IMUNOEXPRESSÃO DO LIGANTE DO RECEPTOR … - Aminopropyltriethoxysilene CEPSH - Comitê de Ética em...

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Georgia Ribeiro Martini IMUNOEXPRESSÃO DO LIGANTE DO RECEPTOR DO ATIVADOR DO FATOR NUCLEAR KAPPA B E DA OSTEOPROTEGERINA EM LESÕES CENTRAIS E PERIFÉRICAS DE CÉLULAS GIGANTES Dissertação submetida ao Programa de Pós Graduação em Odontologia, área de concentração Diagnóstico Bucal da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de mestre em 2017. Orientador: Prof. Dr. Rogério de Oliveira Gondak Coorientadora: Profª. Drª. Elena Riet Correa Rivero Florianópolis 2017

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Georgia Ribeiro Martini

IMUNOEXPRESSÃO DO LIGANTE DO RECEPTOR DO

ATIVADOR DO FATOR NUCLEAR KAPPA B E DA

OSTEOPROTEGERINA EM LESÕES CENTRAIS E

PERIFÉRICAS DE CÉLULAS GIGANTES

Dissertação submetida ao Programa de

Pós Graduação em Odontologia, área

de concentração Diagnóstico Bucal da

Universidade Federal de Santa

Catarina para a obtenção do Grau de

mestre em 2017.

Orientador: Prof. Dr. Rogério de

Oliveira Gondak

Coorientadora: Profª. Drª. Elena

Riet Correa Rivero

Florianópolis

2017

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor

através do Programa de Geração Automática da Biblioteca

Universitária da UFSC.

Georgia Ribeiro Martini

IMUNOEXPRESSÃO DO LIGANTE DO RECEPTOR DO

ATIVADOR DO FATOR NUCLEAR KAPPA B E DA

OSTEOPROTEGERINA EM LESÕES CENTRAIS E

PERIFÉRICAS DE CÉLULAS GIGANTES

Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de

“Mestre” e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós–

graduação em Odontologia.

Florianópolis, 15 de fevereiro de 2017

________________________

Profª Izabel Cristina Santos Almeida, Drª.

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Rogério de Oliveira Gondak, Dr.

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Filipe Modolo Siqueira, Dr.

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Filipe Ivan Daniel, Dr.

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Profª. Grasieli de Oliveira Ramos, Drª.

Membro

Universidade do Oeste Catarinense

Este trabalho é dedicado à minha amada família pelo carinho e apoio.

AGRADECIMENTOS

À Deus por sempre guiar e iluminar meu caminho e me colocar no

lugar certo, com as pessoas certas.

Aos meus pais, Darley e Marisa por sempre acreditarem nos meus

sonhos; eu jamais chegaria ao dia de hoje sem o apoio deles.

Ao meu irmão, Rafael, por ser meu exemplo, minha referência, meu

muito obrigada por ser um grande incentivador na minha vida

acadêmica.

À minha cunhada Carolina Mozzini, por toda ajuda e conselhos durante

este período.

Ao meu noivo, Giovani, pelo amor, carinho e paciência e também pelas

palavras de incentivo durante esse período do mestrado, foi

fundamental.

À família Knolseisen pelo carinho e por compreenderem a minha

ausência em muitos momentos importantes.

Meus sinceros agradecimentos ao meu orientador Rogério Oliveira

Gondak pela dedicação e todos os ensinamentos passados, pela

paciência, compreensão, infinita disponibilidade, pela confiança em

mim depositada na condução do meu trabalho e pelo incentivo contínuo

neste período.

À profª Elena, minha coorientadora, por toda atenção e ensinamentos

dispensados, pela clareza e objetividade, por estar sempre pronta a me

ouvir e esclarecer minhas dúvidas e pela colaboração inestimável neste

trabalho.

Á profª Liliane, por ser minha referência, obrigada pela oportunidade de

trabalhar ao seu lado e por ser a maior incentivadora na superação dos

meus limites.

Ao prof Filipe Modolo por todo o aprendizado e confiança depositada

durante a rotina do laboratório, com toda certeza fez diferença durante

este período.

Á prof Maria Inês Meurer, por ser meu exemplo de docente, por todos

os ensinamentos e a palavras amigas.

Aos professores Filipe Ivan Daniel, Felipe Perozzo Daltoé, Inez Beatriz

Ratt, Etiene Munhoz, Alessandra Camargo, Rodrigo Alves de Lima, e

Marcio Corrêa por compartilharem seus conhecimentos.

Aos meus colegas: Emanuely, Jussara, Caroline Zimmerman, Angélica,

Fernanda, Rúbia, Mariah, Mariana e Diogo pela amizade e troca de

conhecimento. Vocês fizeram esse período mais leve e divertido.

As minhas irmãs de coração Luana, Dessana e Maria Hilda por todas as

palavras de incentivo e conforto nesse período.

Aos meus amigos que me acompanharam nessa etapa, que

compreenderam a minha ausência e torceram pelo meu sucesso.

Aos funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina por serem

sempre solícitos.

Á CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Pessoal, pela

concessão da bolsa de estudos.

Á Universidade Federal de Santa Catarina, que pela segunda vez me

recebeu, pela oportunidade de ampliar meus conhecimentos através do

PPGO.

À todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para este

trabalho, meus sinceros agradecimentos.

“Um sonho que se sonha só,

É só um sonho que se sonha só,

Mas sonho que se sonha junto, é realidade”

(Raul Seixas)

RESUMO

As lesões centrais e periféricas de células gigantes são processos

proliferativos não-neoplásicos caracterizados pela presença de

numerosas células gigantes multinucleadas, que apresentam

características histológicas similares, mas com comportamento clínico

distinto. O ligante do receptor ativador kappa-B (RANKL) e a

osteoprotegerina (OPG) são importantes proteínas correlacionadas a

osteoclastogênese e sua expressão pode estar envolvida na patogênese

dessas lesões. O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão de

RANKL e OPG em lesões periféricas de células gigantes (LPCG) e

lesões centrais de células gigantes (LCCG), e quantificar o número de

células gigantes multinucleadas (CGM) bem como seus núcleos em cada

grupo de lesões. Vinte casos de cada lesão foram selecionados do

Laboratório de Patologia Bucal da Universidade Federal de Santa

Catarina. A imunoexpressão de RANKL e OPG assim como a contagem

de CGM e núcleos foi avaliada com o software Image J 1.45s. Não

houve diferença estatística na quantificação de CGM por mm², no

entanto, o número de núcleos por CGM foi maior em LCCG (P= 0,010).

A expressão de RANKL foi notadamente maior nas LCCG que nas

LPCG (P= 0,042). Entretanto, não houve diferença estatística entre as

duas lesões na expressão de OPG. Nossos achados demonstraram maior

expressão de RANKL e número de núcleos nas LCCG o que pode

explicar a diferença de comportamento clínico entre as duas lesões e

também a patogênese.

Palavras chaves: Imuno-histoquímica. NF-Kappa B. Osteoprotegerina.

Células gigantes.

.

ABSTRACT

The central and peripheral giant cell granulomas are non-neoplastic

proliferative processes characterized by the presence of numerous

multinucleated giant cells having similar histologic features but distinct

clinical behavior. The receptor activator of nuclear factor Kappa-B

ligand (RANKL), and osteoprotegerin (OPG) are the important proteins

correlated to osteoclastogenesis, whose expression may be involved

with the pathogenesis of these lesions. The aim of this study was

evaluate immunohistochemically the expression of RANKL and OPG in

peripheral giant cell granulomas (PGCG) and central giant cell

granulomas (CGCG) and quantify the number of multinucleated giant

cell (MGC) and their nuclei. Twenty cases of each lesion were selected

from the Oral Pathology Laboratory of the Federal University of Santa

Catarina. The immunoexpression of RANKL and OPG as well as

quantification of MGC and nuclei was performed with the software

Image J 1.45s. No statistic difference were found in the quantification

of the MGC for mm², however the number of nuclei of the MGC was

higher in CGCG (P = 0.010). RANKL expression in CGCG was higher

than PGCG (P = 0.042). In contrast, there was no statistic difference

between two lesions for OPG expression. Our findings showed a higher

expression of RANKL and number of nuclei in CGCG which may

explain the difference in the clinical behavior between these lesions and

their pathogenesis.

Key words: Immunohistochemistry. NF-Kappa B. Osteoprotegerin.

Giant cells.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Sistema RANKL/OPG ............................................................... 32

Figura 2- Microfotografia de LCCG e LPCG e imuno-histoquímica de

RANKL e OPG .........................................................................................

