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INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO NEOPENTECOSTAL
NAS ELEIÇÕES DE DONALD TRUMP E JAIR BOLSONARO
Lidiane Maria da Silva Pinheiro
Nayara Helen Nogueira Gonçalves
Samara Alves Pereira
Stefanie Assis de Sousa
RESUMO
O presente artigo analisa o movimento evangélico neopentecostal e como este influenciou as eleições de Donald Trump em 2016 nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro em 2018 no Brasil. O artigo tem como propósito examinar e expor como esses grupos ganharam força e representatividade na política americana e brasileira ao ponto de influênciar o resultado de eleições presidenciais em ambos os países. Através de uma pesquisa explicativa, concluímos que os grupos neopentecostais foram essenciais para que Donald Trump e Jair Bolsonaro chegassem à presidência. Ao adotarem discursos conservadores e contrários à diversidade e inclusão, os dois candidatos conseguiram agradar os interesses dos eleitores evangélicos neopentecostais, que históricamente já tinham proximidade com partidos de direita e extrema-direita, e assim chegaram à presidencia dos Estados Unidos e Brasil.
Palavras-chave: Neopentecostal, eleições, Donald Trump, Jair Bolsonaro, política.
ABSTRACT
This article analyzes the neo-pentecostal evangelical movement and how it influenced the elections of Donald Trump in 2016 in the United States and Jair Bolsonaro in 2018 in Brazil. The purpose of the article is to examine and expose how these groups gained strength and representativeness in American and Brazilian politics to the point of influencing the results of the presidential elections in both countries. Through explanatory research, we concluded that neo-pentecostal groups were essential for Donald Trump and Jair Bolsonaro get to the presidency. By embracing conservative speeches that are contrary to diversity and inclusion, the two candidates were able to appeal to the interests of neo-pentecostal evangelical voters, who historically were already close to right-wing and extreme right-wing parties, therefore reaching the presidency of the United States and Brazil.
Key words: neo-pentecostal, elections, Donald Trump, Jair Bolsonaro, politics.
INTRODUÇÃO
O artigo tem como objetivo analisar como os movimentos evangélicos
neopentecostais influenciaram as eleições presidenciais de Donald Trump em 2016
nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro em 2018 no Brasil. Utilizaremos artigos e teses
desenvolvidas por pesquisadores da esfera política e religiosa, como Campos (2005),
que analisa o surgimento do movimento pentecostal e neopentecostal, sua origem
nos Estados Unidos, e o contexto histórico de sua criação. Também serão utilizadas
obras de Freston (1994, 2006), um dos pioneiros a estudar o pentecostalismo no
Brasil dividindo-o em três fases, no qual a primeira fase iniciou-se assim que
missionários chegaram ao Brasil, a segunda fase trouxe como característica a
aglomeração de fiéis, e a terceira fase deu início ao movimento neopentecostal.
Além destes, Mansfield (2017) apresenta a trajetória de Trump durante as
primárias americanas, e como se tornou o candidato republicano a concorrer à
presidência. Miller (2018) expõe o apoio que líderes religiosos direcionaram a Trump
durante sua campanha, e quais declarações os pastores e teólogos deram à
imprensa para justificar seu apoio. Mariano (1992, 1996, 2004, 2007, 2008, 2019) há
anos estuda o movimento neopentecostal brasileiro e seus representantes, assim
como a influência que exercem na política no Brasil. Silva (2008) e Dias (2018)
apresentam a chegada do pentecostalismo no Brasil e as características da Teologia
da Prosperidade, uma das principais características do neopentecostalismo.
Líderes religiosos americanos como James Dobson, fundador do ministério
Foco na Família e o televangelista Mark Burns, declararam publicamente o apoio a
Trump, sempre associando a imagem do candidato republicano à liberdade religiosa
e aos direitos dos evangélicos no país (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). No
Brasil, pessoas famosas no cenário religioso, como o bispo Edir Macedo, dono da
Rede Record e fundador da Igreja Universal, já vinha estabelecendo influência na
política há anos, apoiando publicamente candidatos à presidência desde 1989
(MARIANO; PIERUCCI, 1992). O caso de Bolsonaro não foi muito diferente de
Trump, visto que o voto evangélico foi essencial para sua vitória, tendo o apoio da
maior parte das igrejas neopentecostais e de seus líderes, como Silas Malafaia.
(MACHADO, 2019).
O movimento neopentecostal, também denominado neopentecostalismo, é
uma vertente protestante que tem origem no movimento pentecostal, cujo surgimento
ocorreu nos Estados Unidos em 1906 com o pastor William Joseph Seymour
(MARINHO, 2018). De acordo com Freston (1994), o movimento pentecostal no Brasil
pode ser dividido em três fases: (i) a primeira fase teve início na década de 1910 com
o surgimento da Congregação Cristã no Brasil, considerada a pioneira do movimento
no país, e pela Assembleia de Deus, que logo colocaram em prática a ideia de cura
através da fé (SILVA, 2008); (ii) a segunda fase, ainda segundo Silva (2008), ocorreu
na década de 1950 com o surgimento de igrejas marcantes no cenário pentecostal
como a Igreja do Evangelho Quadrangular em 1952 e a Igreja Evangélica Deus é
Amor, fundada pelo pastor Davi Miranda, trazendo como essência as aglomerações
de fiéis e espetáculos de exorcismo; (iii) a terceira fase começou na década de 1970
quando teve início o movimento do neopentecostalismo. O movimento surgiu
utilizando algumas tradições do pentecostalismo clássico, como a cura e reuniões de
seguidores em grandes eventos, acrescentando o que viria a se tornar uma de suas
principais características, a Teologia da Prosperidade (PICOLOTTO, 2016). A
Teologia da Prosperidade descende do movimento americano “Confissão Positiva”,
crença que tinha como base o poder da palavra, no qual acreditava-se que algo dito
com fé e repetidamente, poderia gerar milagres (SILVA, 2008).
Nos Estados Unidos, muitos políticos buscam proximidade com grupos
evangélicos para aumentar suas bases de apoio, como aconteceu com George W.
