Impresso imobiliario nº61

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EDITORIAL

João Pitombeira

hhhhhh 2013, o que foi quete aconteceu? De onde trou-xeste o funk ostentação, acensura e a repressão? Por-

que chamar negros de morenos? E essainsistência em manter a TV ligada?Presidentes com ameaça de guerra eainda querem reduzir a maioridadepenal. Quantos filhos do Datena espa-lhados por aí. Black Blocks, bombas,bancos, juros, furos. Querem o comu-nismo! Querem de volta a ditadura!

2013 veio para nos provar que nemtudo está tão ruim que não possa pio-rar, assim como o Eike Batista foi ca-paz de salientar que seu filho Thor nãoé a única cagada saída de suas entra-nhas. Silas Malafaia, meu caro, aindaé tempo de arrependimento. Compreuma casa na praia, vá vender coco, epare de regular as partes íntimas darapaziada. Deixe pra lá o Alckmin, queestá para Médici assim como o apren-diz está para o mestre. E quantos fal-sos mestres e profetas continuam poraí tanto tempo depois de a bíblia tersido inventada...

Por aqui, neste século, usam a pa-lavra gay para xingar, bandido bom ébandido morto, falta saneamento bá-sico, jornalista julga médico cubanopela aparência, e o novo herói nacio-nal gasta 70 mil no camarote de umaboate. Ah, revista Veja, de que buracoinfernal surgistes? Tem gente morren-do de fome, tem diz que me diz, temmelindres e o Bolsonaro. A Marina(mentira) Silva não deu certo. E olhaque o ano pode nos render um filme:MPB, a censura dos traíras (não eraproibido proibir?).

O ano de 2013, já no fim, trouxeum quê de Idade Média (Idade das tre-vas soa mais adequado) para o plane-ta. Diferenças, planos, conflitos, dis-túrbios e desarmonias ganham desta-que o tempo todo, cada vez mais eintensamente, dando uma aparência deretrocesso ao nosso processo de evo-lução.

Que os trabalhos findem, a vela sejasoprada, o bolo cortado, o presenteenviado, a árvore montada, os fogosacesos e o calendário rasgado. Chegade 2013.

Feliz ano novo!

Que venha logo o novo ano

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RE-ESCREVENDO A NOTÍCIA

Hoje não se sabe mais o que énotícia, contrainformação e in-teligência.

A inteligência é a faculda-de de compreender. Em latim “intellec-

tus” era atribuído a quem lia, a quemsoubesse interpretar e absorver conhe-cimento.

Com o tempo, novas definições de-ram mais encargos à inteligência. A in-teligência deveria saber ler, interpretar,organizar ideias, promover soluções eter poder de convencimento.

O sistema é taxativo: seleciona in-teligências.

Seleciona inteligências e condicio-na inteligências ao sistema que gira seumotor.

A gente compra, parcela, faz carnê.Pega condução, come fora e mal... nofinal, só quer relaxar um pouco e vernovela. Assistir comercial.

A gente paga imposto. A gente pagao posto, o mecânico, a padaria. A gen-te movimenta tudo isso aqui. No fim

do dia, a gente só quer descansar nosofá.

Liga a TV, aciona todas as célulasreceptoras e aprende. Aprende a con-sumir. Consome ideias, notícias, com-portamento e confunde informaçãocom inteligência.

De um lado a oferta, do outro a pro-cura.

Todo o conhecimento repassado abilhões de pessoas formando consumi-dores.

Inteligência pode ser segredo deEstado. E pode ser truque de trapacei-ro.

Inteligência pode ser precaução eboa precaução é manter segredo. Se-gredo é a inteligência longe do alcanceda maioria.

A inteligência, capaz de mudar omundo, tornar o espaço civilizado, anatureza inteligível nunca deu lucro emais privilégio a ninguém.

Conhecimento é poder se mantidoem segredo.

O poder é hierárquico. Conquistado,desde os primórdios, a base de guerras.

