Industrias

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Indústri as Profº Léo Fons eca

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IndústriasPro

Léo

Fons

eca

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A industrialização do espaço mundial

As origens do processo de industrialização remontam ao século XVlll, quando na sua segunda metade, emergem na Inglaterra,

grande potência daquele período, uma série de transformações de ordem econômica,

política, social e técnica, que convencionou-se chamar de Revolução Industrial.

Hoje esse processo já é conhecido como 1ª Revolução Industrial, pois nos séculos XlX, e

no XX, novas transformações geraram a emergência das 2ª e 3ª Revoluções

Industriais.

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As transformações de ordem espacial a partir da indústria foram enormes, podemos citar

como exemplo as próprias mudanças ocorridas na Inglaterra do século XlX, onde a

indústria associada a modernização do campo, gerou a expulsam de milhares de

camponeses em direção das cidades, o que gerou a constituição de cidades industriais

que nesse mesmo século ficaram conhecidas como cidades negras, em

decorrência da poluição atmosférica gerada pelas indústrias.

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Além disso, ocorreu uma grande mudança nas relações sociais, as classes sociais do

capitalismo ficaram mais claras, de um lado os donos dos meios de produção ( burguesia),

que objetivavam em primeiro lugar lucros cada vez maiores, através da exploração da mão de obra dos trabalhadores que ganhavam salários

miseráveis, e trabalhavam em condições precárias, esses por sua vez constituindo o

chamado proletariado, (classe que vende sua força de trabalho em troca de um salário), que

só vieram conseguir melhorias a partir do século XX, e isso fruto de muitas lutas, através de greves que forçaram os patrões e Estados a

concederem benefícios a essa camada da sociedade.

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O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX, deu-se em

direção de outros países europeus como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como os EUA na América e o Japão na Ásia, a grosso modo esses

países viriam a ser no século vindouro, as potências que iriam dominar o mundo, em especial os

EUA, que hoje sem sombra de dúvidas são a maior potência não apenas econômica, industrial, mas

também militar do planeta.

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A partir do século XX, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, países do chamado terceiro mundo, também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito

marcante a presença do Estado nacional no processo de industrialização, e das empresas multinacionais (empresas

estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram que alguns países da periferia do mundo hoje sejam potências

industriais.

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Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou

necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo

nos países subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou

um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso através das dívidas externas, além do

que, as indústrias que para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o número de empregos necessários para absorver a mão de obra

cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades, isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, que não foi acompanhado de implantação de infra- estrutura e da geração de

empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje o inchaço das grandes cidades, com os problemas decorrentes do mesmo.

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Industrializaç

ão brasileira

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Pensar na origem da indústria no Brasil, tem que se incluir necessariamente, a economia cafeeira

desenvolvida no pais durante o século XlX e boa parte do XX, pois ela foi quem deu as bases

para o surgimento da indústria no país, que começou a ocorrer ainda na Segunda metade

do século XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a industrialização,

podemos mencionar:Acumulação de capital necessário para o

processo; Criação de infra-estrutura;

Formação de mercado de consumo;Mão de obra utilizada, especialmente os

migrantes europeus não portugueses, como os italianos.

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No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente, era mais

vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o

rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de Vargas, emerge o

pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o processo de industrialização é

impulsionado, com base nas políticas de caráter keynesiano. O intervencionismo

estatal na economia é cada vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD, Petrobrás,

Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar o país.

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No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional, representado pelas empresas

multinacionais e pelos enormes empréstimos para o estabelecimento de

infra estrutura e de grandes obras como a construção da capital federal no centro do

país, no planalto central, Brasília.Durante a ditadura militar, o Plano de metas

de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a

tornar-se a oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das

que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se

dá a partir de 1973.

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A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por

outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe

trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da

economia nacional.A partir da década de 90, e da emergência das

idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do

país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos.

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Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois

desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul,

especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torne o grande centro da

economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência

mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois

localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam

a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas

para a capital paulista.

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Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem

acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos

de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a

redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é

que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário

fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão.

