INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

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INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO NEOPENTECOSTAL NAS ELEIÇÕES DE DONALD TRUMP E JAIR BOLSONARO Lidiane Maria da Silva Pinheiro Nayara Helen Nogueira Gonçalves Samara Alves Pereira Stefanie Assis de Sousa RESUMO O presente artigo analisa o movimento evangélico neopentecostal e como este influenciou as eleições de Donald Trump em 2016 nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro em 2018 no Brasil. O artigo tem como propósito examinar e expor como esses grupos ganharam força e representatividade na política americana e brasileira ao ponto de influênciar o resultado de eleições presidenciais em ambos os países. Através de uma pesquisa explicativa, concluímos que os grupos neopentecostais foram essenciais para que Donald Trump e Jair Bolsonaro chegassem à presidência. Ao adotarem discursos conservadores e contrários à diversidade e inclusão, os dois candidatos conseguiram agradar os interesses dos eleitores evangélicos neopentecostais, que históricamente já tinham proximidade com partidos de direita e extrema-direita, e assim chegaram à presidencia dos Estados Unidos e Brasil. Palavras-chave: Neopentecostal, eleições, Donald Trump, Jair Bolsonaro, política. ABSTRACT This article analyzes the neo-pentecostal evangelical movement and how it influenced the elections of Donald Trump in 2016 in the United States and Jair Bolsonaro in 2018 in Brazil. The purpose of the article is to examine and expose how these groups gained strength and representativeness in American and Brazilian politics to the point of influencing the results of the presidential elections in both countries. Through explanatory research, we concluded that neo-pentecostal groups were essential for Donald Trump and Jair Bolsonaro get to the presidency. By embracing conservative speeches that are contrary to diversity and inclusion, the two candidates were able to appeal to the interests of neo-pentecostal evangelical voters, who historically were already close to right-wing and extreme right-wing parties, therefore reaching the presidency of the United States and Brazil. Key words: neo-pentecostal, elections, Donald Trump, Jair Bolsonaro, politics.

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INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO NEOPENTECOSTAL

NAS ELEIÇÕES DE DONALD TRUMP E JAIR BOLSONARO

Lidiane Maria da Silva Pinheiro

Nayara Helen Nogueira Gonçalves

Samara Alves Pereira

Stefanie Assis de Sousa

RESUMO

O presente artigo analisa o movimento evangélico neopentecostal e como este influenciou as eleições de Donald Trump em 2016 nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro em 2018 no Brasil. O artigo tem como propósito examinar e expor como esses grupos ganharam força e representatividade na política americana e brasileira ao ponto de influênciar o resultado de eleições presidenciais em ambos os países. Através de uma pesquisa explicativa, concluímos que os grupos neopentecostais foram essenciais para que Donald Trump e Jair Bolsonaro chegassem à presidência. Ao adotarem discursos conservadores e contrários à diversidade e inclusão, os dois candidatos conseguiram agradar os interesses dos eleitores evangélicos neopentecostais, que históricamente já tinham proximidade com partidos de direita e extrema-direita, e assim chegaram à presidencia dos Estados Unidos e Brasil.

Palavras-chave: Neopentecostal, eleições, Donald Trump, Jair Bolsonaro, política.

ABSTRACT

This article analyzes the neo-pentecostal evangelical movement and how it influenced the elections of Donald Trump in 2016 in the United States and Jair Bolsonaro in 2018 in Brazil. The purpose of the article is to examine and expose how these groups gained strength and representativeness in American and Brazilian politics to the point of influencing the results of the presidential elections in both countries. Through explanatory research, we concluded that neo-pentecostal groups were essential for Donald Trump and Jair Bolsonaro get to the presidency. By embracing conservative speeches that are contrary to diversity and inclusion, the two candidates were able to appeal to the interests of neo-pentecostal evangelical voters, who historically were already close to right-wing and extreme right-wing parties, therefore reaching the presidency of the United States and Brazil.

Key words: neo-pentecostal, elections, Donald Trump, Jair Bolsonaro, politics.

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INTRODUÇÃO

O artigo tem como objetivo analisar como os movimentos evangélicos

neopentecostais influenciaram as eleições presidenciais de Donald Trump em 2016

nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro em 2018 no Brasil. Utilizaremos artigos e teses

desenvolvidas por pesquisadores da esfera política e religiosa, como Campos (2005),

que analisa o surgimento do movimento pentecostal e neopentecostal, sua origem

nos Estados Unidos, e o contexto histórico de sua criação. Também serão utilizadas

obras de Freston (1994, 2006), um dos pioneiros a estudar o pentecostalismo no

Brasil dividindo-o em três fases, no qual a primeira fase iniciou-se assim que

missionários chegaram ao Brasil, a segunda fase trouxe como característica a

aglomeração de fiéis, e a terceira fase deu início ao movimento neopentecostal.

Além destes, Mansfield (2017) apresenta a trajetória de Trump durante as

primárias americanas, e como se tornou o candidato republicano a concorrer à

presidência. Miller (2018) expõe o apoio que líderes religiosos direcionaram a Trump

durante sua campanha, e quais declarações os pastores e teólogos deram à

imprensa para justificar seu apoio. Mariano (1992, 1996, 2004, 2007, 2008, 2019) há

anos estuda o movimento neopentecostal brasileiro e seus representantes, assim

como a influência que exercem na política no Brasil. Silva (2008) e Dias (2018)

apresentam a chegada do pentecostalismo no Brasil e as características da Teologia

da Prosperidade, uma das principais características do neopentecostalismo.

Líderes religiosos americanos como James Dobson, fundador do ministério

Foco na Família e o televangelista Mark Burns, declararam publicamente o apoio a

Trump, sempre associando a imagem do candidato republicano à liberdade religiosa

e aos direitos dos evangélicos no país (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). No

Brasil, pessoas famosas no cenário religioso, como o bispo Edir Macedo, dono da

Rede Record e fundador da Igreja Universal, já vinha estabelecendo influência na

política há anos, apoiando publicamente candidatos à presidência desde 1989

(MARIANO; PIERUCCI, 1992). O caso de Bolsonaro não foi muito diferente de

Trump, visto que o voto evangélico foi essencial para sua vitória, tendo o apoio da

maior parte das igrejas neopentecostais e de seus líderes, como Silas Malafaia.

(MACHADO, 2019).