55

Figura 3- Proporção dos casos de lesão periférica de células gigantes e

lesão central de células gigantes relacionados ao gênero...........................

57

Figura 4- Localização anatômica dos casos lesão periférica de células

gigantes e lesão central de células gigantes................................................

59

Figura 5- Quantificação de núcleos das CGM de LPCG e LCCG............. 61

Figura 6- Análise comparativa da imunoexpressão de RANKL em

lesões periféricas e centrais de células gigantes ........................................

63

Figura 7- Correlação positiva entre os imunomarcadores RANKL e

OPG em LCCG e PLCG............................................................................

65

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Características clínicas, microscópicas e imuno-histoquímicas

das lesões central e periférica de células

gigantes................................................................................................ 53

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATPS - Aminopropyltriethoxysilene

CEPSH - Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos

c-fos- Fator de transcrição ativador do complexo de proteína 1

CGM – Células gigantes multinucleadas

DAB - Diaminobenzidina

DP- Desvio Padrão

FA – Fibroma ameloblástico

H&E – Hematoxilina e eosina

Ig2 – Imunoglobulina 2

IL1 – Interleucina 1

LCCG – Lesão central de células gigantes

LPB – Laboratório de patologia bucal

LPCG - Lesão periférica de células gigantes

M-CSF – Fator estimulante de colônia de macrófagos

MO – Mixoma odontogênico

NFATc1 – Fator nuclear de células T ativadas

NF-KB- Fator nuclear kappa B

OCIF – Fator inibitório da osteoclastogênese

OMS – Organização mundial de saúde

OPG – Osteoprotegerina

PBS – Tampão fosfato salina

PTH – Paratormônio

RANK – Receptor fator nuclear kappaB

RANKL - Ligante do receptor do fator nuclear kappaB

TOA – Tumor odontogênico adenomatóide

TOCC- Tumor odontogênico cístico calcificante

TOCE – Tumor odontogênico calcificante epitelial

TCG- Tumor de células gigantes

TNF - Fator de necrose tumoral

TNFα – Fator de necrose tumoral alfa

TRAF6 – Fator associado ao receptor fator de necrose tumoral

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE SÍMBOLOS

α – Alfa

µm – Micrômetro

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................... 25

1.1 LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES ........ 25

1.2 LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES ............ 26

1.3 SISTEMA RANK/RANKL/OPG ..................................... 30

1.3.1 RANK ....................................................................... 32

1.3.2 RANKL .............................................................................. 33

1.3.3 OPG .................................................................................. .. 33

1.4 EXPRESSÃO DE RANKL/OPG EM DOENÇAS

ÓSSEAS.......................................................................................

34

2. JUSTIFICATIVA ................................................................. 37

3. OBJETIVOS .......................................................................... 39

3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................... 39

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................ 39

4. ARTIGO ................................................................................ 41

5. CONCLUSÕES ..................................................................... 67

REFERÊNCIAS .................................................................... 69

ANEXO A–TERMO CONSUBISTANCIADO DO CEPSH.. 79

APÊNDICE A- METOLOGIA EXPANDIDA ...................... 83

ANEXO B- GUIA DE INFORMAÇÕES DO AUTOR.......... 87

25

1.INTRODUÇÃO

1.1 LESÃO PERIFÉRICA CÉLULAS GIGANTES (LPCG)

A lesão periférica de células gigantes (LPCG) é uma lesão reativa

benigna com etiologia e patogenia incerta (Florez-Moreno et al., 2008,

Chaparro-Avendano et al., 2005). Em um estudo realizado por Naderi et

al. (2012) de 2068 casos de lesões reativas, a LPCG foi a mais

prevalente com 30,12%.

A lesão pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum

entre a 5º e 6ª décadas de vida (Naderi et al., 2012, Lester et al., 2014).

A mandíbula é mais acometida que a maxila (Dayan et al., 1990,

Shadman et al., 2009, Motamedi et al., 2007, Lester et al., 2014).

Clinicamente a LPCG apresenta-se como um aumento de volume

nodular, de inserção séssil ou pediculada, de coloração que varia de

rósea, semelhante à mucosa, a vermelho-púrpura e ocorre

exclusivamente em gengiva ou rebordo alveolar. A LPCG raramente

afeta o osso adjacente, mas em alguns casos pode causar uma erosão

superficial ao osso subjacente (Motamedi et al., 2007, Chaparro-

Avendano et al., 2005, Salum et al., 2008). A dor não é uma

característica comum, a menos que a lesão esteja ulcerada por trauma

e/ou se torne infectada (Gandara-Rey et al., 2002, Lester et al., 2014).

Para o diagnóstico diferencial da LPCG devem ser incluídos o fibroma

ossificante periférico, granuloma piogênico e o fibroma de irritação

(Zhang et al., 2007).

A LPCG não é considerada uma neoplasia verdadeira e sim uma

lesão reativa que tem sua origem do ligamento periodontal e

mucoperiósteo do rebordo alveolar, decorrente de uma irritação ou

trauma local como extração dentária, impacção alimentar, restaurações

dentárias não satisfatórias, próteses desadaptadas, trauma crônico,

doença periodontal, presença de cálculo, e aparelhos ortodônticos

(Dayan et al., 1990, Motamedi et al., 2007, Chaparro-Avendano et al.,

2005, Houston, 2005).

Histologicamente, a LPCG é caracterizada pela presença de células

gigantes multinucleadas (CGM) entremeadas por células mononucleares

(fibroblastos, monócitos-macrófagos) dispersas em um estroma de fibras

colágenas de densidade variável. É revestida por epitélio pavimentoso

paraceratinizado, e caracteriza-se por ser bem vascularizada com

numerosos capilares, áreas hemorrágicas e hemossiderina. Também

26

apresenta infiltrado inflamatório crônico, evidenciado pela presença de

linfócitos, plasmócitos e histiócitos ou agudo composto por células

polimorfonucleares. Também pode apresentar tecido mineralizado do

tipo lamelar, cementóide ou calcificação distrófica (Dayan et al., 1990,

Florez-Moreno et al., 2008, Flaitz, 2000, Lester et al., 2014).

O tratamento consiste em remoção cirúrgica com extensa

curetagem da base da lesão para evitar recidivas. A recorrência descrita

na literatura está entre 1,4% e 12 % (Motamedi et al., 2007, Bhaskar et

al., 1971).

1.2 LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES (LCCG)

Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Barnes,

2005) como uma lesão intraóssea caracterizada pela presença de tecido

conjuntivo fibroso com múltiplas CGM, focos de hemorragia e

ocasionalmente trabeculado ósseo. A lesão central de células gigantes

(LCCG) é uma lesão intraóssea benigna de etiologia controversa e

corresponde a 7% de todas as lesões benignas dos maxilares (de Lange

et al., 2004).

A LCCG pode ocorrer em qualquer idade, mas tem predileção

por pacientes jovens, abaixo dos 30 anos de idade e acomete duas vezes

mais as mulheres que homens. A mandíbula é mais afetada que a

maxila (de Lange et al., 2004, Sun et al., 2009, Gungormus & Akgul,

2003, de Lange et al., 2007, Motamedi et al., 2007), sendo comum na

região anterior (de Lange et al., 2007, Reddy et al., 2012). O

comportamento clínico varia de crescimento lento e aumento de volume

assintomático a destruição óssea local, reabsorção e/ou descolamento

dos dentes adjacentes (de Lange et al., 2004, Stavropoulos & Katz,

2002).

Chuong et al (1986) descreveu duas variantes de comportamento

das LCCG denominadas agressivas e não agressivas de acordo com os

sinais e sintomas. As lesões agressivas são caracterizadas por

apresentarem dor, parestesia, tamanho maior de 5 cm, crescimento

rápido, recidiva após curetagem cirúrgica, afilamento ou perfuração da

cortical óssea, deslocamento ou reabsorção de dentes adjacentes.

Atualmente não se encontram na literatura marcadores moleculares e

imuno-histoquímicos que diferencie os dois subtipos (Itonaga et al.,

2003). Reddy et al. (2012) em um estudo histomorfométrico avaliaram a

27

quantidade de CGM em lesões agressivas e não agressivas, e em lesões

agressivas observaram uma maior quantidade de CGM como também

uma maior quantidade de núcleos nessas células nas lesões agressivas.

