Incontinência urinaria
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Incontinência Urinária
APRESENTADOR: DR CARLOS FRANCO (MR2)ORIENTADORA: DRA ANA CARINA
Conceito
Definição da Internacional Urogynecological Association (IUGA) e da International Continence Society (ICS)
“a queixa de qualquer perda involuntária de urina”
Berek & Novak, 2014
Epidemiologia
A prevalência da IU é extremamente variável, dependendo da faixa etária e da população estudadas. Alguns trabalhos mostram que a prevalência, nas mulheres jovens, varia de 12% a 42%. Já em mulheres na pós-menopausa, a variação é de 17% a 55%.
O estudo EPICONT analisou 27.936 mulheres e observou que 25% apresentavam algum tipo de incontinência urinária, sendo que 7% destas mulheres se sentiam incomodadas por esta afecção a ponto de solicitarem algum tipo de tratamento.
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Prevalência de Cada Tipo de Distúrbio
IUE50%IUM
36%
URGENCIA11%
Outros3%
IUEIUMURGENCIAOutros
Hannestad YS, Rortveit G, Sandvik H, Hunskar S. A community-based epidemiological survey of female urinary incontinence: the Norwegian EPINCONT study. J Clin Epidemiol 2000; 53: 1150–1157.
Custos Para O Sistema de Saúde
O custo anual total do tratamento de pacientes com incontinência nos EUA é estimado em 11,2 bilhões de dólares na comunidade e em 5,2 bilhões de dólares em casas de repouso.
U.S. Department of Health and Human Services. Urinary incontinence in adults: acute and chronic management. In: U.S. Public Heaith Service. Agency for Health Care Policy and Research. No. 96- 0682. AHCPR Publications, 1996.
Fatores de Risco
Idade - 43% na faixa etária de 35 a 81 anos Parto vaginal associado a trauma do assoalho pélvico (lesão nervosa) Fatores hereditários – 2,6x mais comum com HF+ Raca – prevalência maior nas brancas comparadas com negras Menopausa Obesidade Doencas crônicas – DPOC / HAS usando IECA tose crônica / DM – deterioração da
inervação + aumento do volume urinário / Doenças SNC / ICC (noctúria)
HIGA, Rosângela; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes; REIS, Maria José dos. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 42, n. 1, p. 187-192, Mar. 2008 .
Fatores de Risco
Obstipacão Tabagismo – tosse crônica e efeito antiestrogênico no tecido Consumo de cafeina Exercicios intensos na região abdominal – Prevalência maior entre as ginastas Analgesia de parto – Prolonga parto aumentando risco? Relaxa musculatura reduzindo
risco? Cirurgias Ginecológicas Prévias – técnica HVT / lesão de estrutura / fístulas
HIGA, Rosângela; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes; REIS, Maria José dos. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 42, n. 1, p. 187-192, Mar. 2008 .
Anatomia da Bexiga
Netter's Obstetrics and Gynecology, 2e
Anatomia do Assoalho Pélvico
Netter's Obstetrics and Gynecology, 2e
Anatomia do Assoalho Pélvico
- Fáscia endopélvica e ligamentos suspensores
Inervação da Bexiga
SN Autônomo
SN Somático
Simpático
Parassimpático
Armazenamento(relaxa detrusor e contrai
esfíncter)
Esvaziamento(contrai detrusor e relaxa esfíncter)
Ɑ
β
��
Nic
Controle do assoalho e esfíncter externo pelo nervo pudendo Berek & Novak, 2014
Fisiologia da Micção
Berek & Novak, 2014
1. Distensão da bexiga – ativa receptores estiramento – estímulos entram T10-L2
2. Arco reflexo – estímulos saem S2-S4 ativam parassimpático para esvaziamento
3. Porém o centro miccional da ponte fica inibindo o arco reflexo permanentemente
4. Apenas o córtex inibe o centro pontino e libera o arco reflexo para acontecer micção no momento oportuno
5. Relaxamento voluntário do assalho via pudendo
Mecanismo Normal de Continência
Depende de:
1. Integridade da anatomia (pelve muscular + fáscias + bexiga + uretra)2. Detrusor3. SNC íntegro
Berek & Novak, 2014
Tipos de Distúrbio
1. Incontinência urinária de esforcoa) Por hipermobilidade do colo vesical b) Por defeito esfincteriano intrínseco
