Information Week Ed. 224

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DUIP ERATUMM OLOBORE VEL www.informationweek.com.br O VALOR DA TI E TELECOM PARA OS NEGÓCIOS | Fevereiro de 2010 - Ano 11 - nº 224 BRASIL IT+ Governo, entidades e iniciativa privada se unem para reforçar presença internacional do País CARREIRA Entenda a lógica, os desafios e benefícios dos empregos no setor público ENTREVISTA Thaís Falqueto revela os projetos previstos para 2010 na TI da ALL UMA VISÃO SOBRE COMO GERENCIAR AS CORPORAÇÕES A FIM DE PREPARÁ-LAS PARA O QUE ESTÁ POR VIR E UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS DAS RUPTURAS TECNOLÓGICAS NO MERCADO CORPORATIVO E EM NOSSAS VIDAS

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informatica, tecnologia, brasil, cio,

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DUIP ERATUMM OLOBORE VEL

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | F e v e r e i r o d e 2 0 1 0 - A n o 1 1 - n º 2 2 4

BRASIL IT+Governo, entidades e iniciativa privada se unem para reforçar presença internacional do País

CARREIRA Entenda a lógica, os desafi os e benefícios dos empregos no setor público

ENTREVISTA Thaís Falqueto revela os projetos previstos para 2010 na TI da ALL

UMA VISÃO SOBRE COMO GERENCIAR AS CORPORAÇÕES A FIM DE PREPARÁ-LAS PARA O QUE ESTÁ POR VIR E UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS DAS RUPTURAS TECNOLÓGICAS NO MERCADO CORPORATIVO E EM NOSSAS VIDAS

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Índice

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Entrevista

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Cosentino, da totvs: "Conseguimos avanços, mas a ti ainda não está na pauta do governo como deveria"

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Carreira

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201062

Profissionais de

carreira

Carreira

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Fevereiro de 2010 - Número 224

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10 ENTREVISTADe coordenadora de circulação de trens à gerente de TI. Thaís Falqueto conta sua trajetória e revela os projetos previstos para 2010 no departamento de tecnologia da ALL.

22 INDÚSTRIAGoverno, entidades e iniciativa privada se unem na criação da marca Brasil IT+. Iniciativa reforça estratégia de tentar posicionar o País como polo internacional de tecnologia.

28 STARTUPO mercado de aplicações para dispositivos móveis vive um período quente. Conheça a SulMob que, já no primeiro ano, faturou R$ 120 mil e conquistou 20 clientes.

47 CIO INSIGHTAs tecnologias desencadeiam desafios e oportunidades aos CIOs da vertical de educação. Eduardo Lucas Pinto, do Colégio Dante Alighieri, Marcelo Pereira dos Santos, da Fiap, e José Augusto Pereira Brito, do Mackenzie, discutem os impactos e a função da TI no setor.

52 SETORIALPoucas compras e muito trabalho interno. Gestores de tecnologia da indústria alimentí-cia revelam que 2010 será o ano de canalizar esforços para colocar a casa em ordem e reduzir custos por meio da TI.

58 PERFILA trajetória de Flávio Jansen, um dos primei-ros CIOs a assumir a presidência de empresa no Brasil. 60 FOR IT BY ITA Taurus viveu um período de reestruturação tecnológica ao longo dos últimos meses. Odilon Devens, analista de suporte, detalha como ocorreu o processo.

62 CARREIRAA carreira em empresas públicas soa atraente por motivos que passam desde estabilidade até bons salários. Entenda a lógica dos em-pregos no setor.

68 NA PRÁTICAPara suportar picos de tráfico, intensificado em momentos decisivos do Big Brother Bra-sil, Globo.com troca servidores e migra três bancos de dados sem derrubar o portal.

70 NA PRÁTICACom processo logístico intenso, Lojas Marisa substitui sistema de retaguarda em projeto que envolveu 228 pontos espalhados pelo País.

72 NA PRÁTICAColégio Visconde de Porto Seguro aposta em sistema de gestão com novas funcio-nalidades e que abrange todas as áreas da instituição.

76 TECH REVIEWO mundo fica cada vez mais móvel. Uma coisa é implementar e-mail nos celulares dos funcionários. Outra é permitir acesso em tempo real a aplicativos corporativos de forma segura. Veja os novos desafios da mobilidade.

ESPECIALQue tipo de surpresas o futuro

reserva para as empresas e para a sociedade? Como se

preparar para uma época na qual inovações capazes de

mudar os rumos da história nascem a cada segundo? Que

novidades infl uenciarão a vida corporativa nos próximos

anos? Conversamos com especialistas em gestão e tecnologia para tentar

responder a estes e outros questionamentos na missão

de identifi car as maneiras mais efi cazes para as

empresas de se posicionarem nestes tempos urgentes.

06 Expediente08 Editorial14 Estratégia16 www.itweb.com.br30 Segurança46 Telecom67 Mercado74 Novo Mundo81 Estante82 Inovação

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 2010

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Expediente

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Carta ao leitor

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 20108

A VELOCIDADE COM QUE AS COISAS MUDAM ASSUSTA. AS NOVI-DADES INVADEM NOSSO DIA A DIA E SEM QUE PERCEBEMOS CHE-GAM A TRANSFORMAR A MANEIRA COMO VIVEMOS. Por vezes, nos fazem dependentes. Há quem se sinta nu sem o celular. Ou quem não consi-ga ficar um dia longe da internet. Mas em que momento isto aconteceu? Para mim está claro que foi gradual: à medida que novas tecnologias surgiam, iam sendo incorporadas ao cotidiano. A percepção total dos impactos, como bem pontuou o repórter Vitor Cavalcanti em uma das duas matérias do es-pecial Futuro da Tecnologia, só fica nítida quando retrocedemos e fazemos uma observação do macro.

Assim, olhar para o futuro e prever com exatidão quais tendências que afe-tarão nossas vidas pessoais e profissionais, aparentemente, consiste em uma tarefa quase impossível. Não nos propusemos a isto nas reportagens que co-meçam na página 31. Quando discutimos o que poderíamos abordar, decidi-mos ir além de fornecer informações sobre a capacidade futura dos computa-dores ou como será o design dos smartphones.

Das mãos de Felipe Dreher nasceu um texto a partir de entrevistas com gurus de diversas áreas do conhecimento sobre como se gerencia uma empresa hoje, mas olhando para o futuro. Da complexidade da con-temporaneidade à redução dos ciclos de inovações, o repórter mos-trou pontos que os gestores devem se atentar para primar pela lon-gevidade de suas empresas. Enquanto isto, Vitor buscava entender como e quais tecnologias causarão rupturas, dando origem a um novo modelo de negócio ou a comportamentos sociais.

Este especial será o primeiro de uma série de três que In-formationWeek Brasil destaca ao longo de 2010. No segundo, trataremos de segurança e no último abordaremos temas re-lacionados à carreira. Com isto, reafirmamos o compromis-so da revista de servir aos profissionais de TI e telecom, sempre levantando assuntos pertinentes ao dia a dia e os instigando a refletir.

gurus de diversas áreas do conhecimento sobre como se gerencia uma empresa hoje, mas olhando para o futuro. Da complexidade da con-temporaneidade à redução dos ciclos de inovações, o repórter mos-trou pontos que os gestores devem se atentar para primar pela lon-gevidade de suas empresas. Enquanto isto, Vitor buscava entender como e quais tecnologias causarão rupturas, dando origem a um novo modelo de negócio ou a comportamentos sociais.

Este especial será o primeiro de uma série de três que In- destaca ao longo de 2010. No segundo,

trataremos de segurança e no último abordaremos temas re-lacionados à carreira. Com isto, reafirmamos o compromis-so da revista de servir aos profissionais de TI e telecom, sempre levantando assuntos pertinentes ao dia a dia e os

ROBERTA PRESCOTT EDITORA

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O futuro

Boa lei tura!

