Immanuel Kant

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Immanuel Kant

Biografia: Immanuel Kant nasceu em Knigsberg na Prssia, Alemanha, no dia 22 de abril de 1724. Filho de artesos de couros. Estudou no Colgio Fredericianum e na universidade de Knigsberg, nesta se tornou professor catedrtico, alm de tornar-se preceptor de filhos das famlias ricas. Kant no se casou e nem teve filhos, nunca saiu de sua cidade natal. Era um homem ordenado (metdico), de estatura baixa e muito frgil.

Consideraes iniciais:

Kant passou a vida inteira investigando, estudando o universo espiritual do ser humano, em busca dos fundamentos ltimos, necessrios e universais que constituem o prprio ente. Esta pesquisa em relao ao ser se torna posteriormente fonte de todas as dvidas dos sculos XIX e XX.

O universo espiritual, que foi considerado em seus estudos, composto de diversos elementos que se contradizem entre si. Estes elementos podem ser desdobrados em dois: o conhecimento e a ao humana.

No primeiro desdobramento (o conhecimento) se encontram as possibilidades de conhecimento, seus limites e suas aplicaes. Anteriormente a Kant, a cincia demonstrava duas aplicaes, que eram consideradas uma espcie de dogma, ou seja, eram indiscutveis em questo de veracidade (verdade), sendo estes a matemtica e a fsica.

Primeiramente, a matemtica, se desenvolveu principalmente a partir do renascimento, no qual Descartes descobre a geometria analtica, sendo que o clculo infinitesimal (refere-se s quantidades infinitamente pequenas) por Newton e Leibniz. Sendo assim, a matemtica se torna um modelo de conhecimento cientfico necessrio e universal.

Ao lado da matemtica surgiam os grandes pensadores metafsicos ocidentais, que fizeram da metafsica um grande sistema, sendo o mais expressante destes metafsicos, o prprio Kant, que pretendia dar respostas s questes ltimas do ser humano (o que posso saber, o que devo fazer, o que posso esperar, o que o homem), das coisas. A metafsica sempre foi conflitante, sendo que a maioria dos pensadores sempre a questionava a cerca de sua veracidade.

No segundo desdobramento, a ao humana, h uma questo que sistematiza o universo das idias, ou seja, o problema da moral. Aqui, trata-se de saber no o que o homem conhece ou pensa a respeito do mundo, mas do que deve fazer para alcanar a felicidade, o bem supremo.

O conhecer:Na critica da razo pura (publicada pela primeira vez em 1781), Kant distingue duas formas de conhecimento: o primeiro o emprico, ou a posteriori, e o segundo o puro, ou o a priori. O conhecimento emprico o conhecimento fornecido pelas experincias, ex.: A porta est aberta, ou seja, o conhecimento no pode ser desvinculado da realidade ou daquilo que percebemos atravs dos sentidos, neste caso sempre o objeto que regula o conhecimento que o ser passa a ter dos fenmenos que acontecem a sua volta.

Por outro lado, o conhecimento puro no depende dos sentidos, sendo este universal e necessrio, ex.: A linha reta entre dois pontos a distncia mais curta, universal, pois, no diz qual linha reta, e necessria, pois, no afirma em que necessidade ela a mais curta.

neste momento em que Kant inicia a sua revoluo copernicana na filosofia, pois, o filsofo pretendia demonstrar que o conhecimento puro no mais regulado pelo objeto, mas sim que o objeto regulado pelo conhecimento, neste caso, Kant afirma que, Das coisas conhecemos a priori s o que ns mesmos colocamos nelas (Kant, 1980, p. 13), ou seja o conhecimento a priori a nossa imaginao, que possibilitas idias de como seriam certos objeto.

Ao lado do conhecimento puro e analtico, faz-se necessrio distinguir o conhecimento, ou melhor, juzo analtico e o sinttico. No primeiro, o analtico, o predicado est contido no sujeito, neste caso basta apenas analisar e extrair o sujeito, assim sendo, no possvel pensar em corporeidade sem pensar em sua extenso, ex.: Os corpos so extensos. J o juzo sinttico une o sujeito ao predicado formando, assim, um nico conceito, ex.: Todos os corpos se movimentam.

