento secco e sem pó de grande belleza e duração. Em menos de uma hora podeis polir um do tamanho inteiro do chão, fazendo-o facil de conservar limpo, e podendo andar sobre elle immediatamente.

~OIAPllPAWAll Jll íl l

Liquida e em Pasta Deve ser usada na vossa casa para polir os moveis, a obra de madeira e os soalhos. Protege e preserva os acabamentos vernizados, cobrindo todas as arranhaduras da superficie. Em uma só operação limpa e pole.

A Cera de Johnson en Pó Borrifada sobre qualquer solho, dará immediatamente uma superficie perfeita para bailar. O vosso commerciante terá prazer de supprir-vos a Cera Preparada de Jobnson assim como todos os outros productos uteis de Johnson.

S. C. Johnson & Son RACINE, WISCONSIN, E. U. A.

PELOS no ROSTO Extraem-se radical· " mente com o uso cio

clenllflco preparado "' 10

OSOOHAC. O grande ~ consumo d ia r 1 o em ,.. ''\

'~ Portugal, Brazll e co-lonlas tom-o tornado universalmente conhc­clc.l o e o mais preferido pelas suas qualidades. de extração Inofensiva, sobre todos os seus similares. Garante-se a sua eftcacia com a. rcslltuícúo da quanlla. !~rasco 1.5400 réis. correio 1$5:)(). Deposito geral: t?. Cardoso, nua AI varo Coutinho, 33 - L.ISBOA, e Dro­garia Silva. Hua da Palma, 7; Hua do Bom­jardim, 281.- POHTO; Drogaria Porlugueza. Run de .João Tavira. 11 - FUNCHAL.

to) Rocio) e 115.

e t Desejam coosor·

asamen Os clar-se uma senho· ra vluva.de 12 anos. bonita. elegante e

LnstrulelA, multo digna e de flnl~slmas qualltlaacs <Jomesll~as e seot1men1os mo­rnes sen<lo 1>ossu1aora de uma soll<la ror· tuna no vnlor de ll'i contos e egualmeute napnz 31 anos pequena fortuna. laritn l)ra­Ura a<l mlnlstracão <1uacsq11er negocios co· mcrclacs ou ngl'ICOlas. serio casaria com senhora soltelm ou vlu,·a sem Ullios lenha meios. (llcsoosin com selo) M. Cl.UB 01•

NlnV-YOnK PO!lTO, , ______ 111111111•111-IAllllllllll~llll>IO•Ul"ll"!IMI-- < +nl•I-- __ ,_,..,., ... ,., ...... -----·"

.Rnnibal tauares:r---Bo_N_B_o_N_s ----,.FOTOGRAFIA BRASIL Semp·e novidades So,.tldo de luxo da 1 era OS de Í e OURIVES-JOALHEIRO I' "CO N DESTABLE>J R t t A t ()

- Rua da Prata, 97 - "--- AFRICANA ....,..,.J , A 1nelho1· e mais concorrida ca­

------~''""""" .. ""''~~---·-"''""----·--~--·····"''"''- _,,. ...

O passado. o presente e o luturo ~:r:~~:~cti:~n::~ fisionomista da Europa.

M.Me BROUILLARD Ulz o passado e o pre­sente e prediz o futuro, com veracidade e rapipez: é incompara9el em vatlcl nios. Pelo estudo que fez das ciencias, quiroman­cias, cronologia e íisiolo· gla, . e peles aplicaçõe. praticas d11s teorias de Uallbl..ava ter, Uesbarolles, Lem rose, d' Arpenligney, madome l:lroulllard tem percorrido as principae~ cidade~ da Europa e Ame· rica, onde foi admirada pelos numerosos clicnttM do mais alta categoria, .1 quem predisse a queda do im peno e todos os acon· tecimentos que se lhe se­

guiram. Feia portuguez, irancez, lnglez, ,alemào, ualíano e heseanhol. Dá consultas dierias das 9 da manhã ás 11 da noite em seu iiablnete: 43, IWA 00 CARMO, ~ (SO· bre-loJaJ-1..ísboa. Consultas a 1.000 reis, 2'500 e 5-00J réi<

r

sa no seu gene1·0.

