Impresso TRABALHO MÉDICO Especial · do carro e ipads EDITORIAL 2013, um ano de ameaças Final de...

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LUTAS SINDICAIS Médicos do Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, procuram sindicato por atrasos nos pagamentos dos plantões PÁG 7 No dia 9 de dezembro, médicos de Muriaé fazem primeira assembleia por melhorias com a presença do Sindicato dos Médicos PÁG 8 Os médicos residentes do Hospital Mu- nicipal Odilon Behrens estão mostrando união e organização no movimento reivin- dicatório, que conta com o apoio decisivo do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. Os residentes buscam melhores condições de ensino, trabalho e assistência. Paralisações e atos públicos levaram a direção do hospi- tal a se posicionar e assumir compromis- sos com a categoria PÁGINA 6 No dia 6 de dezembro aconteceu a festa de confraternização 2013, pela primeira vez na sede nova do Sinmed-MG. O encontro foi uma oportunidade para rever os colegas e reforçar a união da categoria. O ponto alto da noite foi o sorteio do carro 0 km, que contemplou o cardiologista Daphnis dos Santos Junior, de Belo Horizonte. O “Trabalho Médico” conversou com al- guns dos convidados presentes à festa para saber o que o setor saúde pode esperar em 2014, um ano de Copa do Mundo e eleições PÁGINAS 2, 3, 4 e 5 Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 49 - novembro/dezembro 2013 TRABALHO MÉDICO 2013 foi um ano de muitos desafios. O que esperar de 2014? Movimento dos residentes do Odilon Behrens vai ficar na história do hospital CORPO CLÍNICO Seminário discutiu a gestão do corpo clínico. Amélia Pessôa, do Sinmed-MG, falou sobre os vínculos de trabalho ESTUDANTES DE MEDICINA Sinmed-MG e Denem promovem seminário sobre Atenção Básica em Saúde, mais uma ação para aproximação com os estudantes PÁG 12 A presidente Amélia Pessôa agradeceu ao apoio de todos Sorteio do carro: expectativa Ato público em frente ao pronto-socorro chamou a atenção da população O cardiologista Daphnis ganhou o carro PÁG 10

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LUTAS SINDICAIS

Médicos do Hospital Nossa Senhora daSaúde, em Diamantina, procuram sindicatopor atrasos nos pagamentos dos plantões

PÁG 7

No dia 9 de dezembro, médicos de Muriaéfazem primeira assembleia por melhoriascom a presença do Sindicato dos Médicos

PÁG 8

Os médicos residentes do Hospital Mu-nicipal Odilon Behrens estão mostrandounião e organização no movimento reivin-dicatório, que conta com o apoio decisivo doSindicato dos Médicos de Minas Gerais. Osresidentes buscam melhores condições de

ensino, trabalho e assistência. Paralisações eatos públicos levaram a direção do hospi-tal a se posicionar e assumir compromis-sos com a categoria

PÁGINA 6

No dia 6 de dezembro aconteceu a festa deconfraternização 2013, pela primeira vez nasede nova do Sinmed-MG. O encontro foiuma oportunidade para rever os colegas ereforçar a união da categoria. O ponto altoda noite foi o sorteio do carro 0 km, quecontemplou o cardiologista Daphnis dos

Santos Junior, de Belo Horizonte.O “Trabalho Médico” conversou com al-

guns dos convidados presentes à festa parasaber o que o setor saúde pode esperar em2014, um ano de Copa do Mundo e eleições

PÁGINAS 2, 3, 4 e 5

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 49 - novembro/dezembro 2013

TRABALHO MÉDICO

2013 foi um ano de muitos desafios. O que esperar de 2014?

Movimento dos residentes do Odilon Behrens vai ficar na história do hospital

CORPO CLÍNICO

Seminário discutiu a gestãodo corpo clínico. Amélia Pessôa, do Sinmed-MG, falou sobre os vínculos de trabalho

ESTUDANTES DE MEDICINA

Sinmed-MG e Denem promovemseminário sobre Atenção Básica em Saúde, mais uma ação paraaproximação com os estudantes

PÁG12

A presidente Amélia Pessôa agradeceu ao apoio de todosSorteio do carro: expectativa

Ato público em frente ao pronto-socorro chamou a atenção da população

O cardiologista Daphnis ganhou o carro

PÁG10

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Já virou tradição o sorteio de prêmios para ossindicalizados em dia. Durante a festa de confrater-nização, dia 6 de dezembro, foram sorteados umcarro entre os 6.146 médicos sindicalizados em diacom o pagamento das contribuições social e sindicale 10 ipads para os médicos que participaram dascampanhas de Recobrança da ContribuiçãoSindical de 2007 a 2011 e de 2008 a 2012. O ga-nhador do carro, um Chevrolet Classic zero km,foi o cardiologista Daphnis dos Santos Junior,CRMMG 14.991.

Campanha de Recobrança da Contribuição Sindical de2007 a 2011. Sorteados:

- Valéria de Carvalho Magela – CRM 26.522- Emerson Nunes Costa – CRM 34.812- Cláudia Maria de Castro Mendes – CRM 16.557- Elizabeth Fonseca Pinto – CRM 17.571- Marco Túlio Bacarine Pires – CRM 9.458

Campanha de Recobrança da Contribuição Sindical de2008 a 2012. Sorteados:

- Frederico Maximiliano Rocha – CRM 2.373- Valéria de Melo – CRM 26.861- Ana Carina Lara Amim – CRM 38.310- Elizandra Tomazeli – CRM 36.294- Giovani Bitencourt – CRM 18.304

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Avenida do Contorno, 4.999 – Serra30110 921 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Diretoria:

Diretor Presidente: Amélia Maria Fernandes Pessôa Diretor Secretário Geral: Fernando Luiz de Mendonça Diretor Administrativo Financeiro: Ariete doPerpétuo S. D. de Araújo Diretor Jurídico: Artur Oliveira Mendes Diretor de Comunicação: André Christiano dos SantosDiretor de Campanhas Salariais: Jacó Lampert Diretor de Defesa Profissional: Eduardo AlmeidaCunha Filgueiras Diretor de Formação Sindical e Sindicalização:Paulo Eustáquio Marra Pinto (licenciado)Diretor de Relação com Acadêmicos: César Miranda dos Santos Diretor de Residência Médica: Margarida ConstançaSofal Delgado Diretor de Honorários Médicos: Ewaldo Agrippino F.de Mattos Júnior Diretor de Saúde Pública: Élson Violante Diretor de Saúde Suplementar: Andréa LúciaResende Martins Donato Diretor do Interior e Regionais: Sandra Márcia de Faria(licenciada)Diretor de Saúde do Trabalhador: CristovamChiaradia Barbosa Diretor de Relações Institucionais: Maria Madalenados Santos e Souza (licenciada) Diretor de Pesquisas e Projetos: José Sérgio Carriero JúniorDiretor Sociocultural: Maria Mercedes Zucheratto CastroDiretor de Tecnologia da Informação: Samuel dos Reis GarciaDiretor de Previdência Social e Aposentados: CláudioSaliba de Avelar Diretor de Assuntos Legislativos: Cristiano TúlioMaciel Albuquerque

Conselho Fiscal:Efetivos: Érika Monteiro Pinheiro Mourão, José AlvarengaCaldeira, Raidan de Carvalho Canuto Suplentes: AndréaChaimowicz, Helena Pinheiro Garrido (licenciada), Alex SanderRibas de Souza.