E a gente, receptora de conhecimen-tos, aprendendo o que lhe é permitidosaber em tempos de paz, não sabianada.

A gente em paz no sofá da sala, as-sistia nos filmes e novelas que a genteera aquilo ali. Num meio miserável commais problemas que nossa inteligênciapoderia inteligir.

Então, a gente espera alguém maisinteligente que a gente pra resolvertudo. Nenhum habilitado e todos bemarmados.

A gente se viu sozinha e percebeuque depende da própria inteligênciapara ter o próprio poder.

A gente paga imposto, paga o pos-to, o salão, movimenta tudo isso, cui-da dos filhos, cuida da cidade e a gentenão é boba, a gente não é burra. A gen-te sabe quem a engana e sabe fazersegredo da própria inteligência. E nemfala por aí de tudo o que sabe. E nem

tem vergonha de dizer que não sabenada... A gente não é culpada pelos li-vros que leu. A gente não é responsá-vel pela história contada.

A inteligência é a providência dabusca humana pela felicidade. Da bus-ca humana pelo bem-estar e a gentesempre se vira com mais inteligênciaque poder.

Penso, logo existo, ou aprendo.A gente está pensando mais, e

aprendendo cada vez menos, a ser con-sumidora de lixo industrial. Consumi-dora de histórias no jornal. Consumi-dora de ideias e comportamentos demau gosto.

A gente quando desligou a TV, des-ligou o comando e fez um silêncio queincomodou até o poder.

Ninguém sabe mais o que a genteestá pensando.

Meu nome é Malu Aires. Artista. Tão

burra quanto você. Tão inteligente

quanto você. Eu penso, tu pensas.

A inteligência

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moça que cuida de mim vai embora. Já faizdois mêis que ela tá me avisando, mais euachava que era mentira. De começo eu nãogostei dela. Falava comigo como se eu fos-

se nenê de berço. Despois a gente foi pegando cari-nho. Ela sempre me tratou bem. As vêis eu ficava bra-va quando ela não fazia o que eu mandava. Eu xinga-va ela! Cheguei a ver ela chorando... quando lembra-va, pedia desculpa do meu jeito. Ah! Ela entendia. Asvêis, a gente tá de ovo virado.Viver até o tempo queeu vivi não é fácil. Nóis vê muita injustiça e canalhicedas pessoa, o corpo não responde mais e Deus nãochama! Agora, ela vai vortá pra cidade dela. Diz quequer estudar e casar. Faz bem! Velho só incomodamesmo! Meu pai contava uma história do filho quelevou o pai pra montanha. Diz que a nora num aguen-tava o sogro velho e mandou o marido se livrá dovelhinho. Quando chegou no alto da montanha, o fi-lho deu pro velho um cobertor pro frio e um pedaçode pão. Ia deixá o pai morrer lá. O velho pediu profilho uma faca e cortou no meio o cobertor e o pão.Ficou com metade e deu metade pro filho. O filhoficou com cara de bobo. Aí o pai falou: “Fica com me-tade do cobertor e do pão, pra quando seu filho tedeixar aqui na montanha, você ter mais do que vocêtá me dando”. O filho voltou pra aldeia com o pai,deu uma surra na mulher e tudo ficou bem. Antes ascoisa era diferente... Eu vou sentir falta da desgraça-da. Antes dela, já tinha tido outras. Umas boas e ou-tras pior. As vêis, ela parecia uma neta minha. Nuncative empregada quando era moça. Sempre fiz tudo naminha casa. Só precisei de alguém pra me cuidar de-pois dos 85 ano. No meu tempo, só rico é que tinhaempregada. Meu bisneto disse que ter empregada tádifícil hoje. Mas ela não era minha empregada, é mi-nha neta. Escreveu o que eu mandei? Então, manda.

Dona Adelaide é uma assídua leitora do IM-PRESSO IMOBILIÁRIO, e com sua perspicácia, lu-

cidez e humor, colabora com suas opiniões, que

publicamos com muito gosto.

