ÍNDICE - presenca.pt · Índice dos nomes comuns e científicos das culturas referidas no texto...

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ÍNDICE 9 PRÓLOGO ............................................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15 1. Alstroemeria ...................................................................................................................... 24 2. Antirrino ............................................................................................................................ 36 3. Antúrio ............................................................................................................................... 49 4. Cravo ................................................................................................................................. 59 5. Crisântemo ......................................................................................................................... 75 6. Espargos ornamentais ........................................................................................................ 92 7. Estrelícia ............................................................................................................................ 98 8. Feto .................................................................................................................................... 103 9. Frésia ................................................................................................................................. 108 10. Gerbera .............................................................................................................................. 113 11. Gipsófila ............................................................................................................................ 129 12. Gladíolo ............................................................................................................................. 137 13. Íris ...................................................................................................................................... 150 14. Lilium ................................................................................................................................. 159 15. Limónio ............................................................................................................................. 170

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ÍNDICE

9

PRÓLOGO ............................................................................................................................... 13

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15

1. Alstroemeria ...................................................................................................................... 24

2. Antirrino ............................................................................................................................ 36

3. Antúrio ............................................................................................................................... 49

4. Cravo ................................................................................................................................. 59

5. Crisântemo ......................................................................................................................... 75

6. Espargos ornamentais ........................................................................................................ 92

7. Estrelícia ............................................................................................................................ 98

8. Feto .................................................................................................................................... 103

9. Frésia ................................................................................................................................. 108

10. Gerbera .............................................................................................................................. 113

11. Gipsófila ............................................................................................................................ 129

12. Gladíolo ............................................................................................................................. 137

13. Íris ...................................................................................................................................... 150

14. Lilium ................................................................................................................................. 159

15. Limónio ............................................................................................................................. 170

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16. Lisianto .............................................................................................................................. 177

17. Orquídeas ........................................................................................................................... 186

18. Prótea e outras Proteáceas ................................................................................................. 201

19. Rosa ................................................................................................................................... 207

20. Rusco ................................................................................................................................. 232

21. Tulipa ................................................................................................................................. 236

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................ 247

Anexo 1 — Grupos de compatibilidade para armazenamento misto de flores e folhagem de corte .............................................................................................................................. 259

Anexo 2 — Soluções utilizadas na pós -colheita de flores de corte ....................................... 261

Créditos das figuras e citações ................................................................................................ 263

Índice dos nomes comuns e científicos das culturas referidas no texto ................................ 264

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PRÓLOGO

A floricultura existe para melhorar a qualidade de vida, através da produção de flores e de plantas que promovem o conforto físico e o bem -estar psicológico. As flores valem, de facto, por esse «não sei quê que lhes habita as formas» e nos faz sentir bem. Para bem cumprir a missão de fazer chegar a beleza das flores ao maior número de pessoas, os agentes da fileira da floricultura necessitam de conhecimentos que lhes permitem criar novas plantas de flor, produzi -las e fazê--las chegar aos consumidores.

Este Manual de Floricultura trata desses conhecimentos, por vezes áridos, ocasionalmente complexos, nem sempre de fácil aplicação. Ao escrevê -lo, pro-curei responder à necessidade de reunir num único volume de fácil consulta a informação relevante sobre as principais flores e folhagens de corte que, por se encontrar dispersa por diversas publicações científicas e técnicas, nem sempre é fácil de consultar. Devido ao seu caráter generalista, este Manual deve ser enca-rado como uma introdução didática às flores e folhagem de corte, um ponto de partida para o seu estudo aprofundado e para a prática da sua produção.

Acalento o desejo de que este livro possa ser útil a todos os que se interessam pela produção e utilização de flores. Os profissionais do setor da floricultura — produtores, consultores, fornecedores de fatores de produção e distribuidores de flores — têm neste livro uma obra de consulta sobre as culturas com as quais estejam mais familiarizados e uma introdução aos assuntos com que lidam menos frequentemente. Os estudantes de floricultura, quer no ensino superior, quer em cursos de formação profissional, encontrarão aqui os fundamentos da produção das principais culturas florícolas.

Se o «velho botânico» do Eça é incapaz de sentir a beleza das flores, não é forçoso que quem as aprecia desdenhe conhecer «o seu nome latino», «o terreno que melhor convém ao seu desenvolvimento» e outros assuntos de relevância hortícola tratados neste livro. Estou convicto de que também aqueles que lidam com flores como utilizadores e os que as produzem no jardim ficarão a conhecê--las melhor através deste livro.

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Este Manual resulta da minha atividade de docente de Horticultura Orna-mental. Muito do que aprendi com as matérias aqui tratadas devo aos meus alu-nos, especialmente àqueles que, sob minha orientação, estudaram culturas orna-mentais nos seus trabalhos de fim de curso e dissertações de mestrado. Expresso também o meu reconhecimento às pessoas que contribuíram para o livro com críticas, sugestões, cedência de informação relevante e com cansativas horas de revisão dos manuscritos. Estou grato à Cristina Serrão, César Martins, Luís Meira, Maria da Conceição Martins e Susana Carvalho pela ajuda que me deram. Paulo Luís Almeida fez os desenhos que ilustram aspetos importantes de alguns capítulos. Mário Oliveira da Europrotea (Portugal), Norman Cools da VWS Flowerbulbs B. V. (Holanda), a Anthura B. V. (Holanda) e a Penning Freesia B. V. (Holanda) forneceram as imagens indicadas no final do livro.

Domingos AlmeidaLisboa, janeiro de 2014

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INTRODUÇÃO

A floricultura no contexto da horticultura ornamental

Horticultura ornamental é a disciplina que se ocupa de todos os aspetos rela-cionados com a produção e a utilização de plantas que se destinam a melhorar a vida das pessoas, com exclusão dos seus usos alimentares, medicinais e indus-triais. De uma forma breve, é a arte e a ciência de melhorar, produzir, instalar e manter plantas, de exterior e de interior, que são utilizadas para promover o conforto físico e o bem -estar psicológico dos seres humanos. As plantas utiliza-das para este fim, e cuja cultura é objeto da horticultura ornamental, designam -se genericamente por plantas ornamentais.

O número de plantas ornamentais é enorme. No catálogo de cerca de 9500 espécies de plantas com interesse económico compilado por Wiersema & León (1999), mais de 4300 são classificadas como ornamentais.

A horticultura ornamental é também uma atividade económica com empre-sas especializadas que, em conjunto, formam as cadeias de abastecimento que fazem chegar as plantas ornamentais aos utilizadores e beneficiários. Nos elos fundamentais das cadeias de abastecimento de plantas ornamentais encontra-mos a atividade de melhoramento e obtenção de material vegetal, a atividade viveirista de multiplicação do material vegetal, a produção de flores de corte, de plantas em vaso e de plantas de jardim, a manutenção de plantas envasadas em interiores institucionais, o projeto, construção e manutenção de jardins e o comércio de flores, plantas e propágulos.

É útil dividir a horticultura ornamental em duas partes:

• Arboricultura ornamental, que se ocupa das espécies arbóreo -arbustivas, com destaque para a propagação, instalação e manutenção de árvores nos espaços urbanos;

• Floricultura, que se ocupa de espécies predominantemente herbáceas.

