Incentivos de Longo Prazo Felipe Rebelli Towers Perrin 25 de maio de 2000.

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Incentivos de Longo Prazo Felipe Rebelli Towers Perrin 25 de maio de 2000 ILP Rem . Variável Sal.Base Benefícios

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Incentivos de Longo Prazo

Felipe RebelliTowers Perrin

25 de maio de 2000

ILP

Rem. Variável

Sal. Base

Benefícios

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Agenda

Página

Antecedentes 3

Objetivos 6

Modelos 7

Stock Options 13

Quantificação 18

Mercado 22

Implementação 25

Conclusões 26

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Antecedentes

Os programas de incentivos de longo prazo são uma prática amplamente difundida nos Estados Unidos (99% das Fortune 500) e em alguns países da Europa, e que vem crescendo rapidamente no Brasil.

Alguns aspectos impediram uma maior difusão desta prática localmente:

inflação

cultura de curto prazo

mercado acionário concentrado e volátil

carência de legislação específica

economia fechada

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Antecedentes (cont.)

Porém a abertura e estabilização da economia brasileira criaram um ambiente favorável a implementação destes programas de remuneração: eliminação das barreiras históricas desequilíbrio entre a oferta e a demanda por

executivos qualificados no mercado brasileiro globalização da busca por talentos influência dos investidores institucionais

Este cenário obriga as empresas a reforçarem suas políticas de atração e retenção, especialmente na área de remuneração.

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Antecedentes (cont.)

Evolução da composição da remuneração do presidente de uma empresa no Brasil e nos EUA.

37%

24%

31%

8%

EUA

5 anos atrás Atualmente

27%

23%

43%

7%

Brasil

46%

19%

22%

13%

Salário Base Bônus Incentivos de Longo Prazo Benefícios

54%

19%

14%

13%

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Objetivos

Atrair, reter e motivar executivos.

Relacionar interesses dos executivos aos dos acionistas.

Criar comportamento e visão de longo prazo nos executivos.

Estimular o sentimento de propriedade e comprometimento.

Acompanhar a prática de mercado.

Premiar o desempenho.

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Modelos

Os diferentes modelos de incentivos de longo prazo podem ser divididos em dois grandes grupos: baseados em ações ou não.

Os modelos mais comuns são: opções de compra de ações (stock options)

ações restritas (restricted stocks)

ações fantasma (phantom stocks)

unidades de desempenho (performance units)

O modelo stock options será abordado com maior detalhe.

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Modelos Opções de Ações (Stock Options)

É o direito (e não a obrigação) de comprar lotes de ações da empresa por um preço fixo (preço de exercício) durante um prazo determinado (termo da opção).

Normalmente regras são definidas para: preço de exercício termo da opção prazo de carência (vesting) número de ações na opção freqüência de ofertas

O ganho potencial resulta da diferença entre o preço de exercício e o valor de mercado da ação (spread) e posteriormente a valorização.

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ModelosAções Restritas (Restricted Stocks)

Consiste na concessão de ações da empresa (normalmente sem custo, ou a valores reduzidos), às quais se aplicam restrições no uso.

As restrições normalmente são definidas em um prazo de carência para a alienação das ações, mas podem também ser baseadas em uma valorização mínima das mesmas.

Os ganhos são equivalentes ao valor das ações oferecidas e à posterior valorização.

Os participantes do programa normalmente têm direito a dividendos.

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Modelos Ações Fantasma (Phantom Stocks)

Corresponde ao pagamento do valor equivalente à valorização de um lote de ações após um prazo determinado (vesting).

O termo “fantasma” é utilizado pois o participante não chega a se tornar proprietário das ações.

Na maioria dos casos é utilizado por empresas que não desejam diluir seu capital.

Em empresas de capital fechado o preço da ação pode ser baseado no valor patrimonial ou valor econômico da empresa (normalmente calculado por uma instituição independente).

Em empresas de capital aberto este modelo é também conhecido por Stock Appreciation Rights (SAR).

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ModelosUnidades de Desempenho (Performance Units)

Unidades, simulando ações, são criadas, bem como uma metodologia para o cálculo de seu valor.

