Indução de resistência em plantas: estudos de casos e ...

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Indução de resistência em plantas: estudos de casos e modos de ação Flávio H V Medeiros, Mário Lúcio V Resende, Paul W. Pare, Ricardo Magela de Souza, Henrique M. Ferro, Fernanda C L Medeiros

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Indução de resistência em plantas: estudos de casos e modos de ação

Flávio

H V Medeiros, Mário

Lúcio

V Resende, Paul W. Pare, Ricardo Magela

de Souza, Henrique M. Ferro,

Fernanda

C L Medeiros

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O fenômeno

de indução

de resistência

O que

o diferencia

de outras

respostas

de plantas

a patógenos

Moléculas

eliciadoras: da

descoberta

ao

uso

comercial

Respostas

comumente

associadas

à

indução

de resistência

Quando

se trata

de indução

de resistência

Características

ou

condições

sine qua non

Comparação

entre antibiose

e indução

de resistência

Estudos

de casos

Bacillus subtilis

UFLA285 na

indução

de resistência

do algodoeiro

Extrato

de folhas

de café

(Fitoforce) na

indução

de resistência

diversas

culturas

e patógenos

Desafios

da

indução

de resistência: from bench to field/market.

Quais

são

e como

estão

sendo

abordados?

INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA EM PLANTAS: ESTUDOS DE CASOS E MODOS DE AÇÃO

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DOENÇA É REGRA OU EXCEÇÃO?

Buchanan et al., 2000

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MAMPs, DAMPs

e efetoras são reconhecidos pelos hospedeiros como sinais de perigo

Boller

& Felix, 2009

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Como as plantas

enfrentam

os patógenos?

Barreiras

pré-formadasEstruturaisFísicasQuímicas

Imunidade

inataResposta

a padrões

moleculares

associados

a micróbios

Interação

gene a gene e básicaResposta

não

hospedeira

http://serc.carleton.edu/cismi/itl/intra_bio/index.html

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Plant innate immunity, Nurnberger et al, 2004

Reconhece

Responde Relembra

Imunidade Inata

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MAMPs associados a bactérias:

Cold shock protein (CSP)

Superoxidase dismutase (Sodm)

Lipopolissacarídeos (LPS)

Peptídeoglicano

Flagelina

Fator de elongação Tu (Ef-tu)

MAMPs associados a fungos:

NIP1 de Phytophora infestans

Beta glucana

Quitina

Erbs & Newman, 2009

MAMPs (PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS A MICRÓBIOS)

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Parede celular da maioria dos fungos fitopatogênicos contém quitina...

Receptores de quitina na plantaEm arroz CEBiP (chitin elicitor-binding protein) (Kaku et al., 2006)

Quitina deacetilada (quitosana) também é reconhecida pelo receptor (Iriti & Faoro,2009)

Fontes naturais de quitina na natureza…

Quitina

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Buchanan, 2000

Moléculas lineares de duas

a 20 unidades de α-1,4-D-

ácido galacturônico

Hanh et al., 1981

A planta também reconhece suas próprias moléculas glicosídicas quando está

sendo atacada... os oligogalacturonídeos (OGAs):

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Rizobactérias promotoras de crescimento de plantas –

lipopeptídeos (surfactina)Ongena et al. Anais da V Reunião Brasileira de Indução de Resistência, 57-69, 2010

Oomicetos –

Pythium oligandrum –

oligandrinaPicard et al. Plant physiology 124(1): 379–396,

2000

Ascomycota –

Trichoderma sp. –

serina protease e xilanaseHarmann et al. 2004, Nature Review of Microbiology, 2: 43–56

Eliciadores da resistência induzida, produzidos por bactérias e fungos não

(fito)patogênicos

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Surfactina

HeptapeptideoAnel cíclico de lactona

Homologues C12 a C15 Homologos

C14

a C18

Fengicina

Lipodecapeptídeo,Anel interno de lactona

Moléculas eliciadoras da indução de resistência de Bacillus subtilis

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Buchanan, 2000

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FLS2Flagelo (flg22)

MAPKKK

MAPKK

MAPK

WRKY

CEBiP

Trandução

de sinal

Ativação de fator de transcrição TranscriçãomRNA

mRNA=>proteínas Tradução

quitina

Pecepção de sinal

OGArOGA

Atividade antimicrobiana (ex: quitinase)

Função metabólica (PAL)

