Information Week - Ed. 222

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Passado o pior da crise, empresas de diversos setores reavaliam planejamentos e muitas preveem executar em 2010 o que precisou ser adiado neste ano, mas analistas avisam que, dificilmente, executivos terão de volta aquilo que lhes foi tirado USE APENAS O NECESSÁRIO www.informationweek.com.br O VALOR DA TI E TELECOM PARA OS NEGÓCIOS | Dezembro de 2009 - Ano 10 - nº 222 CARREIRA DE CSO Há oportunidades para profissionais capazes de dosar perfis técnico e gerencial ENTREVISTA CEO da SAP, Léo Apotheker, diz que companhia mantém foco em software INVASÃO INDIANA Empresas aumentaram sua presença no Brasil. Saiba a dinâmica e os reflexos desta política

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O VALOR DA TI E TELECOM PARA OS NEGÓCIOS | Dezembro de 2009 - Ano 10 - Ed. 222 USE APENAS O NECESSÁRIO - Passado o pior da crise, empresas de diversos setores reavaliam planejamentos e muitas prevêem executar em 2010 o que precisou ser adiado neste ano, mas analistas avisam que, dificilmente, executivos terão de volta aquilo que lhes foi tirado.

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Passado o pior da crise, empresas de diversos setores reavaliam planejamentos e muitas preveem executar em 2010 o que precisou ser adiado neste ano, mas analistas avisam que, difi cilmente, executivos terão de volta aquilo que lhes foi tirado

U S E A P E N A S O

NECESSÁR IO

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | D e z e m b r o d e 2 0 0 9 - A n o 1 0 - n º 2 2 2

CARREIRA DE CSOHá oportunidades para profi ssionais capazes de dosar perfi s técnico e gerencial

ENTREVISTA CEO da SAP, Léo Apotheker, diz que companhia mantém foco em software

INVASÃO INDIANA Empresas aumentaram sua presença no Brasil. Saiba a dinâmica e os refl exos desta política

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Indústria

Brasil virou mesmo destino das empresas. e, aqui, elas planejam ganhar mais força avançando na prestação de serviços para companhias nacionais e filiais de players gloBais, que estão se

preparando para conquistar mercados emergentes

a gloBalização não ter-minou ainda para as em-presas indianas prestado-ras de serviços de ti. Após se estabelecerem em dezenas de países com infraestrutura suficiente para suas políticas expansionistas – o Bra-sil entre eles –, empresas como Tata Consulting Services (TCS), Infosys, Wipro e HCL buscam expandir suas fronteiras. Desta vez, os limites ex-plorados não fazem parte da geo-

grafia que pode ser acompanhada em mapas-mundi. Estas corporações com faturamento na casa dos bilhões de dólares tentam explorar novos ter-ritórios dentro do próprio negócio e do mercado onde se instalaram.

O resumo da estratégia está bem explicado em uma recente entrevis-ta que o CEO da TCS concedeu ao jornal Financial Times. Natarajan Chandrasekaran argumentou que a empresa almeja ser global em servi-

ços completos e integrados. Por trás deste jargão, os concorrentes podem esperar muito mais ofertas de solu-ções com qualidade internacional-mente reconhecidas, tudo com preço competitivo (característica destas companhias). Na mira das indianas estão possíveis clientes que planejam expandir negócios para o mercado externo e as corporações globais que pretendem melhorar o posiciona-mento no Brasil.

Invasão indiana

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Ana Lúcia Moura Fé, especial para InformationWeek Brasil

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Setorial

para oA postos

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Índice

64 InformationWeek Brasil

O avanço doO avançoO avançoOAINDA MUITO BASEADO EM EMPIRISMO, O CARGO DE DIRETOR DE SEGURANÇA GANHA IMPORTÂNCIA NAS COMPANHIAS NACIONAIS. A BUSCA É POR PROFISSIONAIS CAPAZES DE DOSAR PERFIS TÉCNICO E GERENCIAL

QUANTO VALE UMA IN-FORMAÇÃO? EM TEMPOS DE GOVERNANÇA, BOLSA DE VALORES E MERCADOS EM CONSOLIDAÇÃO acessar dados confidenciais pode render prejuízo (ou lucro) de algumas centenas de milhares de reais. Muitas companhias já se aten-taram para este fato — algumas até de forma dolorosa, depois de amargarem situações constran-gedoras — e isto vem impulsio-nando uma razoável populari-zação de outro “C” dentro da hierarquia corporativa. Trata-se do chief security officer (CSO), profissional com a missão de es-tabelecer normas de segurança.

Por volta do ano de 2004, a consultoria de recrutamento e seleção Fesa aceitou um job para conduzir um processo de um diretor de segurança para uma empresa de cartões de crédito. A ideia era a achar um profissio-nal qualificado em poucos dias. “Foi uma tarefa difícil, pois não havia muita opção no mercado”, recorda Ana Luiza Segall, dire-tora para área de TI e telecom da prestadora de serviço, citando que existiam muitos técnicos e poucos gestores para a vaga.

Quatro anos depois veio uma nova demanda. Desta vez, as coi-sas não foram tão complicadas. “O cargo estava mais maduro.

Encontramos cinco pessoas qua-lificadas e o candidato foi contra-tado em sete dias úteis”, cita Ana Luiza, apontando que, mesmo a tarefa parecendo mais simples, ainda há dificuldade de encontrar executivos no mercado brasileiro aptos a ocupar o posto de CSO.

A situação vivida na Fesa re-vela um mercado de trabalho em crescimento, que evolui da necessidade que as companhias têm no trato das informações. Se no mundo a nomenclatura já existe há aproximadamente uma década, no Brasil, o movimento é mais recente. “Mesmo os CSOs que conseguiram um lugar ao Sol, ainda estão debaixo da TI”,

CarreiraCarreiraCarreira

Felipe Dreher avanço do

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Dezembro de 2009 - Número 222

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10 ENTREVISTAO futuro da SAP nas palavras de seu atual presidente mun-dial, Léo Apotheker. As diretrizes da companhia que não quer saber de hardware. Saiba como ela planeja concorrer no acirrado mercado de TI

36 GESTÃO REDES SOCIAISEntenda o que é s-business e tire proveito do conceito na terceira matéria da série

41 CIO INSIGHTCarlos Pulici, da Simpress, reflete sobre o equilíbrio entre tecnologia e cultura corporativa; Rodrigo Suzuki, da Promon-Logicalis, destaca a importância do envolvimento das pesso-as nos projetos de segurança; e Carlos Maurício Ferreira, da Algar Tecnologia, expõe desafios da computação em nuvem

46 INDÚSTRIA O ano de 2009 marcou a intensificação da presença indiana no mercado brasileiro de TI. Veja a dinâmica e os reflexos desta política expansionista na indústria local

54 SETORIALVarejo brasileiro acende as luzes do Natal em clima de otimismo. Expectativas de ven-das gordas colocam a área de TI em estado de alerta para falhas ou sobrecargas nos sistemas durante o pico de negócios

60 FOR IT BY ITEquipe de TI da Carbocloro conta como melhorou o desempenho da tecnologia por meio de medições constantes

64 CARREIRAAinda que muito baseado em empirismo, o cargo de CSO ganha importância nas companhias nacionais

72 NA PRÁTICACom o mundo cada vez mais globalizado, o que antes era distante, agora, está aces-sível a apenas um clique. BM&FBovespa se aproveita do contexto e usa tecnologia para impulsionar acesso ao mercado de derivativos e capitais

75 NA PRÁTICAA indústria de fios e cabos Sil aposenta sistema para representantes comerciais obsoleto e entra no mundo de ferramentas de vendas suportadas pela internet

76 NA PRÁTICAMatec aposta em solução de comunicação unificada para melhorar gestão da telefonia e zera custos com suporte técnico

78 NA PRÁTICAAo virtualizar desktops, cidade de São José dos Campos otimiza agendamento de consultas em seu sistema de saúde

82 TECH REVIEWParanoia corporativa? Sistemas de busca capazes de juntar todos os dados corpo-rativos em um grupo coeso e pesquisável está disponível há um bom par de ano. O problema não é tecnologia, mas os três Ps que prejudicam muitas das iniciativas de TI: políticas, privacidade e percepção

GESTÃONo que se refere à crise

econômica global vivida ao longo dos últimos

meses, ouviu-se de tudo. Teve os que enxergaram

oportunidade, os que desdenharam, os que

negaram e os que sentiram seus impactos.

Passada a fase mais aguda da turbulência,

questionamos gestores de TI para saber quais

projetos realmente andaram e quais não

saíram do papel devido à retração de orçamentos

06 Expediente08 Editorial16 Estratégia18 www.itweb.com.br38 Segurança52 Telecom62 Mercado80 Novo Mundo89 Estante90 Inovação

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(recebimento, alterações de endereço,

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Carta ao leitor

Em ritmo de retomada

Durante toDo o Decorrer De 2009, escu-tamos De Diversos forneceDores De ti e telecom o Discurso De que a crise pouco afetava as operações brasileiras. toDas as vezes que os inDagamos — e os questiona-mos muitas vezes — disseram-nos que raros projetos haviam sido cancelados. na verdade, o máximo que obtivemos de retorno foi que alguns contratos haviam sidos postergados. nada além disto.

pouco depois de um ano de a crise financeira eclo-dir nos estados unidos e abater em cadência o mun-do, InformationWeek Brasil retoma a pauta com ob-jetivo de mostrar como foi — realmente — o ano de 2009 para cios de empresas de distintos setores. o resultado da apuração, que você confere na reporta-gem de vitor cavalcanti a partir da pág. 26, evidencia um mundo bem menos “cor-de-rosa” que o pintado pela indústria de ti.

Há exatos 12 meses, em meu editorial da edição

de dezembro de 2008, retratei o otimismo dos exe-cutivos. não que este ano tenha sido ruim — pelo contrário, em comparação com outros países, fomos bem. mas, sim, orçamentos foram cortados, projetos foram cancelados (e não somente postergados) e fo-cou-se somente naquilo que era essencial e, de prefe-rência, com roi comprovado. para o departamento de ti chegou o recado de usar os recursos com mo-deração. isto deverá permanecer por algum tempo. analistas apontam uma possível demora até que os investimentos voltem ao nível que estavam antes da turbulência. nada de desespero, nada de abundân-cia. neste momento, precisão, assertividade e cautela são palavras de ordem.

contudo, isso não representa nada diferente do que as adversidades e as crises já enfrentadas por direto-res de ti e fornecedores. como mostramos na série de reportagens retrato de uma Década, que marcou os dez anos de InformationWeek Brasil, o mercado de tecnologia da informação e telecomunicações sobre-viveu a momentos de euforias e depressões — e saiu-se bem. teremos outro ano difícil? ninguém cogita a afirmar com certeza nem que sim e nem que não. mas tudo aponta para recuperação e retomada de cresci-mento. e é nisto também que acreditamos.

Depois de retratar nestas páginas todas as movi-mentações e mudanças ocorridas neste ano, encerra-mos 2009 com uma grande vitória. a equipe de jor-nalistas e arte da revista ganhou o prêmio imprensa embratel pela edição de dez anos. gostaríamos de dividir com você, leitor, a nossa alegria com este re-conhecimento.

Boa lei tura!

Roberta Prescott - EditoraEnv ie comentár ios e sugestões para rprescot t@i tmidia.com.br

Carta ao leitor

InformationWeek Brasil

Da esq. para direita: Felipe Dreher, Gilberto Pavoni Jr., eu e Vitor Cavalcanti no Canecão (RJ) no Prêmio Imprensa Embratel. Ficaram faltando Ana Moura Fé e Rodrigo Martins, que não puderam comparecer à entrega

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10 InformationWeek Brasil

“A indústria do software está apenas começando”

Há três percepções que a SAP quer combater: de que é apenas fornecedora de ERP, de que é focada nas grandes empresas e de que é cara. A fabricante alemã, sediada na pacata e pequena cidade de Walldorf, a uma hora de Frankfurt, reforça seu posicionamento de provedora de soluções fim a fim e descarta veementemente investimentos em hardware. Oferecer sistemas que promovam a integração dos diferentes processos de negócios entre distintas empresas é a grande aposta para manter-se relevante no agressivo mercado de TI. E também representa uma maneira de proteger-se de ser alvo de aquisições — rumores que, segundo o CEO global, Léo Apotheker, não passam de informações plantadas por jornalistas. Assim, o futuro da fabricante com faturamento de cerca de 13 bilhões de euros fica mesmo em software. o executivo defende que tudo irá convergir, impulsionado, principalmente, pela internet das coisas.

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Entrevista

Para o CEO da SAP, Léo Apotheker, hardware não passa de commodity. Em um mundo dominado pela internet das coisas, investir em sistemas inteligentes mostra-se como a melhor solução

Roberta Prescott*

InformatIonWeek BrasIl — a saP já afIrmou que não tem Planos de InvestIr em hardWare, nem Por meIo de aquIsIção. qual é a estratégIa da comPanhIa Para contInuar relevante?léo aPotheker — Nós vivemos em um momento bastante interessante, no qual a informação flui em uma velocidade inédita; há mais dados que nunca e viveremos mais e mais em um mundo conectado. A pressão aumenta para as companhias, que precisam de um ambiente sustentável e transparente. Ao mesmo tempo, há um significativo avanço tecnológico e tudo vai convergir. A

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“A indústria do software está apenas começando”

Dezembro de 2009

nossa estratégia é entregar esta convergência para o negócio. Queremos dar ferramentas para que as empresas trabalhem neste mundo altamente conectado. Mas, sim, queremos seguir como uma companhia de software, porque, no fim do dia, tudo será software. Ninguém compra tecnologia pela tecnologia. A coisa mais inteligente a se fazer é ter o melhor software. Para isto, precisamos ser uma companhia muito inovadora e ter bons parceiros. Ao fazermos isto, criamos valor para o cliente e para os acionistas. A SAP é uma das maiores companhias no mercado de TI e somos a maior de software do mundo. Vamos continuar trabalhando para criar valor para o cliente, incluindo a América Latina, vamos ter mais inovação e também fazer aquisições quando fizer sentido. IWB — AquIsIções pArA comprAr tecnologIAs?Apotheker — Para comprar uma série de coisas, pode ser tecnologias. Estou certo de que podemos criar valor para os clientes. IWB — A sAp já dIsse que pretende que o BrAsIl Integre A lIstA dos cInco pAíses mAIs ImportAntes dentro de três Anos. como vocês vão fAzer Isto? Apotheker — O Brasil é uma das prioridades em nossa estratégia em termos de geografia; e não é desde ontem. Temos investido em laboratórios para ter desenvolvimento e suporte locais. Estamos

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Entrevista

InformationWeek Brasil

orgulhosos de suportar as maiores companhias do Brasil, mas também estamos orgulhosos de servir às pequenas. Há algumas visões sobre a SAP que queremos nos livrar. Uma delas é que somos apenas de ERP e a outra é que somos somente para as grandes empresas. Mas temos mais de 92 mil clientes e eu pergunto: quantas empresas existem na Lista Fortune 10 mil? Dez mil. Estas são as maiores empresas do mundo. Então, 70% dos nossos clientes são pequenos e médios — e isto, inclusive, no Brasil, na Argentina, no México ou na Colômbia. Outra visão é sobre preço, que somos caros, o que também não é verdade. Voltando ao Brasil, sim, vamos continuar investindo e eu quero ver o País entre os Top 3 — e não os Top 5. IWB — Quanto vocês planejam InvestIr no BrasIl?apotheker — O suficiente. IWB — sufIcIente Quanto? mIlhões de dólares...apotheker — O suficiente. O que se precisa para ser um líder de longo prazo? Muito mais. IWB — e Qual é o plano para competIr com a totvs, Que, hoje, ocupa a lIderança do mercado de erp?apotheker — Eu respeito a Totvs, o que eles fizeram, e vamos competir. Nós temos algumas coisas que a Totvs não tem, como globalização, soluções por indústria, funcionalidades e a mais recente tecnologia em um nível que a Totvs não alcança. Pois, como eu disse, o ERP é apenas um elemento. Nós temos 25 soluções por indústria com funcionalidades bem específicas para cada vertical, temos suporte global, uma maneira de inovação. A Totvs terá um tempo difícil para competir conosco. E eles não vão competir. IWB — mas a totvs tem o maIor market share nas empresas médIas, um pouco devIdo ao Que vocês classIfIcam como médIa.apotheker — A Totvs desenvolveu uma rede de distribuição muito boa e fez um bom trabalho adquirindo empresas. Nós estamos

Entrevista

trabalhando para melhorar a nossa rede de distribuição no mercado de médias empresas; e isto nem sempre vem de compras. Vamos fazer parcerias. Você vai observar um crescimento exponencial da rede de VAR no País, que vai nos ajudar na estratégia de fincar nossa marca no mercado das médias. Tenho certeza que nossas soluções podem competir muito bem. Na verdade, quando concorremos na base das soluções, normalmente, não temos de nos preocupar. Apenas precisamos ter mais exposição e oportunidades para competir — e o melhor para isto é via canal. Nós também usamos a web como veículo de distribuição e comunicação. IWB — e tudo Isto sem aBrIr o leQue, ou seja, saIr do softWare?apotheker — A indústria de software está apenas começando. Dou um exemplo para mostrar isto. A SAP é a líder mundial na indústria de utilities — cerca de 75% de todas as companhias deste segmento usam nossas soluções. Nós vamos na direção de sustentabilidade, e um elemento é como utilizar melhor a energia. Se você usa energia solar, não pode dizer quando o Sol vai nascer — o mesmo ocorre para o vento. Por isto, os sistemas têm de ser mais inteligentes: para medir e se comunicar. Somos líderes em plataformas inteligentes. Cada vez mais, você vai capturar dados e terá de analisá-los, armazená-los. Acabamos de lançar a tecnologia in-memory para analisar uma enorme quantidade de dados em tempo real e com resposta em menos de um segundo. Isto é software. Nada além disto. Outro exemplo é a internet das coisas. Cedo ou tarde, todos os devices serão inteligente e se comunicarão via internet.

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Entrevista

InformationWeek Brasil

A conectividade entre as pessoas e as coisas é um programa de software. E isto é uma grande oportunidade. Como você comanda uma empresa em um mundo em rede? Este será o negócio da SAP no futuro. Software apenas começou. IWB — Como a geração Y vaI mudar a IndústrIa de softWare?apotheker — Vai mudar radicalmente, porque esta geração não vai aceitar que não se possa se conectar todo o tempo e de qualquer lugar, que tenha de ir ao escritório para pegar um relatório ou ainda sentar em frente a uma tela chata e ter de fazer 50 ligações de telefone para ter algo resolvido. São acostumados a viver em mundo digital onde tudo acontece rapidamente. Alguma infraestrutura é necessária para isto, mas elas estão ficando cada vez mais acessíveis. Esta geração quer serviços. IWB — Como a CrIse afetou a sap?apotheker — A crise nos afetou assim como a outras companhias. Mas a questão é o que ela fez com o mundo. Estou convencido — e espero profundamente — que o mundo depois da crise seja diferente do de antes dela. Um dos tópicos principais que estamos preocupados é a sustentabilidade, e não apenas o aspecto “verde”. Todo modelo de negócio tem de ser sustentável, ou seja, que não se consuma o futuro para salvar o presente, que as pessoas não corram riscos que não querem. E só se faz isto por meio de software — e, justamente por isto, a SAP lançou um pacote completo voltado à sustentabilidade e está investindo muitos recursos nisto.

IWB — em meIo a tudo Isto, Como a sap planeja seu futuro para daquI a 20 anos? Como ela vaI se estruturar para não ser Comprada, Como o merCado espeCula?apotheker — Deixe-me falar uma coisa: o mercado não diz isto.

Dois ou três jornalistas estão dizendo isto, o que não é a mesma coisa, com todo respeito. Não sei de onde estes rumores partem. Bom, falando para daqui a 20 anos, acho que um dia a SAP terá 1 bilhão de clientes e vamos trazer para o mercado uma tecnologia tão revolucionária que vai modificar para sempre a maneira como os negócios são feitos. Você poderá gerenciar qualquer companhia em tempo real, todos os aparelhos poderão ter [aplicativos] SAP para usar os dados que estão nos nossos sistemas. Também “abraçamos” a computação em nuvem, mas ela é apenas um veículo de distribuição. Nós acreditamos que a SAP será o centro de convergência de todas as tecnologias. Vamos ajudar os negócios pequenos a competirem com os grandes e os grandes a terem a agilidade dos pequenos. Estou bem convencido de que a SAP pode crescer ano a ano de maneira sustentável. IWB — de quanto é este CresCImento? doIs dígItos ano soBre ano?apotheker — Sim, dois dígitos “baixos”. É uma perspectiva de longo prazo. IWB — Como a sap se prepara para saIr da CrIse?apotheker — Não sei quando a crise vai terminar, queria saber, mas não

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sei. A SAP passou por todos os passos para sair da crise mais forte do que entrou. Levamos ao mercado, neste ano, um portfólio inovador que ajuda nossos clientes a saírem melhor da crise. Estou absolutamente convencido de que esta companhia está superforte, com muitos bons clientes, ótima tecnologia e pessoas fantásticas. Não estou preocupado. Temos de trabalhar duro, mas todas as crises têm um fim — e esta também terá. IWB — O QUE O BUSINESS BYDESIGN REPRESENTA PARA A SAP? QUANDO VOCÊS VÃO LANÇÁ-LO?APOTHEKER — Assim que estivermos prontos. Espero que logo. No primeiro trimestre, nós vamos fazer um grande anúncio sobre o que está acontecendo com o byDesign. IWB — E QUAL É A ESTRATÉGIA PARA O PRODUTO?APOTHEKER — Falaremos no anúncio, quando daremos detalhes. IWB — COMO ESTÁ A COMPETIÇÃO COM A ORACLE?APOTHEKER — Como disse antes, eu respeito todos os competidores. Nós competimos em todos os mercados do mundo, mas temos o dobro de market share que a Oracle e nossos dados indicam que estamos ganhando mercado. Por exemplo, atualmente, oito em cada dez acordos nós competimos com a Oracle. É tudo que posso dizer. Não quero confundí-la ainda mais (risos).

IWB — COMO ESTÁ A INTEGRAÇÃO COM A BUSINESS OBJECTS? O QUE OS CLIENTES PODEM ESPERAR EM TERMOS DE NOVOS PRODUTOS? APOTHEKER — A integração está 100% concluída.

Agora temos um portfólio completo e os produtos SAP BusinessObjects podem ajudar as companhias de todos os tamanhos a melhorar processos, ter uma visibilidade de todos os dados de dentro da organização que ajudem a diretoria e os tomadores de decisão. IWB — A TAXA DE 22% DE MANUTENÇÃO É UMA DAS MAIORES RECLAMAÇÕES DOS CIOS. A SAP PRETENDE REDUZIR ESTE VALOR? APOTHEKER — O SAP Enterprise Support é um dos melhores suportes oferecidos globalmente e tem como objetivo reduzir o TCO, enquanto as empresas tiram vantagens da integração de seus produtos, minimizam os riscos e aceleram a inovação. Os 22% anuais estão posicionados nos mesmos níveis de mercado. IWB — QUANTO A SAP TEM INVESTIDO PARA MELHORAR OS SERVIÇOS DE CONSULTORIA? APOTHEKER — Consultoria é uma linha estratégica de negócio devido ao valor endereçado aos nossos clientes. E não apenas consultores da SAP como também de nosso ecossistema de 200 parceiros na América Latina. IWB — OS CONSULTORES SAP SÃO MUITO CAROS E NÃO SÃO MUITOS; O QUE ESTÁ SENDO FEITO PARA AUMENTAR ESTE NÚMERO? APOTHEKER — Com o SAP Education, vamos manter nossos investimentos nos profissionais para aumentar drasticamente o número de pessoas certificadas no mercado.

* A jornalista viajou à Alemanha a convite da SAP.

