INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE ERVA-MATE (Ilex ...diferentes tratamentos em frango assado...

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URI - CAMPUS ERECHIM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE ERVA-MATE (Ilex paraguariensis St. Hil) EM FRANGO ASSADO, ARMAZENADO E REAQUECIDO Marineusa Camel Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da URI- Campus de Erechim, como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Alimentos, Área de Concentração: Engenharia de Alimentos, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus de Erechim. ERECHIM, RS - BRASIL OUTUBRO DE 2010

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URI - CAMPUS ERECHIM

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE

ERVA-MATE (Ilex paraguariensis St. Hil) EM FRANGO

ASSADO, ARMAZENADO E REAQUECIDO

Marineusa Camel

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da URI-

Campus de Erechim, como requisito parcial à

obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de

Alimentos, Área de Concentração: Engenharia de

Alimentos, da Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus de

Erechim.

ERECHIM, RS - BRASIL

OUTUBRO DE 2010

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INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE

ERVA-MATE (Ilex paraguariensis St. Hil) EM FRANGO

ASSADO, ARMAZENADO E REAQUECIDO

MARINEUSA CAMEL

Dissertação de Mestrado submetida à Comissão Julgadora do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Alimentos como parte dos requisitos necessários à

obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Alimentos, Área de Concentração:

Engenharia de Alimentos.

Comissão Julgadora:

____________________________________

Profª. Débora de Oliveira, D.Sc. Orientadora

____________________________________

Prof. Rogério Luis Cansian, D.Sc. Orientador

____________________________________

Profª. Gean Delise Leal Pasquali Vargas, D.Sc.

Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS

____________________________________

Profª. Geciane Toniazzo, D.Sc.

URI-Campus de Erechim

Erechim, outubro de 2010

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NESTA PÁGINA DEVERÁ SER INCLUÍDA A FICHA CATALOGRÁFICA DA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. ESTA FICHA SERÁ ELABORADA DE ACORDO

COM OS PADRÕES DEFINIDOS PELO SETOR DE PROCESSOS TÉCNICOS DA

BIBLIOTECA DA URI – CAMPUS DE ERECHIM.

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DEDICATÓRIA

Ao meu querido esposo Antônio e

meu filho João Victor,

pela paciência, carinho, apoio, compreensão

e incentivo durante a realização deste trabalho.

Ao meu irmão Evandro e cunhada Elisângela, pelo imenso apoio, incentivo e acolhida.

À minha amada mãe, Ana Lúcia, pela ajuda, apoio, amor, carinho, cuidado e auxílio.

Ao meu amado pai, Floriano, que partiu durante este trabalho.

Ao meu filho Pedro Henrique que nasceu logo após o término deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por mais esta conquista.

A minha querida família um agradecimento muito especial a todos pelo carinho,

incentivo e apoio.

Aos meus orientadores, Professor Dr. Rogério Cansian e a Professora Dra

Débora de Oliveira, pela disponibilidade, oportunidade, compreensão, apoio, paciência

e dedicação em todas as fases deste trabalho.

Ao professor Dr. Marco Di Luccio pelo apoio e compreensão.

Ao professor Dr. Alexandre José Cichoski pela ajuda prestada no início desta

jornada.

Aos membros da banca examinadora, que contribuíram para o aprimoramento

deste trabalho através das correções e sugestões apresentadas.

Aos amigos que me foram acrescidas nessa jornada Franciele e Lindomar, pela

ajuda no desenvolvimento das análises, pelo convívio e pelo incentivo. Muito obrigada.

Aos provadores da analise sensorial, que se dispuseram a colaborar.

Ao pessoal da Central de Materiais, pela paciência e ajuda na organização dos

materiais necessários para as análises.

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, colegas,

professores, e funcionários.

A Engenharia de Alimentos pela oportunidade.

A todos que de alguma forma me ajudaram a superar os obstáculos e por

estarem ao meu lado nessa caminhada.

Muito Obrigada!

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Resumo da Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Alimentos como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de

Mestre em Engenharia de Alimentos.

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE ERVA-MATE (Ilex

paraguariensis St. Hil) EM FRANGO ASSADO, ARMAZENADO E

REAQUECIDO

Marineusa Camel

Outubro/2010

Orientadores: Profª. Drª. Débora de Oliveira

Prof°. Dr°. Rogério Luis Cansian

Resumo

Um dos maiores desafios para a indústria de carne é atender às exigências de um

mercado consumidor cada vez mais rigoroso, que avalia, além da qualidade do

produto, fatores como variedade, valor nutricional e características sensoriais. A

oxidação lipídica é um dos principais problemas em produtos cárneos e leva à

formação de diversos subprodutos, cuja conseqüência pode variar de um simples gosto

ou odor indesejado, passando por perda nutricional, destruição de vitaminas, perda da

atratividade visual, modificação na textura, chegando até a carcinogenia e teratogenia.

A utilização de antioxidantes, além de retardar a rancidez oxidativa, protege

carotenoides, vitaminas A e D e outros ingredientes insaturados. Recentes pesquisas

apontam a capacidade antioxidante da erva-mate in vitro e in vivo equivalente ou

superior à substâncias comumente utilizadas como padrão para essa propriedade.

Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi aplicar extrato de erva-mate da espécie Ilex

paraguariensis na carne de frango, para avaliar o potencial antioxidante, já comprovado

em alimentos crus, neste caso, com o diferencial de testar o efeito do extrato de erva-

mate no alimento cozido, armazenado e reaquecido. Primeiramente, as folhas de erva-

mate foram colhidas, o extrato foi obtido por percolação e seco por spray-dryer e a

atividade antioxidante foi determinada. Observou-se que a atividade antioxidante in

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vitro (teste do DPPH) do extrato de erva-mate aumentou proporcionalmente à

concentração de extrato adicionado, atingindo 99,5% de atividade antioxidante para a

concentração 750 µg/mL-1 e a correlação entre a atividade antioxidante (%) e a

concentração de extrato utilizado forneceu um IC50 de 254,8 µg/mL-1. As sobrecoxas de

frango foram submetidas a diferentes tratamentos (sem sal, condimentos e extrato de

erva-mate; com sal; com sálvia; com extrato de erva-mate e com sálvia e extrato de

erva-mate a diferentes concentrações) e analisadas na forma crua, assada, após

armazenamento e após reaquecimento. As amostras foram submetidas à análises

físico-químicas (oxidação de gorduras, pH, potencial de oxi-redução e cor) e sensorial.

O valor de TBARS da amostra crua foi 0,03 ± 0,01 (mg malonaldeído/kg), mostrando

valor igual à condição referente às sobrecoxas assadas sem condimentos. Não houve

diferença entre os diferentes tratamentos referentes às sobrecoxas assadas. As

amostras sem condimentos e somente com adição de sal diferiram das demais quando

armazenadas e após reaquecimento. A amostra com 0,125% de extrato de erva-mate

diferiu das amostras contendo 0,25% de extrato na condição Armazenado, mostrando o

efeito positivo do aumento da concentração de extrato na oxidação lipídica das

sobrecoxas. A sálvia utilizada como condimento contribuiu para a redução dos valores

de TBARS. A condição Assado conduziu aos menores valores de TBARS. Após

armazenamento do produto assado em refrigeração, pôde-se verificar um aumento no

valor de TBARS. Após reaquecimento do produto armazenado, houve redução nos

valores de TBARS na amostra. Não houve diferença significativa entre os diferentes

tratamentos e condições de estudo avaliados neste trabalho em relação ao pH e

potencial de oxi-redução. Houve diferença significativa nos parâmetros de cor entre as

amostras avaliadas. Com relação aos atributos sensoriais de aceitação geral dos

diferentes tratamentos em frango assado pôde-se observar que não houve diferença

significativa entre as amostras testadas.

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Abstract of Dissertation presented to Food Engineering Program as a partial fulfillment

of the requirements for the Degree of Master in Food Engineering

INFLUENCE OF ADDITION OF EXTRACT OF MATE LEAVES

(Ilex paraguariensis St. Hil) IN COOKED, STORED AND HEATED

THIGHS CHICKEN

Marineusa Camel

Outubro/2010

Advisors: Profª. Drª. Débora de Oliveira

Prof°. Dr°. Rogério Luis Cansian

Abstract

A great challenge for meat industries nowadays consists in attending the rigorous

consumer’s exigency, which evaluate, besides the quality of the product, factors as

variety, nutritional value and sensory characteristics. The lipid oxidation is one of the

main problems in meat products and leads to the formation of several by-products,

having as consequence undesirable flavor, nutritional lost, destruction of vitamins, lost

of visual attractiveness, modification of texture, carcinogeny and teratogeny. The use of

antioxidants retards the oxidative rancidity, protects carotenoids, vitamins A and D and

other unsaturated ingredients. Recent researches points out the antioxidant capacity of

mate leaves in vitro e in vivo equivalent or higher than substances commonly used as

standard for this property. In this sense, the main objective of this work was to use the

extract of mate leaves (Ilex paraguariensis) in chicken meat to evaluate the antioxidant

capacity, already verified in crude food; in this case, with the differential of testing the

effect of the extract of mate leaves in chicken meat cooked, stored and heated. The

mate leaves extract was obtained by percolation and dried in spray-dryer and the

antioxidant activity was determined. It was observed that the antioxidant activity in vitro

(DPPH test) of mate leaves extract enhanced proportionally to the concentration of the

extract added, reaching 99.5% of antioxidant activity for concentration of 750 µg/mL-1

and the correlation between the antioxidant activity (%) and the concentration of extract

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furnished an IC50 value of 254,8 µg/mL-1. The chicken thigh were submitted to different

treatments (without salt, condiments and mate leaves extract; with salt; with sage; with

mate leaves extract and with salvia and mate extract at different concentrations.

Samples were analyzed in crude, cooked, stored and heated meat. The lipid oxidation,

pH, oxi-reduction potential, color and sensory analyses were carried out in all samples.

The value of TBARS of crude samples was of 0.03±0.01 (mg malonaldeide/kg),

showing equal value to the condition of cooked product without condiments. No

significant differences among the different treatments were observed for cooked thighs.

Samples without condiments and with the addition of salt differed from others when

stored and heated. The sample with addition of 0.125% of mate leaves extract differed

from samples added of 0.25% of extract in the condition stored, showing a positive

effect of the increase of extract concentration on the lipidic oxidation of chicken thighs.

The sage used as condiment contributed to the reduction in TBARS values. The

condition cooked led to lower values of TBARS. After storage of cooked product under

refrigeration, one could observe an increase in TBARS values. After heating of stored

product, a reduction in TBARS values was observed. No significant differences among

the different treatments and conditions were observed in terms of pH and oxi-reduction

potential. A significant difference was verified in the color among the evaluated

samples. Related to the sensory attributes of global acceptation of the product cooked

one could conclude that no significant difference was obtained among the analyzed

samples.