Bush, que garantiu a vitória nas eleições de 1999 utilizando parábolas e referências
bíblicas em seus discursos e se posicionando em temas polêmicos, como se declarar
contra o aborto, posicionamento que agrada o eleitorado conservador e cristão
(FINGUERUT, 2014). Segundo Chesnut (2019), uma das principais bases eleitorais
de Donald Trump nos EUA são os evangélicos, sendo ele o candidato republicano
mais apoiado pela comunidade cristã evangélica na história do país (STRANG, 2017).
Segundo Miller (2018), Trump recebeu 81% dos votos evangélicos e superou os
números alcançados por George W. Bush, que em 2004 recebeu 78%. Apesar de
Trump não ser reconhecido por sua religiosidade, sua campanha foi marcada por
afirmações conservadoras, como ser declaradamente contrário ao aborto e à
questões relacionadas a comunidade LGBTQ+, representando cada vez mais os
interesses de eleitores evangélicos (GORSKI, 2017). Apesar de Trump ser
presbiteriano, o político sempre foi visto como não religioso devido aos escândalos
em que se envolveu durante sua vida pública, e seus valores morais controversos
(SOUZA, 2018). Durante sua campanha, Trump percebeu que deveria ir atrás do
apoio dos grupos evangélicos, visto que essa comunidade não se via plenamente
representada na política atual americana, e despejavam sua antipatia pelas elites
democratas e republicanas (SOUZA, 2018). Ainda de acordo com Souza (2018), com
o apoio que Trump recebeu por esses grupos, foi notável que o eleitorado
conservador cristão abriu mão de usar a “moralidade cristã” como principal requisito
ao escolher um candidato, substituindo essa preocupação por questões mais
pragmáticas, como a repulsa por imigrantes e a promessa de indicar um juiz
conservador para a Suprema Corte.
Na política brasileira, tem-se observado crescentemente a inserção de
evangélicos nas eleições e a ampliação da presença de líderes religiosos no
Legislativo e em cargos de influência (ALVES, 2016). A partir da década de 1990, o
número de parlamentares ligados à denominações evangélicas cresceu, elegendo 32
parlamentares em 1994 (PINHEIRO, 2017). Esse número aumentou em 1998,
quando 49 deputados foram eleitos, e em 2002 cresceu novamente, sendo
registrados 68 eleitos, ampliando ainda mais a Frente Parlamentar Evangélica (FPE)
(PINHEIRO, 2017). Desde o início da FPE, os números só tiveram queda significativa
em 2006, quando apenas 30 deputados foram eleitos. Ainda segundo Pinheiro
(2017), a queda foi devido ao mensalão, esquema de corrupção descoberto em 2005,
e que incluía no esquema deputados de grande influência da bancada evangélica,
como o bispo Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Wanderval Santos (PL-SP), ambos da
Igreja Universal.
Jair Bolsonaro começou a ganhar destaque e apoio dos religiosos
conservadores a partir de 2010 (KALIL, 2019). De acordo com Oliveira (2020),
Bolsonaro conseguiu se estabelecer na política por meio de sua aproximação com
fiéis evangélicos e pelo apoio que recebeu da bancada evangélica. Ele aderiu a um
discurso anti-petista e conservador, defendendo os valores e a moralidade cristã
(SALES; MARIANO, 2019), agradando ao eleitorado evangélico, além de se
posicionar contrário ao aborto, relacionamentos homoafetivos e à pautas LGBTQ+
(VALERIO, 2020). Na eleição de 2018, Bolsonaro fez alianças com grupos
neopentecostais poderosos, unindo-se inclusive à Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD), que colocou a rede Record, seu canal de televisão, à disposição do então
candidato a presidência (KOURLIANDSKY, 2019).
SURGIMENTO DO NEOPENTECOSTALISMO
O neopentecostalismo tem origem no movimento pentecostal, cujo surgimento
ocorreu nos Estados Unidos. Segundo Bourdieu (1982, p. 91) “a história dos deuses
segue as flutuações da história de seus seguidores”, sendo assim para compreender
o nascimento do pentecostalismo, vertente do protestantismo, é necessário entender
o contexto histórico e social americano nos anos que antecederam a criação do
movimento pentecostal.
As últimas décadas do século XIX foram marcadas por diversos eventos nos
Estados Unidos, como a guerra civil americana, libertação dos escravos, tensões
raciais e êxodo rural (CAMPOS, 2005). Devido às divisões raciais e sociais existentes
no período, muitas pessoas não se viam incluídas nas tradicionais vertentes do
protestantismo, o que segundo Campos (2005), levou à criação das chamadas
“igrejas dos deserdados”, cujos cultos abrangiam as pessoas de classes sociais mais
baixas e tinham como característica líderes de pouco estudo, mas que correspondiam
com as necessidades emocionais dos fiéis (NIEBUHR, 1992).
Foi a partir deste cenário que em 1906 o movimento pentecostal surgiu com o
pastor William Joseph Seymour em Los Angeles (MARINHO, 2018), trazendo consigo
uma das principais características do pentecostalismo clássico americano, no qual
acreditava-se que “falar em línguas” seria uma experiência necessária para receber
todas as dádivas do Espírito Santo (BRADFIELD, 1979). O termo “pentecostal” é
derivado da palavra “pentecostes”, que segundo Souza (2004), faz alusão ao “dia de
pentecostes”, evento religioso no qual os fiéis associam ao dia da inédita
manifestação do Espírito Santo à igreja. A partir da década de 1920, ainda segundo
Bradfield (1979), o movimento se institucionalizou, e as igrejas passaram a construir
faculdades, seminários, orfanatos e a se envolver em trabalhos missionários,
popularizando ainda mais o movimento em outros países.
Após a década de 1940, foi criada a Teologia da Prosperidade (PRÓCHINO;
PARADIVINI; GONÇALVEZ, 2008), um dos principais marcos do neopentecostalismo.
A Teologia da Prosperidade descende do movimento “Confissão Positiva”, filosofia
criada por Kenneth Hagin nos Estados Unidos, cuja crença baseava-se no poder da
palavra, que supostamente dita com fé e repetidamente, geraria milagres (SILVA,
2008). A Teologia da Prosperidade prega que os fiéis terão prosperidade econômica,
independente da realidade enfrentada pelo país no momento, e induz seus
seguidores a crerem que a partir unicamente da fé e das doações financeiras feitas
às congregações, sua situação econômica também prosperará (LEMOS, 2017).