Nasceu em 1915 e suas posições às vezes não

cabem no que hoje entendemos por “politica-

mente correto”.

Quando indignada, costuma praguejar e sol-

tar alguns impropérios.

Fala Dona Adelaide!

FALA DONA ADELAIDE

Envie sua opinião sobre asposições de Dona Adelaide,

seja também nosso [email protected]

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gigante voltou a adormecer.Seis meses depois das mani-festações de junho, o Brasilcontinua o mesmo. Nada

mudou. É o Brasil brasileiro de sem-pre. Mais uma vez, os fatores de per-manência foram muito mais sólidos doque os frágeis fatores de mudança.

As instituições democráticas esta-vam — e continuaram — desmorali-zadas. Basta observar as instânciassuperiores dos Três Poderes. O Supre-mo Tribunal Federal chegou ao cúmu-lo de abrir caminho para a revisão dassentenças dos mensaleiros. Mais umavez — e raramente na sua história es-teve na linha de frente da defesa doEstado Democrático de Direito — ce-deu às pressões dos interesses políti-cos.

O ministro Luís Roberto Barroso —o “novato” — descobriu, depois de trêsmeses no STF, que o volume de traba-lho é irracional. Defendeu na entrevis-ta ao GLOBO que o Supremo legisleonde o Congresso foi omisso. E que ocandidato registre em cartório o seuprograma, o que serviria, presumo,para cobranças por parte de seus elei-tores. Convenhamos, são três conclu-sões fantásticas.

Mas o pior estava por vir: disse queo país não aguentava mais o processodo mensalão. E o que ele fez? Ao in-vés de negar a procrastinação da açãopenal 470, defendeu enfaticamente arevisão da condenação dos quadrilhei-ros; e elogiou um dos sentenciados

publicamente, em plena sessão, casoúnico na história daquela Corte.

O Congresso Nacional continua omesmo. São os “white blocs.” Destro-em as esperanças populares, mostramos rostos — sempre alegres — e osorriso de escárnio. Odeiam a partici-pação popular. Consideram o espaçoda política como propriedade privada,deles. E permanecem fazendo seusnegócios.

Os parlamentares, fingindo atentarà pressão das ruas, aprovaram algunsprojetos moralizadores, sob a lideran-ça de Renan Calheiros, o glutão do Pla-nalto Central — o que dizer de alguémque adquire, com dinheiro público,duas toneladas de carne? Não deu emnada. Alguém lembra de algum?

E os partidos políticos? Nos insu-portáveis programas obrigatóriosapresentaram as reivindicações de ju-nho como se fossem deles. Mas —como atores canastrões que são — fra-cassaram. Era pura encenação. A poei-ra baixou e voltaram ao tradicional ra-merrão. Basta citar o troca-troca parti-dário no fim de setembro e a aprova-ção pelo TSE de mais dois novos par-tidos — agora, no total, são 32. Rapi-damente esqueceram o clamor dasruas e voltaram, no maior descaramen-to, ao “é dando que se recebe”.

E o Executivo federal? A presidenterepresenta muito bem o tempo em quevivemos. Seu triênio governamental foimarcado pelo menor crescimento mé-dio do PIB — só perdendo para as pre-

sidências Floriano Peixoto (em meio auma longa guerra civil) e FernandoCollor. A incompetência administrati-va é uma marca indelével da sua ges-tão e de seus ministros. Sem esquecer,claro, as gravíssimas acusações de cor-rupção que pesaram sobre vários mi-nistros, sem que nenhuma delas tenhasido apurada.

Tentando ser simpática às ruas, fezdois pronunciamentos em rede nacio-nal. Alguém lembra das propostas?Vestiu vários figurinos, ora de faxinei-ra, ora de executiva, ora de chefe exi-gente. Enganou quem queria ser en-ganado. Não existe sequer uma gran-de realização do governo. Nada, ab-solutamente nada.