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SUMÁRIO

Resumo ......................................................................................................................... vii

Abstract .......................................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS .....................................................................................................xiii

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... xiv

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................3

2.1. Carne de frango............................................................................................................ 3

2.2 Oxidação em produtos cárneos ................................................................................... 3

2.3 Mecanismo da oxidação ............................................................................................... 5

2.4 Reações de oxidação.................................................................................................... 6

2.5 Fatores que aceleram a oxidação ............................................................................... 7

2.6 Consequências biológicas da oxidação de lipídios.................................................... 8

2.7 Luz ................................................................................................................................ 10

2.8 Antioxidantes ............................................................................................................... 10

2.9 Antioxidantes naturais................................................................................................. 12

2.10 Considerações finais................................................................................................. 14

3. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................16

3.1 Coleta e preparo das amostras de erva-mate .......................................................... 16

3.2 Obtenção do extrato de erva-mate ............................................................................ 17

3.3 Atividade antioxidante in vitro pela captura de radicais livres com o teste do

DPPH .................................................................................................................................. 19

3.4 Preparo de amostras................................................................................................... 20

3.5 Determinações físico-químicas .................................................................................. 21

3.5.1 Determinação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) .......21

3.5.2 Determinação de pH e potencial de oxi-redução ...........................................22

3.5.3 Determinação objetiva de cor ........................................................................22

3.6 Análise sensorial ......................................................................................................... 22

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3.7 Análise estatística........................................................................................................ 24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................25

4.1 Obtenção e atividade antioxidante in vitro do extrato de erva-mate ...................... 25

4.2 Determinações físico-químicas .................................................................................. 27

4.2.1 Determinação da oxidação lipídica ................................................................27

4.2.2 Análise de pH.................................................................................................29

4.2.3 Potencial de oxi-redução................................................................................31

4.2.4 Determinação objetiva de cor ........................................................................33

4.3 Análise sensorial ...............................................................................................36

5. CONCLUSÕES .........................................................................................................39

6. REFERÊNCIAS ............................................................ Erro! Indicador não definido.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Porcentagem da neutralização do DPPH pelo extrato de erva-mate (Ilex

paraguariensis). .............................................................................................................25

Tabela 2. Oxidação lipídica – TBARS (mg malonaldeído/kg) na sobrecoxa de frango em

função do tratamento utilizado.......................................................................................27

Tabela 3. Valores de pH da sobrecoxa de frango assada, armazenada e reaquecida

nos diversos tratamentos...............................................................................................30

Tabela 4. Valores de oxi-redução (milivolts) nos diversos tratamentos da sobrecoxa de

frango nas condições assada, armazenada e reaquecida.............................................32

Tabela 5. Cor a* nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango nas condições

assada, armazenada e reaquecida. ..............................................................................33

Tabela 6. Cor b* nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango nas condições

assada, armazenada e reaquecida. ..............................................................................34

Tabela 7. Cor L nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango nas condições

assada, armazenada e reaquecida. ..............................................................................35

Tabela 8. Atributos sensoriais de aceitação geral dos diferentes tratamentos em frango

assado. ..........................................................................................................................36

Tabela 9. Teste de diferença do controle entre as amostras para a sobrecoxa assada e

armazenada e reaquecida para a característica sabor..................................................37

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aspecto das folhas de erva-mate após secagem. ........................................16

Figura 2 - Extrator de solúveis por percolação de solvente. ..........................................17

Figura 3 - Vista frontal do secador por atomização. ......................................................18

Figura 4 - Aparência do extrato de erva-mate após secagem em spray-dryer. .............18

Figura 5. Aspecto geral das sobrecoxas submetidas a um determinado tratamento (a),

envoltas em papel alumínio antes de assar (b), depois de assadas (c) e após

armazenamento (d). ......................................................................................................21

Figura 6. Modelo da Ficha de avaliação sensorial para o teste de diferença do

controle..........................................................................................................................23

Figura 7 - Ficha utilizada para a avaliação sensorial do produto...................................24

Figura 8. Regressão linear entre concentração e atividade antioxidante do extrato de

erva-mate (Ilex paraguariensis). ....................................................................................26

Figura 9. Evolução da oxidação lipídica – TBARS (mg malonaldeído/kg) na superfície

da sobrecoxa de frango, nas 3 condições apresentadas (assado, armazenado e

reaquecido) e nos vários tratamentos. ..........................................................................28

Figura 10. Evolução do pH nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango.............30

Figura 11. Potencial de oxi-redução (mV) na sobrecoxa de frango submetida aos

diversos tratamentos. ....................................................................................................32

Figura 12. Cor a* na sobrecoxa de frango submetida aos diversos tratamentos. .........33

Figura 13. Cor b* na sobrecoxa de frango submetida aos diversos tratamentos. .........34

Figura 14. Cor L na sobrecoxa de frango submetida aos diversos tratamentos............35

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1. INTRODUÇÃO

A conservação de produtos alimentícios é uma técnica bastante antiga. Até o

começo do século XX, esta ação resumia-se à esterilização térmica em combinação

com a adição de sal e especiarias. Com a urbanização da sociedade, as áreas de

produção, processamento e distribuição sofreram alterações significativas (TORRES,

2002).

A oxidação lipídica é um processo que ocorre em vários tipos de alimentos e

leva à formação de diversos subprodutos, cuja consequência pode variar de um

simples gosto ou odor indesejado, passando por perda nutricional, destruição de

vitaminas, perda da atratividade visual, modificação na textura, chegando até a

carcinogenia e teratogenia. Os produtos de oxidação lipídica estão diretamente

relacionados com um grande número de doenças, incluindo-se as de origem

coronariana, arteriosclerose, câncer e envelhecimento (TORRES, 2002). A

complexidade do processamento dos produtos cárneos e a necessidade de aumentar o

período de armazenamento; tornam o produto muito vulnerável à deterioração

(ARAÚJO, 1999).

Os antioxidantes têm um papel muito importante na qualidade dos alimentos.

Seu uso nos remete ao início dos anos 40, com a aprovação, nos EUA, do uso de

estabilizante para gorduras de origem animal. Os antioxidantes são definidos pela Food

and Drug Administration (FDA) como sendo substâncias usadas para preservar os

alimentos, retardando a deterioração, rancificação ou descoloração devido à reação de

oxidação. A efetividade do uso destes compostos está relacionada com o entendimento

básico da química de óleos e gorduras, os mecanismos de oxidação e a função do

antioxidante (TORRES, 2002).

Existem várias maneiras de retardar a degradação oxidativa em alimentos.

Muitos dos problemas de oxidação em alimentos podem ser resolvidos ou, pelo menos,

mantidos sob controle por meio de intervenções tecnológicas adequadas. A utilização

correta do material das embalagens e o uso de atmosfera inerte e condições

adequadas de armazenamento são formas apropriadas de retardar a oxidação em

alimentos. A inibição completa da oxidação de lipídios, até então, não é possível, mas

este processo pode ser retardado por vários meses. A utilização de antioxidantes, além

de retardar a rancidez oxidativa, protege carotenoides, vitaminas A e D e outros

ingredientes insaturados (ARAÚJO, 1999).

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Em recentes pesquisas tem-se verificado a capacidade antioxidante da erva-

mate in vitro e in vivo equivalente ou superior à vitamina C, vitamina E e/ou Trolox,

substâncias consideradas como padrão para essa propriedade. GUGLIUCCI & STAHL

(1995) verificaram que extratos aquosos e alcoólicos de Ilex paraguariensis inibiram a

oxidação da lipoproteína de baixa densidade in vitro, comparável ao ácido ascórbico.

Propriedades antioxidantes de extratos aquosos de erva-mate in vivo foram

confirmadas através da inibição da peroxidação lipídica em microssomas de fígado de

ratos (SCHINELLA et al., 2000). CANTERLE (2005) verificou que a erva-mate na forma

de chimarrão possui uma importante quantidade de compostos capazes de

aumentarem o sistema de defesa antioxidante de um organismo, sendo sua ingestão

uma maneira eficaz e econômica de se usufruir seus benefícios. SALDANHA (2005)

observou elevada atividade antioxidante em diferentes extratos de erva-mate (verde e

tostada) e de chá verde, indicando o potencial uso dessas plantas como antioxidantes

alimentícios. Mais recentemente, o extrato de erva-mate foi investigado quanto à

atividade antioxidante em produtos alimentícios tais como carne de frango (PADILHA,

2007) e iogurte (PRECI, 2010).

Com base nos aspectos apontados anteriormente, o objetivo deste trabalho foi

aplicar extrato de erva-mate de Ilex paraguariensis na carne de frango, para avaliar o

potencial antioxidante já comprovado em alimentos crus, neste caso, com o diferencial

de testar o efeito do extrato de erva-mate no alimento cozido, armazenado e

reaquecido.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo são apresentados os principais aspectos relacionados à oxidação

em produtos cárneos, especificamente, carne de frango, matéria-prima utilizada no

decorrer deste trabalho. Inclui-se o mecanismo de ação envolvido em reações de

oxidação e as conseqüências biológicas da oxidação de gorduras. Dentro do escopo do

trabalho, este capítulo contempla também aspectos relacionados ao emprego de

antioxidantes em produtos alimentícios, com ênfase na erva-mate.

2.1. Carne de frango

A carne de frango é uma das mais consumidas pela população brasileira, sendo

responsável por 44% da produção total. Consiste em uma fonte de proteínas de alta

qualidade nutricional, de minerais e de vitaminas. No entanto, para atender à grande

demanda com boa conservação do produto, a indústria tem utilizado a adição de

conservantes sintéticos, cuja inocuidade tem sido questionada. A busca por antioxidantes

naturais, em substituição aos sintéticos, tem se apresentado como uma possível

alternativa para minimizar a oxidação lipídica em carnes (AHN et al., 2002).

A carne de frango, devido ao seu conteúdo relativamente alto de ácidos graxos

insaturados, é particularmente susceptível à deterioração oxidativa, a qual pode ser

acelerada pelo processamento tecnológico anteriores à estocagem, como o corte e o

cozimento, os quais rompem as membranas celulares do músculo, facilitando a

interação dos ácidos graxos insaturados com substâncias pró-oxidantes

(TICHIVANGANA & MORRISSEY, 1985; O’NEILL et al., 1998).

A determinação do sabor devido à oxidação das gorduras é um fator limitante da

vida útil de carnes e produtos cárneos congelados. As carnes de suínos e aves

rancificam mais rapidamente que a bovina, uma vez que apresentam maior

porcentagem de gordura, além de serem mais insaturadas (OLIVO & SHIMOKOMAKI,

2001).

2.2 Oxidação em produtos cárneos

A principal causa da deterioração da carne é a rancidez oxidativa, envolvendo a

oxidação de ácido graxo poliinsaturado. Durante certas operações de processamento

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da carne, o equilíbrio dos fatores que controlam as reações oxidativas no tecido vivo é

eliminado, ocorrendo alterações oxidativas dos componentes químicos. Essa perda

provoca o rápido desenvolvimento de sabor e odor estranhos em carnes processadas.

As principais operações de processamento que promovem a ruptura do balanço

oxidativo incluem:

- Redução do tamanho das partículas, ocasionando, além da mistura de

catalisadores da oxidação com a fração lipídica, a incorporação do oxigênio no tecido

antes anaeróbico.

- Cozimento, que além de promover o rompimento da organização celular dos

tecidos, provoca a desnaturação das proteínas, resultando na perda da atividade das

enzimas antioxidantes, e a liberação do ferro anteriormente ligado a proteínas.

- Adição de sal, que aumenta a atividade catalítica do ferro e reduz a atividade

das enzimas antioxidantes.