O movimento neopentecostal, também denominado neopentecostalismo, é

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uma vertente protestante que tem origem no movimento pentecostal, cujo surgimento

ocorreu nos Estados Unidos em 1906 com o pastor William Joseph Seymour

(MARINHO, 2018). De acordo com Freston (1994), o movimento pentecostal no Brasil

pode ser dividido em três fases: (i) a primeira fase teve início na década de 1910 com

o surgimento da Congregação Cristã no Brasil, considerada a pioneira do movimento

no país, e pela Assembleia de Deus, que logo colocaram em prática a ideia de cura

através da fé (SILVA, 2008); (ii) a segunda fase, ainda segundo Silva (2008), ocorreu

na década de 1950 com o surgimento de igrejas marcantes no cenário pentecostal

como a Igreja do Evangelho Quadrangular em 1952 e a Igreja Evangélica Deus é

Amor, fundada pelo pastor Davi Miranda, trazendo como essência as aglomerações

de fiéis e espetáculos de exorcismo; (iii) a terceira fase começou na década de 1970

quando teve início o movimento do neopentecostalismo. O movimento surgiu

utilizando algumas tradições do pentecostalismo clássico, como a cura e reuniões de

seguidores em grandes eventos, acrescentando o que viria a se tornar uma de suas

principais características, a Teologia da Prosperidade (PICOLOTTO, 2016). A

Teologia da Prosperidade descende do movimento americano “Confissão Positiva”,

crença que tinha como base o poder da palavra, no qual acreditava-se que algo dito

com fé e repetidamente, poderia gerar milagres (SILVA, 2008).

Nos Estados Unidos, muitos políticos buscam proximidade com grupos

evangélicos para aumentar suas bases de apoio, como aconteceu com George W.

Bush, que garantiu a vitória nas eleições de 1999 utilizando parábolas e referências

bíblicas em seus discursos e se posicionando em temas polêmicos, como se declarar

contra o aborto, posicionamento que agrada o eleitorado conservador e cristão

(FINGUERUT, 2014). Segundo Chesnut (2019), uma das principais bases eleitorais

de Donald Trump nos EUA são os evangélicos, sendo ele o candidato republicano

mais apoiado pela comunidade cristã evangélica na história do país (STRANG, 2017).

Segundo Miller (2018), Trump recebeu 81% dos votos evangélicos e superou os

números alcançados por George W. Bush, que em 2004 recebeu 78%. Apesar de

Trump não ser reconhecido por sua religiosidade, sua campanha foi marcada por

afirmações conservadoras, como ser declaradamente contrário ao aborto e à

questões relacionadas a comunidade LGBTQ+, representando cada vez mais os

interesses de eleitores evangélicos (GORSKI, 2017). Apesar de Trump ser

presbiteriano, o político sempre foi visto como não religioso devido aos escândalos

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em que se envolveu durante sua vida pública, e seus valores morais controversos

(SOUZA, 2018). Durante sua campanha, Trump percebeu que deveria ir atrás do

apoio dos grupos evangélicos, visto que essa comunidade não se via plenamente

representada na política atual americana, e despejavam sua antipatia pelas elites

democratas e republicanas (SOUZA, 2018). Ainda de acordo com Souza (2018), com

o apoio que Trump recebeu por esses grupos, foi notável que o eleitorado

conservador cristão abriu mão de usar a “moralidade cristã” como principal requisito

ao escolher um candidato, substituindo essa preocupação por questões mais

pragmáticas, como a repulsa por imigrantes e a promessa de indicar um juiz

conservador para a Suprema Corte.

Na política brasileira, tem-se observado crescentemente a inserção de

evangélicos nas eleições e a ampliação da presença de líderes religiosos no

Legislativo e em cargos de influência (ALVES, 2016). A partir da década de 1990, o

número de parlamentares ligados à denominações evangélicas cresceu, elegendo 32

parlamentares em 1994 (PINHEIRO, 2017). Esse número aumentou em 1998,

quando 49 deputados foram eleitos, e em 2002 cresceu novamente, sendo

registrados 68 eleitos, ampliando ainda mais a Frente Parlamentar Evangélica (FPE)

(PINHEIRO, 2017). Desde o início da FPE, os números só tiveram queda significativa

em 2006, quando apenas 30 deputados foram eleitos. Ainda segundo Pinheiro

(2017), a queda foi devido ao mensalão, esquema de corrupção descoberto em 2005,

e que incluía no esquema deputados de grande influência da bancada evangélica,

como o bispo Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Wanderval Santos (PL-SP), ambos da

Igreja Universal.

Jair Bolsonaro começou a ganhar destaque e apoio dos religiosos

conservadores a partir de 2010 (KALIL, 2019). De acordo com Oliveira (2020),

Bolsonaro conseguiu se estabelecer na política por meio de sua aproximação com

fiéis evangélicos e pelo apoio que recebeu da bancada evangélica. Ele aderiu a um

discurso anti-petista e conservador, defendendo os valores e a moralidade cristã

(SALES; MARIANO, 2019), agradando ao eleitorado evangélico, além de se

posicionar contrário ao aborto, relacionamentos homoafetivos e à pautas LGBTQ+

(VALERIO, 2020). Na eleição de 2018, Bolsonaro fez alianças com grupos

neopentecostais poderosos, unindo-se inclusive à Igreja Universal do Reino de Deus

(IURD), que colocou a rede Record, seu canal de televisão, à disposição do então

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candidato a presidência (KOURLIANDSKY, 2019).

SURGIMENTO DO NEOPENTECOSTALISMO

O neopentecostalismo tem origem no movimento pentecostal, cujo surgimento

ocorreu nos Estados Unidos. Segundo Bourdieu (1982, p. 91) “a história dos deuses

segue as flutuações da história de seus seguidores”, sendo assim para compreender

o nascimento do pentecostalismo, vertente do protestantismo, é necessário entender

o contexto histórico e social americano nos anos que antecederam a criação do

movimento pentecostal.

As últimas décadas do século XIX foram marcadas por diversos eventos nos

Estados Unidos, como a guerra civil americana, libertação dos escravos, tensões

raciais e êxodo rural (CAMPOS, 2005). Devido às divisões raciais e sociais existentes

no período, muitas pessoas não se viam incluídas nas tradicionais vertentes do

protestantismo, o que segundo Campos (2005), levou à criação das chamadas

“igrejas dos deserdados”, cujos cultos abrangiam as pessoas de classes sociais mais

baixas e tinham como característica líderes de pouco estudo, mas que correspondiam

com as necessidades emocionais dos fiéis (NIEBUHR, 1992).

