IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CUIDAR DA DOENÇA DE ALZHEIMER
-
Upload
seila-merida -
Category
Documents
-
view
447 -
download
0
Transcript of IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CUIDAR DA DOENÇA DE ALZHEIMER
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CUIDAR DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Fábio Oliveira D´EsquivelGregório Neto Batista de Sousa
Kassio Sousa Dos Santos Marcos Tadeu Franco Nunes
Silvo Marcos Ramos Costa
Resumo
No presente artigo os autores destacam a importância do familiar no cuidar da doença de Alzheimer. A doença de Alzheimer é uma das patologias que mais acometem os idosos, entretanto não se pode afirmar que a doença se manifesta pela idade avançada, porem os idosos podem potencializar o surgimento desse tipo de demência. A família desse paciente é uma das peças principais no tratamento da doença, nesse processo a ação conjunta dos profissionais e seus familiares no apoio a decisões referente ao tratamento e aos cuidados de enfermagem oferecidos, são essenciais. Os familiares realizam um papel fundamental na manutenção e controle da patologia, pois cabe a eles dar continuidade ao tratamento cuidando do indivíduo no decorrer de sua vida.
Palavras-chave: Família, Alzheimer, cuidado.
INTRODUÇAO
O tema idoso está ganhando
espaço e importância desde os anos
1989, onde a velhice e os temas
relacionados com o envelhecimento da
população brasileira vêm preocupando o
país.
A doença de Alzheimer (DA) é
uma das patologias que mais acometem
os idosos, entretanto não se pode afirma
que a doença se manifesta pela idade
avançada, porem os idosos podem
potencializar o surgimento desse tipo de
demência.
A família desse paciente é uma
das peças principais no tratamento da
doença, nesse processo a ação conjunta
dos profissionais e seus familiares no
apoio a decisões dos tratamentos e os
cuidados de enfermagem oferecidos,
são essenciais.
Os familiares realizam um papel
fundamental na manutenção e controle
da patologia, pois cabe a eles dar a
continuidade do cuidado ao indivíduo
no seu processo de vida. A associação
Brasileira de Alzheimer tem grupos de
apoios voltados para orientar os
familiares nos cuidados a serem
realizados, além do mais a (DA) não
ataca somente ao seu portador, ela afeta
toda a família. A grande sobrecarga é
sobre o familiar/cuidador direto.
No Brasil, há cerca de 15
milhões de brasileiros com mais de 60
anos de idade. Seis por cento deles são
acometidos pelo Mal de Alzheimer
segundo dados da associação Brasileira
de Alzheimer (Abraz), no país não há
dados estatísticos concretos;
pesquisadores estimam, entretanto, que
essa patologia atinge por volta de
500 mil indivíduos.
É bom salientar que a demência
não é uma conseqüência natural e
progressiva do processo do
envelhecimento, a mesma pode ser
causada por uma infinidade de
patologias, desde a mais simples
deficiência de vitaminas até doenças
degenerativas cerebrais.
Segundo a Sociedade Brasileira
de geriatria e gerontologia (SBG),
infelizmente em cerca de até 80% dos
casos, a demência é causada por uma
doença ainda incurável, a patologia de
Alzheimer é a mais comum, e
corresponde a 55 a 60% dos casos.
A vulnerabilidade em que os
idosos estão expostos pelas constantes
mudanças proporcionadas pelo processo
de envelhecimento, juntamente com
algum tipo de patologia associado ao
aparecimento da doença de Alzheimer,
contribuiu efetivamente para a
intensificação da DA na população de
terceira idade.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) é
provável que no Brasil nas próximas
décadas, sofrerá um aumento
significativo no número de idosos
portadores de demência do tipo
Alzheimer (DA), uma vez que a
população brasileira está envelhecendo
consideravelmente e previsto que no
ano 2025, o Brasil será o sexto país do
mundo em população idosa.
PROBLEMA
Compreender a relação existente
entre o desconhecimento por parte do
familiar/cuidador dos cuidados
necessários exigidos pelos pacientes de
Alzheimer em seu domicilio e o
processo de evolução da doença.
JUSTIFICATIVA
Os cuidados prestados ao
portador de Alzheimer devem ser
específicos, levanto em conta que o
mesmo fica limitado em suas atividades
da vida diária, permanecendo sobre os
cuidados dos familiares ou cuidadores,
porém as pesquisas indicam que muitos
destes, não possuem conhecimentos
fundamentais necessários sobre a
doença, para o cuidado com a paciente.