Quando a carne é cozida e armazenada sob refrigeração, no período de um a

três dias ocorre perda do aroma característico e aparecimento de “flavor” estranho

(oxidado/rançoso/azedo) é comumente denominado flavor requentado (“warmed-over

flavor” – WOF). O teor de alguns compostos oriundos da oxidação de ácidos graxos

insaturados aumenta durante o armazenamento ou quando a carne é novamente

aquecida. O hexanal formado durante a oxidação do ácido linoleico é o mais abundante

entre os voláteis formados.

A oxidação dos fosfolipídios da membrana e a degradação de proteínas e

compostos associados com o aroma da carne fresca cozida são responsáveis pela

formação do sabor desagradável. O aquecimento libera o ferro da mioglobina e de

outras metaloproteínas que atuam como catalisadores, acelerando a reação de

oxidação de fosfolipídios; transforma a mioglobina em molécula pró-oxidante; induz à

decomposição de peróxido; e desnatura enzimas protetoras que atuam no controle da

oxidação. Íons metálicos não ocorrem na forma livre in vivo, mas ligados à proteína,

DNA e ATP. Compostos heme (Fe++) e hemina (Fe+++) são largamente encontrados

em alimentos. A oxidação de lipídios no tecido animal é acelerada pela hemoglobina,

mioglobina e citocromo C. Reações dessa natureza são frequentemente responsáveis

pela rancidez durante o armazenamento de aves, peixes e carne cozida. O

aquecimento da carne destrói a estrutura heme, provocando rápido desenvolvimento

da rancidez, e o aquecimento de óleos vegetais libera metais ativos a partir de

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compostos inativos. A atividade catalítica de compostos heme está relacionada com a

valência do ferro complexo (ARAÚJO, 1999).

Neste contexto, a oxidação lipídica em carnes pode ser acompanhada através

do valor de TBARS (TARLADGIS et al., 1964), visto que produtos primários de

oxidação lipídica constituem-se principalmente de hidroperóxidos, os quais são

rapidamente decompostos em várias substâncias reativas ao ácido 2-tiobarbitúrico

(TBARS), particularmente carbonilas, sendo o malonaldeído o elemento mais

importante.

A formação de malonaldeído ocorre através da decomposição de

hidroperóxidos, produtos primários da oxidação lipídica. Alguns dos fatores que

determinam a extensão na formação deste aldeído através de ácidos graxos

poliinsaturados são: o grau de insaturação, a presença de metais, o pH, a temperatura,

a duração e condições de aquecimento (ROTTA, 2007).

A susceptibilidade da carne à oxidação lipídica tem sido estudada por diversos

pesquisadores com a finalidade de buscar soluções para amenizar este problema. Com

isto, estão sendo aplicadas diferentes tecnologias de processamento e armazenamento

para aumentar o tempo de vida útil destes produtos, como embalagens a vácuo ou com

atmosfera modificada, as quais se têm mostrado efetivas no retardo da oxidação

(GRAY et al., 1996; GRAU et al., 2000).

2.3 Mecanismo da oxidação

A oxidação lipídica é uma das reações importantes de deterioração de um

alimento com influência negativa sobre sua conservação.

O mecanismo da oxidação produzida principalmente pelos ácidos graxos

insaturados é muito bem conhecido. São formadas substâncias que alteram o sabor,

cor e flavor de um alimento. O mecanismo de oxidação inicia-se de uma causa externa

como calor, luz ou presença de uma substância reativa. A molécula lipídica é ativada

formando uma partícula de alta energia, o radical livre, que pode reagir com o oxigênio.

A degradação lipídica devido à oxidação é favorecida pelos seguintes fatores: luz,

calor, metais pesados, peróxidos e oxigênio. A presença ou ausência de luz é fator

determinante da estabilidade dos lipídios. Os ácidos graxos saturados oxidam-se à

temperaturas superiores a 60°C enquanto os poliinsaturados sofrem oxidação mesmo

durante o armazenamento, incluindo congelamento (BARUFFALDI, 1998).

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2.4 Reações de oxidação

A maior parte dos lipídios nos alimentos está na forma de triglicerídeos, que são

os ésteres de ácidos graxos e glicerol. Os ácidos graxos são cadeias longas,

geralmente com 16 – 20 átomos de carbono, que podem ser saturadas ou insaturadas.

Já é bem estabelecido que o tamanho da cadeia carbônica e o grau de insaturação são

os fatores mais importantes na determinação da estabilidade oxidativa de lipídios. Além

dos triglicerídeos, os alimentos podem também conter fosfolipídios, esfingolipídios,

esteróides e hidrocarbonetos.

A deterioração dos lipídios ocorre de várias maneiras durante o processamento,

manuseio e armazenamento dos alimentos. Algumas das reações encontradas são:

- Hidrólise da ligação éster, produzindo ácidos graxos e glicerol, acelerada por

altas temperaturas, luz, ácidos, metais como o Fe e Cu, enzimas e alta umidade;

- Oxidação da dupla ligação do ácido graxo, sendo este o tipo mais comum de

deterioração lipídica com o desenvolvimento de ranço, compostos com odor

indesejável, polimerização e outras reações que reduzem o prazo de validade e as

características nutritivas e organolépticas do alimento.

Estas reações de oxidação (químicas e/ou bioquímicas) podem envolver várias

etapas complexas e encadeadas como a iniciação por radicais livres, a propagação e a

terminação, conforme apresentado no esquema abaixo (TORRES, 2002):

L – H → L* + *H (iniciação – radicais livres)

L* + O2 → LOO* (propagação – peróxidos)

LOO* + L – H → LOOH + L* (propagação – hidroperóxido)

LOOH → LO* + *OH (clivagem hemolítica)

LOOH → L* + *OOH (clivagem hemolítica)

2 LOOH → LO* + H2O + LO2* (decomposição bimolecular)

L* + *L → L – L (terminação radicalar)

LOO* + L* → LOOL (terminação radicalar)

LOO* + LOO* → LOOL + O2 (terminação radicalar)

Os produtos da oxidação lipídica podem causar hipertrofia do fígado, peroxidose

hepática, aumento da atividade da transaminase, anorexia, proteinúria, oligodipsia,

diarréia, diurese, inibição das ribonuclease, pepsina, tripsina e lipase pancreática,

decréscimo da ação das enzimas glucose-6-fosfato desidrogenase, glucoquinase,

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aldeído desidrogenase NAD-dependente mitocondrial e gliceraldeído-fosfato

desidrogenase, redução dos níveis de CoA, ação na formação da aterosclerose,

inibição da produção de prostaciclina, reações intensas do DNA com peróxidos

primários (carcinogênese), entre outros. Os produtos da oxidação do colesterol,

envolvendo cerca de 30 produtos foram identificados como causadores de doenças da

artéria coronariana, inibição da biossíntese do colesterol, redução da atividade da 5’

nucleotidase e Na+/ K+ATPase, aterogenia, inibição das enzimas 3-hidroxi-3-

metilglutaril CoA, colesterol 5,6-epóxido hidrolase e colesterol 7ª-hidrolase, mutagenia,

carcinogenia, citotoxicidade e angiotoxicidade. O malonaldeído é o maior produto

secundário da oxidação lipídica, apresentando efeito citotóxico, carcinogenia e

mutagenia, inativação da ribonuclease, vacuolização citoplasmática, cariorrexia,

micronucleação, redução ou inibição da capacidade proteíno-sintetizante das células e

aberrações cromossômicas (TORRES, 2002).

2.5 Fatores que aceleram a oxidação

As reações de oxidação podem ser influenciadas por diversos fatores, como

calor, luz, reações de ionização, traços de metais (cobre e ferro), pelas metaloproteínas

e pela lipoxigenase.

A maioria das reações químicas aumenta com a elevação da temperatura e

portanto, com o tratamento térmico. As reações de oxidação induzidas termicamente

podem ocorrer tanto em lipídios saturados como em insaturados, em temperaturas

utilizadas nos processos de frituras. Os ácidos graxos saturados são estáveis em

temperaturas utilizadas em operação de enlatamento, mas nos insaturados ocorrem

reações de deterioração na presença de oxigênio e calor, com formação de grande

número de substâncias voláteis com sabor e odor desejáveis e indesejáveis. Durante a

secagem (desidratação), três eventos simultâneos ocorrem: as moléculas componentes

dos alimentos são aproximadas, aumentando, consequentemente, a probabilidade de

interação entre elas; a remoção da água do alimento acarreta a formação de

microcapilares no produto, facilitando o acesso físico do oxigênio atmosférico; e a

sensibilidade química dos componentes do alimento aumenta, devido à remoção da água

de hidratação protetora dos sítios reativos das moléculas, nos alimentos (ARAÚJO, 1999).

A oxidação em alimentos secos ou desidratados é acelerada por diversos

fatores, incluindo a exposição à luz e temperatura elevada. Ocorre mais rapidamente

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em níveis de baixa atividade de água. A velocidade da reação de oxidação depende do

grau de insaturação na molécula do ácido graxo. Assim, quanto maior o grau de

insaturação, maior será a susceptibilidade à oxidação. Os peróxidos são os primeiros

produtos formados da oxidação de gorduras insaturadas. Do ponto de vista da

deterioração do sabor do alimento, os peróxidos não são importantes e sim os produtos

oriundos de sua decomposição: aldeídos, cetonas, álcoois, hidrocarbonetos e ácidos.

As insaturações em todos os tipos de gorduras representam o centro ativo pelo qual se

inicia a reação de oxidação a formação inicial do peróxido passa necessariamente pela

produção de um intermediário denominado radical livre (ARAÚJO, 1999).

2.6 Consequências biológicas da oxidação de lipídios

A ingestão de óleos e gorduras termicamente alterados representa fonte de

substâncias potencialmente tóxicas na dieta. Três classes possuem efeito tóxico:

ácidos graxos peroxidados e seus produtos de decomposição, polímeros e esteróis

oxidados formados em condições de processamento e armazenamento.

As gorduras saturadas são mais estáveis, mas significantes produtos de origem

termolítica e oxidativa podem ser formados. As insaturadas se degradam rapidamente, e as

hidrogenadas, em velocidade menor; o colesterol é também oxidado de forma semelhante

para diversos derivados oxidados. Portanto, uma mistura complexa de compostos

potencialmente tóxicos pode ser formada a partir de diversos tipos de óleos e/ou gorduras

submetidos ao aquecimento, estando envolvidos no aparecimento de certas doenças, como

as cardiovasculares, o câncer e o envelhecimento precoce (ARUOMA, 1991).

Os produtos oriundos da oxidação de lipídios (peróxidos e os produtos de sua

degradação) podem ser absorvidos pelo organismo (fígado) e, até mesmo na ausência

de absorção, representam riscos para a mucosa intestinal. Os peróxidos afetam a

atividade de diversas enzimas, alteram as proteínas de baixa densidade (LDL) que

estão envolvidas no desenvolvimento de lesões ateroscleróticas e interagem com o

DNA, funcionando como promotores da carcinogênese. Acredita-se que a oxidação das

lipoproteínas de baixa densidade (LDL) seja a principal causa de doenças

cardiovasculares, e a decomposição de peróxidos formados pela ação da lipoxigenase

pode ser o mecanismo inicial da oxidação do LDL (ARUOMA, 1991).