“NÓS ACREDITAMOS QUE A SAP SERÁ O CENTRO DE CONVERGÊNCIA DE TODAS AS TECNOLOGIAS. VAMOS AJUDAR OS NEGÓCIOS PEQUENOS A COMPETIREM COM OS GRANDES E OS GRANDES A TEREM A AGILIDADE DOS PEQUENOS”

Leia mais:

Confira as reportagens e fotos feitas durante viagem à sede da SAP na Alemanha em:www.itweb.com.br/iwb/sapwalldorf

Dezembro de 2009

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Estratégia

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Sergio Lozinsky é consultor de tecnologia e gestão empresarialhttp://twitter.com/slozinsky

A constante busca pelo reconhecimento

Nos últimos aNos – e particularmeNte ao loNgo da crise ecoNômica de 2008 – fui convidado várias vezes para conduzir trabalhos de diagnóstico cujo objetivo era não somente encontrar problemas e corrigí-los, mas também avaliar o “real” grau de contribuição da área de tecnologia ao negócio. a busca por encontrar ou demonstrar essa contribui-ção indica, no mínimo, que havia percepções diferentes entre o que ti julgava agregar e o que os usuários per-cebiam como valor agregado (vale dizer que em todos os casos encontrei valor agregado, independente da presença de problemas que afetavam o desempenho do departamento).

o tema é recorrente desde os primórdios dos erps, na década de 90, mas segue como uma questão mal resolvida em várias organizações. continua amplo o número de cios que acham que o trabalho da área que conduzem não é reconhecido, assim como o de usuá-rios e gestores que percebem a ti como um departa-mento confuso e arrogante.

uma forma de atacar o problema de maneira prá-tica é alocar mais tempo de análise quando os inves-timentos em novas tecnologias ainda estão sendo discutidos e avaliados. gastam-se muitas horas de-finindo orçamentos anuais e brigando por números, em lugar de qualificar bem esses valores. as justifi-cativas de investimentos (o chamado roi) que supor-tam esses recursos são elaboradas burocraticamen-te, buscando encontrar argumentos e números que

suportem desejos e convicções, em lugar de projetar cenários que ilustrem os benefícios e riscos que esses investimentos irão proporcionar.

ti, como um prestador de serviços que precisa de-monstrar que suas iniciativas alcançaram resultados importantes para o negócio, deveria preocupar-se em identificar, o mais cedo possível – antes mesmo de o projeto começar – onde estará o valor agregado e como desenvolver os trabalhos de modo a evidenciar esse ponto. deixar essa questão para o final, depois do desgaste natural que qualquer implementação de tecnologia traz para as organizações, é tornar a tarefa quase impossível.

Quando os projetos acabam, muitas boas ideias já fo-ram absorvidas nos processos do usuário (e, por isso, contam “menos” como valor agregado por ti). algu-mas pessoas nem lembram mais porque o projeto foi realizado pois já estão focadas em terminá-lo de qual-quer jeito. e, se a diretoria não mais participa ativamen-te do acompanhamento dos trabalhos, aí é que falar em valor agregado vai realmente cair no vazio.

todas as atividades que requerem demonstração constante de valor agregado – ti, rH, pesquisa & de-senvolvimento, marketing & comunicações – necessi-tam um trabalho pró-ativo de seus profissionais, que precisam estar “ligados” na questão do valor assim que as primeiras ideias de uma nova iniciativa surgi-rem. e essa atitude ajuda a aprimorar a abordagem e os produtos finais.

“as pessoas lHe pedem críticas, mas elas someNte Querem elogios.”

(somerset maugHam)

InformationWeek Brasil

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Depois de muita concorrência e especulação de mercado, a Vivendi fez uma oferta que desbancou as investidas da Telefônica para compra da operadora GVT. O grupo francês pode pagar R$ 7 bilhões por 100% das ações da empresa de origem paranaense. A disputa pela GVT começou em setembro quando a Vivendi anunciou uma oferta de R$ 5,4 bilhões pela companhia — ou R$ 42 por ação. Menos de um mês depois, a Telefônica disse ao mercado que pagaria até R$ 6,5 bilhões. Diante do silêncio da Vivendi, o conselho da GVT chegou a se reunir para acertar como seria o proces-so de venda, quando ficou definido que o pagamen-to deveria ser em dinheiro e que o interessado pre-cisaria ter capital para aquisição de 100% das ações.

Um dia após a assembleia, em 04/11, a Telefônica voltou ao mercado, mesmo sem pronunciamento da Vivendi, e elevou sua oferta para R$ 6,9 bilhões, o que foi visto como um importante passo em direção ao fechamento do acordo. Mas, de forma silenciosa, os executivos da Viven-di trabalhavam uma reação. O fato veio à tona em 13/11, quando a empresa francesa fez uma oferta de R$ 7,2 bilhões — ou R$ 56 por ação. Já está certa a venda de 53,7% do capital da companhia, referente aos papéis que estavam nas mãos dos controlado-res. No começo de dezembro, o grupo informou ter adquirido mais 5% do capital da GVT. Dias antes, a CVM questinou as intenções da Vivendi. O assunto ainda depende de aprovação de órgãos reguladores.

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Vivendi dribla Telefônica e leva GVT

Confirmado Depois de muita especulação, negativas por parte da fabricante e boatos de acordo com operadora chinesa, a Dell finalmente confirmou seu smartphone. O aparelho será vendido, inicialmente, na China e no Brasil, onde a empresa fechou acordo com a Claro para oferta exclusiva. Ainda não se tem detalhes sobre as configurações e nem uma data certa para a chegada do Dellphone ao mer-cado. Mas especula-se que o handset rode plataforma Android e tenha interface touchscreen.

Vivendi dribla Telefônica e leva GVT

BT lança telefonia fixa A BT (British Telecom) vai entrar no mercado de serviço de telefonia fixa (STFC) local e de longa distância (código 47) no Brasil com objetivo de fortalecer sua oferta de comunicações unificadas (UC, na sigla em inglês). “Isto é uma evolução natural da nossa presença e representa também uma men-sagem importante para os clientes”, afirmou o diretor-geral da BT para o País, Sérgio Paulo Gallindo, em entrevista ao IT Web. O movimento começou no ano passado com a aquisição da licença e a construção da rede de nova geração. O serviço está em testes há alguns meses e os primeiros clientes poderão começar a usá-lo em dezembro. A BT tem cerca de mil clientes na América Latina — todos de médio para grande porte.

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Redes sociais nas empresas

Bancarização da telefoniaBPM e SOATI verdeBusiness intelligence (BI)

Cloud computingSegurança em nuvem

VirtualizaçãoTelepresença

VirtualizaçãoTelepresença

VirtualizaçãoA promessa de ter diversos celulares lançados com An-droid até o fim de 2009, feita pelos executivos do Google no início do ano, se cumpriu. Aos poucos, a plataforma ganha força e começa a se popularizar. O último modelo a chegar ao mercado é o Milestone, produzido pela Motorola, e o primeiro a contar com a versão 2.0 do sistema operacional, que vem com suporte ao Microsoft Exchange, além de permitir gerenciar diversos e-mails em uma interface única. A ideia é competir diretamente com o iPhone.

Dezembro de 2009

Vivendi dribla Telefônica e leva GVT

Leia mais:

Em www.i tweb.com.br/iwb/especialandroid, você encontra uma sér ie de repor tagens sobre a plataforma Google, que ressal ta a adaptação do sof tware para o mundo corporat ivo.

R$ 850 milEste é o valor que a Justiça condenou o Google a pagar ao piloto de Fórmula 1 Ru-bens Barrichello. O processo correu em primeira instância. A condenação está rela-cionada a perfis falsos e comunidades ofensivas publicados na rede social Orkut.

AutorizadoAgências antitruste dos Estados Unidos e do Canadá aprovaram a venda da uni-dade Enterprise da Nortel para a Avaya por US$ 900 milhões. Em nota enviada à imprensa, a companhia afirmou que espera concluir a transação até dezembro.

SaaS em altaO Gartner prevê de crescimento 18% para a modalidade software como serviço (SaaS, da sigla em inglês). De acordo com a consultoria, até o fim deste ano, o fatura-mento do setor deve atingir US$ 7,5 bilhões. O levantamento destacou ainda que SaaS tem sido um propulsor de projetos de CRM nos últimos quatro anos.

Android: até que enfim!

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í?Um painel realizado com executivos de empresas como EMC, CA, Google e Websense, no México, chegou à se-guinte lista de prioridades para o próximo ano:

Cloud computingSegurança em nuvem

VirtualizaçãoTelepresença

Redes sociais nas empresas

Bancarização da telefoniaBPM e SOATI verdeBusiness intelligence (BI)

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20 InformationWeek Brasil

Vaivém de executivos

www.itweb.com.br/iwb/vaivem

> A Gol extinguiu o cargo de vice-presidente de TI. Com isto, Wilson Maciel Ramos, que teve papel importante no crescimento da companhia, deixou a empresa. Por lá, questões estratégicas de TI ficarão sob a responsabilidade do VP financeiro, Leonardo Pereira.

> Lisias Lauretti deixou a TecBan para assumir a TI da Serasa Experian. O novo CIO substitui Dorival Dourado que, em junho, foi promovido à vice-presidência de marketing services do Grupo Experian.

> Edson Leite é o novo CEO da Logica para América Latina. Antes ele estava na vice-presidência da unidade de terceirização de serviços da Tivit, braço de TI do Grupo Votorantim.

> Na White Martins, Jorge Santos chega para ocupar o cargo de diretor de tecnologia para a América do Sul.

> Antonio Gueiros é o novo CIO da Michelin para a América do Sul. Ele entra no lugar de Marcelo Ramires, que faleceu vítima do acidente do vôo AF 447.

> A empresa de medicina diagnóstica Dasa contratou Francisco Cunha para sua diretoria de TI. Antes ele estava como CIO da Sky.

> Na Zatix, empresa de rastreamento automotivo, Marcelo Hirata, ex-gerente de TI da Gafisa, assumiu a diretoria de TI.

> André Almeida assume a diretoria de serviços da T-Systems no Brasil. Ele terá pela frente a meta de ampliar em 20% o faturamento da área nos próximos doze meses.

> Paulo Roberto Ferreira assume a direção geral da Polycom Brasil.

Andando nas nuvens

Executivos da Salesforce.com estão animados com as projeções para o mercado de software como serviço (SaaS, da sigla em inglês) e computação em nuvem. Dados de uma pesquisa encomendada à IDC revelam que, até 2012, os gastos da TI com aplicações em cloud devem atingir US$ 22 bilhões. Talvez por este motivo, a plataforma de desenvolvimento Force.com esteja entre as prioridades, como ficou claro no evento anual Dreamforce, realizado em São Francisco (EUA) e que contou com 19 mil inscritos.

Embora ainda não represente a maior parte do faturamento, o CEO e chairman da empresa, Marc Benioff, destaca que “a plataforma de desenvolvimento tem se tornado cada vez mais importante”. Ele afir-ma que desenvolver uma aplicação no produto é até cinco vezes mais rápido e sai pela metade do custo. Para intensificar a adoção, foi lan-çada uma campanha que oferece uma versão gratuita da Force.com.

Mais que olhar para o futuro com ambição de angariar uma maior participação de mercado, a Salesforce mira na Microsoft, SAP e Ora-cle, sobretudo, na fabricante do Windows, que acaba de lançar o Azure. “Plataformas atuais ou são lentas ou complicadas e caras.” Prevendo que a concorrência seria acirrada, a Salesforce costurou, recentemente, parceria com a Adobe para levar o Flash à Force.com e, assim, proporcionar mais recursos aos desenvolvedores.

Já sobre o Brasil, a companhia garante que as perspectivas são as melhores, mas diz que não existe a intenção de abrir um escritório nacional. “Não precisamos de um escritório, porque o portal é o que tem mais valor agregado para nossos clientes”, justifica o presidente da Salesforce para AL, Enrique Perezyera.

*O jornalista viajou a São Francisco (EUA) a convite da Salesforce.com.

Vitor Cavalcanti

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IT Web TV | www.itweb.com.br/webcastsConfira o que disseram executivos de TI e telecom em entrevistas para o webcast do IT Web.

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ens:

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Publicidade móvel Companhia francesa traz ao Brasil modelo de publicidade que recompensa usuário de telefonia móvel cada vez que acessa um anúncio pelo celular.

Perfil: César Gon Fundador da CI&T conta sua história de empreendedorismo desde os tempos em que aos 14 anos comercializava programas de sua autoria. Em 1995, ele fundou a Ci&T.

Brasil melhora posição em TIC Teodoro Lopez, VP da everis, comenta pontos do Indicador da Sociedade da Informação. Brasil e Peru melhoraram posição em tecnologia da informação e comunicações.

Estratégia da NovellPresidente da subsidiária brasileira, Sérgio Toshio, revela planos da companhia e direcionamento para área de data center.

Para fazer frente à CisCo, a HP anunciou que paga-rá Us$ 2,7 bilhões pela 3Com. os conselhos de diretores das duas companhias aprovaram a negociação. em comunicado, a HP afirmou que o acordo permitirá aos clientes simplificar a sua infraestrutura de rede, além de aprimorar a capacida-de de entrega de serviços. Com a aquisição, espera-se uma ampliação da oferta de switches ethernet, com adição de solu-ções de roteamento, e fortalecimento da presença na China. o mercado reagiu bem à compra. o Gartner, por exemplo, disse que a aquisição proporciona um salto no portfólio da HP, em função da inserção de switches de core, roteadores de Wan e plataformas de segurança, complementares ao forte posicionamento na borda de Lan. além disso, para a consultoria a transação re-duziu a distância entre HP e Cisco, especialmente em termos de volume.Já reinaldo roveri, gerente de análise de mercado da iDC, afirmou que o negócio acirra a competição, trazen-do benefício para o usuário final. o especialista recorda ainda que a HP já vinha se estruturando para oferecer solução de ponta a ponta para data centers. “Começou com aquele discurso de ti dinâmica; depois foi um pouco mais agressiva para a parte de ti verde. analisando-se o portfólio faltava esta parte de rede”, justifica.Para o gerente da iDC, são três os motivos para a compra da 3Com: complementaridade de portfólio, cultura de ven-das indiretas e o esforço da Cisco por espaço no universo dos data centers.

3Com vendida para

HP

Dezembro de 2009

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www.itweb.com.br

22 InformationWeek Brasil

Blogs | www.itweb.com.br/blogs

Blogs

Confira alguns dos assuntos postados pelos blogueiros

Valer SouSaConsultor em gestão de projetos traz

uma série de posts sobre a eliminação

de personalizações durante um upgrade.

Guilherme ienoSócio-responsável pela área de Telecom

da KLA – Koury Lopes Advogados fala

sobre a chegada da Vivendi ao

mercado brasileiro.

itil na PráticaAutores fazem analogia entre o apagão

que atingiu o País em novembro e a

gestão de serviços.

JoSé milaGreAnalista de segurança da informação e

perito computacional, em dois posts,

fala sobre a profissão de perito digital,

apostando que ela estará em ascensão.

ronei SilVaSócio-diretor da TGT Consult escreve

sobre a organização de uma equipe e

como conseguir ter um time vencedor.

Frank meylanSócio da consultoria KPMG questiona se

as companhias estão preparadas para

computação em nuvem.

luiS minoru ShibataDiretor de consultoria da

PromonLogicalis faz um balanço das

últimas aquisições no mercado de TI

e telecom, fala sobre consolidação e

levanta discussão sobre futuras fusões.

Um especial do IT Web traz reportagens com dicas, ava-liação de mercado e até métodos para buscar as melhores vagas de emprego. Em uma delas, o repórter colabora-dor do portal Tagil Oliveira Ramos mapeia locais onde os headhunters fazem a busca pelos candidatos. O texto aponta que estes profissionais de recrutamento vasculham redes sociais, bancos de currículos, sites especializados e fazem uso da boa e velha rede de contatos.“O profissional de recrutamento, hoje, tem de ir muito além do seu banco de currículos”, revela Patrícia Epper-lein, sócia e diretora-geral da Mariaca, empresa especiali-zada em gestão de capital humano para executivos. Na terceira reportagem, a série traz uma lista de dicas que podem valer a contratação de um profissional. O aperfei-çoamento da língua inglesa está entre as prioridades para quem quer atuar ou mesmo crescer na área de tecnologia da informação. A quantidade de informações que vem de outros países é imensa e exige o conhecimento no idioma. “Quanto mais você estiver fluente nesta língua, mais chan-ces terá de conquistar um emprego melhor”, diz Ana Paula Mendes Oliveira, consultora de recrutamento e seleção da Ricardo Xavier (ex-Manager).O especial contempla ainda um quadro elaborado pela consultoria Talengy, especializada em TI e telecom, que pode ajudar — e muito — na identificação de oportunida-des e também na avaliação das vagas para checar se trata-se ou não de uma boa chance.

InformationWeek Brasil

Impulsione suacarreira

Ficou interessado? Acesse o especial completo em www.itweb.com.br/iwb/carreira2009.

Leia mais:

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www.itweb.com.br

24 InformationWeek Brasil

Revelados osganhadoRes

Os vencedores de cada uma das 17 categOrIas prIncIpaIs e da especIal pme de As 100+ InovAdorAs no Uso de TI fOram cOnhecIdOs em festa, na sede da IT MídIA, em sãO paulO, dIa 12/11. O estudO está em sua nOna edIçãO e cOntOu, maIs uma vez, cOm a cOautOrIa da delOItte.

01 – José roberto mantuani, da Bunge fertilizantes, e miguel petrilli, da It mídia;

02 – martha helena, da gm, e roberta prescott, da It mídia;

03 – Wilson roberto lopes, da votorantim celulose e papel;

04 – Jedey miranda, da eaton;

05 – nelson cardoso, da Br distribuidora, e carlos motti, da computeasy;

06 – marco antonio gutierrez, do Incor;

07 – nivaldo marcusso, da fundação Bradesco, e Osmar luis, da It mídia.

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Leia mais:

Cobertura especial reúne matérias, fotos e webcasts gravados com os CIOs no dia da premiação: www.itweb.com.br/hotsites/100mais2009/

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08 – Laércio Albino Cezar, do Bradesco, Miguel Petrilli, da IT Mídia;

09 – Cibele Fonseca, da Andrade Gutierrez, e Ramiro Martini, da 5TI;

10 – Roberto Carneiro, da Comgas;

11 – Bernardo Tavares, da Unilever;

12 – Alessandro Raposo, da Redecard, e Petrilli, da IT Mídia

13 – Mário Sérgio Moreira, da TIM;

14 – Marco Pereira, da Amil Participações;

15 – Paulo Vassalo, da CCEE, e Carlos Motti, da Computeasy;

16 – CIOs e representantes da indústria lotaram a sede da IT Mídia na noite da premiação.

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GestãoReportagem de capa

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14 SETEMBRO 2007Início da queda no sistema � nanceiro dos EUA — problemas no mercado de crédito levam banco de subprime Northern Rock pedir ajuda ao banco central inglês, o Bank of England. Meses depois, ele seria nacionalizado.

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NECESSÁRIONECESSÁRIONECESSÁRIO

SETEMBRO DE 2008. Esse mês ficará marcado por muito tempo na história da economia global. A quebra do sistema financeiro norte-ameri-cano disparou uma das maiores crises dos tempos recentes. Com ela, veio a escassez de crédito, volatilidade cambial, demissões e, como não poderia deixar ser, cancelamento de projetos, congelamento de investimentos, inclusive na área de tecnologia da informação. O período de apreensão teve seu ápice no pri-meiro semestre de 2009, quando empresas em praticamente todo o mundo mais sentiram os reais efeitos da recessão. Agora, pas-sado mais de um ano do início do colapso, existem sinais de recuperação. No entanto, analis-tas ainda alertam que ela não se foi por completo.

PASSADO O PIOR DA CRISE, EMPRESAS DE DIVERSOS SETORES REAVALIAM PLANEJAMENTOS E MUITAS PREVEEM EXECUTAR NO PRÓXIMO ANO O QUE PRECISOU SER ADIADO NESTE, MAS ANALISTAS AVISAM QUE, DIFICILMENTE, EXECUTIVOS TERÃO DE VOLTA AQUILO QUE LHES FOI TIRADOVITOR CAVALCANTI

SIGA A CRONOLOGIA CRISE:

17 MARÇO 2008

JP Morgan Chase oferece resgatar o rival Bear Stears.CO

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COTAÇÃO DO DÓLAR COMERCIAL NO BRASIL PASSOU DE R$ 1,91 EM 30 DE SETEMBRO DO ANO PASSADO PARA R$ 2,33 EM DEZEMBRO. O ÍNDICE BOVESPA VIVEU MOMENTOS DE FORTE INSTABILIDADE.

15 SETEMBRO 2008Banco de investimentos Lehman Brothers anuncia concordata e Bank of América compra Merrill Lynch.SE

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08 19 SETEMBRO 2008EUA anunciam pacote de resgate de US$ 700 bilhões.

21 SETEMBRO 2008Goldman Sachs e Morgan Stanley abandonam status de banco de investimentos.

16 SETEMBRO 2008Seguradora AIG é resgatada com um pacote de US$ 85 bilhões do tesouro norte-americano.

NECESSÁRIO

Dezembro de 2009

7 SETEMBRO 2008Governo dos EUA anuncia resgate das gigantes das hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, para evitar colapso imobiliário.

7 SETEMBRO 2008Governo dos EUA anuncia resgate das gigantes das hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, para evitar colapso

Ainda assim, para uma boa parcela das empresas o ano que está por vir será, em termos de projetos, aquilo que 2009 não foi. Porém, depois de um período conturbado, o que es-perar? As companhias retomarão os níveis de investimento? A luz no fim do túnel estaria acesa e pronta para iluminar os caminhos dos setores mais afetados pela recessão global? InformationWeek Brasil, por meio de entrevistas com CIOs e es-pecialistas na área, saiu em busca destas respostas. Neste momento, o que se pode dizer é que, pelo menos no Brasil, o pior já passou. Mas nada de baixar a guarda, até porque, não existe nenhuma previsão brilhante para o próximo ano.Entre os setores mais afetados pela crise está o automobilístico. No Brasil, em-presas deste segmento ganharam do governo um pacote de ajuda com isenção fiscal e respiraram com mais alívio. O benefício, entretanto, não foi suficiente para que os conglomerados retomassem investimentos, sobretudo em TI. Mi-neração, construção civil, siderurgia e metalurgia são outros setores fortemente atingidos pelo colapso econômico. Para eles pesou a volatilidade cambial. A co-tação do dólar comercial no Brasil passou de R$ 1,91, em 30 de setembro do ano passado, para R$ 2,33 em dezembro. Atualmente, com a moeda norte-america-na na casa dos R$ 1,70 — quem reclama são os exportadores. Pelos cálculos do Gartner, entre as verticais que mais reduziram os gastos com TI está um grupo que une agricultura, mineração e construção, com retração de 9,2%. Na média, as compras foram 6,8% menores.

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Isso teve um efeito cascata. Companhias de software e hardware amargaram queda nas vendas e lucros. De acordo com o Gartner, os gastos globais com software caíram 2,1% em 2009, ficando em US$ 221 bilhões. Re-sultado: demissões, milhares delas para ser mais exato. “Até setembro de 2008, o Brasil vinha crescendo muito e, quando cresce, a gordura fica escondida. Todos inves-tem, seja em infraestrutura de TI ou sistemas, agregam recursos e não dão bola para os gastos. Mas, ao chegar a crise, todos tomaram um susto e as empresas resol-veram frear”, resume Ma-rio Sacchi, consultor em tecnologia da informação na Booz & Co.

Para o especialista, o que se viu, em termos de economia e que se pode levar para TI, foi uma cla-ra divisão entre dois seto-res no que diz respeito ao comportamento diante do colapso: indústria e serviços. Este último, embora tenha desempenho muito atrelado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), traz em sua bagagem serviços essenciais como saúde e alimentação, o que acabou assegurando certo positivis-mo. Na indústria, entretanto, a história foi outra. “Quan-do houve o problema, se estabeleceu uma retração total. Só fizeram o estritamente necessário”, calcula Sacchi.

