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    UNIVERSIDADE DE SO PAULOESCOLA DE COMUNICAO E ARTESDepartamento de Artes Cnicas

    CAC0556

    Jogos Teatrais II

    FICHAMENTO VIOLA SPOLINImprovisao para o teatro

    Aprendemos atravs da experincia, eningum ensina nada a ningum. Se oambientepermitir,pode-seaprenderqualquer

    coisa.(p.3)

    Quando a resposta a uma experincia serealizanonveldointuitivo,quandoapessoatrabalha alm de um plano intelectualconstrito, ela est realmente aberta paraaprender.(p.3)

    A espontaneidade um momento deliberdade pessoal. [...] o momento dedescoberta, de experincia, de expressocriativa.(p.4)

    O objetivo no qual o jogador deveconstantementeconcentrareparaoqualtodaao deve ser dirigida provocaespontaneidade. Nessa espontaneidade, aliberdadepessoalliberada,eapessoacomoum todo fsica, intelectuale intuitivamentedespertada. Isto causa estimulao suficienteparaqueoalunotranscendaasimesmo.(p.5)

    Oprimeiropassoparajogarsentirliberdadepessoal.(p.6)

    A linguagem e as atitudes do autoritarismodevem ser constantemente combatidasquando desejamosque a personalidade totalemerja como unidade de trabalho. [. ..]

    necessrio uma constante auto-observaopor parte do professor-diretor para erradicar

    de si mesmo qualquer manifestao dessetipo, de maneira que no entre na relaoprofessor-aluno.(p.7)

    A verdadeira liberdade pessoal e a auto-expressospodemflorescernumaatmosferaondeasatitudespermitamigualdadeentreoalunoeoprofessor.(p.8)

    O teatro improvisacional requerrelacionamento de grupo muito intenso. (p.9)

    O procedimento para o professor-diretor basicamentesimples:eledevecertificar-sedequetodoalunoestparticipandolivrementeatodo momento. [...] Trabalhe com o alunoonde ele est, no onde voc pensaque eledeveriaestar.(p.9)

    Acompetionatural,poroutrolado,parteorgnicadetodaatividadedegrupoepropiciatenso e relaxamento de forma a manter o

    indivduointactoenquantojoga.(p.10)

    Portanto, ao desviar a competio para oesforo de grupo, lembrando queo processovem antes do resultado final, libertamos oaluno-ator para confiar no sistema e oajudamos a solucionar os problemas daatividade.(p.11)

    Quandosecompreendeopapeldaplateia,oator adquire liberdade e relaxamento

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    completo, [...] Quando a plateia entendidacomo sendo uma parte orgnica daexperincia teatral, o aluno-ator ganha umsentidoderesponsabilidadeparacomelaqueno tem nenhuma tenso nervosa. A quartaparede desaparece, e o observador solitrio

    torna-separtedojogo,partedaexperincia.(p.11)

    Quando existe um consenso de que todosaquelesqueestoenvolvidosnoteatrodevemter liberdade pessoal para experienciar, istoincluiaplateiacadamembrodaplateiadeveter uma experincia pessoal, no umaestimulao artificial, enquanto assiste pea.(p.12)

    Por causa da natureza dos problemas deatuao, imperativo preparar todoequipamento sensorial, livrar-se de todos ospreconceitos, interpretaes e suposies,para que se possa estabelecer um contatopuro e direto com o meio criado e com osobjetosepessoasdentrodele.(p.13)

    Nossa primeira preocupao encorajar aliberdade de expresso fsica, porque o

    relacionamentofsicoesensorialcomaformade arte abre as portas para o insight. [...] Ofsico o conhecido, e atravs deleencontramosocaminhoparaodesconhecido,Em qualquer forma de arte procuramos aexperinciade iralm do conhecido. [...] oartista que deve executar o parto da novarealidade. [...] O ator cria a realidade teatraltornando-afsica.(p.14)

    Omaterial e substncia da improvisao decena noso trabalhos deumanica pessoaouescritor,massurgemdacoeso.deumatoratuandocomoutro.(p.18)

