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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO ADM01198 – ESTÁGIO FINAL EM FINANÇAS EFEITO TESOURA E ENDIVIDAMENTO BANCÁRIO NA OMEGA FERTILIZANTES LTDA Por Cristiano Oliveira Ribeiro Cartão: 125178 Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração Orientado por Profº Gilberto Klockner Dezembro de 2007

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efeito tesoura

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

ADM01198 – ESTÁGIO FINAL EM FINANÇAS

EFEITO TESOURA E ENDIVIDAMENTO BANCÁRIO

NA OMEGA FERTILIZANTES LTDA

Por

Cristiano Oliveira Ribeiro

Cartão: 125178

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração

Orientado por

Profº Gilberto Klockner

Dezembro de 2007

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EFEITO TESOURA E ENDIVIDAMENTO BANCÁRIO

NA OMEGA FERTILIZANTES LTDA

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

parte das atividades para obtenção do título de

graduação do curso de Administração, com ênfase

na área de finanças, da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRGS)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente a minha família e a

minha namorada Juliana pela colaboração na

elaboração deste trabalho. Durante todo o tempo

que estive na faculdade eles me deram muita

força e atenção para que eu pudesse estudar e

trabalhar ao mesmo tempo, apesar de todas as

dificuldades enfrentadas.

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LISTA DE GRÁFICOS

MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A CURTO PRAZO E DE ENDIVIDAMENTO................ 29

MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A LONGO PRAZO............................................................ 29

MEDIDAS DE RENTABILIDADE................................................................................... 30

ANÁLISE VERTICAL 2005 – ATIVO.............................................................................. 36

ANÁLISE VERTICAL 2005 – PASSIVO.......................................................................... 36

ANÁLISE VERTICAL 2006 – ATIVO.............................................................................. 39

ANÁLISE VERTICAL 2006 – PASSIVO.......................................................................... 39

ANÁLISE DO EFEITO TESOURA................................................................................... 42

VOLUME DE VENDAS E EMPRÉSTIMOS.................................................................... 42

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LISTA DE TABELAS

LISTA DE SÓCIOS DA EMPRESA.................................................................................. 13

ÍNDICES FINANCEIROS.................................................................................................. 28

ANÁLISE HORIZONTAL 2004/2005............................................................................... 31

ANÁLISE HORIZONTAL 2005/2006............................................................................... 33

ANÁLISE VERTICAL 2005.............................................................................................. 35

ANÁLISE VERTICAL 2006.............................................................................................. 38

ANÁLISE DO EFEITO TESOURA................................................................................... 41

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ORGANOGRAMA DA EMPRESA................................................................................... 14

CICLO ECONÔMICO E FINANCEIRO........................................................................... 22

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

1.1 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA.......................................................................10

1.2 OBJETIVOS...................................................................................................... 11

1.2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................. 11

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 11

1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 12

2. A EMPRESA........................................................................................................... 13

3. GESTÃO FINANCEIRA EMPRESARIAL.................................... ....................... 16

3.1 ADMINISTRADOR FINANCEIRO.................................................................16

3.2 ANÁLISE DE ÍNDICES FINANCEIROS........................................................ 17

3.2.1 MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A CURTO PRAZO............................... 17

3.2.2 MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A LONGO PRAZO.............................. 18

3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL....................................................... 21

3.3.1 ANÁLISE VERTICAL.......................................................................... 21

3.3.2 ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................... 21

3.4 CICLO ECONÔMICO E FINANCEIRO......................................................... 22

3.4.1 CICLO ECONÔMICO.......................................................................... 22

3.4.2 CICLO FINANCEIRO................................................... ....................... 22

3.5 EFEITO TESOURA.......................................................................................... 24

3.6 AUTO FINANCIAMENTO.............................................................................. 25

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................ 27

5. ANÁLISE DO EFEITO TESOURA....................................................................... 28

5.1 ÍNDICES FINANCEIROS................................................................................ 28

5.2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL....................................................... 31

5.2.1 ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................... 31

5.2.2 ANÁLISE VERTICAL.......................................................................... 35

5.3 CICLO FINANCEIRO...................................................................................... 40

5.4 ANÁLISE DO EFEITO TESOURA.......................................... ....................... 41

5.5 AUTO FINANCIAMENTO.............................................................................. 43

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 45

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 46

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1. INTRODUÇÃO

A análise financeira das empresas é considerada vital para o crescimento sustentável

das empresas no país. É necessário que se avalie as condições de capital de giro, volume de

empréstimos, lucratividade das empresas e outros pontos importantes para tomada de

decisão, ainda mais num país como o Brasil em que as taxas de juros são exorbitantes e o

custo financeiro é mais significativo. Por esses motivos, o tema central deste trabalho é a

análise financeira de uma empresa.

A gestão financeira das empresas no Brasil, principalmente das médias e pequenas

empresas, ainda é realizada de forma bastante amadora por parte dos administradores. Isso

acontece muito ainda por causa de uma cultura de “gestão familiar” dessas empresas ao

invés de uma “gestão profissional”. Paralelamente a isso, temos no país também empresas

de porte maior que já não apresentam mais, hoje em dia, essa característica. Portanto

modelos empresariais não faltam no país, basta apenas utiliza-los.

Sabe-se que o volume de crédito no país a cada mês bate um novo recorde,

inflacionado principalmente pelas empresas que tomam cada vez mais empréstimos. A

tomada de decisão de se recorrer ao mercado financeiro para alavancar a empresa nem

sempre é a melhor forma para a busca do crescimento empresarial. Sempre há um risco

muito grande para a empresa quando a escolha é endividar-se. Deve-se sempre analisar as

condições da empresa de honrar este empréstimo e também, ao mesmo tempo, buscar

outras alternativas de se obter capital de giro. Esta falta de análise é uma das grandes

responsáveis pelo alto índice de falências e concordatas no país.

Por isso, o objetivo central deste trabalho é reunir as informações disponíveis da

OMEGA FERTILIZANTES LTDA e analisar a empresa financeiramente, buscando

alternativas e soluções para os problemas apresentados pela mesma. Um melhor

direcionamento nas tomadas de decisão da empresa com certeza poderá elevá-la à um novo

patamar dentro do seu mercado de atuação.

A OMEGA é uma empresa do setor de fertilizantes que atua predominantemente no

Rio Grande do Sul. Tem como meta estar se expandindo para outros estados e até para

outros países como a Argentina e Paraguai, onde tem um mercado neste setor bastante

evoluído. Tem tido um crescimento considerável nos últimos anos, apesar da crise no setor

agrícola no país. Neste trabalho, será analisado seus últimos três exercícios sociais (2004,

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2005 e 2006) com o intuito de identificar itens que possam ser alvo de melhorias por parte

da empresa.

Portanto, buscando a solidificação da OMEGA em seu mercado alvo, este trabalho

visa dar suporte para empresa na sua tomada de decisão futura. Quem sabe, através desta

monografia, a OMEGA busque em um curto espaço de tempo se tornar a maior do seu setor

no Rio Grande do Sul.

Este trabalho está subdividido em capítulos. No próximo capítulo é apresentado a

empresa com seus principais administradores, produtos e o seu mercado de atuação. Logo

depois, será visto a revisão de literatura com os conteúdos bibliográficos das análises

realizadas sobre a empresa. Em seguida, são apresentados os procedimentos metodológicos

que foram utilizados para formação desta monografia. No quinto capítulo trata-se da análise

dos dados coletados e finalmente, no último capítulo, a conclusão sobre o trabalho.