As unidades de valor (UV) são concedidas a cada participante, conforme critérios estabelecidos (ex.: mercado, desempenho).

Anualmente o valor das unidades é ajustado de acordo com indicadores financeiros de desempenho para a empresa.

Após terminado um período de carência (vesting), o participante pode optar por converter suas UV, em dinheiro.

Normalmente aplicado em empresas de capital fechado.

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ModelosOutros

Ações por Desempenho (Performance Stocks): o participante ganha um lote de ações após atingido um nível mínimo de valorização das mesmas.

Opções de Ações Indexadas (Indexed Stock Options): similar ao conceito Stock Options porém o preço de exercício da opção é indexado a algum parâmetro (ex.: Ibovespa, CDI, etc.).

Existem diversas combinações entre os modelos anteriores, por exemplo: opções de ações por desempenho (Performance Stock Options), ações fantasma restritas (Phantom Restricted Stocks), etc.

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Stock Options

Recordando, consiste no direito de comprar lotes de ações por um preço fixo dentro de um prazo determinado. A seguir uma descrição dos principais parâmetros de desenho.

Preço de exercício: preço pelo qual o participante tem o direito de exercer suas opções (comprar as ações). Normalmente consiste no preço de mercado da ação na data de concessão da opção. Algumas empresas estabelecem um desconto ou um prêmio sobre o valor de mercado. No Brasil é comum definir o preço como sendo a média mensal anterior ao dia da concessão, para reduzir o impacto de variações fortes na cotação. Também é comum indexar o preço de exercício a algum índice de inflação.

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Stock Options (cont.)

Prazo de carência (vesting): regras ou condições para o exercício das opções. Normalmente é definido em número de anos de serviço, tipicamente de três a quatro anos. Caso o participante deixe a empresa antes deste prazo, perde todos os direitos. Em caso de desligamento, a prática varia conforme a situação.

Termo da opção: prazo máximo para o exercício da opção, tipicamente variando de 7 a 10 anos.

Freqüência de ofertas: periodicidade na qual as opções serão oferecidas. Normalmente anuais, gerando a interpolação de programas, e consequentemente reforçando a retenção.

Nível de concessão: número de ações na opção, definido com base em uma expectativa de premiação ao participante.

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Stock Options - Exemplo (cont.)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

anos

Período de Carência Período de Exercício

Momento da

ConcessãoExercícioVesting Venda

Fim da Opção

}Ganho

“in the money”

“under water”

R$

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Stock Options - Exemplo (cont.)

Concessão

Primeiro Ciclo

Segundo Ciclo

Terceiro Ciclo

Concessão

Concessão

33% 66% 100%

33% 66% 100%

33% 66% 100%

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7

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Stock Options (cont.)

Os programas de opção de compra de ações (stock options) apresentam vantagens e desvantagens com relação aos demais modelos.

As vantagens seriam: o participante somente ganha se o acionista também

ganha elimina o risco do participante aspectos tributários, trabalhistas e contábeis menor impacto no fluxo de caixa da empresa

Por outro lado as desvantagens: a valorização da ação pode não refletir o desempenho da

empresa diluição do capital pode gerar manipulações na gestão requer investimento do participante

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Quantificação

Existem duas abordagens para quantificação dos incentivos de longo prazo: Valor de concessão (“grant value”) que representa o

valor de mercado da premiação. Este valor é calculado com base no número de ações concedidas multiplicadas pelo preço da ação na data de concessão. Este cálculo é usado para os modelos como ações restritas, ações fantasmas, etc.

Valor esperado da premiação (“expected value”) que representa o valor da oportunidade oferecida ao participante e não necessariamente o ganho realizado. É o valor presente dos ganhos futuros esperados, e é usado para modelos como opções de ações. A quantificação pode ser feita com várias metodologias, sendo que as mais comuns são o modelo Black-Scholes e a metodologia do crescimento do valor da ação (“growth model”).