2. Incontinência urinária de urgênciaa) Idiopática – 90%b) Síndrome da bexiga hiperativa – urgência miccional associado a polaciuria ou noctúriac) Hiperatividade detrusora – diagnóstico urodinâmico (50%)
3. Incontinência urinária mista4. Incontinência urinária funcional e transitória5. Incontinência urinária extrauretral (por fístulas, má formação)6. Incontinência por transbordamento7. Bexiga neurogênica – causada por lesão do SNC Berek & Novak, 2014
FisiopatolgiaIUE por Hipermobilidade de Colo Vesical
Perda do suporte → Hipermobilidade
Devido a:
Fraqueza da musculatura
ou
Ruptura de fáscia
Fáscia pubocervical rompida
Musculatura elevadora íntegra
+ Hipermotilidade do colo vesical
FisiopatologiaIU por Deficiência Esfincteriana Intrínseca
URETRA A B C A) Uretra normal, B) Uretra com lesão esfincteriana intrínseca e C) Uretra após cirurgia de Sling pubovaginal com
aponeurose, mostrando a compressão e o suporte uretral.
Uretra normal Lesão Uretral Sling com fascia de aponeurose Intrínseca Compressão e suporte uretral Selo mucoso Uretra permanece aberta Plexo submucoso Plexo submucoso Púbis atrofiado
Faixa do Sling
VAGINA
SCHORGE, John O., et al. Ginecologia de Williams. 2° edicão. Artmed, 2014
FisiopatologiaHiperatividade do Detrusor
SCHORGE, John O., et al. Ginecologia de Williams. 2° edicão. Artmed, 2014
Eventualmente a contração
involuntária do detrusor é
desencadeada por esforço
Diagnóstico da Incontinência Urinária
Dados da anamnese:
Idade / Paridade / Tipos de parto / Qualidade da assistência ao parto Tempo e evolução da queixa (iniciou antes ou após a menopausa) Circunstância:1. Associado a esforço físico (progressivamente menor)2. Imperiosidade (perdas com vontade urgente de urinar)3. Imperiosidade desencadeada pelo esforço4. Perda contínua sem a sensação de vontade de urinar (fístulas, lesões)
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Diagnóstico da Incontinência Urinária
Dados da anamnese:
Sinal de desordem subjacente?1. Aumento da frequência / dor baixo ventre / disúria / hematúria (ITU? Cistite intersticial?) Medicamentos usados:1. Benzodiazepinicos: confusão e IU secundária2. Diuréticos: polaciúria e urgência3. Bloqueadores de canal de cálcio: alteração da contratilidade do detrusor4. IECA: tosse crônica e elevação da pressão abdominal
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Diagnóstico da Incontinência Urinária
Dados da anamnese:
Quantidade total de líquido ingerido Etilismo / Tabagismo / Cafeína / Bebidas gaseificadas / Pimenta / Chocolate / Cítricos Deficiências cognitivas / visuais / motoras Sinais de distúrbios neurológicos: Parkinson, AVC, TRM, etc Fatores para aumento de pressão abdominal ou maior produção de urina1. Tosse crônica / por uso de IECA / Obesidade / Exercícios / DM
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Diagnóstico da Incontinência Urinária
Exame Físico – Inspeção de genitália e períneo:
Inspeção do trofismo genital (procurar sinais de hipoestrogenismo) Lesões anatômicas evidentes, presença de cicatrizes Presença de distopias genitais (podem associar-se com dificuldade de esvaziamento
completo – necessidade de manobras para esvaziar) Presença de abaulamentos suburetrais (divertículos uretrais) Manobra de Valsalva Avaliação do tônus da musculatura
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Diagnóstico da Incontinência Urinária
Exame físico – avaliação neurológica básica (identificar lesão SNC):
Reflexo pudendo-anal:Via aferente- ramo clitoriano do nervo pudendoVia eferente- ramo hemorroidário do nervo inferior do pudendo
Reflexo anocutâneo
Reflexos integrados na medula entre S2 e S4
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares Diário Miccional
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares
Teste da Perda Urinária (Bladder Stress Test):
Com a bexiga parcialmente cheia ou após a instilação de 200 a 300ml de soro na bexiga, realiza-se manobras de esforço e observa se ocorre perda urinária e se a perda urinária cessa após o esforço.
