Imunidade Inata e Adquirida

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2/12 - O sistema imune como elemento de percepção no organismo: propriedades do sistema imune. Imunidade inata e adquirida. Principais componentes celulares do sistema imune. Sistema complemento: sistema/cascata de ptns solúveis circulantes no soro que, na presença de um agente infeccioso, suas ptns iniciais ligam-se à superfície desses agentes infecciosos, disparando uma cascata de ptns até chegar a uma ptn final chamada C9. Várias destas C9s formarão um polímero, capaz de criar um poro (canal) na membrana bacteriana por onde será extravasando o seu conteúdo. Ao extravasar, a bactéria é lisada e morre. Este é um mecanismo importante contra bactérias extracelulares. Indivíduos que possuem imunodeficiência na produção do complemento terão suscetibilidade grande à infecções recorrentes por bactérias extracelulares. É um mecanismo de reposta imune inata e ñ celular: TIPOS DE RESPOSTAS RESPOSTAS CELULARES: →Resposta imune inata: compreendem as barreiras epiteliais, algumas células fagocíticas, NKs, complemento. →Resposta imune adaptativa: é baseada na atuação dos linfócitos, tanto T quanto o B. RESPOSTA NÃO-CELULAR: →Resposta imune adaptativa humoral: consistindo em elementos solúveis no plasma circulante. Como acontece a resposta imune adaptativa? De 0 a 12 horas: atuam os elementos da resposta imune inata. Quando o agente infeccioso entra, imediatamente há estes elementos atuando para controlar/debelar a infecção. Caso não consigam controlar a infecção, inicia-se a ativação da resposta imune adaptativa, que depende desses elementos inatos. Para que haja ativação, principalmente do linfócito T, é necessário uma célula, inicialmente pertencente à resposta imune inata, que seja capaz de englobar, de processar e de apresentar o antígeno desse agente infeccioso (via molécula de MHC) para os linfócitos T. O Linfócito T, via receptor de Linfócito T (TCR), reconhecerá o antígeno que está ligado à molécula de MHC e, caso o LT seja específico para esse antígeno, este antígeno se ligará ao TCR, e o LT entrará em processo de ativação. Um dos eventos que ocorre depois da ativação é a proliferação deste Linfócito. Desde o nascimento, o organismo está sendo constantemente estimulado por diferentes antígenos (infecção por bactérias, vírus, protozoários, pólen, etc.). Assim, o sistema imune, desde o início, possui uma diversidade de clones de linfócitos já formados. Então quando essas células são formadas na medula óssea, elas passam por um processo de seleção, sendo liberadas para o sangue periférico, onde entrarão em contato com os antígenos. E existem processos de recombinação gênica que ocorrem em células do sistema imune que resultarão em variabilidade em termos de receptores, ou seja, centenas de genes se recombinam aleatoriamente, sendo que cada recombinação promove um receptor específico a um determinado antígeno. Quando entramos em contato com o antígeno, esses clones são selecionados, a teoria da seleção clonal. Assim, quando se tem a apresentação do antígenoX para o clone específico para o antígenoX, a tendência é que este clone, normalmente um ou dois clones, entrem em expansão clonal (em replicação). O processo de expansão clonal é fundamental para que os clones se multipliquem o suficiente para controlar a infecção.

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Microbiologia

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2/12 - O sistema imune como elemento de percepo no organismo: propriedades do sist

2/12 - O sistema imune como elemento de percepo no organismo: propriedades do sistema imune. Imunidade inata e adquirida. Principais componentes celulares do sistema imune.Sistema complemento: sistema/cascata de ptns solveis circulantes no soro que, na presena de um agente infeccioso, suas ptns iniciais ligam-se superfcie desses agentes infecciosos, disparando uma cascata de ptns at chegar a uma ptn final chamada C9. Vrias destas C9s formaro um polmero, capaz de criar um poro (canal) na membrana bacteriana por onde ser extravasando o seu contedo. Ao extravasar, a bactria lisada e morre. Este um mecanismo importante contra bactrias extracelulares.

Indivduos que possuem imunodeficincia na produo do complemento tero suscetibilidade grande infeces recorrentes por bactrias extracelulares. um mecanismo de reposta imune inata e celular:

Tipos de respostas

Respostas celulares:

Resposta imune inata: compreendem as barreiras epiteliais, algumas clulas fagocticas, NKs, complemento.Resposta imune adaptativa: baseada na atuao dos linfcitos, tanto T quanto o B.Resposta no-celular:

Resposta imune adaptativa humoral: consistindo em elementos solveis no plasma circulante.

Como acontece a resposta imune adaptativa?

