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OCORRÊNCIA 2017100032538
INCÊNDIO DE PEDRÓGÃO GRANDE
DOCUMENTO DE RESPOSTA À ANÁLISE DO
RELATÓRIO DO INCÊNDIO DE PEDROGÃO
GRANDE DA ANPC
7 de agosto de 2017
2
Questão 1:
Porque é que o nível de alerta especial da ANPC não acompanhou o alerta laranja do
IPMA?
O IPMA não emite alertas, apenas emite avisos meteorológicos. No dia 15JUN17, o IPMA
emitiu o aviso meteorológico para tempo quente n.º 114/2017, de nível amarelo para o
Distrito de Leiria.
Importa esclarecer que o Estado de Alerta Especial (EAE), de acordo com o estabelecido
na Declaração (extrato) n.º 97/2007 de 16 de Maio, da Comissão Nacional de Proteção
Civil, publicada no Diário da República II Série n.º 94 de 16 de maio de 2007,
“…compreende o reforço da monitorização e o incremento do grau de prontidão das
organizações integrantes do SIOPS, com vista a intensificar as ações preparatórias para
as tarefas de supressão ou mitigação das ocorrências, colocando meios humanos e
materiais de prevenção em relação ao período de tempo e à área geográfica em que se
preveja especial incidência de condições de risco ou emergência, e inclui os níveis azul,
amarelo, laranja e vermelho, progressivos conforme a gravidade da situação e o grau de
prontidão que esta exige”, seguindo uma matriz de risco “suportada no grau de
gravidade e no grau de probabilidade associados ao risco”.
De acordo com tabela n.º 3, a Matriz de risco assenta na combinação dos fatores de
probabilidade/frequência e gravidade/intensidade. A tabela n.º 4 define para cada nível
de EAE os graus de risco, sendo que o estabelecimento do EAE de nível amarelo, assenta
no grau de risco moderado, gravidade moderada e probabilidade média-alta. Quanto a
esta última (probabilidade média-alta), refere a mesma Declaração que: “Irá
provavelmente ocorrer em quase todas as circunstâncias; e ou registos regulares de
incidentes e razões fortes para ocorrer; Pode ocorrer uma vez em cada cinco anos”.
À luz deste enquadramento o EAE determinado (amarelo) encontrava-se acima do
definido, dado que na zona de Pedrogão não ocorriam incêndios há 10 anos, por este
facto a zona não era historicamente relevante.
3
Também face ao grau de gravidade, a tabela n.º 1 da referida Declaração, refere para a
gravidade moderada: “Tratamento médico necessário, mas sem vítimas mortais.
Algumas hospitalizações. Retirada de pessoas por um período de vinte e quatro horas.
Algum pessoal técnico necessário. Alguns danos. Alguma disrupção na comunidade
(menos de vinte e quatro horas). Pequeno impacte no ambiente sem efeitos duradoiros.
Alguma perda financeira”. Uma vez mais se verifica que o EAE determinado estava acima
do enquadramento do aviso meteorológico do IPMA que previa apenas tempo quente.
Na sequência do quadro meteorológico apresentado através do aviso n.º 114/2017, a
ANPC efetuou, na manhã de dia 15JUN17, uma videoconferência com o IPMA, tendo de
seguida, com base na informação meteorológica reportada, elaborado o CTO nº 11 para
calor e perigo de incêndio florestal, determinando a passagem ao EAE, do Sistema
Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) para o Dispositivo Especial de
Combate a Incêndios Florestais (DECIF), de nível AMARELO, em conformidade com a
Declaração (extrato) n.º 97/2007 de 16 de Maio, da Comissão Nacional de Proteção Civil,
publicado no Diário da República II Série n.º 94 de 16 de maio de 2007, nos termos supra
referidos.
No dia 15 de junho, o IPMA efetuou ajustamento através do aviso meteorológico para
tempo quente n.º 115/2017 e no dia 16 de junho novo ajustamento através do aviso n.º
116/207, mantendo o Distrito de Leiria com aviso amarelo para tempo quente.
Ainda no dia 16 de junho, o IPMA emitiu outro aviso (n.º 117/2017) agravando o aviso
para tempo quente, tendo sido decidido não aumentar o EAE dado não haver qualquer
alteração aos anteriores pressupostos. De relevar que neste novo aviso não houve
qualquer alteração relativa à previsão para a velocidade do vento e humidade relativa
do ar, ainda em nenhum dos avisos mencionados se fazia referência para a possibilidade
de ocorrência de instabilidade convectiva ou da ocorrência de trovoadas.
O EAE determinado a 15JUN17 (AMARELO) levou em linha de conta os índices de risco
de incêndio mas também o histórico de ocorrências recentes e que apontava para dias
4
com números globais reduzidos, como de resto se veio a verificar. O EAE foi ratificado,
assim como as correspondentes decisões operacionais, no Briefing Técnico-Operacional
do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON) n.º 116/2017, realizado em 20
de junho.
Assim e contrariamente à opinião expressa, o nível de alerta especial da ANPC estava
acima do que seria expectável face aos avisos do IPMA para aquela região.
Na análise efetuada é referido que, caso a ANPC tivesse alterado o EAE para laranja, tal
determinaria ao CDOS de Leiria “a manutenção de um Elemento da EO da ANPC no CDOS
de Leiria e a realização de pré-posicionamentos considerados mais relevantes nas zonas
historicamente mais vulneráveis, a qual poderia abranger o concelho de Pedrogão
Grande…”. Sobre este aspeto importa vincar que não há diferenças nas modalidades a
adotar pelo CODIS/2.º CODIS relativamente ao EAE amarelo e laranja, dado ambos
procederem à “monitorização da situação distrital”. Acresce que nenhum dos alertas
(amarelo ou laranja) determina a presença da EO ANPC nos CDOS, mantendo os mesmos
a disponibilidade permanente, estando por isso dotados de meios adequados,
tecnológicos e veículo, para a partir de qualquer local monitorizar e tomar decisões
sobre as ocorrências em curso.
Por outro lado, acerca do pré-posicionamento de meios, a determinação do EAE de nível
amarelo, para os agentes de proteção civil (APC) e outras organizações integrantes do
DECIF, já pressupõe esse pré-posicionamento de meios.
Relativamente ao grau de prontidão e mobilização previstos na tabela 5 da Declaração
(extrato) n.º 97/2007 de 16 de Maio, da Comissão Nacional de Proteção Civil, para o EAE
amarelo é de 25% do efetivo a 2 horas e 50% do efetivo a 6 horas no nível laranja, “e é
apenas aplicável aos meios e recursos a envolver no reforço em cada tipo de ocorrência
ou risco, tendo em consideração a área geográfica e territorial abrangida”.
