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Imagens do (Ensino) Português no Estrangeiro – Projeto Formação Contínua EPE Estugarda | 25 a 27 de março de 2013 “Imagens das línguas e formação de professores de línguas” Diálogos entre Pensar e Agir: reflexões sobre o conceito de imagens na formação de professores de Ana Sofia Pinho | [email protected] português como língua de herança [25.03.2013 | 16h30]

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Imagens do (Ensino) Português no Estrangeiro –

Projeto Formação Contínua EPE

Estugarda | 25 a 27 de março de 2013

“Imagens das línguas e formação de professores de línguas”

Diálogos entre Pensar e Agir: reflexões sobre o conceito de imagens na formação de professores de

Ana Sofia Pinho | [email protected]

reflexões sobre o conceito de imagens na formação de professores de português como língua de herança

[25.03.2013 | 16h30]

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Estrutura da conferência

Pensamento e Ação dos

professores:

Pensamento e(m) Ação

Ensino de PLH:

papel de uma professores:

papel das imagensdos colegas

professores de PLH

papel de uma didática do contexto

e da pluralidade

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O pensamento e a ação dos professores :

o papel das imagens das línguas e do seu ensino

� paradigma do pensamento do professor (Sanches & Jacinto, 2004)� investigação sobre a epistemologia da prática (Abdalla, 2002); “gramática do pensamento e da ação” dos professores (Tochon, 1993)

trabalhos sobre o conhecimento profissional dos professores, o seu pensamento, ação e aprendizagem ao longo do tempo.

Representações dos professores sobre o ensino de línguas Representações dos professores sobre o ensino de línguas como estas mudam/se transforam e quais os fatores que contribuem ou constrangem essas transformações

(Borg, 2003; Pinho, 2008)

Dimensão representacional,

cognitiva, interpretativa e

valorativa da ação do professor

Reconfiguração, melhoria,

transformação, inovação

das práticas de ensino de línguas

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� natureza tácita, intuitiva e de cariz experiencial e rotineiro (Elbaz, 1991; Sternberg & Horvath, 1999)

� matriz conceptual e acional (Gimeno Sacristán, 2000) que orienta o agir didático e as lógicas e intencionalidades do professor

� construção da relação pedagógica professor-aluno e influenciam as próprias autoimagens dos alunos como aprendentes

Tomemos o exemplo do professor de PLH – representações sobre:Tomemos o exemplo do professor de PLH – representações sobre:

� a LP a ensinar e a fazer viver na sala de aula (a língua como objeto curricular);� a metodologia de ensino/aprendizagem (metodológicas);� o que é importante aprender (epistemológicas);� o que é ser professor de línguas, de PLH… (identitárias);� os espaços de ação (contextuais).

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� dialogar com as mudanças sociais e as paisagens linguísticas associadas, particularmente, ao PLH;

� analisar os seus quadros de referência sobre a educação em línguas e o ensino do PLH e ajuizar sobre a sua adequação,

pertinência e atualidade;

� construir novos repertórios de teorias (e) práticas de ensino de PLH e pô-los em ação;

� reequacionar criticamente as suas práticas educativas

(objetivos, estratégias, atividades, recursos… adequados a alunos de PLH) e os discursos sobre as línguas e os seus falantes que aí circulam e/ou faz circular;

forte natureza afetiva, volitiva e avaliativa

(Zembylas, 2003, 2004)

Facilitadores & obstáculos circulam e/ou faz circular;

� se transformar identitariamente;

� intervir nos contextos, identificando áreas prioritárias de intervenção;

� se envolver em novas aprendizagens profissionais sobre o ensino do PLH/de línguas;

� desenvolver uma investigação-ação com significado para os sujeitos e contextos em que atua, no sentido da construção de práticas de PLH mais adequadas e significativas

(Pinho, 2008)

obstáculos epistemológicos

(Pérez Gomez, 1993)

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Dimensão metareflexiva (conhecer as suas próprias imagens)

Reflexão sobre si, conduzindo ao auto-conhecimento, numa estreita relação com a reflexão sobre, com e suscitada pelos outros (colegas, alunos, ...);

Reflexão sobre o acto pedagógico, a acção, numa estreita relação com os alunos e os contextos e as situações concretas da praxis educativa;

Reflexão sobre os contextos alargados;

Reflexão sobre o objecto de ensino, neste caso, as línguas e o PLH

(Pinho, 2008)

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Representações de professores de PLH: porquê?