Segundo Bradfield (1979), a Teologia da Prosperidade deu início ao movimento
neopentecostal no início dos anos 1950.
Acompanhando o imperialismo norte-americano, como destaca Dias (2018), o
movimento pentecostal chegou no Brasil na década de 1910 através de missionários
vindos dos Estados Unidos, que logo fundaram a igreja considerada pioneira do
movimento no território brasileiro, a Congregação Cristã no Brasil, seguida um ano
depois pela criação da Assembleia de Deus (FRESTON, 1994).
Segundo Freston (1994), o pentecostalismo brasileiro se modificou desde sua
chegada ao Brasil até os dias atuais, sendo dividido em três fases. A primeira fase
inicia-se na década de 1910 com a inauguração da Congregação Cristã no Brasil,
que nasceu em São Paulo a partir de missionários recém chegados ao Brasil (DIAS,
2018). A segunda fase começou na década de 1950, quando dois missionários norte-
americanos chegaram no Brasil e criaram a Cruzada Nacional da Evangelização,
adotando em seus discursos a pregação da “cura divina”, que segundo Mariano
(2004), foi uma teologia de cura pregada nos Estados Unidos durante a Segunda
Guerra Mundial, atraindo multidões e expandindo ainda mais o movimento
pentecostal. Essa fase foi marcada pelo uso intenso e estratégico do rádio na
propagação do pentecostalismo, e pela inauguração da Igreja do Evangelho
Quadrangular em 1953, Brasil Para Cristo em 1955 e Deus é Amor em 1962
(MARIANO, 2004).
A terceira e última fase do pentecostalismo brasileiro aconteceu na década de
1970 e foi denominada de neopentecostalismo (PICOLOTTO, 2016), também
chamada de movimento neopentecostal (SILVA, 2008). O movimento surge utilizando
algumas tradições do pentecostalismo clássico, como a cura e reuniões de fiéis em
grandes eventos, mas traz consigo a Teologia da Prosperidade, teologia defendida
até os dias atuais pelas igrejas neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de
Deus, Internacional da Graça de Deus e Renascer em Cristo (DIAS, 2018).
Atualmente o movimento neopentecostal é a vertente pentecostal que mais
cresce, possuindo a maior representatividade nos meios de comunicação de massa
no Brasil (MARIANO, 2004). As pregações das igrejas evangélicas são mais atrativas
ao público, de acordo com Chesnut (2019), devido à linguagem mais direta e informal
que são utilizadas pelos pastores nos cultos e reuniões, além disso, as igrejas
costumam ter redes de apoio que auxiliam a população em problemas sociais como
dependência química e alcoolismo. Outro ponto defendido por Chesnut (2019) é de
que os fiéis são atraídos pela flexibilidade na formação dos sacerdotes, no qual não
há grandes exigências educacionais, corroborando com Dias (2018), que afirma que
o neopentecostalismo possui uma tendência ao anti-intelectualismo, considerando
que a mente atrapalha a fé.
INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA POLÍTICA AMERICANA
O pentecostalismo começou a ser disseminado nos Estados Unidos durante o
início do século XX (CAMPOS, 2005), mas foi a partir da década de 1940 que os
evangélicos se aproximaram do Partido Republicano, na tentativa de defender seus
ideais morais. (MATEO, 2011). Os conservadores queriam combater o progresso de
movimentos sociais, como feminismo e bandeiras LGBTQ+, além disso,
consideravam o crescimento de divórcios, abortos, e o banimento de orações em
escolas públicas, uma crise nos valores da família tradicional americana (MATEO,
2011).
O Partido Republicano era visto como o partido da tradição moral e do
anticomunismo, o que levou os evangélicos a se aliarem a eles. Ainda segundo
Mateo (2011), os presidentes Dwight D. Eisenhower (1953 - 1962) e Richard Nixon
(1969 - 1974) receberam apoio de cristãos e líderes religiosos famosos, como Billy
Graham, porém a aliança não rendeu influência significativa na política nacional nem
na organização dos republicanos. Na década de 1960, a argumentação da direita
cristã teve como foco a defesa da família americana e o antissecularismo, ou seja,
expressavam opiniões contrárias à separação oficial entre Estado e instituições
religiosas (MATEO, 2011). Na década seguinte, os evangélicos decidiram expandir
suas alianças políticas e aumentar sua influência no Partido Republicano. Williams
(2010) exemplifica que os evangélicos, apesar do interesse prévio pela política, só
passaram a se envolver ativamente com o Partido Republicano nessa época, e
declara que “o que mudou não foi o interesse dos evangélicos pela política, mas seu
nível de comprometimento partidário.” (WILLIAMS, 2010, p.2).
Para estreitar laços com o partido, grandes líderes pentecostais passaram a
apoiar publicamente os republicanos, como Pat Robertson (MATEO, 2011), pastor
envolvido em polêmicas, como quando declarou que os atentados terroristas de 11 de
setembro foram culpa dos homossexuais, que ao “atacarem” Deus, este vingou-se
permitindo que os atentados acontecessem no país (JUNIOR, 2015). Outra aliança
que o partido conquistou foi o pastor e radialista Jerry Falwell, também envolvido em
polêmicas, ao ser publicamente declarado a favor do segregacionismo. Em 1954, a
Suprema Corte americana decretou que a segregação racial nas escolas era um ato
inconstitucional, mas Felwell se opôs duramente durante os anos seguintes,
utilizando até mesmo passagens da bíblia para defender a segregação nas
instituições de ensino. Além disso, o pastor também deixava clara sua contrariedade
a relacionamentos inter-raciais, chamando de “coisa terrível”, declarando que iria
“destruir nossa raça eventualmente” e que via “o próprio Diabo por trás disso”1
(JUNIOR, 2015).