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Consideram -se no seio da floricultura três grupos de plantas ornamentais, que se destinguem com base nas particularidades da tecnologia de produção, no tipo de utilização e na cadeia de abastecimento em que estão integradas:

• Flores e folhagem de corte, onde se incluem todas as plantas ornamentais, normalmente herbáceas (a roseira é uma das exceções), cultivadas para a produção de flores, ramos, folhas ou outros órgãos que são comercializados e utilizados destacados da planta -mãe;

• Plantas envasadas, i. e., plantas que são produzidas em contentores (vasos) até um determinado tamanho e estádio de desenvolvimento, atingido o qual são comercializadas e utilizadas no contentor em que estavam na fase final da produção; dividem -se frequentemente em plantas envasadas de flor (e. g., Cyclamen) e plantas envasadas de folhagem (e. g., Dracaena);

• Plantas de canteiro (ing. bedding plants) são todas as plantas normalmente herbáceas, anuais ou perenes, utilizadas em jardinagem e frequentemente produzidas em viveiro antes de serem utilizadas nos espaços verdes.

Neste Manual de Floricultura abordam -se as flores e as folhagens de corte, ficando de fora do seu âmbito as numerosas plantas envasadas e as plantas de canteiro.

O estudo das culturas ornamentais

Em floricultura interessa ter uma visão de conjunto das cadeias de valor das plantas ornamentais que são objeto de estudo. É necessário conhecer o material vegetal, a tecnologia de produção e todos os aspetos de pós -produção até à utili-zação final dos produtos. É ainda essencial não esquecer a envolvente económica

Figura 1— Temas relevantes para o estudo das plantas ornamentais.

Envolvente económica, social, psicológica

Material vegetal Produção Pós-produção Bem--estar

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e social em que se desenvolvem as atividades do setor e ter sempre em conside-ração os benefícios intangíveis (psico ssociais) das plantas ornamentais (figura 1).

A abordagem às culturas ornamentais efetuada neste livro segue em linhas gerais o esquema apresentado na figura 1. A estrutura dos capítulos dedicados a cada uma das culturas é semelhante à que foi utilizada no Manual de Culturas Hortícolas (Almeida, 2006), também editado pela Presença, e adota os critérios estabelecidos na introdução daquela obra. O capítulo dedicado a cada cultura está, em termos gerais, organizado nas seguintes secções:

1. Enquadramento taxonómico2. Origem e história da cultura3. Utilizações4. Material vegetal a. Morfologia b. Classificação das cultivares5. Desenvolvimento e condições ambientais a. Fisiologia do desenvolvimento b. Condições climáticas c. Preferências edáficas6. Propagação7. Tecnologia de produção a. Instalação da cultura b. Densidade e compassos c. Fertilização d. Rega e. Podas f. Outras operações g. Colheita8. Inimigos da cultura9. Pós -colheita

O enquadramento das matérias de horticultura ornamental no corpus dos conhecimentos agronómicos está esquematizado na figura 2. Este esquema realça o facto de a horticultura ornamental ser uma disciplina de aplicação de conheci-mentos de engenharia agronómica à produção de plantas ornamentais e coloca em evidência os principais conhecimentos prévios que permitem conceber e operar sistemas de cultura eficazes.

A compreensão cabal da tecnologia de produção das culturas florícolas requer conhecimentos de base sobre o funcionamento do solo, do clima e das plantas, o domínio de conceitos agronómicos sobre as relações das plantas com o meio ambiente, bem como o conhecimento das operações gerais de cultura e das máquinas utilizadas na sua execução. A intensificação cultural característica da

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horticultura herbácea encontra na floricultura a sua expressão mais acentuada. O conhecimento das tecnologias de artificialização das condições ambientais — as estufas e outros abrigos, o condicionamento climático em estufas de pro-dução (aquecimento, arrefecimento, ventilação, iluminação e fertilização carbó-nica), os substratos, a cultura em contentores e os sistemas de cultura sem solo —, assuntos tratados em manuais de horticultura geral ou obras especializadas, é indispensável a uma boa compreensão da floricultura comercial moderna.

Orientações de leitura

Nestas «orientações de leitura» apresenta -se a bibliografia que foi consultada para todas as culturas incluídas no livro e sugere -se ao leitor interessado algumas obras de consulta sobre os aspetos agronómicos que, sendo relevantes para a hor-ticultura ornamental, ficaram fora do âmbito do presente trabalho. Aproveita -se também esta introdução para referir alguns critérios utilizados na escolha e na apresentação da informação.

Obras de caráter geral

A experimentação sistemática sobre floricultura floresceu nos Estados Unidos da América desde a década de 1930. Pouco depois surgem as primeiras obras de caráter técnico -científico, algumas delas ainda hoje citadas por conterem informação útil (Laurie & Kiplinger, 1948; Laurie & Ries, 1950; Post, 1950). As principais obras de floricultura de caráter geral atualmente disponíveis foram con-sultadas para todas as culturas (Larson, 1992; Ball, 1998; Dole & Wilkins, 2005).

Figura 2— Inserção da horticultura ornamental no contexto da agronomia.

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Taxonomia

A classificação botânica de cada espécie é apresentada seguindo o enqua-dramento taxonómico das famílias botânicas proposto por Cronquist (1981). A intensa atividade científica no campo da sistemática botânica, com a avalia-ção de novos dados moleculares e a utilização de critérios cladísticos, tem ori-ginado inúmeras propostas de alteração das classificações e da nomenclatura. Procurámos rever a nomenclatura e as classificações existentes, tendo, no final, privilegiado a estabilidade da nomenclatura e a utilização de um esquema clas-sificativo facilmente inteligível.

A nomenclatura das plantas hortícolas é baseada no Hortus Third (Bailey & Bailey, 1976), tendo sido cotejada com outras referências mais recentes (Wiersema & León, 1999; Dole & Wilkins, 2005) e, ocasionalmente, com fontes primárias.

A hibridação interespecífica, e mesmo intergenérica, desempenhou um papel determinante no desenvolvimento das principais flores de corte, tal como as conhecemos hoje. Nalguns casos, a genealogia é complexa e chega a envolver dezenas de espécies. No caso destes híbridos complexos considerámos apenas a classificação até ao género.

Material vegetal

O conhecimento, mesmo que elementar, das características do material vege-tal é essencial em qualquer fitotecnia. Neste ponto procedemos a uma breve descrição da morfologia da planta, baseada na observação pessoal, no Hortus Third (Bailey & Bailey, 1976) e nas fontes referidas na bibliografia sobre cada cultura.

As características genéticas das culturas e o seu melhoramento não foram aqui considerados. Também não se faz referência a cultivares concretas, uma vez que, para a maioria das culturas, o seu número ascende a várias dezenas ou centenas e todos os anos há novidades no mercado. Optou -se por apresentar os principais critérios de classificação das cultivares para proporcionar uma orientação na con-sulta dos catálogos comerciais, bem como os critérios relevantes para a escolha das cultivares pelos produtores.