Optima instalação

R. da Escola Politecnica, 141

Consultorio Psico- magnetoterápico Tratamento dns dOtHlCk~ organlcas. nervo••• e men­

tau pelo MAGNETISMO FÍSICO e pel.a PSICOTERAPIA, nuxtllndo O<'lôs meios flalcos e reglmena naturaea, com a completa eacluçio <le medlcumcotns ou d rog1s,

Os Qu~ cs1ào pois desenganados. e:. usados <le sorror e perdida lodn a ospornoça de curar-vo.s. lembrai-vos que os meus esoect.11s tratomenios Pslco-rtslco·roagnellcos e dle1é1lcos os pode salvar o restllulr n vossa saude por

1

ruais aollgos e graves que seJamos vo.ssos pa<leclmeolos.

Dr. lndiverl Colucci T. e. JOÃO GONÇALVES, 20, 2 • ., Esq. - i>squlnn A.

\. .11m1ra1• lP, l\els (ao Totenctent<•J.

Page 21: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

~ ~·

Pílulas taxatiuas Boissg (SAPONACEAS>

O PURGANTE IDEAL 1

As unicas que purgam sem irritar

São um verdadeiro purificador do sangue, anti-biliosas e refrigerantes.

A' venda em todas as farmacias e drogarias DEPOSITO GERAL PARA REVENDA .

Vicente Ribeiro & Carvalho da Fonseca ffÍ .1 Rua da Prata. 237. l.0 rn

_____ '_""_"_ , ___ _ .,_,.,,., ... .,,_,_:1_ ! ~@] -J~~-m~~- @]~ (~~@)~~~ . ~~,.~~

ILJE~ JFAIBiJFUJM~ ID>IE

NOUVEAUTÉS DE RN 1 E R

A chegar brevemente a primeira remessa Agonto exclusivo para Portugal o ColonlAS:

Nuno O. d<Z Magalhã<Zs Domingu<Zz Avenida da Liberdade, 91, 2.0

Tra~al~o~ ti~o1raõ~o~ EM TODOS OS GEHEROS

Fazem-se nas

Olic. "llOSTRl~ÃO PDRTOGDEZA"

Rua do S<Zculo, 43

LISBOlt

Corôas Onde ha o mais chie

sol'tido e q11e mais ba­ratQ venae,_por: ter fabrica propr1a. e na

CameliaBranca L! D 'ABEGOARIA, ~O fnn l'hinrlnl ·Tel(/·1270

~0

:~~::~~t7=!~ '~: Pundos de reservn o nm<>r·

llsaçào • . . . . . . . . . . . .. • .. .. 88().()(l(*l()

b~cuoos .•..•... 1:001~

Sli:DE EM 1.1sDOA. Proprretarfa dns ra­brlc~s do Prado, Mnrfanala o :;obrerrlnbo <Tomar). Penedo e C:nsnl de Herml<> ( Lo11•fl> vaie Maior ( Albar/{arla-a- Velha). Jn<lala­dns para uma produção 11nua1 ele 6 milhões de quilos de papel e dlsPOndo dos maqulnra­mos mnls nperrelçoados para a sua rnctus• Iria. Tem om deposito gran~e. \'nrle<lade do papeis de escrlla, do lmpressuo e do embru· Jho. 'foma e executa pron1arooo1e encomen­das para rallrlcacoos especlaes de qualquer quanlldade de. papel de maqu1n11 conuoua ou redonda e ele rõrma. Fornece papel aos mais lmporlantos Jornais e pul>llcações pe­rlodlcas do palz e ê rornoccdora exclusiva aas cn111s Jmportanlescompauhlase emore• sns oaclooaes. - t::scrllor/os e dapoS/10$: USIJOA, 270, rua aa Prlncesa,'!76. POl?TO, 40, rua de Passo~ /'lianuel, 51.-1'.n<lereco 1e1egrn!lco om Lisboa e Porto:-Companh/a Prado.-N.• leler,: Lisboa, 005. Porto. IP.