A peroxidação de ácidos graxos poliinsaturados “in vivo” leva à formação de

malonaldeído, que pode provocar ligações cruzadas nas lipoproteínas de baixa

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densidade, causando acúmulo de colesterol no vaso sanguíneo. Os ácidos graxos

peroxidados inibem a produção de prostaciclina PG, produzida pelo endotélio vascular,

conhecida como potente inibidor da agregação de placas no vaso sanguíneo. Na

célula, a oxidação de lipídios ocorre principalmente nas membranas, devido ao elevado

teor de ácidos graxos poliinsaturados, com a participação de radicais livres. Um

sistema de defesa antioxidante complexo oferece proteção às células, e sua eficiência

depende do consumo adequado de alimentos (ARAÚJO, 1999).

O radical livre é qualquer espécie que possui um ou mais elétrons não pareados,

e a presença destes, torna a espécie altamente reativa. Os elétrons tendem a

ocorrerem em pares e em rotação antiparalela, situação esta energicamente favorável;

portanto, quase todas as ligações químicas tendem a ter dois elétrons. O elétron não

pareado é aquele que se encontra solitário no orbital atômico ou molecular. A maioria

das moléculas encontradas em organismos vivos não está na forma de radicais livres.

Os radicais livres são formados por perda ou ganho de um elétron a partir de

uma espécie não-radical. Os dois elétrons da ligação podem ser rompidos de duas

formas:

- simetricamente, pela cisão hemolítica da ligação covalente (R – H → R· + H·);

- assimetricamente, pela cisão heterolítica da ligação covalente, e somente um

átomo recebe os dois elétrons (R – H → R:¯ + H+).

Somente as espécies químicas formadas pelo processo homolítico são

denominadas radicais livres, em razão da presença de elétrons não pareados. Em

sistemas biológicos, os radicais livres podem ser formados pela ação da irradiação

ionizante e luz ultravioleta e por reações catalisadas pelos metais (ferro e cobre) ou por

enzimas (homólise da ligação química) (ARUOMA, 1991).

O corpo humano produz naturalmente radicais livres continuamente. Em torno

de 85 a 90% do oxigênio que respiramos é utilizado pela mitocôndria, e o restante, por

diversas oxidases e oxigenases, com liberação do radical superóxido e água

oxigenada, e por outras reações não-enzimáticas. Quando a sua formação durante o

metabolismo celular ocorrer em quantidade suficiente para superar a capacidade de

neutralização pelas células, distúrbios celulares e metabólicos ocorrerão de diversas

maneiras. Os locais de atuação destes ocorrem ao acaso, nos sítios insaturados das

biomoléculas, produzindo modificações químicas indesejáveis em macromoléculas

como proteínas, carboidratos lipídios e nucleotídeos (ARUOMA, 1991).

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2.7 Luz

O alimento pode ser afetado pela exposição prolongada à luz. A química das

alterações produzidas por ela é muito complexa. A luz provoca oxidação lipídica em

óleos e gorduras; oxidação do leite levando à formação de voláteis e de mercaptanas e

alterações em vários pigmentos tanto em produtos de origem vegetal quanto animal.

Os efeitos catalíticos das radiações luminosas são mais pronunciados em baixos

comprimentos de onda, no visível (VIS) e no espectro ultravioleta (UV). A sensibilidade

do alimento submetido a vários comprimentos de onda pode variar segundo o método

de conservação que foi utilizado. Carnes frescas descoram rapidamente quando

expostas a luz ultravioleta, sendo mais resistentes no intervalo do visível. Carnes

conservadas com nitrito, entretanto, descoram tanto no intervalo visível quanto quando

submetidas à ação do UV. Além do comprimento de onda luminoso, também é

importante a intensidade de luz, bem como o tempo de exposição. Sabe-se que os

raios UV penetram menos profundamente no alimento quando comparados aos outros

componentes da luz, na região do vermelho (BARUFFALDI, 1998).

2.8 Antioxidantes

A oxidação é um dos principais fatores envolvidos na deterioração dos

componentes lipídicos dos alimentos.

Os produtos da oxidação são extremamente potentes sob o ponto de vista

organoléptico e assim, mesmo presentes em pequenas quantidades, afetarão de modo

sensível os atributos sensoriais dos produtos. A deterioração da qualidade

organoléptica causada pela oxidação é frequentemente acompanhada de perda de

valor nutritivo e possivelmente acompanhada de compostos potencialmente tóxicos. A

rancificação destrói frequentemente as vitaminas lipossolúveis e os carotenos. O

desenvolvimento de sabores desagradáveis e alterações da cor estão presentes

(GARCIA et al., 2002).

Recentemente, considerável atenção tem sido dada aos riscos aterogênicos dos

radicais livres oriundos do oxigênio. Os antioxidantes com propriedades de remover ou

de neutralizar os radicais livres oriundos do oxigênio, como a vitamina C, vitamina E,

carotenoides e compostos fenólicos, inibem a oxidação do LDL, reduzindo

potencialmente o risco de doenças coronarianas. Atuam bloqueando a ação de radicais

livres. Como suporte secundário do mecanismo enzimático, a ingestão de substâncias

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com propriedades antioxidantes derivadas da dieta auxilia o mecanismo de defesa no

controle dos danos causados nas células pelos radicais livres (GARCIA et al., 2002).

Segundo as definições do FDA (Food and Drug Administration), os antioxidantes

são substâncias que, adicionadas aos alimentos, permitem prolongar sua vida de

prateleira, evitando a ocorrência de descoloração e o surgimento dos sabores

desagradáveis ocasionados pela oxidação lipídica e/ou protéica. O uso de

antioxidantes deve respeitar os limites máximos descritos na legislação a fim de que

seja minimizada a ingestão destas substâncias pelo consumidor (GARCIA et al., 2002).

Segundo DALLA SANTA (2008), os antioxidantes são substâncias capazes de

sequestrar ou impedir a formação de radicais livres. O mecanismo de ação dos

antioxidantes está bem elucidado, sendo necessário que ele iniba a formação de

radicais livres na iniciação da cadeia de oxidação ou interrompa sua propagação.

A classe de aditivos compreende tanto substâncias de origem natural como

também de substâncias sintéticas. Os antioxidantes sintéticos mais utilizados na

indústria de alimentos são o BHT (butilhidroxitolueno), BHA (butilhidroxianisol) e TBHQ

(butilhridroxiquinona terciária). O emprego de agentes oxidantes sintéticos visando o

aumento do prazo de validade de produtos alimentícios tem sido frequentemente

utilizado devido ao seu baixo custo, estabilidade e eficácia. Porém, durante as duas

últimas décadas, tanto consumidores quanto a legislação têm levantado suspeitas à

inocuidade dos antioxidantes sintéticos (POKORNÝ, 1991).

No Brasil, o uso de aditivos com função antioxidante em produtos cárneos é

definido de acordo com o estabelecido na Portaria número 1004 de 11 de dezembro de

1998 - ANVISA, (BRASIL, 2009). Essa Portaria não autoriza o uso de antioxidantes em

carnes frescas e congeladas in natura, mas permite a adição, por exemplo de BHA e

BHT em alguns produtos cárneos industrializados, em quantidades de 0,01 g de

antioxidante por 100g de produto (PEREIRA, 2009).

O ácido eritórbico e o seu sal de sódio são fortes agentes redutores e atuam na

redução do oxigênio molecular. O ácido eritórbico é o isômero D do ácido ascórbico,

portanto não apresenta atividade biológica e não ocorre naturalmente em alimentos,

tem atividade antioxidante menor que o ácido ascórbico oxidando mais rapidamente no

alimento. O eritorbato de sódio (C6H7NaO6) é um conservante antimicrobiano e agente

antioxidante. Potencializa a ação curativa dos nitritos em carnes, estabiliza o aroma e a

cor da carne. Como um antioxidante, ajuda a melhorar a estabilidade do sabor de

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maneira similar a vitamina C, e ajuda a prevenir a formação das nitrosaminas

carcinogênicas (ARAÚJO, 2005).

Alguns fatores devem se considerados na escolha do antioxidante. Entre eles,

as substâncias devem apresentar potência adequada; não promover o

desenvolvimento de sabores e odores indesejáveis; serem vantajosos

economicamente; apresentar características físico-químicas compatíveis; não mascarar

os efeitos do armazenamento e estarem de acordo com a legislação competente.

2.9 Antioxidantes naturais

O interesse pelos antioxidantes naturais teve início na década de 80 diante da

comprovação de efeitos maléficos causados por doses elevadas de BHT, BHA e TBHQ

sobre o peso do fígado e marcado aumento do retículo endoplasmático, entre outras.

Como consequência, ênfase foi dada à identificação e purificação de novos compostos

com atividade antioxidante, provenientes de fontes naturais, que pudessem atuar

sozinhos ou sinergicamente com outros aditivos, como alternativa para prevenir a

deterioração oxidativa de alimentos e limitar o uso de antioxidantes sintéticos

(POKORNÝ, 1991).

A diversidade de antioxidantes de ocorrência natural em vegetais participa do

sistema biológico, como agentes de defesa antioxidativa; portanto, o consumo regular

destes recompõe o mecanismo de defesa endógeno dos antioxidantes, regulando as

várias reações de oxi-redução perdidas no decorrer do tempo (ARAÚJO, 1999).

Os antioxidantes naturais funcionam como agentes redutores, como inibidores

de radicais livres, como quelantes ou como desativadores de metais pró-oxidantes

(PIEDADE, 2007).

De acordo com sua modalidade da ação, os antioxidantes naturais podem ser

classificados como antioxidantes preliminares (de quebra), que podem reagir

diretamente com os radicais do lipídio e os converter em produtos estáveis, ou como

antioxidantes secundários (preventivos), que podem reduzir a taxa de oxidação por

diferentes mecanismos. Os antioxidantes preliminares atuam mais frequentemente

doando um átomo de hidrogênio, enquanto antioxidantes secundários podem agir por

ligação íons metálicos capazes de catalisar processos oxidativos, pelo sequestro de

oxigênio, absorvendo radiação UV, por inibição de enzimas ou decomposição de

hidroperóxidos (EKLUND et al., 2005).

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Os antioxidantes incluem uma variedade de vitaminas, carotenoides, minerais e

fitoquímicos que desativam radicais livres e, desse modo, impedem o dano às

membranas celulares ou ao material genético dentro da célula (MURTAUGH et al.,

2004).

Os antioxidantes naturais na dieta humana podem atenuar os efeitos dos genes

mutagênicos e carcinogênicos. Alguns antioxidantes, como vitaminas A, C e E, podem

minimizar os efeitos colaterais de drogas antineoplásticas e podem melhorar a

quimioterapia. Um aumento no teor de antioxidantes na dieta através do aumento da

ingestão de frutas e vegetais ricos desses compostos pode diminuir a oxidação do DNA

por radicais livres, prevenindo câncer e outras doenças degenerativas. Danos

oxidativos a biomoléculas provocadas pelo estresse estão entre os principais fatores de

risco para aterosclerose, principalmente através da oxidação da lipoproteína de baixa

densidade (LDL) no sangue. Assim, o câncer, aterosclerose e outras doenças

degenerativas, são partes de um mecanismo comum (VILELA et al., 2008).