Desenvolvimento e condições ambientais

Descrevem -se os aspetos da fisiologia do desenvolvimento com mais inte-resse fitotécnico e as exigências ou preferências edafoclimáticas das culturas. As temperaturas cardinais são sumariadas na forma de quadros. Os valores

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apresentados devem ser encarados como aquilo que são: valores indicativos que permitem uma primeira aproximação à zonagem das culturas, à época de pro-dução ou às exigências de condicionamento ambiental para a sua produção fora da época ou das zonas propícias. Na realidade, as temperaturas cardinais variam com as cultivares e com os estádios de desenvolvimento das culturas e, em bom rigor, são desconhecidas em muitos casos.

Propagação

A propagação das culturas florícolas é hoje uma atividade especializada, rea-lizada sob licenciamento dos detentores dos direitos de propriedade intelectual sobre o material vegetal. O tema é abordado de forma breve, com a indicação dos métodos de propagação utilizados, quer na floricultura comercial, quer na jardinagem de lazer.

Os princípios científicos e os aspetos práticos da propagação de plantas, incluindo as culturas florícolas, são descritos de uma forma detalhada por Hart-mann et al. (2011).

Tecnologia de produção

A produção de flores de corte é uma das atividades agrícolas mais intensivas e mais especializadas. A artificialização do meio ambiente é por vezes levada ao extremo, aproximando esta fitotecnia de uma fisiologia vegetal aplicada.

Naturalmente, os sistemas de produção florícolas são tão variáveis como as empresas que produzem flores nas diferentes regiões do país, da Europa e do mundo. Na impossibilidade — e inutilidade — de descrever numa obra desta natureza as variantes dos sistemas de cultura de cada uma das espécies abordadas, optámos por focar os aspetos gerais a ter em conta na instalação e condução das culturas, apresentando valores indicativos para ajudar o produtor e o agrónomo a tomarem decisões sobre densidades de plantação ou planos de fertilização, por exemplo.

Por vezes fazem -se breves referências a questões relacionadas com estufas e seu condicionamento ambiental sem qualquer esclarecimento sobre os con-ceitos. A introdução a essas temáticas pode ser efetuada através da consulta de livros de horticultura geral (e. g., Semedo, 1988; Maroto, 2000; Dole & Wilkins, 2005) ou de obras especializadas em estufas e seu condicionamento ambiental (e. g., Hanan, 1997; Nelson, 1998; Alarcón, 2000; Castilla, 2005).

Na secção referente à fertilização compilámos a informação relevante para a programação da fertilização das culturas. Apresentam -se por vezes recomen-dações de adubação que deverão ser tidas como pontos de partida para uma

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tomada de decisão baseada na análise de terra, na análise de folhas e nas meto-dologias para a determinação das quantidades de adubo a aplicar em cada caso concreto. Sempre que possível, incluímos valores de exportação de nutrientes. A bibliografia sobre nutrição e fertilização das principais plantas ornamentais foi revista por Joiner et al. (1983). O Manual de Fertilização das Culturas (LQARS, 2000) apresenta recomendações de fertilização detalhadas para algumas das cul-turas abordadas neste livro: cravo, crisântemo, espargo, rusco, gipsófila, gerbera, gladíolo, outras bolbosas e rosa. Marschner (2012) fornece uma excelente pano-râmica sobre a nutrição de plantas, e os princípios da fertilização das culturas estão explanados em Santos (2002) e em Varennes (2003). As especificidades da fertilização e da rega na floricultura encontram -se bem documentadas em Reed (1996).

Inimigos da cultura

Os inimigos das culturas — pragas, doenças e infestantes — são uma das preocupações centrais do produtor de plantas ornamentais. Referem -se as prin-cipais pragas e doenças que atacam cada uma das culturas. Neste ponto, como aliás de um modo geral, foram omitidas as infestantes. Na realidade, o combate às infestantes está relacionado com um conjunto de técnicas culturais que seriam mais facilmente incluídas na descrição da tecnologia de produção. No entanto, na cultura comercial de flores em estufa a desinfeção do solo com um método de largo espectro de ação é uma prática quase imprescindível e a principal forma de combater as infestantes.

Os nemátodes, comummente considerados agentes causadores de doenças, foram associados à pragas por pertencerem ao reino animal. A referência a pra-gas como os caracóis e as lesmas, comuns a todas as espécies e praticamente omnipresentes, foi geralmente omitida.

Os inimigos e estratégias de proteção das culturas ornamentais encontram--se bem sistematizados no manual editado por Dreistadt (2001). Existem outros guias que poderão ser úteis auxiliares do diagnóstico de doenças (ACTA, 1990; Daughtrey & Chase, 1992). A American Phytopathological Society publica com-pêndios de referência sobre as doenças das principais culturas agrícolas. Para as plantas ornamentais encontram -se disponíveis volumes sobre a rosa (Horst, 1999), o crisântemo (Horst & Nelson, 1997) e um que aborda as doenças de diversas espécies (Daughtrey et al., 1995). Bigre et al. (1990) e Smith et al. (1992) fornecem descrições pormenorizadas da biologia dos principais patogé-nios das plantas ornamentais.

O leitor interessado poderá usar o livro de Amaro (2003) para os conceitos relacionados com a proteção das plantas e os princípios da sua aplicação.

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Pós ‑colheita

Na secção sobre pós -colheita referem -se os índices de colheita, os principais critérios de seleção e as operações de preparação das hastes florais para o mer-cado. Uma descrição mais detalhada das operações pós -colheita das flores de corte pode ser encontrada em Reid (1992). O Regulamento CEE n.º 316/68, de 12 de março, com algumas alterações posteriores, é ainda o referencial ofi-cial para a classificação, calibragem, embalamento e etiquetagem das flores e folhagem de corte.

Os princípios da fisiologia pós -colheita das flores de corte foram revistos por Halevy & Mayak (1979, 1980) e encontram -se detalhadamente explanados em Nowak & Rudnicki (1990) e resumidos em Hardenburg et al. (1986) e em Reid (1992 e 2004). Neste livro não se faz referência aos aspetos gerais mas apresenta -se em forma de quadro a informação relevante sobre o comportamento fisiológico das diferentes flores e folhagens depois da colheita. Aí se inclui informação referente à sensibilidade a danos provocados pelo frio, ao etileno e, quando disponível, a taxa de respiração e a sua dependência da temperatura, através do valor de Q10.

De um modo geral, a taxa de respiração de um órgão vegetal está positi-vamente relacionada com a sua perecibilidade, o que a torna um parâmetro de interesse do contexto da pós -colheita florícola. O conhecimento da taxa de res-piração é ainda relevante para calcular o calor produzido, aspeto importante no dimensionamento de sistemas de refrigeração, e para dimensionar embalagens de atmosfera modificada. A atmosfera modificada não tem sido utilizada comer-cialmente em larga escala nas flores, mas existem no mercado embalagens para o efeito. Os valores da taxa de respiração e do Q10 apresentados foram obtidos de Reid (2004).

Indicam -se as temperaturas ótimas de armazenamento, mesmo sabendo que na prática do manuseamento pós -colheita das flores de corte se adotam tempe-raturas subótimas.