Pode-se ainda classificar os juzos em trs: analtico, sinttico a posteriori e sinttico a priori. Os analticos no tm muito a acrescentar ou enriquecer o conhecimento, pois estes so apenas repeties. Os sintticos a posteriori tambm carecem de importncia, sendo que as experincias se esgotam em si mesmas. O verdadeiro ncleo da cincia do conhecimento est situado nos juzos sintticos a priori que enriquecem e fazem progredir o prprio conhecimento.

A metafsica tende a adquirir a mesma classificao que a matemtica e a fsica, ou seja, a verdade indiscutvel. Assim sendo, para Kant, surgiram trs grandes questes: Como so provveis os juzos sintticos a priori na matemtica? Como so provveis os juzos sintticos a priori na fsica? como so provveis os juzos sintticos a priori na metafsica? (Kant, os pensadores, cap. 35, p. 489). Neste caso, a filosofia deveria se preocupar na investigao de certos princpios que seriam os responsveis para sintetizar os dados da experincia, sendo que estes dados seriam encontrados na sensibilidade e no entendimento.

Na critica da razo pura h uma investigao acerca destes princpios, (que recebe o nome de esttica transcendental) no qual Kant entende como transcendental o conhecimento que se ocupa com os modos de conhecer os objetos, na medida em que, seja possvel conhec-los a priori. tambm aqui onde se encontram os princpios da matemtica. Em outra parte da critica da razo pura, a analtica transcendental, a qual analisa os elementos do entendimento e desvela a estrutura da fsica. Em outro aspecto na critica da razo pura tratado o uso que a razo faz do entendimento no qual se cria a metafsica.

Espao e tempo:O espao e tempo para Kant, est localizado na esttica transcendental, a qual pode ser caracterizada como sendo a faculdade da intuio, ou da sensibilidade, aqui que o sujeito pode conhecer os objetos e apreend-los racionalmente.

A matria de todo o conhecimento so as impresses recebidas dos objetos que esto a nossa volta, por tanto exprimem certa ordem no mundo, ou uma ordem no espao em que o objeto se localiza, neste caso s possvel conhecer as coisas que esto no espao, mas no o espao, que invisvel ao nosso ver.

O tempo s serve para representar e fundamentar a sucesso de fatos que acontece, como o desaparecimento ou o surgimento das coisas, contudo o tempo nunca desaparece e o espao, consequentemente, tambm no. O conhecimento jamais ser possvel sem o tempo e o espao, sendo que o conhecimento universal nunca se esgotar nestes dois elementos, que esto sempre unidos.

O conhecimento:Na analtica transcendental, Kant caracteriza os diferentes tipos de juzos (da lgica de Aristteles), sendo estes agrupados em grupos de trs: quantidade (universal, partcular, singular), qualidade (afirmativo, negativo, indefinido), relao (categricos, hipotticos, disjuntivos) e modalidades (problemticos, assertrios, apodticos), estes juzos constituem todo o ncleo da analtica transcendental.

Este conhecimento lgico nasce em funo da necessidade de sintetizar o conhecimento a partir do sujeito. Assim sendo, a conscincia fundamental, pois produz e unifica o eu transcendental, tambm a conscincia que constitui o objeto de conhecimento. A unidade do conhecimento somente possvel se existe uma sntese da conscincia mediante os diversos elementos, sendo estes: a sntese de produo imaginria, que possibilita novas representaes, e a sntese dos conceitos, que permite conhecer de fato os elementos.

Estes trs modos de conhecimento so resultantes de um sujeito capaz de conhecimento puro, ou seja, que capaz de sintetizar a natureza das formas ou do conhecimento objetual. A assimilao perfeita do conhecimento torna possvel a realidade enquanto realidade para o sujeito, ou seja, a realidade pensada em realidade de fato, caso contrrio a representao seria impossvel.