Reitera-se assim que as medidas de antecipação operacional desenvolvidas e
implementadas pela ANPC, desde o dia 15JUN17 e até ao fim da ocorrência, foram
5
sempre ajustadas e adaptadas quer às informações meteorológicas disponibilizadas
pelo IPMA, quer à evolução da situação operacional. O nível de alerta estabelecido [Nível
AMARELO] foi ajustado, considerando que o número de ignições verificado diariamente
no período de 15 a 22 de Junho, não ultrapassou as 152 ignições [4 ocorrências foram
agregadas], um valor muito inferior aos valores que historicamente se registam nestas
condições, durante os picos de atividade na fase Charlie e que podem chegar às 300/400
ignições diárias.
Para além do que fica dito, o município de Pedrogão Grande, de acordo com o plano
municipal de emergência de proteção civil de Pedrogão Grande de 2010 (aprovado em
3 de maio de 2011 e revisto em 3 de maio de 2012), que foi ativado, prevê na sua parte
IV – informação complementar um Sistema de Monitorização, Alerta e Aviso. “Este
Sistema de Gestão de Emergência e Risco (SiGER), que não é mais que uma inovadora
plataforma em Sistema de Informação Geográfica, capaz de auxiliar a gestão de
situações de proteção civil associados aos diferentes processos que se manifestam no
território.
Esta plataforma permite a constante revisão e adaptação do Plano Municipal de
Emergência de Proteção Civil às realidades em permanente transformação, o que
constitui um requisito fundamental para a gestão de operações de proteção civil,
possibilitando aos agentes e entidades envolvidas numa ocorrência a execução em pleno
as suas missões.
O SiGER surgiu fruto das dificuldades sentidas hoje em dia na gestão de situações de
emergência e operações de proteção civil, quer por desconhecimento ou mesmo por
força falta de acesso à informação (demografia, equipamentos, habitações a evacuar,
vulnerabilidades, elementos em risco, entre outros), problemas colocados diariamente
aos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC) [sublinhado nosso].
O SiGER assenta assim num trabalho de inventariação dos elementos e fatores
associados ao risco e à sua incorporação numa única plataforma, que permita ao decisor
6
uma maior perceção e controlo na gestão das operações, permitindo a qualquer
momento criar modelos virtuais de simulação dos efeitos criados pela introdução de
novas variáveis no próprio sistema.
Este método de monitorização tem a vantagem de estar disponibilizado na Internet
(Web), o que permite a sua utilização em pleno Teatro de Operações (TO). Sempre que é
recebido no SMPC um comunicado alerta da ANPC/CDOS, são de imediato despoletados
sistemas de alerta para uma cadeia de pessoas e entidades já previamente estabelecidas
[sublinhado nosso].
A avaliação periódica dos riscos, nomeadamente os riscos de origem natural, tem por
base a informação disponibilizada pelos respetivos sistemas de monitorização,
permitindo definir o nível de alerta a ser adotado a nível municipal, distrital ou regional
e consequentemente, as medidas de prevenção e de atuação a implementar.
Em função destes avisos serão divulgadas normas de procedimento a adotar pela
população face a situações de perigo e mantida informada, a população da área
eventualmente afetada, da iminência, ocorrência ou evolução de uma situação de
perigo”.
Questão 2:
Como se explica as dificuldades de comunicações do 112 com os CDOS e CODU? Que
canais de comunicação são utilizados?
Não há registo de quaisquer dificuldades de comunicação do 112 com os CDOS e CODU.
Concretamente no CDOS de Leiria as comunicações 112 são efetuadas através da
plataforma informática do 112 e as comunicações do CODU são efetuadas por telefone
ou rádio. Todas têm vindo a funcionar sem qualquer constrangimento.
Há registo de dificuldades pontuais nas comunicações entre o CDOS e o Posto de
Comando Operacional (PCO). No entanto, todos os pedidos de socorro efetuados via
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112 ou 117 para os CDOS foram registados na fita do tempo da ocorrência e, sempre
que possível, simultaneamente informado o PCO. Sempre que não foi possível contato
com o PCO, esta indicação foi igualmente referida na fita do tempo.
Não obstante em alguns momentos se sentirem falhas nas redes GSM e/ou SIRESP e a
rede de dados ter quebras, o CDOS de Leiria nunca deixou de transmitir a informação
ao PCO, quer através dos operadores ou Comandantes do Posto de Comando.
Quando os operadores conseguiam estabelecer contato por GSM ou SIRESP com o PCO,
estes eram informados dos pedidos de socorro pendentes. Este foi o método de
comunicação operacionalizado nesta fase de exceção, permitindo assim o registo dos
pedidos de socorro e o desencadear de ações de resposta.
Questão 3:
Porque houve falhas de comunicação na ROB?
Não houve falhas de comunicação na ROB. Importa salientar que esta rede é testada
diariamente, por forma a detetar eventuais falhas e corrigi-las no mais curto espaço de
tempo possível. Acresce que a ROB é uma rede analógica e como tal só permite uma
conversação de cada vez, isto é, quando um operacional está em conversação, os outros
só podem comunicar quando cessar a primeira comunicação. Este fator, num teatro de
operações complexo, com muitas necessidades de transmissão de
informação/conversação e grande número de operacionais, condiciona e
necessariamente atrasa a comunicação e transmissão de informação, sendo necessárias
várias tentativas e/ou momentos de espera para se conseguir entrar numa qualquer
conversação.
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Questão 4:
Da falta de resposta aos pedidos de ajuda comunicados, quais não foram respondidos
por falha de comunicação e quais por falta de meios operacionais? Que danos
resultaram dessa falta de resposta?
Considerando a amplitude da questão são apresentadas duas tabelas. Uma tabela
contém o registo dos pedidos de ajuda não respondidos, ou que não tiveram resposta
imediata, por falha de comunicação, assim como os danos resultantes. Outra tabela
contém o registo dos pedidos de ajuda que não foram respondidos, ou que não tiveram
resposta imediata, por falta de meios operacionais, assim como os danos resultantes.
De referir que o “texto da fita do tempo” mencionado nas tabelas seguintes é uma
transcrição integral que já consta do relatório da ANPC, tendo o mesmo sido produzido
no decorrer da operação de socorro.
Tabela 1: Listagem de pedidos de ajuda que não foram respondidos, ou não tiveram
resposta imediata, por falha de comunicação e danos resultantes:
GDH Texto da Fita do Tempo Resposta operacional/Danos verificados
17/06/2017
19:36
Comando 3 de Pedrogão
pede evacuação de
pessoas em Vila Facaia.
O PCO tomou conhecimento da situação pelas
19:55 (não foi possível estabelecer comunicação
antes), face a não ter outros meios ao dispor,
solicitou um veículo ao SMPC de Pedrógão Grande.