Radiograficamente, a LCCG apresenta descrições variadas,

podendo ser unilocular ou multilocular, de aspecto radiolúcido ou com

focos radiopacos, ser bem delimitado ou de limites imprecisos, podendo

assim apresentar descontinuidade da cortical, deslocamento ou

reabsorção dos dentes adjacentes à lesão (Sun et al., 2009, Aghbali et

al., 2013). Os achados radiográficos não são específicos para a LCCG,

pois podem mimetizar uma variedade de outras lesões dos maxilares tais

como cistos, tumores odontogênicos, lesões fibro-ósseas, malformações

vasculares e lesões malignas, como lesões ósseas metastáticas (De

Lange & Van den Akker, 2005, Kruse-Losler et al., 2006).

Microscopicamente a LCCG é caracterizada por múltiplas CGM e

células mononucleares em um estroma rico em fibras colágenas (Florez-

Moreno et al., 2008, Aghbali et al., 2013), sendo histologicamente

idêntica a LPCG. Em um estudo realizado por Agbhali et al.(2013), os

autores observaram a quantidade de núcleos por célula gigante foi maior

em LCCG que nas LPCG, sendo uma hipótese para diferenciar o

comportamento clínico destas lesões.

A LCCG tem sua histologia idêntica a outras lesões que

acometem os ossos gnáticos, como o tumor marrom, decorrente do

hiperparatireoidismo (Di Daniele et al., 2009, Shetty et al., 2015), o

querubismo (Jain & Sharma, 2006); Barnes L,2005) cisto ósseo

aneurismático (Urs et al., 2014) e o tumor de células gigantes (Werner,

2006).

O tumor marrom do hiperparatireoidismo é o resultado de uma

desordem metabólica que afeta ossos longos, costelas e pelve

(Chowdhury et al., 2013). A produção excessiva do paratormômio

(PTH) causa um desequilíbrio na atividade osteoclástica resultando na

destruição óssea (Rubin et al., 2001). A doença é mais comum em

adultos, com média de idade de 50 anos e afeta três vezes mais mulheres

que homens (Chowdhury et al., 2013). O envolvimento dos ossos

gnáticos é raro, mas, quando ocorre, a mandíbula é mais acometida

(Jebasingh et al., 2008). A literatura refere uma frequência do tumor

marrom de 1,5% a 1,75% no hiperparatireoidismo primário e 3 a 4% no

hiperparatireoidismo secundário. Radiograficamente e histologicamente

o tumor marrom é idêntico a LCCG, sendo assim necessários exames

laboratoriais como dosagem sérica de cálcio, fosfatase alcalina, níveis

PTH para definir o diagnóstico (Shetty et al., 2015).

28

O querubismo é uma doença fibro-óssea, genética e autolimitada

que afeta os ossos gnáticos. Caracteriza-se pela substituição de osso

normal por uma proliferação de tecido fibrovascular contendo CGM,

causando um aumento de volume bilateral da mandíbula e maxila.

Desenvolve- se em pacientes com idade entre 1 a 7 anos (Jain &

Sharma, 2006). Microscopicamente o querubismo é indistinguível da

LCCG. A correlação com os dados clínicos-radiográficos pode ser uma

ferramenta útil para distinguir o querubismo da LCCG (Barnes,2005).

O cisto ósseo aneurismático é descrito pela OMS como uma lesão

osteolítica, expansiva, caracterizado por ser uma cavidade cheia de

sangue e pela presença de tecido conjuntivo contendo material osteóide

e CGM. É uma lesão rara, sendo a maioria dos casos envolvendo ossos

longos, como fêmur e tíbia, apenas 2 % dos casos ocorrem nos ossos

gnáticos (Urs et al., 2014).

O tumor de células gigantes (TCG) é uma lesão agressiva, com

tendência à recidiva, e que acomete os ossos longos raramente

ocorrendo nos maxilares. Histologicamente é caracterizado por

apresentar numerosas CGM e numerosos núcleos por células gigantes

distribuídas em um estroma altamente celularizado e com a presença de

necrose. Radiograficamente apresenta-se como uma lesão osteolítica,

agressiva e de limites imprecisos (Murphey et al., 2001).

A cirurgia é a modalidade de tratamento mais aplicada em LCCG.

Lesões não agressivas tendem a responder com sucesso a enucleação e

curetagem dessas lesões, especialmente em pacientes jovens

(Triantafillidou et al., 2011). No entanto em lesões agressivas a taxa de

recidiva com tratamento cirúrgico tem sido entre 37,5 a 70% (de Lange

et al., 2007). A ressecção em bloco tem sido uma alternativa para

diminuir a chance de recidiva, porém os danos funcionais e cosméticos

são expressivos (Bataineh et al., 2002); (Infante Cossio et al., 2007)

(Tosco et al., 2009). Terapias medicamentosas têm sido sugeridas para

diminuir a morbidade causada pela cirurgia, reduzindo o tamanho da

lesão e consequentemente a necessidade de uma ampla ressecção.

Medicamentos como calcitonina, injeção intralesional com

corticosteroides e interferon α-2a são descritos como alternativas para

lesões agressivas, contudo mais estudos randomizados são necessários

para comprovar a eficácia desses tratamentos (Suarez-Roa Mde et al.,

2009).

A calcitonina foi sugerida por Harris em 1993, depois de

confirmar através de imuno-histoquímica, que as células gigantes

encontradas nessas lesões reagem com anticorpo monoclonal específico

para osteoclastos inibindo a ação destes nos ossos. Desde então tem se

29

apresentado como uma terapia não cirúrgica para o tratamento de lesões

agressivas (Allon et al., 2009, Harris, 1993), sendo a forma de spray

nasal mais indicada (de Lange et al., 2006). Tem sido sugerido na

literatura que a calcitonina seja utilizada em associação com a injeção

intralesional de corticosteroide, diminuindo assim o chamado

“fenômeno de escape” da calcitonina, que tem seu efeito diminuído se

utilizada por um longo período (Vered et al., 2006; Rachmiel et al.,

2012).

A injeção intralesional de corticosteroide foi descrito pela

primeira vez por Jacoway em 1988 (Jacoway JR,1988). Os esteroides

são utilizados por possuírem capacidade de inibir a reabsorção óssea

mediada pelas proteases lisossomais das células gigantes e também por

induzirem a apoptose dos osteoclastos (Carlos & Sedano, 2002, Abdo et

al., 2005). As recomendações para esse tipo de medicamento é que

sejam realizadas injeções intra-lesionais uma vez por semana, por 6

semanas, em múltiplos sítios da lesão (Vered et al., 2008, Kurtz et al.,

2001). Não é descrito na literatura efeitos colaterais do uso desse

medicamento usado localmente, como quando utilizado de forma

sistêmica (El Hadidi et al., 2015).

A ação da calcitonina e dos corticosteroides deve-se, em partes,

aos receptores de calcitonina e glicocorticoides presentes nas CGM

(Tobon-Arroyave et al., 2005). Vered et al (2006) sugeriram que fosse

realizada uma análise imuno-histoquímica das CGM para avaliar a

presença desses receptores e decidir qual a melhor estratégia terapêutica.

Outra associação descrita na literatura é a utilização dos

corticosteroides concomitantemente com bifosfonatos, medicamentos

amplamente utilizados em condições como osteoporose, doença de

Paget e tumores metastáticos por apresentar propriedades que inibem a

osteólise (da Silva et al., 2012). Os mesmos autores relaram um caso

onde utilizaram alendronato sódico, um tipo de bifosfonato,

concomitante com o uso de injeções intralesionais de triancinolona em

um caso de LCCG agressivas e obtiveram a remissão total da lesão, sem

a necessidade de complementação cirúrgica, com acompanhamento de 4

anos, sem sinal de recidiva da lesão. No entanto, mais estudos clínicos

são necessários para comprovar a eficácia dessa associação.

O interferon α-2a também é um medicamento indicado como

terapia adjuvante no tratamento cirúrgico de LCCG agressivas, e foi

utilizado pela primeira vez em 1999 por Kaban et al (1999). Tem sido

proposto por apresentar propriedades anti-angiogênicas e também por

estimular a diferenciação de células mesenquimais em osteoblastos,

otimizando a neoformação óssea (Abukawa et al., 2006). No estudo de

30

De Lange et al (de Lange et al., 2006) o interferon α-2a quando

utilizado no tratamento primário estabilizou o rápido crescimento

lesional e reduziu o seu tamanho. No entanto, os efeitos colaterais desse

medicamento são pouco tolerados pelos pacientes, tais como fadiga,

dores de cabeça e febre (Goldman et al., 2005).

O imatinib, inibidor de tirosina quinase, é um medicamento

utilizado para o tratamento de subtipos de leucemia mielóide crônica e

tumores gastrointestinais, e por inibir a ação dos osteoclastos,

desregulam o Fator ativador de receptor nuclear KB (RANK), um

regulador da atividade óssea. Tem sido sugerido seu uso para tratamento

de LCCG agressivas em associação com o interferon α-2a (de Lange et

al., 2009).