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Eventos de sinalizaçãoAumento das concentrações de H+

e Ca2+

no citosolExplosão oxidativa (também é

defesa)

Ativação de MAP quinasesMensageiros secundários: ácido jasmônico, etileno ou salicílico (menos comum)

Alterações da estrutura da célula –

barreiras físicasCaloseLigninasPapilas

Alterações da estrutura da célula –

barreiras químicasFitoalexinas (flavonoides, taninos, fenois e terpenos)Inibidores de proteinase (nematóides e insetos)Proteínas relacionadas à

patogênese (PRPs)

Exemplos de respostas à

exposição de plantas a MAMPs

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Como saber se o controle observado é garantido pela indução de resistência?

Qual a importância de se saber o mecanismos de ação predominante?

SUSTENTABILIDADE

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Diferentes modos de ação: mesmo patossistema (Xathomonas axonopodis pv. malvacearum e Bacillus sp.)

Antibiose: sideroforos, ácido cianídrico e redução de pH

Arya & Parashar, 2002

Indução de resistência: POX, PAL, lignina, …

Ishida et al., 2008

Tratamento deve ser feito 7d antes da inoculação

Tratamento resulta em efeito 2d antes da inoculação

Não há

dose resposta

maior controle com o aumento da dose

Macha angular do algodoeiro (Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum)

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CARACTERÍSTICAS DAS RESPOSTAS DE INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA

Separação física entre indudor e sítio de infecção

Não apresenta atividade direta contra o patógeno

Necessidade de um tempo entre a aplicação do produto e a resposta

de defesa

Não há

efeito dose resposta (até

atingir “plateau”)

Inespecificidade da proteção

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MODO DE AÇÃO: indução de resistência e a separação física

Patógeno Indutor

Split root system

nematóides, fungos e bactérias (soil-borne)

I-plates (placas bipartidas)

Zhang et al. (2007)

Bakker et al. (2010)

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Atividades específicas de três famílias de lipopeptídeos de Bacillus spp.

Poderosos biossurfactantes

Antiviral

Antibacteriana

Baixa fungitoxicidade

Grande atividade antifúngica (leveduras e fungos filamentosas)

Baixa atividade antibacteriana

Baixa atividade antiviral

Surfactina Iturina

Fortemente antifúngico (fungos filamentosos )

Fengicina

Antibiose

ISR

Marc Ongena, 2010

Antibiose

ISR

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Planta P. putida WCS358

P. fluorescens WCS417

P. fluorescens WCS374

Arabidopsis + + -Feijão + + ndRabanete - + +Arroz - - +Tomate + + nd

INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA E A DEPENDÊNCIA DE HOSPEDEIROEspécie cultivada

Peter Bakker, 2010

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Dias após aplicação de ASM

ASM

Expr

essã

o re

lativ

a de

PR1

(tra

t/te

st)

ASMHerman et al. Physiological and Molecular Plant Pathology 71 (2007) 192–200

Xanthomonas vesicatoriaXanthomonas vesicatoria

INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA E A DEPENDÊNCIA DE HOSPEDEIROMesma espécie cultivada –

diferentes cultivares

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NECESSIDADE DE DOSE MÍNIMA PARA SE TER INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA?

Phytopathology 98(2):196-204

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4 g a.i.

Tomato spotted wilt virus symptoms

Phytotoxic effect of ASM

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corn lettuce bean tomato cucumber soy

2,6. 106 2,8. 107 1,8. 107 2,3. 107 nd nd

A RESPOSTA DE COLONIZAÇÃO E INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA É

CULTIVAR DEPENDENTE

Produção de metabólitos

colonização

Marc Ongena, 2010

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ESTUDOS DE CASOS ENVOLVENDO A INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA

Seleção de rizobactéria e avaliação da induçãoExtrato de planta para indução de resistência

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Controle do tombamento de algodão pelo tratamento de sementes com Bacillus spp.

xx

BrazilianBrazilian’’s savana plateaus savana plateau

>3 years conventional cotton >3 years conventional cotton croppingcropping

~700m altitude~700m altitude

~1500 mm rainfall~1500 mm rainfall

DampingDamping--off presentoff present

ScreningScrening……..

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Ensaios de campo (2007/08 e 2008/09)GerminaçãoTombamento de pós-emergênciaPeso seco de parte aéreaProdutividade

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Requer tempo para exercer algum benefício…

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Como você pode prever o efeito do indutor de resistência em plantas (cultivadas)?

