IMPLATAÇÃO SUSTENTÁVEL DO SISTEMA DARK HOUSE NA AVICULTURA

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IMPLATAÇÃO SUSTENTÁVEL DO SISTEMA DARK HOUSE NA AVICULTURA: Otimização do processo respeitando o meio ambiente. Referencial teórico Introdução AVICULTURA: Posicionando-se sobre um contexto histórico mundial, a respeito da avicultura, ou popularmente conhecida “criação de galinhas”, pode-se dizer que esta pratica iniciou-se no século XIX, período este, ainda em que a carne do frango e seus ovos não eram apreciados. Já no Brasil o frango foi introduzido pelos portugueses no século XX. E é evidente que nesta época não se tinha nenhum processo a ser seguido para a criação das aves, sendo assim ficavam soltas nos quintais e se alimentavam com restos de comida caseira, insetos, e tudo mais que encontrassem pela frente. então na década de 30 inicia-se um certo progresso no processo de criação de galinhas, onde surgiram grandes incentivadores e estudiosos sobre a criação de aves, dentre eles é de suma importância destacar um em especial, Oswaldo Siqueira, citado em meados de 1940 por jornais da época, como referência no assunto, uma vez que escreveu amplamente sobre o mesmo, e traduziu uma cartilha de criação de aves conhecida como “cartinha Avícola”.·. O fato importante a se levantar é de que esse desenvolvimento, continua até os dias de hoje, e no que se diz respeito a cenário mundial e nacional tem-se alguns dados irrelevantes que dizem que: “o Brasil é o terceiro maior produtor de frangos de corte do mundo (atrás dos EUA e China), é o maior exportador de carne de frango, em 2009 ultrapassou os EUA, sétimo maior produtor de ovos” (STOLF, 2012). Em outras palavras podemos dizer que somos sim uma

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IMPLATAÇÃO SUSTENTÁVEL DO SISTEMA DARK HOUSE NA AVICULTURA:

Otimização do processo respeitando o meio ambiente.

Referencial teórico

Introdução

AVICULTURA:

Posicionando-se sobre um contexto histórico mundial, a respeito da avicultura, ou popularmente conhecida “criação de galinhas”, pode-se dizer que esta pratica iniciou-se no século XIX, período este, ainda em que a carne do frango e seus ovos não eram apreciados. Já no Brasil o frango foi introduzido pelos portugueses no século XX. E é evidente que nesta época não se tinha nenhum processo a ser seguido para a criação das aves, sendo assim ficavam soltas nos quintais e se alimentavam com restos de comida caseira, insetos, e tudo mais que encontrassem pela frente. Só então na década de 30 inicia-se um certo progresso no processo de criação de galinhas, onde surgiram grandes incentivadores e estudiosos sobre a criação de aves, dentre eles é de suma importância destacar um em especial, Oswaldo Siqueira, citado em meados de 1940 por jornais da época, como referência no assunto, uma vez que escreveu amplamente sobre o mesmo, e traduziu uma cartilha de criação de aves conhecida como “cartinha Avícola”.·.

O fato importante a se levantar é de que esse desenvolvimento, continua até os dias de hoje, e no que se diz respeito a cenário mundial e nacional tem-se alguns dados irrelevantes que dizem que: “o Brasil é o terceiro maior produtor de frangos de corte do mundo (atrás dos EUA e China), é o maior exportador de carne de frango, em 2009 ultrapassou os EUA, sétimo maior produtor de ovos” (STOLF, 2012). Em outras palavras podemos dizer que somos sim uma potencia dentro da avicultura, e a partir dessa informação se entende a real necessidade de sempre estar buscando por inovações tecnológicas e métodos que possam otimizar a produção avícola.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

A Inovação Tecnológica é definida particularmente por inúmeros autores,

entretanto de forma bastante semelhante. Deste modo podemos notar que ela

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consiste basicamente na inserção de um novo processo ou produto ou na

melhoria do(s) já existente(s).

Segundo Rocha e Dufloth (2009) Inovação Tecnológica é definida como um

conjunto de ações sistemáticas e coordenadas, referentes à geração e à

aplicação do conhecimento tecnológico voltado para a produção de novos

produtos e para a introdução de novos processos produtivos pelas

organizações.

Para Stock, Greis e Fischer (2002), inovação tecnológica é “a incorporação de

tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos ou processos”. Ainda, os

mesmos autores salientam que a inovação da organização não depende,

necessariamente, do tamanho da mesma. Os resultados advindos da

implementação da inovação, dependem mais dos esforços empregados do que

da capacidade e poder econômico da organização.

A adoção incessante de medidas inovativas pode gerar o que é descrito por

Stock, Greis e Fischer (2002) como “inovação dinâmica”, que consiste na

aplicação de uma série de medidas de inovação tecnológica ao longo do

tempo, resultando na atualização constante.

