Influências indígenas e africanas na cidade de Uberlãndia

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Influências indígenas e africanas na cidade de Uberlãndia A efetiva ocupação de Uberlândia, bem como de todo o Triângulo Mineiro, só se deu a partir do século XIX, pois, anteriormente, a região era apenas ponto de passagem de grupos que tinham interesse em prosseguir rumo ao Planalto Central. O Triângulo Mineiro pertenceu à Província de Goiás até 1816, quando passou para a Província de Minas Gerais. No intuito de colonizar as terras situadas na região, o governo de Minas iniciou uma campanha visando a efetiva ocupação do Sertão da Farinha Podre, através da concessão de Sesmarias para que dessa forma, a vinda de novos desbravadores e sua fixação fosse facilitada. Nessa época os índios Caiapós, primitivos habitantes do local, foram expulsos para fora da região. Os interessados nos atrativos oferecidos, como a concessão de sesmarias, se

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Influências indígenas e africanas na cidade de Uberlãndia

A efetiva ocupação de Uberlândia, bem como de todo o Triângulo Mineiro, só se deu a partir do século XIX, pois, anteriormente, a região era apenas ponto de passagem de grupos que tinham interesse em prosseguir rumo ao Planalto Central.

O Triângulo Mineiro pertenceu à Província de Goiás até 1816, quando passou para a Província de Minas Gerais. No intuito de colonizar as terras situadas na região, o governo de Minas iniciou uma campanha visando a efetiva ocupação do Sertão da Farinha Podre, através da concessão de Sesmarias para que dessa forma, a vinda de novos desbravadores e sua fixação fosse facilitada. Nessa época os índios Caiapós, primitivos habitantes do local, foram expulsos para fora da região.

Os interessados nos atrativos oferecidos, como a concessão de sesmarias, se

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deslocaram ao que hoje conhecemos por Uberlândia. João Pereira da Rocha foi um que, atraído pela possibilidade de ocupar áreas imensas e férteis, chegou ao local. João Pereira da Rocha, em 29 de junho de 1818 foi o primeiro, após o desbravamento da região pelos bandeirantes, a fixar-se ali, demarcando área próxima à Aldeia de Santana. No local, instalou a sede de sua sesmaria que denominou por Fazenda São Francisco, demarcou ainda outras fazendas e deu o nome de ribeirão São Pedro a um curso d'água encontrado.

A fundação da cidade está remetida à vinda de João Pereira e de outras famílias, como os Carrejo, que com o passar do tempo adquiriam novas terras e iam formando novas sedes.

Vindas de várias regiões do Brasil, famílias se fixaram aumentando o contingente de colonizadores e, para atender às necessidades imediatas desses, surgiram pequenos estabelecimentos, como oficinas, serrarias, olarias, engenhos de cana, teares e tendas de ferreiro.

Em 24 de maio de 1892, foi elevado à categoria de cidade, instalando-se a primeira Câmara Municipal . Em 1929, passa a ter a denominação de Uberlândia.

Antes de começar o povoamento da cidade de Uberlãndia,a cidade era ocupada por índios como os caiapós e bororós.O primeiro homem de origem europeia a pisar na região do atual município de Uberlândia,foi o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, em 1632.A contribuição de mamelucos e indígenas também foi fundamental,na formação de Uberlãndia.

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Os povos indígenas contribuíram de forma significativa para a formação do povo mineiro. Antes da colonização, havia mais de cem grupos ameríndios em Minas Gerais. A grande maioria foi dizimada ao longo dos séculos pelo contato com a escravidão e doenças trazidas pelos colonos. É notório que a maior parte das expedições bandeirantes que desbravaram Minas Gerais era formada por índios e mamelucos. Atualmente os povo indígenas residentes em Minas Gerais são os Xacriabá, Maxakali, Krenak, Pataxó, Caxixó, Aranã, Mukurim, Pankararu e Xukuru-Kariri.