O Denosumab é um anticorpo monoclonal (Ig2) capaz de inibir a

lise óssea bloqueando o ligante do fator receptor ativador nuclear KB

(RANKL), uma proteína fundamental para diferenciação e maturação

dos osteoclastos, e como consequência inibindo a reabsorção óssea

(Branstetter et al., 2012, Gupta et al., 2015).

1.3 SISTEMA RANK/RANKL/OPG

O tecido ósseo está em constante remodelação pela atividade dos

osteoclastos, que atuam na reabsorção da matriz óssea, e dos

osteoblastos, que sintetizam o tecido ósseo (Boyle et al., 2003). Os

osteoclastos são derivados de precursores monoclonais das células

hematopoiéticas que também dão origem aos macrófagos (Karsenty &

Wagner, 2002). O entendimento deste processo que regula a atividade

dos osteoclastos teve um avanço significativo nas últimas décadas com a

descoberta do sistema RANK/RANKL/OPG (Boyce & Xing, 2007). O

sistema RANK/RANKL/OPG é um dos mecanismos que regulam essa

atividade no organismo e mantém o funcionamento dos osteoclastos e

osteoblastos em equilíbrio, garantindo a integridade do tecido ósseo. Em

situações patológicas a expressão desses marcadores pode estar alterada

(Wada et al., 2006).

A elucidação desse sistema iniciou pela descoberta da

osteoprotegerina (OPG) por dois grupos independentes, e de forma

inesperada. Simonet et al (Boyle et al., 2003) estavam investigando

moléculas relacionadas aos receptores do fator de necrose tumoral

(TNF) que pudessem exercer atividade terapêutica utilizando ratos

transgênicos que superexpressavam vários receptores dos TNF

31

relacionados ao cDNA. Durante o experimento observaram que ratos

que superexpressavam um cDNA específico desenvolveram

osteopetrose por apresentarem deficiência de osteoclastos no tecido

ósseo, posteriormente, a proteína relacionada a esse fenômeno foi

denominada de osteoprotegerina, pois demonstrava proteger o tecido

ósseo de reabsorções excessivas, indicando que a OPG exercia um papel

importante na regulação da osteoclastogênese (Simonet et al., 1997).

Independentemente a isso, pesquisadores do Snow Brand Milk Group identificaram uma molécula idêntica ao testarem a hipótese de

Rodan-Martin (definiam o osteoblasto como fator central de controle da

osteoclastogênese e na reabsorção óssea), os autores estavam

investigando fatores que inibissem e ativassem os osteoclastos e

reportaram o fator inibitório da osteoclastogênese (OCIF), que

posteriormente foi reconhecido ser idêntico a proteína descoberta pelo

primeiro grupo (Yasuda et al., 1998b).

Assim que a OPG foi identificada, ambos os grupos identificaram

seu ligante, denominado inicialmente como ligante de OPG e fator de

diferenciação dos osteoclastos, e observaram ser idêntico a um membro

da família de ligantes do TNF, o Ligante do Receptor Ativador Nuclear

Kappa B (RANKL), fator conhecido por estimular células dendríticas

(Yasuda et al., 1998b, Lacey et al., 1998). Após o reconhecimento do

ligante da OPG, foi observado que o seu receptor era idêntico a um fator

já revelado anteriormente, o receptor fator nuclear-kB (RANK)

(Anderson et al., 1997).

O processo de ativação e maturação dos osteoclastos requer uma

cascata de eventos complexos que ainda não estão totalmente

compreendidos, envolvendo o sistema RANK/RANKL e o fator

estimulante de colônias de macrófago (M-CSF), que está presente em

osteoblastos e células do estroma são necessários para diferenciação e

ativação dos osteoclastos, no entanto o M-CSF sozinho não é capaz de

complementar esse processo (Boyce & Xing, 2008, Boyce & Xing,

2007).

A ligação de RANKL, expresso em osteoblastos e células do

estroma, ao RANK, expresso em precursores de osteoclastos e

osteoclastos maduros recruta uma proteína adaptadora (TRAF6)

ativando fator nuclear kB, esse último é responsável por aumentar a

expressão da proteína c-fos que interage com NFATc1 (Fator nuclear de

células T ativadas) para ativar a transcripção dos genes da

osteoclastogênese. A OPG inibe esse processo se ligando a RANKL e,

assim, inibe a cascata de eventos responsável pela ativação e maturação

32

dos osteoclastos, impedindo a reabsorção óssea (Boyce & Xing, 2008,

Khosla, 2001). (Figura1)

Figura 1. Mecanismo de diferenciação e ativação dos osteoclastos.

Adaptado de Boyce & Xing, 2007.

Em condições patológicas, citocinas com propriedades

proreabsortivas como o fator de necrose tumoral alfa (TNFα) e a

Interleucina 1 (IL1) interferem nesse sistema primeiramente por

estimularem a produção de M-CSF e também por aumentarem a

expressão de RANKL (Boyce e Xing, 2008).

1.3.1 RANK

O Receptor Ativador Nuclear Kappa B (RANK – do inglês

Receptor Activator of Nuclear factor Kappa- B) é um receptor

transmembrana, de superfície celular, do tipo 1 da família do TNF que

está presente em células precursoras de osteoclastos, osteoclastos

maduros, células dendríticas, fibroblastos e células T (Anderson et al.,

1997). É caracterizado por ser um peptídeo de 616 aminoácidos e sua

ativação se faz pela ligação com RANKL (Receptor Ativador Nuclear

Kappa b ligante) induzindo a maturação dos pré-osteoclastos e ativação

33

dos osteoclastos maduros (Wada et al., 2006). A expressão de RANK

também tem sido encontrada em glândulas mamárias (Fata et al., 2000)

e em algumas células tumorais como no câncer de mama e de próstata,

ou seja, tipos de tumores com alto potencial de desenvolver metástase

óssea (Wittrant et al., 2004).

1.3.2 RANKL

O Receptor Ativador Nuclear Kappa B ligante (RANKL – do

inglês Receptor Activator of Nuclear factor Kappa-B ligand) é uma

proteína transmembrana tipo II, expressa na superfície de membrana

celular e também como proteína secretada por diversos tipos celulares,

como linfócitos T e osteoblastos. É um peptídeo de 317 aminoácidos

pertencendo à família do TNF (Boyce & Xing, 2008, Hofbauer, 2006,

Tyrovola et al., 2008). No tecido ósseo a expressão de RANKL é

encontrada em osteoblastos e células do estroma, e também é observado

na medula óssea e nos tecidos linfáticos (linfonodos, timus, baço). Sua

expressão também é observada em células epiteliais mamárias durante a

gestação (Wada et al., 2006, Fata et al., 2000).

O RANKL também tem sido associado à resposta imune, ativando

células T e inibindo a apoptose de células dendríticas (Wong et al.,

1997). Assim como o RANK, o RANKL também é expresso em

algumas células tumorais malignas, e tem como função estimular a

proliferação das células tumorais pela sinalização autócrina ou

parácrina, se produzidas por células vizinhas como células T ativadas

(Kim et al., 2006). Experimentos in vivo demonstraram que roedores

com deficiência de RANKL apresentaram osteopetrose e defeitos na

erupção dentária, e ainda apresentaram deficiência na diferenciação de

células T e B, e deficiência nos linfonodos, concluindo que RANKL é

crucial para o metabolismo ósseo e formação do sistema imune (Kong et

al., 1999).

1.3.3 OPG

A osteoprotegerina foi assim definida por ser considerada uma

protetora do tecido ósseo, impedindo a sua reabsorção. Atua como

antagonista de RANKL, pois a ligação de OPG com RANKL impede a

ativação e diferenciação dos osteoclastos, inibindo a lise óssea. É um

peptídeo de 380 aminoácidos que pertence à família de receptores do

TNF sendo secretada como proteína solúvel (Simonet et al., 1997,

Yasuda et al., 1998a).

34

A OPG é expressa em diferentes tipos celulares, como os

osteoblastos, as células do tecido linfático, vascular e medula óssea

(Simonet et al., 1997, Yasuda et al., 1998a). Tem sido sugerido que a

presença de OPG protege vasos sanguíneos calibrosos de calcificações,

prevenindo complicações oriundas da aterosclerose (Bucay et al.,

1998).

A expressão de OPG é regulada por muitos fatores que induzem a

expressão de RANKL por osteoblastos, no entanto, em condições

patológicas observa-se um aumento da expressão de RANKL e uma

baixa expressão de OPG, favorecendo a osteoclastogênese (Boyce &

Xing, 2007).