    Atcnicadesoluodeproblemasusadanasoficinas de trabalho d um foco objetivomtuoaoprofessoreaoaluno.Elaeliminaanecessidade de o professor analisar,intelectualizar, dissecar o trabalho de umalunocomcritriospessoais.Elaproporcionaa

    ambosocontatodiretocomomaterial,dessemodo desenvolvendo o relacionamento ao

    invsdadependnciaentreosdois.(p.19)

    A soluo de problemas exerce a mesmafunoqueojogoaocriarunidadeorgnicaeliberdade de ao. [...] A maneira como o

    aluno-ator soluciona o problema umaquestopessoal;comonojogo

    elepodecorrer,gritar,subirdarsaltos,desdequepermaneacomoproblema.(p.19)

    Pode ser considerado como um sistema deaprendizadono-verbal,jqueoalunorenesuasprpriasinformaesedadosapartirdeumaexperinciadireta.(p.20)

    O Ponto de Concentrao libera a foragrupal e o gnio individual. [...] O Ponto deConcentrao torna possvel a percepo, aoinvs do preconceito; e atua como umtrampolimparaointuitivo.Estafocalizaododetalhe dentro da complexidade da formaartstica, como num jogo,d a todos algumacoisa para fazer no palco, cria a verdadeiraatuao atravs da total absoro dosjogadoreseatravsdaeliminaodomedodaaprovao/desaprovao.(p.21)

    Tantoparaosjogadorescomoparaaplateia,adiferenaentreobservareparticipardiminuinamedida

    em que a subjetividade d passagem para acomunicaoetorna-seobjetividade.(p.21)

    O exibicionismo e o egocentrismopersistemenquanto o aluno-atar fizer coisas fora dehora,"representar",assumir"personagens",e

    "emocionar-se"aoinvsdeenvolver-secomoproblemaimediato.(p.22)

    Otipodeavaliaofeitapeloalunodaplateiadepende da sua compreenso do Ponto deConcentrao e do problema a sersolucionado.Sequisermosqueoalunotenhauma maior compreenso do seu trabalho nopalco, essencialque oprofessor-diretornoassumasozinhoaavaliao.(p.23)

    A avaliao deve versar sobre o querealmente foi comunicado. [...] Isto acelerao

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    processo, pois mantm a plateia ocupadaassistindo no uma peaoua uma estria,massoluodeumproblema.[...]Oalunodaplateia no compara, compete ou fazbrincadeiras; ele deve avaliar o problemadeatuaoapresentadoenoodesempenhode

    uma cena. [...]a Avaliao uma parteimportante do processo e vital para acompreenso do problema tanto para ojogadorcomoparaaplateia.(p.24)

    Ainstruodaauto-identidadeeagecomoum guia enquanto se est trabalhando comum problema dentro de um grupo. [...] omtodo usado para que o aluno-atormantenha o Ponto de Concentrao semprequeelepareceestarsedesviando.Eladada

    nomomentoemqueojogadorestemao.A instruo mantm o aluno no momentopresente,nomomentodoprocesso.(p.26)

    Os alunos devem aprender a se relacionarcom todos. As dependncias nas menoresreasdevemserconstantementeobservadasequebradas.(p.27)

    Aprenderausarcenrios,roupas,luzesetc.,semmaior tempo para planejamento, excetoaquelenecessrioparaestruturarsuascenassimplesmente ummodo de transferir a aopara uma outra rea do teatro - um outrocaminhoparaointuitivo.(p.29)

    O problema de atuao deve serinterrompidoquandonohouvermaisaoe

    osjogadoresestiveremsimplesmentefalandodesnecessariamente.(p.30)

    Sentidodetempopercepo(sensao);uma resposta orgnica que no pode serensinada por palestras. a habilidade demanipularosmltiplosestmulosqueocorremnacena.(p.30)

    Oprofessor-diretordeveevitarutilizarrtulosdurante as primeiras sesses. Mantenha-se

    longe de termos tcnicos como "marcao","projeo" etc. [...] O rtulo esttico eimpede o processo. [...] Pelo fato de todo osistema de trabalho estar baseado naautodescoberta, deve estar muito claro namentedoprofessor-diretordesdeoincioque

    autilizaodertulosindesejvel.(p.30)