As manifestações acabaram empur-rando novamente Luiz Inácio Lula daSilva para o primeiro plano da cenapolítica. Esperto como é, viu a possi-bilidade de desgaste político da presi-dente, que colocaria em risco o proje-to do PT de se perpetuar no poder. As-sumiu o protagonismo sem nenhumpudor. Deitou falação sobre tudo. Deuordens à presidente de como gerir ogoverno e as alianças eleitorais. Foiobedecido. E como um pai severo ame-açou: “Se me encherem o saco, em2018 estou de volta.”

Seis meses depois, estamos nomesmo lugar. A política continuou tãomedíocre como era em junho. A po-breza ideológica é a mesma. Os parti-dos nada representam. Não passam deuma amontoado de siglas — algumas

absolutamente incompreensíveis.Política persiste como sinônimo de

espetáculo. É só no “florão da Améri-ca” que um tosco marqueteiro é con-siderado gênio político — e, pior, le-vado a sério.

A elite dirigente mantém-se comoo malandro do outro Barroso, o Ary:“Leva a vida numa flauta/Faz questãodo seu sossego/O dinheiro não lhe fal-ta/E não quer saber de emprego/Vivecontente sem passar necessidade/Tema nota em quantidade/Dando golpe in-teligente.”

Estão sempre à procura de um “gol-pe inteligente.” Mas a farsa deu o quetinha de dar. O que existe de novo?Qual prefeito, por exemplo, se desta-cou por uma gestão inovadora? Porque não temos gestores eficientes? Porque não conseguimos pensar o futu-ro? Por que os homens públicos foramsubstituídos pelos políticos profissio-nais? Por que, no Congresso, a legis-latura atual é sempre pior que a ante-rior? Por que o Judiciário continua decostas para o país?

Não entendemos até hoje que apermanência desta estrutura antirre-publicana amarra o crescimento eco-nômico e dificulta o enfrentamento dosinúmeros desafios, daqueles que só sãolembrados — oportunisticamente —nas campanhas eleitorais.

O gigante continua adormecido. Emjunho, teve somente um espasmo.Nada mais que isso. Quando acordou,como ao longo dos últimos cem anos,preferiu rapidamente voltar ao leito.É mais confortável. No fundo, não gos-tamos de política. Achamos chato. Vol-tamos à pasmaceira trágica. É sempremais fácil encontrar um salvador. Quepense, fale, decida e governe (mal) emnosso nome.

Marco Antonio Villa é historiador.Fonte: o Globo

OPINIÃO

O gigante continua adormecidoSeis meses depois, estamos no mesmo lugar. A política continuou tão medíocre como era em junho

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COMES & BEBES MÚSICA

Vale a pena ver

de novo, de novo,

de novo...migo leitor, o festival Planeta Terra con-firmou mais uma vez que é o melhor doBrasil no seguimento. Nesta edição eledeu um show de organização, atenção

com o público e apresentações especiais. O des-taque, como já era esperado, ficou com o Blur.

A escolha do espaço para a realização doevento foi ótima. O “Campo de Marte”, locali-zado na zona norte de São Paulo, oferece boasopções de transporte público com diversas li-nhas de ônibus e duas estações de metrô pró-ximas, Santana e Carandiru. O resultado distofoi um escoamento rápido das pessoas após oshow, ao contrário do caos e imensas filas dosfestivais quando são realizados no Jockey Club,zona oeste.

A organização do Planeta Terra ganha tambémvários pontos nos quesitos banheiro, dignos deshopping center, alimentação, apesar de muitocara (cerveja R$ 7 e batata frita R$ 12) não for-mou grandes filas, pontualidade e espaço confor-tável de visualização do palco.

