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ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA (IDF): UMA ANÁLISE PARA AS MICRORREGIÕES E GRUPOS DEMOGRÁFICOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 1 Luiz Eduardo de Vasconcelos Rocha Professor Adjunto IV do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de São João del Rei – UFSJ [email protected] Roni Barbosa Moreira Graduando em Ciências Econômicas na UFSJ e bolsista PIBIC/FAPEMIG. [email protected] Gilnei Costa Santos Pós-graduando em Ciências Econômicas na UFV. [email protected] Resumo O trabalho, através da estimação do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), descreve o perfil sócio-econômico das Microrregiões e dos Grupos Demográficos do Estado de Minas Gerais nos anos de 1991 e 2000. Em síntese, o IDF e suas seis dimensões, com exceção para a ausência de vulnerabilidade, revelaram melhora no nível de bem-estar das famílias mineiras para todas as microrregiões e, também, para todos os grupos demográficos. Esse comportamento ocorreu, principalmente, devido aos aumentos nos indicadores das dimensões “fins”, tais como disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condições habitacionais. Enquanto as dimensões “meios”, acesso ao conhecimento e acesso ao trabalho, não apresentaram mudanças significativas no período. Palavras-chave: Índice de desenvolvimento da família, microrregiões mineiras, grupos demográficos. Sessão E 4 – Economia social: trabalho, educação e saúde em Minas Gerais. 1 O trabalho apresenta os resultados finais do Projeto de Pesquisa coordenado pelo primeiro autor e financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, Edital Universal 2006.

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ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA (IDF):UMA ANÁLISE PARA AS MICRORREGIÕES E GRUPOS DEMOGRÁFICOS DO

ESTADO DE MINAS GERAIS.1

Luiz Eduardo de Vasconcelos RochaProfessor Adjunto IV do Departamento de Ciências Econômicas

da Universidade Federal de São João del Rei – [email protected]

Roni Barbosa MoreiraGraduando em Ciências Econômicas na UFSJ e bolsista PIBIC/FAPEMIG.

[email protected]

Gilnei Costa SantosPós-graduando em Ciências Econômicas na UFV.

[email protected]

Resumo

O trabalho, através da estimação do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), descreve operfil sócio-econômico das Microrregiões e dos Grupos Demográficos do Estado de MinasGerais nos anos de 1991 e 2000. Em síntese, o IDF e suas seis dimensões, com exceção para aausência de vulnerabilidade, revelaram melhora no nível de bem-estar das famílias mineiraspara todas as microrregiões e, também, para todos os grupos demográficos. Essecomportamento ocorreu, principalmente, devido aos aumentos nos indicadores das dimensões“fins”, tais como disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condiçõeshabitacionais. Enquanto as dimensões “meios”, acesso ao conhecimento e acesso ao trabalho,não apresentaram mudanças significativas no período.

Palavras-chave: Índice de desenvolvimento da família, microrregiões mineiras, gruposdemográficos.

Sessão E 4 – Economia social: trabalho, educação e saúde em Minas Gerais.

1 O trabalho apresenta os resultados finais do Projeto de Pesquisa coordenado pelo primeiro autor e financiado pelaFundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, Edital Universal 2006.

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1. INTRODUÇÃO

A necessidade em quantificar o desenvolvimento das economias tem levado a uma profundadiscussão do seu significado e também ao aumento de novas pesquisas do tema, as quaisapresentam uma revolução qualitativa na abordagem e metodológica em sua mensuração. Ocaminho que o tema percorre vai da abordagem unidimensional, em que a renda monetária é avariável que determina o nível de desenvolvimento pessoal ou de uma região, até da abordagemmultidimensional que, além da renda, incorpora informações de domicílio, meio ambiente e sociais.

Dentro da abordagem multidimensional, destaca-se a análise das “capacitações” de Sen(2001), “que considera os relacionamentos existentes numa sociedade como “funcionamentos” epressupõe essencial analisar as capacitações dos indivíduos no tocante à participação em taisfuncionamentos”, os quais podem variar desde coisas elementares como estar nutridoadequadamente até realizações mais complexas, tais como ter respeito próprio, ser feliz e tomarparte na vida da comunidade. Agora, a capacidade para realizar funcionamentos depende de umconjunto de fatores, denominado de “conjunto capacitário”, representado por grupos sociais,partidos políticos, organizações não governamentais, grupos religiosos e, também, a família, que,reflete, no espaço de funcionamentos, a liberdade dos indivíduos escolherem vidas possíveis. Aparticipação dos indivíduos, neste caso, segundo Sen (2001), está condicionada à liberdade deescolha efetiva, o que depende da construção de sociedades com direitos sociais, civis e políticosem seu sentido pleno.

A família, unidade de análise que o presente trabalho utiliza para abordar o desenvolvimentohumano, representando importante espaço no “conjunto capacitário”, tem papel fundamental,principalmente na sociedade brasileira, na liberdade de escolhas e na possibilidade de acesso aimportantes atributos do desenvolvimento humano, tais como desempenho educacional, baixavulnerabilidade e acesso ao mercado de trabalho. Indivíduos que integram famílias bemestruturadas, em que os laços de convivência são pautados por melhores condições de vida, têmmaiores possibilidades de obter ganhos de bem estar em uma sociedade de mercado.