OBJETIVO GERAL
Identificar nos artigos científicos
existentes as maneiras com as quais o
familiar/cuidador possa se informar
melhor sobre a patologia, analisando o
papel da orientação e ajuda dos
familiares, no retardamento da
progressão da doença de Alzheimer.
OBJETIVO ESPECIFÌCO
Analisar quais são as políticas de
saúde publica voltadas para os pacientes
acometidos pela doença de Alzheimer.
Descrever a importância da
família no tratamento da doença.
Realizar um levantamento de
grupos de apoio ao familiar/cuidador,
como também o paciente.
METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de uma
revisão bibliográfica, que tem como
finalidade observar a conduta do
familiar /cuidador do paciente
acometido pelo (DA), em Livros,
artigos e manuais publicados entre 1996
e 2009, encontrados através de palavras-
chave como: Alzheimer,
familiar/cuidador, cuidados de
enfermagem para o mal de Alzheimer.
REFERENCIAL TEÓRICO
A patologia conhecida como
Alzheimer, ou por Mal de Alzheimer,
foi descrita, pelo neuropatologista
alemão, Abluis Alzheimer, em 1907
onde foram identificados os primeiros
sinais e sintomas e lesões histológicas
em uma paciente de 51 anos de idade.
A doença de Alzheimer (DA) é
uma das principais doenças crônicas
degenerativas que Afeta a população
dos idosos. Fazendo com que esses
indivíduos sejam parcialmente
dependentes de terceiros, expondo-os ao
risco de cuidados muitas vezes
ineficazes por parte da família ou
cuidador. Muitos desconhecem os
princípios terapêuticos e as devidas
condutas a serem tomadas
potencializando assim a possibilidade
de maus tratos, uma pesquisa foi
realizada em Catanduva (SP), onde
7,1% dos indivíduos com 65 anos ou
mais apresentavam demência, sendo
que a doença de Alzheimer foi
diagnosticada em 55,1% desses casos
(VILELA, 2006). A doença de
Alzheimer é responsável por 50 a 70%
das demências, levando as alterações
progressivas da memória, do
julgamento e do raciocínio intelectual
(CANINEU et alii, 2002).
A doença (DA) é caracterizada
histopatologicamente, pela crescente
perda das sináptica e pela morte
neuronal evidenciadas nas regiões
cerebrais responsáveis pelas diversas
funções cognitivas, não esquecendo do
córtex cerebral, do hipocampo entre
outras partes.
Essa doença possui causa ainda
desconhecida, pautadas somente de
hipóteses derivadas de inúmeras pistas,
alguns estudos mostram como fatores
de risco genéticos (não-modificáveis) a
idade, o sexo feminino (após os 80
anos), a história familiar positiva
(predisposição genética, não
necessariamente hereditária)
(MACHADO, 2006; ENGELHARDT,
2004).
Vários Cientistas Brasileiros
defendem a tese de que o Alzheimer
começa no tronco cerebral, mais
necessariamente numa área denominada
núcleo dorsal da rafe, e não no córtex,
que é o centro do processamento de
informações e armazenamento da
memória, como tradicionalmente a
medicina postula.
A Doença de Alzheimer vem
sendo uns dos maiores mistérios da
medicina nos tempos atuais, com varias
hipóteses, mas sem nem uma
conclusões definitivas a respeito de suas
causas.
A fisiopatologia da (DA) é
caracterizada pelos depósitos fibrilares
amiloidais localizados nas paredes dos
vasos sangüíneos, associados a uma
variedade de diferentes tipos de placas
senis, acúmulo de filamentos anormais
da proteína tau e conseqüente formação
de novelos neurofibrilares, uma grande
perda neuronal e cinética princípios
terapêuticos e inflamação progressiva.
Atualmente muitos estudiosos da
DA acreditam que o fator genético é
considerado como determinante na
etiopatogenia da doença entre diversos
fatores correlacionados. Além do
componente genético, foram vistos
como agentes etiológicos, a toxicidade a
agentes infecciosos, ao alumínio, a
radicais livres de oxigênio, a
aminoácidos neurotóxicos e a
ocorrência de danos em microtúbulos e
proteínas associadas (SMITH, 2007).
A evolução da doença se divide em
três estágios:
Fase Inicial
Com o aparecimento dos
primeiros sintomas é comum as
pesssoas relacionarem erradamente o
acontecimento com stress ou com o
envelhecimento, de fato os sintomas
mais frequentes nessa fase são: perca de
memoria a curto prazo, dificuldade de
dar atenção a algo, perca da
flexibilidade no pensamento, perca do
pensameto semantico e a apatia do
paciente é notoria. Esse paciente deve
ser encaminhado para um neurologista
para que possa ser feito seu diangostico.