Reinaldo Roveri, gerente de pesquisa da IDC, parti-lha do cenário desenhado pelo especialista da Booz &

Co e lembra que houve um momento de análise profun-da sobre o real valor de determinados projetos para as empresas. “Elas pararam de investir e descobriram que não tinham métricas para avaliar os projetos. Alguns cancelaram tudo”, atesta.

Em Minas Gerais, na sede da multinacional espe-cializada em soldagem Esab, o CIO para América do Sul, Fernando Leite, relembra que em 2009 o segmento siderúrgico sofreu impacto muito grande, assim como

o mercado de aço, afetando a companhia. “O primeiro semestre foi muito difícil e a maioria dos projetos ficou congelada”, atesta. De acordo com o executivo, o direcio-namento agora é executar tudo o que estava planejado para este ano em 2010, mas não há garantia nenhuma de que isto, de fato, vai ocorrer.

Em 2009, entre os poucos projetos executados está o de adequação ao Sistema Público de Escrituração Digi-tal (Sped), algo muito parecido com o que ocorreu em

EM 29/09, A BOLSA AMARGAVA QUEDA DE 9,36%, MAS, EM 30/09, SUBIA 7,63%, NO CONSOLIDADO DE 2008, A DESVALORIZAÇÃO FOI DE 41,2%

6 OUTUBRO 2008Banco Central do Brasil é autorizado a comprar carteiras de créditos de bancos em di� culdades. OU

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Leite, da Esab: “O primeiro semestre foi muito difícil e a maioria dos projetos ficou congelada”

12 OUTUBRO 2008Europa apresenta plano de resgate do sistema bancário.

22 OUTUBRO 2008Bancos públicos brasileiros são autorizados a comprar, sem licitação, participação em instituições privadas.

3 DE NOVEMBROUnibanco e Itaú anunciam fusão. 5 DE NOVEMBRO

Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos.

EM 29/09, A BOLSA AMARGAVA QUEDA DE 9,36%, MAS, EM 30/09, SUBIA 7,63%, NO CONSOLIDADO DE 2008, A DESVALORIZAÇÃO FOI DE 41,2%

5 DE NOVEMBROBarack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos.

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diversas outras organizações, pois se trata de uma regulamentação, que tem de ser cumprida. “Como era obrigatório, não havia como parar. Implanta-mos com todas as variações (aludindo à Nota Fis-cal Eletrônica).” Além disto, a diretoria da Esab demandou um projeto de business intelligence (BI) para fazer o melhor uso possível das informações, um movimento que se mostrou tendência nesta cri-se. “Ele teve início em novembro de 2008 e foi uma opção da empresa mantê-lo. Para nós, é estratégico, sobretudo, na agilidade de tomada de decisão.”

O congelamento de projetos não serviu apenas para a subsidiária brasileira. Leite avisa que na Ar-gentina, também sob sua alçada, tudo ficou parali-sado. “Fizemos roll out do ERP (da SAP) em janeiro e depois trabalhamos na estabilização”, lembra. O país vizinho era o único que ainda não tinha rece-bido padronização de sistema de gestão na região. Até mesmo na China, a Esab cancelou iniciativas. “Estávamos com projeto de ERP para uma planta e foi parado. A ação de contingenciamento valeu para todos os países.”

Conforme explicou Roveri, de acordo com uma pesquisa realizada pela IDC ainda no primeiro se-mestre de 2009, com 339 empresas, as companhias priorizaram projetos de regulamentação ou com-pliance, adoção ou aprimoramento de governan-ça em TI e implementação ou atualização de ERP. “Existiu um foco em desenvolvimento para tornar a ferramenta de gestão mais poderosa e gerar mais informações”, argumenta. Para 2010, a IDC aponta que governança corporativa, BI e sistemas de ino-vação devem liderar as iniciativas em TI.

Gestão

“Até setembro de 2008, o Brasil vinha crescendo muito e, quando cresce, a gordura fica escondida. Mas, ao chegar a crise, todos tomaram um susto e as empresas resolveram frear”, Mario Sacchi, da Booz & Co.

1 Melhorar processos de negócios2 Redução de custos corporativos3 Atrair e reter consumidores4 Criar produtos ou serviços (inovação)5 Ampliar uso de informação e análise na tomada de decisão6 Consolidação de operação7 Suportar regulação8 Expansão para novos mercados9 Qualidade de produtos e serviços10 Melhorar e� ciência da força de trabalhoFonte: Gartner

Prioridades dos CIOsda AL em 2009

O que esperar de 2010

A COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE (CEPAL) CALCULA QUE A CRISE FINANCEIRA DEVE LEVAR AO MENOS NOVE

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2008 15 NOVEMBRO 2008

G20 se compromete a trabalhar para endurecer regulamentação � nanceira no futuro.

18 DE NOVEMBROCEO do Yahoo, Jerry Yang, pede demissão.

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11 DEZEMBRO 2008Governo brasileiro anuncia pacote anticrise com redução de impostos.

18 DE DEZEMBRO 2008Anatel aprova compra da Brasil Telecom pela Oi; negócio envolveu R$ 5,8 bilhões.negócio envolveu R$ 5,8 bilhões.

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OS EXECUTIVOS DE TI DEVERÃO FOCAR SEUS ESFORÇOS NAS SEGUINTES TECNOLOGIAS:

1 Computação em nuvem2 Tecnologias de análise avançada3 Client computing (a virtualização está trazendo novos caminhos para essa vertente)4 TI verde5 Renovação de data center6 Computação social7 Segurança — monitoramento de atividades8 Memória Flash9 Virtualização para disponibilidade10 Aplicações móveisFonte: Gartner

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31Dezembro de 2009

ADEUS, ORÇAMENTONem mesmo boas perspectivas

de vendas para os próximos meses têm ajudado as empresas a avalia-rem uma possível retomada de in-vestimento. A Epcos, por exemplo, grupo alemão produtor de compo-nentes eletrônicos vendido há al-guns meses para a japonesa TDK, iniciou a elaboração dos planos para 2010 e, por enquanto, além de fechar a torneira, a ordem é reduzir ainda mais os custos.

Na subsidiária brasileira, instala-da em Gravataí, Rio Grande do Sul, o gerente de TI, processos e audito-ria interna, Ricardo de Rose, explica que sua empresa foi pesadamente afetada pela crise e existe um motivo óbvio nisso: o maior cliente do gru-po é a indústria automotiva, seguida pelas fabricantes de produtos de li-nha branca, como geladeiras e free-zers. A Epcos produz componentes utilizados, por exemplo, na injeção eletrônica de um carro ou mesmo na máquina do vidro elétrico.

“A crise nos pegou muito por conta desse foco. O primeiro tri-mestre do ano não foi muito bom e o segundo trimestre, bem ruim. Com isto, tivemos corte geral em de-

senvolvimento e investimento; não apenas em TI. Atendemos apenas às obrigações fiscais com NF-e e Sped”, comenta. O orçamento de 2009 não sofreu corte — era preciso manter a casa funcionando —, mas a equipe de De Rose foi reduzida de 16 para 12. Além disto, ele garante ter gas-tado menos do que o previsto pela intensa renegociação de contratos, procedimento comum às corpora-ções nos últimos meses.

Como a empresa está em pro-cesso de fusão, De Rose ainda não sabe como será 2010 em relação a projetos, ele acredita que haverá demanda em termos de segurança e também atualização do sistema de gestão para o processo de inte-gração. Mas uma confirmação tem: o orçamento será reduzido em pelo menos 32%, mesmo com a fábri-ca brasileira estando com pedidos para os próximos três meses. “Há expectativa de melhora do mercado, mas o horizonte não é tão grande e a empresa não quer extensos projetos antes do retorno do mercado, mas a fusão pode demandar.”

De acordo com a consultoria Booz & Co., a realidade pintada por de

Rose, da Epcos, deve se tornar uma constante. Isso porque, acreditam os analistas, como as empresas perce-beram que seus departamentos de tecnologia conseguiram seguir com o barco com menos pessoas e menos dinheiro, dificilmente, retomarão os níveis anteriores de investimentos e mesmo de equipe.

“Se consegue fazer e manter in-fraestrutura, por que aumentar o custo?”, questiona Renata Serra, di-retora para estratégia de TI da Booz. “Eles enxugaram tudo o que podiam, partiram para novos modelos como SaaS (sigla em inglês para software como serviço). É mais fácil fechar a torneira. Será muito difícil retomar os índices, mas depende muito do setor. Os bancos, por exemplo, têm custo para integrar tecnologia até por conta das fusões.” Renata lembra que isso não significa que as compa-nhias deixarão de investir, mas que estarão focadas no que é estritamen-te necessário, ou seja, mobilidade, automação e outros tipos de projetos só entram em pauta se estiverem re-almente alinhados com a estratégia ou produzirem redução de custo ou ganho de produtividade.

A COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE (CEPAL) CALCULA QUE A CRISE FINANCEIRA DEVE LEVAR AO MENOS NOVE MILHÕES DE PESSOAS À SITUAÇÃO DE POBREZA NA REGIÃO

JANEIRO 2009IBM, Microsoft, SAP, Ericsson, Dell, Lenovo e Google estão entre as empresas de tecnologia que, juntas, dispensaram mais de 50 mil funcionários.

14 DE JANEIRO 2009Nortel pede concordata. Companhia enfrentava queda nas vendas e forte concorrência de empresas como Alcatel-Lucent e Huawei. Mais tarde, empresa venderia ativos de forma partilhada.

14 FEVEREIRO 2009Congresso americano aprova pacote de US$ 787 bilhões; G7 teme protecionismo.

09 MARÇO DE 2009Índice Dow Jones inicia recuperação.

18 DE FEVEREIRO DE 2009BearingPoint pede concordata nos Estados Unidos.

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GestãoReportagem de capa

COM MUITA CAUTELAO próprio Gartner (leia box na

página anterior) coloca entre as tec-nologias prioritárias do ano que vem computação em nuvem e virtualiza-ção de servidores, componentes com forte potencial de redução de custos e otimização da infraestrutura. A consultoria cita ainda o grupo de tec-nologias de análise avançada, onde estão BI e business analytics, cujos projetos, inclusive, foram adiantados por muitas companhias mesmo com orçamentos enxutos durante a crise.

Um levantamento do Forrester Group aponta que o Brasil encerrará o ano, apesar da crise, como terceiro maior mercado de TI nas Américas, com US$ 25 bilhões em compras de bens e serviços. No entanto, este va-lor reflete uma queda de 5% em com-paração com 2008. Para 2010, a con-sultoria prevê avanço de 5%.

Para Roveri, da IDC, voltar a exer-cer os níveis de gastos que se assis-tiram em 2008 será algo muito com-plicado e não porque as companhias deixarão de investir, mas justamente porque, como declarou Renata, da Booz& Co., o foco estará em projetos que tragam resultados claros — e em

um prazo mais curto. “É uma ten-dência que vem se desenvolvendo nos últimos anos. O próprio conceito de computação em nuvem refere-se à entrega de TI usando apenas o ne-cessário e tem como um dos pilares a virtualização que consiste em usar o recurso ocioso — e recurso ocioso é dinheiro perdido.”

Até a rede de fast-food árabe Habib’s teve seu momento de temor. Como explica o CIO, Geraldo Espírito Santo, o primeiro semestre foi um pe-ríodo de avaliação e muita cautela. Os executivos do grupo ainda estavam reticentes com o andar da economia e temiam iniciar projetos de grande porte e necessitar de paralisação mais à frente. “Cancelamento em si não houve, porque todos estavam aprova-dos, mas, no começo do ano, alguns ficaram em espera. Se tínhamos dez, não fizemos todos, focamos apenas naqueles que eram estratégicos para a corporação”, comenta. O que eles cha-mam de projetos não-críticos ficaram para uma segunda etapa e, provavel-mente, serão executados em 2010.

Mas, ainda assim, o CIO conseguiu implementar sistemas de controles

para o programa de universidade cor-porativa da empresa, incrementando as funcionalidades do portal, onde os funcionários podem consultar os cur-sos disponíveis e as notas. A ideia, para o futuro, é deixar o conteúdo disponí-vel por meio deste canal.

NO AZULDurante a recessão econômica,

um dos setores no Brasil que menos sofreu foi o financeiro, diferente do que ocorreu no restante do mundo. Prova disto é a intensidade de pro-jetos e demandas de TI. Na Caixa Econômica Federal (CEF), a vice-pre-sidente de TI, Clarice Coppetti, anda com a agenda cheia, mas contingên-cia de orçamento ou cancelamento de projetos, por conta da crise, não estiveram na pauta do banco.

A executiva explicou que em 2009 houve uma reprogramação de projetos, devido a questões estraté-gicas, sobretudo, a novas demandas oriundas de projetos como Minha Casa, Minha Vida (de moradia po-pular) e crédito empresarial (a CEF sempre manteve grande foco em em-préstimo para pessoa física). “Nosso

PARA CONTINUAR A ESTIMULAR O CONSUMO, GOVERNO FEDERAL RENOVA IPI REDUZIDO PARA AUTOMÓVEIS COM MOTOR FLEX, AMPLIA

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2009

02 ABRIL 2009G20 se reúne em Londres; Lideres destinam US$ 1,1 trilhão ao FMI para ajudar emergentes.

20 ABRILOracle fecha acordo para compra da Sun Microsystems por US$ 9,5 bilhões.

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28 DE JULHOIBM compra, no mesmo dia, a Ounce Labs, por valor não divulgado, e a SPSS, por US$ 1,2 bilhão, para ampliar portfólio em BI.

29 DE JULHOMicrosoft e Yahoo fecham acordo na área de buscas de olho na concorrência. Bing será ferramenta de pesquisa padrão, enquanto Yahoo cuidará da parte de publicidade online.

28 DE JULHOIBM compra, no mesmo + =

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33Dezembro de 2009

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Clarice, da Caixa Econômica Federal: nada de contingência de orçamento ou cancelamento de projetos por conta da crise

investimento até cresceu, vamos ul-trapassar os 100% do previsto. Como diminuiu o crédito no mundo, a Cai-xa e outros bancos públicos tiveram demanda muito superior e, então, readequamos produtos. Tudo isto mexe com os sistemas”, detalha.

O projeto de moradia também consumiu boas horas de trabalho, porque, como adiantou Clarice, até o ano que vem, devem ser liberados um milhão de financiamentos pelo programa do governo federal. “O cré-dito imobiliário é complexo. Um em-préstimo tem prazo de 36 a 60 meses, já no imobiliário podem ser 30 anos. A demanda cresceu 6% e estamos ex-pandindo ambientes para nos prepa-rarmos para a onda que virá.”

Mesmo com tudo isso em mente, a

executiva já pensa em 2010 como um ano em que deverá focar boa parte do esforço na implantação de um sistema de gestão de atendimento do ponto de venda, que acontecerá também por conta da demanda por crédito em to-das as suas vertentes (pessoas física e jurídica e imobiliário). Nos planos da VP, há ainda um projeto de automa-ção de processos na retaguarda com uso de imagens. Ela está aficionada para reduzir o máximo possível a cir-culação de papel na Caixa.

O momento vivido pela CEF re-flete também a situação do setor. E a mensagem que vem dos bancos entrevistados é que está tudo azul para eles. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) não foge a regra: além de investir, ele ampliou

o orçamento de R$ 150 milhões para R$ 230 milhões entre 2008 e 2009. Para o vice-presidente de TI da insti-tuição, Rubens Bordini, o banco está capitalizado e possui um sistema de gerenciamento que permitiu “nave-gar bem” durante a turbulência eco-nômica, fazendo com que as coisas andassem conforme o programado.

Um dos grandes projetos do ban-co gaúcho, neste ano, foi o de Débito Direto Autorizado (DDA), que está correndo bem, de acordo com o exe-cutivo. Sem contar as demandas ro-tineiras, como ampliação de capaci-dade ou ajustes de soluções devido ao crescimento da base de clientes, já que o banco também teve forte atu-ação na concessão de crédito. Com a cabeça em 2010, ele avisa que ainda

PRAZO DE DESONERAÇÃO FISCAL PARA MATERIAL DE CONSTRUÇÃO E ESTENDE BENEFÍCIO PARA MÓVEIS

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13 DE AGOSTOFrança e Alemanha saem da recessão.

11 SETEMBRO 2009PIB brasileiro cresce 1,9% no segundo trimestre e País sai da recessão. Indústria volta a expandir, mas investimento tem nível mais baixo desde segundo trimestre de 2003.

14 SETEMBRO 2009Casio, Nec e Hitachi anunciam joint venture de celulares. Fabricantes combinaram recursos para desenvolver celulares ultra� nos e com tecnologia LTE. União visou, principalmente, redução de custo.SE

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PRAZO DE DESONERAÇÃO FISCAL PARA MATERIAL DE CONSTRUÇÃO E ESTENDE BENEFÍCIO PARA MÓVEIS

11 SETEMBRO 2009PIB brasileiro cresce 1,9% no segundo trimestre e País sai da recessão. Indústria 14 SETEMBRO 2009

Casio, Nec e Hitachi anunciam AGOS

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França e Alemanha saem da recessão.saem da recessão.

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GestãoReportagem de capa

em dezembro ocorrerá uma licitação para renovação do data center. “O vencedor terá cinco meses para entregar o projeto e a execução deve ocorrer em um ano.”

O Banrisul assistirá ainda a consolidação e virtua-lização de servidores e à ampliação da gama de clien-tes de cartões com chip MV PKI. Eles fazem parte de um projeto mais amplo de integração com mais de 700 serviços públicos do Estado do Rio Grande do Sul. “Os funcionários públicos, por exemplo, assinarão docu-mentos digitalmente.” Desde setembro, de acordo com dados da conjuntura econômica brasileira, o País está

livre da recessão. Na ocasião, o governo havia anuncia-do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9%. Isto não significa, entretanto, que as companhias estão ou irão entrar em ritmo de festa. Como é possível sentir nos próprios entrevistados para esta reportagem, com exceção dos bancos, o clima de cautela deve prevalecer por algum tempo, provavelmente, até o fim do primeiro semestre de 2010.

“No ano que vem, as empresas voltarão a investir, mas haverá direcionamento setorial. Hoje, o que mais puxa a demanda no mercado é a Petrobras. O momento é bom para o País e saímos antes da crise. No caso dos bancos, há planejamento de longo prazo e a automação faz parte do serviço deles”, reflete Paulo Tigre, professor titular de economia industrial do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A própria Booz & Co. não se mostra tão otimista com o primeiro semestre do próximo ano. A consulto-ria acredita no crescimento econômico, na melhora do ambiente mundial, mas não aposta na retomada dos gastos para os níveis de investimento anteriores à cri-se. Eles apontam ainda que, além de manter estrutura e renegociação de contratos, os CIOs e suas respectivas companhias sairão em busca, cada vez mais, de mo-delos mais econômicos como o próprio SaaS. Mesma visão da IDC: “2010 não será um ano de explosão de investimentos. A maioria focará em governança e na redefinição de infraestrutura para investir a partir de 2011. Além disso, será ano eleitoral, o que já traz um conservadorismo maior”, conclui Roveri.

Nota da redação: Geraldo Espírito Santo anunciou sua saída da TI do Habib’s no dia do fechamento da InformationWeek Brasil.

FORRESTER RESEARCH ACREDITA EM RECUPERAÇÃO MODERADA DO MERCADO DE TI, COM CRESCIMENTO DE 5% , EM 2010

NOVEMBROIDC divulga relatório e aponta que, apesar da crise, TI brasileira deve fechar 2009 com crescimento de 5,13%.NO

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Bordini, do Banrisul: banco teve orçamento ampliado de R$ 150 milhões para R$ 230 milhões entre 2008 e 2009

13 DE NOVEMBROVivendi dribla Telefônica e compra operadora GVT. Grupo francês poderá pagar até R$ 7,2 bilhões por 100% das ações.Grupo francês poderá pagar até R$ 7,2 bilhões por

18 DE NOVEMBROIpea divulga boletim e aponta que setor de tecnologia foi um dos mais afetados pela crise. De acordo com instituto, produção dos setores de média e alta densidade tecnológica caiu 25%. Já a indústria de transformação sofreu queda de 16%.

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Em sua 11ª edição, o prêmio teve 1.219 inscritos; destes, 52 trabalhos classifi caram-se para a fi nal e concorriam em 17 CATEGORIAS. Competimos com reportagens do jornal O Povo e da revista Securit

VENCEMOSSérie de reportagem Retrato de uma Década, em comemoração aos dez anos de Informa-tionWeek Brasil, gan-hou o Prêmio Imprensa Embratel na categoria tecnologia, comunicação e multimídia — veículo especializado

7º PRÊMIO UNISYS DE JORNALISMO — A reportagem

Geração Y, de Roberta Prescott, venceu na categoria

mídia especializada

A série foi coordenada pela editora, ROBERTA P RESCOTT, com reportagens de FELIPE DREHER, VITOR CAVALCANTI, ANA LÚCIA MOURA FÉ E GILBERTO PAVONI JR., e direcão de arte de RODRIGO MARTINS.

UMA REVISTA PREMIADA

20º PRÊMIO VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO

— InformationWeek Brasil ganhou na categoria revista dirigida

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Leia a matéria vencedora em:http://www.itweb.com.br/iwb/10anos

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Se alguém disser que as redes so-ciais vieram pra ficar, não acredite. O verbo ficar talvez não seja o mais adequado para as novas platafor-mas de relacionamento e troca de informações. Isto porque elas já começam a ser pensadas para ob-jetivos maiores e mais complexos dos negócios das empresas, muito além das ações de promoção e pro-paganda. Talvez, o mais adequa-do seja dizer que as redes sociais vieram para abalar.

A TRANSFORMAÇÃO DAS REDES SOCIAIS É TÃO AMPLA E DRAMÁTICA QUE PODEMOS ESTAR RUMANDO PARA UMA NOVA ETAPA DOS NEGÓCIOS DIGITAIS, O SOCIAL BUSINESS. O TERMO AINDA NÃO É USUAL, MAS OS SINAIS JÁ ESTÃO POR AÍ

BEM-VINDO

“O poder das pessoas reunidas em comunida-des, trocando informações sobre suas vontades e expectativas, ainda vai modificar muitas coisas que conhecemos sobre as relações comerciais de hoje”, defende o professor de marketing e de arena digital da Escola Superior de Propaganda e Marke-ting (ESPM), Rodrigo Tafner. Ele é um defensor do s-commerce (social commerce). O termo pode ser traduzido por uma extensão do que se convencio-nou chamar de e-commerce, só que agora turbina-do com as redes sociais.

Um exemplo recente é o Nike Plus, um tênis fei-to para quem gosta de praticar corrida. O calçado traz um chip embutido que recolhe dados sobre a atividade esportiva, armazena tudo em um iPod e envia as informações para o site da comunidade que tem mais de um milhão de corredores ao redor do mundo. Também divulga as listas de música (playlists). O iPod conectado ao tênis percebe, por meio de um sensor, o ritmo da corrida e pode suge-rir uma trilha sonora. Há listas pra tudo. Músicas pra animar na subida, pra relaxar ao ar livre, rock pesado pra queimar mais calorias etc.

A mania das playlists favorece a loja virtual de música da Apple, a iTunes. Do lado da Nike, o entu-siasmo da comunidade incentiva pessoas a calçarem o tênis e a correr. “Isto é apenas o começo de um s-commerce. Outras oportunidades poderiam sair da interação destas empresas com seus consumidores”, argumenta Tafner. As possibilidades são muitas: CDs específicos para cada tipo de corrida, lançamentos ex-clusivos de artistas, shows, entre outros.

A etapa futura do s-commerce depende de as empresas entenderem o que os consumidores gos-tariam de comprar. Elas precisam saber lidar com

o manancial de informações da comunidade e inte-grar isso em seus processos. Detectar qual opinião ou comportamento tem chance de se tornar uma nova estratégia de negócios é outro braço do social business. “Já temos condições de evoluir no CRM social”, defende o gerente de estratégia de clientes e mercado da Deloitte, Fabio Cipriani.