é agora

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Entrevista

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Felipe Dreher

O leve sOtaque mineirO se mantém perceptível mesmO depOis de alguns anOs vivendO nO paraná. thaís lasmar Falqueto chegou à américa latina logística (all) a convite de um colega para atuar no centro de controle operacional, em 2001. durante o primeiro ano, a então coordenadora de circulação de trens atuou em diversos projetos relacionados à tecnologia. “implementamos um sistema de controle de tráfego e depois um projeto de gestão dos ativos”, recorda. seu desempenho nas iniciativas lhe credenciaram a receber uma proposta para assumir a gerência de ti. O trabalho anterior em uma área operacional ajudou a formar uma visão alinhada ao negócio da empresa. “talvez na época eu não soubesse, mas acho que esse foi um diferencial na minha carreira”, classifica a executiva que, na entrevista a seguir, aponta os rumos da área que dirige.

11Na torre de comaNdo

informationweek brasil — Como se Comportou o orçamento de ti da all em 2009?thaís falqueto — Ele ficou na casa dos R$ 15 milhões [mesmo valor de 2008 e superior aos R$ 14 milhões destinados à tecnologia no ano anterior]. Em 2010, teremos um aumento nos investimentos, quan-do cerca de R$ 18 milhões serão aplicados em TI. iwb — a manutenção teve alguma relação Com a Crise global?thaís —Sem dúvida. 2009 foi um ano em que investimos, mas a ideia era cautela. Vínhamos num crescente, mas, no último ano, os recursos aplicados em TI não foram aumentados. Mesmo assim, acho que fizemos bastante coisa com o dinheiro que recebemos. Gastamos com bastante cuidado. iwb — a Crise refletiu queda nos volumes transportados?thaís —Transportamos bastante durante o ano. Em 2009, a ALL verificou um crescimento de 12% no volume de carga em comparação ao ano anterior. Sofremos em tarifa. Tivemos diferença no valor do diesel e isto impacta, porque trata-se de um compo-nente importante da composição de preço.

iwb —se houve aumento de volume podemos ConCluir que não sobrou mais tempo para toCar mais projetos? thaís — Em TI não sentimos nada disso. Foi como em todos outros anos. Até ouço gente falando em quedas bruscas no volume de pro-jetos no ano passado, mas aqui não vimos essa redução. Para gente foi um período normal, com zero de diferença.

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“Hoje, os sistemas que desenvolvemos para nosso uso também vendemos”

Entrevista

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201012

iwb — Quantos projetos você administra por ano?thaís —Entre 15 e 20, de grande porte. iwb — como se comporta a demanda?thaís —Temos uma torre de investimentos. Nossos projetos nunca excedem um ano. A verba é definida e de responsabi-lidade da TI. Além disso, tem sempre um usuário que é dono do projeto comigo. Respondemos juntos por sua entrega. Uma vez a cada 45 dias temos uma reunião com o presidente da companhia para informá-lo do andamento da iniciativa

iwb —entregar projetos complicados em prazo inferior a um ano deve gerar uma grande correria!thaís — É muito corrido, mas é nosso modelo. As pessoas estão acostumadas. Não entregar é o fim, porque temos uma remuneração variável bastante agressiva e ninguém quer ficar de fora da política de bônus. iwb — Qual a principal iniciativa de ti reali-zada no último ano?thaís —Nossa lista de projetos foi bem grande. Talvez o mais crítico tenha sido troca do sistema da área de controle de tráfego. É um software que manda a autorização para um trem sair de um ponto a outro. iwb — e o Que você tem engatilhado para 2010?thaís —Estamos desenvolvendo um equipamento para medição de rolamento de vagões via som, que é um negócio diferente. Microfones captam sons do trem e é possível identi-ficar se algo anormal está acontecendo e classificar qual o grau de severidade de determinado ruído. O objetivo é ver se o vagão precisa ou não de algum tipo de manutenção antes que algum problema mais sério ocorra. Trabalhamos também em um siste-ma novo de controle de terminais integrados a distribuição. iwb — Que novidades vocês acha Que pode im-pactar o setor em um futuro próximo e o Que está no radar da all?

thaís —Tem algumas coisas. O que trabalhamos no passado e não funcionou como gostaríamos e que será importante para nós nos próximos anos é a parte de RFID (etiquetas de radiofrequência). Tentamos usar e não deu uma resposta adequada para melhorar controles. Quanto melhor eu giro meus ativos, maior minha produtividade. Com isto, conseguiremos medir melhor a nossa eficiên-cia e de quem trabalha com a gente. iwb — Quando vocês testaram e por Que não deu certo?thaís —Em 2005. Não deu certo porque o vagão é uma caixa metálica que sofre muita interferência. Dependendo da tecnologia utilizada, o sistema pode não ler a etiqueta adequadamente. Quando testamos, verificamos problemas onde, em alguns casos, as eti-quetas não eram lidas. Precisamos de um sistema que não tenha erro. Se não pudermos confiar, é melhor fazer de uma outra forma. iwb — como está organizada a ti?thaís —Temos uma TI centralizada e cem pontos espalhados pelo Brasil que nos acessam via link de comunicação. Somos muito dependentes dessa infra-estrutura de telecom. Ficamos o tempo inteiro moni-torando se os servidores estão no ar, o desempenho desses equipamentos e se os links estão garantindo a disponibilidade e acesso aos dados. iwb — o Que são esses cem pontos e Que tipo de sistemas eles acessam?thaís —Alguns são terminais de carga e descarga. Outros, estações ferroviárias. São pontos por onde os trens passam e eventualmente são manobrados, acres-centados ou subtraídos vagões. Os sistemas acessados informam os vagões que são carregados ou descarre-gados e, eventualmente, alguma mudança no trem.

iwb — sabemos Que as redes de teleco-municações vivem períodos críticos no brasil. como manter os links sem-pre no ar?

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thaís —Falamos muito em outsourcing de infraestrutura de TI – o que para mim seria uma coisa sensacional –, mas cada vez você fica mais preso aos elos mais fracos da cor-rente, que são os links. Temos, hoje, uma rede com a Embratel. Para determinados pontos muito críticos usamos contingência com ou-tras operadoras que garantem redundância, mas é inviável fazer isso para as cem localida-des, portanto, usamos apenas em regiões de grande importância. É o caso do Mato Grosso, onde temos nosso maior carregamento de soja; do Porto de Santos; e de Paranaguá. iwb — Como está a teCnologia apliCada no setor ferroviário brasileiro em Comparação Com o resto do mundo?thaís —Acho que somos bem mais modernos que outros países. O setor, no Brasil, é muito inovador em TI. Existem os sistemas tradicionais de ferroviais que muitas vezes têm um custo impeditivo para nossa realidade. Se eu chamar um fornece-dor acostumado a vender para ferrovias ao redor do mundo – sendo que grande parte das que operam no mercado ainda é estatal – esse provedor não serve para nós. Então, inventamos muita coisa nova.

iwb — existem muitas soluções de merCado?thaís —Tem empresas pequenas que desen-volvem, mas optamos por fazer internamente, pois nosso modelo de gestão é bem específico. Enxergamos isso como uma oportunidade. iwb