Para que o diagonstico provável da
(DA) seja confirmado com mais
facilidade a história clínica, história
cultural, história social, história
medicamentosa juntamente com o
exame fisico e mental, são
fundamentais para o fechamento do
diagnostico (BANIR 2006).
Nesse primeiro estagio os
sintomas duram em média dois á três
anos (MACHADO et alii, 2002), os
sintomas que causa mais transtornos a
vitimam são: a fadiga constante,
letargia, concentração comprometida, a
preferência pelo isolamento social, à
retração, a realizações de ações
repetitivas e sem nem um sentindo.
Nesse momento a família ou o cuidador
deve está instruído das condutas a serem
tomadas junto ao paciente.
Fase moderada
É nesse estagio da (DA) em que
ocorre uma importante perca da
memória, a degeneração progressiva da
doença contribui para a dificuldade da
sua independência, provavelmente esse
paciente ira ter uma dificuldade para ler
e escrever, juntamente com as
limitações pra se comunicar devido à
impossibilidade de conseguir se lembrar
de vocabulários, o mesmo se encontrará
em circunstancias criticas, por exemplo
para se vestir , arrumar-se, realizar suas
necessidades fisiológicas, realizar banho
e higiene pessoal, nesta fase episódios
de alucinações, e a agressividade podem
ser freqüentes.
A manifestação da instabilidade
emocional chegando ao choro é comum
nessa fase, juntamente com
incontinência urinaria. Segundo
estudiosos é nessa fase em que o
cuidador sente maior dificuldade para
proceder com tratamento do paciente.
Fase Avançada
Durante a última fase da doença
ocorre a perda grave da memória não
reconhecendo rostos e objetos
familiares nesse momento o paciente
esta completamente dependente do
cuidador, a incontinência fecal e
urinária certamente irá ocorrer, a
linguagem estará comprometida
podendo vir a pronunciar somente
simples frase ou palavras sozinhas,
podendo leva a ocorrência da perda da
fala, a perca da capacidade de
deambular e sustentar a cabeça, perda
da habilidade de sentar-se, a perca da
massa muscular e sua mobilidade se
degenera, e a dificuldade de deglutir são
alguns dos sintomas do fim do ciclo da
(DA).
O envolvimento da família para
enfrentar a (DA)
Já dizia o Teólogo Leonardo
Boff, existe algo nos seres humanos que
é inerente somente a espécie humana, o
ato do cuidar, do emocionar e do se
envolver com o sentimento do próximo
(BOFF, 2000). A família é uma
afirmativa desse pensamento, onde os
membros familiares se envolvem por
completo com a doença do seu intimo.
A partir do momento no qual é
dado o diagnóstico da (DA) representa
um novo marco para todos os
familiares, pois a partir desse momento
ocorrem diferentes sentimentos: Pena,
que é muito natural para alguém que
tem uma experiência de se sentir
sozinha sem mais aquele companheiro
sempre ativo e quando pensa que já
assimilou a patologia acontece uma
nova mudança no paradigma do quadro
clínico do portador.
O sentimento da raiva e culpa na
maioria das vezes estão associados, que
por sua vez, podem ter origem na
desinformação sobre a doença aliados
ao sentimento de impotência diante do
alto custo financeiro com a doença e os
sinais e sintomas apresentados pelo
portador, são fatores com os quais o
familiar/cuidador sente-se incapaz de
lidar.
O familiar/cuidador quando
busca por ajuda em profissionais
capacitados acaba sendo no tratamento
da (DA) tão importante quanto o
tratamento farmacológico.
Na data de 12 de abril de 2002,
foram assinadas portarias autorizando o
tratamento da doença de Alzheimer -
DA na rede pública, que foram
publicadas no Diário Oficial da União,
em 16 de abril de 2002 (ABRAZ 2009).
A grande conquista engloba não
só o diagnóstico e tratamento como
também a medicação e outras atenções,
como: atendimento hospitalar e
hospital-dia; visita domiciliar,
tratamento acompanhado por equipe
multiprofissional e programa de
orientação e treinamento para familiares
todas essas vitórias estão
exemplificadas na portaria 702 e 703.
A Política Nacional do Idoso,
descrita na Lei 8.842/94, regulamentada
em 1996 na qual se observa a
contemplação dos direitos dos idosos de
uma forma mais ampla, com isso o
familiar/cuidador vai poder ter um
amparo de uma equipe multiprofissional
sendo que o profissional Enfermeiro e
sua equipe têm uma grande importância
nas orientações e garantia de um maior
contato com o paciente, tanto nos
cuidados como nas intervenções.