A integração do CRM com as redes sociais tam-bém tem dominado fóruns de discussões sobre o novo modelo de negócios. Certas de que o cenário é promissor, empresas como Oracle, SAP, Salesforce, Microsoft e uma dezena de startups já desenvol-vem produtos específicos para este fim. “Já conhe-cemos o potencial disto nas ações de marketing. O próximo passo é levar esta interação para outros processos de negócio”, propõe Cipriani.

No CRM social, a gestão do cliente se transfor-ma na gestão da relação cliente—empresa; tudo é pensado como uma estratégia horizontal que leva ao lucro. Qualquer processo que envolva o cliente e tenha este objetivo final pode ser apoiado por uma rede social. “Quem trabalha com dados transacio-nais passará a lidar com dados conversasionais”, explica o consultor, com o apoio de um neologismo para lá de apropriado.

INOVAÇÃO SOCIALPorém, o suprassumo do s-business — a inova-

ção aberta — ainda é pouco conhecido. São teorias que expostas primeiramente em 2003 no livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology, do professor da Univer-sidade de Berkeley, Henry Chesbrough. A ideia é simples, mas a prática é complexa. O termo opõe-se ao conhecido modelo de inovação fechada, que

conta com laboratórios isolados e técnicos caros. Em substituição, seriam usados clientes, parceiros de negócio e quem mais estiver disposto a colabo-rar para aprimorar o negócio. “As redes sociais têm o papel importante de fazer a ponte entre a neces-sidade de inovação da empresa e as comunidades dispostas a colaborar”, comenta o professor de ino-vação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda.

Já existem exemplos. O Fiat Mio foi construído com ideias enviadas por milhares de pessoas ao redor do mundo por meio do portal http://www.fiatmio.cc. A cafeteria Starbucks mantém o site My Starbucks Idea para coletar insights sobre como suplantar a nova concorrência do McDonald’s. Há outros casos, e todos devidamente apoiados por uma rede social aberta ou privada. “São grandes empresas, mas a inovação aberta é perfeita para as pequenas e médias, porque seu custo é baixíssi-mo”, acrescenta Arruda.

Basta um pouco de pesquisa e algumas conver-sas para ver que o “s” está realmente migrando para dentro do negócio. É bem provável que ele seja mais uma evolução do que uma revolução. Porém, não há como esquecer que, quando o conceito de e-bu-siness surgiu, ele também não foi compreendido na sua totalidade. Hoje, não há empresa que não tenha ao menos um processo e-alguma-coisa. E, juntando estes casos e opiniões aqui e ali, é bem provável que estejamos migrando para o s-alguma-coisa netse exato momento. Sua empresa está preparada?

ao s-business

IWB

Leia mais:

Esta matéria faz parte de uma série de reportagens que InformationWeek Brasil e o portal IT Web publicam entre setembro e dezembro. O especial completo está em www.itweb.com.br/iwb/redesocial.

Gilberto Pavoni Junior, especial para InformationWeek Brasil

36 InformationWeek Brasil Dezembro de 2009

Gestão

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Segurança

Uma recente pesqUisa da pricewater-hoUsecoopers sobre a sitUação mUndial da segUrança da informação nas empre-sas reveloU qUe o tema, no brasil, alcan-çoU a “maioridade”. Um dado revelador é que as companhias nacionais atingiram posição de liderança global em relação a investimentos para a implementa-ção das práticas essenciais do programa de maturida-de em segurança.

a avaliação de riscos corporativos, conduzida duas vezes ao ano, e a priorização dos ativos de informação, sistematicamente, de acordo com os níveis de risco, são alguns desses exemplos. além disso, em relação às me-didas gerais de segurança, as brasileiras parecem mais avançadas do que as europeias.

as companhias nacionais, diferentemente das em-presas da europa, conhecem muito mais a respeito dos números, tipos e fontes de ataques sofridos nos últimos 12 meses. no brasil, as empresas aproveitaram a crise mundial para promover a importância da segurança da informação e de seus papéis e responsabilidades. por fim, os investimentos, por aqui, têm sido justifica-dos com base em valor agregado e necessidades para o negócio e não apenas nas necessidades legais e regula-mentares, como feito pelos europeus.

a evolução no brasil e na américa do sul parece ser consistente e sustentável. isto porque, 82% das empre-sas na região revelam que irão aumentar ou manter os investimentos em segurança da informação nos próxi-mos 12 meses, representando o maior percentual den-tre todos os continentes.

outros aspectos revelados pela pesquisa confir-mam o fortalecimento da área em nosso país. os gestores de segurança expandiram suas atuações. no brasil, 50% das organizações tem a posição de ciso; nos estados Unido, 42% e na europa, 37%. en-tre as brasileiras, 75% consideram o investimento em soluções de data loss prevention (dlp) como priori-tário ou importante, indicando foco e prioridade na proteção de dados.

além disso, 78% já contam com soluções de virtuali-zação, o que confirma “cloud computing” na agenda da segurança. o uso de redes sociais no trabalho tem au-mentado e algumas empresas tem se preparado para fechar os gaps, seja pela adoção de tecnologias seguras que suportam web 2.0, seja por meio de monitoramento e auditorias regulares.

o destaque deste ano na pesquisa é a china, cujas empresas direcionam esforços para o alcance do pa-drão “classe mundial” em segurança da informação. claramente o tema é prioridade às organizações do país, seja pelo aumento da complexidade empresarial e da regulação do mercado ou pelos riscos adicionais advindos da crise econômica mundial.

apesar das diferenças regionais, o futuro para a se-gurança da informação é promissor. as expectativas das empresas no âmbito da segurança são focar primei-ramente nos principais riscos, aprimorar o processo, as práticas e a tecnologias de proteção de dados, investir no alinhamento da estratégia de segurança, melhorar a eficiência e reduzir os custos.

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Edgar D’Andrea é sócio da área de segurança e tecnologia da PricewaterhouseCoopers

Brasil mais consciente

InformationWeek Brasil

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3 ARTIGOS ESPECIAIS

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EMPRESAS FORNECEDORAS TAMBÉM SÃO USUÁRIAS DE TI. PARA ENTENDER UM POUCO DESTA DINÂMICA QUASE REVERSA, CONVIDAMOS GESTORES DE TRÊS PROVEDORES COM RAÍZES NO BRASIL PARA FORNECEREM UMA VISÃO INTERNA DA ÁREA QUE DIRIGEM. ESTES EXECUTIVOS CONTAM COMO TRABALHAM PARA IMPULSIONAR A ESTRATÉGIA PELO USO DA TECNOLOGIA, REFLETEM SOBRE OS COMPONENTES DE INOVAÇÃO, A CULTURA CORPORATIVA E OS CONCEITOS QUE, AOS POUCOS, DEIXAM DE SER TENDÊNCIAS PARA VIRAREM REALIDADE.

VISTO POR DENTRO

Carlos Pulici | Rodrigo Suzuki | Carlos Maurício Ferreira

Processo versus TI. Carlos Pulici, CIO da Simpress, refl ete sobre o equilíbrio entre tecnologia e cultura corporativa para promover a inovação.

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Computação em nuvem é uma das buzzwords do momento. Carlos Maurício Ferreira, CIO da Algar Tecnologia, expõe sua visão sobre o tema.

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Rodrigo Suzuki, gerente de TI da PromonLogicalis, destaca a importância do envolvimento das pessoas nos projetos de segurança da informação.

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Recentemente, conversando com um grupo de colegas que havia acabado de finalizar um MBA internacional, foi possível notar que muitos acumulavam frustrações pelo fato de não terem apren-dido nada de novo. Chegaram a questio-nar se a universidade era realmente tão renomada como todos falavam.

O acesso rápido e globalizado à informação socializou aquelas antigas so-luções mágicas que só eram conhecidas por poucos. Será cada vez mais difícil en-contrar grandes novidades. Na verdade, se este assunto não for bem entendido, muitas frustrações ainda aparecerão.

A tecnologia perde um pouco sua hege-monia, passando a ser tratada como uma das variáveis de um contexto mais amplo que visa buscar equilíbrio entre os pro-cessos da companhia. O resultado, assim, aparecerá na habilidade de moldar cada uma das soluções. Aqui temos um ponto

importante para entendimento.No entanto, enquanto a solução basea-

da em tecnologia tem uma característica de ser mais padronizada, orientá-las por processo, buscando harmonia com os aspectos culturais de cada empresa, faz com que sejam quase que únicas para cada caso.

Com isso, o desafio fica ainda mais difícil. As soluções desenhadas ficam ob-soletas mais rapidamente e precisam ser reinventadas a todo o momento. Cada novo ciclo de revisão precisa ser mais inteligente que o anterior, mais rápido e lucrativo, além de produzir mais valor para os clientes.

Nesse contexto, a área de tecnologia precisa romper as fronteiras da TI e ir além da implantação das soluções. Deve se comprometer com o resultado da operação, garantir que o novo cenário proposto esteja aderente à cultura, aos

processos e à realidade tecnológica da companhia. Já vi ótimas soluções de mobilidade fracassarem após sua implan-tação, seja por questões culturais ou de processos. A proposta deve ser estrutura-da em conjunto com a área de processos desde sua concepção. A tecnologia deve ser dosada de maneira assertiva. A overdose de tecnologia dentro de uma solução pode comprometer seu custo ou até sua implementação. Por outro lado, a carência pode trazer sérios impactos para a criação de uma saída inteligente, ágil e eficiente.

Dessa forma, a gestão de TI com foco em processos e participação ativa nos resultados da operação ajuda a estreitar aquela infindável distância que ainda existente entre a área de tecnologia e a diretoria estratégica da companhia, trazendo inúmeros benefícios, tanto aos profissionais como para os negócios.

EntrE a inovação E os rEsultados

A áreA de TI, já há Algum Tempo, deIxou de ser vIsTA exclusIvAmenTe como umA provedorA de TecnologIA, nA quAl Tudo que se propunhA erA norTeAdo pelo pIoneIrIsmo dAs soluções. É fato que a inovação foi, e sempre será, um elemento de diferenciação para todos os nichos de mercado, mas não pode ser carregada de responsabilidade a ponto de ser fator de sucesso da maioria das soluções.

CIO Insight Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

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A overdose de tecnologIA dentro de umA solução pode comprometer seu custo ou Até suA ImplementAção. por outro lAdo, A cArêncIA pode trAzer sérIos ImpActos pArA A crIAção de umA sAídA IntelIgente, ágIl e eFIcIente

InformationWeek Brasil

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Um passo além da segUrança de TIAo fAlAr sobre segurAnçA dA InformAção, é muIto comum surgIrem AlgumAs polêmIcAs. Quando abordado por profissionais de tI, é bem provável que a conversa caminhe para discussões sobre firewalls, antivírus ou sistemas de controle de acesso. estes aspectos continuam sendo muito importantes para qualquer empresa e sempre merecerão a devida atenção e, principalmente, investimento. entretanto, a segurança depende de muitos outros fatores que nem sempre nos chamam a atenção, em especial os relacionados aos usuários dos sistemas e ao monitoramento do ambiente.

rodrIgo suzukI é gerente de tI da promonlogicalis

Se o volume de incidenteS regiStradoS for muito baixo, provavelmente a detecção ou a notificação deSSeS eventoS pode Ser deficiente. Já, Se for elevado demaiS, pode denotar falha de controleS

Dezembro de 2009

A pergunta é: como garantir que a segurança da informação conti-nue evoluindo depois da implemen-tação de uma nova ferramenta ou de um hardware, por exemplo?

Uma boa abordagem é propor-cionada pela Norma ISO 27001, que oferece um conjunto de processos para garantir a evolução contínua da segurança e que pode ser facilmente implementada. Um de seus requisitos é a avaliação de riscos do ambiente para identificar problemas e oportunidades de me-lhorias em processos, ferramentas e treinamento de pessoas.

Essas avaliações podem gerar indicadores interessantes de níveis de riscos. Quando conduzidos em períodos pré-determinados, possibilitam mapear a evolução da segurança de ambiente em sua empresa, servindo como subsídio para direcionar os investimentos.

Checar o número de incidentes registrados nos últimos seis meses é um indicador simples de se obter e que pode auxiliar nesta tarefa. Se o volume for muito baixo, provavel-mente a detecção ou a notificação desses eventos pode ser deficiente. Já, se for elevado demais, pode denotar falha de controles. Essa interpretação ajudará a identificar possíveis pontos de melhoria tanto em tecnologia, quanto na conscien-

tização dos usuários que podem ter deixado de notificar tais incidentes.

Aliás, os usuários merecem uma atenção especial, pois deles se originam boa parte dos proble-mas de segurança. Cada um de nós conhece inúmeras ‘histórias de terror’ envolvendo o com-portamento indevido de pesso-as. Muitas vezes é mais efetivo conscientizá-las de suas responsa-bilidades do que tentar bloquear todas suas possibilidades de erro. Para isso, as políticas corporativas devem ser comunicadas de forma constante a todos.

Estas ações são vitais para o su-cesso de qualquer implantação de segurança da informação, já que os benefícios dos investimentos reali-zados nem sempre são perceptíveis para os executivos da companhia.

Com a implementação de todas as recomendações da ISO 27001, a certificação será consequên-cia natural, bastando apenas a contratação da auditoria de um órgão certificador para verificar as políticas, os processos e os proce-dimentos implantados. Embora as empresas nem sempre encarem a certificação como finalidade, este pode ser um bom objetivo a ser perseguido, pois fará com que os requisitos da Norma sejam sempre aplicados de modo adequado.

enTre a Inovação e os resUlTados

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CIO Insight Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

Cloud Computing é, sem dúvida, uma das prinCipais buzzwords do momento na área de ti. Como o período é de altas expectativas, os fabricantes exploram o conceito de uma forma um pouco indisciplinada, agregando-lhe todas as novidades ou melhorias implementadas em suas plataformas de computação.

Reflexões sobRe a nuvem

Para os Provedores de serviços, o maior desafio será resolver a equação investimento-receita

Carlos mauríCio Ferreira é Cio da algar tecnologia

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É natural que o mercado e, especialmente os cios, recebam grande quantidade de informa-ção, que pode criar confusões conceituais, levando a dúvidas quanto à sua efetividade ou mes-mo à sua importância. contudo, computação em nuvem veio para ficar. mais que uma tecnologia ou plataforma, trata-se de uma evolu-ção na forma de disponibilizar a ti e, principalmente, de um novo modelo de negócios.

o conceito de cloud foi tomado emprestado do universo de telecom e internet. nestes ambientes, utiliza-se uma nuvem para se abstrair das topologias de equipamentos e links utilizados na implementação de uma rede de comunicação, sendo que a nuvem representa todos os equipamentos e enlaces que compõe uma rede.

a nuvem vem para resolver problemas de economia de recur-sos de infraestrutura, oferecendo vantagens de independência geográfica, escalabilidade e elasticidade.

uma forma de se entender a cloud computing é fazer uma analogia com o provimento de serviços públicos. ao se utilizar ou mesmo ao se estabelecer um contrato com uma concessioná-ria de energia, por exemplo, os clientes não questionam qual a fonte geradora de eletricidade, se provém da hidrelétrica a ou B, ou se é oriunda de uma usina termoe-létrica ou termonuclear.

as unidades geradoras estão

todas interligadas a um sistema ou a um barramento, a partir do qual os recursos são disponibilizados aos clientes. então, neste modelo de prestação de serviço está presente uma independência geográfica da fonte geradora do recurso, e ele é suficientemente projetado para ade-quar-se, dentro de limites pré-estabe-lecidos, para suportar a sazonalida-de da demanda dos clientes.

o bom de uma tecnologia ou con-ceito emergente é quando ele traz ganhos para o parque instalado. neste sentido, a cloud computing já entra ganhando. Por exemplo, os mainframes ganharam um novo destaque, pois agora é possível compartilhar os excelentes recursos de i/o (input/output) entre diversas aplicações ou mesmo empresas. era algo impensado no passado. este ponto é também importante porque pode-se destacar aqui a indepen-dência da plataforma física trazida pela computação em nuvem.

Para os provedores de serviços, o maior desafio será resolver a equação investimento-receita. no modelo convencional, os recursos são adquiridos após o fechamento do contrato com o cliente. na com-putação em nuvem, eles precisam investir primeiro para construir a in-fraestrutura de suporte ao serviço, ou seja, antes do fechamento dos contratos com os clientes.

não por acaso, segundo o Gartner, a confiança no desempe-nho do serviço é o tópico de maior importância na relação entre cliente e fornecedor.

InformationWeek Brasil

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46 InformationWeek Brasil

Indústria

Brasil virou mesmo destino das empresas. e, aqui, elas planejam ganhar mais força avançando na prestação de serviços para companhias nacionais e filiais de players gloBais, que estão se

preparando para conquistar mercados emergentes

a gloBalização não ter-minou ainda para as em-presas indianas prestado-ras de serviços de ti. Após se estabelecerem em dezenas de países com infraestrutura suficiente para suas políticas expansionistas – o Bra-sil entre eles –, empresas como Tata Consulting Services (TCS), Infosys, Wipro e HCL buscam expandir suas fronteiras. Desta vez, os limites ex-plorados não fazem parte da geo-

grafia que pode ser acompanhada em mapas-mundi. Estas corporações com faturamento na casa dos bilhões de dólares tentam explorar novos ter-ritórios dentro do próprio negócio e do mercado onde se instalaram.

O resumo da estratégia está bem explicado em uma recente entrevis-ta que o CEO da TCS concedeu ao jornal Financial Times. Natarajan Chandrasekaran argumentou que a empresa almeja ser global em servi-

ços completos e integrados. Por trás deste jargão, os concorrentes podem esperar muito mais ofertas de solu-ções com qualidade internacional-mente reconhecidas, tudo com preço competitivo (característica destas companhias). Na mira das indianas estão possíveis clientes que planejam expandir negócios para o mercado externo e as corporações globais que pretendem melhorar o posiciona-mento no Brasil.

Invasão indiana

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47Dezembro de 2009

Gilberto Pavoni Junior, especial para InformationWeek Brasil

O País está na rota das indianas de TI desde 2002, quando a TCS, bra-ço tecnológico do Grupo Tata estabe-leceu-se por aqui. A companhia é a maior exportadora de TI da Índia e de longe a mais experiente no merca-do brasileiro. A Wipro, outra gigante vinda do oriente, aportou por aqui em 2006, após comprar a Enabler, uma fornecedora de tecnologia do Grupo Sonae, presente no Brasil des-de 1997. A Satyam chegou em 2007,

almejando o mercado da América Latina. E, em 2009, HCL e Infosys se juntaram às suas conterrâneas. To-das, contudo, ainda mantêm opera-ções modestas se comparadas às de suas matrizes ou à de outros centros de desenvolvimento na Europa e Ásia. São bem menores também que gigantes americanas instaladas no Brasil, como IBM, HP e EDS (compra-da pela HP em maio de 2008). Porém, o tamanho delas por aqui não corres-

ponde à presença mundial. Só a TCS tem cerca de 144 mil funcionários es-palhados por 42 países e faturamen-to global de US$ 6 bilhões.

A mais recente destas empresas a mostrar a força de seus planos no Brasil é a HCL, que tem faturamen-to mundial de US$ 2,5 bilhões. Em setembro, a companhia anunciou a criação do seu centro global de desenvolvimento de TI (delivery center), em São Leopoldo, no Vale

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48 InformationWeek Brasil

Indústria

do Sinos (RS), um dos polos de excelência tecnológica brasileiros. A instalação da empresa em território nacional é uma prova de que o Brasil virou mesmo destino das indianas de TI. Até então, a HCL concentrava suas operações na Ásia, Europa e América do Norte, empregando 59 mil funcionários.

Os planos da empresa são mais ambiciosos. A expectativa é ser um grande empregador e mudar os rumos dos negócios de TI do País. Na Irlanda, por exemplo, a companhia também iniciou com uma operação parecida com a brasileira há oito anos. Hoje, emprega mais de 9 mil funcionários e domina o mercado de serviços.

Por aqui, a HCL investiu US$ 2 milhões na operação e espera contratar 300 engenheiros para traba-lhar no centro até 2012. Sem revelar nomes, a empresa afirma que já atende no Brasil uma grande em-presa farmacêutica, uma editora de nível mundial, uma companhia de infraestrutura de telecomuni-cações e um varejista local. Atualmente, a HCL tem cerca de cem engenheiros. “Nossos planos são de crescer em novas frentes, auxiliando as empresas em seus negócios”, diz o CEO, Shami Khorana. O discurso do executivo é bem diferente daquele que fez a fama de companhias indianas. Após terem seu potencial técnico e custos baixos relevados para o mundo durante os trabalhos de adequação para o Bug do Milênio, estas organizações se notabilizaram por oferecerem o chamado body -shop, quando assumem todo o operacional de serviços de TI.

Uma década depois, o modelo mudou. A oferta atual não é a capacidade de assumir trabalhos mo-numentais. O que elas pretendem oferecer ao mercado nacional é uma chance de entrar na globaliza-

Brasil ainda tem muito a evoluir no modelo global dos serviços terceirizados em TI

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Espere mais indianasO Brasil pode esperar a chegada de mais empresas indianas. “Elas têm vindo e feito muitas reuniões, creio que duas ou três devem se posicionar por aqui no próximo ano”, aponta o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Antonio Carlos Rego Gil. São, de uma forma geral, companhias de TI. Mas pelo menos uma delas está entre a lista de “as dez mais de BPO” destacadas pela National Association of Software and Service Companies (Nasscom), que inlcui Genpact, WNS, Daksh, Firstsource, Aditya Birla Minacs e Aegis BPO.

ção, terceirizando os serviços dos clientes e deixando-os no mes-mo nível de controle e qualidade de qualquer player mundial. As indianas acreditam que a experiência em lidar com padrões globais e ferramentas mundialmente aceitas irá seduzir novos clientes por aqui, sejam eles genuinamente brasileiros, com ou sem operações internacionais.

Sem fronteiraSÉ o que se pode chamar de nova fase da globalização. Seduzi-

das pelos mercados emergentes, diversas companhias em todo o mundo tiram da gaveta seus planos de atuação no exterior e bus-cam parceiros que possam ajudá-las a serem viáveis e respeita-das em qualquer país. Nesta seara, entra a virtude das indianas. “Queremos atender os clientes de qualquer lugar e em qualquer lugar”, resume o presidente local da TCS, Cesar Castelli.

Essa falta de fronteiras é o ponto central do novo modelo al-mejado. As empresas indianas já descobriram que os clientes glo-bais não se importam se uma parte do negócio é gerenciada no Brasil, com mão-de-obra irlandesa, desenvolvimento romeno e

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Khorana, da HCL: investimento de US$ 2 milhões em delivery center

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destinado ao mercado americano que fala espanhol. “Basta que tudo funcio-ne dentro do que foi contratado e com processos entendidos por qualquer pessoa e em qualquer país”, diz o di-retor da Wipro para América Latina, Fernando Estrazulas.

A Wipro é um exemplo desse novo modelo. O centro de business process em Curitiba (PR) é uma plataforma de TI para seus clientes como a cer-vejaria Ambev, uma das mais globa-lizadas companhias brasileiras, com marcas emblemáticas como Budwei-ser, Stella Artois, Quilmes e Beck’s. A unidade brasileira oferece serviços compartilhados em vários processos de negócio para as operações da hol-ding para toda a América Latina. À

medida que o cliente aumenta sua participação em mercados interna-cionais, a Wipro vai usando sua ex-periência em lidar com TI ao redor do mundo para facilitar o fluxo de informações e a gestão do negócio.

Trata-se de uma transformação. As empresas de TI indianas se encami-nham para transformar as fronteiras em algo sem a menor importância. É um modelo no qual — acreditam as indianas — todos ganham. Os clien-tes garantem um modelo de infraes-trutura e serviços de TI terceirizados e mundialmente reconhecidos; os técnicos têm a chance de trabalha-rem em projetos internacionais; e as fornecedoras de diminuírem o risco e o custo dos próprios negócios.