As flores e outras plantas ornamentais são normalmente armazenadas e trans-portadas em cargas mistas, contendo vários produtos. No anexo 1 apresenta -se um quadro em que as flores e folhagens se encontram classificadas em quatro grupos de compatibilidade. Estes grupos representam soluções de compromisso para cargas mistas, mantendo temperaturas próximas das ótimas para os pro-dutos incluídos em cada grupo. Os grupos de compatibilidade para as flores de corte e as restantes plantas ornamentais são independentes dos grupos estabe-lecidos para frutas e hortaliças e nunca devem ser misturados. A classificação foi adaptada das propostas de McGregor (1989) e Welby & McGregor (1997), tendo o autor acrescentado algumas flores que, sendo tratadas neste livro, não estavam referidas nas obras citadas. No capítulo sobre cada flor refere -se o grupo de compatibilidade em que está incluída.

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Sempre que relevante, faz -se referência à utilização de soluções de hidratação e de soluções de carregamento ou de pulsing em cada uma das flores abordadas. Os conceitos, terminologia e as características gerais dessas soluções são apre-sentados no anexo 2.

A informação relevante sobre os índices de maturação, colheita e conser-vação das diferentes espécies encontra -se nas obras de Vaughan (1988), Nowak & Rudnicki (1990), Sacalis (1993) e Reid (2004). A Universidade da Califórnia, Davis, através do seu Postharvest Technology Research and Information Center, mantém fichas atualizadas (Produce Facts) sobre a pós -colheita de várias flores de corte, que estão disponíveis na Internet.

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2. ANTIRRINO

Enquadramento taxonómico

O antirrino (sin. bocas -de -lobo), cujo nome científico é Antirrhinum majus, é uma das 40 espécies do género Antirrhinum, pertencente à família Scrophulariaceae (quadro 2.1).

Quadro 2.1 — Classificação botânica do antirrino.

Divisão Magnoliophyta (Angiospérmicas)

Classe Magnoliopsida (Dicotiledóneas)

Subclasse Asteridae

Ordem Scrophulariales

Família Scrophulariaceae

Género Antirrhinum

Espécie Antirrhinum majus L.

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Antirrino é um nome de etimologia grega que significa «semelhante ao nariz» (rhis = nariz). O antirrino é uma espécie da flora mediterrânica que surge espon-taneamente em Portugal. É originalmente uma planta de dia longo que floresce durante o verão. Os esforços de melhoramento das cultivares comerciais foram desenvolvidos principalmente nos EUA, onde, na década de 1920, foi obtida a primeira cultivar de floração invernal e em 1938 o primeiro híbrido F1 para produção forçada em estufa.

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O antirrino é uma planta ornamental cultivada principalmente como flor de corte ou como planta de canteiro. A sua utilização como planta envasada é menos frequente.

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Morfologia

Embora cultivada em floricultura como anual, o antirrino é uma planta herbácea vivaz, de caule ereto, glabo, com inflorescências pubescentes. As folhas são inteiras, ovais ou lanceoladas, com uma largura que varia entre 1,0 e 2,5 cm, de cor verde -escura, sendo avermelhada nalgumas cultivares. As flores são hermafroditas e estão reunidas em espigas terminais. Apresen-tam corola tubular, bilabiada com aproximadamente 4 cm de comprimento. O lábio superior é bilobulado e o inferior é trilobulado. A corola pode ser branca, vermelha, cor -de -rosa, amarela, cor de laranja ou acentuadamente bicolor.

Classificação das cultivares

As cultivares para a produção de flor de corte classificam -se em 4 grupos, em função da sua resposta ao fotoperíodo e à temperatura:

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����������� ���������� ��� ��������� ������!���� �������������� � ����� �da primavera e no outono. São caracterizadas por uma floração muito lenta a 10 ºC, tendo um desenvolvimento ótimo quando a nictitemperatura é de 15 a 16 ºC, em condições de dia longo e de elevada irradiância;

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A escolha das cultivares deve ser efetuada tendo em conta a sua adaptação à latitude e à época do ano (quadro 2.2).

Quadro 2.2 — Ciclo cultural dos diferentes grupos de cultivares de antirrino.

Grupo

Norte do paralelo 38 ºN Sul do paralelo 38 ºN

Semen-teira

(semana)

Trans-plantação(semana)

Época de produção(semana)

Duração ciclo (dias)

Semen-teira

(semana)

Trans-plantação(semana)

Época de produção(semana)

Duração ciclo (dias)

I 33-35 37-39 50-7 130 - - - -

II 37-4930-32

40-134-38

8-1944-49

155100

34-51 38-4 49-17 130

III 50-1125-28

2-1528-33

20-2637-43

11085

28-332-10

32-375-14

40-4818-24

9585

IV 13-23 16-27 27-36 85 11-26 15-31 25-39 85

Fonte: Rogers (1992); Corr & Laughner (1998).

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Fisiologia do desenvolvimento

A planta desenvolve -se após a germinação, sendo a sua morfogénese influen-ciada pela temperatura e pelo fotoperíodo. Podemos considerar os seguintes estádios de desenvolvimento:

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O antirrino é uma planta de dia longo facultativo, o que significa que, embora possa florir em condições de dia curto, os fotoperíodos longos aumentam a precoci-dade da floração. O fotoperíodo, influenciado pela latitude e pela época do ano, deve ser tido em consideração na escolha das cultivares de antirrino (qua dros 2.3 e 2.4).

O DIF (diferença entre a hemerotemperatura e a nictitemperatura) influencia o desenvolvimento do antirrino. Na fase de plântula, um DIF positivo promove o alongamento dos entrenós, resultando em plantas mais altas e com pecíolos mais compridos do que em condições de DIF nulo. Um DIF negativo reduz a taxa de alongamento em relação ao DIF nulo ou positivo, resultando em plantas mais baixas.

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Condições climáticas

Como temperaturas ótimas indicativas para esta cultura podemos considerar os valores de 15 a 18 ºC durante o dia e 8 a 12 ºC durante a noite. No entanto, as temperaturas ótimas para o antirrino dependem do estádio de desenvolvimento da planta e do tipo de cultivar. As exigências térmicas para maximizar a taxa de crescimento são mais elevadas na fase de plântula (cerca de 27 ºC) e decrescem progressivamente à medida que a planta se desenvolve; na fase de floração, a temperatura ótima ronda os 15 ºC.

Os diferentes grupos de cultivares possuem exigências específicas em nic-titemperatura, como se refere no quadro 2.3. A planta deixa de absorver água quando a temperatura do solo ou do substrato é inferior a 10 ºC, especialmente se a hemerotemperatura do ar for elevada (viz. 21 ºC).

Quadro 2.3 — Exigências climáticas dos diferentes grupos de cultivares de antirrino.

Grupo de cultivares

Fotoperíodo IrradiânciaTemperatura noturna (ºC)

I Curto Baixa 7-10II Curto (mas superior

ao do grupo I)Moderada 10-13

III Médio a longoModerada a elevada

13-16

IV Longo Elevada > 16

Fonte: Corr & Laughner (1998).