Ouvidoria Sindical: Membro titular: Cristiano Gonzaga da Matta Machado.Membro suplente: Brunno de Amério Ney

Departamento de Comunicação:

Diretor: André Christiano dos SantosJornalista: Rosângela Costa (MT 11.320/MG)Trabalho Médico:

Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraImpressão: Imprimaset Tiragem: 1.500 exemplares

A VERSÃO ON LINE DO "TRABALHO MÉDICO" ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DO SINMED-MG -www.sinmedmg.org.br.

CAMPANHA

Veja a relaçãodos ganhadoresdo carro e ipads

EDITORIAL

2013, um ano de ameaçasFinal de ano. Tempo de balanço. Tempo de

reflexão e planejamento. O sindicato fecha 2013de casa nova. Essa foi uma grande conquista. Umpatrimônio importante para a categoria, que agorapode contar com um espaço mais confortável eadequado para desenvolver suas atividades.

O sindicato também termina 2013 com umadiretoria renovada. Uma diretoria plural, repre-sentativa das várias faces do trabalho médico. Anova gestão implementou uma mudança impor-tante do estatuto, ocorrida no final do exercícioanterior: a criação de 21 diretorias distintas, porentender que é importante ter um foco maior notrabalho. A partir daí foram criados núcleos, agre-gando áreas de atuação afins. Em poucos meses,já sentimos o resultado dessa mudança, e umgrande comprometimento de cada diretor com asua missão.

Em termos de lutas, o sindicato esteve pre-sente e atento às demandas dos médicos. Ao todoacompanhamos mais de 30 campanhas no interiore capital. Algumas vitoriosas, outras em anda-mento, algumas frustrantes. Foi o que aconteceu,por exemplo, com a postura da Prefeitura Munici-pal de Belo Horizonte. Os médicos se uniram, fi-zeram uma campanha forte. Dizendo-se impos-sibilitada de dar os aumentos pedidos, a Prefeituraprometeu um novo plano de carreira, e nada acon-teceu, além de uma enorme decepção da categoria.

Também destacamos as ações para apro-ximação com o meio acadêmico e médicos re-sidentes. Nesta edição, mostramos ações concretas

para inserir os estudantes de Medicina na entidade,visando discutir a realidade que os espera nomundo do trabalho e também formar novas lide-ranças sindicais. Em 2014, esse trabalho será aindamais fortalecido.

2013 foi um ano de grandes ameaças para a cate-goria. O progama “Mais Médicos”, imposto pelogoverno, irresponsavelmente apontado como soluçãopara problemas da saúde no país, foi um golpe ines-perado. Da mesma forma, a votação equivocada da leido ato médico buscou atingir a categoria médica.Fomos pegos de surpresa e dentro desse quadro tive-mos acertos e erros, mas mostramos a nossa insatis-fação. A categoria teve presença forte nos protestosdurante a Copa das Confederações e junto com apopulação pediu uma assistência de mais qualidadepara todos. O movimento médico foi tema cons-tante na mídia, nunca se mostrou e se falou tantonas deficiências do sistema de saúde no país e suasconsequências para a população.

2014 será um ano diferente, com a Copa doMundo e as eleições em nível estadual e federal.Precisamos estar mais unidos do que nunca e aten-tos ao que vem pela frente. Não queremospromessas eleitoreiras, mas ações. A Copa doMundo não pode ser desculpa para parar o país.

Vai ser um ano de lutas, sem dúvida. E con-tamos com o nosso “exército” de guerreiros, cons-cientes de que cada um tem um papel a cumprirnesta luta para alcançar vitórias.

Diretoria Sinmed-MG

Auditor (à dir.) acompanhou o sorteio

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A festa de confraternização2013, dia 6 de dezembro, acon-teceu pela primeira vez na novasede do Sinmed-MG (av. doContorno – 4.999, Serra). O es-paço proporcionou mais confor-to a todos e uma noite agradável,com muito bate-papo e clima dealegria e reencontros. Mais de170 profissionais da categoria ediretores do sindicato, muitosacompanhados de familiares, apro-veitaram a noite para brindar aoano que se finda e dar boas-vin-das a 2014.

A mesa de comida de buteco, a de-coração caprichada e a voz e violão doartista Ninho Martins, interpretandoclássicos da música popular brasileira,agradaram em cheio aos convidados.

Em rápidas palavras aos presentes,a presidente do sindicato, Amélia Pes-sôa, falou da satisfação em recebertodos na nova sede: “Essa é uma fes-ta tradicional do sindicato. Um mo-mento de confraternização da direto-ria, dos colaboradores, dos parceirosque são muitos, da categoria médica,preparado com muito carinho”.

Disse que apesar de ter sido um anode adversidades, 2013 trouxe comoaspecto positivo a união das entidades edos médicos – “ficou claro que se agente não tiver uma atuação firme nãovai sobreviver como categoria”.

Sobre o sorteio dos prêmios, emespecial do carro 0 km, Amélialembrou que a iniciativa, além deser um incentivo para que o médicofique em dia com as contribuiçõesao sindicato, é uma forma de va-lorizar a categoria: “Ao presentearum médico, estamos presenteandosimbolicamente todos que nosapoiam”, disse.

Agradeceu aos colegas da dire-toria, ouvidoria, conselho fiscal, de-legados sindicais, colaboradores e atoda categoria médica: “Nosso tra-balho só é possível de forma coletiva.Mesmo aqueles que nos criticam nostrazem algum substrato para ver oque podemos melhorar”.

Por fim, a presidente desejou umfeliz Natal para todos, boas festas eboas entradas - “que 2014 seja umano de muito trabalho, mas tambémde muitas vitórias”.

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 CONFRATERNIZAÇÃO 3

Festa marca estreia da nova sede em grande estiloPREMIAÇÃO

O ponto alto da noite foi o sorteiodo Chevrolet Classic 0 km, sendo con-templado o médico Daphnis dosSantos Junior (CRMMG 14.991).

Daphnis é cardiologista do Hos-pital Felicio Rocho, Ipsemg e JoãoXXIII. A notícia do prêmio o dei-xou muito feliz. Ele conta que anosatrás foi contemplado, também emfesta do sindicato, com uma TV. Sóque, por infelicidade, havia deixado afesta poucos minutos antes e nãolevou o prêmio. Desta vez foi dife-rente, ganhou e levou!

Daphnis recebeu a notícia na manhãdo sábado, dia 7, e foi ao sindicato coma esposa, a enfermeira Silvana, receberas chaves do veículo, quando aconteciaa festa da equipe da casa. Recebeu oscumprimentos dos diretores e fun-cionários presentes.

O cardiologista diz que faz ques-tão de manter as contribuições sin-dical e social em dia: “O Sinmed-MGjá conseguiu coisas importantes paraa categoria, seja nas campanhas, oucom ações judiciais. Eu mesmo já fuibeneficiado, recebendo uma quantiarazoável na ocasião”, diz.

Prêmios-surpresa

O sindicato sorteou dois prê-mios-surpresa para os médicos que

Os premiados

estavam na festa, como forma deincentivar a participação de todos.O ginecologista Sandro Fialho(CRM 31.754), que trabalha naregião metropolitana e em várioshospitais da capital mineira, levouo grill. Ele costuma frequentar asfestas do sindicato e também re-correr à entidade em busca dosseus direitos. “Eu valorizo muitoo sindicato, porque é a entidadeque nos defende”, afirmou.

Luciano Sali (CRM 33.063), orto-pedista no Hospital João XXIII, ficoutodo feliz com a máquina de caféNespresso. Brincou que estava sesentindo um George Clooney, o galã

do comercial da marca. O ortopedistadisse que vem sempre às festas e quefoi assíduo também nas campanhasreivindicatórias do João XXIII.