Assim como os povos indígenas,os africanos também fizeram e ainda fazem parte da constituição e formação da cidade,além de terem influenciado e contribuido com a cultura da cidade.

Os descendentes de africanos são muitos no estado. A escravidão africana em Minas Gerais acompanhou o processo da mineração e a sua decadência. No início do ciclo do ouro, tentou-se usar da mão-de-obra livre, mas o trabalho árduo passou a afastar as pessoas e, então, o escravo africano passou a ser largamente trazido para a região. Os negros mineiros vieram sobretudo da Costa da Mina (importados da Bahia) ou diretamente de Angola, sobretudo durante o século XVIII, pertencentes a diversas etnias. Um escravo tinha média de vida de sete anos trabalhando na mineração, o que obrigava os colonos a trazer cada vez mais africanos, que passaram a compor a maioria da população mineira no século XVIII.[5]

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Por ser uma sociedade urbana, nas Minas Gerais colonial, ao contrário do Nordeste, os escravos possuíam mais chances de mudança de status social. Muitos escravos (chamados escravo de ganho) faziam trabalho remunerado, como de sapateiro, alfaiate, etc, e assim, conseguiam dinheiro para comprar sua carta de alforria. Além disso, também havia o contrabando de ouro e diamante, o que podia proporcionar ao escravo uma maior ascensão social, embora fossem casos raros.

A miscigenação também contribuiu para uma maior ascensão social dos descendentes de escravos. Muitos mulatos eram educados e trabalhavam com remuneração.

A escravidão africana em Minas Gerais entrou em decadência junto com a mineração, no final do século XVIII, todavia, voltou a crescer com o desenvolvimento da agricultura e pecuária, no século XIX. Em 1870, mesmo depois do fim do tráfico de escravos, ainda havia 300 mil escravos em Minas.

A identidade cultural do nosso povo demonstra uma integração notória dos hábitos miscigenados. Dos índios herdamos alimentos básicos da culinária, como a mandioca e o milho, e instrumentos musicais, como flautas e chocalhos.

O emprego de elementos vegetais e animais como fonte de cura natural para doenças é largamente utilizado hoje, e chegam a se tornar alvo de pesquisadores estrangeiros e do contrabando biológico internacional.

Apesar disso, os índios perderam o contato com a tradição da medicina natural. “O índio, se fica doente, vai para o hospital de branco, pois não sabe mais como fazer remédio, e não tem mais contato com o mato”, declara José Luiz Tserite, cacique pajé da aldeia San Felipe, no município de Campinápolis, no Mato Grosso.

A influência do artesanato indígena, com bolsas trançadas de fios e fibras, enfeites ornamentados com penas, sementes e escamas de peixes são notados não só em nosso país, mas em outras localidades da América.

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A valorização dos produtos comercializados pelos índios ocorre de forma inferior quando eles próprios realizam o comércio. “Quando vendemos, branco quer pagar pouco, precisamos de dinheiro para pagar contas”, comenta Miguel Tsremre, de 45 anos, da aldeia Santa Clara, também do município de Campinápolis. Projetos de órgãos de apoio ao índio, como a Funai (Fundação Nacional do índio), possuem pontos de venda para esses produtos

Assim como os indigenas,os povos africanos também influenciaram nossa cultura.Podemos destacar a presença afro-brasileira na nossa língua, de proveniência africana temos as seguintes palavras: cachaça, moleque, quindim, jiló, macumba, marimbondo, cochilo, tanga, samba, maxixe, zabumba, acarajé, carimbó, canjica, etc. Também se destacam nomes: Jurema, Iuri, Joaquim, Jusefa, etc. Não podemos nos esquecer da importância que trouxeram na alimentação: paçoca, feijoada, quindim, tapioca, bolo de fubá, acarajé, vacapá, bobó, feijão mulatinho, dendê, inhame e aipim. O Brasil teve uma forte influência da religião africana, tais como a Cacumba, Iemanjá e o Candoblé. O candoblé por exemplo, é uma religião fetichista(mas que sofreu influências do cristianismo), hoje comum no nosso país e que veio originalmente da África.