Mas vamos ao show principal, o “Blur”. Ogrupo de 1989, formado em Londres pelo vo-calista Damon Albarn, o guitarrista Graham Co-xon, o baixista Alex James e o baterista DaveRowntree foi responsável por uma grande “ca-tarse” em terras paulistas. Cada canção era can-tada palavra por palavra pelos fãs, a maioria nafaixa dos 30 anos, como se todas as vozes fos-sem uma. A energia daquele momento conta-giava o experiente quarteto que devolvia namesma intensidade.

Os grandes hits não foram deixados de lado,“Girls & Boys”, “Coffee & TV”, “For Tomorrow”,“Beetlebum”, “Tender”, “Parklife” e “Song 2” le-vando a plateia a exaustão de tanto pular. A novamúsica “Under the Westway” foi a penúltima aser tocada e agradou a todos.

O grupo mostrou muito gás e alegria por esta-rem juntos, ficou na cara que a turnê pela Améri-ca do Sul não foi apenas para encher os bolsos dedinheiro. Fica a expectativa do lançamento demais um disco, algo que não acontece desde2003.

Eduardo Vidal – Jornalista

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ilenciosamente, o nosso fíga-do sofre as conseqüências dosnossos exageros. Seja na ali-mentação, seja no uso abusi-

vo de bebidas alcoólicas, quando o si-nal de alerta ascende, significa que de-vemos cuidar da nossa saúde e princi-palmente, que devemos ainda repen-sar no nosso estilo de vida.

O fígado é um órgão indispensávelà vida, sendo este o “grande” respon-sável pelo metabolismo de carboidra-tos, proteínas, lipídios e pela desinto-xicação do corpo.

O que pouca gente sabe, é que ape-sar do nosso fígado possuir normal-mente pequenas quantidades de gor-dura, esta não deve ultrapassar a 10%do peso hepático. Quando isso acon-tece, estamos diante da chamada es-teatose hepática.

A esteatose ou esteato-hepatite -conhecida popularmente como gordu-ra no fígado - é a condição que se ca-racteriza pela grande quantidade degordura que se acumula no fígadocomo já exposto. Esse acúmulo por suavez, prejudica o seu funcionamento,atingindo principalmente pessoas obe-sas, com colesterol ou triglicérides ele-vados ou diabéticos.

A esteatose todavia, pode ser re-vertida, mas se não tratada, pode ain-da evoluir para destruição progressi-va do fígado. O acúmulo de gordurano fígado - mesmo sem ingestão deálcool - pode levar a cirrose hepática,e em alguns casos, até mesmo ao cân-cer de fígado.

A faixa etária acometida varia en-tre crianças acima dos 10 anos, os adul-tos entre os 20 e 60 anos, observan-do-se uma maior freqüência nos paci-entes do sexo feminino.

A principal causa de esteato-hepa-tite é o consumo de bebidas alcoóli-cas, e em geral, dividimos os casosentre esteato-hepatite alcoólica e nãoalcoólica.

Não se sabe exatamente porque al-gumas pessoas desenvolvemesta condição clínica, porémalgumas doenças tambémestão claramente ligadas aela: hepatites virais(A,B,C,Delta, E, F, G), obesi-dade, síndrome metabólica,dislipidemia, diabetes, des-nutrição, hepatite auto-imu-ne, toxicidade por drogas oumedicamentos, ou solven-tes, tintas, entre outros.

Os primeiros sintomasde esteatose hepática são:mal estar, desconforto epi-gástrico e em hipocôndriodireito (parte superior do ab-dome), cansaço físico, náuseas, inape-tência, ascite, icterícia (amarelo dosolhos ou pele), urina escurecida, fezesesbranquiçadas, hematomas, sangra-mento digestivo, mas a maioria dos

pacientes (80%) é assintomática. O si-nal mais característico é o aumento dofígado, percebido pelo exame clínicoou por um exame de imagem.

Quanto ao diagnóstico da esteato-se hepática, alguns exames laborato-

riais podem ser realizados. A alteraçãolaboratorial mais comum é a elevaçãodas aminotransferases -- principalmen-te a ALT (TGP) embora a AST (TGO) tam-bém esteja freqüentemente elevada.