MACEDO (2005) cita que vários estudos têm sido realizados visando o

desenvolvimento de extratos naturais com ação antioxidante, para o uso em produtos

cárneos. Dentre os quais, estão o uso de erva-mate (Ilex paraguariensis), marcela do

campo (Achryrocline satureioides), casca de batata (Solamum tuberosum) que

possuem flavonóides e ácidos fenólicos em sua composição. A utilização de extratos é

vantajosa, pois os mesmos não apresentam contaminantes microbiológicos, são

desodorizadores e não são visíveis no produto, permitindo a obtenção de produtos

padronizados. De acordo com HECK & MEIJA (2007), a erva-mate possui uma

capacidade antioxidante maior que o chá verde (Camellia sinensis).

Um dos principais grupos de antioxidantes encontrados nas plantas são os

compostos fenólicos, estes por sua vez além da atividade antioxidante, também

demonstram outras atividades biológicas importantes, tais como: atividades

antiinflamatórias, antialérgica, antimicrobiana e anticarcinogênica (ARÇARI, 2009).

Segundo PADILHA (2007), os antioxidantes naturais podem funcionar como

agentes redutores, como inibidores de radicais livres, como quelantes ou

sequestradores do oxigênio singlete e como desativadores de metais pró-oxidantes. Os

fotoquímicos que apresentam em sua estrutura um anel aromático com uma ou mais

hidroxila recebem a denominação de compostos fenólicos e geralmente apresentam

atividade antioxidante.

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CARDOZO JÚNIOR et al. (2003) destacam o uso tradicional da erva-mate como

antioxidante, e a uma potencial utilização da planta como matéria-prima na elaboração

de produtos, assim como a presença das metilxantinas, como um dos principais grupos

de compostos químicos. Especificamente para o chimarrão, BASTOS et al. (2006)

encontraram uma correlação linear entre o conteúdo de substâncias bioativas e de

sólidos solúveis, sendo uma indicação de que a erva-mate é uma importante fonte de

compostos fenólicos, que podem proteger os sistemas biológicos contra processos

oxidativos.

A utilização de plantas e ervas como antioxidantes em alimentos processados

está se tornando cada vez mais importante na indústria da alimentação como uma

alternativa aos antioxidantes sintéticos. MILANI et al. (2001) em estudo comparativo do

efeito antioxidante de extratos hidroetanólico e metílico de casca de maçã, folhas de

alcachofra e erva-mate em carne mecanicamente separada (CMS) de frango mantida

sob refrigeração e congelamento, constataram através do índice de TBARS que o

extrato metílico de erva-mate apresentou maior poder antioxidante, com determinação

de 1,68 mg de malonaldeído por kg de amostra, enquanto que os demais extratos

testados apresentaram 7,95 mg de malonaldeído por kg de amostra. CAMPOS et al.

(2007) trabalhando com salame, concluíram que a adição de extrato hidroetanólico de

erva-mate controlou a oxidação lipídica mantendo o produto cárneo com baixos valores

de TBARS (1,75 mg de malonaldeído/kg de amostra). Iogurtes light, tradicional e

probiótico, acrescidos de extrato de erva-mate (0,1 e 0,25 % de extrato) e armazenado

por 60 dias sob refrigeração (4ºC), apresentaram diferença significativa em relação as

formulações que não receberam a adição de extrato (0,013 a 0,019 para 0,024 a

0,035 mg de malonaldeído/kg de amostra, para formulações com e sem extrato,

respectivamente), comprovando a ação antioxidante da presença do extrato da erva-

mate no produto (PRECI, 2010). FAION (2010) em queijo Prato adicionado de cultura

adjunta (Lactococcus Lactis ssp. lactis e cremoris) e extrato de erva-mate (0,1 e 0,2 %)

observou ação do antioxidante natural frente à oxidação de proteínas e lipídios.

2.10 Considerações finais

Com base no apresentado no decorrer deste capítulo ficou evidenciada a

importância na utilização de antioxidantes naturais em produtos cárneos, altamente

susceptíveis à oxidação lipídica. Levando em consideração este aspecto e o grande

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número de estudos que apontam a erva-mate como um potencial agente antioxidante

em produtos cárneos crus, o objetivo deste trabalho foi utilizar o extrato de erva-mate

da espécie Ilex paraguariensis na carne de frango e avaliar seu potencial antioxidante,

no alimento cozido, armazenado e reaquecido.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Coleta e preparo das amostras de erva-mate

As folhas de erva mate (Ilex paraguariensis) foram colhidas de um cultivo

homogêneo de produção a pleno sol, localizada no interior do município de Barão de

Cotegipe – RS, sob as coordenadas 27°37’15” S, 52°22’47” W, e 765m de altitude.

Foram coletadas folhas e pequenos ramos maduros no mês de agosto de 2008, entre 9

e 11 horas da manhã, e acondicionadas em filmes plásticos até serem submetidas ao

processamento.

Logo após a colheita realizou-se o processo de sapeco da erva-mate, onde em

cada batelada foram processadas 240g de folhas de erva-mate em sapecador

experimental conforme metodologia descrita por VALDUGA et al. (2002).

A temperatura utilizada foi de 180°C/5 minutos a 60 rpm, a fim de promover a

retirada da umidade superficial e inativação do complexo enzimático das folhas

(peroxidases e polifenoloxidase) evitando que as folhas se tornassem escuras e de

sabor desagradável. O processo seguinte consistiu da secagem da erva-mate,

realizado a temperatura de 70°C /90 minutos em um mini-secador de bancada de leito

fixo, com objetivo de garantir o parâmetro de comercialização de umidade inferior a 5%.

A Figura 1 apresenta o aspecto das folhas de erva-mate após a secagem.

Figura 1 – Aspecto das folhas de erva-mate após secagem.

Após o processo de secagem utilizando um triturador de facas Máster mixer

(Walita), as folhas foram trituradas durante 20 segundos, na velocidade 2. Logo após,

a amostra passou por uma peneira da série TYLER com mesh 16 (2,36 mm), sendo

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possível homogeneizá-la, descartando a fração retida na peneira. A erva-mate seca e

triturada (cancheada) foi utilizada para a obtenção do extrato solúvel.

3.2 Obtenção do extrato de erva-mate

A extração de solúveis da erva-mate foi efetuada segundo metodologia descrita

por VALDUGA (2002) em um extrator por percolação de solvente (Bialetti) (Figura 2),

onde: A - depósito do solvente; B – filtro; C – válvula de segurança; D – coletor de

extrato; E – filtro; F – borracha de vedação. O cilindro é conectado no interior do

extrator. Através de fornecimento de calor, a água percola a erva-mate moída e extrai

os solúveis na parte superior do extrator. Para uma única extração, a percentagem de

solúveis extraídos, com relação à massa de erva-mate pode atingir 35,5%. Neste

processo utilizou-se 350 mL de água, 24 g de folhas de erva-mate já trituradas à

temperatura de extração de 96ºC.

Figura 2 - Extrator de solúveis por percolação de solvente.

A secagem do extrato de erva-mate foi realizada em um secador por atomização

(LabPlant SD-05 Spray drying) produzindo partículas sólidas de solúveis de erva-mate

conforme descrito por VALDUGA (2002). A Figura 3 apresenta a vista frontal do

secador por atomização operando na secagem do extrato de erva mate.

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Figura 3 - Vista frontal do secador por atomização.

Utilizou-se temperatura do ar de 190ºC, vazão de ar admitida pelo soprador de

47 m3/h e vazão do extrato admitida no secador de 600 mL/h. O extrato atomizado foi

acondicionado em recipientes de vidro âmbar hermeticamente fechado até o momento

da adição no produto. O mesmo foi submetido à análise de atividade antioxidante in

vitro. A Figura 4 corresponde à aparência do extrato após a passagem pelo spray-dryer

originando o extrato da erva-mate o qual foi utilizado para a realização dos

experimentos.

Figura 4 - Aparência do extrato de erva-mate após secagem em spray-dryer.

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19

3.3 Atividade antioxidante in vitro pela captura de radicais livres com o teste do

DPPH

Buscando-se determinar o potencial de uso do extrato de erva-mate (Ilex

paraguariensis) como agente antioxidante para posterior uso do mesmo no produto foi

avaliada a atividade antioxidante in vitro pela captura de radicais livres com o teste de

DPPH. No teste de DPPH, a habilidade do extrato de erva-mate agir como doador de

átomos de hidrogênio ou elétrons na transformação de DPPH na forma reduzida de

DPPH – H (difenilpicrilhidrazina) é medida espectrofotometricamente. O DPPH é um

radical livre, estável em temperatura ambiente, que produz uma solução violeta em

etanol. Na presença de componentes antioxidantes, o DPPH é reduzido produzindo

uma solução etanólica transparente.

A metodologia foi fundamentada na medida da extinção da absorção do radical

Difenilpicrilhidrazina (DPPH) em 515 nm (MIRANDA & FRAGA, 2006). A determinação

da atividade antioxidante foi realizada em triplicata, por método espectrofotométrico. A

técnica consistiu na incubação por 10 minutos, de 500 µL de uma solução etanólica de

DPPH 0,1 mM com 500 µL de soluções contendo concentrações crescentes de extrato

de erva-mate em etanol. Procedeu-se da mesma forma para a preparação da solução

denominada “controle”, porém substituindo 500 µL da amostra por 500 µL de solvente

etanol. Para a solução denominada “branco” foi utilizado como solvente o etanol. O

percentual de captação do radical DPPH foi calculado em termos da porcentagem de

atividade antioxidante (AA%), conforme a equação abaixo:

AA% = 100 - {[(Abs. amostra – Abs.branco) x 100] ÷ Abs. controle} (1)

A determinação foi feita em espectrofotômetro UV-Visível marca Agilent

Technologies, modelo 8453E. Para verificação de interferentes da metodologia

empregada, diluiu-se o extrato de erva-mate em etanol, na mesma faixa de

concentração em estudo. Analisaram-se as amostras em espectrofotômetro em

comprimento de onda de 515 nm, com o objetivo de avaliar a absorbância das

diferentes concentrações das amostras, determinando-se a faixa de concentração na

qual não ocorreria inferência da coloração do extrato. Após a avaliação da faixa de

concentração ideal, calculou-se a concentração de extrato necessária para capturar

50% do radical livre DPPH (IC50) por análise de regressão (CARBONARI, 2005).

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20

3.4 Preparo de amostras

As sobrecoxas foram adquiridas em mercado local (Erechim-RS). As análises

foram realizadas em quadruplicatas verdadeiras e tratadas em duplicatas. As

sobrecoxas, submetidas aos diferentes tratamentos, apresentados a seguir, foram

analisadas nas formas crua, assada, após armazenamento e após reaquecimento.

Os condimentos utilizados foram (p/p) sal a 1%, sálvia desidratada a 1%, extrato

de erva-mate a 0,125 e 0,25%, correspondendo aos seguintes tratamentos:

- Sobrecoxa sem sal, sem sálvia desidratada e sem extrato de erva-mate;

- Sobrecoxa com sal;

- Sobrecoxa com sálvia desidratada;

- Sobrecoxa com sálvia desidratada e com extrato de erva-mate a 0,125%;

- Sobrecoxa com extrato de erva-mate a 0,125%;

- Sobrecoxa com sálvia desidratada e com extrato de erva-mate a 0,25%;

- Sobrecoxa com sal e com extrato de erva-mate a 0,25%.

As sobrecoxas foram preparadas sem a pele, temperadas com o tratamento

específico, envolvidas em papel alumínio, assadas por 90 minutos em temperatura de

200°C na primeira hora e depois a mesma foi aumentada para 250°C nos últimos trinta

minutos. As amostras foram retiradas e servidas após a temperatura atingir 20°C.