Em 1979, Falwell criou a Moral Majority, uma agência de lobby evangélico auto
declarada a favor da família, pró-vida, pró-Israel, anti-aborto, anti-divórcio e contra
casamentos homoafetivos (JUNIOR, 2015). A agência já contava com 300 mil
membros em sua estreia (MATEO, 2011), e de acordo com Junior (2015), estima-se
que dois terços dos eleitores brancos, sulistas e cristãos que votaram em Ronald
Reagan em 1980, tinham ligações com a agência. Ainda de acordo com o autor, essa
ligação deu inicio a atuação de grupos evangélicos e conservadores dentro do
partido.
A partir da década de 1980 os evangélicos conseguiram ampliar sua influência
e espaço na mídia. Segundo Mateo (2011), programas de televangelistas alcançavam
aproximadamente 60 milhões de pessoas, o que representava por volta de um quarto
dos eleitores americanos. O programa do pastor Pat Robertson atingia não só
americanos, como também países na África, América Central e Oriente Médio, como
consequência do sucesso bombástico do programa “Clube dos 700” (FINGUERUT,
1 Tradução nossa
2009). Nessa época, os Estados Unidos tinham mais de 200 estações de televisão
cristãs, e aproximadamente 1.500 estações de rádio cristãs, no qual a maioria
possuía programas produzidos por líderes evangélicos de direita, ou por seus
apoiadores, como é o caso de James Dobson, cujo programa de rádio Foco na
Família alcançava por volta de 5 milhões de ouvintes por semana (MARTIN, 1999).
O pastor Pat Robertson fundou a Coalização Cristã em 1988, organização que
se tornou uma das maiores de lobby no Senado Federal americano, e em 2009
contava com 1,7 milhões de membros e 1.700 escritórios espalhados pelos Estados
Unidos (PEREIRA, 2009). Nas eleições de 1992, 40% dos candidatos que contavam
com o apoio de evangélicos direitistas, venceram as eleições legislativas, ampliando
ainda mais a presença e influência desses religiosos no partido Republicano e no
Congresso americano (MATEO, 2011).
Em 2000, George W. Bush chegou à presidência dos Estados Unidos ao
ganhar 68% dos votos dos evangélicos brancos. O candidato cristão usou sua fé para
se comunicar com os eleitores e formou alianças com atores famosos no cenário
religioso americano, como James Dobson, Ralph Reed e Richard Land, cuja
coalização foi crucial para a mobilização do eleitorado evangélico (MATEO, 2011).
Em 2004, ano em que se reelegeu, esse número subiu para 78% (MILLER, 2018).
Com o decorrer dos anos, a presença evangélica cresceu no Congresso. Segundo
Mateo (2011), na década de 1970, a bancada religiosa ocupava 10% do Congresso
americano, número que cresceu para 25% em 2004.
George W. Bush teve a gestão considerada mais receptiva às demandas
evangélicas e direitistas, inclusive cedendo cargos em Washington a defensores de
causas conservadores. Entretanto, foram mínimos os resultados realmente
significativos para esses grupos ao final de seu mandato, tendo em vista que o aborto
permaneceu sendo legal no país, pessoas LGBTQ+ continuaram conquistando mais
direitos, orações em escolas públicas permaneciam sendo proibidas (MATEO, 2011),
entre outras causas defendidas pelos religiosos.
Após dois mandatos seguidos de Bush, o democrata Barack Obama ganhou
as eleições contra o republicano John McCain e se tornou presidente dos Estados
Unidos em 2008 (ANDRÉ, 2009). De acordo com Mateo (2011), a partir do final do
mandato de Bush, houve um aparente declínio da direita religiosa nos Estados
Unidos, no qual a porcentagem de jovens evangélicos que se identificavam com o
partido, caiu de 55% para 40% em 2007. Apesar da diminuição do poder nas mãos do
Partido Republicano ao final da década de 2000, o partido continua sendo a
preferência dos eleitores conservadores religiosos.
Em 2016 um candidato republicano voltou ao cargo de Chefe de Estado.
Donald Trump, ao receber 81% dos votos evangélicos, bateu um recorde ao superar
a porcentagem alcançada por Bush em 2004 (MILLER, 2018). Trump ganhou a
eleição contra a democrata Hillary Clinton ao se aproximar, assim como seus
antecessores, dos evangélicos e ao defender causas conservadoras, como políticas
anti-aborto e anti-imigração (GORSKI, 2017), na promessa de “tornar a América ótima
novamente”.
INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA POLÍTICA BRASILEIRA
A participação de líderes evangélicos na política brasileira era sutil até a
metade da década de 1980, quando passaram a ganhar visibilidade nas eleições da
Assembleia Constituinte (RODRIGUES; FUKS, 2015). Durante a Assembleia
Constituinte, foi formada a Frente Parlamentar Evangélica, também conhecida
atualmente como bancada evangélica. É uma bancada suprapartidária integrada por
parlamentares de diferentes camadas do protestantismo, e que apesar de não ser
homogênea politicamente, é de forma geral, conservadora (PRANDI; SANTOS,
2017). Em 1988, durante o processo de elaboração da Constituição Federal, foi
possível notar a presença significativa de políticos vinculados a grupos pentecostais
(SILVA, 2019), como Manuel Moreira (PMDB-SP), evangélico ligado à igreja
Assembleia de Deus, e Antônio de Jesus (PMDB-GO), pastor também ligado à
Assembleia de Deus e responsável pela emenda número 681, que visava a
obrigatoriedade de manter um exemplar da Bíblia Sagrada sobre a Mesa da
Assembleia Nacional Constituinte (MELO, 2018).
De acordo com Prandi e Santos (2017), os evangélicos entraram na política
por temerem que a Constituição Federal de 1988 devolvesse antigos privilégios à
Igreja Católica. Além disso, queriam evitar que fossem aprovadas pautas em defesa
de homossexuais, feministas, comunistas, ou de qualquer outro grupo ou tema que
fosse contra a moralidade cristã, como a legalização do aborto ou a liberação do uso
de drogas (PRANDI; SANTOS, 2015).