A resposta foi negativa, pois o mesmo já estava
empenhado em Troviscais. A responsável pelo
SMPC tentou solicitar ajuda ao Presidente da Junta
de Freguesia, no entanto sem sucesso por não
existirem comunicações. Pelas 21:00 há
informação que o incêndio já tinha passado a
localidade, verificando-se que não havia
9
necessidade de evacuação da mesma, dado ser
uma localidade com alguma dimensão e com áreas
seguras. Apesar do exposto, há registo de 2 vítimas
leves assistidas e o registo de 15 habitações
danificadas pelo incêndio (2 habitações
permanentes, 5 segundas habitações e 8
devolutas).
17/06/2017
19:44
Informado Posto
Comando (pelo CDOS)
que as povoações de
Coelhal, Troviscais
Fundeiros, Torneira e
Casalinho casas a arder.
Há meios a trabalhar na localidade de Troviscais.
Não sendo possível estabelecer comunicação com
os mesmos, foi enviado um elemento do PCO aos
locais para validar a informação e para os
redirecionar. Não houve qualquer vítima mortal
registada nestes locais. Há registo de 2 pessoas
socorridas sem gravidade. Segundo informação do
Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana
(IHRU), houve contudo a registar os seguintes
danos em habitações: Coelhal 2 segundas
habitações; Troviscais Fundeiros 8 habitações,
sendo 4 permanentes, 1 segunda habitação e 3
devolutas; Casalinho 1 habitação devoluta.
17/06/2017
19:45
112 informa: 3 vitimas no
interior de uma
habitação, são da zona do
Porto, estão numa
habitação devoluta,
cercadas pelo incêndio na
localidade de Casalinho,
não conseguem sair
sozinhas. Tentamos
A informação chegou tarde ao PCO e apenas
através da fita do tempo (quando houve acesso a
dados), pelo que não foram direcionados meios de
combate à localidade de Casalinho. Há registo de
uma vítima leve assistida e de uma habitação
devoluta afetada.
10
contato com o posto de
Comando e com 2º CODIS
sem sucesso.
17/06/2017
19:50
CDOS Coimbra informa:
na localidade de
Troviscais popular Fábio
Salgueiro e o pai
necessitam de ajuda
urgente. Contato com o
Posto de Comado e com o
2º CODIS sem sucesso.
O GCIF 1 de Leiria encontrava-se no local a fazer
defesa perimétrica das casas. Não foi possível fazer
chegar a informação aos operacionais no terreno
(via rádio/telefone). Não houve registo de vítimas
no local. Segundo informação do IHRU há registo
de 8 habitações afetadas na localidade de
Troviscais Fundeiros (4 permanentes, 2 segundas
habitações e 3 devolutas).
17/06/2017
19:53
Operador 112 passou
chamada de civil em
Valongo, habitações
cercadas com idosos
acamados, estrada
transitável de Pedrogão
grande /Valongo.
Encontrava-se a Brigada 10.1 de Maceira a
trabalhar no local, a fazer defesa perimétrica das
habitações. Não foi possível fazer chegar a
informação aos operacionais no terreno (via
rádio/telefone). Não houve registo de vítimas no
local. Segundo informação do IHRU não há
qualquer habitação afetada.
17/06/2017
20:11
Por dificuldade de
informar Posto de
Comando foi informado
Cmdt. António Marques
do CBV Ansião das
localidades em perigo;
troviscais, Casalinho,
Coelhal, Marinha
Pinheiro Vão, Aldeia de
Vermelho.
A informação chegou tarde ao PCO e apenas
através da fita do tempo (quando houve acesso a
dados). Foi de imediato transmitida aos Oficiais de
Ligação da GNR e INEM para procederem a
evacuação e socorro a vítimas. Os meios de
combate no TO encontravam-se a efetuar defesa
perimétrica em Troviscais (GCIF1 Leiria e GRIF
Santarém), não tendo sido possível informá-los da
situação via rádio, nem via telefone. Nas
localidades de Casalinho, Coelhal, Marinha
Pinheiro, Vão e Vermelho o incêndio passou sem
11
que fosse possível o envio de meios. Não houve
registo de qualquer vítima mortal nestas
localidades, havendo registo de 1 pessoa assistida
em Casalinho e 1 pessoa assistida em Vermelho.
Nas localidades de Vão e Marinha Pinheiro,
segundo informação do IHRU não houve qualquer
habitação afetada. Nas localidades de Troviscais,
Casalinho e Coelhal houve registo de habitações
afetadas como anteriormente mencionado. Na
localidade de Vermelho há registo de 1 habitação
devoluta danificada.
17/06/2017
20:25
Civil informa filho
desaparecido e outro
popular na localidade de
Mó-Pedrogão Grande,
povoação cercada pelo
fogo.
Meios a atuar no local (GCIF 2 de Leiria) a efetuar
defesa perimétrica, não foi possível estabelecer
contato com os mesmos (rádio e/ou telefone). Foi
informado Oficial de Ligação do INEM, que
posteriormente atestou que a informação não se
confirma (pessoas entretanto localizadas por
populares). Não houve registo de vítimas na
localidade. Na localidade de Mó Grande há registo
de 5 habitações permanentes afetadas (4 em Mó
Grande e 1 em Mó Pequena).
17/06/2017
21:35
Situação de Ramalho, Vila
Facaia de habitação a
arder e vítima queimada
não se consegue
estabelecer contato com
bombeiros nem posto de
comando.
A informação chegou tarde ao PCO e apenas
através da fita do tempo (quando houve acesso a
dados), pelo que não foram direcionados meios de
socorro à localidade de Ramalho. Não há registo de
qualquer vítima assistida, e há registo de cinco
habitações afetadas, sendo 3 permanentes e 2
segundas habitações.
12
17/06/2017
21:47
Civil pede ajuda,
encontra-se na localidade
de Sarzedas do Vasco,
numa quinta, está
sozinho a casa já está a
arder por baixo, tem
problemas respiratórios,
tem 75 anos de idade.
Não tem água porque o
furo está avariado. Não
se conseguiu contato
com Posto Comando.
O CDOS de Leiria aconselhou a vítima a proteger-
se, informando que iria enviar meios de socorro.
Após PCO ter conhecimento (22:05) foi remetida
uma ABSC do CB Castanheira de Pera, tendo sido
localizados junto à povoação 4 vítimas mortais.
Foram ainda socorridas 7 vítimas. Quando houve
informação da localização do incêndio na
localidade não havia hipótese de qualquer meio
conseguir chegar, face à intensidade e velocidade
de propagação do incêndio. Segundo informação
do IHRU não há registo habitações afetadas na
localidade de Sarzedas do Vasco.