A clínica e dermatologista Valériade Melo, da Fhemig e Hospital LifeCenter, ganhou um dos 10 ipadssorteados para os médicos que par-ticiparam da campanha de reco-brança da contribuição sindical. Co-mo estava na festa, já pode levar oprêmio para casa. “É o terceiro anoque venho na festa, é uma boaoportunidade de encontrar os cole-gas de faculdade, da minha época, eoutros que não vejo há muito tem-po”, disse.

Daphnis com diretores do sindicato, na entrega das chaves

Luciano e a diretora MercedesValéria e o diretor FernandoAmélia Pessôa e Sandro

Festa é aberta a toda a categoria

Fazendo sua estreia na diretoriasociocultural do sindicato, recen-temente instituída, a médica MariaMercedes Zucheratto Castro estavasatisfeita com o resultado. Fez ques-

tão de elogiar o apoio dos demaisdiretores e de todos os colabo-radores. “Procuramos fazer umafesta mais pé no chão, de acordocom a realidade do sindicato. Nossoobjetivo é que todos se sintam emcasa”, disse.

Ela lembra que as festas de confrater-nização do sindicato são abertas a todosos médicos, com divulgação no site efacebook da entidade. Entre os planos dadiretoria, estão os eventos para acadê-micos e residentes e eventos culturais.“Estamos abertos a sugestões ”, avisa.

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TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ESPECIAL4

OPINIÕES

O que esperar de 2014 com a Copa do Mundo e as eleições?

O “Trabalho Médico” perguntou a alguns médicos presentes à festa de confraternização, na sede do sindicato, dia 6 de dezembro, quais as expectativas em relação ao setor saúde em 2014. As opiniões se dividem. Para alguns,

a Copa do Mundo e as eleições são um impulso para melhorias. Para outros, são justificativas para medidas eleitoreiras e para deixar de lado avanços importantes para a população brasileira, especialmente na saúde

Gabriel de Almeida Silva Júnior, vice-presidente da Associação Médica deMinas Gerais: “Precisamos ser otimistas.As entidades médicas e os médicos, emgeral, precisam estar unidos para cons-truir o futuro da nossa profissão e mo-dificar o cenário da saúde no país. O ano de2013 foi muito especial nesse sentido,com as manifestações que ocorreram emBelo Horizonte e no país. Tivemos aoportunidade de vivenciar uma grandemanifestação na av. Afonso Pena que cul-minou com um ato na Praça Sete, commédicos de várias gerações. Foi ummovimento de grande visibilidade e umexemplo de que quando existe união ascoisas acontecem. Foram momentos emque o médico pode resgatar sua auto-esti-ma. Em 2014, não vai ser diferente. Osdesafios serão muitos, mas estaremosjuntos para enfrentá-los”.

Debora Pakapram, médica masto-

Maíra Ruas, estudante do 4º ano daFaculdade de Medicina da UFMG: “Em2013, tive uma experiência no centro desaúde Padre Tarcisio, na Serra, e fiqueimuito encantada com o SUS. Eu faziauma imagem totalmente diferente doserviço público, tanto que pretendo tra-balhar em posto de saúde quando for-mar. Acho que o fundamental é o médi-co se valorizar. Tem gente que aceitaqualquer coisa, tanto em termos finan-ceiro como em condições de trabalho.Mercado de trabalho existe, mas é pre-ciso estar consciente na hora da escolha”.

Juraci Gonçalves de Oliveira, diretoradjunto de Defesa Profissional daAssociação Médica de Minas Gerais, naárea de remuneração: “Estou muitoapreensivo, principalmente em relação àpostura do governo federal, que temagido de forma imperativa, sem diálogocom as entidades, simplesmente vendo aquestão eleitoral”.

Castinaldo Bastos Santos, presidentedo Sindicato dos Hospitais. Clínicas e

André Lanza, estudante do 4º anodas Ciências Médicas, coordenadordo DA Lucas Machado: “O povomostrou sua insatisfação com osetor saúde nas manifestações desteano. Temos problemas tanto nasaúde pública – com falta de mé-dicos, de infraestrutura, de aten-dimento – como na saúde suple-mentar. A desigualdade é muitogrande, com hospitais como o SírioLibanês de um lado e, de outro,UPAs sucateadas, sem médicos, semestrutura nenhuma. Não é commedidas emergenciais, paliativas,que a situação vai resolver. O pro-blema não é a vinda de médicosestrangeiros, é a falta de inves-timentos. Acho que todos precisamse unir – médicos, estudantes, pop-ulação – para defender o SUS, asaúde pública e de qualidade”.

Casas de Saúde /MG: “Tivemos muitosproblemas em 2013. O governo con-seguiu vender para a sociedade que fal-tam médicos, que é preciso trazerprofissionais de fora, enquanto o queacontece é falta de condições de tra-balho. Além disso, o governo desar-ranjou o sistema formador do médicono país. Todas as faculdades federaisestão sucateadas, sem exceção. Achoque é hora das entidades médicas re-pensarem o seu papel e assumiremuma postura realmente política emrelação a esses assuntos”.

Ana Maria Silveira, ortopedista, tra-balha há 28 anos no Hospital João XXIII:“Acho que 2014 vai ser um ano com-plicado com problemas em vários aspec-tos. As autoridades estarão voltadas sópara a Copa e não para a saúde”.

logista na Santa Casa, Hospital SãoFrancisco, HC-Coop: “2013 foi um anomuito complicado para a categoriamédica, que ficou com uma imagemmuito ruim perante a sociedade.Acho que a nossa campanha contrao Mais Médicos e contra outras pro-postas do governo foram poucoelaboradas. Em 2014, eu gostariaque o discurso dos médicos e suasentidades melhorasse e que fosserealmente um ano de avanços”.

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TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ESPECIAL 5

OPINIÕES

Eudes Arantes Magalhães, presi-dente da Federação Nacional dasCooperativas Médicas (Fencom): “Em2014, mais do que nunca as entidadesmédicas precisam estar unidas paraenfrentar um cenário nacional con-turbado, de jogo político eleitoreiro eque brinca com a categoria como sefosse um produto de marketing. Pre-cisamos discutir propostas e alternati-vas que atendam às demandas dasociedade e resgatem a relação de va-lor da classe médica com a populaçãoque ela atende”.

Tobias Vargas, ginecologista obs-tetra, trabalha no Ipsemg, Pre-feitura e consultório: “Estamos emum momento complicado, masacredito em melhoras em 2014.Acho que vai ser um ano de reno-vação. Vejo um empenho do go-verno e dos prefeitos que vãoreceber a Copa. Por outro lado, aprópria categoria, sindicatos, en-tidades estão muito mobilizados,até mesmo porque pior do queestá é impossível”.

Maria do Carmo Oliveira Teixeira,médica cardiologista e acupulturista: “Hádez anos optei por ser autônoma e tra-balhar só em consultório próprio, hoje lo-calizado junto à minha casa, em Santa Te-resa. Estou muito feliz com essa expe-riência. Mas vejo muitos colegas em três,quatro empregos, correndo de um ladopara outro, estressados, sem qualidade devida. No meio disso tudo, o governo lançao Mais Médicos, uma questão extrema-mente política. Não faltam médicos noBrasil, temos excelente profissionais eestamos muito avançados em tecnologia.O que falta é uma política pública de saúde”.