O trabalho, através da estimação do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), elaboradopor Barros et. al. (2003), tem como propósito descrever o perfil sócio-econômico das Microrregiõesdo Estado de Minas Gerais para os anos de 1991 e 2000. Além da agregação geográfica, o índice foicalculado também para grupos demográficos do Estado, tais como famílias compostas por crianças,idosos, negros e chefiadas por mulheres. A partir dos indicadores foi possível verificar as condiçõesde vida das famílias mineiras, revelando as maiores necessidades de políticas públicas específicas eidentificando os municípios e os grupos demográficos mais carentes e o que os diferem dos maisdesenvolvidos. Além dessa introdução, o trabalho foi composto de mais três seções. Na próxima,descreve-se de forma sucinta a metodologia do IDF; em seguida, apresentam-se os índices do IDF ede suas dimensões para as microrregiões do estado e para os grupos demográficos; e, no final, sãocomentadas as conclusões.2. METODOLOGIA

2.1. Composição do IDF.O IDF, segundo a metodologia desenvolvida por Barros et. Al. (2003), é composto por seis

dimensões, quais sejam, a) ausência de vulnerabilidade, b) acesso ao conhecimento, c) acesso aotrabalho, d) disponibilidade de recurso, e) desenvolvimento infantil e f) condições habitacionais.“Cada uma dessas dimensões representa, em parte, o acesso aos meios necessários para as famíliassatisfazerem suas necessidades e, em outra parte, a consecução de fins, ou seja, a satisfação efetivade tais necessidades”. O diagrama, descrito na Figura 1, demonstra a inter-relação entre essasdimensões, partindo daquelas mais relacionadas ao acesso a meios para concluir com as dimensõesmais relacionadas com as consecuções de fins.

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As dimensões se desdobram em 26 componentes, constituídos de 48 indicadores sócio-econômicos, descritos no Quadro 1. O IDF, a título de exemplo, é calculado como se cada famíliarespondesse sim ou não para cada um dos 48 indicadores. Cada sim é computado como algopositivo e aumenta a pontuação da família na direção de um maior nível de desenvolvimentohumano. O IDF, resultante desse questionário, pode variar entre zero (para aquelas famílias na piorsituação possível) e um (para as famílias na melhor situação possível).2

Figura 1 - Dimensões do IDF

Fonte: Barros et al. (2003).

Deve-se destacar que a metodologia de cálculo do IDF supera uma importante limitação deoutros indicadores compostos, entre eles o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que sãoestimados para representar o desenvolvimento apenas de áreas geográficas. O IDH do país, porexemplo, não pode ser obtido a partir da agregação das médias dos IDHs dos estados. Essa falta deagregabilidade decorre do fato de os vários indicadores adotados terem bases populacionaisdistintas e da não-linearidade existente na elaboração do índice, principalmente quando se utilizacomo parâmetro de disponibilidade de recursos a renda per capita. A metodologia proposta porBarros et. al. (2003) para estimar o Índice de Desenvolvimento da Família (IDF) veio sanar essagrave limitação dos índices sintéticos, qual seja, a falta de capacidade de estimar o dedesenvolvimento ou carência de cada família, permitindo obter o grau de desenvolvimento dequalquer grupo demográfico.

2 A escolha dos indicadores que compõem os índices sintéticos e os seus respectivos pesos não se trata de uma questãotécnica, mas sim do juízo de valor do pesquisador, que deve refletir, nesta perspectiva, as preferências da sociedade. Nopresente trabalho, optamos por utilizar a mesma composição do IDF calculado por Barros et al. (2003) porque: (1) osindicadores representam com bastante propriedade as dimensões do nível de vida da família brasileira e (2) permitiráuma análise comparativa do IDF do presente trabalho com o índice calculado pelos autores para as grandes regiões doBrasil.

Ausência devulnerabilidade

Conhecimento

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Desenvolvimentoinfantil

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É interessante observar que a forma de construção do IDF, denominada de indicadores emcascata, permite que, mesmo com os indicadores tendo igual peso, alguns tenham maiorparticipação no componente final. Por exemplo, na Dimensão Ausência de Vulnerabilidade ascrianças têm peso três vezes maior que os jovens. Isso porque, da forma como V3-V5 foramconstruídos, a presença de crianças é levada em consideração três vezes, ao passo que a de jovensapenas uma. Essa característica da composição do IDF ocorre também em outras dimensões.

2.2. Metodologia para o cálculo do IDF.O IDF, como já foi dito anteriormente, é um indicador que busca sintetizar, em um único

número, as informações de 6 dimensões, constituídas por 26 componentes e 48 indicadores sócio-econômicos. Na sua construção, optou-se por tratar todas as dimensões e seus componentes deforma simétrica, mais especificamente atribuindo o mesmo peso: a) a todos os indicadores de cadacomponente de uma dimensão; b) a todos os componentes de uma dimensão; c) a cada uma das seisdimensões que compõem o IDF. Desta forma, admitindo que cada indicador varia entre 0 e 1, oindicador sintético fica definido a partir dos indicadores básicos através da seguinte equação:

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Onde IJKB denota o i-ésimo indicador básico do j-ésimo componente da k-ésima dimensão,

Km o número de componentes da k-ésima dimensão, e JKn o número de indicadores do j-ésimocomponente da k-ésima dimensão. Rearranjando as termos da equação, o indicador pode serapresentado por:

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e, portanto, que:

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A equação acima demonstra que indicadores básicos de componentes distintos terminam,em geral, tendo pesos também distintos, na medida em que o número de indicadores porcomponentes e o número de componentes por dimensão não são homogêneos. Sendo assim, o pesode um indicador depende do componente e da dimensão a que pertence.

Implicitamente, pode-se obter indicadores sintéticos para cada um dos componentes de cadadimensão, JKS , assim como para cada uma das dimensões, KS , por meio de:

∑⎟⎟⎠

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e:

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Sendo assim, o indicador sintético de cada componente, JKS , é a média aritmética dosindicadores utilizados para representar esse componente. Da mesma forma, o indicador sintético decada dimensão, KS , é a média aritmética dos indicadores sintéticos dos seus componentes. Efinalmente, o indicador sintético global, S, é a média aritmética dos indicadores sintéticos das seisdimensões que o compõem.