Também podem ser realizados exa-mes de imagem como ultrasonografia,tomografia computadorizada ou res-sonância magnética e, em alguns ca-sos, até biópsia do fígado.

A prevenção é muito importante,

por isso, seguem abaixo algumas di-cas para se proteger:•Evitar consumo desnecessário demedicamentos•Evitar uso de bebida alcoólica•Evitar uso de drogas (cocaína, ecs-tasy)•Evitar se expor e inalar solventes,inseticidas, tintas e combustíveis (usematerial de proteção individual paramanipulação)

•Utilizar preservativos nas relaçõessexuais•Manter os níveis de glicemia contro-lados•Fazer atividade física regularmente•Manter o peso

É importante ressaltar que, geral-mente o tratamento da esteatose ba-seia-se no controle dos distúrbios as-sociados, como: o diabetes mellitusdescompensado, a obesidade e a hi-perlipidemia. Assim sendo, a terapia

nutricional torna-se um fator indispensável na melhora do qua-dro, principalmente nos casos desen-cadeados por alcoolismo. Este por suavez, deve ser completamente abolidodos hábitos de vida do paciente.

A recuperação de um peso saudá-vel com o devido controle de hiperli-pidemia (como ingestão abundante defrutas, vegetais, ácidos graxos poli emonoinsaturados e alimentos inte-grais), passa pela aderência conscien-te da dietoterapia.

No âmbito dos tratamentos farma-cológicos, muitos remédios estão sen-do propostos, entretanto, nenhumpossui um estudo efetivo e compro-batório de eficácia. Portanto, siga asrecomendações de seu médico e pre-vina-se!

Dr. Fabio Augusto Brassarola

CRM 86586

Instituto de Cirurgia

de Ribeirão Preto

www.institutodecirurgia.com.br

SAÚDE

Esteatose hepática (Gordura no fígado)

S

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enho passado por momentoscomplicados. Fora os proble-mas comuns a todos e os pi-torescamente pessoais, uma

situação em especial tem me tirado osono. Fui criado desde cedo a respei-tar e cobrar respeito sobre minha pri-vacidade e a alheia. Por força da idadee da velocidade tecnológica, nunca mesenti muito a vontade com aparelhoseletrônicos que registrem sons e ima-gens. Além dos outros, com controleremoto, memória ou o maldito touchscreen. Certamente, uma ojeriza quevem de meus primórdios. Possuo pou-cas fotos de quando era criança. Háquarenta anos atrás era pratica de pes-soas com maior poder aquisitivo. Aossete anos, uma tia me pediu para re-gistrar um raro momento de férias napraia. Ao tentar tirar a foto, acabeiabrindo o compartimento do filme,pondo fim a todos os registros daque-le alegre momento familiar. Inda hojecarrego essa culpa, graças às broncase castigos que sofri em represália. Ocontato com uma filmadora veio so-mente na adolescência. Uma Super 8que um amigo surrupiava do pai abas-tado, que segundo me recordo, tinhatambém um projetor e vários filmespicantes. Bons tempos... Nesta mesmaépoca, ganhei um gravador de fita K7,cuja vantagem era a possibilidade dese gravar e regravar ad infinitum asmúsicas, conversas e sons diversos. Ouaté que a dita fita se enroscasse apare-lho adentro, dando um trabalho co-lossal e acabando com a festa. O pri-meiro computador adquirido me fazia