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A evolução do custo do sequenciamento…

I will not think of sequencing very soon!!!

Sequencing: a valuable information (low cost, high profit)

In the 90s… In 2010…

$$$$equencing…my recipe to succeed

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Genome sequence

Blast to known sequences

Transcriptomics

Metabolomics

We will know what is known!!!

Proteomics

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Sucrose (phosphate)

Sucrose (phosphate) synthase

Glucose + fructose

Piruvate

Bifunctional aldolase

Ketoacyl CoALipid synthesis (sterol)

Ketoacyl CoA synthase

Lipid catabolism

Oxidative decarboxylase?

Electron transport chain (cytochromes)

Citric acid cycle

ENERGY GENERATION

Malate dehydrogenase

Oxaloacetate

Malate

Aspartate/Asparatine metabolism

PEP carboxylase

PhosphoenolpyruvateAsparagine

Glutamic acid

Proline synthesis

phenylalanine

Phenylpropanoid pathway

ANAPLEUROTIC REACTIONS

P5CS

Cellulose synthase

Cellulose

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Gene classes Response Ratio (treated/control)

Gene numbers

Defense (12.1%)Anti-oxidants/scavengers glutathione-S-transferase, peroxidase,

dehydroascorbate redutase, MATE efflux family protein, thioredoxin, purple acid phosphatase, cytochrome P450

0.54-2.34 (93% UP) 15

PR-protein Thaumatin-like protein, resistance induced protein 13, uncharacterized resistance protein, major cherry allergen, Endo-beta-acetylglucosaminidase

1.51-2.06 (100% UP) 5

Jasmonic acid biosynthesis Lipoxygenase*, allene oxide cyclase 1.51-1.60 (100% UP) 2Phenylpropanoid-pathway Phenylalanine ammonia-lyase, caffeic acid O-

methyltransferease, 2-hydroxyisoflavone reductase, cinnamoyl CoA reductase, dihydroflavonol 4 reductase

1.64-2.50 (100% UP) 6

Osmorregulation Pyrroline-5-carboxylate synthetase, aquaporin 0.59-1.65 (50% UP) 2Cell wall modulators (3.6%)reinforcement Transferase, UDP glycosyl transferase 88B1,, callose synthase,

Lipid transfer protein, Glycosyl transferase, cellulose synthase0.48-1.2 (67% UP) 6

loosening xyloglucan endoglycosyl/hydrolase 0.37-0.58 3Stress-related (2.4%) Heat shock protein, alcohol dehydrogenase, chaperone

protein DNAJ-related0.55-1.81 6

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Proline content in stems 13 days after sowing

4 days without water 4 days after inoculation

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Photosynthesis

8 days without water

24h after rewatering

17 days after sowing

19 days after sowing

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Desafios a serem superados no uso “comercial”

da indução de resistência…

Custo metabólico (erro na dose para mais/menos)

Interferência de sinais (o caso da soja x ferrugem x indutor)

Manejo de uso do produto (tempo resposta, intervalo de aplicação, dose,

compatibilidade)

Determinação de frações ativas e controle de qualidade

Formulação

Scale up

da produção e custo do produto

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COMPARAÇÃO PTI e ETI

Característica PTI (Indução de resistência)

ETI (Resistência gene a gene)

Tempo de resposta lento Rápido

Intensidade da resposta + +++

Genes ativados PRs, fitoalexinas, PAL Semelhantes +HR

O tempo de resposta à

molécula eliciadora…INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA VS RESISTENCIA GENE A GENE

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Kamoun, 2006

Patógenos podem superar a defesa mediada por indutores de resistência

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Conclusões -

o que levar para casa?

Moléculas eliciadoras : quais são? –

Derivadas de microrganismos (em geral),

especificamente por ele produzidas ou derivada de outras fontes (planta,

artrópodos, etc.).

Quebra de paradigmas nas condições sine qua non do indutor de resistência

Abordagens que avaliem efeitos globais do uso de um indutor amparam acerca

de efeitos deletérios e podem apontar novas potencialidades de uso

Desafios a serem superados no uso de indutores de resistência

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AgradecimentoProf. Paul Pare, Texas Tech University

Agências de fomento às pesquisas

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Controle biológico de doenças de plantasUniversidade Federal de [email protected]

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http://www.nucleoestudo.ufla.br/nefit/

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Dúvidas?