2.3. Fonte de dados e deflator da renda.Os dados da pesquisa foram obtidos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

extraídos do Censo demográfico dos anos de 1991 e 2000. Na medida em que o Censo nãodisponibiliza em seus resultados finais as informações dos indicadores para cada família emseparado, torna-se necessário, para tanto, acessar os microdados da amostra. Esse procedimento,além da complexidade em manipular uma ampla base de dados, requer a utilização de pacotescomputacionais, no nosso caso o SPSS, para a obtenção dos dados agrupados da populaçãocompatíveis com a divisão proposta pela pesquisa.

Para comparação de valores monetários de diferentes períodos utilizou-se como deflator oINPC3 restrito (mesmo deflator adotado pelo IBGE nas divulgações da síntese de indicadores daPNAD). Com base nesse índice foi calculado o valor do salário mínimo real, para o períodoanalisado, equivalente ao salário mínimo de julho de 20004.3. ANALISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, foram descritos os indicadores do IDF para as 66 microrregiões do Estado deMinas Gerais. Para facilitar a análise utilizou-se o método de agrupamento (Cluster), verificando aexistência de grupos homogêneos entre as microrregiões, e a representação destes grupos emgráficos de radar (Biograma), facilitando a visualização de diferentes dinâmicas dedesenvolvimento. Posteriormente, foram apresentados os indicadores para os grupos demográficosvulneráveis, quais sejam, famílias com crianças, com idosos, negras e chefiadas por mulheres.

3.1. IDF das Microrregiões do Estado de Minas Gerais.A amostra de 25% dos microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 possibilitou,

respectivamente, a manipulação de dados da ordem de 487.758 e 650.625 famílias no Estado deMinas Gerais. Com a utilização do fator de expansão5 fornecido pelo IBGE, pôde-se trabalhar como universo das famílias do Estado, que correspondeu, em 1991, a 3.980.175 de famílias e, em 2000,a 5.099.966.

A Tabelas A.1, apresentada no anexo do trabalho, descreve os índices do IDF e de suas seisdimensões para o Estado de Minas Gerais e para as sessenta e seis microrregiões nos anos de 1991 e2000, e também a variação percentual dos indicadores no período. Para analisar o nível dedesenvolvimento das famílias, utilizou-se uma hierarquização semelhante ao do IDH. Neste caso,municípios com IDF acima de 0,80 seriam considerados com alto nível de desenvolvimento, entre0,50 e 0,79 com médio desenvolvimento e, finalmente, índices menores que 0,50, baixo nível dedesenvolvimento. A partir dessa caracterização, verifica-se que o Estado de Minas Gerais, apesar docrescimento de 10,6% do IDF entre 1991 e 2000, passando de 0,57 para 0,64, termina o períodocom nível médio de desenvolvimento. Em 1991, das sessenta e seis microrregiões nenhuma

3 Maiores detalhes podem ser obtidos em Corseuil e Foguel (2002), texto para discussão n° 897, IPEA.4 Salário mínimo em julho de 2000 = R$ 151,00.5 Refere-se ao valor da ponderação ou fator de expansão fornecido pelo IBGE associado a cada unidade amostral, paraobtenção de estimativas do universo. Informações sobre o cálculo poderão ser encontradas no manual dos censosdemográficos de 1991 e 2000.

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apresentou alto nível de desenvolvimento, cinqüenta e três tiveram nível médio e treze, a maiorialocalizada no norte do estado, apresentaram baixo desenvolvimento familiar. Já em 2000, oitomicrorregiões que tinham baixo nível de desenvolvimento, em 1991, passaram para a categoria dedesenvolvimento médio, restando apenas cinco microrregiões com baixo desenvolvimento familiar.Apesar de todas as microrregiões terem aumentado o IDF, nenhuma destas chegou ao alto nível dedesenvolvimento.

Analisando a variação percentual do IDF e de suas seis dimensões, observa-se que todas asmicrorregiões do estado melhoraram os indicadores do IDF e, também, das dimensões acesso aoconhecimento (AC), condições habitacionais (CH), desenvolvimento infantil (DI) e disponibilidadede recursos (DR). Em todas as microrregiões verificou-se decréscimo da ausência devulnerabilidade (AV), demonstrando que as mudanças das características demográficas dasfamílias, tais como fecundidade e presença de idosos e crianças, ocorreram em todo o estado. Trezemicrorregiões apresentaram decréscimo do indicador acesso ao trabalho (AT), fazendo parte destegrupo as microrregiões de maior relevância econômica do estado, tais como Belo Horizonte, Juiz deFora, Itabira e Ipatinga, que registraram queda, respectivamente, de 6,18%, 2,25%, 7,65% e 10,33%no indicador. A perda de dinamismo no mercado de trabalho dessas regiões só não levou aodecréscimo do IDF devido ao bom desempenho das demais regiões do estado.

A figura 2 apresenta a divisão das microrregiões do Estado de Minas Gerais por estratos doIDF, em 1991 e 2000. Deve-se destacar que houve aumento dos valores mínimos e máximos para osestratos, sendo que mais microrregiões localizaram-se nos estratos superiores da distribuição,demonstrando uma melhora no nível de vida das famílias mineiras. Entretanto, essa melhora seconcentra principalmente nas regiões do Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Centro Oeste,aumentando as disparidades em relação às microrregiões localizadas no Norte de Minas eJequitinhonha.

Para se analisar o IDF das microrregiões e a dinâmica das modificações de suas dimensõesna década de 90, utilizou-se também a metodologia multivariada de construção de conglomerados(Cluster). A utilização dessa metodologia se justifica por dois motivos: primeiro, o grande númerode informações, onde são analisadas sessenta e seis microrregiões, sendo que o índice de cada umadessas regiões é composto de seis dimensões. Segundo, pela forma como o IDF foi estimado,regiões com indicadores semelhantes podem ter uma realidade sócio-econômica bastante diferentes,isso porque as seis dimensões têm o mesmo peso no cálculo do índice. Em tese, regiões com altosindicadores para as dimensões meios, tais como acesso a educação e acesso ao trabalho, mas combaixos indicadores para as dimensões fins, disponibilidade de recursos e condições habitacionais,poderiam ter o mesmo IDF de regiões com características inversas a essas, ou seja, altos indicadorespara as dimensões fins e baixos para as dimensões meios.