Os benefícios decorrentes da geração de inovação podem afetar positivamente

a gestão organizacional no âmbito do conhecimento organizacional, por meio

de ações que resultem em desenvolvimento de produtos e a geração de

royalties em caso de obtenção de patente (CALLIGARIS E TORKOMIAN,

2003); no âmbito financeiro, visto que a mudança no processo pode e muito

provavelmente resultará em ganho econômico; no aspecto ambiental, no que

se refere a alterações no processo ou na cadeia produtiva que alcancem a

diminuição de impactos ambientais.

Com a aplicação de ferramentas que façam uso dos princípios de inovação

tecnológica na diminuição de impactos causados pelos processos de produção,

caminha-se rumo a um incipiente perfil de desenvolvimentos sustentável.

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MÉTODOS DE CRIAÇÃO NA AVICULTURA

Existem algumas formas que dizem respeito à criação e abate de aves no mercado atual.  Abaixo estão de forma resumida os diferenciais de cada sistema de produção:

Sistema Industrial/Convencional: é o sistema utilizado em granjas de exploração comercial, de linhagens comerciais geneticamente selecionadas para alta taxa de crescimento e excelente eficiência alimentar, criados em sistemas intensivos  segundo as normas sanitárias vigentes. Sistema Caipira/Colonial: é o sistema de produção de aves de corte coloniais/caipira de exploração comercial extensiva e/ou semiextensiva.

 Sistema Alternativo: é o sistema de produção de aves de corte de exploração intensiva, sem restrição de linhagem, criado sem o uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta.(AVAL- Associação Brasileira de avicultura alternativa, Disponível em <http://www.aval.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17:sistemas-de-criacao-de-aves&catid=2:noticias&Itemid=4>. Acesso em 15 de março de 2013).

Fatores que influenciam o processo convencional/industrial

Propondo um foco sobre o sistema convencional, pois o mesmo é o que visa à industrialização, pode se perceber através de estudos que a criação através deste método, sofre interferências de uma série de fatores ligados tanto a tipo de alimentação, raça do animal entre outros mas principalmente a fatores ligados a ambiência do local, e no que diz respeito a este ponto especifico, Pereira (2011), diz que o mesmo pode ser classificado de várias formas como por exemplo, térmico, aéreo, físico, ou quanto à luminosidade, porem todos estes fatores levam a crer que ao se adaptar um ambiente de conforto para as aves, pode se obter uma otimização no desempenho de criação das mesmas. No entanto entre os fatores citados, caracterizam-se como de maior importância a temperatura do local e iluminação do local, Salgado et al (2010), após estudo chegam à conclusão sobre alguns aspectos de temperatura, estimando através de experimentos máximos e mínimos, de temperatura condicionada para o bem estar das aves, visando melhoria de desempenho e minimizando assim perdas, no caso taxa de mortalidade dos frangos, uma vez que esta, é diretamente ligada ao conforto térmico. Porem neste ponto não se pode esquecer que este estudo foi realizado apenas através de observações, sobre o único aspecto: temperatura, ou seja sem levar em conta qualquer outro aspecto q possa ser relevante no processo como por exemplo a idade do animal. Já no que diz respeito à luminosidade do local Bona (2010), analisando o sistema convencional, cita a importância de se verificar a má distribuição em fotoperíodos longos, caso que estudos da EMBRAPA, já verificaram que causam nas aves, baixa taxa de conversão alimentar entre outros resultados negativos.

Tipificação do Sistema convencional/Industrial Produtivo

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Com a introdução de novas tecnologias nos aviários, foi imposta então uma padronização de definição dos sistemas pela Embrapa Suínos e Aves, uma vez que era necessário ter uma montagem de custos para cada estado brasileiro, adaptando se as condições climáticas e fatores que podem influenciam esse processo, Abreu & Abreu (2010) dizem que esta classificação levou em conta também manejo ou a densidade adotados no setor produtivo. A classificação mais típica e mais comumente encontrada no Brasil é esta:

Sistema Convencional: possui comedouro tubular, bebedouro pendular e sem forro. Não possui sistema de controle artificial da temperatura. O condicionamento térmico é natural. Cortina de ráfia amarela, azul ou branca.

Sistema Semiclimatizado: possui comedouro tubular ou automático, bebedouro pendular ou nipple e ventiladores em pressão positiva. Pode ou não ter forro. Cortina de ráfia amarela, azul ou branca.

Sistema Climatizado: o controle das condições térmicas ambientais é maior que os anteriores. Possui comedouro automático, bebedouro nipple e ventiladores em pressão positiva ou exaustores em pressão negativa. Sistema de resfriamento pode ser por nebulização ou “pad cooling”. Pode ter ou não forro ou defletores e gerador de energia, dependendo da densidade populacional de aves. Cortina de ráfia amarela, azul, branca ou reflexiva. (ABREU & ABREU, 2011).