- O ensino do Português e suas nuances- Imaginário linguístico-profissional (Boyer, 1998) – conhecer e atuar

Questionário:

� Para mim, ensinar Português como Língua de Herança é…

� Tendo em conta esta minha perspetiva, no meu trabalho como

11 respondentes (25%)

� Tendo em conta esta minha perspetiva, no meu trabalho como professor(a), costumo…

� Tendo em conta a minha experiência de terreno com os alunos e com as Comunidades Portuguesas, tenho encontrado obstáculos/dificuldades, como…

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Pensamento e(m) Ação dos colegas professores de PLH

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Representação 1:

o ensino do PLH é uma missão de preservação da língua e cultura

portuguesas

“...poder contribuir para a divulgação e longevidade da cultura portuguesa.” (Q9, P1)“...contribuir para a manutenção da língua herdada da família, mantendo em simultâneo um elo de ligação à cultura e a outros fatores a ela inerentes” (Q3, P1)

“...sublinhar a importância do nível linguístico mínimo confortável para aqueles que no futuro desejem regressar a Portugal, quer seja para prosseguir estudos, quer seja para ingressarem no mercado de trabalho.” (Q3, P2)

“...criar um espaço aberto ao debate, construção e aquisição de conhecimentos, ideias e ideais do universo lusitano....dar aos meus alunos a possibilidade de reviverem tradições, usos e costumes, com a intensidade e realismo possíveis dado que estamos longe das gentes e origens.” (Q9, P2)

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Representação 2:

o ensino do PLH passa por construir/fomentar/alimentar relações

de afetividade com a língua, com Portugal e suas comunidades,

enquanto parte de uma identidade (portuguesa / multicultural)

“valorizar e estabelecer o vínculo afetivo que os alunos têm com o Português e com Portugal, criar um contexto de vivência da língua em sala de aula de forma a ajudá-los a construir a sua identidade como ser multicultural.” (Q2, P1)“transmitir tudo o que distingue, identifica e confere a identidade portuguesa” (Q1, P1)“contribuir para a formação de uma identidade pessoal e cultural junto das “contribuir para a formação de uma identidade pessoal e cultural junto das comunidades luso-descendentes a residir na Alemanha, promovendo uma proximidade e ligação afetiva às suas raízes.” (Q10, P1)

“Poder contribuir para o elo de ligação e comunicação entre filhos e pais, netos e avós, primos e primas que é a língua portuguesa.” (Q9, P1)“...cultivar a consciência dos indivíduos que nasceram num país de língua oficial portuguesa ou daqueles cujos pais provêm de tais países, no sentido de manterem vínculos afetivos com os familiares residentes em Portugal pela necessidade de bom entendimento entre as partes e quando visitam o país em questão.” (Q3, P1)

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Representação 3:

Ensinar PLH passa por valorizar as características do falante

bilingue

“Ensinar uma língua a alunos para quem o Português não é uma língua materna, uma língua que é raramente falada em casa, na escola, com os amigos, uma língua que a escola pode ajudar a perceber melhor. É ter numa sala de aula alunos que dominam oralmente a língua e outros que têm muitas dificuldades em falar. É ouvir alunos falar simultaneamente em Alemão e em Português.” (Q7, P1)

“Isto apesar de, aquilo que os meus alunos são, ser já um misto entre a cultura portuguesa e cultura alemã” (Q11, P1)“criar cidadãos bilingues, que tenham orgulho no elo de ligação com a língua portuguesa.” (Q5, P1)

“Procuro ampliar e aprofundar as vivências da língua praticadas junto dos familiares e fazer uma conexão entre essas e as exploradas na sala de aula.” (Q8, P1)“Tentar num grupo heterogéneo que todos pratiquem a língua, auxiliando os que têm mais dificuldades” (Q7, P2)

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Representação 4:

O currículo de PLH deverá incluir aspetos cultural, linguística e

individualmente relevantes.