De 0 a 12 horas: atuam os elementos da resposta imune inata. Quando o agente infeccioso entra, imediatamente h estes elementos atuando para controlar/debelar a infeco. Caso no consigam controlar a infeco, inicia-se a ativao da resposta imune adaptativa, que depende desses elementos inatos.

Para que haja ativao, principalmente do linfcito T, necessrio uma clula, inicialmente pertencente resposta imune inata, que seja capaz de englobar, de processar e de apresentar o antgeno desse agente infeccioso (via molcula de MHC) para os linfcitos T. O Linfcito T, via receptor de Linfcito T (TCR), reconhecer o antgeno que est ligado molcula de MHC e, caso o LT seja especfico para esse antgeno, este antgeno se ligar ao TCR, e o LT entrar em processo de ativao. Um dos eventos que ocorre depois da ativao a proliferao deste Linfcito.

Desde o nascimento, o organismo est sendo constantemente estimulado por diferentes antgenos (infeco por bactrias, vrus, protozorios, plen, etc.). Assim, o sistema imune, desde o incio, possui uma diversidade de clones de linfcitos j formados. Ento quando essas clulas so formadas na medula ssea, elas passam por um processo de seleo, sendo liberadas para o sangue perifrico, onde entraro em contato com os antgenos. E existem processos de recombinao gnica que ocorrem em clulas do sistema imune que resultaro em variabilidade em termos de receptores, ou seja, centenas de genes se recombinam aleatoriamente, sendo que cada recombinao promove um receptor especfico a um determinado antgeno.

Quando entramos em contato com o antgeno, esses clones so selecionados, a teoria da seleo clonal. Assim, quando se tem a apresentao do antgenoX para o clone especfico para o antgenoX, a tendncia que este clone, normalmente um ou dois clones, entrem em expanso clonal (em replicao). O processo de expanso clonal fundamental para que os clones se multipliquem o suficiente para controlar a infeco.

Essa expanso clonal gera uma srie de clulas efetoras que possuem uma srie de funes para tentar ativar os mecanismos efetores capazes de controlar a infeco. Um desses mecanismos a ativao dos macrfagos. Quando se tem um macrfago apresentando o antgenoX, o linfcito j efetor o reconhece e o auxilia a se tornar um macrfago ativado. Este macrfago ter ento dentro de seu vacolo uma srie de enzimas ativadas para destruir esse patgeno extracelular.

Ao contrrio do Linfcito T, o Linfcito B o responsvel pela produo das imunoglobulinas (Ig), que tem uma estrutura em forma de Y, onde se tem duas regies. Uma regio a responsvel pelo reconhecimento do antgeno (que a regio complementar ao antgeno, da forquilha) e a outra regio a constante, que normalmente est ou ancorada membrana do Linfcito B ou solvel. Caso esteja solvel a regio que fornece a funo da Ig. A diversidade de LB ocorre da mesma maneira que acontece com o Linfcito T. Em funo da recombinao gnica, haver diferentes conformaes de receptores, conferindo ao LB diferentes complementaridades para a diversidade de antgenos existentes no ambiente.

Ento a resposta imune adaptativa um pouco mais tardia, levando em torno de quatro a sete dias para ser montada, estando associada normalmente com memria imunolgica.

Quando se fala em vacinas, automaticamente podemos pensar em resposta imune adaptativa. Hoje temos vacinas para bactrias e vrus, pois estes possuem uma complexidade antignica um pouco mais simples. No se tem vacinas contra metazorios, protozorios e helmintos pela sua complexidade antignica, pois no se sabe qual o antgeno responsvel pela ativao de clones de linfcitos especficos que sero capazes de controlar a infeco.

Resposta imune inata (natural) ou adaptativa (adquirida)

Em relao especificidade. A resposta imune natural possui uma especificidade para estruturas compartilhadas, ou seja, para grupos de antgenos similares (microbianos ou no microbianos) que o sistema imune inato reconhecer como um padro de antgenos; padro de antgenos associados a vrus, a bactrias, a protozorios, etc. Possui uma especificidade, porm uma especificidade parcial, mais superficial. Diferente da adquirida, que altamente especfica (especificidade refinada).

Em relao diversidade. A diversidade na resposta imune natural limitada, reconhecendo apenas grupos de antgenos. Na adquirida, tem-se uma diversidade muito grande, tendo possibilidades de recombinaes gnicas com formao de receptores que reconhecero diferentes tipos de antgenos. a recombinao gnica para gerao da diversidade clonal e, em seguida, a seleo de clones, na teoria da seleo clonal.

Memria. Est na resposta imune adaptativa. a resposta associada vacinao. (continua).

Tolerncia. importante que haja tolerncia ao prprio. Tolerncia ao prprio a fim de que qualquer componente do sistema imune no responda s seus prprios antgenos. Ento, fundamental que se tenha uma tolerncia (no responda ao prprio) tanto na resposta imune natural como resposta imune adquirida. Do contrrio, podem ser desencadeadas doenas auto-imunes.