A ausência de perda não descarta incontinência urinária.
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares
Q Tip Test (ou teste do cotonete): Cotonete embebido com gel anestesico é introduzido via uretral até a junção uretro-vesical. Inspeciona-se em repouso e durante esforço (valsalva)
Se a variação da angulação for maior que 30º, é sinal de existe hipermotilidade provavelmente por falha no suporte anatômico da uretra
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares
Teste de Booney (teste de elevacão do colo vesical):
Consiste na elevação das estruturas peri-uretrais através da vagina, e na repetição da tosse ou esforço abdominal. Se esta manobra eliminar as perdas urinárias ele é positivo.
Provavelmente a incontinência dever-se-á à hipermobilidade uretral e a doente poderá ser uma candidata à colocação de uma fita sub-uretral. GOODE, P., et al. "Initial Assessment of
Incontinence."
Exames Complementares
Uretrocistografia Miccional com Correntinha:
AUVP< 1100
CLASSIFICAÇÃO GREEN (1962):- TIPO I: AIU: Conservado (< 45º ) AUVP: > 110º
- TIPO II: AIU: > 45º AUVP: > 110º
- ANGULO DE INCLINAÇÃO URETRAL (AIU): < 45º - ANGULO URETROVESICAL POSTERIOR (AUVP): < 110º
AIU < 45º
“Com o tempo, se percebeu que a medida desses ângulos era inútil para caracterizar o tipo de IUE,
como também não servia para a escolha da via de acesso para tratamento cirúrgico, sendo
gradativamente abandonada”
GIRAO, Manoel João Batista Castello. Ultra-sonografia em uroginecologia. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro , v. 28, n. 11, p. 631-632, Nov. 2006 .
Exames Complementares
Pad Test (ou teste do absorvente):
A paciente usa absorventes, que são previamente pesados, por 24 a 48 horas, mantendo suas atividades habituais.
O teste é considerado positivo se a diferença entre a pesagem inicial e final for igual ou maior a 4 gramas.
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares
Urina tipo I e Urocultura: exame inicial afastar ITU
Outros exames menos utilizados:1. USG de colo vesical: mobilidade do colo maior que 10 mm em relação à sínfise
púbica pode significar hipermotilidade (discutivel)2. USG vesical com avaliacão de residuo pós miccional3. Cistouretroscopia: apenas quando suspeita de divertículos e cistite intersticial4. Tomografia Computadorizada
GOODE, P., et al. "Initial Assessment of Incontinence."
Exames Complementares
Estudo Urodinâmico (PADRÃO OURO NA INVESTIGAÇÃO DE IU)
Medições objetivas da função vesical são combinadas com exames cistométricos
Indicações:1. Falha do tratamento conservador2. Avaliação pré-cirúrgica (definir o tratamento cirúrgico mais adequado)3. Sintomas e achados de exame físico inconclusivos4. Suspeita de bexiga neurogênica Contra-indicações:1. ITU Netter's Obstetrics and
Gynecology, 2e
Estudo Urodinâmico
UROFLUXOMETRIA+
(vídeo)CISTOMETRIA +
ESTUDO FLUXO-PRESSÃO
FASE DE ENCHIMENTO
X
FASE DE MICÇÃO
Urofluxometria
Carlos Alberto Ricetto Sacomani “Urologia Fundamental”, Capitulo 26
Pacientes que tem fluxo ruim podem reter urina após cirurgia de colocação de sling
Cistometria(Técnica)
1. Duas sondas uretrais (enchimento vesical e pressão vesical)
2. Sonda vaginal ou retal ou em colostomia (pressão abdominal)
3. Pressão Detrusora = Pressão Abdominal – Pressão Vesical
4. Eletromiografia pode adicionar dados do assoalho pélvico e da uretra (avaliar sinergismo)
Netter's Obstetrics and Gynecology, 2e
Cistometri
a(Resultad
o)
Pressão Vesical
Pressão Abdome
Pressão Detrusor
Curva de Fluxo
PPE = 50
Abdome não contrai
Diagnóstico Urodinâmico
É possível medir a pressão de perda ao esforço (PPE) olhando onde estava a pressão no momento da perda involuntária
Permite definir a etilogia da IUE?