Adrian Nogueira, reumatologista doHospital Público de Varginha, consultório,professor da Faculdade de Medicina e de-legado sindical em Varginha: “Estamosbastante atuantes no Sul de Minas. EmVarginha, onde temos 450 médicos, 90%deles na rede pública, conseguimos, como apoio do sindicato, que várias reivin-dicações fossem atendidas no ano retra-sado, tanto em relação às condições detrabalho como ao salário, que pratica-mente dobrou. Eu acho que os colegasdevem sempre correr atrás. Devem sentare conversar com os dirigentes nos muni-cípios, e em todos os níveis. É através dodiálogo, da negociação, que conseguimoster conquistas, atingir os objetivos”.

Itagiba de Castro Filho, presidente doCRMMG: “A cada período eleitoral osmédicos e a população brasileira es-cutam as mesmas promessas em todosos níveis. Dos vereadores ao presidenteda República, todos dizem que vão me-lhorar a saúde, a educação, a segurança,mas o que a gente vê é uma perspectivamuito ruim em relação a avanços nessasquestões. Na saúde não vemos ne-nhuma medida que possa contribuirpara a melhoria da assistência da popu-lação ou das condições de trabalho dosmédicos. A verdade é que os médicoshoje trabalham em condições extre-mamente desfavoráveis sob todos osaspectos. Faltam compromissos efeti-vos, tanto na saúde pública como nasaúde suplementar, com a melhoriada qualidade do trabalho do médico,em sua maioria mal remunerados,com sobrecarga de trabalho”.

César Vieira, consultor técnico doInstituto Brasileiro para Estudo eDesenvolvimento do Setor Saúde(IBDESS): “Estou otimista. 2014 vai seruma oportunidade de eleições noCongresso, para governador e pre-sidente da República. Espero que issorepresente também uma oportunidadede debate, de diálogo e de uma novarelação com o governo visando cor-rigir as falhas que acontecem no sis-tema de saúde tanto no SUS como nasaúde suplementar”.

Hélio Ribeiro Rocha, clínica médica ehomeopatia, no Estado, Prefeitura e emconsultório: “Acho que a saúde vem me-lhorando ano a ano, mas muito devagar.Não dá para esperar grandes mudançasem 2014. O setor público teve avanços,é inegável, mas num ritmo muito lento.Para o médico e para a população, asmelhorias estão muito aquém do quegostaríamos tanto em condições deatendimento quanto em condiçõessalariais. Mas eu acho que temos que serotimistas. É devagar e sempre que seconseguem as coisas”.

Em um ponto todos concordam. A categoria

médica precisa se unir cada vez mais paravencer osdesafios

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TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 20136 LUTAS SINDICAIS

SPDM

Residentes do HOB saem fortalecidos do movimento

O movimento dos médicos resi-dentes do Hospital Municipal OdilonBehrens (HMOB), em Belo Hori-zonte, por melhores condições deensino, trabalho e assistência vai ficarregistrado na história do hospital e daresidência em Minas.

Foram quatro meses de mobilização,que culminaram com uma paralisaçãode sete dias e dois atos públicos emfrente ao hospital. No dia 26 de no-vembro, uma reunião com a direção doHMOB, representantes do sindicato, doConselho de Medicina e dos residentesselou um acordo.

No documento, assinado pelos pre-sentes, estão contemplados todos ospontos da pauta de reivindicações eestabelecidos prazos para implemen-tação das soluções. Os residentes acom-panham o desenrolar da pauta. Muitasmedidas têm como prazo 15 dias e,outras, necessitam um período maiorde execução. Uma nova assembleia foiagendada para o dia 17 de dezembro.

Um exemplo para os outros residentes

Durante a assembleia, realizada apósa reunião, dia 26, residentes e diretoriado Sinmed-MG avaliaram o movi-mento. O diretor de Pesquisas e Proje-tos, José Sérgio Carriero Junior, des-tacou a importância da organização eparticipação de todos para os resulta-dos até então alcançados.

A maioria dos residentes destacou oespírito de equipe, com algumas clínicas,como a Ginecologia e Obstetrícia, senegando corajosamente a negociar emseparado com a direção do HMOB. Oresidente em Medicina de Família eComunidade, Lucas Leonardo Knupp,disse que o movimento foi construídode forma legítima e embasamento legale que o grupo havia amadurecidodemais durante todo o processo: “Con-seguimos fazer um trabalho articulado,plantar uma sementinha, mas querolembrar que estamos no início e que omovimento continua até que os pro-

ODILON BEHRENS

Asssembleias, atos públicos e mobilização resultaram em acordo

Os slogans da campanha, en-tre eles “Residente sem supervi-são é falta de compromisso como cidadão”, refletem bem o mo-tivo do movimento.

Entre outros itens, a pautados residentes contempla a ga-rantia de supervisão de plan-tões em enfermaria, sala deemergência e ambulatórios com

preceptores com qualificação mínimaprevista em estatuto; extinção dotransporte de pacientes sem assis-

tência de preceptor; definição da es-cala de horizontais da sala de emer-gência, garantindo a supervisão dos re-sidentes em tempo integral, e respeitoao máximo de 60h semanais de cargade trabalho, além de garantia de 24hde descanso semanais, conforme dizo estatuto.

Nas reivindicações a médio prazo,os residentes pedem maior compro-misso da instituição com uma políticade fomento à carreira de preceptor eincentivo à fixação da preceptoria.

“Residente sem supervisão é falta de compromisso com o cidadão”

blemas sejam solucionados e as pro-messas cumpridas”.

O residente Gabriel Gouveia, da Pe-diatria, lembrou que, ao acabar a resi-dência, os colegas irão se defrontar comnovos problemas, talvez ainda piores: “Épreciso levar essa sementinha do mo-vimento dos residentes para o futuro nomercado de trabalho”, disse.

Os residentes também elogiaram oapoio e disponibilidade do sindicato, quefoi acionado depois de outras tentativasde diálogo com a superintendência dohospital, dando um novo ritmo ao mo-vimento com a realização de três assem-bleias, envio de ofícios à direção e àComissão de Residência Médica(Coreme) do HMOB, suporte na produ-

ção de panfletos, faixas, bottons edivulgação na mídia.

Ao final foi lembrado que muitosresidentes passam pelo mesmo pro-blema, trabalhando sem preceptoria eem condições precárias, e que o mo-vimento do Odilon é um exemplo deque quando existe união e organi-zação as conquistas acontecem.

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Os médicos de Contagem estãodecepcionados com a falta de retorno daPrefeitura de Contagem em relação àreestruturação do Plano de Cargos,Carreira e Salários já existente no municí-pio. A proposta de reestruturação foi en-tregue no dia 2 de outubro ao secretáriode Saúde, Ricardo Faria, sendo dado umprazo de 30 dias para o retorno. Atéagora nada.

O documento foi elaborado por umacomissão de médicos de Contagem, quese debruçaram sobre outros modelospara sugerir alterações no plano emcurso. O objetivo foi fazer um Planoque realmente reflita a realidade domunicípio, contemplando os médicosda atenção básica e hospitalar, geridaspela Prefeitura. A escala proposta va-loriza tanto a dedicação e tempo de

Prefeitura de Contagem não dá retorno sobre o Plano de Carreira

CONTAGEM

DIAMANTINA

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 7LUTAS SINDICAIS

Os médicos do Hospital NossaSenhora da Saúde, em Diamantina,procuraram o sindicato para inter-mediar as negociações junto ao hos-pital. A unidade enfrenta um gravedéficit financeiro nos últimos mesese não paga os plantões médicosdesde o mês de agosto.