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1.1 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

Os últimos dois anos foram muito difíceis para o agrobusiness no Rio Grande do

Sul. O clima não ajudou os agricultores e a estiagem atingiu grande parte da safra. A

inadimplência no setor aumentou exponencialmente e deixou exposta grande parte das

empresas ligadas à agricultura. Recentemente, em decorrência destes fatos, algumas

empresas do setor não resistiram à crise e quebraram. Este fato, de certo modo, abriu um

pouco o mercado para um avanço das empresas que restaram.

Atualmente grande parte das instituições financeiras do país resolveram diminuir

sua exposição ao agronegócio visto o mal momento em que ultrapassa o setor. As linhas de

crédito foram cortadas e isto vem dificultando e muito o financiamento das matérias-primas

das empresas que fabricam fertilizantes, principalmente daquelas que estavam em

crescimento e expansão.

As empresas de fertilizantes são em geral muito dependentes de linhas de crédito

bancárias. Isso se deve ao fato de que o agricultor primeiramente usa o produto nas suas

plantações e somente paga pelo fertilizante após a venda da safra. Portanto uma empresa de

fertilizante pode demorar, dependendo do tipo de cultura do agricultor, mais de 6 meses

para receber os recursos de suas vendas. O resultado disso é um ciclo financeiro muito

extenso e dificuldade de crescimento das empresas. Portanto o problema enfrentado pela

Omega Fertilizantes e que esta monografia pretende resolver é: buscar uma alternativa para

diminuir o ciclo financeiro da empresa, evitar o efeito tesoura e diminuir a exposição ao

capital bancário. Será realizado neste trabalho um estudo no mercado, nos números e

indicadores da empresa afim de buscar maneiras de solucionar este problema.

Apesar das dificuldades descritas acima, a margem de lucro das empresas que

fabricam fertilizantes é bastante alta em comparação com outros setores da economia

doméstica. Visto isso, com certeza este estudo será de grande valia pois poderá trazer para

estas empresas uma visão diferente de como melhor utilizar as ferramentas financeiras que

possui.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar um estudo através da análise financeira nos balanços da empresa Omega

Fertilizantes Ltda com fins de buscar alternativas para evitar o efeito tesoura, diminuir o

ciclo financeiro da empresa e o seu grau de exposição a financiamentos bancários.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os seguintes objetivos específicos serão utilizados como forma de atingir o Objetivo

Geral deste trabalho:

• Calcular índices e indicadores como Capital Circulante Líquido, Necessidade de

Capital de Giro, Tesouraria, Alavancagem, etc;

• Analisar a empresa através de análise vertical e horizontal;

• Analisar ciclos operacionais e financeiros da empresa;

• Verificar se a empresa está atravessando por problemas de “efeito-tesoura” e caso

sim apontar medidas para tentar resolver o problema;

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1.3 JUSTIFICATIVA

A Omega Fertilizantes está passando por um momento delicado com relação ao seu

equilíbrio financeiro. Os seus principais administradores não entendem o porquê da sua

atual situação pois acreditam que tomaram as devidas decisões para um crescimento

sustentado da empresa. As informações preliminares que temos sobre a empresa são:

• alta margem de lucro sobre as vendas;

• vendas em crescimento;

• sucessivos lucros nos últimos exercícios;

• aumento no endividamento a curto prazo.

A principio a empresa deveria de estar muito bem financeiramente, mas há uma

carência muito grande de capital de giro para financiar a atividade da empresa. Este

problema tem sido suprido com empréstimos bancários de curto prazo.

Portanto, devido aos fatos relatados acima, este trabalho justifica-se com o propósito

de estar subsidiando a Omega Fertilizantes a investigar o que de errado está acontecendo

com a empresa, identificando os problemas e apontando soluções.

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2. A EMPRESA

A Omega Fertilizantes LTDA é uma empresa voltada para o Agrobusiness,

fornecendo diversos produtos para soluções no mercado de fertilização do solo. Fundada

em 1998, iniciou as suas atividades com o objetivo de operar na área de fertilizantes,

aproveitando as tecnologias disponíveis no mercado.

A Omega Fertilizantes tem como missão a inovação em soluções tecnológicas mais

eficazes e econômicas para uso na agricultura brasileira. Seus princípios são:

1. Atender os clientes com produtos honestos, eficientes e eficazes;

2. Oferecer produtos e serviços que venham a gerar prosperidade a todos os

envolvidos;

3. Respeito pelo cliente, por nossos colaboradores e pelo meio ambiente;

4. Reinvestir nosso capital financeiro e humano com o objetivo de melhorar a cada

ano nossos serviços e produtos.

Atualmente a empresa é composta de três sócios que possuem igualmente 33,33%

de participação sobre o controle da empresa. São eles a seguir no quadro abaixo:

Nome Participação Função

Sérgio Almiro Ribeiro 33,33% Engenheiro Industrial

João de Almeida Junior 33,33% Departamento Financeiro

Ricardo Silva da Silva 33,33% Departamento Administrativo

Além destes citados acima, a empresa conta com mais 6 funcionários, sendo 3 no

setor administrativo e 3 trabalhando na parte industrial. O contato comercial da empresa

com os clientes é efetuado através de agentes autônomos localizados no Rio Grande do Sul,

credenciados pela Omega, que atualmente somam-se 7, distribuídos da seguinte maneira:

Tiago Garcia – Região Sul

Cassiano Oliveira – Região Fronteira Oeste

Eversson Disconzzi – Região Fronteira Norte

Edson Lara – Região da Depressão Central

Bruno Barcellos – Região Fronteira Leste

Dirnei Leão – Região da Serra Gaúcha

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João Maria dos Santos – Região Sudoeste

Abaixo temos o organograma da empresa:

DIRETORIA EXECUTIVA

SECRETÁRIA

COMERCIAL ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL

AUTÔNOMOS FINANCEIRO

Como dito anteriormente, a empresa começou as suas operações em 1998 com uma

unidade de fabricação de fertilizantes foliares em Canoas/RS. O prédio era pequeno e

alugado, mas a vontade de crescer da empresa era muito grande. As instalações eram

dotadas de um pequeno laboratório para controle de qualidade, desenvolvimento de novos

produtos e para avaliar as garantias das tradicionais fórmulas utilizadas há mais de 20 anos

nas culturas e nos solos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, estas trazidas por

um dos sócios da Omega.

Em 2000, confirmando a vocação de desenvolver novos insumos para uso na

indústria de fertilizantes, a empresa inovou com a instalação de uma unidade de granulação,

onde atualmente há uma produção de 1.000 toneladas por mês de micronutrientes

granulados. Desde lá a empresa cresceu muito e expandiu suas vendas por todo estado do

Rio Grande do Sul.

O objetivo da empresa é em 5 anos se tornar a maior empresa do setor em vendas no

Rio Grande do Sul. Atualmente o grande desafio é tornar a empresa equilibrada

financeiramente visto que com um forte crescimento de suas vendas nos últimos anos, a

mesma foi forçada a contrair um alto volume de empréstimos.

Basicamente, os negócios da Omega são divididos em dois:

1. Fertilizantes Foliares para hortifrutigranjeiros (uva, maça, pêssego, alface,

morango, etc) – têm como característica um ciclo financeiro curto,

pulverização de clientes (minifúndios) e atualmente corresponde por 30%

do faturamento da empresa.

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2. Fertilizantes Foliares para commodities (trigo, soja, cevada, milho, arroz,

etc) – têm como característica um clico financeiro extremamente longo,

concentração de clientes (latifúndios) e atualmente corresponde por 70%

do faturamento da empresa.

A Omega faturou em 2005 R$ 997 mil e em 2006 R$ 1,353 milhões. A previsão é

um crescimento de R$ 500 mil para este ano de 2007, alcançando R$ 1,8 milhão.