As necessidades de irradiância nesta cultura dependem da cultivar (qua-dro 2.3) e da temperatura, sendo tanto mais elevadas quanto maior for a tem-peratura média. No entanto, no verão, quando a temperatura e a irradiância são elevadas, o ciclo cultural encurta -se e a floração antecipa -se, podendo haver prejuízo da qualidade se as cultivares não estiverem adaptadas.

O tempo necessário para a floração e o número de folhas das hastes estão inver-samente relacionados com o fotoperíodo, a temperatura e a intensidade luminosa.

Preferências edáficas

O antirrino vegeta em habitats naturais com solos pedregosos e de baixa fertilidade. As principais exigências edáficas desta cultura são, assim, a boa drenagem e o arejamento. As misturas de turfa:perlite na proporção de 1:1, ou

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turfa:solo:perlite 1:1:1, ou, ainda, a mistura 3:1 de solo:areia são substratos ade-quados à produção de antirrino de qualidade. A turfa pode ser substituída por fibra de coco.

O pH do solo deve estar entre 6,5 e 7,0, embora a cultura vegete em solos mais ácidos (pH 5,5). Em substratos sem solo é preferível manter o pH entre 5,5 e 5,8.

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Até ao início do século xx, o antirrino era propagado principalmente por via vegetativa. No entanto, os problemas fitossanitários favorecidos pela propagação vegetativa, nomeadamente a disseminação da ferrugem (Puccinia antirrhini), conjugada com o aparecimento das cultivares híbridas, motivaram a alteração para a propagação seminal.

A semente de antirrino é muito pequena e necessita de luz para germinar (quadro 2.4). A sementeira é normalmente efetuada em tabuleiros alveolados com um reduzido volume de substrato por alvéolo (cerca de 7,5 cm3), como se pode ver na figura 2.1. O substrato de germinação deve ser desinfetado e ter um pH entre 6,5 e 7,0.

Uma vez que as sementes necessitam de luz para germinar, recomenda -se que não sejam cobertas com substrato na altura da sementeira. A temperatura

Figura 2.1 — Plântulas de antirrino.

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ótima para a germinação é de 20 a 21 ºC. Acima dos 26 ºC a faculdade germi-nativa é drasticamente reduzida, para 25 a 30% dos valores obtidos em condi-ções ótimas. Sob condições favoráveis, a germinação e emergência ocorrem em 5 a 10 dias.

Na produção comercial de transplantes em condições de controlo ambien-tal, pode reduzir -se a temperatura para 12 a 15 ºC após a emergência, pro-vocando o endurecimento das plantas para facilitar o transporte e ajudá -las a vencer a crise de transplantação. Uma intensidade luminosa elevada é desejável nesta fase.

Quadro 2.4 — Características da semente de antirrino.

Número de sementes por grama 7000 a 8000

Temperatura ótima (ºC) 20 a 21

Tempo de germinação a 18-20 ºC (dias) 5 a 10

Necessidade de luz Sim

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Preparação do terreno

A preparação do solo deve ser feita de forma a obter uma boa porosidade e uma adequada drenagem, já que as raízes do antirrino são exigentes em arejamento do solo ou do substrato. Os antirrinos podem cultivar -se em diversos substratos, sempre que o ar ocupe entre 45 e 55% da porosidade total na zona radicular.

A desinfeção do solo, recorrendo a um método de desinfeção de largo espectro, é importante para prevenir problemas fitossanitários, servindo simultaneamente para eliminar as sementes de infestantes. O terreno é normalmente armado em camalhões com 1,0 a 1,2 m de largura, deixando caminhos de 0,50 m entre canteiros.

Plantação

A transplantação pode ser feita quando as plantas atingem o primeiro par de folhas verdadeiras e uma altura de 2,3 a 3,0 cm, ou com plantas mais desenvol-vidas, com 6 pares de folhas e 10 a 12 cm de altura. Nos sistemas de cultura comerciais, a transplantação deve ser feita com raiz protegida, deixando o colo da planta ligeiramente acima da superfície do solo ou substrato.

A densidade de plantação depende da opção de conduzir as plantas numa haste única ou efetuar uma desponta (ver Podas). De qualquer forma, nesta cul-

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tura praticam -se densidades de plantação elevadas, que variam entre 64 e 125 plantas m -2 (na área útil) nas plantas não despontadas e entre 25 e 45 plantas m -2 (na área útil) quando se efetua desponta.

Se a cultura for conduzida numa haste única, a plantação pode fazer -se com compassos de 7,5 × 15 cm a 10 × 15 cm no inverno e de 7,5 × 10 cm a 10 × 12,5 cm no verão. Quando se pretende despontar, dispõem -se as plantas em quadrados de 20 × 20 cm, o que corresponde a uma densidade de 25 plantas m–2.

Tutoragem

A tutoragem é particularmente importante na cultura do antirrino, para as-segu rar a qualidade das hastes florais. Quando se afastam da posição vertical, os caules de antirrino curvam -se rapidamente a fim de retomarem a posição geotrópica natural. Nestes casos, as hastes ficam torcidas e perdem o seu valor comercial.

No caso da condução da cultura com uma haste única, será suficiente utili-zar 1 a 2 redes de tutoragem móveis que possam ser elevadas, acompanhando o crescimento da planta (figura 2.2). Se as redes forem fixas, há necessidade de 3 redes de tutoragem, sendo a primeira colocada a 15 -20 cm do solo e as restantes distanciadas de 20 a 30 cm entre si. As redes de tutoragem possuem normalmente malhas de 10 a 15 cm × 15 a 20 cm.

A

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Fertilização

Antes de instalar a cultura é necessário efetuar uma análise de terra para avaliar as necessidades em nutrientes. No quadro 2.5 apresentam -se valores de exportação para o antirrino obtidos em ensaios efetuados em França e na região de Entre Douro e Minho.

Quadro 2.5 — Exportação de macronutrientes pela cultura do antirrino.

RegiãoDensidade

(plantas m-2)N

(g m-2)P2O5

(g m-2)K2O

(g m-2)CaO

(g m-2)MgO

(g m-2)S

(g m-2)

França1 64 13,9 3,5 22,8 - - -

Entre Douro e Minho2

64 28,2 6,4 39,4 9,5 5,5 1,4

Fonte: 1 Vidalie (2001); 2 Morim et al. (2004a).

Com base nos resultados de exportação obtidos na região de Entre Douro e Minho, valores médios de 4 cultivares, recomenda -se para o antirrino a satisfação das exportações de 28 g m -2 de N, 6 g m -2 de P2O5 e 39 g m -2 de K2O, num equi-líbrio N:P2O5:K2O de 1,0:0,2:1,4 (N:P:K = 1,0:0,1:1,2). Outros autores sugerem um equilíbrio N:P2O5:K2O de 1,0:0,25:1,7. O excesso de azoto deve ser evitado, pois prejudica a longevidade em jarra das hastes.

Figura 2.2 — Plantação de antirrino em 2 sistemas de cultura. (A) Cultura em fibra de coco em estufa aquecida (Canadá) e (B) cultura no solo em estufa não aquecida (Por tugal).