Hoje, os sistemas que desenvolvemos para nosso uso também vendemos. iwb — para quem?thaís — Tem vários clientes. Um mercado forte é a África do Sul. Ferrovia é um mercado muito antigo. Então, se abrem opor-tunidades bem bacanas porque desenvolvemos novas soluções focadas em regiões emergentes. Temos um braço chamado ALL Tecnologia, que comercializa estas inovações. Essa unidade é tocada por outra pessoa. Já vendemos um computador de bordo para locomotivas, o sistema Translogic [desenvolvido em 2001 para ges-tão das operações logísticas] e de gestão de nossos ativos. Além de mais uns outros dois ou três. iwb — Como Chega a informatização naloComotiva? thaís — As locomotivas têm componentes tecnológicos. Há um computador de bordo industrial desenvolvido na ALL e um soft-ware que roda lá dentro, propor-cionando uma série de controles. Todo maquinista começa a viagem espetando um pen drive na loco-motiva. O dispositivo identifica quem irá conduzir, bem como informa que aquele profissional

começou sua jornada de trabalho. Através dele fazemos, também, atualizações. É como se fosse um vírus que se espalha pelas ferro-vias atualizando todos computa-dores de bordo. iwb — voCê passou por um grande proCesso de fu-são entre a all e a brasil ferrovias em 2006. quais foram os desafios?thaís — Estava fazendo um mestrado no exterior e, quando cheguei, tinham acabado de com-prar. O anúncio foi feito em maio e voltei para ALL no dia 3 de julho. Fui trabalhar neste projeto. Os seis meses que se sucederam ao meu re-torno eu não tinha área, apenas um objetivo. Minha missão era unificar os três sistemas mais críticos das companhias: trazer o ERP da Mi-crosiga da empresa adquirida para dentro do nosso SAP; implementar o sistema de logística que ajudei a desenvolver quando vim para a ALL, chamado de Translogic; e fazer a fusão do centro de controle. Tínhamos seis meses para fazer a integração. O centro de controle implantamos em quatro meses, a migração do ERP em noventa dias e o sistema de logística levou cinco meses. Acabamos tudo em um prazo menor.

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Telecom

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201014

Sergio LozinSky é conSuLtor de tecnoLogia e geStão empreSariaLtwitter.com/SLozinSkyFo

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Empregabilidadena nova década

2010 começou com um tom de otimismo nos mercados, todos esperando mais ven-das e maiores lucros. os sinais da economia global ainda são incertos, mas parece que estamos em um bom momento – pelo menos no Brasil. Historica-mente, crescimento representa maior possibilidade de conseguir um emprego e, o mais importante hoje em dia, continuar empregado.

o profissional que pensa na sua carreira, que tem ambições e sabe que precisa continuar a estudar e a re-posicionar-se sempre, talvez tenha percebido que a di-nâmica da empregabilidade não depende mais somente de um bom ou um mau ano nas vendas. as empresas estão em busca de perfis mais completos e com atributos importantes no desempenho de suas funções. isso vale para todos os cargos, mesmo os mais operacionais. mas é nas posições de gestão que esse “filtro” se manifesta com mais intensidade.

podemos dizer que a maioria das organizações sabe que precisará se “transformar”, principalmente se a eco-nomia começar a crescer em ritmo acelerado. essas em-presas necessitarão de profissionais com perfil empre-endedor, capazes de enxergar novos mercados, novos produtos, novas formas de fazer as coisas, e que estejam dispostos a colocar “a mão na massa” para fazer com que essas mudanças aconteçam nas suas organizações. as companhias precisarão de pessoas que percebam que os processos de negócios sob sua responsabilidade precisam

ser desafiados todo o tempo em busca de efi-ciência, redução de custos e valor agregado.

negócios em que o relacionamento é um item fundamental no sucesso estarão em busca de profissionais que sejam inte-ressantes como pessoas, que tenham certa cultura, uma visão mais abrangente do que o produto ou o serviço que está oferecendo. Que sejam capazes de entender o negócio do cliente e, a partir desse entendimento, pro-porem algo mais adequado ou personaliza-do. esses gerentes, coordenadores e chefes também precisarão adotar boas práticas de gestão de recursos humanos, uma vez que são os times – integrados, treinados, motiva-dos – que conseguem os grandes resultados. esse gestor não pode ser alguém com medo de que um bom funcionário tire o seu lugar.

todos precisarão usar com desenvoltura os recursos tecnológicos, porque haverá muita tecnologia embarcada em celulares, netbooks, notebooks, etc. o uso intenso desses disposi-tivos deverá ser acompanhado de uma boa visão de como não misturar o pessoal com o profissional. o tema não se esgota aqui, mas esses profissionais ainda precisarão saber tra-balhar com metas e prazos, usar um orçamen-to econômico/financeiro, prestar contas de resultados... e não temerem o futuro.

“NuNca deixei miNha escolaridade iNterferir Na miNha formação” (mark twaiN, 1835-1910)

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O PRÊMIO QUE RECONHECE OS PROFISSIONAIS DE TI QUE MAIS SE DESTACARAM NO ÚLTIMO ANO

9a ed ição

O Prêmio EXECUTIVO DE TI DO ANO é o principal estudo do país que reconhece e promove os melhores CIOs e profi ssionais das indústrias de TI e Telecom. Há 9 anos a premiação destaca o profi ssional que consegue alinhar a TI com a estratégia da empresa, auxiliando a corporação no alcance de suas metas. Saiba mais: www.informationweek.com.br/executivo

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Era setembro de 2009 quando o chairman do Gartner, Donald Feinberg, anunciou, durante con-ferência sobre o futuro da tecnolo-gia em São Paulo, que a Microsoft seria comprada pela HP. Quatro meses depois, em janeiro deste ano, as duas fabricantes anuncia-ram uma grande aliança de três anos, envolvendo US$ 250 milhões em investimentos, que mira, sobre-tudo, a nova onda da tecnologia: computação em nuvem.

Seria este o início de uma relação ainda mais estreita? As compa-nhias não mencionam esse caso,

mas frisam que a colaboração mú-tua ocorre há muitos anos. Um co-municado enviado sobre a parceria dizia que o acordo seria focado no mercado corporativo e na constru-ção de um novo modelo de infraes-trutura para aplicações, o que deve culminar com o lançamento de di-versos produtos. A eliminação da complexidade, de acordo com as fabricantes, é o foco do contrato.

Em uma conferência voltada para imprensa, Steve Ballmer, CEO da Microsoft, afirmou que “o mun-do está acelerando, indo para mo-delo cloud, virtualização e novos

modelos de aplicações. Com par-ceria poderemos lançar produtos e prover aos nossos parceiros opor-tunidades de novos negócios.”

Já Mark Hurd, CEO da HP, além de referendar o foco na nuvem, por meio de diversas menções, lembrou que há um realinha-mento da estratégia corporativa em sua companhia e frisou que a aliança permitirá entregar novos valores aos clientes. No final da conferência, o executivo avisou que se tratava de uma evolução natural da parceria e que “isto é apenas o começo.”

Ciberataques lançados contra o Google e outras 33 companhias estrangeiras na China, em dezembro, abriram um imenso debate sobre a liberdade digital no país asiático. Embora o Google não tenha acusado formalmente o governo chinês de envolvimento no episódio, relatórios de empresas de segurança apontam a participação. Porta-vozes dos ministérios chineses já negaram qualquer envolvimento e, em relação à liberdade cerceada, a China diz que as empresas são bem-vindas desde que respeitem as regras do país. Diante da situação, o Google afirmou que não aplicará o filtro censor em parte das buscas feitas pelo Google.cn e chegou a ameaçar encerrar suas operações chinesas. O caso ainda deve render boas discussões.