Para deliberar sobre a situação, osindicato realizou, no dia 21 de no-vembro, um assembleia geral extra-ordinária no município. Participa-ram o diretor de Campanhas, JacóLampert, e o advogado Vitor Andrade.

Na assembleia, foi apresentada aproposta enviada pela provedora dohospital, Gislene Maria Camelo Motta,para solucionar o problema. Entre ositens apresentados, está o pagamento,em no máximo 12 parcelas, a partir dejaneiro/2014, dos valores referentesaos 3 meses em atraso.

Contraproposta pleiteia reajustes epagamentos de plantões à vista

Insatisfeitos com algumas das pro-postas apresentadas pela provedoria,os médicos de Diamantina decidiramfazer uma contraproposta em que

pleiteiam a manutenção do pagamentodos plantões à vista, mesmo após 20de janeiro de 2014, e o reajuste dovalor a ser pago para R$ 1.500 porplantão.

Quanto ao pagamento dos mesesem atraso, os médicos querem quesejam quitados em, no máximo, 6parcelas, sendo a 1ª parcela já emdezembro de 2013.

O Sinmed-MG vai aguardar oretorno aos itens apresentados e, casonão haja nenhuma resposta por parteda Provedoria, serão tomadas outrasmedidas em defesa dos médicos doHospital Nossa Senhora da Saúde.

Falta de pagamento dos plantões mobiliza médicos doHospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina

Situação no hospital é crítica

Protesto dos servidores em frente ao hospital, em novembro

Hospital de Contagem tem inúmeros problemas de assistência Sindicato e promotoria em visita ao hospital municipal

O Hospital Nossa Senhora daSaúde de Diamantina é hoje umadas maiores unidades de saúde doAlto Jequitinhonha, atendendo apopulação da cidade e de, pelomenos, 30 outros municípios daregião. Ali, realiza-se em média 130partos por mês, 160 cirurgias, en-

tre as ortopédicas, urológicas, vas-cular, de otorrinolaringologia eginecológicas. Atende em média,ambulatorialmente, 2.300 consul-tas/mês na ortopedia, pediatria eginecologia e obstetrícia.

Atualmente, passa por umagrave crise financeira, acumu-

lando uma dívida de mais de R$1,6 milhão, que está afetando opagamento dos funcionários.Como sinal de indignação, ostrabalhadores e médicos do hos-pital realizaram uma paralisaçãodas atividades no início de no-vembro.

Vagner Roberto

trabalho do profissional, como seusesforços no quesito escolaridade equalificação profissional.

Segundo médicos de Contagem, asituação da saúde no município está

cada vez mais crítica. No último mês,mais três profissionais pediram exo-neração no Hospital Municipal, agra-vando ainda mais o problema dasequipes incompletas. No último con-

curso realizado, no início de 2013, onúmero de candidatos foi inferior aonúmero de vagas. Os motivos são,principalmente, os baixos salários econdições de trabalho.

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Em sua segunda visita ao mu-nicí-pio de Muriaé para acompanhar a situ-ação dos médicos especialistas doHospital São Paulo (HSP), o Sindicatodos Médicos de Minas Gerais, re-

presentado pelo diretor de DefesaProfissional, Eduardo Filgueiras, par-ticipou, dia 9 de dezembro, de reuniãocom o promotor de Justiça da Defesada Saúde da Comarca de Muriaé,

Sindicato é convidado para falar sobre o Mais Médicos em Três CoraçõesA presidente do sindicato, Amélia

Pessôa, foi convidada pela AssociaçãoMédica do município de Três Co-rações para um debate com os médi-cos locais sobre o programa “MaisMédicos” e a Lei do Ato Médico. Oencontro aconteceu no dia 19 denovembro, na sede local da associação.

O presidente da Associação MédicaTrês Corações (AMTR), Walter Va-llim, explica que havia uma série deindagações sobre o processo do pro-grama “Mais Médicos” do GovernoFederal por parte dos médicos da as-sistência básica e associados daAMTR, inclusive sobre a atuação dasentidades médicas em defesa da classeno Congresso Nacional.

Segundo ele, a visita da represen-tante do sindicato foi muito esclare-cedora: “Ela discorreu com sinceridadesobre o quanto é difícil concorrer com ogoverno na votação e o árduo papel pa-ra convencimento dos parlamentares rea-lizado pelas entidades”.

Em relação à saúde no município,Walter esclareceu que os médicosmantêm um nível de relação razoávelcom o serviço público e que até omomento a Secretaria de Saúde de

Três Corações não aderiu ao “MaisMédicos”, o que já aconteceu emmunicípios vizinhos.

O médico disse que é desejo dacategoria local ampliar e estreitar orelacionamento com as entidadesmédicas e que todas estivessem maispresentes e atuantes no interior, in-cluindo o sindicato, Associação Mé-dica e Conselho de Medicina: “Na vin-da da Amélia discutimos à exaus-tão o porquê o médico deve se filiaràs entidades”.

Amélia Pessôa elogiou a opor-tunidade, dizendo que, entre os planosdo sindicato para 2014, está umamaior presença no interior paradebates de assunto de interesse da cat-egoria e também para mostrar ahistória de luta e o papel do sindicatono contexto do trabalho médico.

Posicionamento

No encontro em Três Corações, apresidente apresentou um histórico doAto Médico, explicando que o assuntofoi tema de 27 audiências públicas etramitou durante 12 anos. Em julhodeste ano foi sancionada a lei 12.842,

TRÊS CORAÇÕES

Plantonistas da obstetrícia denunciam escalas incompletas em Muriaé

MURIAÉ

que dispõe sobre o exercício da Me-dicina e atividades privativas do mé-dico. Os vetos, na lei sancionada, fo-ram considerados por ela como umaafronta à categoria.

A presidente também deixou claroo posicionamento das entidades sobreo programa “Mais Médicos”, criadoem 8 de julho por Medida Provisória621/13, sancionada em 22/outubro –Lei 12.871/13.

Entre as críticas das entidades aoprograma está o fato de desconsideraraspectos relacionados à infraestrutura,à gestão e às leis que regulamentam o

acesso de profissionais formados emoutros países para atuar em territórionacional.

“Como defensor do trabalho mé-dico, o sindicato condena veemen-temente o formato de contrataçãodos médicos, sem garantias traba-lhistas expressas e com contratosprecários”, disse Amélia.

A presidente mostrou imagens damobilização em Minas Gerais contraos vetos ao Ato Médico e à política desaúde do país. E discorreu sobre osvários esforços das entidades médicaspara mudar a situação.

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 20138 LUTAS SINDICAIS

Amélia Pessôa, na Associação Médica tricordiana

Vários plantões estão descobertos no Hospital São Paulo

Silvio José Marques Landim.A audiência discutiu a preocupante

situação dos serviços de obstetríciaprestado no HSP. Os “buracos” na escalade plantonistas da especialidade são fre-quentes, afetando seriamente o atendi-mento à população. Na reunião, o coor-denador da área no hospital e tambémplantonista, Marcos Ney de AquinoRodrigues, relatou ao promotor que asescalas das terças-feiras de 7h às 13h eaos sábados quinzenalmente já estãodescobertas. A escala de fim de ano tam-bém está incompleta.

Devido à política adotada, o hospitalestá com dificuldades tanto de manterquanto de contratar novos médicos.Entre outros problemas, os médicos damaternidade recebem menos do que osdemais plantonistas (CTI, pediatria,clínica). Insatisfeitos, já avisaram que senão houver uma solução deixarão deatender aos plantões de obstetrícia.