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Figura 2 – Divisão das microrregiões do Estado de Minas Gerais por estratos do IDF, 1991 e2000.

Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.Para facilitar a análise das dimensões e do IDF das microrregiões do estado, apresentados na

Tabela A.1, utilizou-se, portanto, o método de agrupamentos (Cluster) que, segundo Simões (2003),“pode ser caracterizado como qualquer procedimento estatístico que classifica seus elementos emgrupos restritos homogêneos internamente, permitindo gerar estruturas agregadas significativas edesenvolver tipologias analíticas”.

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Tabela 1 – Clusters das dimensões do IDF para as microrregiões de Minas Gerais, 1991.

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do censo demográfico de 1991.

Na classificação das seis dimensões que compõem o IDF em grupos de microrregiõeshomogêneas, nos quais os valores médios de cada grupo representariam as regiões nela alocadas,com variabilidade intra-grupo mínima e variabilidade inter-grupo máxima, utiliza-se a análise decluster hierárquicos, através do software SPSS, adotando-se o método de ligações simples (singlelinkage). Esse método consiste em obter a similaridade entre os grupos através dos elementos maisparecidos. Em cada estágio do processo de agrupamento os grupos mais similares em relação àdistância euclidiana são combinados em um único cluster6. Os resultados encontrados a partir daanálise de Cluster confirmam as conclusões genéricas das análises descritivas apresentadas notópico anterior, onde se observam desigualdade entre as regiões do estado em relação ao nível dedesenvolvimento da família .

A tabela 1, apresentada anteriormente, fornece, para o ano de 1991, a classificação dasmicrorregiões do estado a partir das seis dimensões do IDF. Através da estrutura do dendograma,optou-se pela formação de quatro grupos de microrregiões, os quais, para facilitar a análise estãoapresentados na Figura 3. Os indicadores médios do IDF e de suas dimensões para os grupos são

6 Essa metodologia utilizada na análise de Cluster é apresentada detalhadamente em Mingoti (2005).

GRUPO 1 GRUPO 2(04) Janaúba (11) Capelinha (25) Curvelo (38) Mantena(35) Guanhães (12) Araçuaí (60) Ponte Nova (40) Caratinga(13) Pedra Azul (28) Conceição do M. D. (61) Manhuaçu (41) Aimorés(14) Almenara (08) Grão Mogol (07) Montes Claros (16) Nanuque(03) Januária (36) Peçanha (09) Bocaiúva (62) Viçosa(05) Salinas (10) Diamantina (32) Itaguara

(06) Pirapora (01) Unaí (15) Teófilo Otoni

GRUPO 3 GRUPO 4

(46) Oliveira (20) Patos de Minas (18) Uberlândia(55) Andrelândia (17) Ituiutaba (22) Uberaba(63) Muriaé (29) Pará de Minas (30) Belo Horizonte(59) Barbacena (50) Varginha (65) Juiz de Fora(64) Ubá (39) Ipatinga(58) São João Del Rei (19) Patrocínio(31) Itabira (42) Piuí(53) Santa Rita do Sap. (21) Frutal(45) Campo Belo (54) São Lourenço(24) Três Marias (66) Cataguases(37) Governador Valadares (33) Ouro Preto(02) Paracatu (56) Itajubá(23) Araxá (34) Conselheiro Lafaiete(43) Divinópolis (57) Lavras(47) Passos (26) Bom Despacho(51) Poços de Caldas (44) Formiga(52) Pouso Alegre (27) Sete Lagoas(48) São Sebastião (49) Alfenas

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descritos também na Tabela 2, onde se observa que o Grupo 1, formado por 11 microrregiõeslocalizadas no norte do estado, tem as piores condições de desenvolvimento familiar em todas asdimensões do IDF, o qual apresentou valor de apenas 0,43, considerado de baixo nível dedesenvolvimento familiar. O Grupo 2, formado por quinze microrregiões, apesar de ter indicadoressuperiores ao primeiro grupo, obteve também baixo nível de desenvolvimento, com o IDF de 0,49.O grupo 3, constituído pela maioria das regiões do estado, com trinta e seis microrregiões, apresentaIDF de 0,57, considerado de médio desenvolvimento familiar. Grande parte das regiões desse grupoesta localizada no Triangulo Mineiro, Oeste de Minas, Sul de Minas, Vertentes, Central e Zona daMata. O Grupo 4, com o maior nível de desenvolvimento, 0,64, é composto por apenas quatromicrorregiões, quais sejam, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba e Uberlândia.

Figura 3 – Clusters das dimensões do IDF das microrregiões do estado de Minas Gerais, 1991.

Tabela 2 – Indicadores médios do IDF e de suas dimensões para os Clusters, Minas Gerais,1991.

AC AT CH DR DI AV IDFGrupo 1 0,20 0,13 0,36 0,40 0,84 0,61 0,43Grupo 2 0,24 0,20 0,52 0,47 0,85 0,64 0,49Grupo 3 0,29 0,32 0,68 0,58 0,88 0,66 0,57Grupo 4 0,38 0,42 0,78 0,69 0,90 0,67 0,64

Fonte: elaboração própria.

A tabela 3 fornece, para o ano de 2000, a classificação das microrregiões do estado a partirdas seis dimensões do IDF. Com base na análise do dendograma, optou-se também pela formaçãode quatro grupos de microrregiões.

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Tabela 3 – Clusters das dimensões do IDF para as microrregiões do Estado de Minas Gerais,2000.