De saída?

www.itweb.com.br

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201016

Microsoft e HP se unem por

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Em uma pesquisa da InformationWeek Analytic sobre as prioridades da TI governamental nas decisões federais de tecnologia, segurança virtual foi a iniciativa de número um, nas organizações entrevistadas, em termos de importância e foco de liderança. Veja alguns passo para garantir que você não perca de vista seu objetivo final. 1 - Controles mestre estão fora: pense em data centers 2 - Abrace a criptografia de dados 3 - Implemente controles fortes de autenticação 4 - Use prevenção contra perda de dados para “vigiar os vigias” 5 - Estenda em camadas os controles de integridade de dados

Pesquisa divulgada pela Symantec revelou que empresas de médio porte estão avançando na adoção de tecnologia. Isso porque, com orçamento superior ao das pequenas e mais flexibilidade que as grandes, essas companhias conseguem mais espaço para experimentar e adotar novidades tecnológicas. O estudo mostrou também que, independente do porte, uma das grandes dificuldades das empresas, especialmente na América Latina, é encontrar profissionais qualificados.

POnTO PArA AS médIAS

Depois de receber aprovação da Comis-são Europeia, a Oracle anunciou a con-clusão da aquisição da Sun Microsys-tems. Na mesma ocasião, a fabricante produziu um encontro com a mídia e parceiros para compartilhar a estraté-gia a partir da união. Charles Phillips, presidente da companhia, afastou rumores de demissão em massa e in-formou que a empresa está contratan-do. O executivo se comprometeu em manter o legado da Sun, investir US$

4,3 bilhões em pesquisa e desenvolvi-mento no primeiro ano fiscal da união das empresas e sinalizou mudanças de estratégia na comercialização dos pro-dutos. A Sun vinha focando em vendas por canais, mas a Oracle prefere uma força de vendas especializada e volta-da para os maiores clientes. Além dis-so, em todos os momentos, Phillips en-fatizou que a Sun tinha sido comprada para que a Oracle pudesse ofertar siste-mas completos.

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Cinco passospara segurança virtual

Também de olho no mercado de publicidade móvel, a Opera segui os passos de Google e Apple e anunciou a aquisição de uma companhia neste segmento. A empresa, famosa por seu browser, comprou a Admarvel por um valor não divulgado. Atualmente, em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo utilizam a versão móvel do navegador da Opera, o que poderia ser uma excelente base de trabalho.

SEGUIndO OS PASSOS

SuSpenSaA Oi anunciou a suspensão da incorporação das ações da Brasil Telecom por meio de fato relevante enviado à CVM. A decisão foi motivada por um relatório que revelou ações judiciais acima do es-timado. Inicialmente, eram previstas ações num total de R$ 1,290 milhão, mas o documento eleva este montante para R$ 2,535 milhões, sendo gran-de parte das ações vindas do Rio Grande do Sul.

Integração anunCIadaA Avaya não quer perder tempo e nem as opor-tunidades para reter clientes e atrair novos. Para isto, a fabricante anunciou um novo portfólio de produtos já com as soluções da divisão En-terprise da Nortel integradas à carteira. O novo roadmap é basicamente composto pelo portfólio existente em comunicação unificada da fabrican-te e integra as soluções corporativas da Nortel. Além disto, há ofertas de pacotes de upgrades para clientes das duas companhias. A compra da divisão da ex-gigante canadense custou à Avaya US$ 900 milhões.

ConCluído

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Page 18: Information Week Ed. 224

Mário Anseloni FALA SOBRE SUA SAÍDA DA HP

Vaivém

www.itweb.com.br/iwb/vaivem

> Álvaro Mello, ex-Grupo Estado e Grupo Schincariol, assume como gerente-geral de TI da Votorantim Cimentos. Ele se reportará a Fábio Faria, diretor-corporativo de tecnologia da informação da Votorantim Industrial.

> Alexandre Gouvêa assumiu como novo CEO da Atos Origin para o Brasil e América Latina. O executivo havia passado cinco anos na vice-presidência sênior de operações na Orange Business Services.

> Jarbas Valente foi nomeado para exercer mandato de cinco anos no Conselho Diretor da Anatel.

> Igor Beserra é o novo nome da Seagate para o comando das operações OEM no Brasil.

> Ex-Bunge, Marcos Oliveira é o novo gerente de operações na integradora de serviços e soluções de TI Ziva.

> Roberto Portella, ex-CIO do Grupo Estado, assumiu posto de executivo-sênior na TI do Pão de Açúcar. Ele responderá pela área de infraestrutura e se reportará ao diretor de tecnologia Joaquim Dias Garcia.

> Logica anuncia cinco novos diretores: Paulo Simon, divisão de consultoria e integração de sistemas; Eduardo Pereira, unidade de controle de operações, resourcing, procurement e real estate da Logica para América do Sul; Alex Jacobs, na direção da área de outsourcing de sistemas; Alexandre Junqueira Franco, para diretoria de services & project delivery; e Élcio Zaninelli, que ficará à frente da diretoria de outsourcing services/infraestrutura.

IT WEB: QUANDO VOCÊ TOMOU A DECISÃO DE DEIXAR O COMANDO DA HP BRASIL? MÁRIO ANSELONI: Em setembro de 2009. Na época, cheguei a comunicar minha chefia, que é o presidente da HP para as Américas, que encerraria esse ano fiscal e sairia. No mercado aquecido como o brasileiro acabamos recebendo muitos convites para participar de processos com headhunters. Em geral, não dou muita atenção para isto. Mas teve um projeto que apareceu em paralelo a decisão de deixar a HP.

IT WEB: O QUE MOTIVOU SUA SAÍDA? ANSELONI: Na realidade, foi um mix de coisas. Primeiro, a função de presidente de uma subsidiária da companhia vem sofrendo um processo de transformação ao longo dos anos. A HP está muito verticalizada por linhas de negócio. Isso não é uma crítica, pois a empresa tem tido sucesso. Mas, evidentemente, aqueles que ocupam funções chamadas “horizontais”, como

era meu caso, acabam sofrendo consequências, principalmente, de autonomia e de gestão.

IT WEB: VOCÊ ESTAVA NA EMPRESA DESDE 98 E NA PRESIDÊNCIA HÁ TRÊS ANOS. COMO AVALIA SUA CARREIRA DENTRO DA COMPANHIA? ANSELONI: Comecei na HP em Miami (EUA) dentro do headquarter de América Latina. Tive um crescimento rápido. Entrei em setembro de 1998, ao sair de um MBA, como gerente de desenvolvimento de negócios na área de consultoria e fui logo ganhando posições importantes até chegar ao comando da operação Brasil. Apesar do crescimento acelerado e muito saudável da minha carreira, saio da empresa sem nenhuma mágoa. Mas chegou um determinado momento em que estava na hora de buscar novas perspectivas. É importante saber também o melhor momento para mudar. Nada é eterno.

www.itweb.com.br

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201018

Leia mais:

Confira a entrevista completa em www.itweb.com.br/iwb/marioanseloni.

FELIPE DREHER

MÁRIO ANSELONI DEIXA A PRESIDÊNCIA DA HP BRASIL PARA ASSU-MIR O POSTO DE CEO DA ITAUTEC. A NOTÍCIA DA SAÍDA DO EXECUTIVO DO COMANDO DA MULTINACIONAL AGITOU O MERCADO DE TI JÁ NOS PRIMEIROS DIAS DE 2010. NA MANHÃ DE 07 DE JANEIRO, O EXECUTIVO CONCEDEU ENTREVISTA EXCLUSIVA AO IT WEB E COMENTOU A TRAN-SIÇÃO. LEIA ALGUNS TRECHOS:

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Page 19: Information Week Ed. 224

Mário Anseloni fala sobre sua saída da HP

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iPad: revolução?O mercado especulou, imaginou

funcionalidades, imagens de protótipos vieram à tona e, na última semana de janeiro, a Apple convocou a imprensa para o seu grande anún-cio. Do alto de um palco Steve Jobs, CEO da fabricante, apresentou o tão esperado tablet. Batizado de iPad, o gadget, nas palavras do executivo, é uma revolução. Mas será isto mesmo?