Em um estudo in vivo em roedores foi observado que uma

depleção de OPG resultou em severa osteoporose, um aumento na

formação de osteclastos e consequentemente um aumento da reabsorção

óssea. E ainda nesse mesmo estudo foi observada uma intensa

calcificação das artérias mais calibrosas (Bucay et al., 1998, Mizuno et

al., 1998).

1.4 EXPRESSÃO DE RANKL/OPG EM DOENÇAS ÓSSEAS

É conhecido que o desequilíbrio desse sistema altera o

metabolismo ósseo e alguns distúrbios ósseos estão sendo relacionadas a

essa alteração, como a falha na erupção dentária, doença periodontal e

doenças mais graves como a osteopetrose, doença de Paget, osteoporose,

artrite reumatóide (Boyce & Xing, 2007). Com isso a expressão desses

marcadores tem sido muito investigada para melhor compreensão das

doenças e com a finalidade de descobrir um futuro alvo nas terapias

antitumorais.

Dentre os tumores que acometem os maxilares Da Silva et al. (da

Silva et al., 2008) avaliaram a expressão de RANK, RANKL e OPG em

tumores odontogênicos ceratocísticos, ameloblastomas e cistos

dentígeros e observaram uma maior expressão de RANK e RANKL em

ameloblastomas sólidos quando comparados ao cisto dentígero.

Também observaram que os ameloblastomas tanto tipo sólido como

unicístico apresentaram maior expressão de RANKL do que OPG,

diferentemente dos casos avaliados de tumores odontogênicos

ceratocísticos e dos cistos dentígeros que apresentaram maior expressão

de OPG quando comparados a RANKL.

Em outro estudo também avaliando a expressão de RANK,

RANKL e OPG em ameloblastomas sólidos/multicísticos recorrentes foi

35

notada uma alta expressão de RANK no epitélio tumoral enquanto a

marcação de RANKL foi predominantemente no estroma. A expressão

de OPG foi mais observada em epitélio tumoral que tecido conjuntivo

(Siar et al., 2015).

Andrade FR et al. (2008) avaliaram a presença desses marcadores

em tumor odontogênico cístico calcificante (TOCC), tumor

odontogênico adenomatóide (TOA), tumor odontogênico calcificante

epitelial (TOCE), mixoma odontogênico (MO), fibroma ameloblástico

(FA). A expressão de RANK, RANKL e OPG foi encontrada em todos

os casos. No estroma e células mesenquimais do TOEC, MO, FA houve

uma maior expressão de RANKL enquanto no TOA e TOCC houve uma

maior expressão de OPG.

A expressão de RANK/RANKL/OPG também tem sido

investigada outras doenças ósseas como em mieloma múltiplo,

caracterizada por desenvolver lesões osteolíticas no tecido ósseo

acompanhado de dor, hipercalcemia e fraturas patológicas. Giuliani e

colaboradores observaram uma maior expressão de RANKL e uma

redução de OPG nesses pacientes (Giuliani et al., 2001).

Em tumores de células gigantes (TCG), uma doença rara que

acomete ossos longos, caracterizada por destruição maciça dos ossos,

células derivadas do estroma de TCG apresentaram superexepressão de

RANKL, o que explicaria a característica osteolítica da lesão (Wittrant

et al., 2004).

Em tumores de mama, doença com alto potencial de desenvolver

metástase óssea a expressão de RANKL aumentada têm sido

relacionada a um pior prognóstico, enquanto que a maior expressão de

OPG têm sido associada a um melhor prognóstico e aumento da

sobrevida (Cross et al., 2006).

Com relação à presença desses marcadores em LCCG e LPCG

poucos são os estudos descritos na literatura. Elias et al.

(2010)analisaram a expressão de RANKL e OPG em LCCG

comparando com o cisto ósseo simples (COS) e a displasia fibrosa (DF)

e observaram uma maior expressão de RANKL nas LCCG. Em outro

estudo realizado por Fanourakis et al. (2010) foi avaliada a expressão de

RANKL e OPG em LPCG e através de uma análise semi-quantitativa

foi observado uma alta expressão desses marcadores nas amostras

analisadas. Liu et al. (2003) avaliaram através da hibridização in situ a

presença de mRNA de RANKL e OPG em LCCG e LPCG, e

observaram que o mRNA de RANKL foi expresso principalmente em

células mononucleares enquanto que o mRNA de OPG foi encontrada

tanto em células mononucleares quanto em CGM.

36

37

2. JUSTIFICATIVA

A LCCG e a LPCG são processos proliferativos não-neoplásicos

com aspectos histológicos similares, mas com características clínicas

distintas. Assim, o estudo da atividade osteoclástica mediada pelo

sistema RANKL-OPG pode gerar melhor entendimento da histogênese e

comportamento clínico destas lesões, além de favorecer o

desenvolvimento de futuras ferramentas para prognóstico e tratamento.

38

39

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar da expressão do RANKL e OPG, e quantificar as CGM e

seus núcleos em LPCG e LCCG, diagnosticados no LPB-UFSC no

período de 2006 a 2016.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar os dados sócio-demográficos dos pacientes

diagnosticados com LCCG e LPCG pelo LPB-UFSC;

Quantificar a população de CGM, bem como seus núcleos em

LCCG e LPCG;

Avaliar a diferença entre a expressão imuno-histoquímica das

proteínas RANKL, OPG no estroma de LPCG e LCCG;

Avaliar a relação RANKL/ OPG em LPCG e LCCG;

Estabelecer possíveis correlações entre a expressão das

proteínas do estudo e os dados clínicos e histológicos de cada

lesão.

40

41

4. ARTIGO

Artigo formatado conforme as normas da revista Oral Diseases (Anexo A), com exceção do idioma.

TÍTULO

Imunoexpressão do ligante NF-kappa B e osteoprotegerina na

diferenciação das lesões centrais e periféricas de células gigantes.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão de RANKL e OPG em

LPCG e LCCG, e quantificar as células gigantes multinucleadas (CGM)

e seus núcleos nestas lesões. Vinte casos de cada lesão foram

selecionados do Laboratório de Patologia Bucal da UFSC, no período de

2006 a 2016. A avaliação da imunoexpressão de RANKL e OPG assim

como a quantificação de CGM e núcleos foi realizada com o auxílio do

software Image J 1.45s. Não houve diferença estatística na quantificação

de CGM por mm², no entanto o número de núcleos por CGM foi maior

em LCCG (P = 0,010). A expressão de RANKL foi maior nas LCCG

que nas LPCG (P= 0,042). Entretanto, não houve diferença estatística

entre as duas lesões na expressão de OPG. Nossos achados

demonstraram maior expressão de RANKL e número de núcleos nas

LCCG o que pode explicar a diferença de comportamento clínico entre

as duas lesões e também a patogênese.

Palavras chaves: Imuno-histoquímica. RANKL. OPG. Lesão central de

células gigantes. Lesão periférica de células gigantes.

42

INTRODUÇÃO

As lesões central e periférica de células gigantes são lesões benignas

que afetam os ossos gnáticos e sua etiologia e patogenia são incertas

(Florez-Moreno et al., 2008). A lesão periférica de células gigantes

(LPCG) é descrita como uma lesão reativa, afetando somente a gengiva

e rebordo alveolar, manifestando-se como nódulo vermelho ou roxo.

Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum na quinta e sexta

décadas de vida. Não há predileção por gênero e ocorre tanto em maxila

quanto em mandíbula (Motamedi et al., 2007, Lester et al., 2014).

Permanece incerto se a LPCG é uma entidade distinta, ou uma variante

periférica da lesão central de células gigantes (LCCG).

A LCCG é descrita pela OMS como uma lesão intraóssea benigna

que afeta principalmente mulheres abaixo dos 30 anos de idade (Barnes,

2005). A LCCG tende a envolver mais a mandíbula que a maxila, e é

mais comum na região anterior (de Lange et al., 2007, Reddy et al.,

2012). O comportamento clínico varia entre um crescimento lento e

ausência de sintomatologia, denominada do tipo não agressiva, à um

crescimento rápido associado a dor, reabsorção das raízes de dentes

adjacentes, deslocamento dental, denominada tipo agressiva (Chuong et

al., 1986).

Histologicamente a LPCG e LCCG são caracterizadas pela

presença de numerosas células gigantes multinucleadas e células

mononucleares em um estroma fibroso e bem vascularizado, podendo

apresentar material osteóide (Lester et al., 2014, Aghbali et al., 2013).