GRUPO 1 GRUPO 2(12) Araçuaí (32) Itaguara (15) Teófilo Otoni(28) Conceição do M. D. (55) Andrelândia (16) Nanuque(36) Peçanha (61) Manhuaçu (09) Bocaiúva(05) Salinas (01) Unaí (06) Pirapora(03) Januária (25) Curvelo(11) Capelinha (60) Ponte Nova(13) Pedra Azul (62) Viçosa(14) Almenara (10) Diamantina(04) Janaúba (07) Montes Claros(35) Guanhães (40) Caratinga(08) Grão Mogol (41) Aimorés

(38) Mantena

GRUPO 3 GRUPO 4(27) Sete Lagoas (26) Bom Despacho (23) Araxá(33) Ouro Preto (47) Passos (50) Varginha(56) Itajubá (44) Formiga (29) Pará de Minas(34) Conselheiro Lafaiete (54) São Lourenço (18) Uberlândia(66) Cataguases (17) Ituiutaba (22) Uberaba(39) Ipatinga (57) Lavras (30) Belo Horizonte(58) São João Del Rei (19) Patrocínio (43) Divinópolis(59) Barbacena (42) Piuí (65) Juiz de Fora(31) Itabira (21) Frutal (51) Poços de Caldas(64) Ubá (53) Santa Rita do Sapucaí(37) Governador Valadares (45) Campo Belo(46) Oliveira (48) São Sebastião Paraiso(63) Muriaé (49) Alfenas(02) Paracatu (52) Pouso Alegre(24) Três Marias (20) Patos de Minas

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do censo demográfico de 2000.

A divisão espacial dos grupos de microrregiões em 2000, apresentada na Figura 4,assemelha-se com a divisão observada em 1991, onde o grupo de menor IDF localiza-se na regiãonorte do estado. Os demais grupos, na medida em que vão deslocando para o sul e sudoeste doestado, vão aumentando o nível de desenvolvimento familiar. Uma alteração salutar, que deve serdestaca e que demonstra a evolução das condições de vida e do bem estar das familiais do estado nadécada de noventa, é a transferência de um grande número de municípios integrantes do grupo 3,em 1991, para o grupo 4 de maior IDF em 2000.

Os quatro grupos de microrregiões aumentaram o IDF em relação a 1991, entretanto,conforme os dados da Tabela 4, apresentam indicadores classificados de baixo desenvolvimentopara o grupo 1 e de médio desenvolvimento para os demais grupos. Isso demonstra que ainda temosque focar o desenvolvimento de políticas públicas que venham garantir a melhoria das condições devida das famílias mineiras principalmente para dimensões com maiores deficiências, tais como oacesso ao conhecimento e, também, o acesso ao trabalho.

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Tabela 4 – Indicadores médios do IDF e de suas dimensões para os Clusters, Minas Gerais,2000.

AC AT CH DR DI AV IDFGrupo 1 0,24 0,19 0,58 0,42 0,89 0,58 0,48Grupo 2 0,30 0,27 0,71 0,54 0,91 0,61 0,56Grupo 3 0,35 0,35 0,80 0,61 0,93 0,63 0,61Grupo 4 0,37 0,41 0,83 0,73 0,94 0,65 0,65

Fonte: elaboração própria.

Figura 4 – Clusters das dimensões do IDF das microrregiões do estado de Minas Gerais, 2000.

3.1.1. Biogramas do IDF e dos Clusters das microrregiões do Estado.

Os índices do IDF e de suas dimensões para as microrregiões do estado foram descritos atéaqui de forma detalhada, demonstrando a dinâmica do bem estar das famílias mineiras na década de90. Uma forma alternativa de analisar esses resultados é descrevê-los através de biogramas,representação gráfica que demonstra o estado de um sistema, em nosso caso o IDF composto porseis dimensões, em um determinado ponto no tempo. As várias possibilidades de representaçõesgráficas facilitam a visualização das diferentes dinâmicas de desenvolvimento, seus aparentesdesequilíbrios e possíveis conflitos existentes entre as dimensões. Os Biogramas são “gráficos deradar” nos quais cada dimensão é representada num eixo próprio, todos irradiando a partir do pontocentral.

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É importante ressaltar que as imagens resultantes da operacionalização do Biograma sãosensíveis à ordenação das dimensões. Neste caso, para que a comparação dos resultados possa fazersentido, todas as imagens devem ser construídas com as mesmas dimensões e na mesma ordem. Aseguir serão apresentados o Biograma para o IDF das famílias mineiras e, também, para osagrupamentos das microrregiões (Clusters) dos anos de 1991 e 2000, apresentados,respectivamente, nas Tabelas 2 e 4.

A representação gráfica do biograma do IDF do Estado de Minas Gerais para os anos de1991 e 2000, caracterizada na Figura 5, demonstra um desequilíbrio entre as dimensões do índice.Para ambos os períodos, as figuras aproximam-se mais da borda para as dimensões CondiçõesHabitacionais (CH), Desenvolvimento Infantil (DI) e Disponibilidade de Renda (DR),caracterizadas no diagrama da Figura 1 como os fins do desenvolvimento, enquanto as variáveisque representam os meios, Ausência de Vulnerabilidade (AV), e principalmente as dimensõesAcesso ao Conhecimento (AC) e Acesso ao Trabalho (AT), aproximam-se da origem,demonstrando um baixo desenvolvimento para essas dimensões.Figura 5 – Biograma do IDF do Estado de Minas Gerais, 1991 e 2000.