A apercepo (assimilao perfeita) no tem um carter centrado no eu, mas sim, no objeto que representa a possibilidade de subjetividade, neste caso h um conhecimento a priori possvel, pois um modo e demonstrar como constitudo um objeto. A crtica da razo pura de Kant uma esquematizao do transcendental, o qual uma arte da alma humana, na qual a natureza da mesma no deixar descobrir os segredos.

A imagem que temos de um objeto produto da faculdade emprica da imaginao. O esquema produzido na esttica e na analtica transcendental mostra que todo o conhecimento constitudo por sntese dos dados ordenados pela intuio sensvel espao-temporal (Kant, os pensadores, cap. 35, p. 494).

As ideias da razo:A metafsica tradicional sempre afirma a imortalidade da alma humana, sendo que esta considerada como sendo o universo enquanto totalidade, sempre est em busca da prova do ser supremo, para Kant isto verdadeiro, j que isto resulta de que a inteligncia humana fuja para fora do seu campo de viso na busca deste ser perfeito. neste sentido que se pode afirmar que a metafsica tem a tendncia de ultrapassar os limites humanos na tentativa de atingir o absoluto e compreender os fatos no empricos. Na metafsica possvel pensar em tudo, mas, jamais conhecer.

A metafsica, para Kant, est baseada no cogito cartesiano: eu penso. Neste caso o objeto Eu real, sendo assim, no h como afirmar que a alma uma substncia, ou seja no h nada que possa ser dito e afirmado que a alma. Na cosmologia racional, parte da metafsica que ocupada pela totalidade do universo, Kant afirma que a razo conduzida a afirmativas antitticas, ou seja, chega a concluso de algo ou que algo infinito, assim, na metafsica se diria que houve um comeo, mas, o que havia antes ou o que haver depois?

Tomando por exemplo o universo, a razo busca algo que responda as perguntas postas acima, neste caso, busca um ser que causa primeira dentro ou fora do mundo em que o ser humano se encontra. Para analisar a existncia de Deus Kant divide seu estudo em ontologia, cosmologia, fsico-teologia.

Na ontologia, com base em Santo Anselmo e Descartes, Kant mostra que a existncia uma das categorias a priori do entendimento, e s tem valor quando aplicado na idia espao-temporal. Na cosmologia, a partir da enumerao dos fenmenos de Toms de Aquino, Kant diz que no h como parar o efeito de causalidade. E na fsico-teologia Kant diz que apenas um conceito metodolgico para descrever a realidade, que na qual no possvel extrair nada sem sair dos limites da experincia.

Em sntese a metafsica pretende conhecer as coisas em si sendo que esta uma pretenso contraditria, pois o ato de conhecer transforma todas as coisas em fenmenos

Imperativo categrico:No imperativo categrico, Kant afirma que a razo no apenas constituda de uma dimenso terica, que busca conhecer, mas sim, tambm possui uma dimenso prtica que determina o objeto perante a ao. assim que, pode-se afirmar que, a razo cria o mundo moral, no qual se encontram os fundamentos da metafsica.

Este mundo moral, ou filosofia moral pura, est despido de tudo o que emprico, assim sendo a moral concebida sem os estmulos e impulsos naturais e sensveis, sendo assim, ela somente concebida pela razo que a leva a conhecer a liberdade como necessidade para a vida moral, porm somente se conhece a liberdade atravs da moral, ou seja, s se conhece a moral em si mesma. neste sentido que pode-se afirmar que, a razo, que interior ao ser humano a que rege o universo das aes humanas.

Segundo Kant, em Fundamentos da metafsica dos costumes, o Imperativo Categrico, age somente, segundo uma mxima tal, que possa querer ao mesmo tempo que se torne lei universal. Kant criou o termo Imperativo, no seu livro Fundamentao da Metafsica dos Costumes, escrito em 1785. Esta palavra pode ser entendida, segundo alguns autores como uma analogia ao termo bblico Mandamento.