B

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A cultura absorve cerca de 30 a 35% do total do azoto, do fósforo e do potássio durante a fase inicial do ciclo cultural, que decorre entre a plantação e a iniciação floral. Nesta fase absorve também 48% de todo o cálcio consumido durante o ciclo. Na curta fase (cerca de 6 dias) que decorre desde a iniciação flo-ral até que os botões se tornam visíveis, a cultura absorve cerca de 25% do azoto e do fósforo totais, mas apenas 5 a 6% do potássio, cálcio e magnésio. Na fase final, entre os botões visíveis e a antese, a cultura absorve 40 a 60% dos macro-nutrientes totais. Este padrão de absorção levanta questões sobre a recomendação de alguns autores, seguida por muitos produtores, de parar a fertilização quando a cor das pétalas nos botões florais se torna visível.

O antirrino é sensível à carência de boro, que se manifesta por uma redução do número de botões florais na espiga. Os sintomas da carência de boro são agravados pelo antagonismo com o cálcio.

Rega

Os antirrinos são sensíveis ao excesso de água no solo ou substrato. Em con-dições de excesso de humidade, as plantas tornam -se muito sensíveis a podridões radiculares provocadas por Pythium. A clorose nas folhas pode ser um sintoma de excesso de água.

A cultura deve ser regada por microaspersão até vencer a crise de transplan-tação. Ultrapassada a crise de transplantação, é aconselhável passar a regar através de um sistema de rega gota a gota.

Podas

No antirrino poderá ser necessário praticar 2 tipos de intervenções que se classificam como podas: a desponta e a remoção dos ramos laterais.

É necessário optar por conduzir as plantas com uma haste única ou despontá--las. A condução da cultura numa haste única tem a vantagem de permitir obter uma produção mais precoce, com hastes de qualidade superior e de prescindir da operação da desponta. Em contrapartida, uma vez que a densidade de plantação é superior, os custos com as plantas são mais elevados. A cultura despontada tem um período de produção mais longo e produz hastes de qualidade inferior e mais heterogéneas. As diferenças de produtividade e de quali dade das hastes florais entre uma cultura despontada e uma cultura não despontada podem ser avaliadas através do quadro 2.6. Note -se, em particular, a grande diferença de peso fresco, que reflete a debilidade das hastes florais produzidas por plantas despontadas.

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Quadro 2.6 — Efeito da desponta e da densidade de plantação na produtividade e na qualidade das hastes florais de antirrino. Os valores são a média de 4 cultivares.

Variável

Sistema de cultura

64 plantas m-2

sem desponta32 plantas m-2

com desponta

Produtividade (hastes m-2) 64,0 165,0Comprimento da haste (cm) 100,6 89,9Comprimento da espiga (cm) 25,4 23,4Peso fresco da haste (g) 123,9 36,6Diâmetro da haste na base da espiga (mm) 7,4 5,4

Fonte: Morim et al. (2004b).

A desponta efetua -se removendo o ápice da planta acima do segundo ou terceiro nó. Da rebentação resultarão 4 a 6 ramos que produzem hastes florais.

Quando se opta por praticar a desponta, é aconselhável eleger cultivares vigorosas. A época de produção também deve ser tida em conta: no verão, com taxas de crescimento elevadas, as plantas despontadas podem produzir hastes demasiado curtas, sem valor comercial.

No caso da condução em haste única, pode ser necessário remover as rami-ficações axilares, em particular os ramos da base da planta, para favorecer a precocidade e o bom crescimento da espiga principal e, também, facilitar a cir-culação de ar entre as plantas.

Colheita

O ciclo cultural do antirrino é relativamente curto, podendo a colheita ser efetuada 120 a 140 dias após a plantação.

A colheita deve ser feita quando todos os botões se encontram individualiza-dos e bem separados entre si e um terço das flores da espiga se encontra aberto. No entanto, o estado de maturação que permite uma maior longevidade pós--colheita é quando 3 a 7 flores da base da espiga se encontram abertas. Nestes casos é necessário recorrer a soluções de abertura de botões. As hastes devem ser colocadas em recipientes com solução preservante e devem ser mantidas na vertical, para não se deformarem devido ao geotropismo.

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Em geral, o antirrino é pouco atacado por pragas e doenças. Os seus princi-pais inimigos são referidos nos quadros 2.7 e 2.8. A cultura é ainda suscetível

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aos tospovirus TSWV e INSV, transmitidos por tripes, bem como ao vírus do mosaico das cucurbitáceas (CMV), transmitido por afídeos.

Desinfetar o solo, evitar a rega por aspersão após a crise de transplan-tação e as condições de excesso de humidade, tanto no solo ou substrato como na atmosfera, são condições importantes para assegurar a sanidade desta cultura.

Quadro 2.7 — Principais pragas da cultura do antirrino.

Nome vulgar Espécies

Ácaros Tetranychus urticae, Phytonemus pallidus

Afídeos Aphis gossypii, Myzus persicae

Lagartas Diversas

Larvas mineiras Lyriomyza spp.

Tripes Frankliniella occidentalis

Nemátodes Meloidogyne spp.

Figura 2.3 — Cultura de antirrino pronta a colher.

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Quadro 2.8 — Principais doenças da cultura do antirrino.

Nome vulgar Espécies

Podridão cinzenta Botrytis cinerea

Cercosporiose Cercopora antirrhini

Antracnose Colletotrichum gloeosporioides, C. antirrhini

Oídio Oidium spp.

Míldio Peronospora antirrhini

Podridão do caule Phyllosticta antirrhini

Ferrugem Puccinia antirrhinii

Murchidão das plântulas Pythium spp., Phytophthora spp., Rhizoctonia solani

Podridão branca Sclerotinia sclerotiorum

Verticilose Verticillium dahliae, V. albo-atrum

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As hastes de antirrino são classificadas com base no seu comprimento e no número de flores da espiga, e a sua comercialização é normalmente efetuada em molhos de 10 unidades.

Um dos principais problemas pós -colheita do antirrino é a curvatura geotró-pica da espiga, que ocorre sempre que as hastes são colocadas afastadas da posi-ção vertical. Sabe -se que as drogas que interferem com a actina e com a miosina inibem eficazmente a curvatura geotrópica do antirrino. No entanto, devido ao seu preço elevado, não têm sido empregues em tratamentos pós -colheita desta flor. A daminosida e o tiossulfato de prata permitem reduzir a curvatura geotró-pica, sem no entanto a eliminarem completamente.

As flores de antirrino são muito sensíveis ao etileno e respondem particu-larmente bem às soluções de jarra. Soluções de jarra contendo uma fonte de carbono (e. g., 0,5 a 1,5% de sacarose) e um agente antimicrobiano promovem a abertura de flores, melhoram a coloração das pétalas e, em relação à água sem aditivos, podem duplicar ou triplicar a longevidade em jarra. Os tratamen-tos com 1 -metilciclopropeno ou com tiossulfato de prata protegem as flores de antirrino contra os efeitos do etileno, retardando a murchidão e a abscisão das floretas.

Se as hastes florais forem colhidas muito imaturas, com poucos botões abertos, muitos dos botões restantes acabam por não abrir completamente e por apresentar uma fraca expressão da cor das pétalas. Nestes casos há vantagem em utilizar uma solução de abertura de botões para melhorar a qualidade da espiga (ver anexo 2). As condições ambientais ótimas para a abertura dos botões

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são: temperatura de 20 a 23 ºC, humidade relativa superior a 75%, intensidade luminosa de 2000 lux fornecida por lâmpadas fluorescentes e um fotoperíodo de 16 horas.