    Desde a primeira oficina de trabalho deveestarclaroparatodosquecomoumproblema solucionado deve surgir das relaes nopalco, como num jogo. Deve acontecer nopalcoenoatravsdequalquerplanejamentoanterior. Planejar anteriormente como fazeralgumacoisalanaoatorna"representao"e/ou dramaturgia, tornando odesenvolvimento daqueles que improvisam

    impossvel e impedindo um comportamentode palco espontneo. [...] Comalunos novos,planejar anteriormente resulta em falta dejeito e temor; com os talentosos, resulta nacontinuao de seus velhos padres detrabalho. Em ambos os casos,muito pouco aprendido.(p.31)

    Pr-planejar constitui usodematerial velho,mesmoqueessematerialtenhasidocriadohcinco minutos atrs. Trabalho de palco

    planejado resultado deensaio,mesmo queesse ensaio tenha consistido de algunssegundosdevisualizaomental.(p.32)

    A interpretao e a suposio impedem oalunodemanterumacomunicaodireta.Estaarazopelaqualdizemosmostre,noconte.Contar verbal e uma forma -1ndireta deindicar o que est sendo feito. [...] Mostrarsignifica contato e comunicao direta. Nosignifica apontar passivamente para alguma

    coisa.(p.32)

    Enquanto um grupo estiver trabalhando nopalco,oprofessor-diretordeveobservartantoa reao da plateia, quanto o trabalho dosjogadores.(p.34)

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    Nenhum artifcio exterior deve ser utilizadodurante a improvisao. Toda ao de palcodevevirdoque,estrealmenteacontecendono palco. Se os jogadores inventam umartifcioexteriorparacriarumamudana,istosignifica fuga do relacionamento e do

    problemaemsi.(p.34)

    Aja, no reaja. [...] Reagir um ato deproteo e constitui um afastamento doambiente. Uma vez que procuramospenetrao no ambiente, o ator deve atuarsobreoambiente,queporsuavezagesobreaquele, numa ao cataltica que cria ainterao que tornapossveis o processoe amudana.(p.35)

    Atente para no haver atividade excessivadurante as primeiras sesses, desencorajetoda representao equalquerdemonstraodeinteligncia.(p.35)

    Mantenhaotempotodoaatenodetodosfocalizadano problema. Essadisciplinalevaros mais tmidos a uma maior conscincia ecanalizar os mais livres para um maiordesenvolvimentopessoal.(p.35)

    Inveno no o mesmo queespontaneidade.Umapessoa podeser muitoinventiva sem, contudo, ser espontnea. Aexploso no acontece quando a inveno meramente cerebral e, portanto, somenteumaparteouabstraodonossosertotal.(p.36)

    A autodescoberta o fundamento deste

    mododetrabalho.(p.36)

    Todo indivduo que se envolve e respondecomseuladoorgnicoaumaformaartstica,geralmente devolve o que comumentechamado de comportamento criativo etalentoso.(p.37)

    Treine os atores a manipular a realidadeteatral,noailuso.(p.37)

    Noensine.Exponhaosalunosaoambienteteatral e eles encontraro seu prpriocaminho.(p.37)

    Criatividade no rearranjo, transformao.(p.37)

    Para o teatro improvisacional, um jogadordevesempreveredirigirtodaaoparaseucompanheiroenoparaapersonagemqueeleestiverinterpretando.(p.38)

    A improvisao em si no um sistema detreinamento. Ela um dos resultados dotreinamento.Quandoaimprovisaotorna-seum fim em si mesma, ela pode matar a

    espontaneidade.(p.38)

    Umaplateianosesentenemrelaxadanementretidaquandonoincludacomopartedojogo.(p.39)

    A liberdade individual (auto-expresso)respeitando a responsabilidade comunitria(acordogrupal)onossoobjetivo.(p.39)

    Improvisao no troca de informaoentreosjogadores,comunho.(p.40)

    SPOLIN,Viola.Improvisaoparaoteatro.Traduo de Ingrid Dormien Koudela eEduardoJosdeAlmeidaAmos.5.ed.SoPaulo:Perspectiva,2006.