Segundo Mariano e Pierucci (1992), ao longo da corrida eleitoral de 1989,
lideranças das igrejas pentecostais temiam que caso ocorresse a vitória de um
candidato de esquerda, os pentecostais sofreriam com interferências na liberdade
religiosa de seus cultos, visto que consideravam a Igreja Católica uma suposta aliada
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato que representava a emergência eleitoral
da esquerda no contexto da redemocratização brasileira (SILVA, 2019). Além desse
temor, segundo Trevisan (2013), os pentecostais disseminavam boatos de que Lula
iria instituir um Estado comunista no Brasil. Como consequência do pânico gerado
pelos cristãos não-católicos, grandes igrejas pentecostais e neopentecostais, tal
como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), passaram a apoiar abertamente o
candidato oponente, Fernando Collor de Melo (PRN) (MARIANO; PIERUCCI, 1992).
O bispo Edir Macedo, em entrevista ao Jornal do Brasil, em 03 de dezembro
de 1989, declarou: “Após orar e pedir a Deus que indicasse uma pessoa, o Espírito
Santo nos convenceu de que Fernando Collor de Melo era o escolhido” (MARIANO;
PIERUCCI, 1992). Além disso, Macedo instruiu os fiéis de sua igreja a não votarem
em “candidatos do demônio”, se referindo à eleição presidencial daquele ano
(TREVISAN, 2013). Durante o período de campanha eleitoral, Collor marcou
presença em programas nas doze rádios de propriedade da Universal, visitou a
Assembleia de Deus, que juntamente com a Universal são consideradas as maiores
em visibilidade popular e sucesso na política (MARIANO, 2004), e ainda participou da
comemoração de 25 anos da igreja pentecostal Casa da Benção (MARIANO;
PIERUCCI, 1992).
A partir de 1990, o movimento neopentecostal se expandiu em número de fiéis.
Segundo o Censo 2000, a Assembleia de Deus cresceu 245%, a Igreja do Evangelho
Quadrangular cresceu 334,8% e a Universal alcançou 681,5% de crescimento entre
os anos de 1991 e 2000. Além disso, essas igrejas adquiriram mais
representatividade política, ocupando cargos no Executivo, como governos
municipais, estaduais e ministérios (RODRIGUES; FUKS, 2015), como aconteceu
com Íris Rezende (PMDB), membro da Igreja Cristã Evangélica, que venceu a eleição
para governador de Goiás e se tornou o primeiro governador evangélico (SOUZA,
2010). Também ganhou destaque a participação de parlamentares neopentecostais
no Legislativo e na tramitação de projetos (MACHADO, 2019), como Lídia Quinan
(PMDB), deputada federal mais votada em Goiás e Francisco Silva (PP), que ficou
em primeiro lugar na votação para deputado federal no Rio de Janeiro (FRESTON,
2006).
Em 1994, Lula concorreu novamente para o cargo de chefe de Estado, mas
acabou derrotado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também recebeu
apoio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que continuavam a firmar oposição
a Lula e à esquerda (SILVA, 2019). Entretanto, após anos de apoio, ainda segundo
Silva (2019), no fim da década de 1990, o cenário mudou drasticamente, quando FHC
demonstrou-se favorável aos direitos da população LGBTQ+ e à flexibilização do
aborto em casos de estupro. Sendo assim, lideranças pentecostais assinaram um
documento intitulado “Manifesto dos Evangélicos”, declarando apoio a Lula e ao PT
nas eleições presidenciais de 2002 (SILVA, 2019).
Apesar da divergência de ideias em alguns segmentos, os pentecostais
fizeram parte dos grupos de apoio de Lula durante seus dois mandatos (2003 – 2010)
(SILVA, 2019). A esquerda se aproximou dos evangélicos ao prometer parcerias
entre a Igreja e o Estado, em troca de votos e apoio parlamentar (MARIANO, 2016).
O apoio ao partido permaneceu até romperem com Dilma Rousseff, quando a
bancada evangélica foi decisiva para seu processo de impeachment (SILVA, 2019),
que foi liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB),
membro da Assembleia de Deus (ALVES, 2016). Grande parte dos votos na Câmara
durante a votação do processo de impeachment foram justificados com base em
Deus, nas igrejas e na família tradicional cristã. O episódio se tornou emblemático na
política brasileira e teve repercussão internacional, deixando exposta a participação
expressiva de políticos vinculados à denominações evangélicas no Congresso
brasileiro (SILVA, 2017). Segundo Lima e Lima (2020), em 2014 o Brasil elegeu o
Congresso mais conservador desde a Ditadura Militar, e apesar dos membros da
bancada evangélica pertencerem a partidos diversos e participarem de diferentes
igrejas, que inclusive competem entre si no mercado religioso, quando se trata de
questões ligadas à sexualidade e valores morais, costumam votar de forma coesa
(PRANDI; CARNEIRO, 2017).
A queda de Dilma Rousseff pode ser vista como uma junção de fatores,
segundo Quadros e Madeira (2018). Após quatro vitórias consecutivas do PT em
eleições presidenciais, a oposição decidiu se impor na busca por manter sua
participação significativa no jogo político. Grandes atores responsáveis por colaborar
com a comoção popular, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP), defendiam bandeiras como desoneração tributária, crédito subsidiado,
concessões de serviços públicos para a iniciativa privada, entre outros (BASTOS,
2017). De acordo com Estrada (2016), após perder a eleição de 2014, a oposição
percebeu que desperdiçou uma grande oportunidade de chegar ao poder, quando o
escândalo do mensalão foi a tona em 2005, durante o mandato de Lula. Além disso,
as propostas progressistas dos petistas desagradaram grupos sociais tradicionalistas
e conservadores, cujos líderes se tornaram a representação do anti-petismo.
Pastores neopentecostais famosos, como Silas Malafaia do Ministério Vitória em
Cristo e o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) da Catedral do Avivamento,
ligada à Assembleia de Deus, encabeçaram campanhas contra o PT, investindo em
discursos em defesa da família, combate à corrupção pelos homens de bem, contra o
marxismo e à esquerda, e vinculando afirmações como “cristão não vota em petista”
(GAMA; SOBRINHO 2016). De acordo com Sales e Mariano (2019), assuntos
voltados aos direitos LGBTQ+ e bandeiras feministas foram decisivos para que o anti-
petismo fosse radicalizado no Brasil, liderado principalmente por parlamentares que
compõem a bancada evangélica. Por fim, esse cenário foi embalado por uma crise
política, materializada a partir da Operação Lava-Jato, operação que buscava apurar
crimes de desvio de recursos públicos (PADULA; ALBUQUERQUE, 2018) e que fez
com que um conjunto de atores que tentavam desafiar a estabilidade política da
esquerda, fossem bem sucedidos, e Dilma foi deposta de seu cargo. (QUADROS;
MADEIRA, 2018).