O armazenamento do produto assado, em potes plásticos com tampa, foi

realizado por um período de dois dias, sob refrigeração (5°C). As amostras foram

retiradas da refrigeração, deixadas alcançar naturalmente 20°C e encaminhadas para

análise. A seguir, as amostras foram reaquecidas por 30 minutos em temperatura de

200°C, deixadas naturalmente atingir 20°C e novamente analisadas. As análises a que

foram submetidas às sobrecoxas assadas, armazenadas e reaquecidas serão descritas

posteriormente.

A título de ilustração, a Figura 5 apresenta aspecto geral das sobrecoxas

submetidas a um determinado tratamento (a), envoltas em papel alumínio antes de

assar (b), depois de assadas (c) e após armazenamento (d).

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(a) (b)

(c) (d)

Figura 5. Aspecto geral das sobrecoxas submetidas a um determinado tratamento (a),

envoltas em papel alumínio antes de assar (b), depois de assadas (c) e após

armazenamento (d).

3.5 Determinações físico-químicas

As amostras das sobrecoxas assadas, armazenadas e reaquecidas foram

submetidas às seguintes determinações físico-químicas: oxidação de lipídios (TBARS),

pH, potencial de oxi-redução (mV), cor objetiva (L*, a*, b*).

3.5.1 Determinação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS)

Para avaliar a extensão da oxidação lipídica ocorrida nos tratamentos realizou-

se o teste das substâncias reativas ao ácido-2-tiobarbitúrico (TBARS) de acordo com

metodologia proposta por RAHARJO et al. (1992), modificada por WANG et al. (2002).

A concentração foi calculada por espectrofotometria (Parkin Elmer modelo Lambada EZ

150) a 531 nm usando uma curva padrão com ácido-2-tiobarbitúrico (1x10-8 a 1x10-7

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mol/mL). Os resultados foram expressos em miligramas de malonaldeído por

quilograma de amostra (MDA mg/Kg de amostra).

3.5.2 Determinação de pH e potencial de oxi-redução

Para a determinação do pH e potencial de oxi-redução (milivolts), foram retiradas

10 g de cada amostra, homogeneizadas (Stomacher 400) por 1 minuto em 50 mL de

água deionizada e depois acrescidas de mais 50 mL de água deionizada. Os valores

foram determinados em potenciômetro digital (Digimed® ou Quimis), previamente

calibrado a pH 4 e 7 (AOAC, 2000).

3.5.3 Determinação objetiva de cor

A cor foi determinada utilizando um colorímetro portátil (Minolta CR400), com

fonte de luz D65, na escala de L*, a*, b* do sistema CIELab, realizando-se as leituras

entre 20 e 25ºC. A calibração do aparelho foi realizada seguindo as instruções do

fabricante. No espaço colorimétrico CIELab, definido por L*, a*, b*, a coordenada L*

corresponde a luminosidade, a* e b* referem-se às coordenadas de cromaticidade

verde (-)/vermelho(+) e azul(-)/amarelo(+), respectivamente. As determinações foram

realizadas diretamente na superfície dos produtos.

3.6 Análise sensorial

As análises sensoriais foram realizadas no dia em que o frango foi assado e

após dois dias de armazenamento sob refrigeração e aquecimento do produto. A

análise sensorial foi realizada em escala laboratorial, com 30 a 40 provadores não

treinados de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias (20 a 50 anos), que

apresentaram interesse e hábito de consumo regular variável do produto. As amostras

(~2 cm de arestas) foram distribuídas em pratos plásticos codificados com números

aleatórios de 3 dígitos, distribuição balanceada, juntamente com amostra do branco

(água potável e biscoito salgado).

Foi realizado o teste de diferença do controle segundo FARIA et al. (2002). O

teste verificou se existiu diferença entre as várias amostras e uma amostra controle,

estimando o grau de diferença. As características sensoriais avaliadas foram sabor das

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sobrecoxas, submetidas aos diferentes tratamentos propostos neste trabalho, conforme

ficha apresentada na Figura 6.

TESTE DIFERENÇA DO CONTROLE

Nome:______________________________________________ Data:____/____/____

Você esta recebendo uma amostra padrão (P) e seis amostras codificadas de sobrecoxas. Prove a

amostra padrão e em seguida prove cada uma das amostras codificadas e avalie na escala abaixo, o quanto

cada amostra codificada difere em termos globais da amostra padrão.

0 Nenhuma diferença

1

2 Ligeiramente diferente

3

4 Moderadamente diferente

5

6 Muito diferente

7

8 Extremamente diferente

Amostra Grau de Diferença Sabor

_______ _______

_______ _______

_______ _______

_______ _______

Figura 6. Modelo da Ficha de avaliação sensorial para o teste de diferença do controle.

Foi realizado também um teste de aceitação de consumidor, com escala

hedônica estruturada de 9 pontos (1 - desgostei muitíssimo e 9 - gostei muitíssimo),

onde foram avaliados, separadamente, os seguintes atributos: sabor, textura e

aceitação geral, segundo metodologia descrita por FARIA et al. (2002). Os avaliadores

preencheram uma ficha de avaliação (Figura 7) dos atributos durante o

desenvolvimento do teste. As avaliações foram realizadas em cabines individuais,

empregando luz natural e fluorescente.

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AVALIAÇÃO SENSORIAL DE SOBRECOXAS DE FRANGO Nome: ____________________________________________Data: ___/___/___ Avalie cada uma das amostras codificadas de SOBRECOXA DE FRANGO e use a escala abaixo para indicar o quanto você gostou ou desgostou de cada amostra, em relação à aceitação geral, sabor e textura.

9 gostei muitíssimo 8 gostei muito 7 gostei moderadamente 6 gostei ligeiramente 5 não gostei / nem desgostei 4 desgostei ligeiramente 3 desgostei moderadamente 2 desgostei muito 1 desgostei muitíssimo

Amostras Aceitação geral Sabor Textura

Comentários:_____________________________________________________

Figura 7 - Ficha utilizada para a avaliação sensorial do produto.

3.7 Análise estatística

As determinações foram realizadas em quadruplicatas e tratadas em duplicata.

Os resultados das determinações físico-químicas e sensoriais foram tratados

estatisticamente pela análise de variância (ANOVA), e comparação das médias pelo

teste de Tukey com 5% de significância (p<0,05), utilizando o software STATISTICA

versão 6.1 (Statsoft Inc, USA).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capitulo são apresentados e discutidos os resultados obtidos no decorrer

deste trabalho, constando a atividade antioxidante do extrato de erva-mate e

acompanhamento da estabilidade físico-química e sensorial das diversas formulações

testadas no trabalho, referentes às sobrecoxas de frango submetidas ao tratamento de

assar, armazenar por 2 dias e reaquecer.

4.1 Obtenção e atividade antioxidante in vitro do extrato de erva-mate

As amostras de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil) foram coletadas no mês

de agosto. De acordo com CARTERLE et al. (2005) as amostras colhidas no mês de

agosto apresentam maior efeito antioxidante, fator atribuído ao maior aporte de energia

luminosa, que dentro do metabolismo vegetal é transformada em química gerando

espécies reativas, que estimulariam a síntese de agentes de defesa.

Os resultados obtidos após a determinação da atividade antioxidante do extrato

de erva-mate em diferentes concentrações encontram-se na Tabela 1. Pode-se

observar que o percentual antioxidante aumenta proporcionalmente à concentração de

extrato adicionado atingindo 99,5% de atividade antioxidante para a concentração

750 µg/mL-1.

Tabela 1. Porcentagem da neutralização do DPPH pelo extrato de erva-mate (Ilex

paraguariensis).

Concentração (µg/mL-1) Atividade antioxidante (%)

1 11,50

5 18,58

10 22,94

50 23,21

100 42,66

250 55,40

500 84,31

750 99,52

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A faixa de concentração de 1 a 750 µg/mL-1 foi utilizada para construção da

curva de calibração. Após a identificação da faixa de concentração com aumento linear

em relação à atividade antioxidante, estimou-se a equação da reta (Figura 8) e então

foi determinada a concentração de extrato de erva-mate necessária para capturar 50%

do radical livre DPPH (IC50).

Figura 8. Regressão linear entre concentração e atividade antioxidante do extrato de

erva-mate (Ilex paraguariensis).

A correlação entre a atividade antioxidante (%) e a concentração de extrato

utilizado forneceu um IC50 de 254,8 µg/mL-1, que é a concentração de extrato

necessária para apresentar 50% de atividade antioxidante. Esta atividade antioxidante

pode ser considerada boa, apresentando a mesma ordem de grandeza de atividade de

extratos de diversas outras espécies. Segundo MENSOR et al. (2001) a planta Ginkgo

biloba é uma das plantas consideradas com alta atividade antioxidante, pois possui um

IC50 de 38,91 µg/mL-1.

As folhas de erva mate apresentam elevado conteúdo de flavonóides e

derivados de cafeoil, responsáveis pelas suas propriedades antioxidantes. A presença

de rutina, quercitina e canferol, ambos livres ou como glicosídeos, em várias espécies

de Ilex, incluindo a I. paraguariensis, podem também ser responsáveis em parte pela

atividade antioxidante observada na erva mate (PADILHA, 2007).

Entretanto, diversos autores têm relatado a necessidade de um aumento

significativo de concentração para uso em produtos alimentícios, em relação à

concentração mínima obtida in vitro (até 100 vezes mais) (KOUTSOUMANIS et al.,

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1998) sendo geralmente a mesma limitada pela aceitação sensorial (HOLLEY e

PATEL, 2005). Neste sentido, optou-se pela formulação dos produtos com adição de 5

e 10 vezes o valor de IC50 obtido no teste in vitro.

4.2 Determinações físico-químicas

Após a obtenção dos produtos, correspondentes à cada formulação apresentada

no capítulo anterior, as sobrecoxas cruas, assadas, após armazenamento e após

reaquecimento foram analisadas físico-química e sensorialmente. Os resultados

obtidos nesta etapa são apresentados a seguir. Os condimentos utilizados foram sal a

1%, sálvia desidratada a 1%, extrato de erva-mate a 0,125% e 0,25%, seguindo os

tratamentos descritos na metodologia.

4.2.1 Determinação da oxidação lipídica

A evolução da oxidação lipídica (TBARS) das amostras de sobrecoxa de frango

submetida aos tratamentos descritos anteriormente é apresentada na Tabela 2 e Figura

9.

Tabela 2. Oxidação lipídica – TBARS (mg malonaldeído/kg) nas amostras de

sobrecoxa de frango em função do tratamento utilizado.

TBARS (mg malonaldeído/kg) Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos 0,03 aC ± 0,01 0,41 aA ± 0,13 0,18 aB ± 0,03

Com sal 0,04 aC ± 0,02 0,40 aA ± 0,14 0,19 aB ± 0,04

Sal e Sálvia 0,02 aB ± 0,01 0,12 bcA ± 0,05 0,09 bA ± 0,04

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 0,02 aB ± 0,01 0,09 cA ± 0,03 0,06 bA ± 0,02

Sal e Extrato (0,125%) 0,03 aB ± 0,02 0,21 bA ± 0,06 0,07 bB ± 0,02

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 0,02 aB ± 0,01 0,08 cA ± 0,03 0,06 bA ± 0,02

Sal e Extrato (0,25%) 0,02 aB ± 0,01 0,07 cA ± 0,03 0,06 bA ± 0,01

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas/maiúsculas nas colunas/linhas não

diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

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Figura 9. Evolução da oxidação lipídica – TBARS (mg malonaldeído/kg) na superfície

das amostras de sobrecoxa de frango, nas 3 condições apresentadas (assado,

armazenado e reaquecido) e nos vários tratamentos.