PPE < 60 mmH2O = defeito esfinteriano intrísecoPPE > 90 mmH2O = hipermotilidade vesical
McGuire EJ, Cespedes RD, O’Connell HE. Leak-point pres- sures. Urol Clin North Am. 1996;23(2):253-62
Estudo Fluxo/Pressão
Ao fim do exame, quando a paciente estiver com bexiga cheia, pede-se para que ela urine
Observamos o padrão do fluxo de miccão comparando com a pressão vesical e abdominal
Padrão Normal: A mulher normalmente não realiza esforco na miccão apenas relaxa o assoalho
No exame: não deve existir prensa abdominal durante a micção e a EMG deve demonstrar relaxamento do esfíncter sincronizado
Tratamento Clínico Não Farmacológico
1. Terapia Comportamental (nivel A de evidência)OBJETIVO: ” promover mudanças nos hábitos da paciente e que influenciam os sintomas das disfunções do assoalho pélvico”
Diminuir ingesta hidrica + o treinamento vesical + educacão sobre o trato urinário inferior1. Diminuir 25% da ingesta e antes de deitar-se, eliminar caféína / gaseificados / citrinos2. Treinamento com micções programadas com intervalos progressivamente maiores
“As taxas de sucesso são de aproximadamente 80% em curto prazo”, mais efetiva para bexiga hiperativa
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Não Farmacológico
2. Fisioterapia de assoalho pélvico (Nivel A de evidência)OBJETIVO: Fortalecer musculatura do assoalho.
Técnicas de fisioterapiao TMAP com biofeedback – dar a noção sobre qual músculo contrairo Eletroestimulação - no tibial posterior que tem a mesma inervação de S2-S4 para
dessensibilizaro Cones vaginais
Cura e melhora subjetivas variam entre 56 e 70%, com a inclusão de grupos com IUE e IU mista. Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal,
FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
1. Terapia estrogênica OBJETIVO: manter pressão uretral maior que vesical.
Presenca de receptores hormonais no trato urinário baixo e na musculatura pélvica
1º estudo: A primeira revisão sistemática sobre o tema incluiu 15 trabalhos, 374 mulheres receberam estrogênio e 344 receberam placebo. Os autores concluíram que os estrogênios eram efetivos no tratamento da UI, especialmente na urgência.
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
1. Terapia estrogênicaEstudos HERS e WHI apresentaram resultados conflitantes: Conheceu-se o risco da terapia hormonal
” Análise secundária do estudo HERS (Heart Estrogen/Progestin Replacement Study) avaliando 1525 pacientes concluiu que a associacão estro-progestativa aumentou a incidência de IU sugerindo efeito inverso ao desejado”
“No WHI acompanhou-se 27.347 mulheres. Neste estudo observou-se aumento na incidência de todos os tipos de IU nas usuárias de terapia hormonal e, após um ano, em pacientes previamente continentes. Entre as mulheres previamente incontinentes, a terapia hormonal piorou os sintomas” Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal,
FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
Criticas ao WHI e HERS
O estudo não foi conduzido especificamente para avaliação incontinência urinária, não usaram questionários validados
Analisou terapia oral para incontiência
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
Concluindo sobre uso de estrogênios:
Não benéfica em: 1. Incontinentes desde antes da menacme2. Distopias genitais importantes3. IU grave
Benéfica em:1. IUE que se inicia na pós-menopausa sem distopia genital
Estrogênios Tópicos:Eficácia comprovada
Menor risco
Terapia Oral:Não serve para incontinência
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
2. Inibidores seletivos de recaptacão de serotonina e adrenalinaAcão: aumento na pressão de resistência uretral, na pressão máxima de fechamento uretral e na espessura do esfíncter uretral estriado
Duloxetina demonstraram reducão em torno de 50-60% dos episódios de perda urinária.