Como visto através da classificação anterior, mesmo sendo convencional, semiclimatizado ou Climatizado, ainda sim todos os sistemas sofrem influencia do meio externo seja por meio de condições do dia, uma vez que mesmo a rafia sendo branca, amarela ou azul, todas dependem de luz natural durante o dia, e sofrem efeito da radiação pois também não conseguem refletir toda carga recebida no decorrer de um dia, o que segundo Abreu & Abreu (2011), também exerce uma influencia negativa sobre o desempenho das aves com relação a conversão de taxa alimentar. De maneira geral como já foi dito, é necessário estar em constante aperfeiçoamento e evolução nesse processo, pois somente assim, é possível ser competitivo no mercado atual, por meio deste preceito, realizaram-se testes, e verificou-se que o meio mais adequado a criação de aves no que diz respeito a auto desempenho, e também controle sobre aspectos que possam interferir, seria um ambiente isolado onde pode-se controlar todos os aspectos influenciadores.

SISTEMA DARK HOUSE

Gallo (2009), em seu estudo sobre o sistema, verifica que apesar de ser uma nova concepção para o Brasil, este sistema já é considerado uma garantia de ganhos há alguns anos sendo tratado como tecnologia de ponta, principalmente nos EUA.

O sistema Dark House, funciona com luminosidade, temperatura, umidade e entre outros fatores que influenciam o processo de forma controlada, ou seja é um sistema totalmente isolado do ambiente externo,

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permitindo assim uma maior densidade de aves por metro quadrado e consequentemente uma melhor taxa de conversão alimentar ou seja maior taxa de peso adquirido diariamente, o que por sua vez traz um melhor desempenho no que diz respeito a zootecnia, e maior retorno financeiro a empresa e ao produtor.(GALLO, 2009).

Estudos revelam que para se obter maior desempenho, as aves devem principalmente nas ultimas semanas, estejam sobre temperaturas mais amenas, sendo assim, como o sistema é isolado, funcionando como uma estufa, não se pode esquecer dos ventiladores, nebulizadores ou exaustores para a questão de ventilação e umidificação do ambiente, e isto deve ser verificado principalmente para épocas do ano em que o calor natural é mais elevado.

No caso de uso dos exaustores é importante enfatizar o motivo de sua utilização, uma vez que a mesma é de enorme importância para o processo, na execução de ventilação negativa ou também conhecida como túnel de ventilação, sendo instalados numa extremidade do aviário com a abertura para entrada de ar na extremidade oposta, com a intenção de promover uma ventilação uniforme nos diferentes pontos do local (SILVA; NÄÄS, 2004).

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REFERENCIAS ....

ROCHA, Elisa Maria Pinto da; DUFLOTH, Elisa Maria. Análise comparativa

regional de indicadores de inovação tecnológica empresarial: contribuição a

partir dos dados da pesquisa industrial de inovação tecnológica. Perspectivas

em Ciência da Informação, v. 14, n. 1, p. 192-208, jan/abr, 2009

STOCK, Gregory N.; GREIS, Noel P.; FISCHER, William A.. Firm size and

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CALLIGARIS, Aline Bellintani; TORKOMIAN, Ana Lúcia Vitale. Benefícios do

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SALGADO, D. D; PEREIRA, D. F. ; VALE, M. M. ; ZEVOLLI, B. R. ;. Estimating mortality in laying hens as the environmental temperature increases. Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 12, p. 265-271, 2010.

ABREU, P.G. Desafios da pesquisa frente aos novos sistemas de produção. Avicultura Industrial, edição 1189, n.5, ano 97,p.20-29, 2010.

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ABREU, V.M.N. Zootecnia de Precisão: desmistificando o tema.In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL, 1., ANISUS, 1., 2010, Chapecó. Anais...Chapecó: UDESC, [2010].Palestra.

ABREU, V.M.N.; ABREU, P.G.. Os desafios da ambiência sobre os sistemas de aves no Brasil, R. Bras. Zootec., v.40, p.1-14, 2011.

GALLO, B. B. Dark house: manejo x desempenho frente ao sistema tradicional. 2009. Disponível em: <http:// pt.engormix.com/MA-avicultura/administracao/artigos/dark-house-manejo-desempenho-t147/124-p0.htm>. Acesso em: 17 março 2013.

SILVA, A.; NÄÄS, I. A. Equipamentos para aquecimento e refrigeração. In: MENDES, A. A.; NÄÄS, I. A.; MACARI, M. Produção de frangos de corte. 2004. p. 85-96.