Foi a partir deste cenário que em 1906 o movimento pentecostal surgiu com o

pastor William Joseph Seymour em Los Angeles (MARINHO, 2018), trazendo consigo

uma das principais características do pentecostalismo clássico americano, no qual

acreditava-se que “falar em línguas” seria uma experiência necessária para receber

todas as dádivas do Espírito Santo (BRADFIELD, 1979). O termo “pentecostal” é

derivado da palavra “pentecostes”, que segundo Souza (2004), faz alusão ao “dia de

pentecostes”, evento religioso no qual os fiéis associam ao dia da inédita

manifestação do Espírito Santo à igreja. A partir da década de 1920, ainda segundo

Bradfield (1979), o movimento se institucionalizou, e as igrejas passaram a construir

faculdades, seminários, orfanatos e a se envolver em trabalhos missionários,

popularizando ainda mais o movimento em outros países.

Após a década de 1940, foi criada a Teologia da Prosperidade (PRÓCHINO;

PARADIVINI; GONÇALVEZ, 2008), um dos principais marcos do neopentecostalismo.

A Teologia da Prosperidade descende do movimento “Confissão Positiva”, filosofia

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criada por Kenneth Hagin nos Estados Unidos, cuja crença baseava-se no poder da

palavra, que supostamente dita com fé e repetidamente, geraria milagres (SILVA,

2008). A Teologia da Prosperidade prega que os fiéis terão prosperidade econômica,

independente da realidade enfrentada pelo país no momento, e induz seus

seguidores a crerem que a partir unicamente da fé e das doações financeiras feitas

às congregações, sua situação econômica também prosperará (LEMOS, 2017).

Segundo Bradfield (1979), a Teologia da Prosperidade deu início ao movimento

neopentecostal no início dos anos 1950.

Acompanhando o imperialismo norte-americano, como destaca Dias (2018), o

movimento pentecostal chegou no Brasil na década de 1910 através de missionários

vindos dos Estados Unidos, que logo fundaram a igreja considerada pioneira do

movimento no território brasileiro, a Congregação Cristã no Brasil, seguida um ano

depois pela criação da Assembleia de Deus (FRESTON, 1994).

Segundo Freston (1994), o pentecostalismo brasileiro se modificou desde sua

chegada ao Brasil até os dias atuais, sendo dividido em três fases. A primeira fase

inicia-se na década de 1910 com a inauguração da Congregação Cristã no Brasil,

que nasceu em São Paulo a partir de missionários recém chegados ao Brasil (DIAS,

2018). A segunda fase começou na década de 1950, quando dois missionários norte-

americanos chegaram no Brasil e criaram a Cruzada Nacional da Evangelização,

adotando em seus discursos a pregação da “cura divina”, que segundo Mariano

(2004), foi uma teologia de cura pregada nos Estados Unidos durante a Segunda

Guerra Mundial, atraindo multidões e expandindo ainda mais o movimento

pentecostal. Essa fase foi marcada pelo uso intenso e estratégico do rádio na

propagação do pentecostalismo, e pela inauguração da Igreja do Evangelho

Quadrangular em 1953, Brasil Para Cristo em 1955 e Deus é Amor em 1962

(MARIANO, 2004).

A terceira e última fase do pentecostalismo brasileiro aconteceu na década de

1970 e foi denominada de neopentecostalismo (PICOLOTTO, 2016), também

chamada de movimento neopentecostal (SILVA, 2008). O movimento surge utilizando

algumas tradições do pentecostalismo clássico, como a cura e reuniões de fiéis em

grandes eventos, mas traz consigo a Teologia da Prosperidade, teologia defendida

até os dias atuais pelas igrejas neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de

Deus, Internacional da Graça de Deus e Renascer em Cristo (DIAS, 2018).

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Atualmente o movimento neopentecostal é a vertente pentecostal que mais

cresce, possuindo a maior representatividade nos meios de comunicação de massa

no Brasil (MARIANO, 2004). As pregações das igrejas evangélicas são mais atrativas

ao público, de acordo com Chesnut (2019), devido à linguagem mais direta e informal

que são utilizadas pelos pastores nos cultos e reuniões, além disso, as igrejas

costumam ter redes de apoio que auxiliam a população em problemas sociais como

dependência química e alcoolismo. Outro ponto defendido por Chesnut (2019) é de

que os fiéis são atraídos pela flexibilidade na formação dos sacerdotes, no qual não

há grandes exigências educacionais, corroborando com Dias (2018), que afirma que

o neopentecostalismo possui uma tendência ao anti-intelectualismo, considerando

que a mente atrapalha a fé.

INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA POLÍTICA AMERICANA

O pentecostalismo começou a ser disseminado nos Estados Unidos durante o

início do século XX (CAMPOS, 2005), mas foi a partir da década de 1940 que os

evangélicos se aproximaram do Partido Republicano, na tentativa de defender seus

ideais morais. (MATEO, 2011). Os conservadores queriam combater o progresso de

movimentos sociais, como feminismo e bandeiras LGBTQ+, além disso,

consideravam o crescimento de divórcios, abortos, e o banimento de orações em

escolas públicas, uma crise nos valores da família tradicional americana (MATEO,

2011).

O Partido Republicano era visto como o partido da tradição moral e do

anticomunismo, o que levou os evangélicos a se aliarem a eles. Ainda segundo

Mateo (2011), os presidentes Dwight D. Eisenhower (1953 - 1962) e Richard Nixon

(1969 - 1974) receberam apoio de cristãos e líderes religiosos famosos, como Billy

Graham, porém a aliança não rendeu influência significativa na política nacional nem

na organização dos republicanos. Na década de 1960, a argumentação da direita

cristã teve como foco a defesa da família americana e o antissecularismo, ou seja,

expressavam opiniões contrárias à separação oficial entre Estado e instituições

religiosas (MATEO, 2011). Na década seguinte, os evangélicos decidiram expandir

suas alianças políticas e aumentar sua influência no Partido Republicano. Williams

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(2010) exemplifica que os evangélicos, apesar do interesse prévio pela política, só

passaram a se envolver ativamente com o Partido Republicano nessa época, e

declara que “o que mudou não foi o interesse dos evangélicos pela política, mas seu

nível de comprometimento partidário.” (WILLIAMS, 2010, p.2).