17/06/2017
22:26
Localidade de Carreira -
Pedrogão Grande, 5
adultos que necessitam
de auxílio.
GCIF 1 de Leiria e GRIF de Santarém a efetuar
defesa perimétrica de habitações. Não foi possível
estabelecer contato (rádio ou telefone) com os
mesmos a informá-los da necessidade de auxílio.
Informado oficial de Ligação do INEM enviou meios
de socorro, não sendo necessária qualquer
assistência por inexistência de vítimas. Há registo
de 2 habitações devolutas danificadas (informação
do IHRU).
17/06/2017
22:45
CDOS Leiria foi
contactado pela Dª
Sandra Ribeiro com 961
281 001 via CDOS Braga
informa que a mãe se
encontra algures na
localidade de Sarzedas do
Vasco no interior de 1
Esta informação não chegou ao conhecimento do
PCO (por dificuldade de comunicações), no
entanto o PCO tinha informação anterior de
problemas na localidade, tendo sido enviada uma
ABSC do CB Castanheira de Pera. Na localidade de
Sarzedas do Vasco foram detetadas 4 vítimas
mortais e foram socorridas 7 vítimas.
13
viatura num total de 8
pessoas. Forneceu o nº
de contacto da sua mãe
Dª Fernanda Ribeiro 917
178 523. CDOS Leiria não
conseguiu estabelecer
contacto com PCO para
fornecer este alerta.
Contactada Sala Situação
da GNR (Guarda
Carvalho) também já
havia falado esta
senhora, não tinha
elementos disponíveis
para enviar para este
local.
17/06/2017
23:17
Popular informa CNOS
aldeia de Dardios
cercada. CDOS LEIRIA
informado.
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento de meios para o
local. Quando PCO teve conhecimento incêndio já
tinha passado a localidade. Não há registo de
vítimas nem danos em habitações.
17/06/2017
23:23
Informação da localidade
de Graça que se
encontram casas a arder,
não há bombeiros.
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento imediato de
meios para o local. Quando PCO teve
conhecimento da situação acionou o GRUATA da
FEB, GRIF 1 de Santarém e GCIF 1 de Leiria para o
local (conforme chegavam ao TO). Segundo
14
informação do IHRU não houve habitações
danificadas na localidade.
17/06/2017
23:29
CODU Porto informa:
chamadas de pedido de
socorro para Vale do
Moinho - Castanheira,
habitações já a ser
consumidas pelas
chamas.
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento de meios para o
local. Quando PCO teve conhecimento do incêndio
o mesmo já tinha passado a localidade. Não há
registo de qualquer vítima. Segundo dados do
IHRU há a registar 5 habitações danificadas (4
permanentes e 1 devoluta) e um arrumo agrícola.
18/06/2017
00:24
Localidade de Campelo
com 2 idosos em
habitação cercada pelas
chamas, necessitam de
ajuda.
Meios no local a efetuar defesa perimétrica de
habitações (BV Figueiró dos Vinhos). Não foi
possível estabelecer contato (via radio e/ou
telefone) com os mesmos. CVP enviada ao local
para intervenção. Não há registo de qualquer
vítima na localidade nem danos em habitações.
18/06/2017
00:49
Comandante de Peniche
informa que a aldeia de
Torgal está cercada pelo
fogo e tem lá 4 habitantes
que não foram retirados.
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento de meios para o
local. Quando PCO teve conhecimento o incêndio
já tinha passado a localidade. Não há registo de
vítimas nem danos em habitações.
18/06/2017
01:47
Contato de Maria Calado
(914247120) localizada
em Alge-Figueiró dos
Vinhos, necessita de
evacuação de 4/5 adultos
e 2 crianças. Trata-se de
Não foi possível estabelecer contato com CB
Figueiró dos Vinhos a atuar no local. Informados
Oficiais de Ligação da GNR e INEM para
procederem a evacuação/socorro, tendo as
pessoas sido evacuadas. Não há registo de
qualquer vítima na localidade. Segundo
15
uma situação complicada
onde estão cercados pelo
fogo. Despachado ao
PCO.
informação do IHRU houve registo de uma
segunda habitação danificada, bem como 1
armazém e 2 arrumos agrícolas.
18/06/2017
02:00
Incendio nas localidades
de Eiras; Campelo,
Troviscal e Alge
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento imediato de
meios para Alge. Quando PCO teve conhecimento,
o incêndio já tinha passado a localidade. Não há
registo de vítimas nem danos em habitações.
Excetua-se a situação da localidade de Eiras, sobre
a qual havia informação, por parte de uma ERAS,
de que a localidade não apresentava perigo, como
se comprovou (incêndio não chegou à localidade).
18/06/2017
02:08
Popular info CNOS
incêndio na aldeia de
Sobreiro (Igreja São
Vicente dos Pinheiros)
sem bombeiros.
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento imediato de
meios para o local. Quando PCO teve
conhecimento incêndio já tinha passado a
localidade. Não houve registo de vítimas nem
danos em habitações.
18/06/2017
02:09
Localidade de Aguda,
Carapinhal e ribeira de S.
Pedro solicitam apoio
Informação não chegou ao conhecimento do PCO
em tempo útil (por dificuldade de comunicações),
pelo que não houve acionamento imediato de
meios para os locais. Quando PCO teve
conhecimento incêndio já tinha passado as
localidades. Não há registo de vítimas nem danos
em habitações.
16
18/06/2017
02:15
Popular solicita meios
para Pisão da Teresa -
Castanheira de Pera e
reforço para Bairradas.
Não foi possível estabelecer contato com CB
Castanheira de Pera (a atuar na área). Oficiais de
Ligação da GNR e INEM já tinham sido informados
para procederem a evacuação/socorro das
localidades referidas, tendo conseguido a
evacuação antes da chegada do incêndio. Não
houve registo de qualquer vítima na localidade,
nem qualquer dano em habitações.
18/06/2017
02:43
Povoação do Cercal
cercada pelas chamas,
não conseguem sair pelos
próprios meios. Foi
avisado Posto de
Comando.
Não foi possível contatar CB Figueiró dos Vinhos
(rádio e/ou telefone) a atuar no local. Oficiais de
Ligação da GNR e INEM informados para
procederem a evacuação/socorro. Não houve
registo de qualquer vítima na localidade. Segundo
informação do IHRU há registo de 5 habitações
danificadas (1 permanente, 1 segunda habitação e
3 devolutas) e 11 arrumos.
18/06/2017
03:05
Localidades de Várzeas,
Figueiró e Cercal a
solicitar meios com
urgência, no Cercal
existem feridos. Posto de
Comando avisado.
CB Figueiró dos Vinhos atuou nos locais referidos.