Tipos de resposta imune adquirida

Dois conceitos que precisam ser entendidos:

Resposta imune humoral: no celular. Ex: anticorpos, ptns do sistema complemento.

Resposta imune celular: relacionado clula. Ex: ao de macrfago fagocitando, em seguida, ativando o linfcito T.Imunidade ativa

Acontece, p.ex., ao se injetar antgenos num indivduo, estimulando as clulas imunes do prprio indivduo. Induz a memria imunolgica. Portanto, a resposta ativa uma medida em longo prazo.

Imunidade passiva

Acontece ao se inserir clulas efetoras ou imunoglobulinas sem ativao do sistema imune do indivduo. Na imunidade passiva, apesar do controle do agente infeccioso, o indivduo no adquirir a memria imunolgica. So colocados elementos efetores para eliminar a infeco, porm sem ativar as clulas virgens (ingnuas). Clulas virgens: clulas que ainda no entraram em contato com o antgeno. Assim, se no forem ativadas as clulas virgens, no ocorrer expanso clonal, ou seja, os clones especficos para esse antgeno no sero selecionados, no expandiro e no formaro clulas de memria. Isso acontece em qualquer soroterapia (difteria, ferimento por peonha).

Memria. Temos uma grande diversidade de clones de linfcitos especficos para os mais diversos antgenos (em torno de 109), com especificidade muito refinada. Quando se insere o antgenoX em um camundongo, estimula-se uma resposta imune especfica a este antgenoX. De forma que sero selecionados clones de Linfcitos B especficos para o antgenoX. Assim, estes clones selecionados (um ou dois), que so clulas virgens, reconhecero o antgeno, em seguida, sero ativados e sofrero uma expanso clonal, sendo gerados ento centenas de milhes de clulas com a mesma especificidade ao antgenoX.

medida que o antgenoX eliminado do sistema, no h motivo para que as clulas permaneam no local. Assim, haver uma tentativa de voltar a homeostasia, ocorrendo uma retrao clonal (a morte programada dessas clulas (apoptose)). Porm no morrem todas, ficam as clulas remanescentes que sero as clulas de memria. Estas clulas de memria tero a capacidade de responder mais rpido e eficientemente que a clula virgem. A virgem levaria em torno de 6 a 7 dias para responder efetivamente. Ao passo que a clula de memria levaria de 1 a 2 dias para atuar, acelerando o processo de controle do patgeno. *A no-resposta a um antgeno pode ter basicamente duas causas: no haver o clone especfico ao antgeno (raro) e, uma incompetncia na apresentao desse antgeno (via MHC).

A cada imunizao que feita, a resposta aumenta cada vez mais (vacina contra HepB p.ex., em trs doses), pois gera mais afinidade e velocidade de resposta das clulas aos antgenos.

As clulas virgens so formadas no sistema hematopoitico, na medula ssea. Estas clulas sero testadas para eliminar aquelas que vo normalmente reagir contra o prprio e, ento, sero liberadas para a periferia, onde estaro aptas a responder contra os antgenos de patgenos. Desde que nascemos, entramos em contato com vrios antgenos. Estes clones so ativados medida que se tem uma maturao dessa resposta. Estes clones so previamente formados (a teoria da diversidade clonal).

O beb no tem uma imunidade to eficaz como a do adulto, pois o beb possui os clones especficos, mas so todas clulas virgens, assim, sempre os primeiros contatos sero sofridos pelo beb. O beb tem paulatinamente seus clones especficos sendo ativados e, somente em seguida, transformados em clulas de memria. Clone virgem uma clula especfica para determinado antgeno, porm no foi selecionado.

Alguns mecanismos efetores de reconhecimento do antgeno

LBs se especializam em plasmcitos e secretam Ig. Estas Ig reconhecem os antgenos, podendo tanto atuar:No aumento da capacidade fagoctica do macrfago, que fagocitar as bactrias;Ativar o sistema complemento, que lisar a bactria.O Linfcito T Helper , ao ser ativado por uma clula fagoctica APC, passa a secretar alguns elementos solveis que ativaro outros clones de linfcitos, clulas fagocticas, etc.

H os Linfcitos T Citotxicos que sero os responsveis pela destruio da clula infectada.

Temos as clulas T Regulatrias , especializadas em regular a resposta imune, que vo impedir a ativao de clones especficos contra uma srie de componentes antignicos (p.ex. alimentos). Importante na gestao. As mes que tem deficincia nessas clulas t regulatrias podem gerar abortos subsequentes.O Linfcito T precisa de clula apresentadora de antgeno para ser ativada. A clula B no precisa, o antgeno mesmo a ativar.