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Investimento em Controle

Ambiental das Indústrias no

Brasil

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Investimento da indústria em controle ambiental cresce 83,9% entre 1997 e 2002

• O investimento em controle ambiental das empresas industriais brasileiras (em valores

atualizados para 2002) passou de R$ 2,2 bilhões, em 1997, para R$ 4,1 bilhões, em 2002. O crescimento real (descontada a inflação no período) nesse período foi de 83,9%. Em 1997, apenas 3.823 empresas investiram em controle ambiental, número

que subiu para 6.691 em 2002 – um aumento de 75,0%, bem superior ao crescimento do

total de empresas no mesmo período (26,4%).

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O investimento em controle ambiental das empresas industriais brasileiras (em valores atualizados para 2002) passou de R$ 2,2 bilhões, em 1997, para R$ 4,1 bilhões, em 2002. O crescimento real (descontada a inflação no período) nesse período foi de 83,9%. Em 1997, apenas 3.823 empresas investiram em controle ambiental, número que subiu para 6.691 em 2002 – um aumento de 75,0%, bem superior ao crescimento do total de empresas no mesmo período (26,4%).

Em 1997, havia uma alta concentração dos investimentos em controle ambiental nos setores de alimentos e bebidas; já em 2002 a maior concentração passou para as divisões de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool.

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Em 1997, havia uma alta concentração dos investimentos em controle

ambiental nos setores de alimentos e bebidas; já em 2002 a maior concentração passou para as

divisões de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de

combustíveis nucleares e produção de álcool.

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Todas as informações foram obtidas na Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA-Empresa). Foram consideradas, além da aquisição de máquinas industriais que já incorporam à concepção de tecnologia limpa, a aquisição de equipamentos, as obras com estação de tratamento e os gastos necessários para colocar esses itens em funcionamento. Não foram considerados gastos com recuperação de áreas degradadas.

Os resultados principais desse estudo estão nas três tabelas em anexo.

A participação do valor investido em controle ambiental no conjunto das empresas que informaram esse tipo de investimento aumentou de 13,9%, em 1997, para 18,7%, em 2002, alavancado pela indústria de transformação, que aumentou em 92,6% o valor dos investimentos em controle ambiental.

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• Em 1997, havia uma alta concentração dos investimentos em controle ambiental

nos setores de alimentos e bebidas (19,4%), seguidos pelos setores de refino de petróleo e álcool (16,1%), metalurgia

(14,0%) e celulose e papel (11,5%). Juntos, eles responderam por 61,0% do total dos

investimentos em controle ambiental. Naquele ano, metade das 27 divisões da

CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) respondeu por 89,8% dos investimentos em controle

ambiental no país.

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• Já em 2002, a maior concentração dos investimentos em controle ambiental

passou para as indústrias de fabricação de coque, refino de petróleo,

elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool (42,1%), seguidas pelas de fabricação de celulose e papel (15,5%) e metalurgia básica (10,4%). Esses três setores responderam por 68,0% dos gastos ambientais. Com metade das divisões da CNAE, em

2002, obtinham-se 94,4% dos investimentos em controle ambiental,

ou seja, houve aumento da concentração desse tipo de gasto.

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• Entre 1997 e 2002, o setor de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de

combustíveis nucleares e produção de álcool aumentou em 382,3% o valor investido em

controle ambiental. Ressalta-se ainda o crescimento real nos setores de celulose e

papel (148,6%), veículos automotores (80,7%) e metalurgia básica (37,5%). Apenas em

alimentos e bebidas (-37,4%) ocorreu uma substancial queda na participação dos

investimentos ambientais entre os anos pesquisados. Esse setor passou da primeira

posição, em 1997, para a quarta posição, em 2002.

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• Uma característica marcante do investimento ambiental é ser realizado pelas

grandes organizações. Em 1997 as 3.823 empresas que investiram em controle

ambiental representavam 34,1% do valor da transformação industrial do país. Em 2002,

essa participação subiu para 48,1%.• Dentre as categorias de uso, a de bens intermediários1 foi a que mais investiu em

controle ambiental tanto em 1997 quanto em 2002. Esse setor, em geral, é apontado como o que mais degrada o meio ambiente. O total

investido por essas indústrias teve crescimento real de 176,9% entre 1997 e

2002.