Durante o encontro com o Mi-nistério Público, o coordenador damaternidade disse que a situação é deconhecimento da administração dohospital bem como do município deMuriaé, sem que providências tenhamsido tomadas. O Ministério Públicoassumiu a demanda determinando queas partes notifiquem a situação para osdevidos encaminhamentos.

Assembleia

Em seguida à reunião, no próprio dia9, foi realizada assembleia geral ex-tra-ordinária no auditório do hospital.Estabeleceu-se um prazo de 40 dias, apartir da assembleia, para a respostado município. Os especialistas estãodispostos a paralisar os serviços casonão tenham suas demandas atendidas.Nova reunião foi marcada para asegunda quinzena de janeiro 2014.

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Vitória em ação judicial paracorreção de tabela do SUS no período de 94/99

O sindicato acaba de obter impor-tante vitória em ação judicial para cor-reção de tabela do SUS período 94/99.Com a implementação do Plano Real,em 1994, o Ministério da Saúde deve-ria converter os preços dos procedi-mentos médicos constantes na tabelado SUS, que estavam em CruzeirosReais, utilizando parâmetro definidopelo Banco Central.

No entanto, a conversão foi feita deforma equivocada, ocasionando pre-juízos aos médicos em torno de 9%por procedimento realizado. Diantedisso, o Sinmed-MG ajuizou, em 1997,Ação Ordinária contra a União.

O advogado da equipe do Jurídico,Felipe Alves Pacheco, explica que osindicato já havia obtido no passadosentença favorável, determinando a

correção dos valores aos médicos ea condenação da União ao paga-mento da diferença para todos osmédicos filiados.

“Ocorre que a sentença havia limita-do o benefício aos médicos que haviamcomparecido à Assembleia Geral rea-lizada em 1997 para aprovar o ajuiza-mento da ação. No recente julgamento,conseguimos reverter essa decisão, paraque todos os filiados do sindicatousufruam do direito”, explica.

O resultado do julgamento foi pu-blicado em novembro. Caso não hajarecurso, a decisão permitirá que todosos procedimentos médicos realizadosde maio/1994 a out/1999 (quando oMS corrigiu o erro) tenham seus valo-res corrigidos, o que será apurado napróxima fase do processo.

TABELA DO SUS

Justiça reconhece direito domédico a intervalo de 10m a cada 90m trabalhados

JURÍDICO

Após ação movida pelo Jurídico doSinmed-MG, um médico que trabalhoupara uma empresa pública em MinasGerais ganhou o direito a intervalo de 10minutos a cada 90 trabalhados, con-forme previsto no artigo 8º, § 1º, da Lei3.999/61.

O médico alegou que não usufruiudessa pausa legal durante o contrato detrabalho. A 8ª Turma do TRT de Minas,modificando a decisão de 1º grau, lhedeu razão.

Segundo esclareceu o desembarga-dor Márcio Ribeiro do Valle, relator dorecurso, competia à empregadoracomprovar fato extintivo, impeditivoou modificativo do direito do empre-gado (CPC, art. 333, inciso II).Analisando o conjunto das provas, eleconcluiu que elas não demonstraramque o médico efetivamente usufruíado intervalo em questão.

Considerando que o médico cumpriajornada de 7h às 13h, o relator concluiuque ele deixou de usufruir, pelo menos,

três pausas de 10m a cada jornada. "Olapso para repouso é medida de higiene,saúde e segurança do trabalho, direitoconsagrado em norma constitucional”.

Assim, acompanhando entendi-mento do relator, o TRT de Minas deuprovimento ao recurso para condenara empresa pública a pagar, comoextras, 30 minutos para cada dia efeti-vo de trabalho, referentes ao intervaloprevisto no art. 8º, § 1º, da Lei3.999/91, com adicional de 50%, comreflexos em RSR, 13º salário, fériascom 1/3 e FGTS.

Sindicato tem importante atuação na Comissão Estadual

de Honorários Médicos

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais tem importante atuação naComissão Estadual de HonoráriosMédicos (CEHM). Criada em 2004, aComissão é integrada por represen-tantes do Sinmed-MG - EwaldoAggrippino Fraga de Mattos e AndreaLúcia Resende Martins Donato,AMMG, CRMMG e Fencom, comreuniões semanais.

Entre as deliberações de 2013, estáa elaboração de informes a serem pu-blicados nos veículos de comunicaçãodas entidades representadas com in-formações sobre negociações, ta-belas, reajustes, entre outros temasligados aos honorários dos profis-sionais de Medicina.

“O objetivo é buscar um maiorenvolvimento da categoria no trabalhoda Comissão, através dos diferentes fo-cos que envolvem o honorário médico:trabalho ético, exercido com dignidade,com conhecimento causal e remune-ração adequada”, explica a diretoraAndrea Donato. O primeiro informefoi elaborado em agosto e o segundoem novembro, a saber:

INFORME 1: Adoção de uma novaestratégia de negociação - Em reuniãorealizada em julho, entre representantesda Comissão Estadual de HonoráriosMédicos (CEHM), das sociedades deespecialidades e de cooperativas médi-

cas, foi discutida e aprovada a adoção deuma nova estratégia de negociação comas operadoras de plano de saúde.

A proposta da CEHM para o segun-do semestre de 2013 consiste em não fir-mar acordos com as operadoras, massim orientar as negociações individuaiscom as sociedades de especialidades ecooperativas. A CEHM esclarece quepoderá participar das negociações casoseja requisitada.

INFORME 2: Apoio das sociedadesde especialidades – A CEHM solicita oapoio das sociedades de especialidadesno envio de dados sobre os pedidos deinclusão de procedimentos, revisão deauxílio/porte junto à Associação MédicaBrasileira (AMB), e os valores pagospelas operadoras de plano de saúde.

O coordenador da CEHM, JuraciGonçalves de Oliveira, explica anecessidade de estabelecer um ran-king: “A falta de informação sobreos honorários, infelizmente, favore-ce os maus pagadores”. Oliveiraafirma que a Comissão poderá atuarsob demanda, orientando e/ou par-ticipando, com as sociedades deespecialidades, nas negociações comos planos de saúde.

Informações e sugestões podem serenviadas pelo e-mail comissaodehono ra r i o s@ammgmai l . o r g . b re/ou pelo telefone (31) 3247 1639.

SAÚDE SUPLEMENTAR

Reunião de integrantes da Comissão, dia 9 de dezembro, com presença do mastologista ClécioÊnio Murta de Lucena (2º à dir.), representando a Sociedade de Mastologia e a Sogimig

ServiçoO departamento Jurídico

do sindicato informa que es-tá à disposição dos médicospara orientações.

Telefone: (31) 3241 28 11

9SEUS DIREITOS TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013

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ESTUDANTES DE MEDICINA TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 201310

Integração entre diretores e estudantes enriqueceu o debate

Alguns pontos levantados durante o seminário

Sindicato e estudantes debatem Atenção Básica em Saúde

O seminário “Atenção Básica emSaúde, a Educação Médica e o Mundodo Trabalho” promovido pelo Sinmed-MG em conjunto com a Direção Exe-cutiva Nacional dos Estudantes de Me-dicina (Denem), dia 9 de novembro,trouxe à tona reflexões importantes.