Com aparência de um iPhone gigan-te, o iPad vem com processador desen-volvido pela própria Apple, o A4 de 1 Ghz. Esta velocidade de processamen-to, como avaliaram especialistas no exterior, seria excelente para um smar-tphone, mas é o suficiente para um tablet? O Nexus One, celular que leva a marca Google, roda com um chip Qualcomm de 1 Ghz, o Snapdragon.

Ademais, diferente do que era ima-ginado, o iPad não veio com o Mac OS, ao que tudo indica é uma adap-tação do iPhone OS. Outra ausência sentida é de uma câmera, que pode-ria ser usada para videoconferências. Apesar disso, o produto confere, pela demonstração, uma boa experiência de navegação pela web, leitura de e-mails, games, visualização de vídeos em alta definição e vem com o kit do iPod, para que os usuários possam ouvir suas músicas.

Pensando em manter o modelo de sucesso com o iPhone e App Store, a fabricante informou que o iPad terá acesso à loja de aplicativos e avisou que irá incentivar os desenvolvedo-res para que produzam aplicações exclusivas para o tablet. O preço,

embora o banco de investimentos Barclays Capital, tenha avaliado como positivo, parece alto até para os padrões norte-americanos: vai de US$ 499 a US$ 829, no modelo mais completo que tem 3G e o máximo de memória (64 GB).

Outro ponto positivo do lança-mento da Apple é a funcionalidade de e-reader, competindo diretamente com leitores como o Kindle, da Ama-zon. Isto não significa, no entanto, o fim deste segmento. A empresa de pesquisa In-Stat lembrou que este segmento ainda deve crescer muito e que a tendência é que as fabricantes adicionem funcionalidades ao apa-relho. Sem contar que, os donos dos e-readers, aderiram ao produto pela boa experiência de leitura.

Felipe Dreher

Apesar de críticas relacionadas à capacidade de processamento, nova aposta da Apple causou frisson. Preço vai de US$ 499 a US$ 829

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CertifiCações: qual amelhor escolha?Em uma área supercom-

petitiva como é a de tec-nologia da informação, obter certificações pode determinar, durante um processo seleti-vo, a contratação. Dentro da empresa, ela ajuda a galgar postos e, é claro, conquistar o desejado aumento salarial.

Uma certificação a mais no currículo nunca é demais. Mas é preciso ter tato e uma dose de esperteza para escolher a sua especialização. Muitos dos cur-sos que certificam não são ba-ratos e a empresa nem sempre pode — ou quer — pagar.

O conhecimento adquirido num curso é interessante em qualquer fase. Além de ser ina-lienável, demonstra aos seus superiores a imagem de pes-soa dinâmica e que busca estar sempre atualizada em sua área

de atuação. Existem, entretanto, dois períodos da carreira em que a certificação pode ter um peso decisivo: quando ainda não se tem um diploma univer-sitário ou no começo do exercí-cio profissional, após concluir o ensino superior.

Como, então, escolher entre as várias opções no mercado? Quando e quanto investir para melhorar a posição profissional? Como se preparar para fazer os exames? Que tipo de curso realmente dá um upgrade na carreira? Quais são as certifica-ções mais procuradas e mais co-biçadas? Para responder a estas e outras perguntas, o IT Web preparou uma série de quatro reportagens, que foi ao ar em janeiro, com objetivo de trazer informações atualizadas para direcionar melhor a carreira.

Blogs | www.itweb.com.br/blogs

Blogs >

Confira alguns dos assuntos postados pelos blogueiros

ItIl na PrátIcaEntre os assuntos abordados, os

autores discutiram o real papel das

ferramentas de TI

roneI SIlvaSócio-diretor da TGT Consult abordou as

perspectivas de crescimento para 2010 e

o papel da TI nesta retomada

edISon FonteSProfissional de segurança da informação

debateu um estudo do Ponemom Institute

que avalia o valor das informações.

Jomar SIlvaDiretor-geral da ODF Alliance Chapter

Brasil continua com sua série de reviews.

Desta vez, apresentou uma avaliação

minuciosa sobre o BlackBerry Storm.

Fernando GarcIaSócio da Talengy ensinou como trabalhar

a empregabilidade nas redes sociais. O

especialista discutiu o imenso classificado

criado dentro dos sites

de relacionamento.

JoSé mIlaGreAnalista de segurança da informação

e perito computacional falou sobre

a punição às gravações de vídeos

entre namorados.

Frank meylan Sócio da consultoria KPMG discute se é

melhor desenvolver ou adquirir sistema

de prevenção e combate a fraudes

www.itweb.com.br

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201020

Quer saber mais? Acesse o especial completo em www.itweb.com.br/iwb/certificações2010

Leia mais:

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esTagil Oliveira ramOs, especial para iT WeB

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DURANTE CONFERÊNCIA PARA ANÚNCIO DOS RESULTADOS FINANCEIROS, O CFO DA IBM, MARK LOUGHRIDGE, FALOU SOBRE PERSPECTIVAS INTRIGANTES RELACIONADAS AO CRESCIMENTO DA COMPANHIA. E APROVEITOU PARA PASSAR UM RECADO AOS CIOS QUE QUEREM ESTAR PRÓXIMOS DOS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE SUAS EMPRESAS. CONFIRA:

LIÇÕES DE UM CFO

• Há uma crescente oportunidade fora da TI tradicional: a ideia é ajudar clientes a levar mais e� ciência para infraestrutura física• Terceirização das aplicações: você já avalia esse processo? Considera apenas algo para reduzir custos?• Business Analytics: é algo crucial e, você, CIO, vai esperar um pedido do seu CEO por previsões assertivas ou buscará uma estratégia de análise?

MENOS PRIVACIDADE É NORMA SOCIAL?

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu a nova po-lítica de privacidade de sua rede social classificando de “norma social” o compartilhamento e o crescimento da quantidade de dados pessoais na web. Ele comentou o assunto durante uma entrevista a Michaek Arrington, do TechCrunch, e um mês de-pois de o Facebook ter promovido mudanças que abriu o status de atualizações dos usuários para toda a web, com exceção da-queles que, proativamente, alteraram a opção de abertura dos dados. “As pessoas estão confortáveis em não apenas comparti-lhar mais informações e de diferentes tipos, mas de forma mais aberta e com mais pessoas”, avaliou Zuckerberg. “E essa norma social é apenas algo que está envolvido o tempo todo e enxerga-mos isso como uma regra no sistema para inovação constante e atualização.”

TESTANDOMODELOS

Para ampliar a receita produzida pelo portal YouTube, o Google avalia um serviço de aluguel de filmes. O primeiro teste foi com filmes do Sundan-ce Film Festival para usuários nos Estados Unidos. Além dos títulos presentes no festival, o site de ví-deos pretende ofertar títulos de parceiros de ou-tras indústrias, incluindo saúde e educação. Além disso, o YouTube lançou a campanha “Filmmakers Wanted” para atrair mais cineastas independen-tes. Eles definiriam o preço dos vídeos e o tempo que eles ficariam disponíveis na web, além de ter 100% dos direitos assegurados. O anúncio indica a busca por alternativas, além da tradicional publici-dade online, para alavancar o lucro do portal, que sofre implantar um modelo de negócio que seja lu-crativo, dado os custos de infraestrutura.

MERCADO ANDROID

Levantamento da DigiTimes revela que a Moto-rola pode se tornar a fabricante líder em produção de smartphones com a plataforma open source Android. De acordo com a pesquisa, até o fim deste ano, a fabricante poderá responder por 34,7 dos aparelhos com o sistema criado pelo Google, deixando a HTC em segundo lugar (31,9%). Se con-cretizada, será uma grande mudança. Em 2009, a HTC dominava o cenário com 64,5% de share.