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Indústria

O Brasil cOmO platafOrma mundialNo modelo global dos serviços

terceirizados em TI, o Brasil tem muito a evoluir. O estudo sobre as principais cidades para este tipo de negócio, conduzido pela con-sultoria Tholons e pela publicação especializada Global Services, não aponta nenhuma cidade brasileira na lista das oito mais requisitadas. No ranking, seis são indianas: Ban-galore, Déli, Mumbai, Chennai, Hyderabad e Pune. Completam a lista: Manila (Filipinas) e Dublin (Ir-

landa). O País só aparece com des-taque no ranking geral das nações, sendo a quinta colocada, e na lista das cidades emergentes. São Paulo, na oitava colocação neste quesito, é considerada, pelo estudo, um óti-mo local para operações de contact center multilínguas, serviços de ge-renciamento de infraestrutura (in-frastructure management services), desenvolvimento de produtos e testes. Curitiba (11º), Rio de Janeiro (21º) e Brasília (41º) também são cita-das. Recife, entra como uma das dez aspirantes para, nos próximos anos, figurar no ranking das 50 mais. As

líderes, respecti-vamente, são: Cebu (Filipinas), Xangai, Pequim (ambas na China), Cracóvia (Polônia), Ho Chi Minh (Vietnã), Buenos Aires (Argentina) e Cairo (Egito).

Não há, também, como compa-rar as forças. TCS, HCL, Wipro, In-fosys e suas compatriotas tiveram vendas externas de US$ 47 bilhões em 2008. Por aqui, o volume de ex-portações de TI foi de US$ 2,2 bi-lhões no mesmo período. Mesmo assim, o Brasil é considerado um local estratégico pelas indianas. “O País está situado numa conjunção de fusos horários que o torna atra-ente para qualquer tipo de servi-ço”, aponta Estrazulas, da Wipro.

É uma posição geográfica real-mente privilegiada. Vivemos prati-camente o mesmo horário comercial dos Estados Unidos, o que facilita a prestação de serviços no período diurno. Porém, se a demanda vem da Índia, nossa vantagem é exata-mente a oposta, possibilitando que trabalhos iniciados na matriz des-sas empresas possam continuar no que seria noite adentro para eles. “Já para a Europa, é como se acor-dássemos um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde, o que facilita quando a necessidade é de comple-tar alguma demanda iniciada no horário comercial europeu e que deve ficar pronta no dia seguinte daquele continente”, completa.

Essas virtudes e a capacida-

O tamanho da TI na ÍndiaAs exportações do setor chegam a US$ 47 bilhões • As vendas totais, incluindo o mercado interno, devem encerrar o ano em US$ 60 bilhões• O setor representa 5% do PIB indiano• Até 2020, as exportações devem chegar a US$ 175 bilhões• As maiores exportadoras de TI indianas fizeram aquisições nos últimos dois anosFonte: National Association of Software and Service Companies (Nasscom)

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Castelli, da TCS: "Queremos atender os clientes de qualquer e em qualquer lugar"

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de de técnicos brasileiros de li-

darem com desen-volvimento complexo

têm feio o País se consoli-dar como destino para os ser-

viços tradicionais de outsourcing e offshore. O estudo “The Impact of the Global Economic Downturn on Outsourcing and Offshoring”, encomendado pela Sociedade para a Promoção da Excelência de Sof-tware Brasileiro (Softex) junto ao Everest Institute, aponta que o Bra-sil traz grandes vantagens na soli-dez econômica e na estabilidade social, além de ter boa qualificação da mão-de-obra, principalmente

nas áreas bancária, segurança e de telecomunicações. Os desafios futuros ainda são enormes. Neste mundo sem fronteiras para os ne-gócios, que as empresas de TI in-dianas estão criando, o Brasil tem concorrentes fortes. De acordo com pesquisa elaborada pela consultoria A.T. Kearney, o País deve competir com outros emergentes, como Chi-na, Argentina, México e Chile, para dividir os US$ 101 bilhões que serão movimentados no setor em 2010. “O mercado é grande e cabe todo mun-do, inclusive, as brasileiras”, destaca o diretor da Wipro, Estrazulas. “Bas-ta que elas se posicionem nesse novo cenário globalizado”, ensina.

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Estrazulas, da Wipro: “O mercado é grande e cabe todo mundo, inclusive, as brasileiras”

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Telecom

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Luís Minoru Shibata é diretor de consultoria da PromonLogicalis. Twittando: @luisminoru

E o procEsso dE consolidação das Em-prEsas do sEtor continua. no Brasil, En-quanto a oi dá andamEnto a fusão com a Brasil tElEcom, a tim Está Em vias dE in-tEgrar as opEraçõEs da intElig. nesse meio tempo, o mercado também aguarda a finalização das negociações envolvendo a vivendi para, em breve, termos uma gvt turbinada no processo de expan-são. o movimento das operadoras tem um foco de ganho de escala e, principalmente, geográfico.

no mesmo processo, mas com foco na complemen-taridade de produtos e serviços, o lado dos vendors – ou os fornecedores das operadoras* – passa pelo mesmo momento. recentemente as divisões da nor-tel de negócios corporativos, redes óticas/ethernet e cdma/gsm foram adquiridas pela avaya, ciena e Ericsson respectivamente.

Enquanto a cisco aguarda resposta final da em-presa de soluções de videoconferência tandberg, e a oracle espera os pareceres legais na Europa para a aquisição da sun microsystems; a Hp anuncia a aqui-sição da 3com. isso sem mencionar as diversas aqui-sições de empresas menores que são relatadas quase que semanalmente.

na tentativa de entender qual o impacto deste mo-vimento, seja para as empresas ou para os profissio-nais do mercado de telecomunicações aqui no Brasil, tenho provocado este tema sempre que posso. não é uma pesquisa científica, mas garanto que a amostra é bem qualificada.

É interessante notar que todos concordam que o hoje Brasil atrai uma atenção muito maior de pers-

pectiva positiva de negócios. com exceção da viven-di, ninguém se lembra de alguma aquisição motiva-da pela presença no Brasil ou américa latina. daqui para frente este movimento já será mais possível de acontecer, tendo em vista a elevação do status do país diante das perspectivas de investimento em infraes-trutura nos próximos anos.

a chegada da vivendi traz algumas incógnitas. É esperado que os franceses partam para obter uma operação móvel ou que se aproximem do mundo de aplicações e conteúdo para combinar com a base já existente da gvt. no caso da operação móvel, levan-do em consideração o cenário atual, é mais provável que eles realmente participem da licitação da banda H de 3g. todos que mencionam a tim como uma possibilidade para a vivendi sabem também que ela é remotíssima – mas não impossível.

quanto ao mundo dos fornecedores, as empresas que mais têm se destacado como os grandes com-pradores são Hp, iBm, cisco, oracle e Ericsson. das empresas potenciais e alvos de negociação, as que eu mais ouvi falar foram dell, motorola e polycom. curioso notar que o pessoal ainda não enxergou os chineses – que são os que mais crescem e “incomo-dam o mercado” – fazendo aquisições por terem um modelo de desenvolvimento de negócios à parte. * não estou considerando nesse texto os fabricantes de aparelhos

Consolidação constante

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Ana Lúcia Moura Fé, especial para InformationWeek Brasil

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Setorial

para oA postos

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COm a CrIse mundIal pratICamente nO retrOvI-sOr, O varejO brasIleIrO aCende as luzes dO natal em ClIma de OtImIsmO. O índice de confiança do consumidor medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Feco-mércio), por exemplo, atingiu 153,1 pontos em novembro, contra 132,6 no mesmo período do ano passado — em escala onde acima de 100 significa otimismo. Isto eleva as expectativas de vendas gordas no fim do ano e coloca a área de tecnologia da informação das redes em estado de alerta máximo. Não é para menos. Em datas de pico nas vendas, falhas ou sobrecargas em equipamentos e sistemas podem resultar em grandes prejuízos financeiros, além de anular esforços realizados ao longo do ano, como investimentos em tecnologia para melhorar a logística de distribuição ou tornar mais ágil o atendimen-to da clientela nas lojas.

Leandro Balbinot, CIO da Lojas Renner, explica como a rede de lojas de departamentos de vestuário se prepara para dezembro, mês que responde por 20% das vendas anuais da empresa. “Temos um plano que cobre os ecossistemas mais críticos de TI, sujeitando-os a mais monitoramento e mais contingenciamento”, diz. Este ano ele contou com um recurso extra para avaliação de impactos, riscos e controle de investimentos de TI. Trata-se do guia Cobit (control ob-jectives for information and related technology), que considera um dos investimentos mais importantes da empresa em 2009. Além dis-to, sofisticou sua inteligência analítica com nova versão de business intelligence (BI). “Contamos agora com solução de BI baseada em lis-ta de exceções, que entrou em operação apenas recentemente, mas já trouxe benefícios perceptíveis nas tomadas de decisão relacionadas com estoques”, diz o executivo.

Outra inovação da Lojas Renner, em 2009, ocorreu na área da mo-bilidade. Em algumas lojas, os consumidores já se beneficiam com a comodidade do caixa móvel, ou seja, pontos de vendas (PDVs) sem fio que podem ser deslocados até o cliente, tornando mais rápido o atendimento e reduzindo filas. A previsão era fechar novembro com a facilidade disponível em 14 lojas. Balbinot também corre contra o tempo para promover a estreia da empresa no mundo virtual, um território já conquistado por grandes concorrentes do segmento de roupas e acessórios, como Hering e Lojas Marisa. A expectativa da TI é inaugurar o seu e-commerce até março de 2010. Mas, se depender do desejo do CIO, a experiência começa antes do Natal, ao menos com produtos de perfumaria.

O ano também marcou o avanço da rede de vestuário em direção à web 2.0. “Selamos parceria com o Google e estamos usando seus

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para o

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56 InformationWeek Brasil

Setorial

aplicativos em software livre para transformar nossos processos de colaboração interna”, diz. No cargo há menos de um ano, Balbinot rece-beu a incumbência de intensificar a profissionalização da tecnologia da informação, acelerada nos últimos anos. “A área era voltada para si mes-ma e sem muito alinhamento com o negócio, mas nos últimos anos apro-ximou-se das unidades e acumulou novas funções. Hoje, responde pelos processos corporativos e pela gestão de todos os projetos da companhia, além dos de TI”, diz o CIO.

O trabalho de Balbinot foi facili-tado por investimentos prévios im-

portantes como a implementação, há cerca de três anos, do Oracle Re-tail, uma plataforma integrada que abrange merchandising, cadeia de suprimentos e operações de loja. Com o software, a Lojas Renner ga-nhou uma visão do negócio em tem-po real e a possibilidade de tomar de-cisões com base em cenários futuros, e não apenas em histórico de vendas.

mais redundânciaO time de TI do Supermercados

Modelo, maior rede varejista do es-tado do Mato Grosso, se preparou para o Natal com muita antecedên-

cia e definiu meados de novembro como prazo máximo para grandes alterações em infraestrutura ou sistemas. A ordem é que, a partir daquela data, a equipe fique focada em medidas preventivas visando aos equipamentos das lojas. “Des-de o segundo trimestre, sabemos que este fim de ano promete muito, em termos de volume de vendas. Temos esperança que os investi-mentos e as ações que tomamos re-sultem em número baixo de insta-bilidade, pois o cliente é o primeiro a sofrer o impacto de oscilações”, diz Alessandro Rodrigues Monge, coordenador de TI do grupo.

Rocha, da D’AvóSupermercados: “Montamos uma operação de guerra com escalas especiais, tanto presencial quanto remota”

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Balbinot, da Lojas Renner: “Temos um plano que cobre os ecossistemas mais críticos de TI, sujeitando-os a mais monitoramento e mais contingenciamento

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“Esperamos que os investimentos e as ações que tomamos resultem em número baixo de instabilidade, pois o cliente é o primeiro a sofrer o impacto de oscilações”, Monge, do Supermercados Modelo

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Entre os investimentos a que Mon-ge se refere, destacam-se a instalação de servidores blade para otimização do data center, a redundância de ge-ração de energia para TI e as melho-rias na comunicação das lojas. A rede de supermercados ganhou monitora-mento de links e servidores e passou a contar com fail over entre as comu-nicações, ou seja, mudança automáti-ca entre link principal e redundante. O link para transações com cartões (transferência eletrônica de fundos ou TEF) também ganhou redundân-cia, e todo o parque de periféricos PinPad dos PDVs, usados nessas ope-rações, foi trocado. “Diminuímos de 11% para 5,5% o número de clientes que não conseguem pagar suas com-pras diretamente no PDV. Agora, é só manter esse resultado no Natal.”

O ano de 2009 na rede Modelo tam-bém foi marcado pela corrida para cumprir prazos de novas obrigações legais, como a nota fiscal eletrônica (NF-e) e o Sped Contábil. Este últi-mo, aliás, foi considerado por Monge o maior desafio do período. “Alguns projetos foram paralisados para que nossos analistas se dedicassem a es-sas exigências”. Ele ressalta, por outro lado, que nenhum investimento prio-ritário recuou em decorrência da ins-tabilidade econômica. “Prosseguimos com a renovação de equipamentos, tanto nas lojas quanto no data center, implementamos o fluxo de caixa no ERP e iniciamos projeto de software gratuito nas estações das lojas, entre várias outras iniciativas”, descreve.

A propósito, migrar o sistema ope-racional proprietário de estações de

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todas as lojas para sistema de código aberto, estendendo a iniciativa para os aplicativos de escritório, com adoção do pacote OpenOffice, é o principal desafio da TI da rede para 2010. Além disso, a empresa pretende investir no aperfeiçoamento do programa SOS Cliente, um sistema caseiro que pro-move a interação dos clientes com os tomadores de decisão da empresa e gera subsídios para acompanhamen-to do comportamento e das mudan-ças no perfil da clientela, auxiliando as estratégias da rede.

OperaçãO de guerraNa rede paulista D’Avó Supermer-

cados, a estratégia de preparação para o fim do ano envolve planejamento ri-goroso de cobertura de horário, para garantir disponibilidade perene de recursos de TI. “Montamos uma ope-ração de guerra com escalas especiais, tanto presencial quanto remota”, diz o gerente de divisão de tecnologia da rede, Willian Rocha. Acostumado com esquemas especiais para picos de demanda — como o que ocorre em outubro, mês de promoções agressi-vas por conta do aniversário do D’Avó —, Rocha informa que o Natal de 2008 aumentou em 50% as vendas da rede. “As perspectivas para este ano são muito boas e a TI está preparada.”

Um dos mais importantes avan-ços tecnológicos do D’Avó este ano ocorreu na frente de loja. A empresa substituiu todos os equipamentos por modelos top de linha, por meio de contrato de outsourcing firmado com o seu principal fornecedor de

Até 1997, as empresas varejistas, um segmento do comércio, investiam em média apenas 1% do seu faturamento em informática. O percentual aumentou a partir de 2000, com a expansão da automação, e mais recentemente, com exigências legais como nota fiscal eletrônica e Sped. Mesmo assim, o segmento está atrás de todos os demais em porcentual do faturamento líquido destinado a TI. Confira:

Fonte 20ª Pesquisa: Administração de Recursos de Informática - FGV/2009

Média nacional:

Varejo (lojas, supermercados, drogarias etc)

Comércio

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Serviços

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58 InformationWeek Brasil

Setorial

Guerra pelo neoconsumidor

hardware. “Selamos um acordo com um SLA extrema-mente agressivo e passamos a contar com equipamentos de backup, que poderão e serão utilizados para suprir a demanda”, diz o executivo.

Outro passo importante envolveu o sistema de gestão empresarial da empresa. Após avaliar necessidades de melhorias e opções de mercado, o grupo varejista decidiu substituir o ERP JDE da Oracle pelo sistema RMS, de em-presa homônima. “A decisão implicou investimentos em servidores, storage e backup, além do software”, diz Rocha, explicando que os projetos levados a termo este ano pas-saram por um crivo que priorizou aqueles mais urgentes e com retorno mais curto, em adequação às incertezas da economia no Brasil e no mundo. Além dos gastos relacio-nados com a mudança do ERP, outros investimentos prio-rizados referem-se a obrigações fiscais, como o Sped, e a automação do primeiro posto de combustível inaugurado pela empresa, onde o cliente abastece o automóvel usando o smartcard da rede, batizado de Cartão Confiança.

A equipe de Rocha responde pelo suporte tecnológico para a operação do Cartão Confiança e do site de e-com-merce que a empresa mantém para venda de eletrodo-mésticos, eletrônicos, eletroportáteis, informática, telefo-nia, beleza, saúde, brinquedos, produtos automotivos e de lazer. “Também cuidamos de toda a comunicação eletrô-nica com nossos 400 mil clientes cadastrados”, diz o ge-rente. É por meio do controle de mensagens trocadas com os consumidores que a empresa sonda o nível de satisfa-ção e novas exigências dos consumidores, que são levados em conta nas estratégias de TI. A rede de supermercados também está atenta às tendências da rede mundial, como as redes sociais e o microblog Twitter, onde incluiu perfil recentemente para divulgação de promoções e geração de tráfego para a loja virtual.

O varejo virtual deve vender neste Natal 30% a mais do que vendeu no mesmo período do ano anterior, segundo a e-bit. Em todo o ano, o comércio eletrônico deve faturar R$ 10,5 milhões, 28% a mais do que em 2008. Por trás desses números, há uma guerra renhida pelo consumidor, disputado não apenas por grandes redes que fincaram a sua bandeira na rede mundial, como Americanas.com, Submarino e Casas Bahia, mas também pelo denominado “Long Tail”, segmento de pequenas e médias varejistas que avançam firmemente no ciberespaço e que já abocanharam perto de 10% do e-commerce nacional. Grandes e pequenos têm um desafio comum: conquistar e fidelizar o chamado “neoconsumidor”, um cliente exigente e bem-informado, com capacidade de comparar marcas, produtos e empresas em uma velocidade e abrangência inéditas. “É um consumidor gerado em cenário de convergência tecnológica, mobilidade e interatividade, onde o varejo passa a incorporar todos os canais digitais para relacionamento, pagamento, comércio, comunicação e publicidade, e onde as decisões de compra são influenciadas não apenas pelo marketing ou tradição das lojas, mas também pela opinião de outros internautas”, diz Marcos Gouvêa, diretor-geral da GS&MD-Gouvêa de Souza. O papel da TI para conquista desse novo consumidor vai além dos investimentos em tecnologias contra fraudes, meios variados de pagamentos online, sistemas sofisticados de logística e site atraentes e com boa navegabilidade Envolve também aproximar-se do mesmo por meio de ferramentas da web 2.0, como Twitter, Youtube e Orkut, para realizar promoções e publicidade, gerar tráfego para as lojas e captar tendências, desejos e insatisfações. A B2W, empresa criada com a fusão entre Americanas.com e Submarino e que lidera o comércio virtual no Brasil, não ignorou a onda. “Gerenciamos comunidade no Orkut, fazemos uma série de ações no Youtube e estamos no Twitter, uma ferramenta que há um ano praticamente não existia. É provável que em seis meses ou um ano estejamos fazendo coisas que ainda irão surgir na internet”, diz Timótheo Barros, diretor de relações com investidores da B2W, empresa criada com a fusão entre Americanas.com e Submarino. De acordo com o diretor, o importante é estar atento e não ficar para trás, porque quando se trata de brigar pela preferência do consumidor, não há mais fronteiras entre o mundo real e o virtual. “Quando alguém compra um DVD, ele compara preços de lojas online e de tijolos” diz, informando que a inovação tecnológica nos sites do grupo acontece continuamente, com a soma de pequenas melhorias em todas as áreas, de sistemas administrativos e atendimento ao cliente até logística, meios de pagamento online e navegabilidade.

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ApostA nA mobilidAde Para não ter surpresas desagradá-

veis nas duas datas mais importantes do seu negócio —Natal e Dia das Mães —, a TI da Lojas Marisa costuma pro-mover uma revisão de estruturas físi-cas de todas as suas unidades. Além disso, a empresa congela, com um mês de antecedência, qualquer gran-de modificação nos seus sistemas. “Com exceção de ações de manuten-ção, todo resto é paralisado, para não haver risco de problemas sérios nes-sas ocasiões”, diz Mendel Leis Szlejf, CIO da rede de lojas de departamento especializada em vestuário.

Nessas datas, o número de transa-ções aumenta em média 50%, o que exige infraestrutura e sistemas robus-tos, fato que não assusta o CIO. “Esta-mos dimensionados e otimizados para suportar qualquer demanda e garantir a velocidade na boca do caixa, para que o cliente não gaste muito tempo em fi-las”, diz o executivo, que manteve em seu orçamento a verba prevista para o ano, apesar da crise. “Os investimentos para TI foram os únicos que a empresa fez questão de não reduzir.”

Focada em um público da Classe C composto basicamente por mu-lheres entre 20 e 35 anos, a Lojas Marisa acumula longa experiência em uso de inteligência do negócio para compreender os anseios dessa clientela. “Nosso investimentos em BI e data warehouse começaram há mais de onze anos. Nesse período, aprendemos que a TI não pode ser pensada apenas em termos de bits e bytes, e sim como meio de atender às

necessidades dos consumidores e de promover mudanças constantes em um setor que se caracteriza pela con-corrência acirrada e pelo acelerado dinamismo”, ensina o CIO.

Com os investimentos em dia no que se refere à inteligência do negócio e a tecnologias para gestão e acompa-nhamento do desempenho de cada loja em tempo real e a partir de qual-quer lugar — os executivos da Marisa utilizam dispositivos móveis ligados à internet e aos sistemas corporativos há mais de sete anos —, o empenho da TI centra-se agora na mobilidade dentro das lojas. Uma das mais recen-tes inovações nessa área é a implanta-ção de coletores wireless de dados que permitem serviços diversos, como pa-gamentos e informações sobre preços de produtos e limites de crédito. “Esta melhoria facilita a vida do cliente, porque deixa o atendimento mais ágil e diminui as filas no crediário.”

A expectativa do CIO é que o coletor sem fio mantenha o cliente mais tempo na área de vendas, o que pode resultar em maior número de itens comprados. “Essa tecnologia deverá impulsionar a venda de produtos por meio de car-tões, além de facilitar a oferta dos pla-nos dos cartões da Marisa e a conver-são de clientes do private label para o co-branded”, diz ele. Com a inovação, a empresa espera um aumento signi-ficativo na rentabilidade de cada loja, em especial em datas de grande fluxo de pessoas e aumento expressivo de vendas, como promete ser o primeiro Natal pós-crise mundial.

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For IT by IT

Um dos reflexos da acir-rada competitividade no mUndo globalizado é o crescente Uso de recUrsos e serviços compUtacionais, que, cada vez mais, são consumidos por meio de diferentes dispositivos. Isto amplia muito os ativos e serviços necessários para manter este comple-xo ambiente operacional com o me-nor tempo de downtime.

Parafraseando Kaplan e Norton (1997), criadores do BSC, que afirmam que o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado, a Carbocloro entendeu que conseguiria melhorar o desempenho e aumentar a dispo-nibilidade de seus recursos compu-tacionais, se conseguisse medir a sua eficiência. Para nos anteciparmos à so-

lução de problemas rotineiros (como indisponibilidade de comunicação com a internet, roteadores, links e serviços de rede), em meados de 2000, adquirimos um produto para moni-torar os ativos básicos e, assim, con-trolar unicamente o status de “up” e “down”, nos avisando imediatamente a ocorrência de problemas.

Como a TI da Carbocloro sempre esteve alinhada ao conceito de qua-lidade e excelência operacional que a empresa pratica, em 2003, decidimos ampliar o monitoramento para for-necer aos usuários um indicador de disponibilidade dos serviços de TI. Levantamos tudo que eram utiliza-do e solicitamos aos executivos que o identificasse e classificasse o grau de importância para o negócio.

Após a tabulação, definimos por meio de média ponderada todos os serviços para que pudéssemos medir sua disponibilidade e atuar na solução de problemas de acordo com este grau de importância. Foram detectados 18 serviços, mapeados por meio de 196 métricas, que eram monitoradas in-dividualmente. Para melhor entendi-mento, um dos serviços, que denomi-namos como Outlook (Exchange), era constituído por aproximadamente 16 métricas monitoradas.