O anti-petismo se intensificou a partir de 2010, quando os evangélicos
romperam laços com o PT (KALIL, 2019). Foi nesse contexto que Jair Bolsonaro
começou a ganhar visibilidade, utilizando discursos contra a corrupção (ALMEIDA,
2019) ele passou a conquistar apoio popular, se tornando também referência de
conservadorismo, e se mostrando contrário à políticas de diversidade (DALMONTE;
DIBAI, 2019). Bolsonaro ganhou maior destaque quando apelidou o material contra
homofobia promovido pelo governo petista de “kit gay” (KALIL, 2019) e se tornou o
símbolo da direita cristã.
INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA ELEIÇÃO DE DONALD
TRUMP
Apesar da separação oficial entre Igreja e Estado, os Estados Unidos é um país
dominado politicamente pelo Cristianismo (HUGHES, 2019). De acordo com uma
pesquisa da Pew Research Center em 2014, mais de 70% da população americana
segue alguma religião de vertente cristã.
Em 2016, Donald Trump foi eleito para a presidência dos Estados Unidos da
América com 81% dos votos evangélicos (MILLER, 2018), se tornando o candidato
republicano mais apoiado pela comunidade cristã evangélica na história do país
(STRANG, 2017). Trump superou os números atingidos em 2004 por George W.
Bush, que foi eleito com 78% dos votos evangélicos (MILLER, 2018), e derrotou o
candidato democrata John Kerry.
Durante as eleições primárias americanas, período no qual ocorrem votações
populares para definir quem será o representante de cada partido (ANDRÉ, 2016), os
republicanos contaram com dezessete candidatos e doze debates marcados pela
falta de civilidade (MANSFIELD, 2017). Os candidatos insultaram as esposas dos
oponentes, acusaram suas famílias de envolvimento com o assassinato do ex-
presidente Kennedy, questionaram a salvação eterna dos adversários e fizeram
insinuações sobre o tamanho do órgão sexual de seus rivais (MANSFIELD, 2017). A
disputa resultou na vitória de Donald Trump, que oficializou sua campanha para a
presidência americana, e tornou-se o candidato mais incomum a concorrer para
presidente dos Estados Unidos (MANSFIELD, 2017).
A comunidade evangélica americana representa mais de 65 milhões de
potenciais votantes, e Trump compreendeu que para alcançar a posição de chefe de
Estado, ele precisava do apoio deste grupo (STRANG, 2017). Apesar de Trump ser
um candidato improvável de conquistar o apoio de religiosos, por dispor de atitudes
anti-cristãs, como ter filhos de três casamentos, ter construído seu patrimônio na
indústria das apostas e cassinos, e possuir um linguajar vulgar (STRANG, 2017),
diversos evangélicos declararam apoio à sua candidatura devido às suas declarações
conservadoras. Trump se posicionou pró-vida, deixando clara sua contrariedade ao
aborto e representando os valores dos eleitores evangélicos, enquanto sua
adversária, a candidata democrata Hillary Clinton, declarou apoio incondicional à
direitos relacionados ao aborto (GORSKI, 2017).
De acordo com Miller (2018), diversos líderes evangélicos apoiaram
publicamente Donald Trump, como James Dobson, fundador do ministério Foco na
Família, e o teólogo Wayne Grudem. Em entrevista, Dobson declarou “se os cristãos
ficarem em casa porque ele [Trump] não é um candidato melhor, Hillary vai comandar
o mundo por talvez oito anos. O próprio pensamento disso assombra minhas noites e
dias”2 (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). Dobson também passou a compartilhar
sua visão de qual seria o futuro do país caso Clinton fosse eleita, no qual segundo
ele, resultaria na restrição da liberdade religiosa e das instituições religiosas
americanas (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). Por fim, ele ainda afirmou que o
futuro da América o preocupava mais do que o passado de Donald Trump, ao
esclarecer sobre seu apoio ao candidato (MILLER, 2018).
A corrida eleitoral de Trump fez com que muitos outros líderes evangélicos
apoiassem o candidato, argumentando que ele era escolhido por Deus, como
declarou Mark Burns, pastor evangélico e co-fundador da rede de televisão cristã
NOW Television Network, que defendeu a ideia de que Deus deu as palavras
necessárias a Donald Trump para unir o Partido Republicano e o país (HACHTEN,
2017).
Revelações de agressões sexuais vieram à tona durante a campanha de
Trump em 2016, porém o apoio evangélico não diminuiu, e inclusive teve aumento
constante com o passar do tempo (JONES, 2018). Além deste escândalo, diversas
declarações polêmicas foram feitas pelo candidato, como quando Trump disse que
imigrantes ilegais deveriam ser deportados, e que ele construiria um muro entre o
México e os Estados Unidos porque, segundo ele, imigrantes mexicanos eram
criminosos e estupradores (FITZGERALD, 2017). Ainda segundo FitzGerald (2017),
Trump defendeu o uso de afogamento e outras técnicas ainda mais violentas em
interrogatórios que envolvessem islâmicos suspeitos de terrorismo, declarando que
“tortura funciona”.
Durante a campanha, Donald Trump insistiu que as mudanças culturais
estariam levando os Estados Unidos ao precipício, se apresentando repetidamente
como a última chance dos republicanos e cristãos brancos conservadores de se
2 Tradução nossa
afastarem do precipício e manterem seu estilo de vida (JONES, 2017). Em entrevista
dada à Christian Broadcasting Network (CBN), rede de televisão de Pat Robertson,
Donald Trump declarou: “Se nós não vencermos esta eleição, vocês nunca verão
outro republicano [como presidente] e irão ter uma estrutura religiosa totalmente
diferente”3, e continuou dizendo que “esta será a última eleição que os republicanos
têm uma chance de vencer, porque teremos pessoas atravessando a fronteira,
teremos imigrantes ilegais vindo e se legalizando, sendo capazes de votar, e quando
tudo isso acontecer, já era”4 (JONES, 2017).