ALTA DE 4,6%É o porcentual que o Gartner prevê de aumento

para os gastos com TI. De acordo com a consulto-ria, a melhora do cenário macroeconômico puxará esta guinada. A expectativa é que, até o fim do ano, os investimentos em tecnologia totalizem US$ 3,4 trilhões. Serviços e software lideram a retomada.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu a nova po-O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu a nova po-

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Indústria

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201022

Nova marca,

Brasil iT+ passa a ser a idenTificação para Toda a exporTação de Ti Brasileira. a novidade chega junTo com novos planos de enTidades e empresas para ganhar o mercado gloBal e Transformar o país em um polo inTernacional de Tecnologia

velhos planosO mercado brasileiro de tec-

nologia da informação tem uma nova marca para identificar os esforços de exportação e facilitar a propaganda na hora de conquistar mercados pelo mundo afora. A ini-ciativa é um novo passo no plano de estabelecer o País como um dos principais vendedores de TI para o mundo, seja software ou serviços, e aprimorar a competitividade global das companhias nacionais. Em 2010, estima-se que as exportações brasi-leiras do setor cheguem a US$ 3,5 bi-lhões. Em 2006, elas representavam somente US$ 600 milhões.

A marca Brasil IT+ (lê-se IT, em inglês, plus), lançada em dezem-bro último, unifica a linguagem. A criação é da agência de branding Futurebrand e será usada tanto pe-las empresas privadas como pelos órgãos do governo envolvidos em

exportação de TI. As companhias e entidades oficiais já trabalhavam com uma estratégia de marca des-de 2004, que trazia o nome do País com “z” e sem o símbolo matemá-tico. No entanto, não havia uma padronização em seu uso e diver-sas iniciativas e materiais de propa-ganda do setor acabavam usando logotipos distintos para promover seus esforços comerciais no exte-rior. A nova caracterização visual pretende acabar com isto.

A marca foi criada de acordo com um briefing detalhado sobre o mer-cado brasileiro e os planos de expor-tação (confira quadro com os con-ceitos envolvidos na pag. 25). Mas, a grande diferença em relação à anti-ga é o uso do símbolo de +. Ele re-presenta a diversidade do setor, que é capaz de exportar um ERP para países latinos, abrigar centros de

serviços de indústrias multinacio-nais, ser plataforma de terceirização para as globais e ainda conta com uma série de pequenas empresas que conquistam clientes no exterior com softwares de nicho e maior va-lor agregado. “Somos diferentes da Índia, que se estabeleceu como out-sourcing, e precisávamos mostrar isto com maior clareza para o mer-cado internacional”, aponta Antonio Carlos Rego Gil, presidente-executi-vo da Brasscom (Associação Brasi-leira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação).

A novidade agradou os executi-vos envolvidos com exportação de TI. “É uma operação complexa, que envolve união de empresas e go-verno, além de muita estratégia. A marca mostra isso”, comenta o pre-sidente da Stefanini IT Solutions, Marco Stefanini. A empresa é uma

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gilBerTo pavoni junior, especial para informaTionWeek Brasil

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velhos planos

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Gilberto pavoni junior

Cosentino, da totvs: "Conseguimos avanços, mas a ti ainda não está na pauta do governo como deveria"

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Gil, da Brasscom: “somos diferentes da Índia, que se estabeleceu como outsourcing, e precisávamos mostrar isto para o mercado internacional”

Foram seis meses de discussão e quatro de desenvolvimento somente na Futurebrand. Além da agência de branding, participaram da criação da marca a Brasscom, Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu) e da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo).

QUEM PArTICIPoU DA BrASIl IT+

das maiores exportadoras brasileiras de TI, com atuação em 16 países e 125 clientes. Cerca de 20% de sua receita de R$ 670 milhões vem do exterior.

Para empresários, o selo Brasil IT+ vai facilitar a comunicação principal-mente em eventos, nos quais há gru-pos de empresas distintas mostrando as soluções brasileiras. “A nova marca ajuda no trabalho de comunicação e marketing que ainda precisamos para vender o Brasil no exterior”, avalia o presidente da BRQ IT Services, Benja-min Quadros. A companhia começou a operar nos Estados Unidos em 2003. Em 2008, ela comprou a ThinkInter-national, prestadora de serviços de TI para o mercado americano que havia faturado US$ 8 milhões no ano an-terior. Com a negociação, vieram os funcionários e os clientes da empre-sa. “Mesmo assim, ainda precisamos sempre mostrar o que o Brasil tem de bom a oferecer”, comenta.

ANTIgoS DESAFIoSMas, se a marca Brasil IT+ chega para

modernizar o marketing dos exportadores de TI, as barreiras para que as empresas ga-nhem maior competitividade continuam a ser as mesmas de uma década atrás, quan-do as primeiras iniciativas foram lançadas. “Conseguimos avanços, mas a TI ainda não está na pauta do governo como deveria”, cri-tica o presidente da Totvs, Laércio Cosenti-no. Apoio do governo federal, dólar valori-zado, isenção fiscal, encargos trabalhistas e investimentos em formação de mão de obra qualificada são reivindicações antigas dos exportadores de TI. Essas dificuldades, prin-cipalmente o câmbio, têm se mostrado uma barreira para que o País consiga consolidar-se mundialmente.

A Matera Systems, que opera nos Estados Unidos junto com outras empresas reunidas na ActMinds Inc. viu a representatividade das exportações cair de 7% do faturamento para 4% nos últimos anos. “O dólar alto in-fluenciou diretamente na competitividade

Indústria

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201024

“Quando não se pode competir por preço, as empresas brasileiras precisam inovar”, Leite Netto, da ActMinds

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Quem participou da Brasil it+

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petit, da softex: "Vamos aproveitar o bom momento e ganhar mercado"

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604

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2007

US$

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2008

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dados de eXportaÇÃo de

soFtWare e serViÇos de ti

Fontes: Para 2006: Banco Central do Brasil. Para 2007 e 2008: IDC e Brasscom. Para o período de 2009 e 2010 os valores são projetados.

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da nossa oferta”, explica o presidente da Matera e da ActMinds, Carlos Au-gusto Leite Netto. Para fugir da pres-são cambial, a provedora criou um centro em Maringá (PR) onde pode contar com mão de obra qualificada por um custo menor. Além disso, a Matera começou a trabalhar com oferta de produtos de maior valor agregado. Uma solução multitouch baseada em Microsoft Sharepoint e que transforma o computador numa espécie de imenso iPhone para faci-litar a interface com sistemas corpo-rativos tem sido o grande destaque da empresa em feiras internacionais. “Quando não se pode competir por preço, as empresas brasileiras preci-sam inovar”, diz Netto.

Esse tipo de capacidade empreen-dedora é o principal trunfo do Bra-sil no mercado externo de TI e que a marca Brasil IT+ pretende mostrar em 2010. Mas, além do marketing, a renovação da identidade é acompa-nhada de grandes planos capitanea-dos pelas entidades do setor. O mais abrangente deles está no envolvi-mento da iniciativa privada, gover-no, profissionais, universidades e mídia para divulgar a importância da tecnologia da informação para o País. De acordo com levantamen-to da Brasscom, o setor movimenta US$ 60 bilhões ao ano por aqui, o que coloca o Brasil como o oitavo maior mercado do mundo. Se o segmento de telecomunicações for agregado a

essa conta, o volume transacionado sobe para US$ 140 bilhões.

A entidade estima que a TI repre-sente 8% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e servi-ços produzidos no País, e empregue ao menos 2 milhões de trabalhado-res, com um salário 2,5 vezes maior do que os vencimentos médios ve-rificados no Brasil. Todos estes nú-meros serão apresentados tanto em eventos nacionais como internacio-nais para mostrar o que há por trás da vontade brasileira de exportar soluções tecnológicas.