Não foi possível estabelecer contato com o CB.
Oficiais de Ligação da GNR e INEM foram
informados para procederem à
evacuação/socorro. Houve registo de 20 vítimas
leves assistidas em Figueiró. Segundo dados do
IHRU há a registar habitações e arrumos
danificados em Cercal conforme anteriormente
descrito.
18/06/2017
04:11
Habitações em perigo na
localidade de Aguda
Informados Oficiais de Ligação da GNR e INEM
procederam a evacuação/socorro. Não foi possível
contacto com CB Figueiró dos Vinhos a atuar no
17
local. Não há registo de qualquer vítima na
localidade, nem qualquer dano em habitações.
18/06/2017
04:16
Feteira/Castanheira de
Pera e Pobrais/Pedrogão
Grande, cercadas com
habitações a arder: Inf
GNR
Informados Oficiais de Ligação da GNR e INEM para
procederem a evacuação/socorro. Não foi possível
estabelecer contato atempado com CB
Castanheira de Pera a trabalhar na área de Feteira,
tendo posteriormente havido a confirmação que o
incêndio passou sem causar danos. Em relação à
situação de Pobrais os Oficiais de Ligação da GNR e
INEM já haviam sido informados para procederem
a evacuação. GNR informou posteriormente que
os habitantes se recusaram a sair da localidade,
apesar de terem sido assistidas 8 pessoas. Não
houve meios de combate disponíveis para
acionamento imediato. O RSB foi enviado ao local
para combate a incêndios em habitações logo que
chegou ao TO. Há registo de uma vítima mortal na
localidade, assim como 5 habitações danificadas (2
permanentes, 2 segunda habitação e uma
devoluta) e um arrumo agrícola.
Tabela 2: Listagem de pedidos de ajuda que não foram respondidos, ou não tiveram
resposta imediata, por falta de meios operacionais:
17/06/2017
19:50
Populares de Coelhal
(junto casa Josué), Casal
Valada e Casalinho ligaram
Aguardam-se meios de reforço para enviar ao
local, visto os meios disponíveis estarem todos
empenhados. O incêndio passou sem que fosse
18
a dizer que incêndio esta
chegar as casas e não
existe veículos.
possível enviar meios. Não houve vítimas a
registar em qualquer das localidades referidas.
Segundo informação do IHRU, há registo de
habitações afetadas nas localidades de Coelhal (2
segundas habitações) e Casalinho (1 habitação
devoluta).
17/06/2017
19:53
CDOS COIMBRA informa
CDOS Leiria que a aldeia de
Vermelho se encontra
toda envolvida pelo fogo.
Aguardam-se meios de reforço para enviar ao
local, visto os meios disponíveis estarem todos
empenhados, mesmo os disponibilizados pela
autarquia. Há registo de uma vítima leve. Segundo
informação do IHRU há registo de uma habitação
devoluta afetada.
17/06/2017
20:10
Populares informam idosa
acamada em Pinheiro
Borim, casa cercada a
precisar de evacuação.
Aguardam-se meios de reforço para enviar ao
local que deverá designar-se como "Pinheiro
Bordalo" (não existe nenhuma localidade de
nome "Pinheiro Borim" na área afetada pelo
incêndio), visto os meios disponíveis estarem
todos empenhados. Incêndio passou sem causar
qualquer vítima. Segundo informação do IHRU há
registo de 3 habitações permanentes afetadas
pelo incêndio.
17/06/2017
20:17
Populares de Pinheiro e
Cume com idosos e
pessoas cercadas a
solicitar ajuda
Meios de combate a caminho do TO, informação
passada ao Oficial de Ligação da GNR para tentar
evacuação. Enviados militares ao local
informaram impossibilidade de proceder a
evacuação pelo facto de não haver acessos
transitáveis. Não há registo de quaisquer vítimas
nestas localidades. Segundo informação do IHRU
há registo de 1 habitação devoluta afetada em
19
Casal do Cume e 3 habitações permanentes
danificadas em Pinheiro Bordalo.
17/06/2017
20:49
CODU Porto Informa: na
localidade de Salabarda
Nova, na Rua do Beco
Cabeço, 4 pessoas numa
habitação cercadas pelo
incêndio, com dificuldade
respiratória.
Os meios de combate encontravam-se a caminho
do TO, informação passada aos Oficiais de Ligação
da GNR e INEM para tentarem evacuação e
socorro a vítimas, o que não foi possível de
imediato por impossibilidade de utilizarem
acessos (chamas intensas a cercar localidade).
Não houve vitimas a registar no local. Segundo
informação do IHRU há registo de 7 habitações
danificadas, sendo 3 permanentes, 2 segunda
habitação e 2 devolutas.
17/06/2017
21:09
Informado Posto
Comando povoação de
Várzeas-Vila Facaia
cercada pelo fogo e
criança de 4 anos
desaparecida na rua Júlio
Lopes Leitão em Lameira
Fundeira.
Meios de combate a caminho do TO. Segundo
informação do INEM criança foi localizada.
Enviado GRIF 3 de Leiria ao local pelas 22:00, logo
após chegar ao TO. Não houve registo de vítimas
na localidade. Segundo informação do IHRU há
registo de 8 habitações danificadas em Várzeas,
sendo 3 permanentes, 2 segunda habitação e 2
devolutas.
17/06/2017
21:28
Na localidade de Ramalho,
Vila Facaia habitação a
arder e vítima queimada.
Não se conseguiu
estabelecer contato com
Posto Comando para
informar situação.
Não há meios de combate disponíveis para enviar
ao local. Verificou-se posteriormente que não há
vítimas na localidade, apesar de haver registo de
5 habitações danificadas (3 permanentes e 2
segundas habitações).
20
17/06/2017
21:35
Informado PCO de reinício
de incendio em Sr. dos
Aflitos, Pedrogão Grande
Não há meios de combate disponíveis para enviar
ao local. Não houve registo de vítimas na
localidade nem habitações danificadas.
17/06/2017
21:37
Na localidade de Cume -
Vila Facaia uma habitação
a arder, avisado o posto de
comando.
Aguardam-se meios de reforço. Todos os meios
disponíveis estão em trabalho de defesa
perimétrica de habitações. Não há registo de
vítimas na localidade e há registo de uma
habitação devoluta danificada.
18/06/2017
01:13
Senhora informa que os
pais idosos encontram-se
cercados pelo fogo na
localidade de Balsa-
Castanheira de Pera.
Informado PCO.
Não havia no imediato meios de combate
disponíveis para enviar e o mesmo encontrava-se
na área onde as frentes do incêndio tinham
passado. Foram enviados meios do RSB Lisboa
para o local, onde efetuaram combate a incêndio
em várias habitações, tendo detetado uma vítima
mortal. Dados do IHRU indicam a existência de 28
habitações danificadas (11 habitações
permanentes, 11 habitações secundárias e 6
habitações devolutas) e 4 arrumos.