De acordo o artigo 18 da lei
referida, as instituições de saúde devem
fornecer alem do mínimo de
atendimento necessário para o idoso
tem que orientar os cuidadores,
familiares e grupos de auto-ajuda.
O paciente também goza do
direito de aposentar-se por invalidez, o
legislador infraconstitucional
preocupou-se em majorar, em 25%, a
renda mensal decorrente da concessão
deste benefício, desde que o segurado
inválido necessite de assistência
permanente de outra pessoa (artigo 45
da Lei 8213/91), ajudando assim a
família custear as despesas.
É bom ressaltar o trabalho
brilhante que Associação brasileira de
Alzheimer (ABRAZ) tem feito pra
minimizar o sofrimento do paciente e
dos seus familiares.
De acordo com (ABRAZ 2009)
o grande triunfo no enfrentamento dessa
doença é a informação associada à
solidariedade, e com o passar do tempo
em que os familiares conhecerem
melhor a patologia e sua evolução,
vários recursos e estratégias podem ser
utilizados com sucesso.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
O assunto abordado envolvendo
o familiar/cuida dor dos pacientes
acometidos pelo Alzheimer vem sendo
bastante pesquisado, fornecendo assim
um bom acervo de trabalhos publicados,
No presente estudo, nosso maior
objetivo se voltou para realizar um
levantamento de como o familiar
/cuidador da (DA) pode recorrer à ajuda
para amenizar os avanços da doença
um bom exemplo de ajuda são os
grupos de apoios da Associação
Brasileira de Alzheimer que orienta os
familiares quanto aos cuidados com o
paciente, com um suporte psicológico
realizados pelo Psicólogo, prescrições
medicamentosas feito pelo Médico e os
esclarecimentos realizados pelo
profissional Enfermeiro sobre as
duvidas a respeito aos cuidados de
enfermagem que deve ser realizados.
É de fundamental importância a
divulgação e a promoção de eventos
voltados para alertar, orientar sobre a
doença, seu tratamento, seus direitos
garantidos pelo SUS (Sistema Único de
Saúde) e pelo Ministério da Previdência
Social. Bons eventos para divulgar essas
questões são o Congresso Brasileiro de
Alzheimer e as ações que ocorrem na
data de 21 de setembro, o Dia Mundial
do Alzheimer, instituído pela OMS
( Organização Mundial de Saúde) em
1994.
Não podemos deixa de ressaltar
a enorme importância que a família tem
no tratamento da doença, muitos
pesquisadores afirmam que os cuidados
de enfermagem bem feitos contribuem
significamente para o tratamento da
(DA).
REFERÊNCIAS
BOFF, L. Saber Cuidar: ética do
humano – compaixão pela terra.
Petrópolis: Vozes. Disponível 1999, em
http://www.webartigos.com/articles/114
17/1/assistencia-de-enfermagem-ao-
paciente-com-alzheimer/pagina1.html
>. Acesso 03 de abril 2009.
CANINEU, P.R Demências:
características clínicas gerais. GERP.
Disponível 2003. Em
http://www.medicinageriatrica.com.br/c
ategory/sg/page/4/>. Acesso 05 de Abril
2009.
ENGELHARDT, E. Demência mista:
do conceito ao tratamento. Rev. Brás.
Neural, Rio de Janeiro, v. 40, n. 4, p.
33–54. Disponível 2004, em
http://www.webartigos.com/
articles/11417/1/assistencia-de-
enfermagem-ao-aciente-com-alzheimer/
pagina1.htm >. Acesso 03 abril 2009.
MACHADO, J. C. B. Doença de
Alzheimer. In: FREITAS, E. V. et al.
(orgs.) Tratado de Geriatria e
Gerontologia. Editora Guanabara
Koogan S.A., Rio de Janeiro, 2002. p.
133-147. Disponível 2002, em
http://www.saudegeriatrica.com.br/inde
x.php?lingua=1 &pagina=psic02>.
Acesso 03 de junho 2009.
Ministério da Previdência Social (BR).
Plano Integrado de Ação
Governamental para o Desenvolvimento
da Política Nacional do Idoso. Brasília
(BR): MPAS. Disponível 1997,em http://
www.scielo.br/scielo.php?
pid=S010407072007000300021&scri
pt=sci_arttext&tlng=e >.acesso 9 de
junho 2009 .
SMITH, Marília de Arruda Cardoso.
Doença de Alzheimer. Rev. Bras.
Psiquiatr. Disponível 2007, em <http://
www.webartigos.com/articles/3371/1/d
oenca-de-alzheimer-aspectos-
fisiopatologicos-e-
epidemiologicos/pagina1.html>. Acesso
27 maio 2009.