Em 2010, o número de atividades que as empresas brasileiras partici-pam deve aumentar. Ainda não há uma estimativa sobre quais serão, mas o plano é fazer a tecnologia nacional aparecer não apenas em eventos espe-cializados em TI. A intenção é ampliar o leque para feiras de varejo, saúde e demais verticais da economia.

A Brasscom irá realizar um evento internacional de outsourcing no Brasil, em junho, com objetivo de posicionar o mercado local no circuito internacional de feiras de TI e promover a integração maior entre executivos estrangeiros com o cenário nacional. “Uma coisa é conhecer o Brasil lá de fora, outra é vir aqui e ver que o País não é só samba e futebol”, declara o presidente da asso-ciação. A entidade também abrirá um escritório nos Estados Unidos, além do de Washington. Chicago e São Francis-co são as cidades estudadas.

Indústria

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201026

O posicionamento estratégico está baseado em quatro pilares: a origem brasileira (vem daí a substituição do z pelo s no nome do País), o porte do setor, a habilidade em construir grandes parcerias e a capacidade de ser um player estratégico em TI. O sinal +, além de mostrar a diversidade do setor, mostra a atual união de empresas e governo.As tipologia adotada é moderna e indica que está sendo comunicado algo tecnológico sem, no entanto, mostrar ligação à hardware ou software. Foram usadas as cores azul, que denota credibilidade e solidez, e verde, que representa a jovialidade associada ao Brasil. Ambas as cores sugerem brasilidade. A identidade visual como um todo remete à idéia de modernidade e tecnologia, atributos fundamentais para a indústria.

A mArcA em deTAlhes

O setor de TI movimenta US$ 60 bilhões por ano no Brasil, o que coloca o País como o oitavo maior mercado do mundo. Se o segmento de telecomunicações for agregado a essa conta, o volume transacionado sobe para US$ 140 bilhões

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Stefanini, da Stefanini IT Solutions: "O marco mostra a união das empresas e do governo"

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A mArcA em detAlhes

condiçõesContudo, para alcançar os arroja-

dos planos, o País precisa promover a formação e especialização dos pro-fissionais. Dentro desta perspectiva, o programa de educação a distância para técnicos de TI será expandido. Os cursos podem ser acessados pelo site da Brasscom e fornecem formação em várias especialidades. A associa-ção com as Fatec e o Sistema S (Sebrae, Senai, Sesc, etc) tem garantido bolsas para estudantes interessados em tec-nologia. Para o próximo ano, a iniciati-va deve ser ampliada. As entidades do setor também prometem continuar a pressionar o governo para a melhoria do ambiente de negócios. O câmbio ideal é algo tido como inatingível, mas

a carga tributária, a burocracia e os encargos trabalhistas serão alvo de muitas reuniões com o governo. Deve-se continuar os avanços conseguidos com a isenção do ISS (Imposto Sobre Ser-viços) e a MP do Bem.

A Softex promete criar um site para que a exportação de TI tenha um apoio na internet para a geração de negócios e o PSI-SW (projeto setorial integrado para exportação de software) será ampliado. Em 2009, ele destinou cerca de R$ 8 milhões para 120 empresas ganharem competitividade no exterior. Este valor será maior em 2010, mas ainda está em definição. “Mas já podemos garantir que o número de em-presas participantes subirá para 200”, adianta o diretor de mercado da Softex, Djalma Petit. A entidade planeja passar o ano produzindo white papers sobre a TI brasileira e co-locando estes documentos na mídia internacional. “O setor está unido e a imagem do País nunca foi tão boa, por isso, vamos fazer tudo para aproveitar o bom momento e ganhar espaço”, finaliza Petit.

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Efervescência

Sulmob naSce apóS vencer um concurSo de empreendedoriSmo com um projeto de aplicativoS móveiS. e fatura r$ 120 mil durante ano de pré-incubação

móvel

InformationWeek Brasil | Fevereiro de 201028

O avanço dos smartphones chacoalhou o mercado em um passado recente. O consumo de celulares inteligentes trouxe consigo uma

febre: os aplicativos móveis. Em sua loja virtual, a Apple já comerciali-zou mais de 3 bilhões de donwloads de programas desenvolvidos para as plataformas do iPhone e iPod Touch. Para ter uma dimensão do mer-cado, some a este número a venda de aplicativos para Android, Windo-ws Mobile e BlackBerry.

O segmento deve manter-se aquecido. O Gartner estima que 1,2 bilhão de pessoas carregarão dispositivos capazes de realizar transações comer-ciais móveis, proporcionando um ambiente rico para a convergência da mobilidade e da web ao fim de 2010. As aplicações apontadas como “quen-tes” pela consultoria em um horizonte de dois anos contempla sistemas de transferências financeiras, pagamento e pesquisa. Além disto, o universo corporativo demanda soluções móveis capazes de impulsionar negócios. Muitos desenvolvedores de software atentaram-se para o que vem por aí e se movimentam para aproveitar o bom momento.

A SulMob nasceu de forma quase “despretensiosa” nos corredores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Há dois anos, alunos de diferentes cursos reuniram-se para participar de um tor-neio de empreendedores promovido pela instituição. Os jovens Rodrigo Castro, Marcus Vinícius Costa e Leonardo Cristofari identificavam a movi-mentação de mercado em direção aos aplicativos móveis com a percepção de que este tipo de tecnologia trazia possibilidade de negócios. Com base nisto, criaram um projeto de mobilidade, focando em automação de força de vendas, e venceram a competição.

O prêmio consistia na chance de participar de um curso para empre-

endedores promovido pelo Sebrae, bolsas de estudos e o direito de ter suporte de um ano no Instituto Idéia, espaço dentro da universida-de gaúcha que ajuda na estruturação de projetos e amparo à pesquisa. Ao longo de 2009, a SulMob tomou cor-po e desenvolveu-se em um período de pré-incubação. Foi nesse período, por exemplo, que a startup desen-volveu um framework proprietário com bibliotecas para diminuir o tempo de desenvolvimento de siste-mas móveis customizados e partiu para o ataque ao mercado focando em plataformas para iPhone, An-droid e Windows Mobile.

Após levantamento para checar os ânimos do mercado, a empresa começou a apresentar suas soluções. O primeiro cliente não demorou a aparecer. O projeto contemplou a co-mercialização de tecnologia móvel focada em força de vendas. Em 12 meses, outras 19 companhias adqui-riram sistemas da startup. O objetivo traçado para o primeiro ano de vida previa levar soluções para região Sul e começar uma entrada no Sudeste.

A segunda parte do plano, que visa-

naScimento: fim de 2008numero de funcionárioS: só os três sócios clienteS: 20 atuaismetaS: dobrar a base atual de clientes e contratar três funcionários até o fim de 2010faturamento: em torno de r$ 120 mil inveStidor: não tem

raio-x

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A cAdA edição, A seção stArtup conta a história de uma empresa nascente. Você conhece alguma organização de TI jovem e inovadora? escrevA pArA [email protected]

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O diretor-comercial revela, ainda, a intenção de vender alguns aplica-tivos mais simples nas lojas virtuais dos fabricantes de smartphones. Contudo, isto ainda depende de uma pré-disposição do público cor-porativo em buscar soluções nas app stores. De fato, a IDC Brasil aponta integração de sistemas de gestão de clientes (CRM, na sigla em inglês), ERP, telemetria, localização e au-tomação de força de vendas às pla-taformas móveis como iniciativas mais usuais das companhias no que se refere aos projetos para celulares inteligentes.