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Fonte: elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

Ao comparar a representação gráfica do biograma entre os anos de 1991 e 2000, observa-seque o crescimento ocorreu nas dimensões caracterizadas como os fins do desenvolvimento,enquanto as dimensões que representam os meios apresentaram pequena elevação. Essecomportamento da dinâmica das dimensões na década de 90 denota um fato interessante, qual seja,a melhora no bem estar das famílias mineiras neste período ocorreu, em princípio, devido a adoçãode políticas publicas eficientes na educação, saúde e, também, em decorrência da estabilizaçãomonetária, que promoveu a recuperação do poder de compra da parcela mais pobre da sociedade.Enquanto as dimensões meios, caracterizadas pelo Acesso ao Conhecimento (AC) e pelo Acesso aoTrabalho (AT), não apresentaram mudanças significativas no período. Isso demonstra que o ganhode bem estar das famílias mineiras ocorreu, em grande parte, devido às políticas de transferênciasde renda e do sistema de proteção social do estado sem depender de mudanças das dimensõesmeios, que caracterizariam uma autonomia das famílias na melhoria das condições de vida noestado. Deve-se ressaltar que essas dimensões devem ser consideradas também como fins, tendoem vista que a qualidade de vida, em vários aspectos, depende do conhecimento e de estar inseridono mercado de trabalho.

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Figura 6 –Biograma dos Clusters das dimensões do IDF das microrregiões do estado deMinas Gerais, 1991.

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Fonte: elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

Figura 7 –Biograma dos Clusters das dimensões do IDF das microrregiões do estado deMinas Gerais, 2000.

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G1G2G3G4

Fonte: elaboração própria a partir dos dados da pesquisa

As figuras 6 e 7, apresentadas acima, demonstram, respectivamente, os biogramas dosindicadores do IDF para dos grupos (Clusters) de 1991 e 2000. A representação gráfica para osquatro grupos, em ambos os períodos, é bastante semelhante ao verificado para o Estado de MinasGerais (Figura 5), demonstrando o mesmo desequilíbrio entre as dimensões do índice. Agora é

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interessante ressaltar dois pontos. Primeiro, todos os grupos, no período, aumentaram o seu nível debem estar, caracterizado pela expansão da figura dentro do hexagrama. Essa expansão ocorreu,assim como no estado, nas dimensões caracterizadas como meios, em detrimento das dimensõesfins. Segundo, a diferenciação dos grupos se dá basicamente, nos dois períodos, em função dasdisparidades das dimensões Condições Habitacionais (CH), Disponibilidade de Recursos (DR),Acesso ao Trabalho (AT) e Acesso ao Conhecimento (AC), tendo em vista que as duas dimensõesrestantes, Desenvolvimento Infantil (DI) e Ausência de Vulnerabilidade (AV), apresentam valoressemelhantes para todos os agrupamentos.

3.1.2. Distribuição dos décimos das dimensões que compõem o IDF.

A figura 8 descreve os indicadores das dimensões para os décimos da população nos anos de1991 e 2000, permitindo verificar a estrutura da distribuição das seis dimensões que compõem oIDF em Minas Gerais. À exceção da dimensão Ausência de Vulnerabilidade (AV), que apresentouredução, as demais apresentaram em média evolução durante o período abrangido pela pesquisa.Mas o comportamento entre elas retrata peculiaridades relevantes na configuração do nível de bem-estar das famílias mineiras. As dimensões Condições Habitacionais (CH), Desenvolvimento Infantil(DI) e Disponibilidade de Recursos (DR) mostram um crescimento ou pelo menos o mesmo nívelem praticamente todos os décimos da população, com destaque para a habitação que teve evoluçãomais expressiva nos primeiros décimos da população em que a distância entre as duas linhas seconfigura maior. Quanto à Disponibilidade de Recursos (DR) o quarto e sétimo décimosapresentaram as maiores evoluções.

Porém, tais comportamentos não são observados para as dimensões Acessibilidade aoConhecimento (AC) e ao Trabalho (AT), que revelaram discrepâncias na distribuição dos índices noperíodo entre 1991 e 2000. O acesso ao conhecimento praticamente não se alterou para o estrato dapopulação com baixos índices de acessibilidade, ou seja, para os primeiros cinco décimos a curva épraticamente a mesma. Isso demonstra que durante a década de 90, as políticas educacionaisefetuadas pelo sistema público não conseguiram ampliar o atendimento às famílias cujo acesso aoconhecimento era precário. Em contrapartida, a partir do sexto décimo percebe-se claramente aevolução da dimensão, favorecendo as famílias cujo acesso era maior. Paralelamente, tem-secomportamento semelhante em relação à acessibilidade ao trabalho, que inclusive sofreudecréscimo para as famílias situadas no quarto décimo da distribuição.

Observa-se, dessa forma, uma deficiência relacionada com as dimensões que representam oacesso aos meios necessários para a consecução de fins. Isto posto, se as políticas públicas nãofocalizarem a ampliação do conhecimento e maiores oportunidades de inserção no mercado detrabalho tem-se um obstáculo para que as famílias, de forma autônoma, possam buscar as melhoriasdas condições de vida. Sem destacar o fato que essas dimensões, por si só, devem ser consideradasnão apenas como meios, mas também como fins, tendo em vista a importância do nível deinformação e do emprego para que as pessoas possam ter uma vida digna e decente.

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3.2. IDF dos grupos demográficos do Estado de Minas Gerais.Neste tópico, o IDF e suas respectivas dimensões foram calculados para os quatro grupos

demográficos considerados vulneráveis, quais sejam, famílias com crianças, com idosos, chefiadaspor mulheres e negras. Os dois primeiros grupos são considerados vulneráveis em decorrência damaior dependência e do maior volume de despesas das famílias constituídas por crianças e idosos.Os dois últimos pela discriminação que se traduz em menor remuneração e menor acesso aomercado de trabalho. A Tabela 5 descreve, para o ano de 1991, os índices do IDF e das dimensõesdo estado e dos grupos demográficos. É interessante constatar que os quatro grupos demográficosapresentam IDF menor que o verificado para o estado, confirmando a hipótese de vulnerabilidadepara essas famílias. O mesmo ocorre para a maioria das dimensões, com os grupos demográficoscom indicadores inferiores aos verificados para o estado.

