Infância

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INFÂNCIA GRACILIANO RAMOS

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INFÂNCIA

GRACILIANO RAMOS

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Publicado em 1945, Infância é uma autobiografia de Graciliano Ramos que prova ser possível uma obra somar os elementos pessoais com os sociais. O autor confessa em

suas memórias problemas que afetaram não só a ele mesmo, mas também o seu meio. Sua dor é também a dor de nosso mundo.

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Em toda a narrativa de Infância, a criança, Graciliano, passa por um processo de aprendizagem e amadurecimento interior, principalmente ao aprender lidar com as perdas e as dores.

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O primeiro aspecto que chama a atenção é a descrição de Graciliano como uma criança oprimida e humilhada, pois é um ser fraco diante de adultos, mais fortes. Este é um dos pontos de sua visão de mundo: a opressão. Quem tem poder, naturalmente massacra, sufoca.

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Também faz parte da obra as relações familiares. Sua mãe era extremamente grosseira, fria, o que se percebe pelos apelidos com os quais sedirigia a Graciliano: cabra-cega (por causa da deficiência visual) e bezerro-encourado (bovino órfão que recebia o couro de um outro, já morto, para que a mãe deste, enganada pelo cheiro, permitisse a amamentação do desprestigiado).

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Outro ponto perturbado na relação familiar é seu pai, que se mostra extremamente autoritário, impiedoso e tirano em muitos momentos.

O episódio em que surra o filho por achar que este havia sumido com um cinturão (descobre depois que a acusação era falsa) é dos mais dramáticos.

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A situação do protagonista é, portanto, de constante opressão.

Mesmo quando não se faz de forma explicitamente violenta, realiza-se por meio dos risos e gozações extremamente humilhantes.

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Até seu processo de alfabetização é angustiante. Nasce aqui o escritor pessimista, amargo, desencantado com o mundo.

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No entanto, sua salvação, ou pelo menos válvula de escape, vai-se manifestar na literatura. Acometido pela doença que

o fez ficar temporariamente cego e preso em seu quarto, desperta para o encantamento das palavras, analisando-as, namorando-as, principalmente nas cantigas folclóricas entoadas por sua mãe durante os trabalhos domésticos.

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Liberto, graças à literatura, distancia-se da infância. Entra no universo dos adultos.

Parte para o mundo.

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O livro é formado por pequenos capítulos, cada um encerrando uma visão fechada sobre um aspecto da vida do pequeno Graciliano.

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NuvensEste capítulo, em meio às nuvens em que está mergulhado o passado mais remoto do narrador, é uma pequena súmula de toda a obra. O primeiro contato que o menino teve com as letras aparece neste capítulo. O contato se deu em uma Escola que servira de pouso para a sua família numa viagem que eles fizeram de Alagoas para o sertão pernambucano.

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ManhãRetomam-se temas do capítulo anterior, ligados à opressão a que é submetido o protagonista. Abre-se especial atenção aos seus avôs, o paterno muito culto e o materno forte, rude, não civilizado. Há destaque para a descrição da natureza do sertão.

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VerãoCom a chegada do verão vem a seca, mais um elemento opressor em sua infância, tanto que lhe causa uma sede terrível em certa ocasião. Neste capítulo o pai é apresentado com uma figura explosiva, uma qualidade que o narrador só vai entender muito tempo depois, quando toma consciência das dificuldades econômicas pelas quais o velho passava.

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Um Cinturão O pai, muitas vezes descrito de forma fria como “o homem”, não encontra seu cinturão. Pergunta à Graciliano, que, assustado, não consegue falar nada. Descarrega sua raiva surrando a criança. “Aliviado”, ao voltar para a rede acaba descobrindo o objeto que tanto procurava.

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Nota-se que a intenção do agressor é reparar o erro, mas sentimentos devem ter-se misturado como orgulho, vaidade e medo de perder a autoridade. Talvez um desses elementos, ou todos, justifiquem o fato de o pai hesitar (queria pedir desculpas) e acabar voltando para a rede e dormir. A consequência desse episódio é grave: Graciliano ganha uma desconfiança em relação à justiça dos homens.

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Uma BebedeiraGraciliano e sua família estão fazendo visita. Ganha destaque neste capítulo o incômodo que as roupas de visita provocam na personagem, principalmente os sapatos.

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Chegada à VilaA família de Graciliano larga o campo e se desloca para a vila, descrita como um mundo estranho para o menino. Fica abismado com o ajuntamento de casas, pela falta de espaço e mais ainda quando vê um sobrado, ou, no seu entender, uma casa em cima da outra. A VilaContinua a descrição abismada que faz das pessoas e do modo de vida da vila.

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Vida NovaNa Vila, o pai do narrador torna-se comerciante, o que o mergulhará em várias dificuldades.

Padre João InácioEste capítulo dedica-se à descrição do Padre João Inácio, extremamente rude com seus fiéis.