O imperativo categrico kantiano o mesmo que moralidade, o age de tal maneira que a mxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princpio de legislao universal. Distingue-se da legalidade, ou do imperativo hipottico, dado que este diz respeito a aes que so levadas a cabo por uma fora de presso exterior, de uma pena ou de um prazer. O imperativo categrico no tem a ver com um dever externo, mas com um dever interior. Deste modo, a poltica est submetida ao imperativo categrico da moral, atravs da ideia de Estado de Direito, que consiste precisamente na submisso do poder ao direito e da submisso do direito moral.

A poltica est assim submetida ao imperativo categrico da moral e toda a ordem poltica legtima s pode ter como fundamento os direitos inalienveis dos homens, os chamados direitos naturais. Deste modo, o Estado de Direito e o governo republicano, aqueles que so marcados pelos princpios da separao de poderes e do sistema representativo, devem conduzir os homens para a moralidade universal, para a constituio de uma repblica universal ou de uma sociedade das naes.

Nestes termos, porque os homens so sujeitos morais e a moral universal, eles so todos iguais em dignidade. Logo, o Estado de Direito, que consiste na submisso do direito moral, tem vocao para tornarse universal. Alis, o direito tem a ver com o domnio da legalidade, da concordncia de um ato externo com a lei, sem se ter em conta o mbil, enquanto uma lei tica exige moralidade, isto , o cumprimento do ato por dever.

Pelo contrrio, neste domnio da razo-prtica ou do dever-ser, o a posteriori, o elemento material, aquela percepo cuja validade se reduz ao campo da experincia, constitudo pelos contedos concretos e histricos das diversas interpretaes do bem e do mal.

Sendo que quando o imperativo categrico, age como sendo imperativo, dirige-se apenas queles seres razoveis que, por serem finitos com necessidades, experimentam a lei moral como uma restrio. Como seres assim definidos, experimentamos a lei moral dessa forma e, por isso, o imperativo categrico especifica como essa lei se deve aplicar a ns.

Para John Rawls o imperativo categrico de Kant pode agora ser exposto da forma seguinte: nos permitido agir segunda a mxima racional, dada a situao do agente e as alternativas disponveis, em conjunto com os desejos, habilidades e crenas do agente. Kant considera mxima como um princpio subjetivo: um princpio segundo o qual o sujeito age. Sendo que devemos ser capazes de, enquanto agentes sinceros, razoveis e racionais, ter a inteno de agir segundo aquela mxima quando nos consideramos membros do mundo social ajustado que lhe est associada e, desse modo, agindo como se pertencssemos a esse mundo e estivssemos sujeitos s suas condies, e que devemos ser capazes de querer esse mesmo mundo social ajustado e de aceit-lo caso vissemos a pertencer-lhe.

Sendo que para o imperativo categrico seja aplicvel nossa situao, ele deve adaptar s nossas circunstncias na ordem da natureza. Essa adaptao realizada pelo procedimento do imperativo categrico, na medida em que leva em conta as condies normais da vida humana por intermdio da formulao da lei da natureza.

O objetivo fundamental de Kant , portanto, estabelecer os princpios a priori, ou seja, universais e imutveis da moral. Seu foco o agente moral, suas intenes e motivos. O dever consiste na obedincia a uma lei que se impe universalmente a todos os seres racionais. Kant d o seguinte sentido ao imperativo categrico: Age de tal forma que sua ao possa ser considerada como norma universal. Toda ao exige a antecipao de um fim, o ser humano deve agir como se este fim fosse realizvel. Da surge a acusao de formalismo tico frequentemente lanada contra Kant, j que este principio no estabelece o que se deve fazer, mas apenas um critrio geral para o agir tico, sendo este precisamente o seu objetivo.

Consideraes finais:A metafsica no se ocupa somente da analise dos conceitos que formamos antes de conhecermos os objetos de fato, mas sim de como podemos e queremos conhecer estes objetos a priori. A metafsica a preveno de avanar alm do conhecimento humano, alm das aparecias, buscando assim, abrir o horizonte do conhecimento humano para as coisas, para os fenmenos ocorrentes a nossa volta.