O valor de TBARS da amostra crua foi 0,03 ± 0,01 (mg malonaldeído/kg),

mostrando valor igual à condição referente às sobrecoxas assadas sem condimentos.

Além disso, conforme a Tabela 2 e Figura 9, pode-se também observar que não houve

diferença entre os diferentes tratamentos referentes às sobrecoxas assadas.

As amostras sem condimentos e somente com adição de sal diferiram das

demais quando armazenadas e após reaquecimento. A amostra com 0,125% de

extrato de erva-mate diferiu das amostras contendo 0,25% de extrato na condição

Armazenado, mostrando o efeito positivo do aumento da concentração de extrato de

erva-mate na oxidação lipídica das sobrecoxas. A sálvia utilizada como condimento

contribuiu para a redução dos valores de TBARS.

A condição Assado conduziu aos menores valores de TBARS. Após

armazenamento do produto assado em refrigeração por dois dias, pôde-se verificar um

aumento no valor de TBARS, mais significativo para as amostras assadas sem

condimento e com adição apenas de sal. Após reaquecimento do produto armazenado,

os valores voltaram a cair, provavelmente devido à liberação de gordura para o meio,

reduzindo, desta forma, os valores de TBARS na amostra.

Pode-se observar que os valores de TBARS encontrados nas sobrecoxas nos

diferentes tratamentos e condições de armazenamento foram menores do que 1,0 mg

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MDA/kg de amostra, sendo que os valores máximos observados foram de 0,41 e 0,40

nos produtos assados e armazenados por dois dias sob refrigeração, correspondentes

às amostras sem condimentos e somente com adição de sal, respectivamente.

Vários trabalhos na literatura relatam a correlação entre os valores de TBARS e

as características sensoriais do produto, não tendo sido verificado sabor de ranço na

carne com valores de TBARS de 0,5 e 1,0 MDA/kg (AHMAD & SRIVASTAVA, 2007).

Os autores ainda relatam que valores de TBARS entre 1 e 2 mg MDA/kg situam-se na

faixa detectada sensorialmente. O mesmo foi relatado por TORRES et al. (1994), os

quais verificaram percepção de ranço em carnes cozidas quando os valores de TBARS

encontravam-se na faixa entre 0,6 a 2,0 mg MDA/kg.

Com relação aos valores de TBARS apresentados na literatura relacionados à

carne de frango, poucos dados são apresentados. SAVIO (2010) obteve valores de

0,061 mg MDA/kg de sobrecoxa de frango desossada e resfriada. Os valores

mostraram aumento ao longo do armazenamento, atingindo 0,654 mg MDA/kg após 8

dias de armazenamento. Estudos realizados por CHOULIARA et al. (2006)

demonstraram que peitos de frango armazenados a 4oC apresentaram aumento na

oxidação lipídica de 0,28 a 0,58 mg MDA/kg do 1º ao 6º dia de armazenamento. HOAC

et al. (2005) avaliaram a estabilidade lipídica de peito de frango moído e armazenado a

8oC por 6 dias. Durante este período verificou-se que houve um aumento significativo

no valor de TBARS, sendo que no início do experimento (0 dias) a oxidação se

apresentou com valor de aproximadamente 1 µmol/kg e no final do experimento (6

dias) o valor foi de aproximadamente 6 vezes maior que o inicial. Ao avaliar a

estabilidade lipídica de carne mecanicamente separada de ave armazenada a 4oC por

10 dias, PEREIRA (2009) verificou valores de 0,093 no início do experimento, 0,393 ao

8º dia e 0,443 mg MDA/kg no 10º dia de armazenamento. Os dados aqui apresentados

referem-se ao produto in natura, nenhum resultado foi encontrado na literatura

referente à medida de oxidação lipídica em carne de frango assada, armazenada e

reaquecida.

4.2.2 Análise de pH

A evolução do pH das amostras de sobrecoxa de frango submetida aos diversos

tratamentos encontra-se descritos na Tabela 3 e Figura 10.

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Tabela 3. Valores de pH da sobrecoxa de frango assada, armazenada e reaquecida

nos diversos tratamentos.

pH Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos 6,74 a ± 0,18 7,00 a ± 0,19 7,16 a ± 0,31

Com sal 6,65 a ± 0,16 6,82 a ± 0,17 7,06 a ± 0,23

Sal e Sálvia 6,69 a ± 0,14 6,85 a ± 0,21 6,95 a ± 0,27

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 6,64 a ± 0,27 6,81 a ± 0,22 6,88 a ± 0,37

Sal e Extrato (0,125%) 6,65 a ± 0,22 6,89 a ± 0,26 6,93 a ± 0,32

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 6,69 a ± 0,19 6,74 a ± 0,19 6,91 a ± 0,25

Sal e Extrato (0,25%) 6,69 a ± 0,18 6,82 a ± 0,25 6,81 a ± 0,13

Médias seguidas de mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 10. Evolução do pH nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango.

A Tabela 3 mostra que não houve diferença significativa entre os diferentes

tratamentos e condições de estudo avaliados neste trabalho. Foi observada uma

tendência de valores de pH mais baixos na condição assado e de valores de pH mais

elevados nos tratamentos sem condimentos. De forma geral, valores de pH entre 6,64

e 7,16 foram obtidos, considerando todas as condições testadas. Estes valores são

mais elevados que o pH da carne de frango crua e sem tratamento (6,4), citados por

BARUFFALDI (1998).

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SAVIO (2010) obteve valores de pH em torno de 6,5 para sobrecoxas in natura

armazenadas sob refrigeração. PINO (2005) verificou valores de pH entre 6,34 e 6,07

para coxas e sobrecoxas de frangos. CHOULIARA (2006) verificou uma redução

significativa (p<0,05) nos valores de pH em amostras de frangos com acréscimo de

óleo essencial de orégano e atmosfera modificada, armazenada por 25 dias a 4°C,

provavelmente atribuída à produção de ácido lático através do metabolismo das

bactérias lácticas. AGUIAR et al. (2006), avaliando a qualidade de cortes de frango,

verificaram que o pH de coxas e sobrecoxas apresentaram um valor de 6,3 e 6,1,

respectivamente. Os estudos demonstrados por SANTOS et al. (2005), em carnes de

linhagens de frango "Cobb" apresentaram o maior valor de pH (5,99), seguido de

"Paraíso Pedrês" com 5,74 e "Isa Label" com 5,65. Resultados semelhantes foram

obtidos por MOREIRA et al. (2003), BERRI et al. (2001) e QIAO et al. (2001), que

verificaram diferenças entre linhagens para o pH da carne. PEREIRA et al. (2006), em

estudos realizados com carne de ema armazenadas sob refrigeração, observou que o

pH manteve-se praticamente estável, em torno de 5,8, com pequenas oscilações

durante todo o período de estocagem (12 dias). Cabe ressaltar novamente a escassez

de resultados referenciados na literatura referentes a produtos cárneos assados,

armazenados e reaquecidos, neste caso em específico, em função do pH.

4.2.3 Potencial de oxi-redução

Os valores do potencial de oxi-redução (Milivolts) medidos na superfície da

sobrecoxa de frango estão apresentados na Tabela 4 e Figura 11. Através da análise

desta tabela e figura pode-se verificar que não houve diferença significativa entre os

tratamentos em cada uma das condições (assado, armazenado e reaquecido). O

potencial de oxi-redução diminuiu na condição Reaquecido, para os tratamentos sem

condimentos e com adição apenas de sal. De uma forma geral, pôde ser verificado que

existe uma tendência de redução do potencial de oxi-redução na condição Reaquecido

em todos os tratamentos.

Segundo BARUFFALDI (1998), quanto mais oxidada estiver uma substância,

mais positivo será seu potencial elétrico e, quanto mais reduzido, este será mais

negativo. Quando a concentração de oxidante e de redutor for igual, o potencial elétrico

será zero. O potencial de oxi-redução determina quais classes de micro-organismos

poderão se desenvolver em um determinado alimento. Os micro-organismos aeróbicos

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precisam de potencial de oxi-redução de +200 mV para se desenvolver, os anaeróbios

precisam de -200 mV e os micro-organismos microaerófilos necessitam de potencial

próximo de zero. Segundo os resultados obtidos e conforme BARUFFALDI (1998), nos

tratamentos em que a sobrecoxa de frango foi submetida neste trabalho, valores não

superiores a + 47,8 mV foram obtidos, significando que a probabilidade de ocorrer o

desenvolvimento de micro-organismos microaerófilos é maior.

Tabela 4. Valores de oxi-redução (milivolts) nos diversos tratamentos da sobrecoxa de

frango nas condições assada, armazenada e reaquecida.

Potencial de oxi-redução (mV) Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos +43,8 aA ± 6,11 +33,1 aAB ± 6,86 +26,8 aB±7,41

Com sal +44,4 aA ± 5,25 +40,8 aAB ± 8,68 +29,0 aB±6,56

Sal e Sálvia +46,2 aA ± 5,87 +40,5 aA ± 8,04 +35,6 aA±6,07

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) +45,5 aA ± 6,27 +39,7 aA ± 8,95 +33,7 aA±6,71

Sal e Extrato (0,125%) +45,2 aA ± 6,97 +39,1 aA ± 9,52 +34,8 aA±9,82

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) +47,8 aA ± 9,49 +42,0 aA ± 8,09 +34,2 aA±9,55

Sal e Extrato (0,25%) +45,5 aA ± 7,01 +38,7 aA ± 9,09 +35,1 aA±9,53

Figura 11. Potencial de oxi-redução (mV) nas amostras de sobrecoxa de frango

submetida aos diversos tratamentos.

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33

4.2.4 Determinação objetiva de cor

O parâmetro “L” mensura a luminosidade e/ou brilho do produto e quanto menor

forem os valores, mais escura é a cor da amostra. O parâmetro “a” representa a

coloração vermelha da carne e o valor “b” indica a variação da cor na tonalidade

amarela (OLIVO & OLIVO, 2005). Os valores obtidos nas amostras avaliadas neste

trabalho são apresentadas nas Tabelas 5, 6 e 7 e Figuras 12, 13 e 14, referentes à cor

a*, b* e L, respectivamente.

Tabela 5. Cor a* nos diversos tratamentos das amostras de sobrecoxa de frango nas

condições assada, armazenada e reaquecida.

Cor a* Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos 6,33 aA ± 0,98 4,26 aA ± 1,45 4,59 aA ± 1,59

Com sal 6,52 aA ± 1,19 4,97 aA ± 0,98 5,31 aA ± 0,86

Sal e Sálvia 6,56 aA ± 1,23 4,63 aB ± 0,51 5,60 aAB ± 0,96

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 6,72 aA ± 1,24 4,38 aB ± 0,68 5,08 aAB ± 0,98

Sal e Extrato (0,125%) 6,51 aA ± 1,51 3,83 aB ± 0,98 5,76 aAB ± 1,63

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 6,32 aA ± 1,19 3,31 aB ± 1,15 5,87 aAB ± 1,86

Sal e Extrato (0,25%) 6,26 aA ± 0,81 3,04 aB ± 0,98 5,30 aAB ±1,44

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas/maiúsculas nas colunas/linhas não

diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 12. Cor a* nas amostras de sobrecoxa de frango submetida aos diversos

tratamentos.