suar frio. Deixei que os filhos, aindacrianças, explorassem o monstro e aospoucos fossem me passando seus se-gredos. Inda hoje, espero o momentoem que a maquina abominável quevenho usando, depois de um toque er-rado em certo botão vá sentenciar:“Procedimento inaceitável! Esse com-putador se auto destruirá em cincosegundos!”. Muito jovem li o 1984 deGeorge Orwell. A arrepiante ideia deum Big Brother, sempre a par de todosos atos da humanidade, até os maisíntimos, parece ter finalmente se con-cretizado. Um singelo cutucar de na-riz, coçar as partes ou o que o valha,pode estar sendo registrado e amanhã,correr o mundo nas redes sociais. Mes-mo se tratando de delito leve, comosoltar gazes, o ócio dos internautastem transformado balelas em motivosde compêndios intermináveis. Todo ocuidado é pouco. Voltando à questãoque ora me aflige: recentemente, após

deixar um amigo no aeroporto, acheino estacionamento, ao lado de meucarro, um aparelho celular. Belíssimo.Visivelmente de alta tecnologia, des-ses que os jovens, conhecedores doassunto, saem dedilhando com facili-dade. Não é meu caso, já que o meuserve somente para ouvir e falar. Isso,quando consigo uma das funções. Emprincípio, pensei em levar o encontra-do ao departamento de achados e per-didos. Mas estava mais uma vez atra-sado para outros compromissos, alémde longe o bastante para retornar aoaeroporto. Sem contar que os minu-tos extras haveriam de pesar no escor-chante custo do estacionamento. En-trei no carro e olhei fixamente por umtempo para aquela entidade abstrata.Lembrei que um amigo, grande aman-te de tecnologia, teve seu empregoabalado após perder informações im-portantes no celular. Mesmo não cor-rendo pessoalmente esse risco, poisguardo todas as minhas agendas depapel desde 1999, entendo que esteaparelhinho passou a ser para muitosum apêndice do cérebro. Decidi entãopor conta própria me aventurar a en-contrar no aparelho alguma pista queme levasse a informações sobre seuproprietário. Simples assim: encontra-ria em seus contatos algum telefoneque avisasse ao incauto que seu apa-relho estava comigo e que o mesmopoderia ser resgatado em tal e tal en-dereço. Me pareceu justo. Um brevetoque na tela e um som estridenteanunciou que ele funcionava. Uma luzforte brotou de repente, iluminado ocarro todo. A cada resvalar de meudedo, várias imagens surgiam e dan-çavam na tela. Comecei a rir como umacriança a se divertir com aquele obje-to similar à lâmpada de Aladim. Atéque, tocando não sei onde, veio lá dedentro, como que de seu âmago a vozque passou a tirar meu sono.

“Chico, foge! Foge que ele vai tematar!”

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO.

Jeff Gennaro

CRÔNICA

A culpa é da tecnologia

T

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grandiloquente.Ao contrário. Separece com situ-ações vividas ouconhecidas portodos nós, comnuances de de-talhes e segre-dos pessoaisque tornam oordinário algoespecial.

Quem não tem, ou teve aqueleamigo(a) que, apesar de amado só tra-zia desprazer com sua presença?

O que fizemos e como lidamos, naépoca ou hoje com ele (a), conosco ecom isso?

No mais, coisas do viver, do morrere do continuar vivendo com esse ou-tros fatos da vida.

Um daqueles filmes que não entramna nossa relação dos mais importantes,relevantes ou fortemente “oscarizáveis”.

Mas quem o vir, há de guardar dele

um detalhe, uma cena, ou aquele ist-mo que se fará um forte resquício deidentificação.

Coisas que fazem da arte algo im-prescindível em nossa mundana e ma-ravilhosa vida. Mesmo sendo ela dis-tante dos ares de Londres.

ELENCO: Jim Broadbent, Lesley Man-ville, Ruth Sheen, Peter Wight, OliverMaltman, David Bradley

DIREÇÃO: Mike Leigh

Um detalhe: Flora é apaixonada pelaliteratura inglesa do século 19. E elavai completar 16 aninhos! Orgulhospaternos à parte, esta é a prova de quehá muito mais mistérios e maravilhasno reino inglês do que possa desdenharnossa vã e primaveril malemolênciatropical.