Na primeira palestra, o diretor Jurídicodo sindicato, Artur Oliveira Mendes, hádez anos atuando como médico de famíliae comunidade, fez um retrato aprofundadoe realista da especialidade no país. A segun-da exposição do dia esteve a cargo deVinicius Neves, da Universidade Federal deOuro Preto (UFOP) e coordenador geralda Denem. Os depoimentos dos estu-dantes mostraram o quanto os currículosestão equivocados em relação à atençãobásica e acabam afastando os futurosmédicos da especialidade.

A presidente do Sinmed-MG, AméliaPessôa, destacou os objetivos do seminá-rio: fomentar o debate sobre o currículode forma que ele reflita a realidade doexercício da profissão e a formação denovas lideranças sindicais, o que só vai serpossível ampliando o conhecimento dosestudantes sobre o meio sindical.

O evento foi transmitido on line viainternet, com acompanhamento de maisde 35 internautas, e pode ser acessado noyoutube (http://www.youtube.com/watch?v=knOSb_r7eok&feature=em-upload_owner).

Na mesa de abertura, mediada pelo

A atenção básica não é tratada pe-los gestores com a seriedade que me-rece. A visão distorcida sobre o papelda atenção básica acaba se refletindotambém nas faculdades e na atuaçãodos professores no meio acadêmico.

Os currículos das faculdades deMedicina passam longe de formar ummédico para atuar na atenção básica. Ofuturo médico não tem contato “real”

com o mundo da atenção básica no sis-tema público de saúde e não é estimu-lado a trabalhar nessa área, considerada“o primo pobre” da Medicina. Sobramvagas de residência para a especiali-dade.

O fato de os estudantes de Medi-cina, em sua maioria, virem de clas-ses econômicas elevadas, dificultaainda mais a aproximação entre eles e

SEMINÁRIO

diretor de Pesquisas e Projetos do sindi-cato, José Sérgio Carriero Junior, o coor-denador geral da Denem, ViniciusNeves, frisou que o principal foco da lutada entidade estudantil é a construção noBrasil de um sistema de saúde 100%público, gratuito, estatal, universal e inte-gral. Destacou que o sindicato é um par-ceiro importante no processo e mani-festou o desejo de fazer uma agenda queconsiga canalizar os temas do eventopara lutas mais práticas.

Presente ao seminário, o professorGustavo Meirelles Ribeiro, da UFOP,falou da importância do sindicato se

inserir na discussão sobre educaçãomédica e mercado de trabalho, elogiandoa iniciativa da entidade.

O diretor de Relação com Acadê-micos do Sinmed-MG, César Mirandados Santos, reforçou que o sindicato éum espaço organizado e adequado parafomentar essas discussões e que o frutodisso será positivo para todos.

Perfil do médico de família

Na defesa da atenção primária, o dire-tor Artur Oliveira Mendes lembrou adeclaração da médica americana, prê-

Evento abordou as falhas noscurrículos dos cursos de Medicinae a visão distorcida dos gestores

mio Nobel, Barbara Starfield: “Os sis-temas de saúde organizados a partir daatenção primária são mais resolutivos,mais custo-efetivos e mais bem aceitospela comunidade”.

O diretor enfatizou que o falado“perfil generalista” do médico não sig-nifica apenas “vocação” e sim umaformação adequada, seja por meio daresidência médica ou de outros pro-cessos. Lembrou que no Brasil poucomais de 3 mil médicos, entre os 400mil do país, têm título de especialistana área. Embora o índice não chegue a1%, no total cerca de 10 mil médicosatuam em equipes de saúde da família,segundo ele. Na Inglaterra 51% dosmédicos têm formação na área; noCanadá 55% e em Cuba 65%, para daralguns exemplos.

No aspecto da formação humanís-tica, o diretor destaca que não se fazMedicina de Família e Comunidade aportas fechadas. Para ele, o envol-vimento do médico é fundamentalpara conhecer de fato como as patolo-gias se desenvolvem.

A opinião do diretor é compar-tilhada com Vinicius Neves. Para ele, oque determina as condições de saúdesão principalmente os aspectos sociaise de acesso a bens como moradia, es-cola e saneamento básico: “A atençãobásica é o ponto onde o médico tem apossibilidade de interferir nos diversosfatores causadores da doença. Não édentro de um hospital que vamosmudar a realidade de uma pessoa quenão tem nem onde fazer uma cami-nhada”, avalia.

as comunidades onde estão os cen-tros de saúde.

Embora as Diretrizes Curricularesdos Cursos de Medicina orientem quea formação deva ocorrer em diversoscenários de prática, com destaque paraa atenção básica, a formação médicaainda é hospitalocêntrica. De qualquerforma, mesmo que os estudantes este-jam inseridos na atenção básica, nãoexiste uma verdadeira integração entreo ensino e o serviço de saúde naquelecenário de prática.

Subvalorizada, a atenção básica não

tem merecido a devida atenção e in-vestimentos dos governos, tanto noque se refere à oferta de uma estruturaadequada, como valorização dos pro-fissionais que se dedicam à especialidade.

Com ações como o Programa deValorização da Atenção Básica (Provab)e o “Mais Médicos”, o governo estámostrando falta de comprometi-mento com a atenção básica e seusideais. O fundamento da atençãobásica está no relacionamento com acomunidade, e esses programas nãoincentivam a fixação do médico efogem a essa lógica.

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Mantendo a boa interlocução comas entidades estudantis iniciada emsetembro deste ano, o Sinmed-MG foiconvidado para participar do EncontroRegional Sudeste dos Estudantes deMedicina (Erem), em Viçosa (MG) de15 a 17 de novembro. O tema do en-contro foi “Educação e trabalho mé-dico: Oncotô? Proncovô? – Das salasàs realidades”.

Com uma programação permeadapor mesas de debates e oficinas, o Eremé promovido pela Direção ExecutivaNacional dos Estudantes de Medicina(Denem), entidade representativa dosestudantes de Medicina.

O diretor de Pesquisas e Projetosdo Sinmed-MG, José Sérgio CarrieroJunior, participou como palestrantedo painel “Mais médicos: mais saú-

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 11ESTUDANTES DE MEDICINA

Sinmed-MG participa do Encontro Regionaldos Estudantes de Medicina (Erem), em Viçosa

EREM

Estudantes da Faculdade de CiênciasMédicas de Minas Gerais apresentamtrabalho curricular no sindicato

Sempre apoiando ini-ciativas que visem am-pliar a visão dos estu-dantes de Medicina so-bre a profissão, o Sin-med-MG recebeu, dia30 de outubro, 50 alu-nos da disciplina de Me-dicina da Criança e doAdolescente III da Fa-culdade de Ciências Mé-dicas de Minas Gerais. Adisciplina tem como co-ordenador o pediatra e diretor dosindicato, Ewaldo Aggrippino Fragade Mattos.

Divididos em cinco grupos, os estu-dantes apresentaram trabalhos sobre oprograma “Mais Médicos” e o “AtoMédico”, mostrando grande sensibili-dade para avaliar os dois temas.

CURRÍCULO

Foto: Júlia de OLiveira Fonseca

de?”, juntamente com um represen-tante do Ministério da Saúde; JoãoBatista Gomes Soares, do ConselhoRegional de Medicina (CRMMG); e oestudante do curso de Medicina daUniversidade Federal de Ouro Preto(UFOP) e coordenador geral daDenem, Vinicius Neves.