Enquanto o estado, em 1991, apresentou IDF de 0,57, as famílias com crianças e chefiadas pormulheres apresentaram o índice de 0,54 e as famílias negras e idosas índice de 0,51. As famíliasnegras apresentaram o melhor indicador de ausência de vulnerabilidade, 0,64, mas o pior grau dedesenvolvimento em termos de acesso ao conhecimento, apenas 0,21. Enquanto que, para asfamílias com crianças e chefiadas por mulheres, o índice para essa dimensão foi de 0,31,exatamente o mesmo valor da média do Estado. As condições de moradia dos negros também semostraram as piores, tendo tal dimensão adquirido um nível de apenas 0,56, enquanto que valoressuperiores podem ser observados para as famílias com idosos (0,69) e chefiadas por mulheres(0,69).

Tabela 5 - IDF do Estado de Minas Gerais, de suas respectivas dimensões e dos gruposdemográficos, 1991.

Dimensão/Grupo Total Famílias com Famílias com Famílias Famílias com (MG) crianças idosos negras mulheres

Indicador sintético 0,57 0,54 0,51 0,51 0,54Ausência de vulnerabilidade 0,65 0,58 0,55 0,64 0,59Acesso ao conhecimento 0,31 0,31 0,24 0,21 0,31Acesso ao trabalho 0,37 0,35 0,21 0,32 0,29Disponibilidade de recursos 0,58 0,56 0,48 0,48 0,49Desenvolvimento infantil 0,86 0,82 0,88 0,82 0,87Condições habitacionais 0,66 0,63 0,69 0,56 0,69

Fonte: elaboração dos autores a partir do censo demográfico de 1991.

Algumas características importantes merecem ser destacadas. Na dimensão acesso aotrabalho tosos os grupos demográficos apresentaram índices inferiores ao verificado para o estado,que foi de apenas 0,37. As famílias com idosos apresentaram o índice mais baixo, 0,21, enquantoque nas famílias com crianças tal dimensão chegou a 0,35 e nas famílias negras a 0,32. Odesenvolvimento infantil em Minas gerais obteve um indicador expressivo de 0,86. Para taldimensão, os grupos de idosos e famílias chefiadas por mulheres alcançaram índices superiores àmédia do Estado de, respectivamente, 0,88 e 0,87. Nas famílias negras e com crianças odesenvolvimento da infância foi de 0,82 em ambos os grupos. A disponibilidade de recursostambém apresentou resultados díspares, com todos os grupos com desempenho inferior ao doestado. Para as famílias com crianças o índice de 0,56 se aproximou muito da média do estado, quefoi de 0,58. Enquanto que para os demais grupos: idosos e negros 0,48 e mulheres chefes defamílias 0,49.

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A análise do IDF em 2000, conforme indicado na tabela 6, demonstra, com exceção dadimensão ausência de Vulnerabilidade, uma evolução significativa dos indicadores para o estado etambém para os grupos demográficos. Entretanto, apesar do decréscimo das disparidades, todos osgrupos apresentaram ainda desempenho inferior à média do estado.

Tabela 6 - IDF do Estado de Minas Gerais, de suas respectivas dimensões e dos gruposdemográficos, 2000.

Dimensão/Grupo Total Famílias com Famílias com Famílias Famílias com crianças idosos negras mulheres

Indicador sintético 0,64 0,60 0,56 0,60 0,60Ausência de vulnerabilidade 0,63 0,52 0,51 0,61 0,56Acesso ao conhecimento 0,37 0,38 0,28 0,28 0,37Acesso ao trabalho 0,38 0,37 0,20 0,35 0,30Disponibilidade de recursos 0,71 0,66 0,67 0,65 0,65Desenvolvimento infantil 0,93 0,91 0,92 0,91 0,92Condições Habitacionais 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80

Fonte: elaboração dos autores a partir do censo demográfico de 2000.

Segundo os dados da Tabela 7, cabe destacar o comportamento dos indicadores das famíliasnegras, que foi superior para todas as dimensões, com exceção da ausência de vulnerabilidade, aoverificado para o estado. Isso demonstra que um dos grupos historicamente mais vulneráveis vemrevertendo as disparidades em relação ao nível de vida das famílias do estado. Entretanto, em 2000,ainda apresentou os piores indicadores para dimensões como disponibilidade de recursos e acessoao conhecimento. Deve-se destacar também o crescimento de 40% no indicador disponibilidade derecursos das famílias com idosos, quase o dobro do verificado para o estado. Esse crescimento podeser explicado, além da estabilização monetária, pela expansão das aposentadorias, principalmentepara os trabalhadores rurais.

Tabela 7 - Variação do IDF e de suas dimensões para os grupos demográficos, 2000 emrelação a 1991.

Dimensão/Grupo Total Famílias com Famílias com Famílias Famílias com crianças idosos negras mulheres

Indicador sintético 12% 11% 10% 18% 11%Ausência de vulnerabilidade -3% -10% -7% -5% -5%Acesso ao conhecimento 19% 23% 17% 33% 19%Acesso ao trabalho 3% 6% -5% 9% 3%Disponibilidade de recursos 22% 18% 40% 35% 33%Desenvolvimento infantil 8% 11% 5% 11% 6%Condições habitacionais 21% 27% 16% 43% 16%

Fonte: elaboração dos autores a partir dos censos demográficos de 1991 e 2000.

3.2.1. Biograma do IDF para os grupos demográficos. As figuras 9 e 10 demonstram, respectivamente, os biogramas dos indicadores do IDF para os

grupos demongráficos, quais sejam, Famílias com Crianças (FC), Famílias com Idosos (FI),Famílias Negras e Famílias Chefiadas por Mulheres (FM) para o período de 1991 e 2000.

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Figura 9 – Biograma do IDF para os grupos demográficos, 1991.