18/06/2017
01:53
Na localidade de Pobrais -
Vila Facaia, já várias
habitações foram
consumidas pelas chamas,
possivelmente com
vítimas mortais no seu
interior. Existem vários
idosos para evacuar, na
Rua do Ribeiro da Serra nº
110.
Oficiais de Ligação da GNR e INEM informados.
GNR informou posteriormente que os habitantes
se recusaram a sair da localidade, apesar de terem
sido assistidas 8 pessoas. Não houve meios de
combate disponíveis para acionamento imediato.
A frente de incêndio já tinha passado a localidade
quando chegou a informação. O RSB enviado ao
local para combate a incêndios em habitações
logo que chegou ao TO. Há registo de uma vítima
mortal na localidade, assim como 5 habitações
21
danificadas (2 permanentes, 2 segunda habitação
e uma devoluta) e um arrumo agrícola.
18/06/2017
04:41
Feteira, casa a arder;
Lomba da Casa 2 casas a
arder não há informação
dos habitantes, Aguda
dentro da localidade
Informados Oficiais de Ligação da GNR e INEM
procederam a evacuação/socorro. Não havia
meios de combate disponíveis para enviar para o
local para além do CB Castanheira de Pera a atuar
na área. Não houve registo de qualquer vítima nas
localidades. Na localidade de Lomba do Moinho,
segundo informação do IHRU, há registo de 6
habitações danificadas (4 habitações
permanentes, 1 habitação devoluta e 1 arrumo).
Encontrando-se o DECIF na designada fase Bravo (menor número de meios aéreos e
equipas de combate a incêndios disponíveis face à fase Charlie), registaram-se no dia 17
de junho 152 incêndios rurais que envolveram 10.525 operacionais, 3.017 meios
terrestres e 226 missões dos meios aéreos.
Dos incêndios referenciados destacam-se os dados referentes aos Distritos mais
próximos (Leiria, Santarém, Lisboa, Portalegre, Castelo Branco e Coimbra), onde se
registou o seguinte número de incêndios durante o dia 17 de junho: 9 no Distrito de
Leiria, 20 no Distrito de Santarém, 17 no Distrito de Lisboa, 12 no Distrito de Portalegre,
8 no Distrito de Castelo Branco e 6 no Distrito de Coimbra (no qual se insere o GIF de
Góis), tendo empenhado 8.826 operacionais, 2.503 meios terrestres e 194 missões dos
meios aéreos, conforme descriminado no quadro n.º 1, na forma de cronograma.
Mais concretamente, a partir das 12:00 do mesmo dia os Distritos supra registaram 67
incêndios (9 no Distrito de Leiria, 19 no Distrito de Santarém, 15 no Distrito de Lisboa,
12 no Distrito de Portalegre, 6 no Distrito de Castelo Branco e 6 no Distrito de Coimbra),
conforme quadro n.º 2. Todas estas ocorrências em Distritos geograficamente próximos
22
do incêndio de Pedrogão Grande condicionaram diretamente o reforço imediato a este
incêndio, obrigando a acionamento de meios de Distritos mais afastados, com o
consequente reflexo a nível da hora de chegada ao Teatro de Operações.
Quadro n.º 1: Cronograma de ocorrências por Distrito (6 Distritos) no dia 17 de junho a partir das 12H00.
Fonte SADO/ANPC
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Lisboa Loures Moninhos
Castelo Branco Idanha S M Acha
Castelo Branco Idanha S M Acha 59 16
Lisboa Sintra A Bispo
Lisboa Loures Moninhos
Santarém Santarém Abitueiras
Portalegre Elvas Elvas 5 2
Lisboa Sintra A Bispo
Lisboa Loures Barro
Coimbra Cantanhede Sanguinheira 16 5
Lisboa Loures Loures
Lisboa Lourinhã Abelheira 5 1
Santarém Abrantes Souto 38 8 1
Santarém Abrantes Alferrerede 39 9 1
Lisboa Mafra Salgados 28 8
Coimbra Lousã Framilo 23 5 1
Lisboa Sintra Agualva
Leiria Pedrógão E Fundeiros 2898 797 56
Coimbra Góis Alvares 2453 704 70
Santarém Mação S J Matas 69 16 1
Lisboa Loures Muteira 360 112 1
Lisboa Sintra Agualva
Leiria F Vinhos M Fundeiros
Santarém Salvaterra Sesmarias
Santarém Mação Aldeia Eiras 60 13 2
Leiria Pedrógão Graça
Portalegre Nisa Alpalhão 173 52
Lisboa T Vedras C Larana 19 6
Lisboa Sintra Atalaia (PNSC) 120 37
Leiria F Vinhos F Vinhos
Santarém Mação Capela 5 1
Portalegre Nisa Perlim 7 2
Portalegre Gavião Atalaia 11 4
Portalegre Gavião Vale da Feiteira 4 1
Castelo Branco Penamacor Bemposta 29 7 1
Portalegre Nisa Portas Ródão 48 14
Santarém Abrantes S M Rio Torto 263 71 6
Santarém Abrantes Rio Moinhos 24 6
Portalegre Ponte Sôr Tramaga
Portalegre Ponte Sôr Domingão 25 9
Portalegre Ponte Sôr Montargil
Castelo Branco Oleiros Cardosa 391 120 10
Santarém Chamusca Chamusca 19 7
Santarém Santarém Santarém
Castelo Branco Penamacor Meimoa 16 5
Portalegre Elvas Vinha da Amada 6 2
Portalegre Ponte Sôr Montargil
Lisboa V F Xira Alhandra
Santarém Mação Carvoeiro 5 1
Santarém Mação Penhascoso 5 1
Castelo Branco Sertã Alcobia 21 6
Lisboa C Ourique C Ourique 6 2
Leiria C Pêra C Pêra XXXXXXXX 7 2
Coimbra Mira Seixo 13 4
Santarém F Zêzere Rebelo 303 85 4
Portalegre Pnte Sôr Montargil 124 37
Santarém Santarém Comenda 17 4
Leiria Alcobaça Bica 21 6
Portalegre Avis F Barros 28 11
Santarém Tomar Pinheiro 28 7
Leiria F Vinhos 170 48 2
Lisboa V F Xira V F Xira
Leiria Alvaiázere Cabeças
Lisboa V F Xira P S Iria 32 10
Santarém Coruche H Madeiros 19 5
Lisboa Sintra A Bispo
Leiria Alvaiázere Zambujal 189 53 8
Santarém F Zêzere Levegada 4 1
Lisboa Azambuja Espadanal 7 2
Coimbra Penela Espinhal 571 167 30
Santarém Coruche H Madeiros 19 5
Coimbra Miranda do Corvo Vila Nova 15 3
Santarém Tomar Asseiceira 9 3
8826 2503 194
a) Dados agregados por Concelho
a)
a)
Totais
a)
a)
a)
a)
a)
a)
a
a)
a)
a)
a)
OPERAC. VEIC. MADISTRITO CONCELHO LOCAL Empenhamento em 17JUN2017 - Hora a Hora
23
Incêndios Rurais (Pov, Ict, Agr) por hora de ignição e distrito
Distrito 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
CASTELO BRANCO 0 0 0 0 0 1 3 2 0 0 0 0
COIMBRA 1 0 2 0 0 0 0 1 0 1 0 1
LEIRIA 0 0 1 1 1 1 0 1 4 0 0 0
LISBOA 2 1 2 2 2 0 0 2 3 1 0 0