A campanha de Donald Trump beneficiou-se da liberdade de expressão para
manipular informações e instaurar medo nos eleitores (CERNOV, 2019). Na década
de 2000, os evangélicos brancos representavam 21% da população dos Estados
Unidos, e 26% do eleitorado americano (JONES, 2017). Devido às gerações mais
novas, principalmente a geração do milênio, esses números se modificaram com o
passar dos anos, pois muitos jovens saíram da igreja ao discordarem do que
consideravam intolerância e fanatismo da direita religiosa (FITZGERALD, 2017). Em
2016, o número de cristãos brancos diminuiu cinco pontos percentuais, chegando a
17% da população, no entanto, mesmo com essa queda, conseguiram se manter
como 26% do eleitorado americano, representando por volta de um quarto dos
eleitores dos Estados Unidos (JONES, 2017).
A partir dos discursos de Trump, que focou em um pressentimento
apocalíptico, é identificável a utilização do sentimento de medo nos discursos
religiosos (MARTINS, 2009). Os neopentecostais formam seus discursos a partir do
medo, culpa e castigo, e enfatizam o medo do inferno, todavia, de acordo com
Martins (2009), o foco é em um inferno existencial em setores da vida pessoal, como
vida econômica, vida familiar, doenças, entre outros, o que justifica o voto cristão em
Donald Trump, cujo intenso apelo denominava a eleição de 2016, como a eleição da
“última chance”5 (JONES, 2017).
3 Tradução nossa 4 Tradução nossa 5 Tradução nossa
INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA ELEIÇÃO DE JAIR
BOLSONARO
Apesar da laicidade do Estado brasileiro ser defendido pela Constituição
Federal, ainda existe muita confusão nessa questão no Brasil (OLIVEIRA, 2020). O
Brasil é um país predominado pelo cristianismo. Evangélicos e católicos somados
representam 87% da população brasileira, segundo o Censo 2010.
Na década de 2010, partidos de centro-esquerda começaram a perder eleições
na maior parte dos países latinos, incluindo no Brasil. As causas das derrotas
eleitorais vão desde escândalos de corrupção, até implementação de políticas
inclusivas e de diversidade, que desagradaram parte da sociedade brasileira,
especialmente a classe média (ALMEIDA, 2019). Segundo Kurlantzick (2013),
políticas assistencialistas e de inclusão social costumam empoderar as camadas mais
pobres, ocasionando revolta e pressão por parte da classe média. No Brasil, as
pessoas insatisfeitas com a política nacional começaram a promover protestos de
rua, que eram majoritariamente formados por camadas sociais de características
gerais uniformes, levando em consideração renda, escolaridade e etnia (ALMEIDA,
2019).
Segundo Kalil (2019), embora seja difícil identificar com precisão o início do
apoio popular a Jair Bolsonaro, a autora atribui esse momento a 2010, com o
lançamento da terceira versão do Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3). O
plano propôs ações como a descriminalização do aborto, o fim do uso de símbolos
religiosos em estabelecimentos públicos da União, o reconhecimento da união civil de
relações homoafetivas e o seu direito à adoção (ADORNO, 2010). Nesse mesmo ano
começou a ruptura dos evangélicos com o PT (KALIL, 2019), e a bancada evangélica
foi peça chave para a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff em
2016 (SILVA, 2019), no qual parlamentares justificaram seus votos com base em
Deus, igrejas e na família tradicional brasileira cristã (SILVA, 2017).
Foi nesse contexto de lançamento do PNDH-3, rupturas políticas e
manifestações populares, que Bolsonaro começou a ganhar visibilidade e seguidores,
tendo como marco suas declarações ao material distribuído pelo governo federal sob
comando petista, que tinha como objetivo promover campanha contra a homofobia,
no qual Bolsonaro passou a se referir ao material como “kit gay”. A queixa se tornou
um dos pontos de partida de sua campanha eleitoral em busca da presidência
(KALIL, 2019).
De acordo com Oliveira (2020), a bancada evangélica viu em Bolsonaro um
meio de alcançar seus objetivos e interesses, visto que durante sua campanha, ele
defendia a moral familiar, usava a figura de Deus em seu slogan, e segundo Cioccari
e Persichetti (2018), representa a parcela cristã da sociedade brasileira que ainda
defende o porte legal de armas e a redução da maioridade penal.
Outro posicionamento duramente defendido por Bolsonaro durante sua
campanha eleitoral foi a luta contra a chamada “ideologia de gênero”, no qual
evangélicos acreditavam que as escolas estariam corrompendo as crianças com
materiais didáticos que ensinavam para meninas que ser menina era errado, e para
meninos que ser menino era errado (KALIL, 2018). Ainda segundo Kalil (2018), esses
evangélicos julgavam que o PT colaborou para que a família tradicional brasileira
estivesse ameaçada, ao proporem discussões sobre gênero e sexualidade nas
escolas, além de favorecerem pautas feministas e LGBTQ+. Além destes pontos, os
cristãos associavam o PT à corrupção, e ao serem questionados sobre as ações e
declarações de Bolsonaro que eram contra o que prega o Cristianismo, diziam que
“lutar contra a corrupção perpetrada pelos políticos é o mais importante” (KALIL,
2018).
Apesar de nascido católico, Bolsonaro se aproximou dos evangélicos, em 2016
foi batizado no rio Jordão pelo líder do PSC – Partido Social Cristão e pastor da
Assembleia de Deus, Everaldo Dias Pereira (OLIVEIRA, 2020). Após construir seu
discurso em cima do conservadorismo, dos valores cristãos e de símbolos nacionais
como a bandeira (ALBERNAZ, 2019), Bolsonaro passou a receber forte apoio de
grandes líderes religiosos. Robson Rodovalho, pastor da igreja Sara Nossa Terra,
declarou: “Bolsonaro foi o único que empunhou a bandeira da vida, da família, da
igreja, da livre economia, da escola sem partido e contra a ideologia de gênero”. Silas
Malafaia também demonstrou seu apoio dizendo: “Um verdadeiro cristão não vota em
Haddad. [...] Haddad é o autor do kit gay” e completou com “o PT é a favor do aborto,
o verdadeiro cristão é contra; o PT é a favor do casamento gay, o verdadeiro cristão é
contra; o PT é a favor de erotizar as crianças em escolas, o verdadeiro cristão é
contra” (SALES; MARIANO, 2019 p.20). Além destes, outros pastores também
declararam apoio, como o pastor Rina da igreja Bola de Neve, que enfatizou: “É a
primeira vez em todos esses anos que a gente tem um candidato de direita de
verdade”, “pró-família”, “pró-Deus”, “pró-valores”, “pelos nossos princípios”, “favorável
à igreja de Jesus” (MARIANO; GERARDI, 2019, p.70).