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A cor a* na sobrecoxa crua foi 4,39 ± 0,95, não diferindo do tratamento sem

condimentos nas condições Armazenado e Reaquecido. Com relação aos diferentes

tratamentos, pode-se observar na tabela acima que não houve diferença significativa

entre os mesmos em cada uma das condições (Assado, Armazenado e Reaquecido). A

condição Armazenado teve redução da cor a* nos tratamentos com presença de sálvia

e/ou extrato, independentemente das concentrações avaliadas. Nas condições Assado

e Reaquecido, o calor parece reduzir o efeito da pigmentação verde presente nos

extratos da erva-mate.

Tabela 6. Cor b* nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango nas condições

assada, armazenada e reaquecida.

Cor b* Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos 12,22 bB ± 0,75 12,45 aB ± 0,76 14,52 bA±1,01

Com sal 11,41 bB ± 0,36 12,05 aB ± 0,75 14,05 bA ± 1,07

Sal e Sálvia 14,98 aA ± 0,67 13,69 aA ± 1,39 15,51abA± 0,95

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 15,77 aA ± 1,85 14,75 aA ± 2,19 15,15 abA± 1,47

Sal e Extrato (0,125%) 15,88 aA ± 1,63 12,74 aA ± 2,82 16,55 abA± 1,72

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 15,12 aA ± 0,66 13,19 aB ± 1,11 17,95 aA ± 1,85

Sal e Extrato (0,25%) 16,90 aA ± 1,50 12,89 aB ± 1,33 17,16 aA ± 1,19

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas/maiúsculas nas colunas/linhas não

diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 13. Cor b* nas amostras de sobrecoxa de frango submetida aos diversos

tratamentos.

Page 48: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE EXTRATO DE ERVA-MATE (Ilex ...diferentes tratamentos em frango assado pôde-se observar que não houve diferença significativa entre as amostras testadas.

35

A cor b* na sobrecoxa crua foi de 3,25 ± 0,48, valor que difere estatisticamente

de todos os tratamentos e condições testadas neste trabalho. A condição Reaquecido

apresentou valores significativamente mais elevados para a cor b* nos tratamentos

sem condimentos e somente com adição de sal. A adição de extrato a 0,25% aumentou

significativamente a cor b* em relação aos tratamentos sem condimentos e somente

com adição de sal nas condições Assado e Reaquecido, mas não na condição

Armazenado, indicando provável influência do calor na cor b*. A condição Armazenado

mantém a cor b* em todos os tratamentos e difere estatisticamente das condições

Assado e Reaquecido, relativas às maiores concentrações de extrato (0,25%).

Tabela 7. Cor L nos diversos tratamentos da sobrecoxa de frango nas condições

assada, armazenada e reaquecida.

Cor L Tratamento

Assado Armazenado Reaquecido

Sem condimentos 33,63 aB ± 3,18 42,64 aA ± 1,16 37,43 aB ± 0,94

Com sal 34,16 aB ± 0,97 40,01 aA ± 1,61 34,38 aB ± 2,25

Sal e Sálvia 31,75 aA ± 1,58 35,14 bA ± 1,85 31,66 bA ± 3,67

Sal, Sálvia e Extrato (0,125 %) 31,79 aA ± 2,83 34,64 bA ± 1,46 31,83 bA ± 1,85

Sal e Extrato (0,125 %) 31,22 aA ± 3,21 35,58 bA ± 2,07 32,58 bA ± 2,61

Sal, Sálvia e Extrato (0,25 %) 32,69 aA ± 1,28 32,12 bA ± 1,82 33,76 bA ± 1,31

Sal e Extrato (0,25 %) 32,37 aA ± 3,55 33,80 bA ± 2,92 32,55 bA ± 1,97

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas/maiúsculas nas colunas/linhas não

diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 14. Cor L nas amostras de sobrecoxa de frango submetida aos diversos

tratamentos.

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A cor L na sobrecoxa crua foi 39,47 ± 1,51 diferindo estatisticamente de todos os

tratamentos e condições testadas, com exceção da condição Armazenado sem adição

de sálvia e/ou extrato. A condição Armazenado aumenta significativamente a cor L para

os tratamentos sem condimentos e somente com sal, tanto em relação aos demais

tratamentos como em relação à condição assado e reaquecido. A adição de sálvia e/ou

extrato em ambas as concentrações (0,125 e 0,25%) tendem a reduzir a cor L em

todas as condições, ainda que com diferenças estatísticas somente nas condições

Armazenado e Reaquecido.

4.3 Análise sensorial

A Tabela 8 apresenta os atributos sensoriais de aceitação geral dos diferentes

tratamentos em frango assado.

Tabela 8. Atributos sensoriais de aceitação geral dos diferentes tratamentos em

amostras de frango assado.

Tratamento Sobrecoxa assada

Sem condimentos 2,95b ± 1,03

Com sal 6,89a ± 1,10

Sal e Sálvia 6,74a ± 1,66

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 6,58a ± 1,61

Sal e Extrato (0,125%) 6,47a ± 1,12

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 6,53a ± 1,68

Sal e Extrato (0,25%) 6,26a ± 1,45

Letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey com 95% de confiança. (9 - gostei muitíssimo, 8 - gostei muito, 7 - gostei moderadamente, 6 - gostei ligeiramente, 5 - nem gostei / nem desgostei, 4 - desgostei ligeiramente, 3 - desgostei moderadamente, 2 - desgostei muito, 1 - desgostei muitíssimo).

Verifica-se que o tratamento sem condimentos diferiu dos demais sendo dado ao

mesmo o atributo desgostei muito a desgostei moderadamente. Os demais tratamentos

não diferiram entre si, recebendo atributo gostei ligeiramente a gostei moderadamente.

Estes resultados indicam que a presença do extrato de erva-mate não influenciou

significativamente na aceitação geral do produto, embora as médias obtidas mostrem

uma pequena tendência de menor aceitação nas maiores concentrações de erva-mate.

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Não foram encontradas na literatura referências em relação a análise sensorial

de frangos assados com extrato de erva-mate.

A Tabela 9 apresenta os resultados da análise sensorial pelo teste da diferença

do controle entre os diferentes tratamentos para a sobrecoxa Assada (A) e

Armazenada por 48 horas e Reaquecida (B).

Tabela 9. Teste de diferença do controle entre as amostras para a sobrecoxa assada e

armazenada e reaquecida para a característica sabor.

Tratamento Assado (A) Armazenado e Reaquecido (B)

Sem condimentos 1,23b ± 1,52 2,94a ± 1,32

Com sal 1,03b ± 1,02 2,35a ± 1,27

Sal e Sálvia 2,04a ± 1,69 2,79a ± 1,42

Sal, Sálvia e Extrato (0,125%) 2,24a ± 1,18 2,73a ± 1,12

Sal e Extrato (0,125%) 2,28a ± 1,62 2,83a ± 1,54

Sal, Sálvia e Extrato (0,25%) 2,36a ± 1,45 2,63 a ± 1,45

Sal e Extrato (0,25%) 2,54a ± 1,69 2,87 a ± 1,37

Letras iguais não diferem entre si pelo teste de Dunnett com 95% de confiança.

Os resultados do teste de diferença do controle indicam que os tratamentos sem

condimentos e somente com sal diferem significativamente dos tratamentos com a

presença de sálvia e ou extrato de erva-mate. Entretanto, após o armazenamento e

reaquecimento, não foram observadas diferenças entre os tratamentos sem e com

salvia e/ou extrato de erva-mate.

Este resultado, juntamente com o obtido na análise de aceitação geral,

confirmam a baixa influência da presença dos extratos no quesito sabor do produto,

principalmente pós armazenado e reaquecido. Cabe salientar que trata-se de uma

equipe não treinada o que pode ter dificultado a percepção destas diferenças.

SHIRAHIGUE (2008), avaliou sensorialmente bolinhos de frango adicionados de

1 % (p/p) NaCl, com e sem antioxidantes (várias concentrações de extrato de uvas

Isabel, várias concentrações de extrato de uvas Niágara e BHT) e armazenados a 4ºC.

Para as amostras sem oxidantes, verificou que houve diferença significativa (p<0,05)

para o atributo odor de ranço, somente aos 14 dias de armazenamento, indicando que

possa ter ocorrido uma leve deterioração dos produtos perceptível aos provadores.

Porém, as amostras que continham antioxidantes, não apresentaram diferença

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significativa. CHOULIARA et al. (2006) através de estudos sensoriais verificou que a

carne de frango fresca adicionada de 0,1% (v/p) de óleo essencial de orégano,

acondicionada em embalagem aeróbia e armazenada a temperatura de 4°C,

apresentou uma vida útil de 5 dias, quando foram identificadas diferenças sensoriais

significativas. POLLOK et al. (1997) recomendam que bifes de carne de avestruz

embalados a vácuo não permaneçam armazenados sob refrigeração por mais de 14

dias, pois pode comprometer a qualidade da carne. OTEMBRA et al. (1999) relataram

que a carne de avestruz embalada a vácuo e estocada sob refrigeração apresenta-se

em condições de consumo até o 10º dia de estocagem. Cabe salientar que os

resultados obtidos por estes autores referem-se ao produto cru.

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39

5. CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos e dos objetivos que levaram à realização deste

trabalho, pode-se concluir que:

� A atividade antioxidante in vitro do extrato de erva-mate a partir de folhas não

sapecadas aumentou proporcionalmente a concentração de extrato

adicionado atingindo 99,5 % de atividade antioxidante para a concentração

750 µg/mL-1 permitindo-se determinar um IC50 de 254,8 µg/mL-1;

� O valor de TBARS da amostra crua foi 0,03 ± 0,01 (mg malonaldeído/kg),

mostrando valor igual à condição referente às sobrecoxas assadas sem

condimentos. Não houve diferença entre os diferentes tratamentos referentes

às sobrecoxas assadas. As amostras sem condimentos e somente com

adição de sal diferiram das demais quando armazenadas e após

reaquecimento. A amostra com 0,125% de extrato de erva-mate diferiu das

amostras contendo 0,25% de extrato na condição Armazenado, mostrando o

efeito positivo do aumento da concentração de extrato na oxidação lipídica

das sobrecoxas. A sálvia utilizada como condimento contribuiu para a

redução dos valores de TBARS. A condição Assado conduziu aos menores

valores de TBARS. Após armazenamento do produto assado em

refrigeração, pôde-se verificar um aumento no valor de TBARS. Após

reaquecimento do produto armazenado, houve redução nos valores de

TBARS na amostra;

� Não houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos e condições

de estudo avaliados neste trabalho em relação ao pH e potencial de oxi-

redução;

� Houve diferença significativa nos parâmetros de cor entre as amostras

avaliadas;

� Com relação aos atributos sensoriais de aceitação geral dos diferentes

tratamentos em frango assado pôde-se observar que não houve diferença

significativa entre as amostras testadas.

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