PORTALEGRE 0 0 0 0 1 4 3 2 2 0 0 0
SANTARÉM 0 1 1 1 2 1 3 3 5 0 0 2
TOTAL HORÁRIO 3 2 6 4 6 7 9 11 14 2 0 3
Quadro n.º 2: Registo de ocorrências por Distrito (6 Distritos) no dia 17 de junho a partir das 12H00. Fonte SADO/ANPC
Da análise das tabelas supra (Tabela 1: Listagem de pedidos de ajuda que não foram
respondidos, ou não tiveram resposta imediata, por falha de comunicação e danos
resultantes; Tabela 2: Listagem de pedidos de ajuda que não foram respondidos, ou não
tiveram resposta imediata, por falta de meios operacionais), constata-se que os pedidos
de socorro conhecidos foram respondidos, sendo as vítimas socorridas logo que para tal
houve condições de acesso às mesmas. A eficiência e rapidez da resposta foi
condicionada pela simultaneidade do número de incêndios registados nos Distritos
envolventes, atrás referenciados, pelo número e disseminação de aglomerados
populacionais afetados, que obrigaram a dispersar o dispositivo, ainda pela velocidade
de propagação extrema do incêndio e pelas dificuldades sentidas nas comunicações.
Questão 5:
Porque tardou a requisição da cozinha móvel das Forças Armadas? E como foi
assegurado até então o apoio alimentar aos operacionais?
A requisição da cozinha móvel das Forças Armadas não foi tardia. Tendo em conta o
princípio da subsidiariedade em Proteção Civil e de acordo com o estabelecido na DON
24
n.º 2 – DECIF 2017, que importa ter em consideração, dado que é este documento que
define a estratégia e as orientações a prosseguir no capítulo da logística, entre outros.
Não há nenhum registo de qualquer falência, ou mesmo dificuldade no fornecimento de
alimentação, pelo que não se encontram argumentos que fundamentem a mobilização
antecipada da cozinha móvel das Forças Armadas.
A requisição da cozinha móvel das Forças Armadas foi efetuada no momento
considerado oportuno, designadamente quando o número de operacionais no terreno
aumentou e poderia pôr em risco a capacidade de apoio logístico a nível de
fornecimento de alimentação instalada nas áreas afetadas através dos canais habituais
(a cargo dos CB e Serviços Municipais de Proteção Civil das áreas afetadas). Esta
perspetiva é corroborada pelo fato de, em momento algum, ter havido quebras no
fornecimento de refeições (desde pequeno almoço, almoço e jantar, a disponibilização
de 2 reforços diários), sendo a mesma fornecida através dos Corpos de Bombeiros de
Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, utilizando capacidade
própria ou capacidade local instalada (restaurantes locais), de acordo com a doutrina
instituída no âmbito da Diretiva operacional (DON n.º 2 DECIF) e da respetiva Diretiva
Financeira.
Salienta-se que todos os intervenientes (Nacionais e Internacionais) na ocorrência
referiram que a logística respondeu sempre de acordo com as necessidades
operacionais.
Questão 6:
Porque não foi tomada mais cedo a decisão de evacuação das populações?
De acordo com o plano municipal de emergência de proteção civil de Pedrogão Grande
de 2010 (aprovado em 3 de maio de 2011 e revisto em 3 de maio de 2012), que foi
ativado, “(…) a competência para a proposta de evacuação é da responsabilidade do
25
Comandante Operacional Municipal, estando sujeita a validação pelo diretor do Plano.
Compete à GNR a tarefa de evacuar e orientar a movimentação das populações em áreas
afetadas por sinistro, quer seja de áreas, de localidades ou de edificações.
Compete também à GNR, após a identificação das zonas de sinistro e de apoio,
reencaminhar o tráfego rodoviário em redor do teatro de operações, de modo a não
interferir com a movimentação das populações a evacuar, nem com a mobilidade das
forças de intervenção.
(…) O regresso das populações às áreas anteriormente evacuadas deve ser controlado
pela GNR, tendo em vista a manutenção das condições de tráfego.”
Não obstante, de referir que na fase inicial do incêndio a estratégia de combate definida
pelo Comandante das Operações de Socorro foi a defesa perimétrica das habitações,
não tendo verificado a necessidade de evacuação. Numa fase subsequente, com o
aumento do comportamento extremo do incêndio, com várias projeções em
simultâneo, associado às correntes convectivas, aquela opção estratégica revelou-se
insuficiente e insegura.
Nos casos em que se aconselhava a evacuação de populações, a decisão foi tomada logo
que se verificou o perigo para o aglomerado populacional. Este desiderato nem sempre
foi possível alcançar no tempo desejável devido à dispersão de meios e ao
comportamento extremo do incêndio que acabou por inviabilizar vários acessos,
impedido a progressão no terreno e criando constrangimentos sérios de segurança aos
operacionais.
Apesar do exposto, constatou-se que a manobra de evacuação nem sempre foi a mais
adequada ou a mais recomendável. No âmbito dos vários pedidos de ajuda dirigidos em
particular ao CDOS de Leiria, garantiu-se o aconselhamento à população,
especificamente através de diretrizes tendentes à permanência e proteção dentro das
habitações, sendo certo que nas situações em que este conselho foi seguido, não se
registaram vítimas graves/mortais.
26
Exemplo do descrito é a situação reportada na fita do tempo no dia 17 de junho pelas
21:56, onde o CDOS de Leiria informou um cidadão dos cuidados a ter até à chegada de
meios de combate/socorro, designadamente que se deveria abrigar no interior da
habitação e colocar toalhas molhadas junto a portas. O mesmo acatou as indicações
encontrando-se atualmente, juntamente com a família a recuperar de ferimentos
ligeiros resultantes da deslocação para a sua habitação antes da chamada telefónica
para o 112.