Complementando, o endividamento no Banco Central atingiu R$ 957 mil para o mês de

DEZEMBRO/2006.

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3. GESTÃO FINANCEIRA EMPRESARIAL

A análise financeira das empresas é realizada através da identificação dos métodos

utilizados pelos seus administradores e em como isto afeta os números da empresa.

Basicamente é verificado as variações que ocorrerão no balanço e demonstrativo de

resultados da empresa. Cada setor da economia deve ser analisado de forma distinta pois

cada um possui uma peculiaridade. Neste capítulo, se identificará as diferentes maneiras de

se analisar uma empresa.

3.1 ADMINISTRADOR FINANCEIRO

De acordo com Zdanowicz (2004), o administrador financeiro desempenha as

seguintes funções:

- manter a empresa em permanente situação de liquidez;

- maximizar o retorno sobre o investimento realizado;

- administrar o capital de giro da empresa;

- avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente;

- estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados;

- analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a empresa;

- informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e futuras de uma

empresa;

- interpretar as demonstrações financeiras da empresa;

- manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito oferecidas pelas

instituições financeiras.

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3.2 ANÁLISE DE ÍNDICES FINANCEIROS

De acordo com AUBERT-KRIER (1974), a estrutura financeira de uma empresa é

entendida como o conjunto de relações existentes entre as diversas parcelas do balanço. O

conjunto das relações entre essas várias parcelas formam os índices financeiros de uma

empresa. Abaixo, citaremos os principais índices, segundo ROSS, WESTERFIELD e

JORDAN (2000):

3.2.1 MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A CURTO PRAZO

Índice de liquidez corrente:

ATIVO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

Este indicador estabelece a relação entre o conjunto de bens e direitos realizáveis

líquidos de curto prazo e as obrigações de curto prazo da empresa. Quanto maior for o

resultado desta relação, melhor liquidez de curto prazo a empresa terá. Geralmente,

dependendo do setor em que está inserida a empresa, índices acima de 1,00 indicam boa

liquidez da empresa.

Índice de liquidez seca:

ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES

PASSIVO CIRCULANTE

Este índice quer dizer o quanto que a empresa possui de bens e direitos a curto

prazo, excluindo-se os volumes em estoques, para cada R$ 1,00 que a mesma possui de

dívidas a curto prazo. Os estoques são eliminados neste índice pois trata-se do item menos

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líquido do ativo circulante e, portanto, o menos confiável como medida de valor de

mercado.

Índice de caixa:

CAIXA

PASSIVO CIRCULANTE

Este índice expressa o quanto que a empresa possui em caixa para cada R$ 1,00 de

dívida de curto prazo que a mesma possui. Expressa a porcentagem das dívidas que

poderiam ser pagas imediatamente pela empresa.

3.2.2 MEDIDAS DE SOLVÊNCIA A LONGO PRAZO

Índice de endividamento geral:

ATIVO TOTAL – PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO TOTAL

Este índice expressa o quanto de capital de terceiros a empresa utiliza para financiar

seus ativos. É um índice muito utilizado pelo mercado. Indica o grau de alavancagem da

empresa. Quanto maior for a alavancagem da empresa, maior será seu risco de se tornar

insolvente.

MEDIDAS DE GESTÃO DE ATIVOS

Giro de estoque:

GIRO DO ESTOQUE CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA

ESTOQUE

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Número de dias de venda em estoques:

365 DIAS

GIRO DO ESTOQUE

A primeira medida acusa quantas vezes o estoque girou durante o período. O

segundo índice demonstra a quantidade de dias que o estoque foi mantido em depósito

antes de ser vendido.

Giro de contas a receber:

GIRO DE CONTAS A RECEBER VENDAS

CONTAS A RECEBER

Número de dias de venda em contas a receber:

365 DIAS

GIRO DE CONTAS A RECEBER

Para essas medidas examinamos quão rapidamente cobramos as vendas realizadas.

A segunda medida acusa em dias o prazo médio de recebimentos das vendas.

MEDIDAS DE RENTABILIDADE

Margem de lucro:

LUCRO LÍQUIDO

VENDAS

Esse índice indica o quanto gerou de lucro cada real vendido.

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Retorno do capital próprio:

LUCRO LÍQUIDO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Esse índice acusa o quanto gerou de lucro para cada real de capital próprio.

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3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

3.3.1 Análise Vertical

Para Ferreira (1996), é também denominada como análise de estrutura. Envolve a

relação entre um elemento e o grupo de que ele faz parte. Ao contrário da análise

horizontal, a análise vertical relaciona somente itens de dentro do mesmo exercício. Pode-

se citar como exemplo de análise vertical no Ativo, onde calcula-se o percentual de cada

item em relação ao Ativo Total.

De acordo com Matarazzo (1998), quando a análise vertical é aplicada à

Demonstração de Resultados, a mesma atinge seu ponto máximo de utilidade, considerando

que as atividades da empresa giram em torno das suas vendas. São elas que podem

determinar o que a empresa pode consumir em cada item de despesa.

3.3.2 Análise Horizontal

Para Ferreira (1996), trata-se de se verificar a evolução dos elementos de resultado

ou patrimoniais durante um determinado período. Portanto, possibilita comparar valores de

uma mesma conta ou grupo de contas em diferentes exercícios sociais. De acordo com ele,

os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos de avaliação são diferentes.

Logo, é necessário no mínimo pelo menos dois exercícios para efeito de comparação,

diferentemente da análise vertical.

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3.4 CICLO FINANCEIRO E ECONÔMICO

3.4.1 Ciclo Econômico

De acordo com FLEURY, KEHDY e BLANC (2003) o ciclo econômico

caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as compras de matérias primas e as respectivas

saídas dos produtos acabados, através das vendas.

3.4.2 Ciclo Financeiro

De acordo com FLEURY, KEHDY e BLANC (2003) o ciclo financeiro trata-se do

prazo decorrido entre o pagamento a fornecedores da empresa, ou seja, saídas de caixa e o

recebimento de clientes, ou seja, entradas de caixa. (veja figura abaixo)

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O item que realmente impacta no fluxo de caixa das empresas é o ciclo financeiro,

por isso, concentram-se as atenções para este conceito. Segundo FLEURY, KEHDY e

BLANC (2003), o ciclo financeiro pode ser descrita da seguinte maneira:

CICLO FINANCEIRO = PME + PMR – PMP , onde:

PME = prazo médio de rotação dos estoques

PMR = prazo médio de recebimento de contas a receber

PMP = prazo médio de pagamento das contas a pagar

Sendo:

PME = ESTOQUES / CPV X 365 dias

PMR = CLIENTES / VENDAS X 365 dias

PMP = FORNECEDORES / COMPRAS X 365 dias

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3.5 EFEITO TESOURA

De acordo com FLEURY, KEHDY e BLANC (2003) o “efeito tesoura” acontece

quando há um crescimento do Saldo de Tesouraria negativo, provocado quando a

Necessidade de Capital de Giro aumentar proporcionalmente mais do que o

Autofinanciamento, e a empresa não conseguir aumentar o seu Capital de Giro por fontes

externas.

NETO e SILVA (1997) definem Capital de Giro como o volume de recursos de

longo prazo que se encontram financiando os ativos correntes (de curto prazo).

CDG = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

NETO e SILVA (1997) também definem a Necessidade de Capital de Giro como o

saldo de contas cíclicas ligadas às operações da empresa.

NCG = ATIVO CÍCLICO – PASSIVO CÍCLICO

O saldo de tesouraria e exatamente a diferença entre essas duas contas (CDG –

NCG).