Para estreitar laços com o partido, grandes líderes pentecostais passaram a

apoiar publicamente os republicanos, como Pat Robertson (MATEO, 2011), pastor

envolvido em polêmicas, como quando declarou que os atentados terroristas de 11 de

setembro foram culpa dos homossexuais, que ao “atacarem” Deus, este vingou-se

permitindo que os atentados acontecessem no país (JUNIOR, 2015). Outra aliança

que o partido conquistou foi o pastor e radialista Jerry Falwell, também envolvido em

polêmicas, ao ser publicamente declarado a favor do segregacionismo. Em 1954, a

Suprema Corte americana decretou que a segregação racial nas escolas era um ato

inconstitucional, mas Felwell se opôs duramente durante os anos seguintes,

utilizando até mesmo passagens da bíblia para defender a segregação nas

instituições de ensino. Além disso, o pastor também deixava clara sua contrariedade

a relacionamentos inter-raciais, chamando de “coisa terrível”, declarando que iria

“destruir nossa raça eventualmente” e que via “o próprio Diabo por trás disso”1

(JUNIOR, 2015).

Em 1979, Falwell criou a Moral Majority, uma agência de lobby evangélico auto

declarada a favor da família, pró-vida, pró-Israel, anti-aborto, anti-divórcio e contra

casamentos homoafetivos (JUNIOR, 2015). A agência já contava com 300 mil

membros em sua estreia (MATEO, 2011), e de acordo com Junior (2015), estima-se

que dois terços dos eleitores brancos, sulistas e cristãos que votaram em Ronald

Reagan em 1980, tinham ligações com a agência. Ainda de acordo com o autor, essa

ligação deu inicio a atuação de grupos evangélicos e conservadores dentro do

partido.

A partir da década de 1980 os evangélicos conseguiram ampliar sua influência

e espaço na mídia. Segundo Mateo (2011), programas de televangelistas alcançavam

aproximadamente 60 milhões de pessoas, o que representava por volta de um quarto

dos eleitores americanos. O programa do pastor Pat Robertson atingia não só

americanos, como também países na África, América Central e Oriente Médio, como

consequência do sucesso bombástico do programa “Clube dos 700” (FINGUERUT,

1 Tradução nossa

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2009). Nessa época, os Estados Unidos tinham mais de 200 estações de televisão

cristãs, e aproximadamente 1.500 estações de rádio cristãs, no qual a maioria

possuía programas produzidos por líderes evangélicos de direita, ou por seus

apoiadores, como é o caso de James Dobson, cujo programa de rádio Foco na

Família alcançava por volta de 5 milhões de ouvintes por semana (MARTIN, 1999).

O pastor Pat Robertson fundou a Coalização Cristã em 1988, organização que

se tornou uma das maiores de lobby no Senado Federal americano, e em 2009

contava com 1,7 milhões de membros e 1.700 escritórios espalhados pelos Estados

Unidos (PEREIRA, 2009). Nas eleições de 1992, 40% dos candidatos que contavam

com o apoio de evangélicos direitistas, venceram as eleições legislativas, ampliando

ainda mais a presença e influência desses religiosos no partido Republicano e no

Congresso americano (MATEO, 2011).

Em 2000, George W. Bush chegou à presidência dos Estados Unidos ao

ganhar 68% dos votos dos evangélicos brancos. O candidato cristão usou sua fé para

se comunicar com os eleitores e formou alianças com atores famosos no cenário

religioso americano, como James Dobson, Ralph Reed e Richard Land, cuja

coalização foi crucial para a mobilização do eleitorado evangélico (MATEO, 2011).

Em 2004, ano em que se reelegeu, esse número subiu para 78% (MILLER, 2018).

Com o decorrer dos anos, a presença evangélica cresceu no Congresso. Segundo

Mateo (2011), na década de 1970, a bancada religiosa ocupava 10% do Congresso

americano, número que cresceu para 25% em 2004.

George W. Bush teve a gestão considerada mais receptiva às demandas

evangélicas e direitistas, inclusive cedendo cargos em Washington a defensores de

causas conservadores. Entretanto, foram mínimos os resultados realmente

significativos para esses grupos ao final de seu mandato, tendo em vista que o aborto

permaneceu sendo legal no país, pessoas LGBTQ+ continuaram conquistando mais

direitos, orações em escolas públicas permaneciam sendo proibidas (MATEO, 2011),

entre outras causas defendidas pelos religiosos.

Após dois mandatos seguidos de Bush, o democrata Barack Obama ganhou

as eleições contra o republicano John McCain e se tornou presidente dos Estados

Unidos em 2008 (ANDRÉ, 2009). De acordo com Mateo (2011), a partir do final do

mandato de Bush, houve um aparente declínio da direita religiosa nos Estados

Unidos, no qual a porcentagem de jovens evangélicos que se identificavam com o

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partido, caiu de 55% para 40% em 2007. Apesar da diminuição do poder nas mãos do

Partido Republicano ao final da década de 2000, o partido continua sendo a

preferência dos eleitores conservadores religiosos.

Em 2016 um candidato republicano voltou ao cargo de Chefe de Estado.

Donald Trump, ao receber 81% dos votos evangélicos, bateu um recorde ao superar

a porcentagem alcançada por Bush em 2004 (MILLER, 2018). Trump ganhou a

eleição contra a democrata Hillary Clinton ao se aproximar, assim como seus

antecessores, dos evangélicos e ao defender causas conservadoras, como políticas

anti-aborto e anti-imigração (GORSKI, 2017), na promessa de “tornar a América ótima

novamente”.

INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA POLÍTICA BRASILEIRA

A participação de líderes evangélicos na política brasileira era sutil até a

metade da década de 1980, quando passaram a ganhar visibilidade nas eleições da

Assembleia Constituinte (RODRIGUES; FUKS, 2015). Durante a Assembleia

Constituinte, foi formada a Frente Parlamentar Evangélica, também conhecida

atualmente como bancada evangélica. É uma bancada suprapartidária integrada por

parlamentares de diferentes camadas do protestantismo, e que apesar de não ser

homogênea politicamente, é de forma geral, conservadora (PRANDI; SANTOS,

2017). Em 1988, durante o processo de elaboração da Constituição Federal, foi

possível notar a presença significativa de políticos vinculados a grupos pentecostais

(SILVA, 2019), como Manuel Moreira (PMDB-SP), evangélico ligado à igreja

Assembleia de Deus, e Antônio de Jesus (PMDB-GO), pastor também ligado à

Assembleia de Deus e responsável pela emenda número 681, que visava a

obrigatoriedade de manter um exemplar da Bíblia Sagrada sobre a Mesa da

Assembleia Nacional Constituinte (MELO, 2018).

