INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA - … · bactérias Gram positivas, Gram negativas e as leveduras...

39
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA Enfª Marcia Daniela Trentin Serviço Municipal de Controle de Infecção Esta aula foi apresentada na Oficina de Capacitação para a utilização do Sistema Formsus na notificação dos indicadores de Infecção Hospitalar ocorrida em 25 e 26/11/2010 em Cuiabá-MT e gentilmente cedida pela autora para disponibilização no site da SES-MT.

Transcript of INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA - … · bactérias Gram positivas, Gram negativas e as leveduras...

INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA

Enfª Marcia Daniela TrentinServiço Municipal de Controle de Infecção

Esta aula foi apresentada na Oficina de Capacitação para a utilização do Sistema Formsus na notificação dos indicadores de Infecção Hospitalar ocorrida em 25 e 26/11/2010 em Cuiabá-MT e gentilmente cedida pela autora para disponibilização no site da SES-MT.

PANORAMA

� Cateteres intravasculares são indispensáveispara a prática médica diária;

� A incidência de ICSRC varia consideravelmentede acordo com o tipo de cateter, a frequência demanipulação do cateter, fatores de riscomanipulação do cateter, fatores de riscorelacionados ao paciente;

� Estima-se 250.000 casos de ICSRC anualmenteem UTI, mortalidade de 12 – 25% e customédio de U$25,000 por episódio infeccioso.

CDC, 2007

Conceitos:Infecções relacionadas ao acesso vascular (IAV): são aquelas que ocorrem no sítio de inserção do cateter, sem repercussões sistêmicas. A maioria são relacionadas ao cateter central (IAVC) ou

INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

são relacionadas ao cateter central (IAVC) ou periférico (IAVP)

Infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS): são aquelas infecções de consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, sem focos primários identificáveis. Há dificuldade de se determinar o envolvimento do cateter central.

Infecções relacionadas ao Acesso Vascular Central – IAVC

São definidas como a presença de sinais locais de infecção (secreção purulenta ou hiperemia), em pacientes sem diagnóstico hiperemia), em pacientes sem diagnóstico concomitante de IPCS.

IMPORTANTEA cultura de cateter é um exame de baixa especificidade e não é necessário para diagnóstico de IAVC

Tipos de cateter vascular

� Cateter vascular em hemodiálise� Cateter umbilical venoso e arterial� Cateter Central de Inserção Periférica – PICC� Cateter usados em flebotomias� Cateter usados em flebotomias� Cateter vascular periféricos � Cateter totalmente implantados (Port-a-Cath)� Cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz)� Cateter arterial periféricos para PAM

PATOGÊNESE

Os microrganismos ganham acesso à ponta do cateter por um dos seguintes

mecanismos:

� À partir da pele, no sítio de inserção, invadem o canal percutâneo formado pelo cateter e o tecido canal percutâneo formado pelo cateter e o tecido subcutâneo da pele

� Contaminação do canhão à partir das mãos de profissionais de saúde que disseminam através do lúmen do cateter

� Carreados pelo sangue até o cateter implantado

Biofilme

Os biofilmes microbianos se desenvolvem quando os microrganismos aderem microrganismos aderem

irreversivelmente a uma superfície submersa e produzem polímeros

extracelulares que facilitam a adesão e promovem a estrutura da

matriz

Biofilme

Os biofilmes microbianos podem causar infecção em: lentes de contato, cateteres vasculares, conectores, tubos endotraqueais, conectores, tubos endotraqueais, marcapassos cardíacos, dispositivos intra-uterinos, válvulas cardíacas, cateteres de diálise peritoneal e cateteres urinários

Biofilme

�Podem compor os biofilmes as bactérias Gram positivas, Gram negativas e as leveduras

�Staphylococcus aureus e o �Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis bem como, as leveduras de Candidaestão comumente associadas a ICSRC

Biofilme

�A migração dos microrganismos pode se originar da pele do paciente, mãos dos profissionais da saúde, contaminação exógena da saúde, contaminação exógena e de infusões contaminadas.

�A cinética da aderência depende do tipo de material do cateter

Métodos diagnósticos de ICSRC

�Removendo o cateter�Cultura qualitativa�Cultura semi-quantitativa �Cultura quantitativa�Cultura quantitativa

�Sem remoção do cateter�Cultura quantitativa de sangue

�Periférico x cateter

AS INFECÇÕES PRIMÁRIAS DA CORRENTE SANGUÍNEA SE

SUBDIVIDEM EM:

� Laboratorial

� Clínica

Infecções primárias da corrente sanguínea laboratorial (IPCSL)

São aquelas que possuem confirmação confirmação

laboratoriallaboratorial, inclusive com a indicação do

patógeno

Infecções primárias da corrente sanguínea clínica (IPCSC)

São aquelas nas quais não há confirmação não há confirmação

laboratoriallaboratorial, preenchendo apenas critérios

clínicos.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial

(IPCSL)

- Critério 1: uma ou mais hemoculturas positivas - Critério 1: uma ou mais hemoculturas positivas

- (preferencialmente de sangue periférico e o patógeno não

está relacionado com infecção em outro sítio)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial

(IPCSL)

- Critério 2: com 1 ou 2 dos sinais ou sintomas: febre (>38ºC),

tremor, oligúria (volume urinário < 20ml/h), hipotensão (PAS < tremor, oligúria (volume urinário < 20ml/h), hipotensão (PAS <

90mmHg) e esses sintomas não estão relacionados ao sítio

- E

duas ou mais hemoculturas (em diferentes punções com

intervalo máximo de 48 horas) com contaminante comum de

pele (que não estão relacionados com infecção em outro sítio)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL)