Nesse período, eram expurgados os tempos de backup e downtime para intervenções técnicas, desde que comunicados com 24 horas de antecedência, porém, por sugestão de alguns executivos, a partir de

Paulo Roberto Domingues Caetano > Graduou-se em tecnologia de processamento de dados pela UNESP Bauru. > Atualmente, é responsável pelo suporte técnico e pela infraestrutura de TI da Carbocloro, empresa em que atua desde 1985.> É certificado Green Belt pela Fundação Vanzolini.> Atuou também em suporte técnico em empresas como Matarazzo e Suzano.

Norivaldo Ribeiro Lourenço> É graduado em matemática com ênfase em processamento de dados e pós-graduado em ciência da computação pela Universidade Santa Cecília em Santos.> Tem MBA em gestão de TI pela FIAP e é certificado Green Belt pela Fundação Vanzolini.> Trabalha na Carbocloro desde 1989; foi analista de centro de informações, analista-sênior de sistemas e, atualmente, exerce a função de analista-sênior na área de suporte técnico e infraestrutura. > Possui 12 anos de experiência em administração de redes, banco de dados e telecom.

Experiência

para garantir a disponibilidade de serviços de ti, a eqUipe da carbocloro investiU em melhoria do desempenho por meio de medições constantes

Gerenciar é preciso

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Servidor de autenticação

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2005, não mais retirávamos este tem-po, incluindo-os como indisponibili-dade. Este foi mais um desafio para alcançar a meta que estipulamos em-piricamente: ter a disponibilidade de todos os serviços de TI igual ou supe-rior a 98%. Todas as informações co-letadas 24 horas, no intervalo médio de dez minutos eram transformadas no índice de disponibilidade de TI e comunicada de forma resumida mensalmente para os usuários pelo portal. Assim, demonstramos trans-parência e comprometimento na bus-ca de melhores resultados.

Com a ajuda da metodologia 6Sig-ma (ferramenta muito disseminada em toda a empresa), estudamos o pro-cesso de medição dos indicadores de TI com objetivo de buscar a visão dos indicadores relacionada à cadeia de valor da empresa. Desta forma, con-seguimos definir para cada processo os serviços e os horários importantes e, assim, ter um indicador específico daquele processo.

Isso foi de extrema importância. Conseguimos, por exemplo, medir a disponibilidade da internet com di-ferentes visões para a área comercial e para a produção, pois a necessida-de deste serviço é diferente, fazendo com que o indicador reflita à realida-de do processo. Outra modificação foi ampliar o nível de detalhamento, incluindo o monitoramento de todos os pontos que possibilitam a sua ope-racionalidade. Se pensarmos no pro-cesso de disponibilidade do serviço de correio eletrônico para os colabo-radores, temos de lembrar que, para que eles possam utilizá-lo em sua plenitude, precisamos medir desde a conexão no switch de borda onde está conectada a estação até nossa co-municação com a internet.

Para cada processo da cadeia de valor, teremos a média de todos os serviços importantes medidos. A média dos indicadores de todos os processos será a média de dispo-nibilidade da empresa. Mantemos

ainda um sistema de semáforos para verificar diariamente se algum ser-viço está abaixo de 98%. Atualmen-te, temos um total de 196 visões dos serviços em diferentes processos e aproximadamente 2,8 mil métricas, que compõem todos estes cenários e, igualmente ao modelo anterior, ficam disponíveis os valores acumulados mensalmente em nosso portal.

Devemos sempre buscar melho-rias na disponibilidade do ambiente computacional vital para o negócio da Carbocloro, criando rotinas e pro-cedimentos que otimizem a detec-ção e resolução dos problemas. Um ambiente 100% virtualizado permite uma alta disponibilidade dos servi-dores e a integração com nosso siste-ma de help desk propicia a abertura automática de tickets para os ana-listas responsáveis. Isto possibilita a solução rápida de problemas e dá a oportunidade de dedicarmos mais tempo para novos desafios em vez de ficar apagando incêndios.

Gerenciar é precisoMeta de Disponibilidade: 98.5 Legenda: Serviço abaixo da meta: Serviço de acordo com a meta:

Plano de monitoramento estratégico

Desempenho classe mundial

Plano e monitoramento operacionais

99.99%

Fonte: Carbocloro S/S Indústrias Químicas 2009

Politicas e Programas doSGQ implementados

Ativos produtivosdisponíveis para

utilização

PedidosFeitos

Gerenciamento de ques-tões relativas a pessoas e suporte opracional a RH

Operações/controles financeiros e contábeis

realizados

Aplicativos e Infraestrutura disponíveis para utilização

Suporte Jurídico, Legal e Fiscal às operações

Relacionamento Externo e Monitoramento Melhoria

Imagemimplementados

PedidosEntregues

Formular Estratégia

Assegurar Escelência na

GestãoRealizar Planeja-mento e controle de Operações

Realizar Marke-ting e Vendas

ProduzirEntregar

Produtos e Atender os

Clientes

Gerir SGQGerir Ativos e

produtosGerir Pessoas Gerir Finanças Gerir Tecnologia

Gerir AspJurídicos,

Legais e Fiscais

Gerir RelaçõesExternas

Clientes

Transportadores

Fornecedores

Clientes

Suprir materiais e Serviços

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Mercado

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Roberto Carlos Mayer é diretor da MBI,presidente da Assespro São Paulo e membrodo conselho da Assespro Nacional.E-mail: [email protected]

O títulO deste artigO se baseia nas lem-branças dO períOdO que ficOu cOnheci-dO cOmO reserva de mercado: ainda na época do governo militar, por meio de lei federal, foram criadas regras (que alguns preferem chamar de privilégios) para a comercialização de produtos importados de ti.

a constituição de 1988 define, no seu artigo 173, que “a exploração direta de atividade econômica pelo estado só será permitida quando necessária aos impe-rativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.

além da exigência dessa lei, a constituição ainda de-talha como essa atividade deve ser implementada por meio de empresa pública, que deve se sujeitar ao mes-mo “regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comer-ciais, trabalhistas e tributárias”.

nos últimos anos, entretanto, temos assistido a ‘ex-ceções’ a esta regra constitucional no mundo das tics, sem que houvesse qualquer lei sancionada a respeito. um exemplo importante é o crescimento vertiginoso das equipes de ti das empresas públicas.

por exemplo, o serpro quadruplicou sua área de de-senvolvimento nos últimos seis anos, justificando sua ação como parte dos investimentos em software livre. além da inexistência de lei específica para isso, esse tipo de ação retira recursos humanos, sabidamente

escassos, das empresas privadas do setor. O valor da folha de pagamento gerada deve ser avaliado frente aos benefícios para o país. O mesmo efeito ocorreu em vá-rios estados, com as prodeXXXs.

Outro exemplo vem do portal de software livre: al-guns produtos lá disponíveis levam à contratação de consultoria da empresa autora do software ‘livre’. mas ninguém sabe como esta empresa foi escolhida.

finalmente, as recentes notícias sobre a criação de uma nova estatal para atuar no setor de banda larga, mostram que o ‘apetite’ do estado para concorrer com a iniciativa privada no setor continua a crescer.

não cabe a nós fazer uma avaliação jurídica-política sobre o desrespeito ao estado de direito. mas cabe-nos alertar que, para transformar o brasil num player im-portante no mundo da tecnologia informação, dentro de um nível global, temos que ter regras jurídicas justas e estáveis, para que as empresas nacionais se desenvol-vam e possam competir sem se deparar com ‘surpre-sas’ no meio do caminho.

assim, será imprescindível que tenhamos um con-junto de novas leis, específicas para o setor, assim como ocorre, por exemplo, com o petróleo ou a energia.

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nacional?TICs e segurança (in)

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O avanço do CSO

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do CSO

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O avanço do CSOO avançoO avançoOAINDA MUITO BASEADO EM EMPIRISMO, O CARGO DE DIRETOR DE SEGURANÇA GANHA IMPORTÂNCIA NAS COMPANHIAS NACIONAIS. A BUSCA É POR PROFISSIONAIS CAPAZES DE DOSAR PERFIS TÉCNICO E GERENCIAL

QUANTO VALE UMA IN-FORMAÇÃO? EM TEMPOS DE GOVERNANÇA, BOLSA DE VALORES E MERCADOS EM CONSOLIDAÇÃO acessar dados confidenciais pode render prejuízo (ou lucro) de algumas centenas de milhares de reais. Muitas companhias já se aten-taram para este fato — algumas até de forma dolorosa, depois de amargarem situações constran-gedoras — e isto vem impulsio-nando uma razoável populari-zação de outro “C” dentro da hierarquia corporativa. Trata-se do chief security officer (CSO), profissional com a missão de es-tabelecer normas de segurança.

Por volta do ano de 2004, a consultoria de recrutamento e seleção Fesa aceitou um job para conduzir um processo de um diretor de segurança para uma empresa de cartões de crédito. A ideia era a achar um profissio-nal qualificado em poucos dias. “Foi uma tarefa difícil, pois não havia muita opção no mercado”, recorda Ana Luiza Segall, dire-tora para área de TI e telecom da prestadora de serviço, citando que existiam muitos técnicos e poucos gestores para a vaga.

Quatro anos depois veio uma nova demanda. Desta vez, as coi-sas não foram tão complicadas. “O cargo estava mais maduro.

Encontramos cinco pessoas qua-lificadas e o candidato foi contra-tado em sete dias úteis”, cita Ana Luiza, apontando que, mesmo a tarefa parecendo mais simples, ainda há dificuldade de encontrar executivos no mercado brasileiro aptos a ocupar o posto de CSO.

A situação vivida na Fesa re-vela um mercado de trabalho em crescimento, que evolui da necessidade que as companhias têm no trato das informações. Se no mundo a nomenclatura já existe há aproximadamente uma década, no Brasil, o movimento é mais recente. “Mesmo os CSOs que conseguiram um lugar ao Sol, ainda estão debaixo da TI”,

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Felipe Dreher avanço do

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O avanço do CSOCSOcomenta o diretor da divisão de con-sultoria em segurança da Pricewa-terhouseCoopers, Edgar D’Andrea. “Dificilmente, este profissional res-ponde direto para o CEO”, observa o especialista, revelando que o co-mum nas companhias brasileiras são profissionais seniores no assun-to reportando-se aos CIOs.

Essa dependência decorre, em muitos casos, do fato de que apro-ximadamente 70% do conhecimen-to de um diretor de segurança está

relacionado com tecnologia. O en-tendimento sobre o que é TI pode fazer a diferença na hora de defi-nir normas, arquiteturas e avaliar iniciativas sobre o que impactará na corporação. “A questão de segu-rança da informação começou a vir de dentro da área de informática”, contextualiza o professor da Fiap e especialista no assunto Edison Fontes. Mas a informação não se restringe à computação.

Contudo, tal afinidade fez com

que muitos dos que ocupam o car-go de gestor de segurança tenham (ou, no mínimo, tiveram) um pé no departamento de tecnologia. A afir-mação indica, ainda, uma possibi-lidade interessante para quem está na TI e quer uma mudança sutil na carreira. A estes profissionais, acon-selham-se abrir horizontes, buscar noções amplas dos conceitos de se-gurança e estabelecer vínculos com o negócio. “É preciso ver cada uma das árvores e, também, poder visua-

do

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VONTADE DE APRENDERCesar Augusto Kadota não faz o tipo durão. Pelo con-

trário. Sujeito simpático, de fisionomia oriental, aparen-ta menos do que os 47 anos que tem. Em seu perfil no LinkedIn, define-se como gerente de segurança da in-formação. Desde 2006, trabalha na Net, onde coordena uma equipe de cinco pessoas que o ajuda a gerenciar 470 mil logins, 10 mil estações de trabalho, 13 sistemas auditados por Sarbanes-Oxley (Sox); além de bloque-ar 5 milhões de spams todos os meses. Na hierarquia, reporta-se ao CIO da operadora. Fora isto, integra um comitê composto por líderes de negócio que se reúne de tempos em tempos e o ajuda nas ações.

Sua rotina começa cedo. Chega às 7 horas à compa-nhia, acessa seus e-mails, alguns sites de notícia e blogs para saber se existe algo na iminência de ocorrer e que, de alguma forma, pode impactar a operação da ope-radora de TV. No restante do dia, sua agenda registra reuniões e mais reuniões até por volta das 19 h, quando sai da empresa mantendo o celular ligado.

Kadota se define como um autodidata. “E quem na área de segurança, não é?”, questiona, apontando este traço como algo comum entre os que escolheram tra-balhar com tema. “Os hackers inventam novos ataques a cada segundo”, justifica o executivo que estudou por conta própria vários tópicos de segurança, mas ainda não tirou nenhuma certificação na área. “Me dediquei à parte administrativa”, resume o gestor, afirmando ter lido vários livros para compor sua formação, man-ter-se sempre atualizado e trocar, com frequência, in-formações com colegas. Para suas atribuições, cursou uma pós-graduação e um MBA em telecomunicações. “Rede é fundamental”, menciona.

Formado em análise de sistemas, o gestor da Net co-meçou carreira na TI de um banco, nos anos 80, como

lizar a floresta”, ilustra Fontes. Em outras palavras: CSOs têm à frente uma grande gama de assuntos que tocam vários ambientes corporativos; eles têm de ver o todo, mas se aten-tarem aos detalhes.

Há no mercado diversos cur-sos e, pelo menos na opinião das fontes ouvidas para esta re-portagem, as oportunidades de trabalho são latentes — com um salário inicial para gestor de se-gurança estimado na casa dos R$ 15 mil ao mês (mais bônus). “A carreira está em franca ex-pansão”, avalia Zilta Marinho, diretora de educação da Mó-dulo, entidade que, desde 2002, formou mais de mil profissio-nais em seu curso de CSO.

Armar-se com certificações, MBAs, graduação e pós-gra-duação é um bom ponto de partida, mas pode não ser tudo. “Muitos dos profissionais que se destacam na área se viraram e foram atrás de maneiras para construir sua carreira de forma independente”, comenta Fontes. Para entender um pouco mais desta carreira e do dia a dia de um CSO, InformationWeek Brasil acompanhou o trabalho de algumas pessoas que trilha-ram este caminho.

O mercado de trabalho está em crescimento e evolui da necessidade que as companhias têm no trato das informações

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Kadota, da Net: autodidata, ele não tirou nenhuma certificação na área e se dedicou à parte administrativa, cursando pós-graduação e MBA

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operador de mainframe. Seguia uma carreira clássica pelo departamento de tecnologia até que assumiu o desafio de coordenar a área de disaster recov-ery na BCP (hoje, Claro). “Foi aí que entrei em segurança especificamente”, determina, citando que realizou alguns cursos para completar o conheci-mento acadêmico e, no posto, precisou aproximar-se das áreas de negócio da companhia. Na época, Kadota gerenciava três funcionários e um time de consultorias terceirizadas.

Por volta de 2001, ele recebeu uma proposta para assumir a gerência de segurança da informação na Telefônica. Recuperação de desastres, então, passou a ser apenas uma de suas atribuições diárias. Entre as diferenças dos cargos, o executivo lista que orçamento, responsabilidade e gestão de pessoas ganharam mais ênfase. “Técnico é fundamental, mas o cara tem de ser bom em relacionamento para saber vender suas ideias”, ensina, afirmando que em sua carreira passou apenas por uma situação mais tensa, na qual sistemas de uma das empresas onde trabalhou no passado foram infectados por vírus e o assunto chegou à imprensa. Foram 12 horas de muito trabalho para adminis-trar o transtorno. Tirando isto, só questões de rotina. “Problemas acontecem todo o dia, mas são coisas pequenas.”

RELAÇÃO ANALÓGICAArmando Linhares Neto também não detalha grandes percalços na

carreira como CSO. Segundo o executivo de 39 anos de idade (dos quais sete como diretor de segurança), o caso mais complicado que vivenciou ocorreu de maneira banal e sem ligação direta com a TI. Foi mais o me-nos o seguinte: uma área da empresa onde trabalhava planejava ações

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68 InformationWeek Brasil 21Agosto de 2009

Comgás investe R$ 50milhões em CRM e billingEm um projeto de 18 meses, a área de TI da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) migrou os sistemas de CRM e de faturamento em um inves-timento de R$ 50 milhões. De acordo com o CIO, Roberto Newton Carneiro, a estrutura anterior não suportaria a demanda que a adição de novos clientes traria. “Como tínhamos ERP da SAP, fizemos um movimento para conver-gir.”, lembra, explicando que optou pelo produto SAP, com as ferramentas MySAP CRM e IS-U CCS. O processo, iniciado em janeiro de 2008, contou

com o apoio da Accenture e da Logica, que formaram um consórcio na prestação de consultoria, além da própria SAP. Internamen-te, foram mobilizadas 35 pessoas que atuaram durante todo o projeto. “A implantação foi em con-junto, sem piloto, sem di-visão por fases”, comenta Carneiro. A infraestrutura precisou de alteração, pois não comportava o dimen-sionamento novo, e alguns módulos do ERP também tiveram de ser atualizados. Os novos sistemas estão em operação desde dia 1º de julho deste ano.(Vitor Cavalcanti)

A segurança do governo federal Administrar a segurança da rede de uma grande empresa não é algo fácil. Imagine, então, ter sob sua responsabilidade dados de 39 ministérios e seis mil órgãos federais, onde estão alocados 900 mil servidores públicos. Sem contar 320 grandes redes e sistemas por onde trafegam informações ultraconfidenciais envol-vendo outros países. Esta é a realidade de Raphael Mandarino Jr, diretor da divisão de segurança da informação e comunica-ção do gabinete institu-cional da Presidência da República, que concedeu

entrevista exclusiva ao IT Web. De acordo com ele, apenas uma das redes recebeu três milhões de ataques em um ano. “Mas 1% deste total é o que me preocupa, que é a tentati-va de invasão.” São cerca de duas mil tentativas de invasão a cada ano. Em geral, criminosos em busca de informações estratégicas. Para o diretor, as ações promovidas pelo governo precisam envolver a socie-dade como um todo, já que pontos mal-configurados podem gerar possibilidade de ataque. o de risco.”

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Dastis, da PwC Brasil: “Aprendi, ao longo do tempo, que o mais importante não é a segurança como um fim, mas

a gestão do risco”

que não chegaram a se materiali-zar. A informação era restrita, mas um funcionário comentou o tema em casa. A esposa do profissional mencionou o assunto estratégico com um grande número de pesso-as. Foi como se um cano hidráulico rompesse, tamanho o impacto do vazamento.

A história mostra como o car-go de gestor de segurança não se vincula apenas à TI. Apesar dis-to, Linhares Neto, atualmente na Infoglobo, começou sua carreira prestando suporte à tecnologia nos idos anos 90 — um início muito pa-recido com o de Kadota. Quando a rede da empresa na qual trabalha-va passou a ser estruturada, ele foi chamado para atuar na manuten-ção, cuidando para que os servido-res não ficassem expostos.

Até então, recorda o executivo, não havia uma estrutura formal de se-gurança nas companhias. A questão tocava bastante os atributos técnicos e gestão da infra. “Junto das facili-dades da tecnologia, veio o pacote responsabilidade”, analisa. Na sua visão, os profissionais que cuidavam da rede acabaram assumindo assun-tos relativos à segurança. Pelos me-nos foi o que ocorreu com Linhares. Sabendo falar o idioma técnico, hoje se reporta ao presidente da compa-nhia e tem o CIO como par.

O executivo assumiu a função de diretor de segurança em uma companhia da vertical de finanças. “Aceitei aquilo como um desafio.” Sua formação técnica casou com o perfil que a empresa buscava. No

que não chegaram a se materiali-zar. A informação era restrita, mas um funcionário comentou o tema em casa. A esposa do profissional mencionou o assunto estratégico com um grande número de pesso-as. Foi como se um cano hidráulico

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currículo, ele registrava uma graduação em engenharia, uma pós em análi-se de sistemas e outra em telecomunicações. Ao aceitar o cargo, o executivo buscou formações ligadas a negócio. Fez isto por meio de dois MBAs. “Muda a forma de trabalhar, pois começa a entrar mais na estratégia”, compara o profissional, dizendo que seu papel, hoje, é definir políticas e normas, além de avaliar projetos que possam gerar riscos à corporação.

VISÃO DE DENTRO (E DE FORA)Desde março de 2009, Ricardo Dastis trabalha como gerente-sênior na área

de segurança da PricewaterhouseCoopers (PwC) Brasil. Antes disso, ele defi-nia seu cargo como CISO (chief information security officer), justificando que se reportava mais ao CIO e não diretamente ao presidente. Nas empresas pe-las quais passou não havia a figura do CSO. “Bem ou mal, eu ocupava a fun-ção”, resume o executivo, hoje com 35 anos, que iniciou carreira na área por volta de 1995. Recém-formado em ciências da computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), resolveu empreender numa empresa de rede de computadores. A demanda do mercado direcionou a companhia a prover soluções de segurança. Por volta do ano 2000, a firma de Dastis foi absorvida e tornou-se uma filial da Módulo na região Sul do País. Com isto, o

69Dezembro de 2009 21Agosto de 2009

Comgás investe R$ 50milhões em CRM e billingEm um projeto de 18 meses, a área de TI da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) migrou os sistemas de CRM e de faturamento em um inves-timento de R$ 50 milhões. De acordo com o CIO, Roberto Newton Carneiro, a estrutura anterior não suportaria a demanda que a adição de novos clientes traria. “Como tínhamos ERP da SAP, fizemos um movimento para conver-gir.”, lembra, explicando que optou pelo produto SAP, com as ferramentas MySAP CRM e IS-U CCS. O processo, iniciado em janeiro de 2008, contou

com o apoio da Accenture e da Logica, que formaram um consórcio na prestação de consultoria, além da própria SAP. Internamen-te, foram mobilizadas 35 pessoas que atuaram durante todo o projeto. “A implantação foi em con-junto, sem piloto, sem di-visão por fases”, comenta Carneiro. A infraestrutura precisou de alteração, pois não comportava o dimen-sionamento novo, e alguns módulos do ERP também tiveram de ser atualizados. Os novos sistemas estão em operação desde dia 1º de julho deste ano.(Vitor Cavalcanti)

A segurança do governo federal Administrar a segurança da rede de uma grande empresa não é algo fácil. Imagine, então, ter sob sua responsabilidade dados de 39 ministérios e seis mil órgãos federais, onde estão alocados 900 mil servidores públicos. Sem contar 320 grandes redes e sistemas por onde trafegam informações ultraconfidenciais envol-vendo outros países. Esta é a realidade de Raphael Mandarino Jr, diretor da divisão de segurança da informação e comunica-ção do gabinete institu-cional da Presidência da República, que concedeu

entrevista exclusiva ao IT Web. De acordo com ele, apenas uma das redes recebeu três milhões de ataques em um ano. “Mas 1% deste total é o que me preocupa, que é a tentati-va de invasão.” São cerca de duas mil tentativas de invasão a cada ano. Em geral, criminosos em busca de informações estratégicas. Para o diretor, as ações promovidas pelo governo precisam envolver a socie-dade como um todo, já que pontos mal-configurados podem gerar possibilidade de ataque. o de risco.”

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profissional passou a responder pelo cargo de gerente-geral da operação local. A guinada de mercado ocasio-nada pelo estouro da bolha da inter-net mudou o rumo da história.

Mais ou menos naquela época, a Telemar montava uma equipe de se-gurança informação e Dastis foi con-vidado para integrar o time. Em 2002, quando o gerente da unidade deixou a operadora, ele foi promovido e per-maneceu até 2005. Uma nova oferta de trabalho ocorreu e o executivo mu-dou-se para São Paulo para assumir um posto similar na subsidiária bra-sileira da Basf, focando ações de segu-rança na operação da companhia em toda América do Sul.

O profissional atribui o rumo dado à carreira a um mix de casualidade e oportunidade. O executivo acredita que a promoção para o cargo de ges-tor na operadora de telefonia deve-se à bagagem que acumulou como ge-rente da consultoria Módulo. “Curso

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Linhares Neto, da Infoglobo:

ele se reporta ao presidente da

companhia e tem o CIO como par

CarreiraCarreiraCarreiraCarreiraCarreiraCarreiraCarreira

70 InformationWeek Brasil

e certificação, na época, eu não tinha”, recorda, dizendo que os aspectos técni-cos que contaram a seu favor não foram medidos por formação estruturada, mas pela experiência de implantação de tecnologias.