Muitos evangélicos acreditavam, e ainda acreditam, que o PT poderia acabar
com a liberdade dos crentes, supondo que um regime de esquerda restringiria a
liberdade religiosa (MARIANO; PIERUCCI, 1992). Segundo Sales e Mariano (2019), a
demonização do candidato do PT fez com que Jair Bolsonaro fosse eleito em 2018
com mais de 21 milhões de votos evangélicos, tornando estes fundamentais para sua
vitória (ALVES, 2018), pois representaram 69% dos votos evangélicos (SALES;
MARIANO, 2019).
Depois de eleito, Jair Bolsonaro ainda reafirmou sua suposta posição de
defensor da liberdade religiosa e utilizou termos como "cristofobia" durante seu
discurso na 75ª Assembleia Geral da ONU6. Mariano e Pierucci (1992) trazem uma
reflexão muito perspicaz ao analisarmos como esses evangélicos pentecostais e
neopentecostais utilizam a bandeira da liberdade religiosa para decidir quem é
merecedor de seu apoio e quem não é, todavia, este posicionamento mostra-se
incoerente quando lembramos que estes mesmos grupos evangélicos permaneceram
em silêncio durante todos os anos em que o Brasil sofreu com a Ditadura Militar, no
qual foi restringida a liberdade de expressão, liberdade política, liberdade de
imprensa, e muitas outras. Ao hierarquizarem as liberdades, esses grupos expõem
sua contraditoriedade e evidenciam que o argumento da liberdade "tem sempre um
movimento diferente conforme o grupo a que se pertence e o deus (ou demônio) que
se cultua" (MARIANO; PIERUCCI, 1992. p 106).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo responder ao questionamento sobre quais foram
as influências do movimento evangélico neopentecostal nas eleições presidenciais
americanas de 2016, quando o republicano Donald Trump venceu a disputa, e nas
6 Discurso na íntegra disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos/2020/discurso-do-presidente-da-republica-jair-bolsonaro-na-abertura-da-75a-assembleia-geral-da-organizacao-das-nacoes-unidas-onu
eleições brasileiras de 2018, que elegeu Jair Bolsonaro.
Os Estados Unidos e o Brasil são países predominantemente cristãos, e
apesar de ambos serem laicos, o grande número de evangélicos nestes dois países
ocasionou na proximidade desses religiosos com a política. Na busca por defender
seus interesses de liberdade religiosa, e seus ideais conservadores e tradicionalistas,
os cristãos viram na política a chance de lutar pelo que acreditavam, e de combater o
que consideravam inaceitável, incluindo direitos da comunidade LGBTQ+, bandeiras
feministas, crescimento no número de imigrantes, entre outras políticas de
diversidade.
Nos Estados Unidos, os grupos neopentecostais possuem conexões com o
Partido Republicano, por ser considerado um partido conservador, e passaram a se
comprometer ativamente com candidatos republicanos a partir década de 1980,
ajudando inclusive a eleger o presidente Ronald Reagan.
No Brasil, a presença significativa de evangélicos na política começou após
1988, durante a Assembleia Constituinte, quando foi formada a Frente Parlamentar
Evangélica. Os grupos neopentecostais se aproximaram dos partidos de direita e
extrema-direita no Brasil, e a partir de então, foi cada vez mais notável a presença de
políticos vinculados à igrejas neopentecostais, como Marcelo Crivella, bispo da Igreja
Universal e Marco Feliciano, pastor ligado à Assembleia de Deus.
Em 2016, durante a corrida eleitoral de Donald Trump em busca da
presidência americana, evangélicos viram nele uma oportunidade de conquistar seus
interesses, visto que o republicano fez diversas declarações conservadoras, que
agradaram o eleitorado evangélico, como se manifestar contra o aborto e a favor da
família tradicional. Diversos pastores apoiaram publicamente Trump, como foi o caso
de Mark Burns, um dos fundadores da rede de televisão cristã NOW Television
Network. Com todo o apoio recebido pelos cristãos nos Estados Unidos, Trump
ganhou as eleições recebendo 81% dos votos evangélicos, superando presidentes
republicanos anteriores, como George W. Bush, que mesmo com grande apoio, não
conseguiu conquistar mais que 78% dos votos do eleitorado evangélico americano.
Seguindo os passos de Donald Trump, Jair Bolsonaro também buscou os
votos dos evangélicos no Brasil. Ao fazer declarações polêmicas e conservadoras,
Bolsonaro agradou grupos evangélicos neopentecostais e se tornou um símbolo na
defesa da família tradicional brasileira, na luta contra a legalização do aborto, e no
discurso anti-petista. Assim como Trump, Bolsonaro também recebeu apoio
publicamente de diversos pastores neopentecostais, como Edir Macedo, Silas
Malafaia e Robson Rodovalho, e ao fim da corrida eleitoral, Bolsonaro foi eleito
recebendo 69% dos votos evangélicos.
Observar o apoio evangélico neopentecostal que ambos os candidatos
receberam, traz maior compreensão de como as campanhas eleitorais recheadas de
declarações polêmicas e conservadoras foram responsáveis para que conseguissem
chegar à presidência em países majoritariamente cristãos. Para aprofundar mais a
pesquisa em futuros trabalhos, seria possível fazer um recorte de etnia ao observar o
apoio político dos grupos evangélicos neopentecostais, visto que muitos autores
associam aos evangélicos brancos o apoio recebido por Trump, nos Estados Unidos,
enquanto que evangélicos não-brancos possuem menor adesão de apoio a
candidatos republicanos do que os brancos.
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