TESOURARIA = CAPITAL DE GIRO – NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

De acordo com Oliveira (1983) o efeito-tesoura causa nas empresas um provável

aumento no endividamento no curto prazo. O autor cita ainda que isto acontece pois há uma

necessidade de restabelecer o equilíbrio entre necessidades e fontes de recursos.

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3.6 AUTOFINANCIAMENTO

Segundo Oliveira (1983), o autofinanciamento é a única forma de se obter capital de

giro para uma empresa através do funcionamento corrente da empresa (lucros e

depreciações). A outra forma seria através de política de investimentos e financiamentos.

Portanto, de acordo com essa afirmação, concluiu-se que o crescimento da empresa

não poderá ultrapassar a sua capacidade de gerar capital de giro, ou seja,

autofinanciamento, pois se esta regra for quebrada, a empresa terá que colocar o seu

equilíbrio financeiro em risco.

Calcula-se a capacidade de autofinanciamento de uma empresa através da equação

abaixo:

Vendas

(-) Custo do Produto Vendido, Despesas Administrativas e Despesas com Vendas

(+) Depreciação

(-) Despesas Financeiras Liquidas e Imposto de Renda

(=) CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO

De acordo com Oliveira (1983), determinado que o autofinanciamento deverá ser,

no mínimo, igual a variação das necessidades cíclicas da empresa, a estimação dos limites

de crescimento adequados à empresa torna-se um problema de formulação matemática,

conforme abaixo:

Sendo:

V1 = vendas no período 1

V2 = vendas no período 2

A = autofinanciamento / vendas

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B = ciclo financeiro ( [valores a receber a curto prazo + estoques – dívidas a

curto prazo] / vendas)

V2 x (A-B) + B x V1 > 0

Se por acaso a equação acima não for verdadeira, então a relação V2/V1 deverá ser

inferior a [ B/ (B-A)].

Isto significa que, se a empresa apresenta um crescimento médio superior à relação [

B/ (B-A)], ela será, seguramente, levada a sentir os reflexos já mencionados do “efeito

tesoura”.

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente trabalho desenvolvido é, de acordo com a autora Martins (2002), um

estudo de caso, pois trata-se de uma pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa

profundamente. Martins cita que este tipo de pesquisa “visa conhecer o como e os seus

porquês, evidenciando a sua unidade e identidade próprias”. Yin (2001) ressalta também a

importância do estudo de caso como estratégia de pesquisa. O estudo de caso, de acordo

com Martins (2002), é uma investigação que se assume como particularística, se apoiando

sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de essencial e

característico.

Para tal objetivo, foram realizadas diversas reuniões com a Diretoria Executiva da

Omega Fertilizantes. Primeiramente, foi apresentado pela Omega Fertilizantes os principais

funcionários da empresa e suas principais funções. Foi solicitado que a empresa apresenta-

se os balanços dos últimos exercícios sociais para que se fosse observado os números da

mesma. Além disso, foram analisadas as rotinas de trabalho e as atividades desenvolvidas

dentro da empresa. O item que mais foi observado foi o setor financeiro da empresa com o

fim de identificar as principais virtudes e falhas. Juntamente com toda documentação,

recebemos também informações de como eram realizadas os pagamentos, recebimentos e

como eram tratados os casos de inadimplência.

Com os dados coletados, foram realizados os estudos econômico-financeiros,

através de planilhas no excel, dos índices da empresa e análise dos números. Com isso,

foram apresentadas alternativas de melhorias para um melhor crescimento sustentado da

empresa. O feed-back da Diretoria da empresa foi muito positivo o que nos leva a crer que

grande parte do trabalho executado será de grande valia.

Por fim, Yin (2001) recusa a idéia de que o estudo de caso seja uma pesquisa fácil,

dizendo que é notavelmente complicada. Isso se deve ao fato de que quanto “mais fácil” for

uma estratégia de pesquisa, mais difícil será para realizá-la.

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5. ANÁLISE DO EFEITO TESOURA

Neste capítulo é analisado os balanços da Omega Fertilizantes com seus respectivos

demonstrativos de resultados. Além disso, é visto também os ciclos econômico e

financeiro. Ao final é feito um estudo sobre um possível efeito tesoura na empresa.

5.1 ÍNDICES FINANCEIROS

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados dos Exercícios de 2004, 2005 e 2006ÍNDICES FINANCEIROS

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2004 2005 2006 2004 2005 2006Disponibilidades 39.772 101.563 184.589 RECEITA OPERACIONALClientes 576.433 714.665 765.604 Vendas de produtos 812.659 1.125.986 1.509.589(-) Titulos descontados (12.551) (118.685) (289.632) Prestação de serviços 30.546 19.873 11.440Impostos a recuperar 69.034 39.221 60.276 843.205 1.145.859 1.521.029Adiantamento a Terceiros 24.227 11.494 19.444 DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 38.350 43.390 37.666 Impostos s/ vendas (8.441) (43.449) (31.773)Leasing 0 0 7.192 Devoluções s/ vendas (345) (105.123) (135.498)Estoques 415.202 462.869 570.577 (8.786) (148.572) (167.271)Despesas do exercicio seguinte 6.170 16.676 37.093

1.156.637 1.271.193 1.392.809 RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 834.419 997.287 1.353.758REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 21.111 121.247 186.541 CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (401.596) (521.233) (874.542)Partes relacionadas 8.318 30.000 17.191Depósitos Judiciais 1.484 2.072 2.972 LUCRO BRUTO OPERACIONAL 432.823 476.054 479.216

30.913 153.319 206.704PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 0 200 400 Despesas com vendas (42.812) (91.228) (54.142)Imóveis 22.500 50.000 125.000 Despesas administrativas (224.301) (230.032) (261.110)Móveis e Utensílios 6.897 12.485 21.425 Receitas/ Despesas financeiras (31.503) (112.150) (164.761)Máquinas e Equipamentos 51.096 71.096 26.916 (298.616) (433.410) (480.013)Instalações 7.364 12.477 12.477Prédio em construção 172.848 286.778 345.253 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 22.907 3.435 8.972Veículos 44.284 126.865 169.679Equipamentos processamento dados 4.807 6.606 6.803 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 17.725 5.200 8.259(-) Depreciação (14.657) (36.933) (49.286)

295.139 529.574 658.667 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 174.839 51.279 16.434

TOTAL DO ATIVO 1.482.689 1.954.086 2.258.180

PASSIVO CIRCULANTE 2004 2005 2006 ANÁLISE DE ÍNDICES 2004 2005 2006Fornecedores 377.846 479.749 513.876 Obrigações sociais a pagar 9.880 23.018 3.560 Obrigações tributárias a pagar 15.758 42.909 80.189 Obrigações trabalhistas 4.337 6.402 11.024 Índice de Liquidez Corrente 1,52 1,16 1,05 Credores diversos 5.682 89.261 75.124 Índice de Liquidez Seca 0,97 0,73 0,62 Empréstimos e financiamentos 348.236 458.923 643.847 Índice de Caixa 0,05 0,09 0,14

761.739 1.100.262 1.327.620 EXIGÍVEL A LONGO PRAZOPartes relacionadas 1.988 40.018 81.714 Índice de Endividamento Geral 0,52 0,61 0,66Empréstimos e financiamentos 13.328 56.885 75.490 Giro do Estoque 377,37 324,13 238,14

15.316 96.903 157.204 Giro de Contas a Receber 249,52 227,65 183,72PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 300.000 300.000 300.000 Lucros acumulados 405.643 456.922 473.356 Margem de Lucro 0,210 0,051 0,014

705.643 756.922 773.356 Retorno do Capital Próprio 0,248 0,068 0,021

TOTAL DO PASSIVO 1.482.698 1.954.087 2.258.180

Medidas de Solvência a Curto Prazo

Medidas de Solvência a Longo Prazo

Medidas de Rentabilidade

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29

29

Como podemos ver no quadro inferior da direita da página anterior, a maioria dos

índices da Omega Fertilizantes está piorando a cada ano. Mesmo assim, os índices de

liquidez continuam em bons níveis, assim como o índice de endividamento.