-trabalhar o repertório sócioafetivo dos alunos, criando pontes intergeográficas:

“Poder trazer um bocado de Portugal todas as semanas ao imaginário de crianças que sonham todos os dias com as férias de verão, os seus familiares e amigos.” (Q9, P1)

-trabalhar a motivação para a língua e a autoconfiança para a expressão em LP:

“Tentar num grupo heterogéneo que todos pratiquem a língua, auxiliando os que têm mais dificuldades, utilizando a estratégia de dizer aos alunos que não sei falar alemão…” (Q7, P2)

-trabalhar a própria identidade

“tento levá-los a compreender os privilégios de poderem ser bilingues.”

- trabalhar em prol de uma consciência e competência intercultural:“- promover debates de cariz intercultural, focando essencialmente as culturas portuguesa e alemã. (…) fomentar o diálogo intercultural.” (Q10, P2)

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-trabalhar conteúdos e temáticas que fomentem o conhecimento dos alunos sobre

aspetos socioculturais e sociolinguísticos:

“a língua falada e escrita, os usos e costumes, as tradições, os ditados populares, a gastronomia, .... Tudo aquilo que identifica e recorda as nossas origens como povo português.” (Q1, P1)

“possibilitar aos alunos momentos não só teóricos como também práticos sobre o exposto no ponto um, por exemplo, dar a conhecer o “solo português” em [nome da cidade], através de uma visita de estudo ao Consulado Geral de Portugal, em [nome da cidade]; fazer um magusto com os alunos e cantar canções sobre o S. Martinho” da cidade]; fazer um magusto com os alunos e cantar canções sobre o S. Martinho” (Q1, P2)

“proporcionar oportunidades de contacto com a cultura, as tradições e a história de Portugal.” (Q10, P2)

“assente em temáticas muito ligadas ou próximas com a cultura portuguesa. A ideia é tentar sempre estabelecer pontes com a nossa cultura a nossa identidade” (Q11, P2)

“Costumo preparar as minhas aulas segundo as temáticas previstas mas que poderão, por qualquer motivo ser alteradas.” (Q6, P2)

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- trabalhar a língua em si e a competência comunicativa, nas suas subcomponentes:

“a língua falada e escrita” (Q1, P1)

“promover a leitura de contos de autores portugueses, etc. ...” (Q1, P2)

“ampliar e aprofundar essa vivência em sala de aula, criando sempre que possível um contexto de vivência da língua.” (Q2, P2)

“Procuro proporcionar aos meus alunos condições para eles viverem a língua dentro da sala de aula” (Q2, P2)da sala de aula” (Q2, P2)

“fazer a alfabetização em língua portuguesa, o que traz segurança e fortalece os laços familiares, dando a conhecer a sua identidade, costumes do país de origem” (Q5, P2)

“Ensinar a Língua Portuguesa (na sua componente linguística)” (Q11, P2)

“Motivo os alunos a falar, a perguntar e a realizar tarefas”

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Representação 5:

Ensinar PLH baseia-se na construção de uma relação Professor-

Aluno(s) sustentada numa língua partilhada

“um grande desafio… O professor tem diversos papéis que se sobrepõem e se alternam conforme o momento, a aula e o aluno. O professor é um educador, motivador, orientador, conselheiro e provocador de reflexões.” (Q8, P1)

“Poder ensinar e criar em português, a minha pátria e refúgio.” (Q9, P1)

“...estabelecer laços de afetividade com os meus alunos, num código que partilhamos, mais ou menos, e que nos envolve numa cumplicidade nostálgica de elementos e vivências comuns. É sentir que naquele momento de aula, o aluno se sente entendido, que tem um espaço próprio com o qual se identifica e é identificado, estando assim preparado para receber e descobrir algo novo.” (Q6, P1)

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Representação 6:

O ensino de PLH implica a relação com os pais e a comunidade e a

manutenção e/ou construção de sinergias

“nos casos em que o envolvimento dos pais é reduzido, em que os pais e o professor não interligam as suas forças a fim de permitir ao aluno ficar mais seguro, mais autoconfiante e assim estar aberto a experimentar novos desafios. Considero que é uma prioridade a preparação de pais emigrantes para a complexidade do processo de educação e o ajuste sociocultural a que os seus filhos estão submetidos. O envolvimento dos familiares no processo educativo dos falantes de língua de herança é fundamental, só os que respeitam e valorizam a sua própria identidade estão em fundamental, só os que respeitam e valorizam a sua própria identidade estão em condições de levar os seus filhos a sentirem uma ligação afetiva às suas origens.” (Q8, P3)

“...sensibilizar encarregados de educação/ alunos para a necessidade da manutenção da língua na família” (Q3, P2)“…sensibilizar alunos, pais e comunidade para a importância e vantagens da aprendizagem da Língua Portuguesa e sua Cultura. Procuro motivar e incentivar, quer nas aulas usando estratégias e metodologias adequados aos grupos ou alunos, quer nas reuniões ou encontros com a comunidade o quanto é importante o apoio deles, para o incentivo dos alunos.” (Q4, P2)

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O diálogo com os contextos

Dificuldade 1: o espaço, o tempo e o valor concedidos à PLH no

dia-a-dia dos alunos

“os alunos apenas utilizarem a língua portuguesa durante as aulas de português.” (Q1, P3)

“quando estou em contacto com os alunos, por exemplo, num Centro Português, ao domingo, os alunos falam com os pais em alemão e por exemplo comigo em Português. Mesmo num contexto em que o Português poderia ser comigo em Português. Mesmo num contexto em que o Português poderia ser utilizado é muitas vezes substituído pelo alemão.” (Q7, P3)

“Sendo a escola alemã aquela na qual os resultados obtidos é que contam para o sucesso escolar, o português é encarado em casos pontuais como algo meramente acessório (encarregados de educação) ou, em situações mais complexas, como um sério impedimento ao sucesso escolar na escola alemã (professores da escola alemã).” (Q3, P2)

“fraca valorização do curso de LCP, quer por parte dos alunos, quer por parte dos Encarregados de Educação, assim como falta de apoio ao estudo por parte da família dos alunos.” (Q10, P3)

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Dificuldade 2: gerir pedagogicamente a heterogeneidade dos

repertórios linguísticos dos alunos e desenvolver um ensino

diferenciado

“ter de lecionar, ao mesmo tempo, alunos de níveis etários e de níveis de aprendizagem diferentes.” (Q2, P3)

“Os manuais… Tenho um grupo de alunos heterogéneo e vejo que alguns manuais são indicados para LM, outros LS, outros LE. A heterogeneidade dos grupos que obriga a indicados para LM, outros LS, outros LE. A heterogeneidade dos grupos que obriga a um ensino individualizado numa sala de aula, com, por exemplo dez alunos, dos 6 aos 18 anos, com manuais diferentes, em páginas diferentes. Fazer testes diferentes de aluno para aluno.” (Q7, P3)

“ter de lecionar alunos que aprendem Português como língua estrangeira juntamente com alunos, que têm o Português como língua materna” (Q2, P3)

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Uma configuração possível da imagem do ensino do PLH?

...

Sujeitos e comunidadesCompetência Bi/PlurilingueIdentidade /

PENSAMENTO

Sujeitos e comunidadesEsfera cultural

Identidade / Afetividade

Imagem em construção

Identidade / Afetividade

Características dosalunos

Ensino diferenciado

AÇÃO

Afetividade

Características bi/plurilingues dos

alunosEnsino diferenciado ?

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Ensino de PLH:

papel de uma didática do contexto e da pluralidade

� perspetiva ecológica e sistémica da educação e da formação (Alarcão & Sá-Chaves, 1994) e na diversidade das paisagens linguísticas e profissionais (Clandinin & Connelly, 1995), colocando-as no centro do pensamento e da ação do professor de PLH, mas igualmente dos próprios cenários de formação.

perspetiva recontextualizadora(Carvalho, 2013: 146)

Didática orientada para os contextos:

� as dinâmicas plurais - compreendê-las e com/sobre elas atuar, para as manter, transformar, reconfigurar. � as práticas educativas - situadas e sobretudo compreensíveis dentro das situações em que ocorrem ou para as quais se dirigem. � os parâmetros didáticos estão estreitamente e indissociavelmente imbricados no contexto (Blanchet & Rahal, 2008)

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O que vem exigir ao professor?