69 % abandonaram tratamento, sendo 45% devido a náuseas e 24% delas por ineficácia, em 12 meses apenas 4% usavam a medicação
Aumento do risco de suicidio principalmente pacientes jovens (em desuso)
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
2. Inibidores da recaptacão de serotonina (nivel C de evidência) Acão: Relaxamento do detrusor e aumentam a pressão uretral
Imipramina e Amitriptilina
Baixa eficácia / Teste terapêutico
Tratamento Clínico Farmacológico
3. Anticolinérgicos ( antimuscarinicos )Primeira escolha para hiperatividade detrusor - nivel 1, recomendacão ARevisão metanálise que incluiu 83 estudos : maior reducão no número de episódios de incontinência, do número de miccões e dos episódios de urgência miccional comparado com placebo. Opcões de Fármacos (eficácia semelhante)1. Oxibutinina – mais barata, não seletiva, mais efeitos2. Tolterodina (rápida e lenta) – melhor tolerada, menos efeitos3. Solifenacin – melhor tolerada, menos efeitos4. Darifenacin - pouca penetração SNC5. Fesoterodina - melhor tolerada, menos efeitos6. Tróspium - pouca penetração SNC
Efeitos Colaterais:boca seca, obstipação, tontura,
confusão• melhora após 12m• aumento gradual dose• proibitivo em glaucoma de
ângulo fechado• proibitivo em arritmias
graves
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Clínico Farmacológico
4. β3 agonistas Acão: favorecem o relaxamento do músculo detrusor e aumentando a capacidade vesical, sem aumentar o volume residual Opcões:• MIRABEGROM 50 a 100mg 12 sem Contra-Indicacões: Efeitos edrenérgicos, aumenta a PA (HAS descontrolada)
Liberado pelo FDA 2012, apenas nos EUA e EuropaDisponível no Brasil de 2016, custo elevado. Usado nas contra-indicacões para anticolinergicos.
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Farmacológico Intravesical
Toxina botulinica (recomendacão A – entre os refratários) Acão: anticolinérgico Eficaz para bexiga hiperatividade detrusora (idiopática ou neurogênico) A aplicação é um procedimento minimamente invasivo, que pode ser realizado
ambulatorialmente Reducão dos episódios de urgência miccional (70% a 75%), urgeincontinência (42% a
87%), noctúria e freqüência urinária Efeito inicia em 7 dias da aplicação, tem pico após 30 dias e se mantém após repetidas
aplicações (por 6 a 9 meses) Colaterais: ITU, retencão urinária (detrusor arreflexo), obstipacão e incontinência
fecalManual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Neuromodulação Sacral
Implante de eletrodos na região sacral, vão inibir as vias do arco reflexo miccional por dessensibilização
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Cirúrgico - IUE
Via abdominal:1. Burch → vem sendo substituida pelos slings por via vaginal (alta morbidade)2. Marshall–Marchetti–Krantz → abandonada devido a osteites frequentes (alta morbidade)
Via Vaginal:1. Kelly Kenedy → resultados pobres, alta recidiva2. Slings de Uretra Média: → bons resultados e menos invasivos
a) Tensionfree Vaginal Tape (TVT) Retropúbico Transobturatório Mini-sling Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal,
FEBRASGO, 2015
Tratamento Cirúrgico – IUE(Via Abdominal)
Burch vs Marshall–Marchetti–Krantz
MMK = Fixação dos fundos de saco laterais da vagina na sínfise púbica (osteite)
Burch = Fixação dos fundos de saco laterais da vagina nos ligamentos de Cooper
Complicacões: sangramentos, infecções, lesões de bexiga e ureter, hematomas no espaço pré-vesical, obstrução de ureter, prolapso de parede, falha de tratamento
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Cirúrgico – IUE(Via Vaginal)
Kelly-Kennedy (ou colpoperineoplastia anterior)
Técnica: incisão na parede anterior abaixo do óstio uretral até próximo ao colo uterino, expondo fáscia pubocervical e reforçando-a com pontos