“Aprendi, ao longo desse tempo, que o mais importante não é a segurança como um fim, mas a gestão do risco”, analisa Dastis. “Todo mundo sabe que nada é 100% seguro. Logo, algumas coisas terão um grau de exposição maior ou menor. A principal rotina deve ser: o que é preciso para conseguir justificar os projetos a partir do retorno sobre o investimento”, comenta, dizendo que essa clareza ajuda na tomada de decisão dos diretores da companhia para trabalhar de forma preventiva.

ADMINISTRATIVOA busca de perfis mais vinculados aos negócios pode esconder uma ques-

tão velada sobre profissionais de segurança. Entre os entrevistados, permane-ceu a impressão de que todos gerenciavam times de três até oito funcionários. Claro que não é possível afirmar que esta seja a realidade para todo mercado, mas ao menos mostra uma faceta a ser considerada.

“Os departamentos são enxutos”, define Cezar Kadota, da Net, dizendo que esta questão faz com que o time da operadora trabalhe mais no nível gerencial, indicando rumos aos profissionais terceirizados. “Não daria para fazermos o operacional com tal quantidade de pessoas”, revela. Tanto que o gestor menciona que sua equipe não tem certificações. “Valorizo, mas não é algo obrigatório”, conta, afirmando já ter entrevistado pessoas que já tem CISSP e CISM. “Não estou desmerecendo. Mas, às vezes, a experiência é mais importante”.

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71Dezembro de 2009

Para Ana Luiza, da Fesa, no Brasil, ainda há dificuldade de encontrar executivos aptos a ocupar o posto de CSO

Além disso, um fator considerado indispensável pelo gestor de segu-rança da Net na hora de contratar um profissional é confiança. “Temos aces-so a muitas informações que a maio-ria das pessoas não tem”. Por isso, o executivo revela que, geralmente, su-gere para o RH nomes de candidatos vindos de indicações de colegas. Por-tanto, uma dica para quem quiser se-guir carreira na profissão passa por fazer uma boa rede de relacionamen-to e preservar sua integridade. “Tome cuidado com o que fica postando em blog, Twitter, Orkut”, aconselha Ka-dota. Atualmente desempenhando a

função de consultor, Dastis recomen-da que quem quiser ser CSO precisa considerar experiências técnicas sem perder o foco no administrativo. O especialista revela que é interessante aos postulantes ao cargo de diretor da área encarem os benefícios da se-gurança sempre visando ao negócio. “Isto trará diferenciais”, sintetiza.

Edison Fontes, da Fiap, lista ca-racterísticas pessoais exigidas na função: “O CSO tem de ter um pa-vio longo e planejar.” Para o espe-cialista, uma das tarefas mais di-fíceis do cargo é priorizar as ações dentre tantas urgências. Sobre os

atributos gerenciais, Zilta Marinho, da Módulo, diz que os CSOs, cada vez mais, precisam pautar sua ativi-dade no ambiente macroeconômico e social, sendo mais atentos aos ne-gócios, às coisas que acontecem no mundo (dentro e fora da TI) e me-dindo como estes acontecimentos impactam a companhia onde traba-lham. Para os profissionais que al-mejam o posto, a executiva aconse-lha cursos de formação específicos, conhecimento técnico, aperfeiçoa-mento das habilidades gerenciais, curiosidade e, mão na massa, para cavar oportunidades na área. IWB

Para Ana Luiza, da Fesa, no Brasil, ainda há dificuldade de encontrar executivos aptos a ocupar o posto de CSO

atributos gerenciais, Zilta Marinho,

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Autoestrada virtual

O mundO capitalista mOdernO trans-fOrmOu frOnteiras em linhas etéreas. As tecnologias, por sua vez, revolucionaram o fluxo monetário ao redor do globo. Instituições financeiras da Ásia, Europa, África, Oceania e América ficaram a apenas um clique de distância. A história recente intensificou esta relação — e o mercado pulsante dos últimos anos levou as empresas (e pessoas) às Bolsas.

Acompanhando esta mudança, a BM&FBovespa iniciou um projeto para ampliar as formas de acesso à Bolsa. “A iniciativa visava à maior capacidade de distribuição”, resume Márcio Castro, diretor de tecno-logia da informação para sistemas de negociação da casa. No limiar deste movimento, a entidade desen-volveu e partiu para implantação de uma série de mo-delos que impulsionassem novas formas de negócios.

Dentro deste contexto, a partir do final de 2007, a

casa travou diálogos para estabelecer parceria ope-racional com a norte-americana Chicago Mercantile Exchange (CME). A medida abriu fronteiras para co-mercialização eletrônica de commodities agrícolas, mercado futuro e derivativos do Brasil para mais de 80 países. “O acordo faz com que nossos instrumen-tos de negociação fiquem disponíveis na plataforma eletrônica deles.”

A parceria demandou a construção de uma extra-net entre as bolsas parceiras por meio de um link pri-vado de alta velocidade com 40 Mbps. Via conexão, as ofertas da BM&F são transmitidas em tempo real para os usuários da plataforma eletrônica Globex, da CME. O caminho inverso também é verdadeiro, com iniciativas de compra e venda nos Estados Unidos sendo roteadas pelo sistema de negociação de deri-vativos GTS (Global Trading System), em São Paulo.

InformationWeek Brasil

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Castro, da BM&FBovespa: "Tivemos a fusão e, desde então, temos operado as duas com segmentos distintos"

Na Prática

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Autoestrada virtualO planejamento, o desenvolvimento

e a integração consumiu nove meses de trabalho e envolveu profissionais de diversas áreas. A solução foi dese-nhada para gerar o mínimo impacto para os usuários. O diretor explica que, além da rede, foram colocados servido-res para receber mensagens nas duas pontas e máquinas para converter pro-tocolos. “Mesmo que exista padroniza-ção na linguagem, cada Bolsa atua com dialetos distintos”, comenta. “Não pos-so exigir que um cliente final conheça seu código junto ao corretor”, enfatiza o profissional, apontando que, mesmo atuando no mercado externo, esses in-vestidores operam como se estivesse atuando localmente.

Segundo Castro, atualmente, o volume diário de informações tro-cadas entre as entidades em São Paulo e Chicago gira em torno de 70 milhões, com forte crescimento. O volume de informações trocadas diariamente entre as casas é de 70 milhões. Esse volume vem crescen-do fortemente com o passar do tem-

po. Além disso, o segmento BM&F já registrava, com base em números de setembro, 1,785 milhão de contratos negociados pelo Globex.

De acordo com o diretor, em várias outras ocasiões tentou-se a integra-ção entre bolsas de valores de países distintos. “Poucos projetos foram até o fim”, diz. Na visão do executivo, tal-vez o principal elemento de sucesso da aliança foi o respaldo tecnológico que foi possível graças ao amadureci-mento do mercado de redes e a padro-nização dos protocolos.

Agora, a BM&FBovespa estuda um potencial acordo com a Nasdaq OMX Group. A aliança prevê o comparti-lhamento de uma série de serviços, gerando oportunidades de coopera-ção na área de TI. Se sair do papel, a parceria representa o desenvolvi-mento de um sistema de roteamento de ordens muito parecido com o exis-tente com a CME. Só que, desta vez, a possível medida tocará negociação de ações, uma vez que contempla o seg-mento Bovespa.

Dezembro de 2009

BM&FBovespa usa tecnologia para iMpulsionar acesso ao Mercado de derivativos e capitais

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74 Information Week Brasil

Na Prática

Provendo acesso

Existe uma direção tecnológica forte para novas formas de conexão e acesso com o objetivo de am-pliar distribuição não só para usuários internacio-nais como para o mercado em geral. “Ao longo de 2009, tivemos várias iniciativas de ampliação de ca-pacidade”, comenta. O movimento alinha-se à uma busca, perceptível até em investidores mais tradicio-nais, pelo mercado de capitais como uma forma de potencializar seus rendimentos.

Com isso, somam-se esforços tecnológicos para am-pliação da abrangência do sistema de negociação de acesso direto ao mercado (DMA, na sigla em inglês) da BM&FBovespa. Em maio, entrou em operação uma nova versão do Mega Bolsa, reduzindo pela metade o tempo de processo das transações eletrônicas. Cinco meses depois, um novo gateway (Mega Direct) me-lhorou ainda mais o desempenho, fazendo com que o tempo de resposta caísse para um décimo do verificado desde a evolução anterior.

A facilidade propiciou um salto quantitativo. Em outubro, as transações realizadas por roteamento de ordens via DMA ao segmento BM&F representaram 15% do total de 34 milhões contratos negociados. Já os negócios sobre o sistema no segmento Bovespa repre-sentaram 59% do total de 9 milhões de negócios.

Vale ressaltar: o segmento BM&F possui quatro mo-delos de acesso direto ao mercado, enquanto o Boves-pa, até então, oferece apenas o “tradicional”, no qual o cliente acessa o sistema Mega Bolsa por intermédio da estrutura tecnologia da corretora. Mas, ainda em 2009, isso deve mudar com a extensão de facilidades que ope-ram na bolsa de mercadorias e futuros para o segmento de ações. A medida — após aprovação da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM — levará as modalidades provedor (via provedor de acesso), conexão direta e co-location (instalação de computador dentro da Bolsa) para o segmento de negociação de ações.

Só em 2009, a TI da BM&FBovespa conduziu mais de 12 projetos. As incursões seguem ainda para estabele-

Em foco Desafio: ampliar acesso de

usuários à Bolsa

solução: fortalecer canais de

negociação e estabelecer parceria

com bolsas internacionais

ResultaDo: solução de DMa já

representa volume significativo dos

negócios da BM&fBovespa

iwb

cer uma interface única e padronizada entre os segmentos para o usuário. A iniciativa começou em maio e deve ser concluída até o final do ano. “Tivemos a fusão e desde então temos operado as duas com segmentos distintos”, comenta o executivo. A medida de integração, na opinião do diretor, acarretará redução de custos e facili-dade no fomento de negócios a partir de oferta combinadas. As equipes de tecnologia traba-lham em conjunto desde agosto de 2008. “A principais metas de sinergia já conquistamos”, avalia, dizendo que restam apenas sistemas que demandam cronograma mais longo.

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A indústriA de fios e cAbos sil substitui sistemA de vendAs obsoleto por tecnologiA que ficA disponível nA internet

AposentAndo o legAdofoi por voltA de 2006 que A empresA de

fios e cAbos sil resolveu AposentAr o sistemA de vendAs desenvolvido havia um bom tempo para rodar em DOS. A tecnologia estava obsoleta, dava problema e precisava ser instalada no computador dos vendedores. Toda vez que o sistema falhava, a TI era acionada. Os chamados eram constantes. Não bastasse, o número de representantes crescia.

A internet, naquela época, já era algo consolidado e es-tava — novamente — forte depois do estouro da bolha. A indústria, então, optou por usar as estruturas da rede mundial para sua nova plataforma. Com quatro pessoas na equipe, o gerente de TI da empresa, Vicente Sugui, procurou uma fábrica de software capaz de desenvolver a solução desejada dentro de um prazo razoável. Fechou contrato com a ITGroup para tocar o projeto.

Em quatro meses a nova ferramenta de vendas já ope-rava de forma parcial. Colocada em produção, a empresa identificava melhorias e ajustava a plataforma. Levou um ano para o sistema estar do jeito que roda atualmente. A nova versão ganhou o nome SILOnLine. Nas palavras do gestor, a modernização deixou o processo de cadastro de pedidos e clientes, comissão, consulta a cadastros e acom-panhamento de vendas mais fácil, simples e rápido.

“O formulário online tem tudo aquilo que o repre-sentante já estava acostumado”, comenta Sugui, salien-tando que a base de dados utilizada na tecnologia an-tiga foi completamente aproveitada. Por meio de uma conexão segura na internet, os 53 profissionais de ven-das são redirecionados à ferramenta, armazenada em um servidor da companhia. Sempre que um pedido é gravado, um atendente revisa as informações e envia a solicitação para os trâmites administrativos. Levar a plataforma para “a nuvem computacional” reduziu a demanda por suporte na área de TI.

O próximo passo é aproveitar as informações de vendas e integrar com um sistema de planejamento e controle de produção (PCP), em fase final de desenvol-vimento, também pela ITGroup. De acordo com o geren-te, a tecnologia entra em produção no início de 2010. A integração facilitará bastante a rotina.

“Hoje, a programação da fábrica é feita a olho”, diz o gestor, que pondera: “imagine todos os itens que temos?”. Sugui explica que a linha de manufatura é extensa, composta por produtos de várias bitolas e diferentes cores que variam de acordo com a região e com normas técnicas. O PCP fará um levantamento de todos os pedidos registrados no SilOnLine, verifican-do estoque e emitindo ordem de produção, refletindo mais precisamente as vendas feitas pelos representan-tes. “Vai aumentar a produtividade e baixar os custos”, comemora o executivo. (fd)

Em foco Desafio: melhorar o sistema de vendas para representantes

solução: desenvolver uma ferramenta disponível na web

ResultaDo: facilidade, agilidade e rapidez no processo de vendas

Dezembro 2009

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76

Na Prática

QUEM NÃO CONHECE AQUELE VELHO PABX QUE, QUANDO ERA NOVIDADE, ATÉ CURSOS AS SECRETÁRIAS FAZIAM PARA OPERÁ-LO? Diversas teclas, ramais a decorar, funções que ficaram obsoletas com o advento das novas tecnologias. Mas é fácil encontrar empresas que ainda dependem destes produtos, mesmo que mais modernos. Isto decorre, principalmente, porque a evolução vem acompanha-da de preço elevado, muitas vezes, proibitivos para a maior parte das empresas.

Chega um momento, no entanto, que não tem jeito. A dor de cabeça e o custo gerados por manutenções e suportes sequenciais fazem qualquer um pensar em adotar algo mais moderno, que facilite a vida, deixe os processos mais ágeis e, principalmente, reduza custos. Com isto em mente — e também por orientação dos executivos da companhia — o gerente de TI da Matec, Luis Ricardo Velho, saiu em busca de uma solução de comunicação unificada.

A ideia inicial nem era levar algo muito sofisticado para a empresa de engenharia, mas uma solução que, logo de início, pudesse resolver o impasse de gastos com suporte técnico para coisas simples, o que acontecia pelo não do-mínio da tecnologia utilizada. Um exemplo clássico citado pelo executivo e que costumava gerar vários chamados para prestadores de serviço em suporte é a mudança de grupos de ramais ou mesmo a criação de uma extensão. “Buscávamos uma tecnologia que pudéssemos dominar, ter conhecimento e operar sem ajuda”, relata Velho.

A procura começou em julho de 2008, a partir de uma pesquisa de mercado que envolveu cinco fornecedores: Alcatel-Lucent, Cisco, Nortel, Ericsson e Avaya, sendo esta última escolhida. “As soluções eram parecidas, mas a simplicidade me chamou a atenção. As outras eram mais parrudas para operações com 10 mil ramais e precisamos entre cem e 150”, justifica.

InformationWeek Brasil

MATEC APOSTA EM SOLUÇÃO DE COMUNICAÇÃO UNIFICADA PARA MELHORAR GESTÃO DA TELEFONIA E ZERA CUSTOS COM SUPORTE TÉCNICO

Vitor CavalcantiVida simplesVida simples

lay_napratica_Matec 76 03.12.09 12:09:22

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Antes da aquisição, a realidade da Matec era um PABX analógico da Pa-nasonic do qual não se tinha o domí-nio sobre a configuração. Qualquer operação precisava de um terceiro e havia limitação, a expansão de ra-mais era física e coisas adicionais precisavam de placas”, exemplifica. É o tipo de situação que deixa qualquer gestor de TI maluco, principalmente quando se lida com obras, escritórios móveis e necessita de movimentação rápida de ramais.

Os negócios da Matec estão divi-didos em quatro frentes: imobiliária, comercial, industrial e built to suit (construção, em tradução livre). Isto mostra o dinamismo do dia a dia da companhia que está no mercado há 17 anos e o porquê era necessário uma mudança na gestão do serviço de telefonia.

A implantação do IPO 500 da Avaya durou 15 dias — está em funciona-mento desde outubro do ano passado — e o custo total do projeto ficou em US$ 30 mil. “É uma solução híbrida, podemos usar serviço analógico e IP, além de poder ser estendida até 500 ramais.” Há ainda um aplicativo de gerenciamento para cada ramal uti-lizado pelo usuário no próprio PC. Assim, é possível marcar reuniões, consultar agenda e saber quem está ligando, por exemplo.

De acordo com o gerente de TI, uma das premissas da empresa era trocar

o PABX sem alterar a rede ou mexer demais nos aparelhos. Eles compra-ram alguns telefones IP — basica-mente para secretárias — e modelos mais simples para os funcionários, só para padronizar.

Tudo isso mudou a rotina da em-presa. Com o domínio da tecnologia, a criação e a realocação de ramais ficou mais ágil. “A estabilidade do sistema também melhorou muito. Além disso, a economia com suporte foi de 100%”, atesta. No entanto, o custo das ligações não foi reduzido, porque a companhia manteve o contrato com a Embratel e não instalou muitos ramais IP.

Os funcionários instalados na sede da companhia são os que mais sentiram as mudanças ocasionadas pela solução de comunicação uni-ficada. Nas obras, como explicou Velho, ainda não se usa IP. “O que posso fazer é ativar um ramal IP na obra. O limitador é a internet, que ainda é instável. A qualidade de-grada a conversa por conta do link.” Na sede isto não acontece, pois pos-suem uma rede de fibra ótica.

Apesar de ainda não aproveitar todo o potencial de economia que a telefonia IP pode oferecer, Velho aponta que isso está nos planos da empresa. “Tem IP que é ruim, que precisa substituir os equipamen-tos, mas vamos testar IP. De início, queríamos agilidade e conseguimos isso”, resume. iwb

Dezembro de 2009

Desafio: melhorar gestão da telefonia e eliminar custos com suporte técnico

solução: investimento de us$ 30 mil em sistema de comunicação unificada

ResultaDo: zerou gastos com suporte e passou a ter domínio da tecnologia para

atender a demandas rapidamente

Vida simples

Em foco

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Na Prática

A cidAde de São JoSé doS cAmpoS, no inte-rior de São pAulo, é conhecidA pelA indúS-triA AeroeSpAciAl, Segmento que lidA com AltA tecnologiA e fAz pArte do diA A diA do município deSde 1950, quAndo foi inStA-lAdo o centro técnico. Desde então, houve um grande crescimento — tanto populacional, quanto no pro-cesso de industrialização —, mas algumas áreas não acom-panharam esta evolução. Uma delas é a saúde municipal que, até 2005, não tinha nenhum processo informatizado.

O agendamento de consultas era manual, as unidades não contavam com computadores e faltava um sistema centrali-zado para computar os dados dos pacientes. Uma realidade que tendia a piorar com o aumento da população, hoje em torno de 615 mil habitantes, de acordo com dados da prefei-tura da cidade. “O nível de informatização era muito peque-no e São José dos Campos sofria para conseguir gerenciar os recursos de saúde”, explica Marcelo Augusto Ferreira, chefe da divisão de informática da secretaria de Saúde.

À frente do projeto de informatização e gerenciamento do agendamento de consultas, Ferreira lembra que o tra-balho acontece desde 2005, quando foi desenvolvido um sistema com regras para marcação — como critérios de quarto, vagas para idosos, retorno, primeira consulta, área de abrangência, bairros atendidos por cada Unidade Bási-

ca de Saúde (UBS), entre outros. Antes disso, apenas dois hospitais administrados pela prefeitura possuíam parte do atendimento informatizado.

Um dos problemas no processo de informatização da saúde em São José dos Campos era a descentralização das unidades e algumas UBS instaladas em zonas rurais, a cerca de 60 quilômetros do centro da cidade. “Precisáva-mos garantir o atendimento de forma homogênea”, avisa. Depois de desenvolvido internamente o sistema, Ferreira precisou resolver como seria este acesso. Uma das opções era instalar o software nas máquinas das unidades. No entanto, ele acabou decidindo por um processo que cresce em adesão, a virtualização de desktops.

A solução XenApp, da Citrix, foi escolhida para resolver o problema. As primeiras licenças do produto foram ad-quiridas em agosto de 2005, sendo este o primeiro contato da secretaria com sistemas de virtualização de desktops. O software desenvolvido pela equipe de 12 pessoas ficou hospedado no data center da secretaria de saúde e, cada UBS, o acessa via web. “Dentro do meu próprio servidor, faço com que as unidades usem o sistema.”

Trata-se de um grande projeto que, em três anos, com licenças, adequação de infraestrutura e compra de link, consumiu pelo menos R$ 5 milhões. “Tínhamos uma si-tuação que era falta de informatização. Tinha gente que

InformationWeek Brasil

Partindo do zeroSão JoSé doS cAmpoS informAtizA SiStemA de SAúde e melhorA o AgendAmento de conSultAS com deSktopS virtuAlizAdoS

Vitor Cavalcanti

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nunca havia usado PC”, relembra. “Partimos para treinamento básico de noções de informática”, detalha.

De acordo com Ferreira, depois de desvendado o mundo do computador para esses funcionários, a parte mais fácil foi mostrar como se acessava o sistema por meio da virtualização.

Embora o projeto ainda não esteja 100% concluído, como Ferreira faz ques-tão de ressaltar, os resultados com a infor-matização já são colhidos. Em setembro de 2009, 52.178 mil consultas foram dis-ponibilizadas para os munícipes, apenas na parte de atenção básica, onde estão clínico geral, gineco-obstetra e pediatra. As demais especialidades responderam por mais de 33 mil consultas.

Esse número elevado de atendimen-tos só é possível por conta de uma me-

lhor gestão da base. Eles uniram regu-lação e controle das agendas da rede para que o tempo de marcação não ultrapassasse os 30 dias, isso desde meados deste ano. “Foram quase três anos de trabalho. O sistema é grande e as unidades espalhadas. Precisáva-mos levar para todas as unidades e garantir homogeneidade.”

Antes do sistema, a agenda era aberta e as datas das consultas ficavam muito espaçadas, elevando a probabilidade de ausências. Com a readequação das regras, Ferreira garante ter sanado o problema. Hoje são 65 pontos de aces-so. Além da rede própria, a TI provi-denciou integração com os sistemas das redes conveniadas. “Iniciamos este trabalho com um prestador e ti-vemos sucesso.” iwb

Dezembro de 2009

Partindo do zero

Em foco Desafio: melhorar gestão do sistema de saúde e informatizar marcação de consultas

solução: investimento de R$ 5 milhões no desenvolvimento de um sistema e na compra de licenças de

software de virtualização de desktops

ResultaDo: mais de oitenta mil consultas agendadas pelo sistema e redução de ausência

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Novo mundo

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Alberto Leite é diretor-executivo e publisher da IT Mídia twitter.com/albertoleite

MEU AMIGO MARCOS TOLEDO RECENTE-MENTE LANÇOU UMA CAMPANHA. ELE PAGA US$ 500 PARA O PRIMEIRO QUE MOSTRAR A ELE UM CARIMBO DE PASSAPORTE DA FAMOSA DU-DINKA, eternizada nos jogos WAR. Para ele, assim como para mim e outros milhares de conhecidos, tal país não existe.

Assim é com o mundo da tecnologia. Muitas tecno-logias que leio e ouço falar parecem a tal Dudinka, pois só aparecem em apresentações de planos de negócios, palestras de visionários e presidentes de empresas que as constroem. Algumas delas, de tão visionárias foram impossíveis de serem construídas.