Medidas de Solvência a Curto Prazo a de Endividamento

-

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

2004 2005 2006

Índice de Liquidez Corrente

Índice de Liquidez Seca

Índice de Caixa

Índice de EndividamentoGeral

Já as medidas de solvência a longo prazo apresentam dados preocupantes. O giro do

estoque, apesar de estar melhorando nos últimos anos, continua em níveis altíssimos. Ao

final de 2006, representava perto de 300 dias. Isso quer dizer que o estoque fica parado

dentro da empresa por quase um ano, quando poderia estar sendo usado para financiar o

capital de giro da empresa. O giro de contas a receber também sofreu melhora nos últimos

anos, porém, também é um dado preocupante visto que a empresa demora em média 200

dias para receber os recursos dos seus clientes.

Medidas de Solvência a Longo Prazo

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

400,00

2004 2005 2006

Giro do Estoque

Giro de Contas a Receber

Page 30: Imagens

30

30

O gráfico abaixo demonstra as medidas de rentabilidade da empresa. Como

podemos ver, ambos indicadores também vêm apresentando piora nos últimos anos. Isso se

deve ao fato da empresa estar gerando menos lucro. Mais adiante, quando for realizada a

análise horizontal e vertical da empresa, será demonstrado o porquê desta queda de

rentabilidade da empresa.

Medidas de Rentabilidade

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

2004 2005 2006

Margem de Lucro

Retorno do Capital Próprio

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31

31

5.2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

5.2.1 Análise Horizontal

5.2.1.1 – Anos 2004/2005

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados dos Exercícios de 2004 e 2005ANÁLISE HORIZONTAL

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2004 2005 % 2004 2005 %Disponibilidades 39.772 101.563 155% RECEITA OPERACIONALClientes 576.433 714.665 24% Vendas de produtos 812.659 1.125.986 39%(-) Titulos descontados (12.551) (118.685) 846% Prestação de serviços 30.546 19.873 -35%Impostos a recuperar 69.034 39.221 -43% 843.205 1.145.859 36%Adiantamento a Terceiros 24.227 11.494 -53% DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 38.350 43.390 13% Impostos s/ vendas (8.441) (43.449) 415%Leasing 0 0 Devoluções s/ vendas (345) (105.123) 30370%Estoques 415.202 462.869 11% (8.786) (148.572) 1591%Despesas do exercicio seguinte 6.170 16.676 170%

1.156.637 1.271.193 10% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 834.419 997.287 20%REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 21.111 121.247 474% CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (401.596) (521.233) 30%Partes relacionadas 8.318 30.000 261%Depósitos Judiciais 1.484 2.072 40% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 432.823 476.054 10%

30.913 153.319 396%PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 0 200 Despesas com vendas (42.812) (91.228) 113%Imóveis 22.500 50.000 122% Despesas administrativas (224.301) (230.032) 3%Móveis e Utensílios 6.897 12.485 81% Receitas/ Despesas financeiras (31.503) (112.150) 256%Máquinas e Equipamentos 51.096 71.096 39% (298.616) (433.410) 45%Instalações 7.364 12.477 69%Prédio em construção 172.848 286.778 66% OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 22.907 3.435 -85%Veículos 44.284 126.865 186%Equipamentos processamento dados 4.807 6.606 37% RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 17.725 5.200 -71%(-) Depreciação (14.657) (36.933) 152%

295.139 529.574 79% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 174.839 51.279 -71%

TOTAL DO ATIVO 1.482.689 1.954.086 32%

PASSIVO CIRCULANTE 2004 2005 % ANÁLISE HORIZONTAL 2004 2005 %Fornecedores 377.846 479.749 27%Obrigações sociais a pagar 9.880 23.018 133% ATIVOObrigações tributárias a pagar 15.758 42.909 172% Disponibilidades 39.772 101.563 155%Obrigações trabalhistas 4.337 6.402 48% (-) Titulos descontados (12.551) (118.685) 846%Credores diversos 5.682 89.261 1471% Clientes - Renegociações 21.111 121.247 474%Empréstimos e financiamentos 348.236 458.923 32%

761.739 1.100.262 44% PASSIVOEXIGÍVEL A LONGO PRAZO Fornecedores 377.846 479.749 27%Partes relacionadas 1.988 40.018 1913% Empréstimos e financiamentos 348.236 458.923 32%Empréstimos e financiamentos 13.328 56.885 327%

15.316 96.903 533% DREPATRIMÔNIO LÍQUIDO Vendas de produtos 812.659 1.125.986 39%Capital social 300.000 300.000 0% Receitas/ Despesas financeiras (31.503) (112.150) 256%Lucros acumulados 405.643 456.922 13% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 174.839 51.279 -71%

705.643 756.922 7%

TOTAL DO PASSIVO 1.482.698 1.954.087 32%

Page 32: Imagens

32

32

Destaca-se nesta análise horizontal dos anos 2004 e 2005, oito itens no quadro

inferior da direita da página anterior.

Na parte do Ativo, é dado ênfase no item “disponibilidades” que teve aumento de

155%. Isso se deve ao fato da empresa ter aumentado o seu faturamento em 39%, o que

impactou na dinâmica do fluxo de caixa da empresa. O item que mais chamou a atenção foi

o de “títulos descontados” que aumentou em 846%, o que também foi um reflexo do

aumento do faturamento. O que deve-se registrar é que isto somente aconteceu pois houve

um aumento descontrolado do faturamento, que resultou numa falta de capital de giro da

empresa. O último item do ativo que analisou-se foi o de “clientes – renegociações” do

realizável à longo prazo. Houve quebra de safra neste ano e alguns clientes não

conseguiram saldar seus débitos com a Omega. Por isso foram efetuadas negociações à

longo prazo com esses clientes.

Já na parte do Passivo, destaca-se o item “fornecedores” que teve aumento de 27% e

a conta de “empréstimos e financiamentos” à curto prazo que teve aumento de 32%. Como

podemos notar, houve um aumento substancial no endividamento da empresa,

principalmente com instituições financeiras. Isto é um indício que a empresa esteja

sofrendo o chamado “efeito-tesoura” que será analisado mais a frente.

Por fim, no Demonstrativo de Resultados evidencia-se o aumento de quase 40% no

faturamento bruto da empresa. O interessante é que esse aumento nas vendas da empresa

não resultaram em resultados pois o lucro líquido teve queda de 71%. Finalizando, as

despesas financeiras tiveram forte aumento de 256%, o que pode explicar a queda no lucro

da empresa.