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Isso sugere a existência de certas motivações associadas principalmente às exigências impostas pelo comércio internacional, em

especial com os países desenvolvidos, cada vez mais exigentes em relação ao

cumprimento das normas ambientais. Além dessa razão, há ainda o receio das

organizações de que danos ou passivos ambientais afetem negativamente a

imagem corporativa; o crescimento de uma cultura de consumo associada à produção mais limpa (consumidor verde); pressões

da sociedade organizada; e um maior rigor das agencias de regulação ambiental.

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De 1997 para 2002, ocorreu uma inversão de posições entre as categorias tradicional2 (23% para 10%) e tecnológica3 (de 15% para 11%) em relação à participação no total de investimentos em controle ambiental.

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A figura a seguir mostra uma comparação da composição do investimento em controle ambiental dos setores da

indústria no Brasil, EUA, Espanha e Portugal.

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• 1 É, em geral, intensiva em recursos naturais e energia:

minerais não-metálicos (vidro, cimento, cerâmicos);

metalurgia (ferro-gusa, siderurgia, metais não-

ferrosos, fundição); papel e papelão; fabricação de

coque, refino de petróleo e produção álcool; e química (fertilizantes, defensivos, petroquímicos, resinas).

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• 2 Congrega as indústrias que, independentemente do sistema

técnico de produção adotado, têm como identidade a elaboração de

produtos manufaturados de menor conteúdo tecnológico, destinados ao consumo final: madeira, mobiliário, couros e

peles, têxteis, vestuário, alimentícia, bebidas, fumo,

editorial e gráfica, entre outras.

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• 3 Reúne os setores mais suscetíveis à inovação tecnológica e à

concorrência internacional, sendo a principal fonte de difusão do

processo técnico para o restante da indústria: mecânica, material elétrico e de comunicações,

material de transporte, borracha, farmacêuticos, perfumaria, sabões

e velas e plástico.

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Classificaç

ão das indústrias

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Indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em

geral o mais utilizado é o que leva em

consideração o tipo e destino do bem

produzido:

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•Indústrias de base:

são aquelas que produzem bens que dão a base

para o funcionamento de outras indústrias,

ou seja, as chamadas

matérias primas indústrias ou

insumos industriais, como

o aço.

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•Indústrias de bens de capital

ou intermediária: são aquelas que

produzem equipamentos

necessários para o funcionamento

de outras indústrias, como as de máquinas.

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• Indústrias de bens de consumo:

são aquelas que produzem bens para o consumidor

final, a população comum, elas subdividem-se em:

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o Bens duráveis: as que produzem

bens para consumo a longo

prazo, como automóveis.

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oBens não duráveis:

as que produzem bens para

consumo em geral imediato,

como as de alimentos.

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Se levarmos em consideração outros critérios como, por exemplo:

• Maneira de produzir:o Indústrias extrativas;

o Indústrias de processamento ou beneficiamento;o Indústria de construção;

o Indústria de transformação ou manufatureira.• Quantidade de matéria prima e energia

utilizada:o Indústrias leves;

o Indústrias pesadas.• Tecnologia empregada:o Indústrias tradicionais;o Indústrias dinâmicas.

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Os fatores locacionais

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Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria.

• Podem ser eles:o Matéria prima abundante e barata;o Mão de obra abundante e barata;o Energia abundante e barata;o Mercados consumidores;o Infra estrutura;o Vias de transporte e comunicações;o Incentivos fiscais;o Legislações fiscais, tributárias e ambientais

amenas.

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Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem

importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do

pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século

XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior

liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais.

No século XX as metrópoles urbanas industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São

Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA.

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Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os

custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso

gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser

as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras

localidades.

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Modelos Produtivos

(Da Segunda revolução industrial à revolução Técnico-científica)

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Taylorismo

• Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos.

• Racionalização da produção.• Controle do tempo.

• Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade.

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Fordismo

• Produção e consumo em massa.

• Extrema especialização do trabalho.

• Rígida padronização da produção.

• Linha de montagem.

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Pós-fordismo

• Estratégias de produção e consumo em escala planetária.

• Valorização da pesquisa científica.• Desenvolvimento de novas

tecnologias.• Flexibilização dos contratos de

trabalho.

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