De acordo com Prandi e Santos (2017), os evangélicos entraram na política

por temerem que a Constituição Federal de 1988 devolvesse antigos privilégios à

Igreja Católica. Além disso, queriam evitar que fossem aprovadas pautas em defesa

de homossexuais, feministas, comunistas, ou de qualquer outro grupo ou tema que

fosse contra a moralidade cristã, como a legalização do aborto ou a liberação do uso

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de drogas (PRANDI; SANTOS, 2015).

Segundo Mariano e Pierucci (1992), ao longo da corrida eleitoral de 1989,

lideranças das igrejas pentecostais temiam que caso ocorresse a vitória de um

candidato de esquerda, os pentecostais sofreriam com interferências na liberdade

religiosa de seus cultos, visto que consideravam a Igreja Católica uma suposta aliada

de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato que representava a emergência eleitoral

da esquerda no contexto da redemocratização brasileira (SILVA, 2019). Além desse

temor, segundo Trevisan (2013), os pentecostais disseminavam boatos de que Lula

iria instituir um Estado comunista no Brasil. Como consequência do pânico gerado

pelos cristãos não-católicos, grandes igrejas pentecostais e neopentecostais, tal

como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), passaram a apoiar abertamente o

candidato oponente, Fernando Collor de Melo (PRN) (MARIANO; PIERUCCI, 1992).

O bispo Edir Macedo, em entrevista ao Jornal do Brasil, em 03 de dezembro

de 1989, declarou: “Após orar e pedir a Deus que indicasse uma pessoa, o Espírito

Santo nos convenceu de que Fernando Collor de Melo era o escolhido” (MARIANO;

PIERUCCI, 1992). Além disso, Macedo instruiu os fiéis de sua igreja a não votarem

em “candidatos do demônio”, se referindo à eleição presidencial daquele ano

(TREVISAN, 2013). Durante o período de campanha eleitoral, Collor marcou

presença em programas nas doze rádios de propriedade da Universal, visitou a

Assembleia de Deus, que juntamente com a Universal são consideradas as maiores

em visibilidade popular e sucesso na política (MARIANO, 2004), e ainda participou da

comemoração de 25 anos da igreja pentecostal Casa da Benção (MARIANO;

PIERUCCI, 1992).

A partir de 1990, o movimento neopentecostal se expandiu em número de fiéis.

Segundo o Censo 2000, a Assembleia de Deus cresceu 245%, a Igreja do Evangelho

Quadrangular cresceu 334,8% e a Universal alcançou 681,5% de crescimento entre

os anos de 1991 e 2000. Além disso, essas igrejas adquiriram mais

representatividade política, ocupando cargos no Executivo, como governos

municipais, estaduais e ministérios (RODRIGUES; FUKS, 2015), como aconteceu

com Íris Rezende (PMDB), membro da Igreja Cristã Evangélica, que venceu a eleição

para governador de Goiás e se tornou o primeiro governador evangélico (SOUZA,

2010). Também ganhou destaque a participação de parlamentares neopentecostais

no Legislativo e na tramitação de projetos (MACHADO, 2019), como Lídia Quinan

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(PMDB), deputada federal mais votada em Goiás e Francisco Silva (PP), que ficou

em primeiro lugar na votação para deputado federal no Rio de Janeiro (FRESTON,

2006).

Em 1994, Lula concorreu novamente para o cargo de chefe de Estado, mas

acabou derrotado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também recebeu

apoio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que continuavam a firmar oposição

a Lula e à esquerda (SILVA, 2019). Entretanto, após anos de apoio, ainda segundo

Silva (2019), no fim da década de 1990, o cenário mudou drasticamente, quando FHC

demonstrou-se favorável aos direitos da população LGBTQ+ e à flexibilização do

aborto em casos de estupro. Sendo assim, lideranças pentecostais assinaram um

documento intitulado “Manifesto dos Evangélicos”, declarando apoio a Lula e ao PT

nas eleições presidenciais de 2002 (SILVA, 2019).

Apesar da divergência de ideias em alguns segmentos, os pentecostais

fizeram parte dos grupos de apoio de Lula durante seus dois mandatos (2003 – 2010)

(SILVA, 2019). A esquerda se aproximou dos evangélicos ao prometer parcerias

entre a Igreja e o Estado, em troca de votos e apoio parlamentar (MARIANO, 2016).

O apoio ao partido permaneceu até romperem com Dilma Rousseff, quando a

bancada evangélica foi decisiva para seu processo de impeachment (SILVA, 2019),

que foi liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB),

membro da Assembleia de Deus (ALVES, 2016). Grande parte dos votos na Câmara

durante a votação do processo de impeachment foram justificados com base em

Deus, nas igrejas e na família tradicional cristã. O episódio se tornou emblemático na

política brasileira e teve repercussão internacional, deixando exposta a participação

expressiva de políticos vinculados à denominações evangélicas no Congresso

brasileiro (SILVA, 2017). Segundo Lima e Lima (2020), em 2014 o Brasil elegeu o

Congresso mais conservador desde a Ditadura Militar, e apesar dos membros da

bancada evangélica pertencerem a partidos diversos e participarem de diferentes

igrejas, que inclusive competem entre si no mercado religioso, quando se trata de

questões ligadas à sexualidade e valores morais, costumam votar de forma coesa

(PRANDI; CARNEIRO, 2017).

A queda de Dilma Rousseff pode ser vista como uma junção de fatores,

segundo Quadros e Madeira (2018). Após quatro vitórias consecutivas do PT em

eleições presidenciais, a oposição decidiu se impor na busca por manter sua

Page 13: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

participação significativa no jogo político. Grandes atores responsáveis por colaborar

com a comoção popular, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(FIESP), defendiam bandeiras como desoneração tributária, crédito subsidiado,

concessões de serviços públicos para a iniciativa privada, entre outros (BASTOS,

2017). De acordo com Estrada (2016), após perder a eleição de 2014, a oposição

percebeu que desperdiçou uma grande oportunidade de chegar ao poder, quando o

escândalo do mensalão foi a tona em 2005, durante o mandato de Lula. Além disso,

as propostas progressistas dos petistas desagradaram grupos sociais tradicionalistas

e conservadores, cujos líderes se tornaram a representação do anti-petismo.