Page 33: Imagens

33

33

5.2.1.2 – Anos 2005/2006

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados dos Exercícios de 2005 e 2006ANÁLISE HORIZONTAL

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2005 2006 % 2005 2006 %Disponibilidades 101.563 184.589 82% RECEITA OPERACIONALClientes 714.665 765.604 7% Vendas de produtos 1.125.986 1.509.589 34%(-) Titulos descontados (118.685) (289.632) 144% Prestação de serviços 19.873 11.440 -42%Impostos a recuperar 39.221 60.276 54% 1.145.859 1.521.029 33%Adiantamento a Terceiros 11.494 19.444 69% DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 43.390 37.666 -13% Impostos s/ vendas (43.449) (31.773) -27%Leasing 0 7.192 Devoluções s/ vendas (105.123) (135.498) 29%Estoques 462.869 570.577 23% (148.572) (167.271) 13%Despesas do exercicio seguinte 16.676 37.093 122%

1.271.193 1.392.809 10% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 997.287 1.353.758 36%REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 121.247 186.541 54% CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (521.233) (874.542) 68%Partes relacionadas 30.000 17.191 -43%Depósitos Judiciais 2.072 2.972 43% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 476.054 479.216 1%

153.319 206.704 35%PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 200 400 Despesas com vendas (91.228) (54.142) -41%Imóveis 50.000 125.000 150% Despesas administrativas (230.032) (261.110) 14%Móveis e Utensílios 12.485 21.425 72% Receitas/ Despesas financeiras (112.150) (164.761) 47%Máquinas e Equipamentos 71.096 26.916 -62% (433.410) (480.013) 11%Instalações 12.477 12.477 0%Prédio em construção 286.778 345.253 20% OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 3.435 8.972 161%Veículos 126.865 169.679 34%Equipamentos processamento dados 6.606 6.803 3% RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 5.200 8.259 59%(-) Depreciação (36.933) (49.286) 33%

529.574 658.667 24% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 51.279 16.434 -68%

TOTAL DO ATIVO 1.954.086 2.258.180 16%

PASSIVO CIRCULANTE 2005 2006 % ANÁLISE HORIZONTAL 2005 2006 % Fornecedores 479.749 513.876 7%Obrigações sociais a pagar 23.018 3.560 -85% ATIVOObrigações tributárias a pagar 42.909 80.189 87% Disponibilidades 101.563 184.589 82%Obrigações trabalhistas 6.402 11.024 72% (-) Titulos descontados (118.685) (289.632) 144%Credores diversos 89.261 75.124 -16% Imóveis 50.000 125.000 150%Empréstimos e financiamentos 458.923 643.847 40%

1.100.262 1.327.620 21% PASSIVOEXIGÍVEL A LONGO PRAZO Fornecedores 479.749 513.876 7%Partes relacionadas 40.018 81.714 104% Empréstimos e financiamentos 458.923 643.847 40%Empréstimos e financiamentos 56.885 75.490 33%

96.903 157.204 62% DREPATRIMÔNIO LÍQUIDO Vendas de produtos 1.125.986 1.509.589 34%Capital social 300.000 300.000 0% CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (521.233) (874.542) 68%Lucros acumulados 456.922 473.356 4% Receitas/ Despesas financeiras (112.150) (164.761) 47%

756.922 773.356 2% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 51.279 16.434 -68%

TOTAL DO PASSIVO 1.954.087 2.258.180 16%

Destacamos nesta análise horizontal dos anos 2005 e 2006, nove itens no quadro

inferior da direita desta página.

Novamente o item “disponibilidades” sofreu grande variação, ao redor de 80%. Esta

constatação deve ser analisada mais a fundo pela empresa pois trata-se de um montante

significativo no caixa da empresa. É bastante provável que esteja acontecendo algum

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34

gargalo no fluxo de caixa da empresa para explicar esta sobra de recursos. Os “títulos

descontados” tiveram forte variação o que indica uma continuidade na falta de capital de

giro da empresa para financiar as atividades cíclicas. O último item do Ativo que houve

grande variação foi o de “imóveis”, com acréscimo de 150%. Isto explica em parte a falta

de capital de giro da empresa pois demonstra que há investimentos na estrutura.

No Passivo, chamou a atenção o pequeno acréscimo de 7% nas dívidas com

fornecedores. Considerando que o faturamento aumentou em 34%, esperava-se um

aumento maior neste item do balanço. Seria interessante para empresa que esta conta

aumentasse através de um alongamento das dívidas com esses fornecedores, ao invés de

pagamentos rápidos. Desta forma sobraria mais capital de giro para empresa. Novamente

houve grande aumento em “empréstimos e financiamentos” à curto prazo, ao redor de 40%,

o que indica que a empresa está realmente com um problema de capital de giro.

Já no DRE, as “vendas” tiveram forte aumento de 34%. Interessante notar que o

“custo da mercadoria vendida” teve aumento bem maior, na casa de 68%. Isto pode ser

reflexo de uma nova política da empresa de menores margens nos preços. As “despesas

financeiras” tiveram novo aumento de 47%, o que é bastante preocupante já que está

consumindo quase 30% do lucro bruto operacional.

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5.2.2 Análise Vertical

5.2.2.1 – Ano 2005

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados do Exercício de 2005Análise Vertical

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2005 % 2005 %Disponibilidades 101.563 5% RECEITA OPERACIONALClientes 714.665 37% Vendas de produtos 1.125.986 98%(-) Titulos descontados (118.685) -6% Prestação de serviços 19.873 2%Impostos a recuperar 39.221 2% 1.145.859 100%Adiantamento a Terceiros 11.494 1% DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 43.390 2% Impostos s/ vendas (43.449) -4%Leasing 0 0% Devoluções s/ vendas (105.123) -9%Estoques 462.869 24% (148.572) -13%Despesas do exercicio seguinte 16.676 1%

1.271.193 65% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 997.287 87%REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 121.247 6% CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (521.233) -45%Partes relacionadas 30.000 2%Depósitos Judiciais 2.072 0% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 476.054 42%

153.319 8%PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 200 0% Despesas com vendas (91.228) -8%Imóveis 50.000 3% Despesas administrativas (230.032) -20%Móveis e Utensílios 12.485 1% Receitas/ Despesas financeiras (112.150) -10%Máquinas e Equipamentos 71.096 4% (433.410) -38%Instalações 12.477 1%Prédio em construção 286.778 15% OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 3.435 0%Veículos 126.865 6%Equipamentos processamento dados 6.606 0% RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 5.200 0%(-) Depreciação (36.933) -2%

529.574 27% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 51.279 4%

TOTAL DO ATIVO 1.954.086 100%

PASSIVO CIRCULANTE 2005 % ANÁLISE VERTICAL 2005 % Fornecedores 479.749 25%Obrigações sociais a pagar 23.018 1% Ativo Circulante 1.271.193 65%Obrigações tributárias a pagar 42.909 2% Realizável a Longo Prazo 153.319 8%Obrigações trabalhistas 6.402 0% Permanente 529.574 27%Credores diversos 89.261 5%Empréstimos e financiamentos 458.923 23% Passivo Circulante 1.100.262 56%

1.100.262 56% Exigível a Longo Prazo 96.903 5%EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Patrimonio Liquido 756.922 39%Partes relacionadas 40.018 2%Empréstimos e financiamentos 56.885 3% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 997.287 87%

96.903 5% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 476.054 42%PATRIMÔNIO LÍQUIDO Receitas/ Despesas financeiras (112.150) -10%Capital social 300.000 15% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 51.279 4%Lucros acumulados 456.922 23%

756.922 39%

TOTAL DO PASSIVO 1.954.087 100%

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Abaixo temos dois gráficos que representam muito bem a análise vertical do

balanço de 2005 da Omega Fertilizantes.

Análise Vertical - 2005 - Ativo

Ativo Circulante

Realizável a LongoPrazo

Permanente

Análise Vertical - 2005 - Passivo

Passivo Circulante

Exigível a Longo Prazo

Patrimonio Liquido

Podemos verificar que verticalmente o balanço de 2005 da Omega está muito bem

distribuído, tanto no ativo quando no passivo. No ativo, 65% do montante encontra-se no

circulante, o que é positivo pois no caso de uma crise a empresa poderia fazer caixa com

maior facilidade. Quanto ao passivo, também há bom equilíbrio entre as contas. No entanto

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seria desejável alongar um pouco as dívidas de curto prazo, aumentando a porcentagem no

exigível a longo prazo.