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Fonte: elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

A representação gráfica para os quatro grupos demográficos, em ambos os períodos, é bastantesemelhante ao verificado para o Estado de Minas Gerais (Figura 5), ou seja, demonstra o mesmodesequilíbrio entre as dimensões do índice. Agora é interessante ressaltar dois pontos. Primeiro,todos os grupos demográficos, no período, aumentaram o seu nível de bem estar, caracterizado pelaexpansão da figura dentro do hexagrama. Essa expansão ocorreu, assim como no estado, nasdimensões caracterizadas como meios, em detrimento das dimensões fins. Segundo, observa-se,quando se comparam as estruturas da representação gráfica dos grupos demográficos, de 2000 emrelação a 1991, uma convergência para os indicadores das dimensões condições habitacionais (CH),desenvolvimento infantil (DI) e disponibilidade de renda (DR), onde as linhas se sobrepõem. E, poroutro lado, uma dispersão dos indicadores ausência de vulnerabilidade (AV), acesso aoconhecimento (AC) e acesso ao trabalho (AT), onde as linhas de distanciam.

Figura 10 – Biograma do IDF para os grupos demográficos, 2000.

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Fonte: elaboração própria a partir dos dados da pesquisa.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAISA caracterização do desenvolvimento como um processo complexo de mudanças e

transformações de ordem econômica, política e, principalmente, humana e social permite fazer umainferência a cerca dos resultados alcançados pelo trabalho no sentido de mensurar o nível dedesenvolvimento da família no Estado de Minas Gerais para os anos de 1991 e 2000. Os estados eações que geram satisfação das necessidades básicas ou melhora do bem-estar e que estãoincorporados ao IDF, através da metodologia proposta por Barros et. al. (2003), implicam em umcaráter multidimensional na análise do desenvolvimento.

Em síntese, através do IDF observou-se, tanto para as microrregiões quanto para os gruposdemográficos, nítida melhora no nível de desenvolvimento das famílias mineiras na década de 90.Entretanto, nesse processo devem-se ressaltar duas características importantes. A primeira refere-seà dinâmica regional, onde as microrregiões localizadas no norte do estado apresentaramdesenvolvimento inferior à média do estado. As demais microrregiões, na medida em que vãodeslocando para o sul e sudoeste, aumentam o nível de desenvolvimento familiar. A segunda refere-se à dinâmica das seis dimensões que compõem o IDF, onde a melhora no nível dedesenvolvimento das famílias ocorreu nas dimensões caracterizadas como os fins dodesenvolvimento, enquanto as dimensões que representam os meios apresentaram pequenaelevação. Esse comportamento denota um fato interessante, qual seja, a melhora no bem estar dasfamílias mineiras neste período ocorreu, em princípio, devido a adoção de políticas publicaseficientes na educação, saúde e, também, em decorrência da estabilização monetária, que promoveua recuperação do poder de compra da parcela mais pobre da sociedade. Enquanto as dimensõesmeios, caracterizadas pelo acesso ao conhecimento e pelo acesso ao trabalho, não apresentarammudanças significativas no período. Além do mais, o crescimento do acesso ao conhecimentoocorreu nos décimos superiores da distribuição, demonstrando que as políticas educacionais nãoconseguiram ampliar o atendimento das famílias menos favorecidas; e no caso do acesso aotrabalho, as microrregiões de maior dinamismo econômico apresentaram decréscimossignificativos, demonstrando a precarização do trabalho para essas regiões.

A conjuntura econômica da presente década tem se caracterizado, principalmente a partir de2002, pelo aumento da atividade econômica, pela intensificação da adoção dos programas sociais decomplementação de renda familiar com exigências de contrapartidas educacionais e, sobretudo,pela elevação do nível do emprego formal. Fatores esses que devem dar continuidade ao ganho debem estar das famílias mineiras, principalmente nas dimensões meios, que se demonstraramdeficientes na dedada passada. Resta saber como se dará esse crescimento entre as regiões e osgrupos demográficos vulneráveis do estado. Neste sentido, o trabalho demonstra a necessidade daadoção de políticas públicas diferenciadas para as regiões e grupos demográficos, visando àmelhoria das condições de vida das famílias juntamente com o decréscimo das disparidadesregionais. A utilidade de um indicador sintético como o IDF reside justamente no fato dapossibilidade de incorporar estatísticas que possam caracterizar o desenvolvimento como umfenômeno multidimensional e subsidiar a adoção de políticas públicas eficientes.

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COURSEUIL, C. H.; FOGUEL, N. M. Uma sugestão de deflatores para rendas obtidas a partir dealgumas pesquisas domiciliares do IBGE. IPEA: Rio de Janeiro, 2002. (Texto para discussão N0

897).

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, IPEA. Desenvolvimento humano e condições de vida:indicadores da região metropolitana de Belo Horizonte, 1980-1991. Belo Horizonte, 1998.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 1991. Rio de Janeiro:IBGE, 1998.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2000. Rio de Janeiro:IBGE, 2003.

IPEA, FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, IBGE. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Riode Janeiro: PNUD, 1998.

MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma abordagemaplicada. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2005.

SIMÕES, R. Localização industrial e relações intersetoriais: uma análise de fuzzu cluster paraMinas Gerais. Campinas: IE/UNICAMP, 2003 (Tese de Doutorado).

SEN, AMARTYA. Desigualdade reexaminada. Rio de Janeiro: Record, 2001.

ANEXONeste tópico, apresenta-se a Tabela A.1 que descreve os Índices do IDF e de suas dimensões para asMicrorregiões do Estado de Minas Gerais, 1991 e 2000. Variação percentual dos índices entre 1991e 2000.

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Page 23: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA (IDF): UMA … · roniprojeto@yahoo.com.br Gilnei Costa Santos Pós-graduando em Ciências Econômicas na UFV. gilektans@yahoo.com.br Resumo

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