O antirrino pode ser conservado a seco durante 4 dias a 0 -2 ºC, com as hastes acondicionadas em filme de plástico para prevenir a perda de água.

Quadro 2.9 — Informações sobre a fisiologia pós -colheita e as condições de armazena-mento do antirrino.

Sensibilidade a danos pelo frio InsensívelSensibilidade ao etileno Muito elevada

Taxa de respiração a 10 ºC (mg CO2 kg-1 h-1) 400

Q10

Entre 0 e 10 ºC 2,7

Entre 10 e 20 ºC 2,5

Adaptação ao armazenamento a seco Reduzida

Temperatura de armazenamento recomendada (ºC) 0 a 2

Grupo de compatibilidade (anexo 1) A e B

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3. ANTÚRIO

Enquadramento taxonómico

O género Anthurium, que inclui entre 500 e 600 espécies, ou mesmo 1000 segundo algumas classificações, é o maior género da família das Aráceas. São diversas as espécies com interesse hortícola. As cultivares para flor de corte são híbridos derivados predominantemente de A. andraeanum Linden. As cultivares de antúrios para a produção de plantas envasadas são deri vadas de A. scherze rianum Schott, enquanto A. crystallinum Linden & André e A. leuco-neurum Lem. podem ser utilizadas para a produção de folhagem de corte.

Quadro 3.1 — Classificação botânica do antúrio.

Divisão Magnoliophyta (Angiospérmicas)

Classe Liliopsida (Monocotiledóneas)

Subclasse Arecidae

Ordem Arales

Família Araceae

Subfamília Pothoideae

Tribo Anthurieae

Género Anthurium

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As espécies de Anthurium são originárias da América Central e do Sul. O A. andraeanum e o A. crystallinum são nativos da Colômbia. O A. leuconeu-rum é originário do México, enquanto o A. scherzerianum provém da Costa Rica.

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O A. andraeanum foi introduzido na Europa no século xix e foi sofrendo suces-sivas hibridações até originar as cultivares atualmente utilizadas na produção de flor de corte.

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O antúrio é uma planta de grande valor ornamental, apreciada não só pelas hastes florais com a sua espata vistosa, mas também pela folhagem lustrosa. É principalmente cultivado como planta envasada de interior (figura 3.1) e como flor de corte. As folhas são também aproveitadas como folhagem de corte.

Figura 3.1 — Antúrio em vaso.

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Morfologia

Os antúrios são plantas herbáceas, perenes, caulescentes, com um porte ereto. As folhas, com um limbo cordiforme e pecíolos longos, possuem um brilho característico. A «flor» do antúrio é constituída por um escapo floral (caule), uma espata (bráctea protetora da inflorescência) cordiforme e colorida e por uma inflorescência, designada por espádice, normalmente amarelada, contendo cerca de 300 flores hermafroditas.

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Fisiologia do desenvolvimento

Após a germinação as plantas passam por um período juvenil durante o qual não produzem flores. Após a produção da primeira flor, a planta alterna fases de crescimento vegetativo e fases de floração.

Nas cultivares para flor de corte e para planta envasada, a planta produz anual mente entre 3 e 8 folhas por caule; após a produção de cada folha a planta produz uma flor. O tempo que medeia entre a produção de uma folha e produção da flor que se segue depende da temperatura e da intensidade luminosa.

O número de flores pode ser aumentado com a aplicação de ácido giberélico. A benziladenina, uma citocinina sintética, também promove a rebentação de gomos adventícios e aumenta o número de flores.

Condições climáticas

O antúrio é uma cultura megatérmica, com as temperatura cardinais apresen-tadas no quadro 3.2. As plantas morrem com danos pelo frio quando a tempe-ratura é inferior a 10 ºC. Acima dos 30 ºC, as plantas tornam -se mais pequenas, com um sistema radicular menos desenvolvido e produzem menos flores. A cul-tura sofre com amplitudes térmicas elevadas (> 5 ºC).

Quadro 3.2 — Temperaturas cardinais para a cultura do antúrio.

Parâmetro Temperatura (ºC)

Zero de vegetação 10-13

Ótima 20-26

Máxima para produção de qualidade 30

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A humidade relativa deve situar -se entre 60 e 80%. Pode ser necessário ins-talar um sistema de nebulização, idealmente do tipo fog, que permite aumentar a humidade relativa do ar sem molhar as plantas.

Os antúrios são considerados indiferentes ao fotoperíodo. A irradiância ótima para a produção de antúrios é inferior àquela que se verifica no verão em prati-camente todas as regiões, pelo que o ensombramento é largamente utilizado nesta cultura. Os valores de irradiância considerados ótimos oscilam entre os 280 e 350 μmol m -2 s -1. Estes valores atingem -se com ensombramentos de 50 a 90%, dependendo das regiões e das épocas do ano. O grau de sombreamento depende ainda da cultivar e da idade da planta. As cultivares de folhas mais escuras e as plantas mais jovens necessitam de menos luz.

Preferências edáficas

Os antúrios necessitam de substratos simultaneamente bem arejados e com uma boa capacidade de retenção de água. Utilizam -se frequentemente substratos orgânicos — turfa, fibra de coco, serradura misturada com aparas de madeira —, mas os antúrios podem ser cultivados com sucesso em substratos inertes, como a perlite, lã de rocha, cinzas vulcânicas e espumas sintéticas. O substrato deve ser poroso e manter a estabilidade estrutural durante os 5 a 6 anos de duração da cultura. Nos substratos sem solo deve manter -se o pH entre 5,5 e 6,0.

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O antúrio pode ser facilmente propagado através da separação de rebentos axilares ou de estacaria caulinar. No entanto, as plantas destinadas à floricultura comercial são produzidas através de métodos de micropropagação in vitro.

No melhoramento recorre -se à propagação seminal. As sementes de antúrio têm de ser semeadas imediatamente após a sua remoção das bagas, pois perdem a faculdade germinativa em poucos dias. A propagação seminal não é utilizada na produção comercial de antúrios para flor cortada ou para planta em vaso, pois são necessários três anos até que estas plantas iniciem a produção de flor.

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Instalação da cultura

Nas regiões tropicais, o antúrio é frequentemente produzido em canteiros com solo rico em matéria orgânica ou enriquecido com um substrato orgânico (figura 3.2). Noutras regiões, antes de se generalizarem os sistemas de cultura em

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contentores, adotaram -se durante muito tempo canteiros sobrelevados com cerca de 0,3 a 0,5 m de altura e 1,20 m de largura, contendo substrato, frequentemente sustido por muretes de alvenaria ou de madeira. Mais recentemente, canteiros com as mesmas dimensões são sustidos com chapas de plástico.

Hoje em dia a produção intensiva de antúrio fora das regiões tropicais faz -se em contentores com um substrato sem solo (figura 3.3).