Para criar algo mais valioso para cada uma dessas soluções incríveis, adicionam-se alguns fatores, que coloco abaixo:

• Em primeiro lugar, ela precisa ser realmente cara, para que poucos ou, digamos, nenhum possa comprá-la, fazendo então parte do imaginário coletivo;

• Precisa ser colocada sempre como uma nova onda. O mercado, às vezes, se assemelha ao Hawaii de tanta tecnologia em onda que já apareceu. Depois do ERP eu já me perdi de tanta onda e marola pre-sente nesse nosso mar;

• Precisa ser patrocinada por uma grande indústria ou ter nascido num quarto de faculdade, onde o CEO sempre tem menos de 25 anos de idade e alguns bilhões numa conta, que ele também não sabe o número;

• Necessita de uma validação de um grupo de estu-do isento, que sempre tem como cabeça um cientista-

chefe que trabalhou em algum projeto há alguns anos, mas demitido desta empresa por apresentar muitos projetos dedicou-se, digamos, ao nada;

• Precisa necessariamente de um case. Nota-se em muitos dos casos que os cases são ou de empresas mul-tinacionais, num pequeno departamento num país pobre ou numa cidade de 50 mil habitantes e que nin-guém ouviu falar, como Dudinka por exemplo.

• Tem uma aplicação genérica, ou seja, não diz por-que veio e porque vai, mas diz que vem transformar a forma como as pessoas interagem com outras palavras sem significado tipo: management, environment etc.

• Não podem ser questionadas, já que consumiram algum dinheiro e muito tempo de P&D;

• Elevam, já no dia seguinte ao seu anúncio, o valor das ações da empresa, criando então um ambiente bas-tante especulativo e de inúmeras incertezas. Já vi CEOs serem demitidos após um bombástico lançamento;

• Elevam o budget das corporações, em busca de di-ferenciais competitivos (aliás, também não confio mui-to nessa expressão), criando cenários espetaculares e invariavelmente distantes da estratégia;

• Nascem e morrem mais rápido que as borboletas da Ásia, deixando um rastro de infelicidade no ar.

Assim como Dudinka, temos inúmeras razões para crer que muitas coisas foram feitas para constar em tabuleiros de jogos, fazer crianças criarem seus cená-rios, seus sonhos e quem sabe um dia, fazerem apos-tas de US$ 500.

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TIPARANOIA CORPORATIVA

vsTIPARANOIA

TODOS CONHECEMOS BEM A DOR DE PERDER UMA INFORMAÇÃO VITAL, SEJA A PROPOSTA DE UM CLIENTE, um documento ou um e-mail importante. Este sentimento intensificou-se neste ano, quando muitos foram forçados a vasculhar os dados deixados para trás pelos colegas demitidos. É uma pena, porque a tecnologia principal que permite a criação destes sistemas de busca existe há mais de 15 anos. Ainda assim, de acordo com uma pesquisa da InformationWeek Analytics com 552 profissionais de tecnologia de negócios, nem 25% das empresas usa qualquer tipo de sistema de busca corporativa.

AS EMPRESAS DEMORAM A ADOTAR SISTEMAS CORPORATIVOS DE BUSCA PARA QUE OS USUÁRIOS ENCONTREM DADOS EM DESKTOPS, NA REDE E NA INTERNET. OS DESAFIOS SÃO MAIS OPERACIONAIS QUE TÉCNICOS E A RECOMPENSA É A EFICIÊNCIA

Michael Healey, da InformationWeek EUA

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PARANOIA CORPORATIVA CORPORATIVAMas essa não é a pior parte. A pesquisa perguntou quantos dos entrevistados

que adotaram algum sistema de busca corporativa realmente o utilizam e se ele oferece uma busca unificada entre redes compartilhadas, banco de dados, aplicativos, intranets, sharepoints e desktops, além de consolidação com navegadores web. Dos 24% que implementaram, menos de 8% oferecem acesso vinculado a diferentes silos. Esses não chegam a 2% do total.

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O que está nos segurando? A tecnologia para juntar todos os dados corporativos em um grupo coeso e pesquisável está disponível por meio de vários gigantes como Google, IBM, Microsoft e Oracle, assim como por meio de especialistas como a Automomy, Endeca e Vivisimo. Dito isto, são mais de 50 sistemas de busca disponíveis no mercado e a maioria dos fornecedores continua investindo em novas funções a serem lançadas ou adquiridas, como Microsoft/Fast e Automomy/K2. O problema não é tecnologia, mas os três Ps que prejudicam muitas das iniciativas de TI: polí-ticas, privacidade e percepção.

“Ignorar a opção de busca em e-mails foi uma decisão política, não tecnoló-gica”, disse um dos entrevistados que trabalha em uma grande empresa que usa sistema de busca para praticamente tudo, menos e-mail. “Não temos como lidar com esse tipo de ataque em TI.” Traduzindo: esta empresa resolveu cortar um sistema que tinha potencial de tornar os funcionários mais produtivos para evitar os problemas de uma possível mudança na sua política.

O medo baseia-se no fato de que a busca em e-mail é uma das áreas mais complicadas que um CIO pode encontrar. As políticas oficiais, em quase todas as empresas, é que os correios eletrônicos são de propriedade da empresa e os funcionários não devem esperar ter privacidade, ainda assim, todos os entre-vistados pesquisados limitaram a busca de e-mail em nível individual, com apenas 3% permitindo a busca dentro de departamentos ou equipes.

A não ser que você tenha um serviço de e-mail completamente integra-do com seu sistema de CRM ou de ERP — algo que raramente vemos — os e-mails trocados entre funcionários e clientes, parceiros e fornecedores são

| COMPARANDO CUSTOS | Google e Microsoft Fast

Visão geral:o Google Search Appliance 1001 é um sistema baseado em appliance.

- Uma das vantagens da tecnologia de busca Fast é que o sistema utiliza muitos produtos Windows.

-

Hardware:o sistema oferecido pelo Google (fabricado pela Dell) inclui capacidade de armazenamento para indexar 2 milhões de documentos

US$ 100 mil entre quatro e seis servidores virtualizados para suporte de indexação; incluindo a acomodação SAN de 500 GB para banco de dados e indexes

US$ 22,5 mil

Software:SO Linux, sistema proprietário incluindo web, relatório e busca

0 Windows Server 2008 com IIS, Fast ESP e SQL 2008

US$ 99,6 mil

Reserva:um segundo GSA ajustado no modo “failover” US$ 20 mil utiliza reserva criada dentro de um ambiente

virtualizado0

Integração:inclui ajuste inicial, integração com o Active Directory, con� guração de crawl e links custom-izados

US$ 15 mil ajuste inicial, con� guração de busca, banco de dados, sistema e conectores customizados; fácil integração com o Active Directory

US$ 13,5 mil

Treinamento: 5 dias US$ 5 mil 5 dias US$ 5 mil

Tempo de implementação:

Entre uma e três semanas para teste piloto - entre uma e três semanas para teste piloto -

Total US$ 140 mil - US$ 146 mil -

G O O G L E M I C R O S O F T F A S T

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mantidos em suas devidas caixas de entrada. Se você já dependeu de um antigo e-mail para reunir par-tes de um projeto que deu errado ou entender o porquê da recla-mação de um cliente, então, você está familiarizado com as dores de cabeça que isso pode gerar.

Privacidade ou o conceito de privacidade de um usuário é um tópico que deve ser discutido abertamente. Experimente dizer algo como: “a área de TI controla as buscas” na próxima reunião da empresa e veja o telefone do RH tocar sem parar. Nós evoluímos para uma estranha dicotomia. Muitos de nós aceitam que o Goo-gle e o Facebook rastreiem todos os nossos movimentos e usem esses dados para nos vender qual-quer coisa, desde estudos sobre comportamento até propagandas pay-per-click.

As pessoas passam dados pes-soais, sem pensar duas vezes, em supermercados para terem algum desconto em coisa pouca. Mas fazem um verdadeiro carnaval ao imaginar a possibilidade de a área de TI ter acesso aos e-mails e às movimentações de web para tornar todos mais produtivos. Não os pagamos para isso?

Existem também questões envol-vendo percepções erradas sobre o que é a busca corportativa e o que ela pode fazer pela empresa. Em primeiro lugar, busca corpo-rativa não é uma tecnologia do estilo “implante e esqueça”, não

importa o que o fornecedor tenha te falado. A área de TI precisa desenvolver políticas, treinar usuários, analisar as buscas e responder mensagens como “não encontrado”. Internamente, cada retorno em branco deve ser visto como um caso para o help desk, já que se trata de alguém que está, de fato, usando o sistema de bus-ca mas não consegue encontrar o que procura. É um momento de treinamento.

“Não é uma questão de tecno-logia, mas uma questão de bom funcionamento”, diz o diretor de busca de uma empresa global de consultoria que vem expandindo seu sistema há dez anos. Ele diz que o gerenciamento de resultados das buscas é ponto número um no sucesso da iniciativa, e ele sabe bem do que está falando. A princi-pal preocupação dos pesquisados era justamente o oposto: que os usuários ficariam perdidos em meio a tantos dados irrelevantes.

É aí que a área de TI precisa adiantar-se e procurar, entre dife-rentes fornecedores, um sistema de busca que possa ser integrado à infraestrutura da empresa, in-cluindo o e-mail. Existem muitas suítes com capacidades diferentes, mas lembre-se de que muitos destes sistemas se originaram na web, portanto, alguns podem não realizar funções básicas como integrar e conectar o Active Di-rectory ou o Exchange com certos bancos de dados.

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mil empregados no Brasil e a taxa mé-dia de rotatividade é de 1,4% por mês. “Desde o início de 2009, a rotatividade aumentou em vez de diminuir, por conta de remanejamentos internos”, afirmam as analistas de RH da compa-nhia, Nívea Watanabe e Cláudia Cruz. Para brecar esse movimento, a receita da empresa combina um bom ambiente de trabalho e oportunidades de cresci-mento profissional. “Oferecemos novos desafios e possibilidades de atuação em todo o território nacional, além de pro-jetos em outros países”, diz Nívea.

O grupo tem 31 escritórios em 13 Estados brasileiros. As especialis-tas também pilotam ações voltadas à gestão de pessoal, como pesquisas de clima organizacional, avaliação de desempenho, treinamentos compor-tamentais e academias técnicas in-ternas. Agora, o foco é melhorar o kit de benefícios para o corpo funcional. “Há treinamentos em andamento em instituições parceiras e programas de certificações”, exemplifica Cláudia. A área de RH também está desenvolven-do um programa de identificação de talentos para mapear perfis internos. “A meta é realizar uma capacitação direcionada ao potencial de cada pes-soa.” A preocupação não é gratuita. A recente política de expansão dos negócios na área de SAP empurrou a companhia a investir na contratação de mais profissionais para ampliar o atendimento a clientes.

EscassEz dEmão-dE-obraSegundo Victor Martinez, CEO da

Thomas Brasil, consultoria especiali-zada em ferramentas de avaliação que auxiliam empresas a recrutar, reter e desenvolver pessoal, a falta de mão-de-obra qualificada é uma das razões do rodízio de profissionais na área de TI. “Com o aperfeiçoamento das tec-nologias, foi necessário se especializar em determinados nichos de conheci-mento”, diz. “E este tipo de currículo, mais específico, é o que está faltando no mercado.”

Outra razão apontada pelo especia-lista para o entra-e-sai de empregados é que a própria área de TI é muito dinâ-mica e os profissionais estão sempre em busca do que há de mais moderno em seus segmentos. “As pessoas que com-põem esse grupo também pertencem a uma nova geração que não valoriza tanto a permanência por muito tempo em uma mesma organização.”

Martinez também observa que as empresas perdem talentos por ofe-recerem remuneração inadequada e tarefas que não correspondem ao perfil do profissional. “Há falta de motivação e de ferramentas de ges-tão para a área de TI”, afirma. “Nesse setor, o conhecimento técnico é mais valorizado do que em qualquer outro e esta importância acaba gerando um dilema nas corporações.” Para o con-sultor, apesar de precisar de executi-

“O turn over das companhias de TI é mais alto que a média do mercado, porque sobram vagas, o que acarreta disputas entre as empresas pelos melhores técnicos”, Andrade, da Robert Half

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1 - Indexar conteúdo/manutenção de index

2 - Oferecer capacidade de processamento su� ciente para suportar as buscas

3 - Oferecer capacidade de armazenamento su� ciente

4 - Garantir o acesso apropriado aos resultados das buscas

5 - Implementar conectores para os bancos de dados

6 - Oferecer buscar por toda WAN

7 - Confederar com a capacidade de busca nativa de armazenamento de conteúdo

Os maiores desa� os tecnológicos da busca corporativa

CARO E ARRISCADO? Quanto aos custos, pode ser difícil especificar o quadro comple-

to, especialmente se incluirmos as necessidades de e-discorevy e desktop. Os investimentos iniciais podem variar de acordo com o número de documentos e silos de dados a serem indexados. Para ter uma noção melhor do potencial do investimento, nós criamos um cenário envolvendo cerca de 2 milhões de documentos, com-partilhamento de arquivos Windows e Unix, integração de servido-res SharePoint e Active Directory, sites intranet adicionais, diversos Websites externos seguros e 1.500 usuários acessando o sistema. Fizemos os cálculos contrapondo dois sistemas populares, o Google Search Appliance e o Microsoft Fast ESP.

Existem também uma impressão, entre os profissionais de TI, de que os sistemas de busca corporativa representam um risco de segurança. No entanto, dispensar a busca, porque ela representa risco de segurança é uma página arrancada do manual de Barney Fife. Se não sabemos onde os dados confidenciais residem, manter as pessoas no escuro não é a resposta.

A maioria das empresas faz uma auditoria interna sobre segu-rança algumas vezes por ano. De repente, você já roda um sistema que invade, seguramente, sua rede todos os dias. Você acha que, um dia, a Susie, da área de compras, não fará uma busca sobre “pagamento” e encontrará a planilha com o orçamento para 2009 que foi colocada, de forma errada, em um compartilhamento des-protegido? Acidentes como esse acontecem o tempo todo. Mesmo sem busca corporativa, mas com um sistema de busca, você pode apostar que isso acontecerá sem tanto esforço do usuário final.

É melhor ser proativo e encarar o sistema de busca corporativa como um enviado dos céus para a equipe de segurança, ajudando-os a identificar, rapidamente, erros de configuração antes que a

Susie encontre dados confidenciais - acidentalmente, ou não. Além disso, mesmo que você não dê força para o sistema de busca, a maioria das empresas grandes já tem alguns sistemas pouco seguros rodando.

Mais de 60% dos profissionais de TI entrevistados deixam que os usuários carreguem suas próprias ferramentas de busca em desktop ou não possuem regras que res-tringem ou controlam seu uso, o que concede permissão tácita. A Microsoft e o Google dominam o mercado de buscadores de desktop com aplicativos gratuitos que são fáceis de instalar e de usar.

O problema é que essas fer-ramentas de busca em desktop podem liberar uma corrente de tráfego em sua rede para satisfazer as necessidades de busca de um único usuário. E não é bom para área de segurança que permite isso - se você ainda não tem um sistema de busca de baixa segurança ro-dando em sua rede, terá, e vai doer. Cada index é único para o desktop - sem escala, não agrega resulta-

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dos. Na verdade, nossos testes com ferramentas de busca de desktop mostraram um colossal aumento de 15% de tráfego, por desktop, durante a indexação inicial ou rein-dexação completa. Multiplique isso por 10 mil desktops.

Até o produto de busca corpo-rativa mais básico oferece index de banco de dados unificado com suas informações, e todos usam metodologia de indexação que quase não causa impacto no tráfego. Eles também oferecem o benefício de coleta de resulta-dos, te repassando informações valiosas para ajudar os usuários a encontrarem o que procuram.

Afinal de contas, o termo “jo-bless recovery” está se espalhando conforme a recessão chega ao seu fim oficial. Conforme os negócios melhoram, os funcionários podem ficar numa saia justa. Implemen-tar — e usar — uma tecnologia de busca é uma boa maneira de melhorar a produtividade. Se sua empresa sofreu demissões, os funcionários que continuam

trabalhando estarão mais ansiosos do que nunca para adotar um sis-tema de busca. As chances são de que eles já sintam na pele a dor de procurar por informações que es-tavam na cabeça — ou nos e-mails — de colegas que foram demitidos. Hora de ajudá-los.

O primeiro passo é garantir que você tenha um bom mapa de todos seus silos de dados: arquivos com-partilhados, banco de dados cen-tral, e-mail, até mesmo software como serviço (SaaS) e aplicativos em nuvem. Documente o sistema de busca disponível em cada um deles. Só assim você passará a ter noção dos ganhos potenciais que estiveram bem diante de você por anos. Antes de selecionar o novo sistema de busca, converse com os grupos responsáveis pela seguran-ça e aplicativos e, especialmente, com os administradores.

Com o poder da busca virão as reclamações sobre o Big Brother; você precisa ter apoio. “Antes de darmos esse passo e lançarmos a busca, pensamos apenas na pro-

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Avaliação do impacto: análise do comportamento de rede

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dutividade”, disse um diretor de TI durante nossa pesquisa. “Depois de alinhar a empresa às necessidades do sistema de busca, fomos capazes de aumentar, e muito, a velocidade com que entregamos informações às nossas equipes”.

Lembre-se: mesmo que você reforce as regras e permita busca normal de e-mail, sem um sistema sólido de arquivamento que organize as correntes de e-mail, remova dupli-cações e realize limpeza automática, você acabará com um monte de infor-mação emaranhada. UBM

BenefícioQualquer sistema que possa ajudar a área de TI a se conectar melhor com as necessidades representa um passo à frente. A TI pode afetar de forma positiva a produtividade, melhorar a segurança dos dados, facilitar compliance e alinhar os processos do negócio.

Muitas tecnologias prometem ganhos na produtividade, mas a busca realmente entrega - desde que todos os silos de dados sejam incluídos e a interface seja simples o bastante para que os usuários mais ocupados percebam seus benefícios imediatamente.

O sistema de busca envolve privacidade e controle. Os líderes dos negócios devem aceitar que o siste-ma precisa ter acesso a todos os dados relevantes e que a área de TI também precisa desempenhar um papel mais ativo ao rever e gerenciar os resultados obtidos por toda a empresa.

Agregar busca interna, de desktop e de web, representa uma incrível vantagem competi-tiva. Além de sua equipe obter resultados de busca mais abrangentes, mas sua empresa terá sido uma das primeiras a dar esse gran-de passo a favor da tecnologia.

Uma falha na segurança de indexação e você corre o risco de perder todo o controle de segurança que foi cuidadosamente desenvolvido para cumprir todas as regras como SOX e HIPAA, possivelmente resultando em multas e/ou péssima relação publica.

Áreas de TI

Empresas

Competitividade

ConclusãoGoogle, Microsoft e outros vários fornecedores competem nesse mercado; a pressão que derrubou os preços indica que você pode experimentar uma grande variedade de produtos até encontrar o que está mais de acordo com as suas necessi-dades. Superar os obstáculos corporativos e gerais pode ser um grande desafio, mas essa tecnologia vale o esforço.

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O sistema de busca federal pode representar um ris-co de segurança; para evitar problemas, peça uma auditoria sobre o assunto. A área ed TI deve expor os desafios envolvendo questões de privacidade e dados proprietários. A área mais complicada deve ser e-mails em geral.

A NOVA GERAÇÃO Nós descrevemos todo o conceito de busca integrada, incluin-

do o rastreamento de todas as buscas em nível corporativo, para um pequeno grupo de vendendores de uma média empresa distribuidora, na Nova Inglaterra. Todos entre 25 e 28 anos. A resposta deles foi “por que não estamos fazendo isso?”, então descrevemos o mesmo conceito para o CEO da empresa, incluin-do como as buscas federadas, não apenas as informações de dentro da empresa, mas também permitem que a área de TI re-vise todas as buscas e padrões usados pelos usuários e ajuste os resultados de acordo com suas necessidades. Parafraseado sua resposta: “de jeito nenhum vou permitir que a área de TI saiba o que estou procurando”.

Sem querer transformar isso num episódio de Oprah, mas ai está ressaltada a grande mudança que vem acontecendo nos locais de trabalho e afetando as áreas de TI de diferentes formas. A pró-xima geração entende e gosta de computador, espera usar IM no trabalho, não entende como alguém não gosta do iPhone, e sim, quer fazer buscas na web e na rede com apenas uma janela. Você poderia se aproveitar dessa próxima geração para dar início a uma iniciativa de busca federadas (federated search)? Talvez.

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In Fed we trustA crise econômica mundial vista do olho do furacão. O editor de economia do The Wall Street Journal, David Wessel, tenta mostrar em detalhes como o Banco Central Americano (FED) desconsiderou meio século de regras para salvar o capitalismo do colapso. A obra é considerada um dos mais detalhados relatos dos bastidores da crise escrito até agora. Editora: Crown BusinessPreço sugerido: US$ 26,99

Empreenda antes dos 30O empreendedorismo cumpre papel fundamental para ama-durecimento e crescimento de toda sociedade. Mas o ímpeto e a ousadia empregado na gestão de companhias nascentes muitas vezes conduzem a realidades desastrosas. Contradizendo o título, o livro apresenta lições e recomendações que podem ser úteis para pessoas de todas as idades que queiram vencer com negócio próprio.

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Arquitetura orientada a serviços ou simplesmente SOA (da sigla em inglês) é um conceito que vem se man-tendo quente ao longo dos últimos anos. A obra de Fabio Perez Marzullo oferece ferramentas úteis para quem quer partir para o modelo e otimizar, ao máximo, a solução na hora de ali-nhar plataformas de TI a necessidades de negócio.

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SOA na prática

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ViVemos em um momento especial. De-pois De uma longa espera, o munDo está se tornanDo realmente conectaDo. por todo o globo, quase 5 bilhões de pessoas estão inter-ligadas via telefones móveis. a penetração dos celu-lares na china, para se ter uma ideia, deve chegar a 100% nos próximos cinco anos. a Índia não fica atrás, mais de um terço da sua população está conectada via rede móvel. grandes áreas da áfrica também estão chegando rapidamente à curva de adoção. De fato, o mundo está cada vez mais próximo.

a quase onipresença da tecnologia móvel provoca um poderoso impacto na vida das pessoas em mer-cados emergentes. ela permite que novas conexões sejam feitas e antigas ligações, renovadas.

a telefonia móvel permite novas formas de em-preendimentos entre as populações rurais. Veja o sucesso do grameen phone, em Bangladesh, em que mulheres estão criando negócios para vender serviços de comunicação por meio de celulares. es-timulou, também, a criação de aplicativos inovado-res para melhorar a qualidade de vida de fazendei-ros. nano ganesh (vencedor do prêmio inovações de mercados emergentes, da nokia, em 2009), por exemplo, consiste em um sistema simples baseado em rede móvel, usado na Índia, para ligar os equi-pamentos de irrigação nos campos.

um fenômeno parecido está acontecendo nos pa-íses desenvolvidos. o aumento na disponibilidade das redes 3g contribuiu para a riqueza da comu-nicação e do acesso a dados possível por meio de telefones. um bom exemplo é quantidade de apli-cativos disponíveis para a plataforma do iphone. no período de um ano, mais de 100 mil programas focados no aparelho da apple foram disponibiliza-dos para uma grande variedade de necessidades, pessoais ou comerciais. essas inovações não são

criadas por grandes desenvolvedores de software, mas, em muitos casos, por pessoas físicas.

um outro fenômeno similar acontece direcionado a outras plataformas de computação social. mais de um milhão de desenvolvedores e empreendedores, de 180 países, criaram mais de 350 mil aplicativos para o Facebook, em um ano.

enquanto essas inovações melhoram a quali-dade de vida de muita gente, é interessante notar que, normalmente, elas não são originadas em pes-quisas de alta tecnologia. a maioria se origina no entendimento e conhecimento das necessidades lo-cais e contextuais e na liberação da criatividade de um individuo. não é apenas a tecnologia que está se tornando onipresente na sociedade. uma nova força está se difundindo. uma cultura social de ino-vação está emergindo e a tecnologia onipresente a está originando.

Inovação

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Soumitra Dutta é reitor para relaçõesexteriores do Insead e professor denegócios e tecnologia da Roland Berger

Uma cultura social de inovação

patrocínIo:

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Juntamente com a Linha 2010 das soluções de segurança mais premiadas do mundo, a F-Secure Brasil distribuirá mais de 3 milhões de livros

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