Jeff Gennaro é ator e diretor da CiaTeatro Salada Vinte

(São Paulo/SP.)[email protected]

CINEMA

Novembro não é o que parece ser

Já estamos em novembro. Pare-ceu-me que ainda ontem, lhes es-crevi nesta coluna coisas sobreabril. Labirintos do tempo... Es-

tamos passando rápido demais pelosmeses interessantes.

Digo isso porque novembro, desdesempre me pareceu um mês meio xoxo.Tenho como efeméride pessoal o nasci-mento de minha caçula, a linda e que-rida Flora. Certamente, um dia, o mun-do irá comemorar como eu este mara-vilhoso momento, dado o potencial eimportância da moça. Assim, novembropassará para a história universal comoum mês mais grandiloquente. Afinal,ela nasceu na primavera do hemisfériosul. É jovem e ativa como deveria sertoda a primavera. O fato é que, chegan-do nesta época do ano, todos estãoatentos é para o indefectível mês dedezembro. O último mês do ano à sefindar, ele vem cheio de compromissosreligiosos, familiares e monetários. De-zembro: mês de resoluções, promessas,dívidas e dúvidas.

Na cultura ocidental, os ingleses fo-ram os que, através da literatura, doteatro e de suas várias influências cul-turais, mais arraigaram no mundo suaconsciência sobre como lidar com ostempos da natureza e os impostos pelacivilização. De Stonehenge ao chá dascinco, tudo neles parece ter um senti-do de observância abstrata e enigmáti-ca com o tempo. São os nossos “chine-ses ocidentais”. Pensando neles e nes-te estranho mês de novembro, indico-lhes estes dois filmes. São ingleses.Com ritmos e caracterizações que pare-cem ser algo estranhos a nós, mas nofundo, bastante condizentes com nos-sa eterna e corriqueira humanidade.

O SEGREDO DE VERA DRAKE

No pós se-gunda guerra,toda a Europatentava se re-construir, tendoque lidar dura-mente com osfatos concretosdo dia a dia, emcontraponto aos

seus conceitos e tradições éticas e reli-giosas.

Muito do que conhecemos e aindausamos enquanto processo civilizató-rio veio das experiências vividas em ci-dades hiperpovoadas como Londres,com suas latentes discrepâncias de ri-quezas e misérias extremas.

Sempre depois de pragas, incêndi-os, hecatombes, conflitos e guerras, associedades tendem a emaranhar-se e seperder nos entendimentos sobre o queaceitam ser o certo e o errado.

No que era permitido, viável e bo-çal, variavam sempre o abstrato e o quehá de se repensar pelo bem do todo.

Este filme nos conta a história realde Vera Drake, (vivida pela estupendaImelda Staunton), uma proletária su-burbana que se dedica com afinco aostrabalhos de baixa categoria e salário ea sua amada família.

Quando possível, a bondosa senho-ra ajuda jovens moças a abortar.

O tema é cruel e eternamente discu-tível.

Mas a competência do roteiro, dosatores e da direção amaciam o doloro-so trajeto. Dos personagens e da cons-ciência geral.

Ou, ao menos, nos levam a trans-cender radicalismos arraigados e enca-rar o que devemos deveras enfrentar.

Especialidade inglesa. Afinal, elesnão chegaram onde estão à toa. É sópesquisar.

ELENCO: Imelda Staunton , RichardGraham Eddie Marsan, Anna Keaveney,Alex Kelly, Daniel Mays, Philip Davis

DIREÇÃO: Mike Leigh

UM ANO MAIS

A brincadeira de contar os momen-tos da vida com os movimentos dasestações é o condutor desta indicação.

O diretor Mike Leigh já havia nosproporcionado o belo “Segredos e men-tiras”, (já indicado em outra edição,quem não viu, veja!), e outros filmesmedianos.

Agora vem com “Um ano mais”.Muitos hão de classificá-lo como um

filme corriqueiro.Pois aí está sua força e sutileza. A

trama nada tem de contundente ou

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