O debate foi o ponto alto do painel.José Sérgio trouxe a visão de como oprograma “ Mais Médicos” precariza otrabalho por não garantir vínculo empre-gatício, além de não enfrentar os desafiospara a consolidação do Sistema Único deSaúde (SUS) como um serviço nacionalde saúde. O diretor colocou em pauta osseguintes desafios:

- aumento do financiamento parao SUS (10% da receita corrente brutada União);

- fim de subsídios fiscais às operadorasde planos de saúde, retirando dinheiroque poderia ser investido no SUS;

- rompimento com modelos de gestãoprivatizantes e que lesam o trabalhador

médico como as Organizações Sociais(OSs), as Organizações da SociedadeCivil de Interesse Público (Oscips),Fundações Estatais de Direito Privado,Parcerias Público-Privadas (PPPs);

- instituição de uma carreira pú-blica para todos os profissionais desaúde no âmbito do SUS, por meiode concurso público;

- criação de carreira pública paragestores da Saúde, profissionalizando agestão e reduzindo drasticamente o nú-mero de cargos comissionados.

José Sérgio avaliou positivamente aparticipação no Erem Viçosa: “É muitobom ver a forma como a Denem or-ganiza o movimento estudantil de Me-dicina, pois os estudantes conseguemaprofundar as discussões nos temas daSaúde e da Educação, o que potencializaas lutas. O Sinmed-MG pode aprendermuito com a Denem e também po-demos contribuir trazendo a visão domundo do trabalho para os futuros tra-balhadores médicos”.

O seminário foi prestigiado pelosdiretores Jacó Lampert, EduardoFilgueiras, Andrea Donato, José SérgioCarriero Junior e Samuel dos ReisGarcia; e o ouvidor Cristiano da MattaMachado, que foram entrevistadospara os trabalhos, além de outros re-presentantes do sindicato.

Trabalhos foram de alto nível

O diretor José Sérgio (à dir.) representou o sindicato

Eleita nova diretoria da ANMRMarcelo Barbisan de Souza, de

Minas Gerais, é o presidente da novadiretoria executiva da AssociaçãoNacional dos Médicos Residentes(ANMR), gestão 2014. O processoeleitoral foi realizado dias 5 e 6 dedezembro, durante o 47º CongressoNacional dos Médicos Residentes, noCRM/Pará. Confira:

Presidente: Marcelo Barbisan de Souza(MG), Vice-presidente: Naiara Costa Balder-ramas (PA), Secretário geral: Wilson Eliasde Oliveira Jr (TO), 2º Secretário: PatríciaMaria Araújo Neves (RJ), 1º Tesoureiro:Arthur Hirschfeld Danila (SP), 2ºTesoureiro: Letícia Andrade do Amaral(MG), Diretor de Comunicação: TúlioCícero Franco Farret (RS).

RESIDÊNCIA MÉDICA

Nova diretoria da ANMR

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A presidente do Sindicato dos Mé-dicos de Minas Gerais, Amélia Pessôa,foi palestrante no II Seminário Gestãodo Corpo Clínico, promovido pelaAssociação Médica de Minas Gerais(AMMG) e a Federação das Santas Casase Hospitais Filantrópicos de MinasGerais (Federassantas).

O evento, que teve o apoio do Sin-dicato dos Médicos de Minas Gerais(Sinmed-MG), dia 27 de novembro, nohotel Mercure, debateu questões éticas,contratuais e jurídicas que permeiam asrelações entre médicos, gestores, insti-tuições e pacientes.

Amélia Pessôa participou do painel

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Avenida do Contorno, 4999 – Serra - CEP: 30.110 921 - BH - MG

ESPECIAL12

Gestão de corpo clínico: novo cenário exige mudançasSEMINÁRIO

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

Amélia Pessôa falou sobre vínculo empregatício

Debate com o secretário Antônio Jorge e Helton Freitas

Ao final do seminário, o tema“SUS e saúde suplementar: panoramasatuais e futuros”, com a presença doSecretário de Estado da Saúde deMinas Gerais (SES/MG), AntônioJorge de Souza Marques, e do presi-dente da Unimed-BH, Helton Freitas,prendeu a atenção do público.

Deixando de lado os conflitos ediferenças, o secretário abordou algunsdesafios comuns à gestão da saúdepública e da saúde suplementar, quefazem os dois modelos estarem aquémda necessidade da população:

1- a transição demográfica, comrápido e crescente envelhecimentoda população.

2- a transição epidemiológica: em-bora doenças infecciosas e parasitáriastenham diminuído houve um aumentosignificativo nos casos de neoplasias,doenças do aparelho respiratório e decausas externas.

3- a transição alimentar: o Brasil

saiu de 3% de obesos em 1975 para15% em 2010, sendo que 60% da po-pulação está com sobrepeso.

4- a incorporação tecnológica quetrouxe o crescente fenômeno da judi-cialização da saúde.

Diante do novo cenário, o secre-tário ressaltou a necessidade de saúdepública e saúde suplementar mudaremo modelo de atenção: “Como temosuma carga de doenças com prevalênciade condições crônicas, precisamosbuscar um sistema não mais atomi-zado, fragmentado, mas dentro de umavisão de rede. Uma rede organizadaque se comprometa, que garanta umcontínuo de cuidados”. Nesse contex-to lembrou que o autocuidado é a cha-ve para o enfrentamento da condição crô-nica, sendo esse um papel da educação.

Helton Freitas, presidente da Uni-med-BH, concordou que a saúde pú-blica e a saúde suplementar têm pon-tos de interseção muito importantes:

Desafios comuns à saúde pública e saúde suplementar

“Contratos e vínculo empregatício”, jun-tamente com Porfírio Andrade, superin-tendente geral da Santa Casa BH, e Eu-des Arantes Magalhães, presidente daFederação Nacional das CooperativasMédicas (Fencom).

Vínculo é assunto do momento

Amélia lembrou que durante décadaso médico atuou como profissional libe-ral, numa relação direta com o paciente,onde ele próprio “vendia” o seu serviço.A partir do Inamps e depois SUS, a rea-lidade do trabalho médico no Brasilcomeçou a mudar. A complexidade daMedicina, com as especializações e avan-ços tecnológicos, também alterou essarelação com o paciente, dando espaçopara o crescimento da saúde suplemen-tar. Hoje, a esmagadora maioria dosmédicos têm um vínculo público ou tra-balham para as operadoras de saúde.

Entre os diversos modelos nocenário do trabalho ela criticou especial-mente a questão dos consórcios inter-municipais. O médico se torna pessoajurídica, que presta serviço para umaempresa, que por sua vez atende o con-sórcio, caracterizando uma quarteiriza-ção do trabalho. O programa “MaisMédicos” também foi considerado umaforma institucionalizada de precarização.

Reforçou que nos equipamentos pú-blicos o sindicato “não abre mão”, atépor questão constitucional, da realizaçãodo concurso e do vínculo estável.

Para ela, os médicos ainda não se apro-priaram da condição de não serem mais umprofissional liberal, mesmo tendo que tra-balhar com regras, horários etc: “É precisodiscutir com a categoria médica esse re-posicionamento em termos de mercado detrabalho. Talvez seja melhor ser proletário,assalariado do que ter um vínculo que pagapouco e não dá garantia para o futuro”.

“Os dois setores estão muito impacta-dos com essa mudança no perfil de-mográfico, epidemiológico e socioeco-nômico no país, com a nova classe média”.

O presidente da Unimed citouvárias situações em que a saúde públi-ca e a saúde suplementar podem tra-balhar juntas em busca de uma rede

melhor integrada ao processo assisten-cial da cidade. “Hoje 56% da popu-lação de BH têm planos de saúde, maisde 1.2 milhão de clientes. Não se podedizer que a Unimed atende apenas umsegmento da população, a relevânciadesse número nos permitiria ter umplanejamento conjunto”.