Apesar das duas lesões apresentarem as mesmas características

histológicas, elas apresentam comportamento clínico distinto. Muitos

pesquisadores tem tentado explicar a diferença no comportamento

clínico através da avaliação citomorfométrica dos núcleos das células

gigantes (Aghbali et al., 2013); a expressão de marcadores como da

angiogênese (CD34) e de macrófagos (CD68) (Kumar et al., 2016); p53

(gene supressor tumoral), PCNA (antígeno nuclear de proliferação

celular), Ki-67 (proteína não histona de proliferação celular) e AgNOR

(regiões organizadoras nucleolares argirofílicas) (Souza et al., 2000); ou

ainda a expressão de RANK (receptor ativador do fator nuclear kappa-

B), GRa (receptor glicocorticoide) e CTR (receptores de calcitonina)

(Tobon-Arroyave et al., 2005).

Estudos relacionados ao sistema RANK/RANKL/OPG na

osteoclastogênese acarretaram em um grande avanço no conhecimento

43

sobre o turn over ósseo. O receptor ativador do fator nuclear Kappa-B

(RANK), expresso em precursores de osteoclastos se liga ao ligante do

receptor ativador do fator nuclear Kappa-B (RANKL), expresso na

membrana de superfície de osteoblastos e células do estroma

promovendo a diferenciação e ativação dos osteoclastos. A

osteoprotegerina (OPG) inibe esse processo ligando-se ao RANKL. O

aumento da expressão de RANK/RANKL tem sido observado em

diversas doenças ósseas como osteoporose, metástase óssea e tumores

odontogênicos. (Andrade et al., 2008, Siar et al., 2015, da Silva et al.,

2008) e em situações com aumento da atividade osteolítica (Wada et al.,

2006).

O objetivo deste estudo foi avaliar através de imuno-histoquímica

a expressão de RANKL e OPG em LCCG e LPCG, uma vez que não

foram encontrados estudos prévios na literatura que avaliassem a

expressão desses marcadores nessas lesões; e também quantificar as

CGM, bem como seus núcleos nestas lesões, a fim de contribuir para um

melhor entendimento da patogênese dessas duas lesões.

MATERIAIS E MÉTODOS

Seleção da amostra

Os casos avaliados neste estudo foram selecionados dos arquivos

do Laboratório de Patologia Bucal, da Universidade Federal de Santa

Catarina, no período de 2006 a 2016. Foram selecionados 20 casos de

LPCG e 20 de LCCG. Dados demográficos como idade, gênero e

localização anatômica foram coletados das fichas de biópsias.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em seres

humanos da Universidade Federal de Santa Catarina sob o parecer nº

1.468.638 de 29/03/16 (Apêndice A).

Quantificação das células gigantes e seus núcleos

Para avaliação histológica foram obtidos cortes de 5 µm e corados

com hematoxilina e eosina (H&E). A análise foi realizada por dois

avaliadores calibrados e cegados utilizando microscópio óptico

binocular (Axiostar Plus, Carl Zeiss, Oberkochen, Alemanha), acoplado

a um sistema de aquisição de imagem digital (A620, Cannon, Lake

Success, NY, EUA. Foram capturados 5 campos de cada caso, com

aumento de 400x, selecionados da área central da lesão com a maior

44

prevalência de células gigantes multinucleadas (CGM). A quantificação

das CGM e seus respectivos núcleos foi realizada através do software

Image J 1.45s (Maryland, EUA). Os parâmetros incluídos foram: CGM

e número de núcleos/mm² de tecido conjuntivo.

Imuno-histoquímica

Das amostras fixadas em formol e emblocadas em parafina foram

obtidos cortes de 3 µm, estendidas em lâminas de vidro silanizadas

(Sigma Aldrich, St. Louis, MO, EUA). As amostras foram

desparafinadas com xilol seguidas de reidratação em concentrações

decrescentes de álcool. O bloqueio da peroxidase endógena foi realizado

com peróxido de hidrogênio a 6% diluído em álcool metílico em dois

banhos de 20 e 10 minutos cada, em temperatura ambiente. A

recuperação antigênica foi realizada com imersão das amostras em

solução de tampão citrato, pH 6,0 a 96°C por 40 minutos. Os cortes

foram incubados com anticorpo monoclonal primário de rato anti-

RANKL (N-19, diluição 1:200, Santa Cruz Biotechnology, CA, EUA) e

anti-OPG (N-20, diluição 1:200, Santa Cruz Biotechnology, CA, EUA)

em câmara úmida a 4 - 8°C, por 18 horas. Após esse período, as

amostras foram imersas em tampão fosfato salina (PBS) e em seguida

realizado a incubação do anticorpo conjugado de biotina anti-cabra de

frango de diluição 1:500 (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA,

EUA). As reações foram visualizadas com o kit Vectastain ABC (Vector

Laboratories, Burlingame, CA, EUA) e reveladas com DAB (Dako

Cytomation, Glostrup, Dinamarca). Os controles negativos foram

obtidos através da omissão do anticorpo primários. Em relação aos

controles positivos, e de acordo com os fabricantes dos anticorpos

primários, foram utilizadas amostras teciduais ricas em CGM.

Análise Imuno-histoquímica

A imunoexpressão de RANKL e OPG foi analisada utilizando o

software Image J 1.45s (Maryland, EUA). A análise foi feita em 5

campos com aumento de 400x para cada caso, capturados com câmera

(Cannon A620, Ōita, Japão) utilizando microscópio óptico binocular

(Axiostar Plus, Carl Zeiss, Oberkochen, Alemanha). Para a avaliação

foram selecionadas áreas hot spots, sem artefatos ou alta concentração

de hemossiderina. A imunoreatividade para RANKL e OPG foi

caracterizada pela marcação citoplasmática acastanhada e os valores

45

foram expressos por porcentagem de área marcada em cada amostra.

Também foi mensurada a relação RANKL/OPG para cada grupo.

Análise Estatística

Para a análise estatística dos achados clínicos, reações imuno-

histoquímicas, quantificação das células gigantes e núcleos foi aplicado

o teste exato de Fischer e Mann-Whitney, utilizando o software SPSS

18.0 (SPSS Inc.,Chicago,IL, EUA). As correlações foram analisadas

utilizando o teste de Spearman. Os resultados foram expressos pela

média ± DP (desvio padrão) considerando o nível de significância de

5% (P <0.05).

RESULTADOS

Análise Clínica

Dos 20 casos estudados de LPCG 12 (60%) ocorreram nos

pacientes do gênero masculino, enquanto que nas LCCG 14 (70%)

ocorreram no sexo feminino (Figura 3). A média de idade dos pacientes

afetados pela LPCG foi de 37, 05 ± 23,89 anos enquanto a LCCG foi de

24,1± 17,67 anos. Nos dois grupos estudados o sitio anatômico mais

acometido foi a mandíbula (Figura 4, Tabela 1).

Análise Histológica

Não foi encontrada diferença estatística na quantificação de CGM

por mm² entre as LPCG e LCCG (P =0,245). No entanto o número de

núcleos das células gigante foi evidentemente maior nos casos de LCCG

(P = 0.010), sendo o número médio de núcleos de CGM/mm2 de 230,3

para LPCG e 336,7 para LCCG (Figura 2 A-B, Figura 5, Tabela 1).

Análise Imuno-histoquímica

A imunomarcação das proteínas RANKL e OPG foi evidenciada

em citoplasma e membrana plasmática das células gigantes

multinucleadas, e células mononucleadas do estroma como linfócitos e

células endoteliais. A marcação de células mononucleares foi observada

em todos os componentes da amostra, no entanto, em alguns casos, não

46

foi constatada a marcação de CGM, tanto para RANKL quanto OPG

(Figura 2C-F).

A expressão de RANKL foi maior em LCCG que em LPCG (P= 0,042) (Figura 6). No entanto não foi encontrada diferença significativa

entre as duas lesões na expressão de OPG (P= 0,091), mesmo que a

média de marcação tenha sido maior em LCCG (9,16) quando

comparada a LPCG (4,65). A razão de RANKL/OPG não apresentou

diferença estatística entre os dois grupos, mas foi observada uma

correlação positiva entre RANKL e OPG em LCCG e LPCG (r =

+0,638, P = 0,002 e r = + 0,792, P = 0,001 respectivamente) (Figura 7).

DISCUSSÃO

No presente estudo foram avaliadas lesões centrais e periféricas

de células gigantes. Ambas são descritas como lesões benignas que

afetam os tecidos gnáticos e, apesar de apresentarem as mesmas

características histológicas, observa-se um comportamento clínico

distinto. A LPCG é mais comum que a LCCG (Florez-Moreno et al.,

2008), ambas podem ocorrer em qualquer idade. Em nosso estudo foi

observado uma prevalência de pacientes jovens, de acordo com outros

estudos descritos na literatura ( Motamedi et al., 2007, Sun et al., 2009,

Aghbali et al., 2013).