- Critério 3: para criança > 28 dias e < 1 ano. Pelo menos 1 dos sinais ou

sintomas: febre (>38ºC), hipotermia (< 36ºC), bradicardia ou taquicardia sintomas: febre (>38ºC), hipotermia (< 36ºC), bradicardia ou taquicardia

(não relacionada com infecção em outro sítio)

- E

- duas ou mais hemoculturas (em diferentes punções com intervalo

máximo de 48 horas) com contaminante comum de pele.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Clínica (IPCSC)

- Critério 1: com um dos sinais ou sintomas: febre (>38ºC), tremor,

oligúria (volume urinário < 20ml/h) hipotensão (PAS < 90mmHg)

ou (não relacionados com infecção com em outro sítio)ou (não relacionados com infecção com em outro sítio)

- E

- todos os seguintes dados: hemocultura negativa ou não

realizada; nenhuma infecção aparente em outro sítio; o médico

institui terapia antimicrobiana para sepse.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Clínica (IPCSC)

- Critério 2: para criança > 30 dias e < 1 ano. Pelo menos 1 dos sinais ou

sintomas: febre (>38ºC), hipotermia (< 36ºC), bradicardia ou taquicardia

(não relacionada com infecção em outro sítio)

- E

- todos os seguintes: hemocultura negativa ou não realizada, nenhuma

infecção aparente em outro sítio; o médico institui terapia antimicrobiana

para sepse.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI NeonatalInfecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial

(IPCSL)

� Critério 1:Uma ou mais hemoculturas positivas por

microrganismos não contaminantes da pele e que o

microrganismo não esteja relacionado à infecção em outro

sítio

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI Neonatal

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL)

Critério 2: Pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa não

infecciosa reconhecida e sem relação com infecção em outro local (discutir com médico

assistente do RN): assistente do RN): � Instabilidade térmica� Bradicardia� Apnéia� Intolerância alimentar� Piora do desconforto respiratório� Intolerância à glicose� Instabilidade hemodinâmica� Hipoatividade/letargia

e ...

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI NeonatalInfecções Primárias da Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL)

E.... pelo menos um dos seguintes:

a) Microrganismos contaminantes comuns da pele (difteróides, a) Microrganismos contaminantes comuns da pele (difteróides,

Proprionebacterium spp., Bacillus spp., Staphylococcus coagulase negativa ou

micrococos) cultivados em pelo menos duas hemoculturas colhidas em dois

locais diferentes, com intervalo máximo de 48 horas entre as coletas

b) Staphylococcus coagulase negativa cultivado em pelo menos 01

hemocultura periférica de paciente com cateter vascular central (CVC)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI NeonatalInfecções Primárias da Corrente Sanguínea Clínico (IPCSC)

Critério 1:

Pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa reconhecida: Pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa reconhecida: � Instabilidade térmica� Apnéia� Bradicardia� Intolerância alimentar� Piora do desconforto respiratório� Intolerância à glicose� Instabilidade hemodinâmica� Hipoatividade/letargiae ...

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI NeonatalInfecções Primárias da Corrente Sanguínea Clínico (IPCSC)

E ... todos os seguintes critérios:

a) Hemograma com ≥ 3 parâmetros alterados e/ou Proteína C Reativa quantitativa alterada

b) Hemocultura não realizada ou negativa;

c) Ausência de evidência de infecção em outro sitio;

d) Terapia antimicrobiana instituída pelo médico assistente

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES NA CORRENTE SANGUÍNEA

Em UTI Neonatal

Infecções Primárias da Corrente Sanguínea

Para UTIs Neonatais, estes indicadores devem ser elaborados de forma estratificada, de acordo com o peso ao nascer, nas seguintes faixas: estratificada, de acordo com o peso ao nascer, nas seguintes faixas:

� Menor a 750g

� 750g a 999g

� 1000g a 1499g

� 1500g a 2499g

� Maior que 2500g

ATENÇÃO

1. Cateter venoso central-dia: Cada paciente comalgum tipo de catéter venoso central deve sercontato apenas 01 vez a cada dia, de preferência nomesmo horário, independente do número decatéteres venosos centrais que o paciente esteja emuso.uso.2. Só devem ser incluídos na notificação ospacientes internados em UTI, com 10 (dez) ou maisleitos, em uso de cateteres venosos centrais quetenham sido inseridos a pelo menos 48h. Estavigilância deve ser separado por meses para facilitara análise dos dados

O critério epidemiológico considerado

como “padrão ouro” no diagnóstico de como “padrão ouro” no diagnóstico de

IPCS é a HEMOCULTURA.

Cálculo dos Indicadores

Densidade de incidência de infecção primária de corrente sanguínea laboratorial (com confirmação microbiológica) - IPCSL, em pacientes em uso de cateter venoso central (CVC), internados em unidades terapias intensivas (UTI), de 10 (dez) ou mais leitos.

IPCSL = Número de casos novos de IPCSL no período X 1000 Cateter venoso central-dia no período

Densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea clínica -IPCSC (sem confirmação laboratorial) em pacientes em uso de cateter venoso central (CVC), internados em unidades terapias intensivas (UTI), de 10 (dez) ou mais leitos.

Cálculo dos Indicadores

IPCSC= Número de casos novos de IPCSC no período X 1000

Cateter venoso central-dia no período

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃOPARA PREVENÇÃO

DE IPCS

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Higienização das mãos

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Escolha do cateter

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Escolha do local de inserção

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Técnica de inserção do CVC

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Manutenção e curativos

RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE IPCS

Educação continuada dos profissionais

OBRIGADO!OBRIGADO!