Pastores neopentecostais famosos, como Silas Malafaia do Ministério Vitória em

Cristo e o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) da Catedral do Avivamento,

ligada à Assembleia de Deus, encabeçaram campanhas contra o PT, investindo em

discursos em defesa da família, combate à corrupção pelos homens de bem, contra o

marxismo e à esquerda, e vinculando afirmações como “cristão não vota em petista”

(GAMA; SOBRINHO 2016). De acordo com Sales e Mariano (2019), assuntos

voltados aos direitos LGBTQ+ e bandeiras feministas foram decisivos para que o anti-

petismo fosse radicalizado no Brasil, liderado principalmente por parlamentares que

compõem a bancada evangélica. Por fim, esse cenário foi embalado por uma crise

política, materializada a partir da Operação Lava-Jato, operação que buscava apurar

crimes de desvio de recursos públicos (PADULA; ALBUQUERQUE, 2018) e que fez

com que um conjunto de atores que tentavam desafiar a estabilidade política da

esquerda, fossem bem sucedidos, e Dilma foi deposta de seu cargo. (QUADROS;

MADEIRA, 2018).

O anti-petismo se intensificou a partir de 2010, quando os evangélicos

romperam laços com o PT (KALIL, 2019). Foi nesse contexto que Jair Bolsonaro

começou a ganhar visibilidade, utilizando discursos contra a corrupção (ALMEIDA,

2019) ele passou a conquistar apoio popular, se tornando também referência de

conservadorismo, e se mostrando contrário à políticas de diversidade (DALMONTE;

DIBAI, 2019). Bolsonaro ganhou maior destaque quando apelidou o material contra

homofobia promovido pelo governo petista de “kit gay” (KALIL, 2019) e se tornou o

símbolo da direita cristã.

Page 14: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA ELEIÇÃO DE DONALD

TRUMP

Apesar da separação oficial entre Igreja e Estado, os Estados Unidos é um país

dominado politicamente pelo Cristianismo (HUGHES, 2019). De acordo com uma

pesquisa da Pew Research Center em 2014, mais de 70% da população americana

segue alguma religião de vertente cristã.

Em 2016, Donald Trump foi eleito para a presidência dos Estados Unidos da

América com 81% dos votos evangélicos (MILLER, 2018), se tornando o candidato

republicano mais apoiado pela comunidade cristã evangélica na história do país

(STRANG, 2017). Trump superou os números atingidos em 2004 por George W.

Bush, que foi eleito com 78% dos votos evangélicos (MILLER, 2018), e derrotou o

candidato democrata John Kerry.

Durante as eleições primárias americanas, período no qual ocorrem votações

populares para definir quem será o representante de cada partido (ANDRÉ, 2016), os

republicanos contaram com dezessete candidatos e doze debates marcados pela

falta de civilidade (MANSFIELD, 2017). Os candidatos insultaram as esposas dos

oponentes, acusaram suas famílias de envolvimento com o assassinato do ex-

presidente Kennedy, questionaram a salvação eterna dos adversários e fizeram

insinuações sobre o tamanho do órgão sexual de seus rivais (MANSFIELD, 2017). A

disputa resultou na vitória de Donald Trump, que oficializou sua campanha para a

presidência americana, e tornou-se o candidato mais incomum a concorrer para

presidente dos Estados Unidos (MANSFIELD, 2017).

A comunidade evangélica americana representa mais de 65 milhões de

potenciais votantes, e Trump compreendeu que para alcançar a posição de chefe de

Estado, ele precisava do apoio deste grupo (STRANG, 2017). Apesar de Trump ser

um candidato improvável de conquistar o apoio de religiosos, por dispor de atitudes

anti-cristãs, como ter filhos de três casamentos, ter construído seu patrimônio na

indústria das apostas e cassinos, e possuir um linguajar vulgar (STRANG, 2017),

diversos evangélicos declararam apoio à sua candidatura devido às suas declarações

conservadoras. Trump se posicionou pró-vida, deixando clara sua contrariedade ao

aborto e representando os valores dos eleitores evangélicos, enquanto sua

Page 15: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

adversária, a candidata democrata Hillary Clinton, declarou apoio incondicional à

direitos relacionados ao aborto (GORSKI, 2017).

De acordo com Miller (2018), diversos líderes evangélicos apoiaram

publicamente Donald Trump, como James Dobson, fundador do ministério Foco na

Família, e o teólogo Wayne Grudem. Em entrevista, Dobson declarou “se os cristãos

ficarem em casa porque ele [Trump] não é um candidato melhor, Hillary vai comandar

o mundo por talvez oito anos. O próprio pensamento disso assombra minhas noites e

dias”2 (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). Dobson também passou a compartilhar

sua visão de qual seria o futuro do país caso Clinton fosse eleita, no qual segundo

ele, resultaria na restrição da liberdade religiosa e das instituições religiosas

americanas (WHITEHEAD; PERRY; BAKER, 2018). Por fim, ele ainda afirmou que o

futuro da América o preocupava mais do que o passado de Donald Trump, ao

esclarecer sobre seu apoio ao candidato (MILLER, 2018).

A corrida eleitoral de Trump fez com que muitos outros líderes evangélicos

apoiassem o candidato, argumentando que ele era escolhido por Deus, como

declarou Mark Burns, pastor evangélico e co-fundador da rede de televisão cristã

NOW Television Network, que defendeu a ideia de que Deus deu as palavras

necessárias a Donald Trump para unir o Partido Republicano e o país (HACHTEN,

2017).

Revelações de agressões sexuais vieram à tona durante a campanha de

Trump em 2016, porém o apoio evangélico não diminuiu, e inclusive teve aumento

constante com o passar do tempo (JONES, 2018). Além deste escândalo, diversas

declarações polêmicas foram feitas pelo candidato, como quando Trump disse que

imigrantes ilegais deveriam ser deportados, e que ele construiria um muro entre o

México e os Estados Unidos porque, segundo ele, imigrantes mexicanos eram

criminosos e estupradores (FITZGERALD, 2017). Ainda segundo FitzGerald (2017),

Trump defendeu o uso de afogamento e outras técnicas ainda mais violentas em

interrogatórios que envolvessem islâmicos suspeitos de terrorismo, declarando que

“tortura funciona”.