Mesmo com tantas adversidades os povos Ameríndios ainda tentam guardar seus conhecimentos, suas tradições, seus costumes, o verdadeiro espírito do homem nativo. No Brasil encontramos uma das maiores diversidades étnicas já encontradas, e aqui está um valor cultural que não pode morrer.

Após o contato com o homem branco, os indígenas sofreram certas modificações em sua estrutura tradicional, que dificultou o processo normal de manter a cultura. O desconhecimento acerca desses povos fortificou o sentimento de discriminação, ou seja, fez com que a atenção não fosse voltada para o que estava sendo perdido.

A socialização destes povos gerou a necessidade de integrá-los aos sistemas sociais, econômicos e políticos. Por sua vez, não é o molde ocidental de integração que resultará numa boa inter-relação entre esses dois mundos. A integração deve ser em aspectos diferenciados, deve-se respeitar suas

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tradições, onde um posicionamento mantenha suas especificidades culturais face às exigências do desenvolvimento.

Já com relação a preservação das memórias africanas,leis e projetos foram criados para contribuir com a preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro e desenvolver ações afirmativas para difundir a cultura afrobrasileira, com representantes de comunidades de terreiros de matrizes africana.

Assim como todo cidade Uberlãndia tem seus pontos turísticos,museus e monumentos,muitos deles tem uma memória indígena ou africana.

Casa da cultura

Edificada na década de 20, a Casa da Cultura, tomada como Patrimônio Histórico através da Lei nº 4217 de 15 de outubro de 1985, caracteriza-se por ser um exemplar arquitetônico de incontestável beleza. A Casa da cultura já passou duas reformas.

A “nova” Casa da Cultura apresenta a seguinte estrutura básica: dois espaços para reuniões, um Salão Nobre, que disponibiliza um piano meia-cauda e equipamentos, destinado a pequenos encontros artísticos; e o Memorial da Casa, uma sala de pesquisa com recursos de informática; além da Galeria de Arte.

Oficina cultural

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Igreja Nossa Senhora do Rosário

Situada à Praça Rui Barbosa é a construção religiosa mais antiga da cidade

Museu Municipal de Uberlândia

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Existem aproximadamente 1.500 peças como utensílios domésticos, instrumentos de trabalho, indumentária e objetos pessoais no museu. Suas principais atividades são pesquisa, documentação, conservação, exposição, palestras, vídeo-debates, oficinas e visitam monitoradas. Estas últimas são responsáveis por levar uma média de 200 visitantes diariamente ao museu. Criado em 1986, a especialidade da instituição é história e antropologia uberlandense.

Museu do Índio

Aberto ao público em outubro de 1987, o Museu do Índio é fruto de organizações etnográficas doadas, inicialmente por pessoas da comunidade. É órgão do Centro de Pesquisa e Documentação em História (CDHIS) do Instituto de História da UFU. Sua importância está na preservação da memória das populações indígenas brasileiras. O museu viabiliza a indicação de vários caminhos para a ação pedagógica, além de sse contituir num

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Centro de Pesquisa e Difusão Cultural. Para isso desenvolve cursos, encontros, palestras e oficinas.

Parque Siquierolli

Encontram-se legítimos exemplos da vegetação do cerrado, com suas árvores de folhas coreáceas, troncos retorcidos e cascudos, flores muitos coloridas e frutos agrestes, museu de biodiversidade do cerrado. Numa área total de 232.300 metros quadrados,é um dos pontos turísticos de Uberlãndia.

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Centro de Pesquisa e Difusão Cultural. Para isso desenvolve cursos, encontros, palestras e oficinas.

Parque Siquierolli

Encontram-se legítimos exemplos da vegetação do cerrado, com suas árvores de folhas coreáceas, troncos retorcidos e cascudos, flores muitos coloridas e frutos agrestes, museu de biodiversidade do cerrado. Numa área total de 232.300 metros quadrados,é um dos pontos turísticos de Uberlãndia.