Com relação à análise vertical do DRE, nos chamou a atenção que as despesas

financeiras representaram 10% do faturamento da empresa no ano. O lucro bruto

apresentou expressivo resultado, representando quase 50% do faturamento da empresa.

Outro dado relevante foi a baixo lucratividade, que representava somente 4% do

faturamento da Omega.

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5.2.2.1 – Ano 2006

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados do Exercício de 2006Análise Vertical

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2006 % 2006 %Disponibilidades 184.589 8% RECEITA OPERACIONALClientes 765.604 34% Vendas de produtos 1.509.589 99%(-) Titulos descontados (289.632) -13% Prestação de serviços 11.440 1%Impostos a recuperar 60.276 3% 1.521.029 100%Adiantamento a Terceiros 19.444 1% DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 37.666 2% Impostos s/ vendas (31.773) -2%Leasing 7.192 0% Devoluções s/ vendas (135.498) -9%Estoques 570.577 25% (167.271) -11%Despesas do exercicio seguinte 37.093 2%

1.392.809 62% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 1.353.758 89%REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 186.541 8% CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (874.542) -57%Partes relacionadas 17.191 1%Depósitos Judiciais 2.972 0% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 479.216 32%

206.704 9%PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 400 0% Despesas com vendas (54.142) -4%Imóveis 125.000 6% Despesas administrativas (261.110) -17%Móveis e Utensílios 21.425 1% Receitas/ Despesas financeiras (164.761) -11%Máquinas e Equipamentos 26.916 1% (480.013) -32%Instalações 12.477 1%Prédio em construção 345.253 15% OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 8.972 1%Veículos 169.679 8%Equipamentos processamento dados 6.803 0% RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 8.259 1%(-) Depreciação (49.286) -2%

658.667 29% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 16.434 1%

TOTAL DO ATIVO 2.258.180 100%

PASSIVO CIRCULANTE 2006 % ANÁLISE VERTICAL 2006 % Fornecedores 513.876 23%Obrigações sociais a pagar 3.560 0% Ativo Circulante 1.392.809 62%Obrigações tributárias a pagar 80.189 4% Realizável a Longo Prazo 206.704 9%Obrigações trabalhistas 11.024 0% Permanente 658.667 29%Credores diversos 75.124 3%Empréstimos e financiamentos 643.847 29% Passivo Circulante 1.327.620 59%

1.327.620 59% Exigível a Longo Prazo 157.204 7%EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Patrimonio Liquido 773.356 34%Partes relacionadas 81.714 4%Empréstimos e financiamentos 75.490 3% RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 1.521.029 89%

157.204 7% LUCRO BRUTO OPERACIONAL 479.216 32%PATRIMÔNIO LÍQUIDO Receitas/ Despesas financeiras (164.761) -11%Capital social 300.000 13% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 16.434 1%Lucros acumulados 473.356 21%

773.356 34%

TOTAL DO PASSIVO 2.258.180 100%

Na página seguinte, ilustramos com dois gráficos a análise vertical do balanço de

2006.

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Análise Vertical - 2006 - Ativo

Ativo Circulante

Realizável a LongoPrazo

Permanente

Análise Vertical - 2006 - Passivo

Passivo Circulante

Exigível a Longo Prazo

Patrimonio Liquido

Não houve grandes mudanças com relação à analise feita referente ao balanço de

2005. Novamente a representatividade das “despesas financeiras” sobre o faturamento da

empresa foi significativa para este exercício analisado, chegando a 11% ou R$ 165 mil. O

“lucro bruto operacional” diminuiu de 42% para 32% do faturamento. Já o “lucro líquido”,

como na análise vertical do ano anterior, também teve resultados muito inexpressivos.

Aconselha-se à empresa novamente o alongamento das dívidas de curto prazo.

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5.3 CICLO FINANCEIRO

CICLO FINANCEIRO = PME + PMR – PMP , onde:

PME = ESTOQUES / CPV X 365 dias = 238 dias

PMR = CLIENTES / VENDAS X 365 dias = 206 dias

PMP = FORNECEDORES / COMPRAS X 365 dias = 125 dias

CICLO FINANCEIRO DA OMEGA = 238 + 206 – 125 = 319 dias

Como é citado acima, o ciclo financeiro da Omega Fertilizantes é bastante longo, o

que é uma das características das empresas do setor em que a empresa está inserido. Este

ciclo financeiro pode ser uma das causas dos problemas financeiros da Omega. Com o

intuito de diminuirmos este ciclo financeiro e buscar uma menor dependência do capital

bancário, as medidas que podem ser adotadas pela Omega são:

• Diminuir o PME através de um maior controle do quanto de matéria-prima é

necessária para atender aos pedidos de venda;

• Diminuir o PMR através do direcionamento das vendas para aquelas culturas em

que não é exigido o “prazo safra” ou aquelas em que a colheita é realizada em um

menor espaço de tempo;

• Aumentar o PMP através de uma negociação com os fornecedores. Admiti-se neste

item até o pagamento de juros para os fornecedores, desde que tenha um custo

menor do que o custo financeiro atual da empresa.

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5.4 ANÁLISE DO EFEITO TESOURA

Suspeitamos que a Omega Fertilizantes esteja enfrentando o chamado “efeito

tesoura” visto todos os dados que verificamos anteriormente. Abaixo, no quadro inferior da

direita, temos o cálculo da tesouraria da empresa nos últimos três anos:

Empresa: FERTILIZANTES OMEGA LTDABalanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados dos Exercícios de 2004, 2005 e 2006Análise do Efeito Tesoura

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

ATIVO CIRCULANTE 2004 2005 2006 2004 2005 2006Disponibilidades 39.772 101.563 184.589 RECEITA OPERACIONALClientes 576.433 714.665 765.604 Vendas de produtos 812.659 1.125.986 1.509.589(-) Titulos descontados (12.551) (118.685) (289.632) Prestação de serviços 30.546 19.873 11.440Impostos a recuperar 69.034 39.221 60.276 843.205 1.145.859 1.521.029Adiantamento a Terceiros 24.227 11.494 19.444 DEDUÇÕES DA RECEITADevedores diversos 38.350 43.390 37.666 Impostos s/ vendas (8.441) (43.449) (31.773)Leasing 0 0 7.192 Devoluções s/ vendas (345) (105.123) (135.498)Estoques 415.202 462.869 570.577 (8.786) (148.572) (167.271)Despesas do exercicio seguinte 6.170 16.676 37.093

1.156.637 1.271.193 1.392.809 RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 834.419 997.287 1.168.758REALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientes - Renegociações 21.111 121.247 186.541 CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (401.596) (521.233) (874.542)Partes relacionadas 8.318 30.000 17.191Depósitos Judiciais 1.484 2.072 2.972 LUCRO BRUTO OPERACIONAL 432.823 476.054 479.216

30.913 153.319 206.704PERMANENTE DESPESAS OPERACIONAISParticipações 0 200 400 Despesas com vendas (42.812) (91.228) (54.142)Imóveis 22.500 50.000 125.000 Despesas administrativas (224.301) (230.032) (261.110)Móveis e Utensílios 6.897 12.485 21.425 Receitas/ Despesas financeiras (31.503) (112.150) (164.761)Máquinas e Equipamentos 51.096 71.096 26.916 (298.616) (433.410) (480.013)Instalações 7.364 12.477 12.477Prédio em construção 172.848 286.778 345.253 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 22.907 3.435 8.972Veículos 44.284 126.865 169.679Equipamentos processamento dados 4.807 6.606 6.803 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 17.725 5.200 8.259(-) Depreciação (14.657) (36.933) (49.286)