Durante a campanha, Donald Trump insistiu que as mudanças culturais

estariam levando os Estados Unidos ao precipício, se apresentando repetidamente

como a última chance dos republicanos e cristãos brancos conservadores de se

2 Tradução nossa

Page 16: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

afastarem do precipício e manterem seu estilo de vida (JONES, 2017). Em entrevista

dada à Christian Broadcasting Network (CBN), rede de televisão de Pat Robertson,

Donald Trump declarou: “Se nós não vencermos esta eleição, vocês nunca verão

outro republicano [como presidente] e irão ter uma estrutura religiosa totalmente

diferente”3, e continuou dizendo que “esta será a última eleição que os republicanos

têm uma chance de vencer, porque teremos pessoas atravessando a fronteira,

teremos imigrantes ilegais vindo e se legalizando, sendo capazes de votar, e quando

tudo isso acontecer, já era”4 (JONES, 2017).

A campanha de Donald Trump beneficiou-se da liberdade de expressão para

manipular informações e instaurar medo nos eleitores (CERNOV, 2019). Na década

de 2000, os evangélicos brancos representavam 21% da população dos Estados

Unidos, e 26% do eleitorado americano (JONES, 2017). Devido às gerações mais

novas, principalmente a geração do milênio, esses números se modificaram com o

passar dos anos, pois muitos jovens saíram da igreja ao discordarem do que

consideravam intolerância e fanatismo da direita religiosa (FITZGERALD, 2017). Em

2016, o número de cristãos brancos diminuiu cinco pontos percentuais, chegando a

17% da população, no entanto, mesmo com essa queda, conseguiram se manter

como 26% do eleitorado americano, representando por volta de um quarto dos

eleitores dos Estados Unidos (JONES, 2017).

A partir dos discursos de Trump, que focou em um pressentimento

apocalíptico, é identificável a utilização do sentimento de medo nos discursos

religiosos (MARTINS, 2009). Os neopentecostais formam seus discursos a partir do

medo, culpa e castigo, e enfatizam o medo do inferno, todavia, de acordo com

Martins (2009), o foco é em um inferno existencial em setores da vida pessoal, como

vida econômica, vida familiar, doenças, entre outros, o que justifica o voto cristão em

Donald Trump, cujo intenso apelo denominava a eleição de 2016, como a eleição da

“última chance”5 (JONES, 2017).

3 Tradução nossa 4 Tradução nossa 5 Tradução nossa

Page 17: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL NA ELEIÇÃO DE JAIR

BOLSONARO

Apesar da laicidade do Estado brasileiro ser defendido pela Constituição

Federal, ainda existe muita confusão nessa questão no Brasil (OLIVEIRA, 2020). O

Brasil é um país predominado pelo cristianismo. Evangélicos e católicos somados

representam 87% da população brasileira, segundo o Censo 2010.

Na década de 2010, partidos de centro-esquerda começaram a perder eleições

na maior parte dos países latinos, incluindo no Brasil. As causas das derrotas

eleitorais vão desde escândalos de corrupção, até implementação de políticas

inclusivas e de diversidade, que desagradaram parte da sociedade brasileira,

especialmente a classe média (ALMEIDA, 2019). Segundo Kurlantzick (2013),

políticas assistencialistas e de inclusão social costumam empoderar as camadas mais

pobres, ocasionando revolta e pressão por parte da classe média. No Brasil, as

pessoas insatisfeitas com a política nacional começaram a promover protestos de

rua, que eram majoritariamente formados por camadas sociais de características

gerais uniformes, levando em consideração renda, escolaridade e etnia (ALMEIDA,

2019).

Segundo Kalil (2019), embora seja difícil identificar com precisão o início do

apoio popular a Jair Bolsonaro, a autora atribui esse momento a 2010, com o

lançamento da terceira versão do Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3). O

plano propôs ações como a descriminalização do aborto, o fim do uso de símbolos

religiosos em estabelecimentos públicos da União, o reconhecimento da união civil de

relações homoafetivas e o seu direito à adoção (ADORNO, 2010). Nesse mesmo ano

começou a ruptura dos evangélicos com o PT (KALIL, 2019), e a bancada evangélica

foi peça chave para a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff em

2016 (SILVA, 2019), no qual parlamentares justificaram seus votos com base em

Deus, igrejas e na família tradicional brasileira cristã (SILVA, 2017).

Foi nesse contexto de lançamento do PNDH-3, rupturas políticas e

manifestações populares, que Bolsonaro começou a ganhar visibilidade e seguidores,

tendo como marco suas declarações ao material distribuído pelo governo federal sob

comando petista, que tinha como objetivo promover campanha contra a homofobia,

Page 18: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

no qual Bolsonaro passou a se referir ao material como “kit gay”. A queixa se tornou

um dos pontos de partida de sua campanha eleitoral em busca da presidência

(KALIL, 2019).

De acordo com Oliveira (2020), a bancada evangélica viu em Bolsonaro um

meio de alcançar seus objetivos e interesses, visto que durante sua campanha, ele

defendia a moral familiar, usava a figura de Deus em seu slogan, e segundo Cioccari

e Persichetti (2018), representa a parcela cristã da sociedade brasileira que ainda

defende o porte legal de armas e a redução da maioridade penal.

Outro posicionamento duramente defendido por Bolsonaro durante sua

campanha eleitoral foi a luta contra a chamada “ideologia de gênero”, no qual

evangélicos acreditavam que as escolas estariam corrompendo as crianças com

materiais didáticos que ensinavam para meninas que ser menina era errado, e para

meninos que ser menino era errado (KALIL, 2018). Ainda segundo Kalil (2018), esses

evangélicos julgavam que o PT colaborou para que a família tradicional brasileira

estivesse ameaçada, ao proporem discussões sobre gênero e sexualidade nas

escolas, além de favorecerem pautas feministas e LGBTQ+. Além destes pontos, os

cristãos associavam o PT à corrupção, e ao serem questionados sobre as ações e

declarações de Bolsonaro que eram contra o que prega o Cristianismo, diziam que

“lutar contra a corrupção perpetrada pelos políticos é o mais importante” (KALIL,

2018).