~ .......... ,, ......... , ..... "''""''" ___ ..... , ... , ..... ______ _ . ELIXIR,PÓ,PASTA E SABAO M. Ml V l R G 1 N 1 A CARTOMANTE-VIDENTE

o ENTI F R 1 e os DOS ·~; PP.B~N f o 1 CTI NS deSOULAC ·

___ Incomporavels,Superiores ' a lodos denlifrieos conhecidos:

HEJ!RfSMTANTEE bEPOSITARltJ PARA PONTU$AL:A.Y/KCf/IT,R113 //lens, Só, í/SBOA

Tudo esclarece no qnsssado e preseat.o o prcttl i o ru turo.

Ga ra ntla a to doa oa meua cl1entea:. com· plcu1 veracidade na cousulla ou reombolao do d•nbelro.

Coosullas lQdoa os Ilias utels das 12 ns 2íl horas e ºº' corrcspon• Aencla. 1iovlar 16 con-1avos para resposLa,

<.,alçada da Palr/ar. cal, o: 2.1.•, l!:sq, (CI· mo da rua d • Alogrla,

\.. 1>rO<lloosquloa1

~~~~~~~~~~-

Page 22: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

- li série- --- ----- -----

-PO DE ABYSSINIA

EXIBARD Sem Opio nem Morphina.

:Mui to efficaz contra a

ASTHMA Catarrho- Oppressão

e tod35 afkccves esp~smoJio:is das vias respiratorias.

3G Anoo1 de Som E.ilto •• Mtd&lhu Ouro• Praia.

H. FERRÉ, DLOTTIERE&: C10

6 , Ruo Dombaslo, 6 P A RIS

~ 110,.3

""~t,ncii" Por/,,,.,11pzo --

TOSS!.Gl\IPPES. LAKYHCITE.111\0HCHIT!. RESULTAS OE COQUELUCHE E DE SARAP1PO

Sob " tn{lutnc•n d<> 00 PUL MOSERU• " A touo •oces11-oe fmmcdlatameoi..

A íebre deaopp&reoe. A oppreo1t1o e •• ~unçadeo nn 1lharlf" sooep.­

A reuplr•cao torn•·H rnnle facll. O ,,.ppetllo reno1ce .

A uude rMpporece Ao forçai e a ~ r ecobram -.ida.

t llP•l C&OO NOS PMPITAU. APRlC1AOO rtu llAIOtnl 00 COOl'O llEOtco fAANCft.

i!XrlRIMUUOO POA MAIS 0( ?0.000 ll(l)ICOS UTIWICEll!Ot.

EU TOOAI AI PHAA/lfACIAI E O• OliAR/AI

11000 01? USAL ·O Uma t olhu doo d• ~ monh6 1 pilo noll1,

Lahoratorlos A. BAILL Y 15. rue de Rome. PARIS

Lér na proxima quarta-feira o SUPLEMENTO DE MODAS & BORDADOS coo secuLOJ - P reço: 10 centavos --

!!! ATENÇÃO.- DÁ-SE!!! Esta exp/endida llmousine MORS, com motor de 50 cavalos, 4 cilindros, será sor~

teada em 1920 pelos assinantes da revista "Bletrlcldade e Mecânicaº

PREMIO DA PAZ Pedil' pl'oapectoa d e Informação e lista doa asainantes premiados noa anoa antel'lOl'ea ao

Diretor da Revista "Eletric;idade e Mecânica" Largo d.o Corpo Santo, 13, 2.0- 1.:.tlSBOA

No B'RAZIL dirigir -se a H. ANTUNES & e.•, 'Rua de Buenos Ayres, 145 -'RIO DE JANE·'RO

Page 23: Ilustração Portuguesa, N.º 757, 1920 - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1920/...em idéas e em modos de actnar, nem é uecessario, a!i na.l.

CHAR.MtS

RE

- ----. BEIJEZ.\

FRESCURA HYGIENE

Obter1-se com o

~ol~ ~ eam de ~~LGlfE

1 ! l 1

l 1