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QuantificaçãoMetodologia Black-Scholes

O valor calculado de uma opção pelo modelo Black-Scholes é determinado pelos seguintes fatores: valor de mercado e valor de exercício da ação: quanto

maior a diferença, maior o valor da opção taxa de juros sem risco: quanto maior a taxa, maior o

valor da opção termo da opção: quanto maior o termo, maior o valor

da opção dividendos: quanto mais alto o nível de dividendos

distribuídos, menor o valor da opção volatilidade da ação: quanto maior a volatilidade,

maior o valor da opção

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QuantificaçãoMetodologia Black-Scholes (cont.)

A volatilidade esperada e o pagamento esperado de dividendos são estimados utilizando-se dados históricos de 3 anos.

A taxa de juros sem risco é tipicamente estimada avaliando-se o rendimento de títulos do governo, e portanto, supostamente, sem risco. Estes títulos são emitidos com um termo correspondente ao termo da opção.

Além destes parâmetros, o modelo é ajustado com base no período de carência da opção, que representa o risco de perda do direito a exercer devido ao desligamento do funcionário. A taxa é estimada a 3% ao ano.

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Quantificação A fórmula do modelo Black-Scholes (cont.)

O valor da opção é calculado pela seguinte fórmula:

Pt = Preço de mercado da ação na data de concessão Po = Preço de exercício N = Função normal de densidade cumulada v = Volatilidade t = Termo da opção r = Taxa de juros sem risco

tr'ot t v-X P - X P VA e

r1ln r' ; tv

t2vr'PPln

onde2

ot

X

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Mercado

Aproximadamente 60% das empresas de médio e grande porte existentes no banco de dados de remuneração da Towers Perrin possui algum plano de incentivos de longo prazo.

A maioria destas empresas é de capital estrangeiro (multinacionais), que estendem aos executivos no Brasil a participação nos planos da casa matriz.

Metade das empresas que oferece este tipo de programa inclui os níveis de gerência de primeira linha e acima. Algumas empresas já incluem níveis não executivos, especialmente no setor de alta tecnologia.

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Mercado (cont.)

A maioria destas empresas (aproximadamente 85%) adota o conceito de opções de ações (stock options), com as seguintes características:

Preço de Exercício Preço de mercado da ação na data de concessão daopção, sem desconto, corrigido por taxa de câmbio ouinflação.

Termo da Opção Entre cinco e dez anos, sendo dez anos o mais comum.

Prazo de Carência(“Vesting”)

Tipicamente baseado em anos de serviço após aconcessão da opção, cumulativamente (por ex.: 33% dasações no primeiro ano, 66% no segundo e assim pordiante).

Freqüência Anual

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Mercado (cont.)

Apesar das informações sobre número de ações oferecidas serem limitadas, a estimativa varia de 5% a 20% (“start-ups”) do capital total da empresa, conforme o estágio da empresa.

A premiação potencial destes programas pode variar de 20% a 200% do salário base anual do participante, conforme o nível, e o setor.

O número de opções ou de ações outorgados por participante segue algumas diretrizes, tipicamente nível do cargo, mercado e desempenho individual.

Diversas empresas nacionais já implementaram seus programas. A maior parte destas empresas optou pelo modelo de opções de ações.

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Implementação

O desenho e a implementação destes programas devem levar em consideração diversos aspectos legais, tais como: comerciais/societários trabalhistas tributários

Também é importante a definição do tratamento contábil.

No Brasil ainda não há uma legislação específica a respeito do tema.

A definição de uma estratégia de comunicação tem importância fundamental para que o programa atinja seus objetivos.

A administração e manutenção do mesmo também requerem atenção especial.

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Conclusões

Os níveis de remuneração de executivos irão continuar a subir no mundo, e especialmente no Brasil: estabilidade e crescimento econômico setores aquecidos (telecomunicações, petróleo,

energia, internet) investimentos estrangeiros privatizações mercado global de recrutamento

O desenho dos programas de remuneração de executivos irão sofrer cada vez maior influência de investidores institucionais e das práticas mundiais.

Neste contexto o interesse por uso de programas de remuneração baseados em ações será cada vez maior.

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Conclusões (cont.)

Portanto as tendências são de aumento na prática de mercado em relação ao uso de programas de stock options, maior peso da importância destes programas na composição da remuneração total, e também extensão a níveis não executivos.