A respeito da distribuição de gênero, nossos resultados

apresentaram uma predileção pelo sexo masculino em LPCG,

diferentemente da LCCG onde foi encontrada maior prevalência do sexo

feminino, concordando com outros dados encontrados na literatura

(Motamedi et al., 2007, Zarei et al., 2007, Salum et al., 2008, Sun et al.,

2009, Reddy et al., 2012, Aghbali et al., 2013). Sobre o sítio anatômico

mais afetado, nosso estudo encontrou predileção pela mandíbula em

ambas as lesões, assim como descrito por outros autores (Motamedi et

al., 2007, Shadman et al., 2009, Sun et al., 2009, Florez-Moreno et al.,

2008).

Sobre os aspectos microscópicos, foi encontrado no presente

estudo um número maior de núcleos por CGM nas LCCG quando

comparada a LPCG, consistente com outros estudos (Aghbali et al.,

2013, Florez-Moreno et al., 2008). Apesar de essas lesões apresentarem

características histológicas similares, elas apresentam comportamento

clínico distinto. Muitas pesquisas têm sido realizadas para tentar

explicar essa diferença como a avaliação citomorfométrica no número

de CGM e de núcleos por célula gigante. Aghbali et al (2013)

analisaram os aspectos microscópicos dessas lesões e observaram que a

47

média de número de núcleos por CGM foi de 9,54 nas LCCG e 8,58 nas

LPCG; Florez-Moreno e coautores (2008) encontraram um número

maior de núcleos por CGM nas LCCG que nas LPCG.

A quantificação de células gigantes presente nessas lesões

também tem sido realizada como uma ferramenta com o objetivo de

prever o comportamento clínico dessas lesões, assim como no feito por

Ficarra et al (1987) que avaliaram 32 casos de LCCG divididos em dois

grupos, não agressiva e agressiva e observaram um maior número de

núcleos em CGM no grupo das lesões agressivas. Em outro relato, o

maior número de núcleos por CGM foi observado no tumor de células

gigantes (TCG) quando comparado a LCCG (Auclair et al., 1988).

Considerando a expressão de RANKL e OPG em LPCG e LCCG,

são poucos os relatos descritos na literatura. Em nosso estudo foi

observado maior expressão de RANKL em LCCG comparado a LPCG,

este resultado é esperado uma vez que a LCCG é uma lesão intraóssea e

apresenta alta atividade osteolítica. A expressão de RANKL em LCCG

também foi maior quando comparado a displasia fibrosa (DF) e cisto

ósseo simples (COS); a DF e COS apresentaram maior expressão de

OPG nas amostras analisadas (Elias et al., 2010). Em outra pesquisa, foi

analisada a expressão de RANKL e c-fos, um fator de transcrição

ativador do complexo de proteína 1, essencial para osteoclastogênese em

LCCG (Ahmed & Dunlap, 2016), e os autores constataram uma forte

imunoreatividade para ambos os marcadores, essa marcação foi

classificada como difusa, como observada em nosso estudo. Fanourakis

et al (2010) avaliaram a expressão de RANKL e OPG em 22 casos de

LPCG, e observaram uma alta expressão desses marcadores nas

amostras analisadas.

O padrão de marcação citoplasmática e de membrana de

superfície encontrada em nossas amostras está de acordo com outros

estudos descritos na literatura (da Silva et al., 2008, Andrade et al.,

2008, de Matos et al., 2013, Ahmed & Dunlap, 2016, Chuang et al.,

2009), assim como reação positiva em células mononucleares como as

células endoteliais, linfócitos e fibroblastos (da Silva et al., 2008,

Andrade et al., 2008, de Matos et al., 2013, Ahmed & Dunlap, 2016,

Chuang et al., 2009). Alguns relatos sobre o tumor de células gigantes

descrevem que a superexpressão de RANKL em células mononucleares

podem representar o verdadeiro componente neoplásico nessas lesões

(Atkins et al., 2000, Huang et al., 2000, Branstetter et al., 2012). Devido

a LCCG ser uma lesão osteolítica era esperado que se observasse maior

expressão de RANKL do que OPG. No entanto, não foi encontrada

diferença significativa na expressão destes marcadores na LCCG, assim

48

como não houve diferença estatística entre a razão RANKL/OPG

quando comparada a LPCG com a LCCG. Estudos relacionados à

osteoclastogênese sugerem que as diferenças entre os marcadores

RANKL e OPG podem determinar a atividade osteolítica das lesões

(Elias et al., 2010, de Matos et al., 2013, Andrade et al., 2008). Os

resultados encontrados na corrente pesquisa podem ser justificados

provavelmente por outras vias que também interferem diretamente na

osteoclastogênese e não somente o sistema RANKL/OPG.

Não foram encontrados na literatura estudos prévios que

comparassem a expressão de RANKL e OPG em LCCG e LPCG,

acarretando na falta de um estudo de referência e para comparação dos

nossos resultados. Ainda, diferentes fontes de anticorpos utilizados e

métodos de quantificação dificultam a comparação com outros estudos.

Além disso, a LCCG e a LPCG são caracterizadas pela presença de

grande quantidade de hemossiderina dificultando a análise da reação

positiva dessas áreas, devido a isso, essas áreas foram excluídas da

nossa avaliação. Ademais, dados incompletos dos pacientes

impossibilitam uma melhor correlação entre as características clinicas e

os aspectos histológicos.

O conhecimento referente a expressão de RANKL e OPG em

patologias ósseas tem acarretado em informações novas e válidas para o

melhor entendimento dos mecanismos que regulam a osteoclastogênese

em situações fisiológicas e patológicas. Nossos achados mostraram uma

maior expressão de RANKL em LCCG que pode explicar a diferença de

comportamento clínico entre a LCCG e a LPCG e a distinta patogênese

dessas lesões. No entanto, mais estudos são necessários para esclarecer e

confirmar esses achados.

49

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.

52

53

Tabela 1- Características clínicas, microscópicas e imuno-histoquímica

dos pacientes com lesão central e periférica de células gigantes.

LPCG, lesão periférica de células gigantes; LCCG, lesão central de

células gigantes; CGM, células gigantes multinucleadas; RANKL,

Ligante do receptor ativador do fator nuclear KB; OPG,

osteoprotegerina; DP, desvio padrão; * Teste exato de Fischer; ** Teste

Mann-Whitney.

LPCG (n=20) LCCG (n=20) P-valor

Idade (média ± DP) 37,05 ± 23,89 24,05 ± 17,67 0,168

Gênero

Feminino

Masculino

8

14

0,057

12 6

Sítio Anatômico

Mandíbula

Maxila

14

15

0,004*

6 5

CGM/ mm² 39,3 ± 19,1 46,7 ± 20,2 0,245

Núcleos CGM/mm² 230,3 ± 106,1 336,7 ± 144,3 0,010**

RANKL (%/área) 4,9 ± 3,1 10,2 ± 8,3 0,042**

OPG (%/área) 4,6 ± 2,7 9,1 ± 7,9 0,091

RANKL/OPG 1,16 1,76 0,330

54

55

Figura 2 A,B Microfotografia apresentando alta proliferação de

células gigantes multinucleadas (CGM) em lesão periférica de

células gigantes (LPCG) e lesão central de células gigantes

(LCCG) respectivamente (hematoxilina & eosina, aumento

400x). Expressão imunohistoquímica do ligante do receptor

NF- kappaB e osteoprotegerina em CGM e células

mononucleares de LPCG (C,E) e LCCG (D,F),

respectivamente (aumento original 400x)

A B

C D

E F

56

57

Figura 3. Proporção dos casos de lesão periférica de células

gigantes e lesão central de células gigantes relacionados ao

gênero. LPCG- Lesão periférica de células gigantes. LCCG-

Lesão central de células gigantes

58

59

Figura 4. Localização anatômica dos pacientes com lesão

periférica de células gigantes e lesão central de células

gigantes. LPCG- Lesão periférica de células gigantes. LCCG-

Lesão central de células gigantes

60

61

Figura 5. Quantificação de núcleos das células gigantes

multinucleadas em lesões periféricas e centrais de células

gigantes. LPCG- Lesão periférica de células gigantes. LCCG-

Lesão central de células gigantes

62

63

Figura 6. Análise comparativa da imunoexpressão de RANKL

em lesões periféricas e centrais de células gigantes. LPCG-

Lesão periférica de células gigantes. LCCG- Lesão central de

células gigantes.