Os transplantes são fornecidos em vasos e podem ser adquiridos com dife-rentes tamanhos, variando tipicamente entre 20 -25 cm e 30 -40 cm. As plantas mais pequenas requerem mais cuidados e levam cerca de 12 meses a entrar em produção. As plantas maiores podem entrar em produção ao fim de poucos meses.

As plantas são instaladas em compassos de 20 × 25 cm, 30 × 30 cm ou de 40 × 40 cm. As densidades variam geralmente entre 9 e 11 plantas m -2.

Fertilização

A cultura é exigente em potássio, especialmente no ano da instalação. Nos sistemas de cultura sem solo atuais, pratica -se fertirrigação com uma solução nutritiva com a composição indicada no quadro 3.3. Em substratos orgânicos corrigidos ou em substratos com solo, é suficiente a fertirrega com concentra-ção de N de 150 a 200 mg l -1 e uma razão N:K de 1:2. A cultura é exigente em

Figura 3.2 — Cultura de antúrio em canteiros, Alagoas, Brasil. Note -se a elevada per-centagem de sombreamento.

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cálcio, nutriente cuja carência se manifesta numa descoloração da espata. Numa planta saudável, a concentração de cálcio deverá ser superior a 0,32% na espata e 0,88% nas folhas.

Figura 3.3 — Cultura de antúrio em substrato.

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Quadro 3.3 — Composição de uma solução nutritiva para a fertirrega do antúrio.

Adubo

Quantidade (g por 1000 l)

para uma solução concentrada (100×)

Composição nutritiva da solução final

Tanque A pH 5,5-6,0

Nitrato de cálcio 32 400 CE (dS m-1) 1,2 Nitrato de amónio

(líquido 18% N)10 900 N (mg l-1) 102,6

Nitrato de potássio 14 200 P2O5 (mg l-1) 69,5

Quelato de ferro (DTPA) 2800 K2O (mg l-1) 205,4

Tanque B Ca (mg l-1) 68,0

Nitrato de potássio 11 000 Mg (mg l-1) 24,6

Ortofosfato de potássio 13 600 S (mg l-1) 46,770

Sulfato de potássio 8700 Fe (mg l-1) 0,840

Sulfato de magnésio 24 600 B (mg l-1) 0,211

Bórax 192 Zn (mg l-1) 0,200

Sulfato de zinco 87 Cu (mg l-1) 0,030

Sulfato de cobre 12 Mo (mg l-1) 0,048 Molibdato de sódio 12

Fonte: Adaptado de Anthura (2004).

Rega

Nos seus habitats naturais, as espécies de antúrio que deram origem às cul-tivares modernas são plantas epifíticas. Os antúrios cultivados continuam a preferir ambientes com uma humidade relativa elevada, mas são muito exigentes em arejamento. O excesso de água no substrato deve ser evitado a todo o custo.

Nos sistemas de produção comercial, a água é fornecida através de sistemas de rega gota a gota. Na rega das plantas jovens, nas semanas após a instalação da cultura, deve ter -se em atenção a temperatura e a condutividade elétrica da água. A água deverá ter uma temperatura superior a 18 ºC e uma condutividade inferior a 1,2 dS m -1.

Aplicação de reguladores de crescimento

A aplicação de ácido giberélico (GA3) na concentração de 500 mg l -1 aumenta a produção de flores por planta. No entanto, os efeitos só são significativos em condições de irradiância superior a 280 μmol m -2 s -1.

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Limpeza das folhas

Após a colheita das flores procede -se ao corte das folhas mais velhas, dei-xando umas 3 ou 4 folhas por planta.

Colheita

O antúrio produz flores durante todo o ano. No entanto, a produtividade da cultura é superior nos meses de verão. As hastes de antúrio devem ser colhidas quando o espádice apresenta 75% das suas flores abertas; hastes colhidas mais cedo murcham precocemente. Após a colheita, as hastes são colocadas em reci-pientes com água limpa, podendo conter a solução para tratamento de choque (pulsing), e transportadas para a zona de preparação.

As plantas mantém -se em produção durante 4 a 5 anos.

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Os tripes e os ácaros são as principais pragas do antúrio, embora a cultura possa ser atacada por outras pragas (quadro 3.4).

Pythium spp., Rhizoctonia solani e Phytophthora spp., que provocam podridões nas raízes e no colo que levam à murchidão e morte das plantas, são favorecidos por condições de excesso de água no substrato. A antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) e a septoriose (Septoria anthurii) são também doenças importantes nos antúrios.

Devido às suas exigência em humidade relativa, as condições favoráveis à cultura do antúrio favorecem também as doenças de etiologia bacteriana. Erwinia carotovora e Xanthomonas axonopodis pv. dieffenbachiae podem provocar sérios estragos na cultura. Os antúrios podem também ser infetados pelas bacté-rias Erwinia chrysanthemi e Pseudomonas cichorii.

Quadro 3.4 — Principais pragas da cultura do antúrio.

Nome Espécies

Ácaros Tetranychus urticae

Mosca-branca Bemisia tabaci, Trialeurodes vaporariorumCochonilhas Coccus spp., Saissetia coffeae, Parasaissetia nigra,

Lepidosaphes chinensis, Hemiberlesia cyanophylii, Chrysomphalus dictyospermi, Planococcus citri, Pseudococcus longispinus

Tripes Frankliniella occidentalis, Thrips tabaci

Nemátodes Meloidogyne spp.Nemátodes foliares Aphelenchoides fragariae

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Ao contrário do que acontece com a generalidade das flores de corte, a haste floral do antúrio é apreciada sobretudo pela bráctea e não pelas flores botânicas. Assim, é o comportamento da bráctea que determina a qualidade pós -colheita do antúrio.

As hastes de antúrio são muito delicadas e devem ser manuseadas com cui-dado durante todo o circuito comercial para prevenir os danos mecânicos.

As flores de antúrio são suscetíveis a danos pelo frio, que se manifestam por um escurecimento da espata sempre que são expostas a temperaturas inferiores a 13 ºC. Pelo facto de não poderem ser armazenadas a baixa tempe-ra tura, os antúrios têm de ser mantidos em água, sendo normalmente comer-cializados com pequenos tubos de plástico contendo água colocados na base do escapo floral (figura 3.4). A perda de água ocorre principalmente pelo espádice e pode ser reduzida através da imersão da flor em ceras (e. g., cera de carnaúba a 3%).

O antúrio não é uma flor muito sensível ao etileno. No entanto, o etileno produzido em resultado do corte do escapo floral provoca a oclusão dos vasos de xilema, dificultando a absorção de água. Para minimizar este problema, pode tratar -se os antúrios, logo após a colheita, imergindo a base dos caules em nitrato de prata (1000 mg l -1) durante 10 a 60 minutos. Este tratamento resulta num substancial aumento da vida na jarra das flores.

Figura 3.4 — Hastes de antúrio devidamente acondicionadas e prontas para expedição.

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Quadro 3.5 — Informações sobre a fisiologia pós -colheita e as condições de armazena-mento do antúrio.

Sensibilidade a danos pelo frio SensívelTemperatura crítica (ºC) 13

Sensibilidade ao etileno Média

Adaptação ao armazenamento a seco Reduzida

Temperatura de armazenamento recomendada (ºC) 13Grupo de compatibilidade (anexo 1) D