Apesar de nascido católico, Bolsonaro se aproximou dos evangélicos, em 2016

foi batizado no rio Jordão pelo líder do PSC – Partido Social Cristão e pastor da

Assembleia de Deus, Everaldo Dias Pereira (OLIVEIRA, 2020). Após construir seu

discurso em cima do conservadorismo, dos valores cristãos e de símbolos nacionais

como a bandeira (ALBERNAZ, 2019), Bolsonaro passou a receber forte apoio de

grandes líderes religiosos. Robson Rodovalho, pastor da igreja Sara Nossa Terra,

declarou: “Bolsonaro foi o único que empunhou a bandeira da vida, da família, da

igreja, da livre economia, da escola sem partido e contra a ideologia de gênero”. Silas

Malafaia também demonstrou seu apoio dizendo: “Um verdadeiro cristão não vota em

Haddad. [...] Haddad é o autor do kit gay” e completou com “o PT é a favor do aborto,

o verdadeiro cristão é contra; o PT é a favor do casamento gay, o verdadeiro cristão é

contra; o PT é a favor de erotizar as crianças em escolas, o verdadeiro cristão é

contra” (SALES; MARIANO, 2019 p.20). Além destes, outros pastores também

Page 19: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

declararam apoio, como o pastor Rina da igreja Bola de Neve, que enfatizou: “É a

primeira vez em todos esses anos que a gente tem um candidato de direita de

verdade”, “pró-família”, “pró-Deus”, “pró-valores”, “pelos nossos princípios”, “favorável

à igreja de Jesus” (MARIANO; GERARDI, 2019, p.70).

Muitos evangélicos acreditavam, e ainda acreditam, que o PT poderia acabar

com a liberdade dos crentes, supondo que um regime de esquerda restringiria a

liberdade religiosa (MARIANO; PIERUCCI, 1992). Segundo Sales e Mariano (2019), a

demonização do candidato do PT fez com que Jair Bolsonaro fosse eleito em 2018

com mais de 21 milhões de votos evangélicos, tornando estes fundamentais para sua

vitória (ALVES, 2018), pois representaram 69% dos votos evangélicos (SALES;

MARIANO, 2019).

Depois de eleito, Jair Bolsonaro ainda reafirmou sua suposta posição de

defensor da liberdade religiosa e utilizou termos como "cristofobia" durante seu

discurso na 75ª Assembleia Geral da ONU6. Mariano e Pierucci (1992) trazem uma

reflexão muito perspicaz ao analisarmos como esses evangélicos pentecostais e

neopentecostais utilizam a bandeira da liberdade religiosa para decidir quem é

merecedor de seu apoio e quem não é, todavia, este posicionamento mostra-se

incoerente quando lembramos que estes mesmos grupos evangélicos permaneceram

em silêncio durante todos os anos em que o Brasil sofreu com a Ditadura Militar, no

qual foi restringida a liberdade de expressão, liberdade política, liberdade de

imprensa, e muitas outras. Ao hierarquizarem as liberdades, esses grupos expõem

sua contraditoriedade e evidenciam que o argumento da liberdade "tem sempre um

movimento diferente conforme o grupo a que se pertence e o deus (ou demônio) que

se cultua" (MARIANO; PIERUCCI, 1992. p 106).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo responder ao questionamento sobre quais foram

as influências do movimento evangélico neopentecostal nas eleições presidenciais

americanas de 2016, quando o republicano Donald Trump venceu a disputa, e nas

6 Discurso na íntegra disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos/2020/discurso-do-presidente-da-republica-jair-bolsonaro-na-abertura-da-75a-assembleia-geral-da-organizacao-das-nacoes-unidas-onu

Page 20: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

eleições brasileiras de 2018, que elegeu Jair Bolsonaro.

Os Estados Unidos e o Brasil são países predominantemente cristãos, e

apesar de ambos serem laicos, o grande número de evangélicos nestes dois países

ocasionou na proximidade desses religiosos com a política. Na busca por defender

seus interesses de liberdade religiosa, e seus ideais conservadores e tradicionalistas,

os cristãos viram na política a chance de lutar pelo que acreditavam, e de combater o

que consideravam inaceitável, incluindo direitos da comunidade LGBTQ+, bandeiras

feministas, crescimento no número de imigrantes, entre outras políticas de

diversidade.

Nos Estados Unidos, os grupos neopentecostais possuem conexões com o

Partido Republicano, por ser considerado um partido conservador, e passaram a se

comprometer ativamente com candidatos republicanos a partir década de 1980,

ajudando inclusive a eleger o presidente Ronald Reagan.

No Brasil, a presença significativa de evangélicos na política começou após

1988, durante a Assembleia Constituinte, quando foi formada a Frente Parlamentar

Evangélica. Os grupos neopentecostais se aproximaram dos partidos de direita e

extrema-direita no Brasil, e a partir de então, foi cada vez mais notável a presença de

políticos vinculados à igrejas neopentecostais, como Marcelo Crivella, bispo da Igreja

Universal e Marco Feliciano, pastor ligado à Assembleia de Deus.

Em 2016, durante a corrida eleitoral de Donald Trump em busca da

presidência americana, evangélicos viram nele uma oportunidade de conquistar seus

interesses, visto que o republicano fez diversas declarações conservadoras, que

agradaram o eleitorado evangélico, como se manifestar contra o aborto e a favor da

família tradicional. Diversos pastores apoiaram publicamente Trump, como foi o caso

de Mark Burns, um dos fundadores da rede de televisão cristã NOW Television

Network. Com todo o apoio recebido pelos cristãos nos Estados Unidos, Trump

ganhou as eleições recebendo 81% dos votos evangélicos, superando presidentes

republicanos anteriores, como George W. Bush, que mesmo com grande apoio, não

conseguiu conquistar mais que 78% dos votos do eleitorado evangélico americano.

Seguindo os passos de Donald Trump, Jair Bolsonaro também buscou os

votos dos evangélicos no Brasil. Ao fazer declarações polêmicas e conservadoras,

Bolsonaro agradou grupos evangélicos neopentecostais e se tornou um símbolo na

defesa da família tradicional brasileira, na luta contra a legalização do aborto, e no

Page 21: INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO EVANGÉLICO …

discurso anti-petista. Assim como Trump, Bolsonaro também recebeu apoio

publicamente de diversos pastores neopentecostais, como Edir Macedo, Silas

Malafaia e Robson Rodovalho, e ao fim da corrida eleitoral, Bolsonaro foi eleito

recebendo 69% dos votos evangélicos.

Observar o apoio evangélico neopentecostal que ambos os candidatos

receberam, traz maior compreensão de como as campanhas eleitorais recheadas de

declarações polêmicas e conservadoras foram responsáveis para que conseguissem

chegar à presidência em países majoritariamente cristãos. Para aprofundar mais a

pesquisa em futuros trabalhos, seria possível fazer um recorte de etnia ao observar o

apoio político dos grupos evangélicos neopentecostais, visto que muitos autores

associam aos evangélicos brancos o apoio recebido por Trump, nos Estados Unidos,

enquanto que evangélicos não-brancos possuem menor adesão de apoio a

candidatos republicanos do que os brancos.

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