64

65

Figura 7. Correlação positiva entre os imunomarcadores

RANKL e OPG em lesões periféricas e centrais de células

gigantes. RANKL- Ligante do receptor fator nuclear Kappa B.

OPG- Osteoprotegerina.

66

67

5. CONCLUSÃO

De acordo com o presente estudo, é possível concluir:

Houve uma prevalência do sexo feminino nas LCCG e do

sexo masculino nas LPCG;

A maioria dos pacientes afetados teve idade inferior a 30

anos e a mandíbula foi o sítio anatômico mais acometido

em ambas as lesões;

A quantidade de núcleos por CGM foi significativamente

maior nas LCCG;

A expressão de RANKL foi maior nas LCCG quando

comparadas a LPCG;

Não foi encontrada diferença estatística na expressão de OPG

entre a LCCG e a LPCG;

Os resultados observados podem complementar o

conhecimento sobre a distinta patogênese dessas lesões,

bem como a diferença no comportamento clínico entre a

LCCG e LPCG.

68

69

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ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEPSH

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APÊNDICE A - Metodologia Expandida

DELINEAMENTO DO ESTUDO

O estudo proposto é de natureza básica, observacional descritivo

retrospectivo.

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos (CEPSH) da UFSC sob o número 1.468.638.

SELEÇÃO DAS AMOSTRAS

As amostras deste estudo retrospectivo foram selecionadas nos

arquivos do Laboratório de Patologia Bucal (LPB) da UFSC, de 2006 a

2016. A seleção dos casos foi feita com base nas fichas de biópsia,

laudos anatomopatológicos e na análise das lâminas coradas no H&E.

Foram selecionados 20 casos de Lesões Centrais de Células Gigantes e

20 casos de Lesões Periféricas de Células Gigantes. Como critério de

inclusão, os casos de LCCG deveriam conter informação referente ao

aspecto radiográfico e as amostras teciduais emblocadas em parafina

tinham que conter material suficiente para a aplicação de reações imuno-

histoquímicas.

QUANTIFICAÇÃO DAS CÉLULAS GIGANTES

MULTINUCLEADAS, BEM COMO SEUS NÚCLEOS.

Todos os casos foram histopatologicamente revisados por meio

das lâminas histológicas coradas em hematoxilina & eosina (H&E) e foi

realizada a quantificação das CGM, bem como seus núcleos. As lâminas

tiveram sua identificação mascarada de forma que a captura das imagens

e a análise microscópica fosse feita por um examinador cegado quanto

ao grupo a que cada lâmina pertencia. Foram capturados cinco campos

de cada lâmina, em aumento de 400x por meio de microscópio óptico

binocular (Axiostar Plus, Carl Zeiss, Oberkochen, Alemanha), acoplado

84

a um sistema de aquisição de imagem digital (A620, Cannon, Lake

Success, NY, USA) e a um microcomputador (HP Compaq 6005, São

Paulo, Brasil), onde foram armazenadas as imagens.

Em cada lâmina histológica e com o auxílio do software Image J

1.45s (Maryland, USA), foi avaliada a quantificação das CGM (CGM) e

de seus respectivos núcleos. Os parâmetros de análise incluiram: número

de CGM e dos núcleos identificados por mm2 de tecido conjuntivo.

PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

As amostras foram submetidas à técnica de imunoistoquímica

pelo método da estreptavidina-biotina-peroxidase. Todos os

procedimentos foram realizados no LPB. Para cada um dos anticorpos

foi seguido às orientações do fabricante e padronização, assim como foi

incluído controle negativo com omissão do anticorpo primário para cada

reação. O controle negativo de todas as reações foi realizado pela

omissão do anticorpo primário. Das amostras fixadas em formol e

emblocadas em parafina foram obtidos cortes de 3µm de espessura,

estendidos em lâminas de vidro preparadas com solução de ATPS,3-

aminopropyltriethoxysilene, (Sigma, St. Louis, MO, EUA). Os cortes

foram inicialmente fixados na lâmina mantendo-as em estufa a 65ºC,

durante 8 horas. Foi realizada a desparafinização com dois banhos de

xilol, o primeiro overnight e o segundo durante 20 minutos, e em

seguida foi realizada a reidratação dos cortes com 3 banhos de álcool

etílico absoluto, 1 banho de álcool a 95%, 1 banho de álcool etílico a

85%, e 2 banhos de água destilada, todos de 5 minutos. Para o bloqueio

da peroxidase endógena foi realizado duas imersões de 20 e 10 minutos,

respectivamente, em solução de peróxido de hidrogênio a 6% em álcool

metílico (80 ml de álcool metílico com 20ml de água oxigenada). A

reativação antigênica foi realizada mantendo as lâminas em solução de

tampão citrato 0,01M, pH 6,0, em banho-maria a temperatura constante

de 96ºC, durante 40 minutos. Após esse período as lâminas foram

retiradas do banho maria e aguardou-se até que atingissem a temperatura

ambiente. Em seguida foram realizados 2 banhos de 5 minutos de PBS.

Para o bloqueio de ligações inespecíficas, foi realizado 40 minutos de

incubação em solução de leite desnatado a 5% em PBS (5g de leite

desnatado 5% com 100ml de PBS), seguido de dois banhos de PBS de 5

minutos cada. A incubação com os anticorpos primários foi realizada

em câmara úmida mantida sob refrigeração (4 a 8°C), durante 18 horas.

Os anticorpos primários utilizados foram RANKL (Santa Cruz

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Biotechnology, CA, EUA), na diluição 1:200; e OPG (Santa Cruz

Biotechnology, CA,EUA) também na diluição 1:200.

Para amplificação da reação foi utilizado anticorpo secundário

(chicken anti-goat IgG-HRP, CA, EUA), na diluição 1:500, pelo período

de 45 minutos. Na sequência foi realizado um banho em PBS de 5

minutos, seguido por incubação do anticorpo terciário Vectastain ABC

(Vector Laboratories, Burlingame,EUA) sendo uma gota de cada

reagente diluído em 5ml de PBS por 45 minutos. Após 2 banhos de PBS

de 5 minutos foi realizada a revelação da reação através de solução

cromógena, contendo diaminobenzidina (DAB) em tampão Tris-HCl

0,05M, pH 7,4, com exposição de cada corte por 3 minutos e banho de

água destilada de 5 minutos. Após a revelação, foi realizada a contra-

coloração das lâminas com hematoxilina de Harris, por 5minutos. A

remoção do pigmento formólico deu-se por rápida imersão das lâminas

em solução de hidróxido de amônia 1 % e subsequente lavagem em água

corrente durante 2 minutos. Os cortes foram novamente submetidos à

desidratação com uma sequência de 1 banho de álcool etílico 85%, 1

banho de álcool etílico 95%, 3 banhos de álcool absoluto, todos por 5

minutos. E para finalizar, foi realizado dois banhos de 20 minutos no

xilol. A montagem das lâminas foi realizada com Entellan (Merck,

Darmstadt Alemanha). Após essa etapa, as lâminas foram mantidas em

estufa (40ºC) por no mínimo 24 horas antes de serem examinadas ao

microscópio de luz.

ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA

Para avaliação das reações foi utilizado o software ImageJ 1.45q

(National Institutes of Health) a partir de imagens capturadas com

câmera fotográfica (Cannon, A620, San Jose, CA, EUA) acoplada a

microscópio de luz (Axiostar Plus, Carl Zeiss, Oberkochen, Alemanha).

Foram capturados 5 campos equidistantes de cada caso com

magnificação de 400X, totalizando um total de área tecidual analisada

de 1 mm2. As áreas hotspots de avaliação corresponderam a maior

integridade tecidual, com ausência de artefatos e evidente

imunomarcação.

Como os anticorpos RANKL e OPG apresentaram padrão de

marcação citoplasmática, os valores foram expressos em média de

porcentagem (%) de área imunomarcada. Nas lesões periféricas de

células gigantes o epitélio de revestimento foi excluído da avaliação.

86

Também foi calculada a relação RANKL/OPG em cada um dos

grupos analisados, comparando-os.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a análise estatística dos achados clínicos, quantificação de

células gigantes e núcleos, e a reação imunohistoquímica foi aplicado

teste exato de Fischer e o teste Mann-Whitney, utilizando o software

SPSS, versão 18.0 (SPSS Inc., Chigaco, IL, EUA). As correlações

foram avaliadas utilizando o teste de Spearman. Os resultados foram

expressos pela média ± DP (desvio padrão) com nível de

significância estatística considerado de 5% (P <0.05).

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ANEXO B – Guia de informações ao autor

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