“o desenvolvimento de uma capacidade de compreensão situacional por parte do professor”; a construção de conhecimento profissional numa “relação recíproca e sinérgica [com] os contextos em que este se insere”

(Pinho, 2008: 128).

“responder à multi e indeterminação contextual numa perspectiva de elaboração de

soluções não estandardizadas e consequentemente mais ajustadas aos

constrangimentos naturais de cada circunstância” constrangimentos naturais de cada circunstância” (Sá-Chaves, 2000: 45).

� operacionalização dos processos educativos: - teorias pedagógicas para o ensino de LH (teorias sobre o bi/plurilinguismo e o desenvolvimento bi/plurilingue)- resultados concretos resultantes dos próprios processos de ensino/aprendizagem em contexto

(adaptando Valdés, 2001: 24).

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Conhecimento

Saber e Fundamentar(-se)

Construção de cenários de formação numa Didática do Contexto

no Ensino de PLH…

Competência Profissional

Capacidades

Conceber e Agir

Atitudes

Abrir-se e Valorizar

Andrade, Martins & Pinho (2011)

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Conhecimento

Saber e Fundamentar(-se)

conhecer teorias sobre ensino bi/plurilingue e ensino de LH;

saber conceptualmente o que é um falante/aprendente bi/plurilingue; saber a diferença entre um aprendente de PLH e

de PLE; conhecimentos sobre as características das conhecimentos sobre as características das

comunidades em que a LH é falada, dos alunos; conhecimento sobre práticas

informais, ex. em casa, de fomento de PLH;conhecimento das finalidades, por parte

dos alunos, da aprendizagem de PLH[…]

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Atitudes

Abrir-se e Valorizar

refletir sobre as próprias atitudes e imagens face à LPH, aos seus falantes e às

outras línguas;refletir sobre o seu perfil de falante e de

professor;estar predisposto a desenvolver práticas de sala de aula, bem com a comunidade, que sala de aula, bem com a comunidade, que

contribuam para a manutenção do bi/plurilinguismo dos alunos, como forma

de lutar contra o assimilacionismolinguístico e a perda da língua

[…]

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Capacidades

Conceber e Agircapacidades de leitura e mobilização

criteriosa de teorias e práticas do ensino de L1 e LE/L2 para o ensino de PLH;

práticas fomentadoras de atitudes positivas dos alunos acerca do PLH e eles próprios como

falantes bi/plurilingues; práticas diferenciadas que considerem os perfis e

as trajetórias linguístico-comunicativas dos alunos;

práticas promotoras de competências práticas promotoras de competências metalinguística, metacomunicativa e

metaestratégica, bem como a transferências de skills de literacia;

práticas contrastivas; práticas que concorram para uma biliteracia;

práticas colaborativas com os pais e a comunidade;

práticas de avaliação aliadas ao ensino diferenciado;

[…]

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Voltando às vozes do contexto

“les trajectoires d’enseignement semblent ne pas savoir se confronter à cette diversité de rapports [aux langues, à leur langues familiales, aux langues de l’école, aux langues autres…] et

les formations des enseignants mises en œuvre pour répondre à cette

hétérogénéité semblent faire défaut un peu partout.

Tout se passe comme si une simple importation de modèles théoriques et

pragmatiques et de formation de professeurs pourrait suffire à répondre

aux besoins et aux demandes de ce public apprenant, auquel on attache les labels LM ou LE pour « mieux » cadrer les approches d’enseignement et les méthodologies (ici comprises par « manuel de langue »).”

(Melo-Pfeifer & Schmidt, 2012).

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Mensagem para terminar…

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Imagens do (Ensino) Português no Estrangeiro –

Projeto Formação Contínua EPE

Estugarda | 25 a 27 de março de 2013

“Imagens das línguas e formação de professores de línguas”

Diálogos entre Pensar e Agir: reflexões sobre o conceito de imagens na formação de professores de

Ana Sofia Pinho | [email protected]

reflexões sobre o conceito de imagens na formação de professores de português como língua de herança

[25.03.2013 | 16h30]