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O Fim do MundoOutro capítulo que nos surpreende apresentando uma personagem grosseira mostrando um lado humano. Dessa vez é a mãe do protagonista, que, após ler um texto religioso sobre o fim do mundo, mergulha em um desespero imenso.

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O InfernoAqui se revela o ingrediente que serviu de base para o capítulo “Inferno”, de Vidas Secas. Graciliano pergunta à mãe o que é o Inferno. Ao ouvir a explicação dela, faz questionamentos baseados na lógica e na curiosidade. O Moleque JoséDescrição de um garoto que trabalhava para o pai do protagonista.

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Um IncêndioOutro capítulo em que aparece o raciocínio lógico contra o religioso.

José da LuzAutoridade policial da vila, José da Luz proporciona uma excelente experiência para o protagonista. O policial é alguém que tem tempo e disposição para conversar com Graciliano, sem intenção de massacre ou humilhação.

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LeituraO pai de Graciliano convence-o a se alfabetizar, alegando que isso iria permitir com que tomasse posse de uma arma poderosíssima.

EscolaA agonia de Graciliano aumenta na escola, onde continuará seu problemático processo de alfabetização.

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D. MariaCapítulo dedicado à descrição da primeira professora de Graciliano. Com seu jeito meigo, atencioso e compreensivo, perdoando os erros dos alunos.

O Barão de MacaúbasVencida, a muito custo, a primeira fase de alfabetização, Graciliano passa para um novo estágio, em que tem de mexer com um livro de leitura do Barão de Macaúbas.

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Meu AvôEste capítulo apresenta o avô da personagem dedicando-se a ajudar na alfabetização de Graciliano.

CegueiraMomento doloroso na vida de Graciliano. Acometido por uma doença que inchava seus olhos, inflamando-os, ficava impossibilitado de enxergar.

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Chico BraboMais aprendizados o protagonista vai ter em relação ao caráter humano, dessa vez proporcionados por um seu vizinho, Chico Brabo.

José LeonardoDescrição de uma personagem que é comparada a um relógio, pois é justo, calmo, equilibrado, limpo. É um ser que até poderia ser considerado progressista em relação aos demais.

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Minha Irmã NaturalEste capítulo serve para amesquinhar o caráter do pai de Graciliano.

Antônio ValeEste capítulo tematiza as dificuldades que o pai do protagonista tem em relação ao comércio.

MudançaDiante da enorme dificuldade financeira, o pai do narrador desiste de ser comerciante, abandona a vila e volta para Viçosa, tentar ser novamente agricultor.

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AdelaideGraciliano volta à escola, agora de D. Maria do O, personagem que, assim como sua família, servirá para o narrador descarregar um surpreendente racismo.

Um EnterroGraciliano, na ocasião do enterro de um coleguinha, visita pela primeira vez um cemitério.

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Um Novo ProfessorGraciliano muda de novo de escola. E mais uma vez derrama racismo, só que agora discreto.

Um IntervaloEste capítulo é de fato um “intermezzo”. Graciliano realiza uma tentativa eclesiástica, servindo de coroinha. AstrônomosNum rasgo de bondade, o pai de Graciliano começou a acompanhá-lo na leitura de um livro.

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Samuel SmilesMais um passo importantíssimo. Graciliano tem agora um novo professor, homem que demonstra autoridade por ter domínio de conhecimento.

O Menino da Mata e o seu Cão Piloto

O menino supera as dificuldades e vê na leitura um prazer. Graciliano dedica-se à leitura de um livro, “O Menino da Mata e o seu Cão Piloto”.

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FernandoEste capítulo apresenta uma personagem protegida do coronelismo que existia na região: Fernando.

Jerônimo BarretoGraciliano havia esgotado seu diminuto universo de leituras. Como aumentá-lo? É aconselhado a pedir ajuda a Jerônimo Barreto, dono de uma vasta biblioteca.

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Venta-RombaEste capítulo é irmão de “Um Cinturão”. Nele, ficamos sabendo que o pai de Graciliano Ramos havia sido escolhido para juiz substituto. Torna-se, portanto, uma autoridade.

Mário VenâncioOutro passo importantíssimo para a libertação de Graciliano. Graças à influência de Mário Venâncio, entra para uma sociedade teatral.

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Seu RamiroComo juiz substituto, o pai de Graciliano sente-se na obrigação de hospedar constantemente pessoas.

A Criança InfelizEste capítulo conta a apresentação de uma personagem que consegue ser mais desgraçada que o narrador. Ninguém lhe tem respeito, nem mesmo sua família.

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LauraLaura é o nome da famosíssima musa de Petrarca, o que cria toda a imagem da mulher como um ser puro e sublime. Coincidência ou não, esse é o nome da paixão que Graciliano vai ter na escola. E ela marca as mudanças que o próprio protagonista sente em seu corpo.

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COLÉGIO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

7° ANO PROFESSORA ANA BERENICE

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