Alta recidiva
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Cirúrgico – IUE(Via Vaginal)
Sling Retropúbico vs Sling Transobturador
São colocadas com ajuda de agulhas especiais
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Retropúbico Transobturador
Retropúbico
Transobturador
Transobturador
Tratamento Cirúrgico – IUE(Via Vaginal)
Slings Transobturatórios (TOT)
• Taxa de cura 81 a 100%• Lesão uretral 0,02%• Lesão vesical 0,04%• Perfuração de parede vaginal
0,6%• Lesão neurológica 0,04%• Hemorragias/Hematomas 0,3%• Abcesso 0,05%• Erosão vaginal 0,4%• Retenção urinária 7%• Urgência miccional nova 13,9%• Dor na coxa 16%
Slings Retropúbicos (RP)
• Taxa de cura 74 a 95%• Lesão vesical 0,7 a 24%• Hemorragias/Hematomas 0,4 a 8%• Retenção urinária 1,9 a 19%• Lesão de nervo obturador• Infeção urinária (ITU) 4,1 a 13%• Erosão da parede vaginal• Formação de fístula vesicovaginal
Precisa de cistoscopia intraoperatóriaA agulha vai em direcão a bexiga, lesão
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento Cirúrgico – IUE(Via Vaginal)
Mini-Sling Menor injúria tecidual Menor risco de lesão visceral Metanálise que avaliou 11 estudos
comparativos de mini-slings x retropúbico x transobturador (1702 pacientes), não foram observadas diferencas signignificantes entre as taxas de cura
Pacientes com pressão de IUE com PPE alta
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Técnicas de Preenchimento – IUE/DEI
Preenchimento com colágeno bovino, gordura autóloga, carbono pirolitico e polidimethililoxane • IUE decorrente de DEI e ausência
de mobilidade uretral (efeito temporário)
• Indicado em situações onde houve falha do procedimento cirúrgico ou em mulheres que apresentem comorbidades que inviabiliza a realização da cirurgia
• Polydimethililoxane = observaram uma taxa de cura de 40 % acompanhada por uma taxa de melhora de 70 % em um seguimento de 18 mesesManual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal,
FEBRASGO, 2015
Tratamento HD – Mensagens FinaisFEBRASGO
1. Terapia compotamental + fisioterapia + anticolinérgicos são a primeira escolha2. Estrogênioterapia deve ser coadjuvante nas menopausadas com hiperatividade3. Na falha utiliza-se toxina botulínica (risco retenção) ou neuromodulação (risco dor) – o custo
é semelhante, alto, vai da experiência do serviço
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento IUE - Mensagens Finais FEBRASGO
1. Treinamento e fisioterapia devem ser primeira linha para IUE.2. Estrogenioterapia tópica deve ser usada nas menopausadas com IUE como coadjuvante.3. Slings RP e TOT são muito eficazes para IUE e os que tem mais evidências.4. Slings RP são indicados nas IUE com PPE < 60 mmH2O, nas recidivas e grandes obesas. Para
os outros casos, o TOT parece ser mais indicado.5. Slings RP têm mais perfuração vesical e retenção urinária (mais raro).6. Slings TOT podem complicar com dor na face interna da coxa (raro).7. Mini Slings parecem ser promissores, mas ainda faltam mais estudos.8. Agentes de preenchimento são medidas de exceção usadas nas pacientes com IUE/DEI sem
hipermotilidade que tenham grande risco cirúrgico.9. Duloxetina deve ser evitada
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Tratamento IUM – Mensagens FinaisFEBRASGO
1. Tratar primeiro o componente que mais incomoda, geralmente é o componente HD, então inicia com terapia comportamental + anticolinérgico
2. Se o componente que mais incomoda é IUE, pode ser indicado tratamento cirúrgico, mas a paciente deve estar ciente que a IU pode continuar mesmo após o procedimento pelo outro componente HD
Manual de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, FEBRASGO, 2015
Muito Obrigado Pela Atenção