295.139 529.574 658.667 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 174.839 51.279 16.434

TOTAL DO ATIVO 1.482.689 1.954.086 2.258.180

PASSIVO CIRCULANTE 2004 2005 2006 ANÁLISE DO EFEITO TESOURA 2004 2005 2006Fornecedores 377.846 479.749 513.876 Obrigações sociais a pagar 9.880 23.018 3.560 Capital de Giro 394.898 170.931 65.189 Obrigações tributárias a pagar 15.758 42.909 80.189 Necessidade de Capital de Giro 703.362 528.291 517.255 Obrigações trabalhistas 4.337 6.402 11.024 Tesouraria (308.464) (357.360) (452.066) Credores diversos 5.682 89.261 75.124 Empréstimos e financiamentos 348.236 458.923 643.847

761.739 1.100.262 1.327.620 EXIGÍVEL A LONGO PRAZOPartes relacionadas 1.988 40.018 81.714 Empréstimos e financiamentos 13.328 56.885 75.490

15.316 96.903 157.204 PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 300.000 300.000 300.000 Lucros acumulados 405.643 456.922 473.356

705.643 756.922 773.356

TOTAL DO PASSIVO 1.482.698 1.954.087 2.258.180

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(500.000) - 500.000 1.000.000

2004

2005

2006

Análise do Efeito Tesoura

TesourariaNecessidade de Capital de Giro

Capital de Giro

Como pode ser visualizado acima, há um crescimento do saldo da tesouraria

negativo, característica do efeito tesoura. O rápido aumento das vendas gerou uma carência

de capital de giro na empresa. O longo ciclo financeiro somente ajudou a acelerar o

processo. Isto resultou numa demanda da empresa por empréstimos bancários, conforme

podemos verificar no gráfico abaixo:

Vendas x Empréstimos

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1 2 3

Titulos descontados

Vendas de produtos

Empréstimos efinanciamentos

Portanto, está caracterizado que a Omega Fertilizantes está sofrendo o “efeito

tesoura”. Para comprovar matematicamente nossa teoria, na página seguinte serão

realizados cálculos para comprovar se nossa teoria está correta.

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5.5 AUTOFINANCIAMENTO

Abaixo, calculamos para o ano de 2006 a capacidade de autofinanciamento da

Omega Fertilizantes:

Vendas R$ 1.353.758,00

(-) CPV, Despesas Administrativas e Despesas com Vendas R$ 1.189.794,00

(+) Depreciação R$ 86.219,00

(-) Despesas Financeiras Liquidas e Imposto de Renda R$ 164.761,00

(=) CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO R$ 85.422,00

Como nota-se acima, o autofinanciamento da empresa é bastante aquém ao

desejado. Abaixo verifica-se através de equações se a Omega Fertilizantes está realmente

enfrentando o “efeito tesoura”.

V1 = vendas no período 1 = R$ 997.287,00

V2 = vendas no período 2 = R$ 1.353.758,00

A = autofinanciamento / vendas = 0,0631

B = ciclo financeiro ( [valores a receber a curto prazo + estoques – dívidas a

curto prazo] / vendas) = 0,00459

V2 x (A-B) + B x V1 > 0

1.353.758 x (0,0631-0,00459) + 0,00459 x 997.287 > 0

83.785 > 0

Como a equação acima foi verdadeira, então a equação V2/V1 deverá ser inferior à

B/(B-A), se não a empresa estará enfrentando o “efeito tesoura”.

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V2/V1 < B/(B-A)

1,3574 < 0,00459/(0,00459-0,0631)

1,3574 < - 0,0784

Como já era esperado, comprovamos matematicamente o fenômeno na empresa.

Diversos aspectos contribuíram para que ele fosse caracterizado. Cito abaixo alguns desses

itens:

• Ciclo financeiro extremamente longo

• Baixo autofinanciamento

• Crescimento muito acelerado de vendas

• Elevado nível de estoques

Finalizando este capítulo, conclui-se que a Omega Fertilizantes está ultrapassando

pelo efeito tesoura e deverá tomar medidas para reverter este quadro, se não poderá tornar-

se insolvente no curto prazo. Conclui-se também que mesmo com os problemas

enfrentados, os índices financeiros da empresa ainda se encontram em bons níveis. O item

analisado mais preocupante é o ciclo financeiro que deve ser revisto com urgência pela

Omega.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Omega Fertilizantes, apesar das dificuldades enfrentadas, é uma empresa em

expansão. O que mais chama atenção no setor em que ela está inserido é a possibilidade de

crescimento da empresa visto que a mesma ainda possui uma fatia do mercado bem aquém

das suas pretensões. Atualmente, o faturamento da empresa vem crescendo em torno de

40% ao ano, o que está causando uma instabilidade financeira.

Os índices financeiros da Omega são muito bons em comparação com empresas do

mesmo setor. A empresa possui ainda uma boa relação de passivos e ativos, como é

demonstrado nos índices de liquidez. Os índices mais preocupantes são os de giro dos

estoques e giro de contas a receber que encontram-se em patamares muito altos. A crise no

setor agrícola no Rio Grande do Sul foi muito desfavorável e gerou diversas falências.

Mesmo com essa crise, a Omega se manteve no mercado, apesar dos números terem

piorado um pouco nos últimos dois anos.

Foi visto neste trabalho que o aumento exagerado das vendas da empresa e o longo

ciclo financeiro estão gerando uma escassez de capital de giro, que está sendo suprida por

empréstimos bancários. Esta é uma constatação bastante importante. Se a empresa

continuar com esta política, terminará mais cedo ou mais tarde insolvente. Atualmente a

Omega já está sofrendo influência disso com a queda nos lucros da empresa. Pela análise

horizontal realizada, as despesas financeiras correspondiam a 10% do faturamento da

empresa. A empresa vem sofrendo com o efeito tesoura e para reequilibrar seus números

deverá, no curto prazo, tomar algumas medidas para sanar este problema. As sugestões

propostas são: diminuir estoques; alongar dívidas com fornecedores; reduzir vendas a prazo

e diminuir o crescimento das vendas.

Por fim, é fato que este trabalho dará um suporte para Omega rever algumas

questões que foram analisadas aqui. Talvez no curto prazo a empresa já consiga entrar em

um novo estágio, com lucros maiores e melhores números. A Omega tem potencial para se

tornar em poucos anos em uma das empresas líderes no seu mercado de atuação e para

atingir esse objetivo é importante que se faça um planejamento mercadológico e

principalmente financeiro.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUBERT-KRIER, Jane. Gestão e recursos financeiros; Lisboa : Presença, 1974

ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D. Princípios da

administração financeira; 2. ed. ; São Paulo : Atlas, 2000

FLURIET, Michael; KEHDY, Ricardo; BLANC, Georges. O modelo Fleuriet: a dinâmica

financeira das empresas brasileiras: um novo método de análise, orçamento e planejamento

financeiro. Rio de Janeiro : Campus, 2003

NETO, Alexandre Assaf; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração de Capital de

Giro. 2. ed. – São Paulo : Atlas. 1997

OLIVEIRA, Ernani Tadeu de. Crescer em Equilíbrio. Porto Alegre : UFRGS 1983

MATARAZZO, Dante. Análise Financeira de Balanços. 5º ed. São Paulo : Atlas 1998

MARTINS, Maria Alice Hofmann. Metodologia de Pesquisa. www.ulbra.br : 2002

YIN, Robert K. Estudo de Caso. 2º ed. Porto Alegre : 2001

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle

financeiro. 10º ed. Porto Alegre : Sagra Luzzatto. 2004