Questão 7:
A inoperacionalidade das comunicações (rádio e móvel) e a inexistência de meios de
intervenção operacional de combate ao incêndio terrestres para respostas imediatas
e pontuais, a par de meios de transporte coletivo de passageiros
As dificuldades de comunicações que foram sendo sentidas de forma gradual ao longo
de toda a fase mais crítica da operação, comprometeram o Comando e Controlo da
mesma, com impacto direto na resposta e com especial incidência na transmissão dos
pedidos de socorro que foram sendo recebidos via 112 no CDOS de Leiria e que nem
sempre foi possível transmitir ao PCO e deste para o TO nos tempos desejáveis.
Relativamente aos meios de intervenção operacional de combate ao incêndio terrestres
para respostas imediatas e pontuais, não obstante do que foi já referido sobre as
caraterísticas e envolvimento desta ocorrência no âmbito global, importa clarificar que
tal não se verificou.
Quanto aos meios de transporte coletivo de passageiros, importa referir que tal
necessidade não se fez sentir. Contudo remete-se esta questão para o foro do plano
municipal de emergência de proteção civil de Pedrogão Grande de 2010 (aprovado em
3 de maio de 2011 e revisto em 3 de maio de 2012), que foi ativado.
27
Questão 8:
Encontram-se registados diversos pedidos de socorro e auxilio de populares, dirigidos
ao 112, CDOS de Leiria, Coimbra e Porto, e CODU, das localidades mais afetadas e onde
se verificaram vitimas mortais, feridos e desaparecidos, que, por inexistência de
comunicações entre aquelas e o Posto de Comando Operacional, e entre este e as
Forças operacionais no terreno ou de não disponibilidade de forças operacionais no
terreno, não obtiveram qualquer resposta, ou esta não foi atempadamente prestada
Todos os pedidos de socorro efetuados via 112 ou 117 foram registados na “Fita de
Tempo” da ocorrência e, sempre que possível, simultaneamente informado o Posto de
Comando Operacional (PCO). Quando não era possível contato simultâneo com o PCO,
essa indicação foi igualmente registada na referida fita de tempo.
Não obstante em alguns momentos se sentir algumas falhas nas redes GSM e/ou SIRESP
e a rede de dados ter quebras, o CDOS de Leiria nunca deixou de transmitir a informação
ao PCO, quer através dos telefones do veículo de comunicações no local (VOPE03 do
CBV Peniche), quer através dos Operadores ou Comandantes no Posto de Comando.
Quando os operadores conseguiam estabelecer contato por GSM ou SIRESP com o PCO,
estes eram informados de todos os pedidos de socorro pendentes. Este foi um método
de comunicação operacionalizado nesta fase de exceção, permitindo assim o registo dos
pedidos de socorro.
Relativamente à disponibilidade de forças operacionais no terreno e resposta dada às
várias solicitações remete-se para análise à Tabela 1 (Listagem de pedidos de ajuda que
não foram respondidos, ou não tiveram resposta imediata, por falha de comunicação e
danos resultantes) e Tabela 2 (Listagem de pedidos de ajuda que não foram respondidos,
ou não tiveram resposta imediata, por falta de meios operacionais).
28
Questão 9:
Estando o incêndio incontrolável, porque é que a opção não foi começar de imediato
a evacuar as localidades mais perto da frente/frentes de incendio?
A estratégia prosseguida no combate a este incêndio, como em qualquer outro, foi a
delineada em conformidade com a DON n.º 2 - DECIF. Foi garantido o ataque inicial (ATI)
com 75 operacionais, 22 veículos e um helicóptero ligeiro. Foi inclusivamente
antecipado o tempo do ataque ampliado (ATA), que tecnicamente começa após os
primeiros 90 minutos de intervenção. Não obstante o dispositivo de combate a
incêndios florestais se encontrar na fase Bravo, às 16H43 já estavam acionados 167
operacionais, 48 veículos e 2 meios aéreos e às 17H43 (3 horas após o alerta) 248
operacionais e 75 veículos. Às 24H00 do dia 17 de junho estavam acionados 718
operacionais e 243 veículos.
Face ao que antecede, pode-se concluir que se utilizou uma estratégia ofensiva e
musculada desde os primeiros minutos, com a clara intenção de controlar a situação.
O pedido de ajuda internacional, quer através dos acordos bilaterais, quer através do
mecanismo europeu (de meios aéreos e terrestres), foi um dos mais rápidos registados
até então, tendo sido efetuado pelas 04H00 do dia 18 de junho.
Relativamente à ação de evacuação das populações remete-se para o esclarecido
anteriormente designadamente para a resposta à questão: “Porque não foi tomada mais
cedo a decisão de evacuação das populações?” e ao plano municipal de emergência de
proteção civil de Pedrogão Grande de 2010 (aprovado em 3 de maio de 2011 e revisto
em 3 de maio de 2012), que foi ativado.
29
Além das respostas produzidas às questões colocadas, não se pode deixar de analisar o
documento apresentado no seu todo, uma vez que há notas ao relatório da ANPC que
merecem ser clarificadas. Assim:
Quando é referido na análise produzida que: “As condições meteorológicas têm
uma grande influência na vulnerabilidade ou sensibilidade de um incêndio
florestal…” [sublinhado nosso] considera-se que os termos sublinhados,
tratando-se de um documento que pretende ser técnico, consubstanciam um
indicador de fraqueza ou enfraquecimento, o que não se aplica ao incêndio em
análise.
Apesar de não ser referido na análise efetuada, a prevenção estrutural (ou
melhor, a falta dela) é pouco valorizada, quando na realidade este é o fator mais
determinante para justificar muito do que aconteceu.
É referido na análise que “numa reunião entre o COS e os autarcas de Pedrogão
Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, foi por estes expressa a
deficiente coordenação da alocação, articulação e funcionamento, dos recursos
humanos e materiais em sede de apoio social e psicológico, assim como das
autoridades locais de saúde relativamente à atividade sanitária e cuidados
médicos”. Acerca deste aspeto é importante referir que, quando estão ativados
os Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil ou Planos Distritais de
Emergência de Proteção Civil, como foi o caso, a gestão de meios e recursos de
apoio social ou psicológico é da competência das respetivas Comissões de
Proteção Civil e não do Comandante das Operações de Socorro.
A análise refere ainda um “esbatimento entre os níveis estratégico, operacional
e tático”. Importa referir que os níveis em que se desenvolvem as operações de
proteção e socorro, nomeadamente o combate a incêndios florestais, estão
definidos no Sistema de Gestão de Operações (SGO) e não se enquadram com as
referências efetuadas na referida análise, por naquela se confundirem os
conceitos do nível de decisão política com o nível de gestão operacional.