“A melhor forma de usar uma apli-cação é fazer com que ela se molde às necessidades da empresa”, comenta Vinicius Caetano, analista-sênior de telecom da consultoria, apontando que soluções deste tipo são um fenô-meno grande no País, “mas ainda não alcançam as proporções do que é vis-to lá fora”. O especialista estima que o mercado local de aplicações móveis corporativas movimentou cerca de R$ 684 milhões, em 2009, incluindo SMS, que compõe a maior fatia deste valor. A expectativa é de crescimento segue forte para os próximos anos a medida que os smartphones avan-çam em tecnologia e se popularizam. A maturidade, acredita a IDC, virá a partir de 2012, quando o mercado será o dobro do atual. Enquanto isso, os pequenos desenvolvedores farão grande diferença. iwb

va à extensão da cobertura geográfica, foi postergada, mas tende a se intensifi-car, uma vez que, no início de 2010, a nascente deixou o Instituto Idéia e ganhou novo fôlego hospedada na incubadora Raiar, também dentro da universidade católica. “Queremos levar nossos softwares para todo o País dentro de um pra-zo de dois anos”, projeta Rodrigo Castro, diretor-comercial da companhia. Mar-cus Vinícius Costa, estudante de física, é sócio responsável pela área de desen-volvimento e Leonardo Cristofari, formado em sistemas de informação, cuida da parte financeira.

No balanço dos últimos meses, a SulMob comemora a colocação de seus produtos em alguns clientes e o desenvolvimento de novas tecnologias. “A solução de força de vendas abre portas nas empresas”, comenta, citando como exemplo a demanda para desenvolvimento de um software de gestão empre-sarial (ERP) para um cliente de pequeno porte que substituirá uma ferramen-ta em uso contemplando, ainda, conceitos de mobilidade.

De acordo com Castro, a meta é conquistar mais 20 clientes ao longo de 2010, dobrando, assim, o faturamento de R$ 120 mil atingido no último ano. “Mas estamos experimentando o mercado ainda”, comenta, para justificar que a projeção ainda não foi fechada. A companhia também persegue o objetivo de expandir a cobertura geográfica de atuação. Neste sentido, encontra-se em avaliação a possibilidade de firmar parcerias no Sudeste. “É um caminho”, analisa. Além disto, contatos do mundo acadêmico resultaram na possibili-dade de vender as soluções da startup no Uruguai por meio de um acordo comercial com uma empresa do país vizinho.

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Segurança

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Edgar d’andrEaé sócio da árEa dE sEgurança E tEcnologia da PricEwatErhousEcooPErsFo

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Vetores de crescimentoAs projeções pArA o BrAsil nos próximos dez

Anos são muito positivAs. eventos como a Copa do mundo, os jogos olímpicos e a conjuntura macroeconômi-ca configuram-se em importantes vetores de crescimento. os desafios serão inúmeros. Além da ampliação da infra-estrutura básica, outro ponto relevante a ser resolvido re-laciona-se à preparação e à formação da força de trabalho para suportar a expansão acelerada do país.

o “apagão de recursos humanos”, sentido levemente nos meses que antecederam à crise de crédito mundial, deverá ser percebido mais profundamente pelo mercado à medida que os investimentos no país cresçam e que se viabilizem as estruturas de working capital e de execução dos planos de expansão no âmbito estatal e corporativo.

A crise mundial pode ter potencializado ainda mais o surgimento de apagões setorizados, uma vez que muitas empresas no país dispensaram profissionais experientes, que, se foram repostos, o foram por profissionais menos qualificados e de menor custo.

o mercado de trabalho no Brasil tem carências na for-mação profissional básica para muitos setores. da mesma forma, profissionais com boa formação acadêmica e com experiência técnica mediana em áreas como segurança da informação estão sendo valorizados, muito embora ainda requeiram investimentos relevantes para o desen-volvimento de suas carreiras.

Como parte da formação, temas como cultura empre-sarial, ética profissional, modelo de negócios e valores corporativos ajudam a ampliar as perspectivas do indi-víduo no mercado de trabalho. A questão importante é que muito do desenvolvimento profissional recai sobre a pessoa e sobre a iniciativa privada, que dispõem de capa-

cidade limitada para a formação. outro fato importante é que há uma nova geração que questiona a tradicional relação entre empre-gado e empregador. essa geração dá indica-tivos que a decisão por onde trabalhar estará cada vez mais associada a modelos de gestão que sejam compatíveis com o perfil pessoal e os interesses individuais.

no futuro, se prevê a coexistência de três modelos empresariais distintos. um com foco na sustentabilidade sócio-ambiental da organização, valorizando a coletividade. ou-tro com foco na alta performance, valorizan-do indivíduos que apresentem bons resulta-dos todo o tempo. e, finalmente, o modelo que tem foco na flexibilidade empresarial e na capacidade de se conectar globalmente, valorizando a capacidade de inovação e frag-mentação que permita estar interligado per-manentemente a redes colaborativas.

recrutar, desenvolver e reter pessoas nas organizações nos próximos anos não será uma tarefa trivial e nem um processo apoiado nas práticas tradicionais. os de-safios são enormes e fica a reflexão para aqueles gestores de segurança, de ti e de rH que buscam melhores profissionais no mercado, que querem estabelecer estraté-gias de formação e sucessão de pessoas na linha do tempo ou que querem remodelar a gestão de pessoas diante dos desafios de crescimento de suas organizações.

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E S P E C I A L

COMO SE PREPARAR PARA UMA ÉPOCA NA QUAL INOVAÇÕES CAPAZES DE MUDAR OS RUMOS DA HISTÓRIA NASCEM A CADA SEGUNDO? QUE NOVIDADES INFLUENCIARÃO A VIDA CORPORATIVA NOS PRÓXIMOS ANOS?

ESPECIALISTAS EM GESTÃO E TECNOLOGIA RESPONDEM A ESTES QUESTIONAMENTOS

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EspecialReportagem de capa

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futuroO planeta vive um período

de transformação pro-funda. O amanhã se modifica a cada fração de segundo. Em um ritmo cada vez mais in-tenso, inovações instantâneas chegam e trazem consigo im-pactos sistêmicos. Na mesma medida em que as novidades necessitam ser assimiladas — e isto exige um tempo de compreensão e reação —, as corporações precisam man-ter-se ágeis para não perder o tempo que as fará perma-

necerem competitivas nesta era de urgências. O melhor seria uma bola de cristal para ajudar a traçar estratégias que garantam a longevidade das organizações. Mas isto ainda não existe. Se prever o futuro é impossível, a saída, então, é tentar gerenciá-lo.

Os atores desse jogo de-vem compreender seu papel na construção da história. Hoje, muitas empresas ain-da acreditam que o futuro será igual ao ontem só que

amanhã. Pegam dados de seu passado e projetam em um modelo para tentar ante-cipar seus próximos passos. Para coisas simples pode até funcionar. Contudo, para um mundo cada vez mais com-plexo, que vive transforma-ções e desafios que incluem variáveis fora dos bancos de dados, já não basta.

Avanços tecnológicos, dis-seminação de informações, barateamento de produção, interdependência de regi-

ões, maior fluxo comercial ao redor do globo e intera-ção de diferentes áreas do conhecimento são apenas alguns elementos que acres-centam caldo à contempora-neidade. Se antes existia a mecânica e a biologia, hoje é possível fazer uma interse-ção entre as duas correntes propondo inovações.

Rafael Ramirez, professor da universidade de Oxford e membro de um centro de estudos para antecipação es-

Felipe Dreher

Gestores do

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FUTUROCOMPLEXIDADE VIROU QUASE QUE UM SINÔNIMO DE MODERNIDADE. CICLOS CADA VEZ MAIS CURTOS DE INOVAÇÕES DESAFIAM AS EMPRESAS PARA MANTEREM NEGÓCIOS LONGEVOS

tratégica, diz que a gestão do futuro vem a partir da com-preensão das casualidades, das conexões existentes entre fatos distintos, da correlação entre elementos paralelos que muitas vezes não tem um im-pacto tão direto no setor onde a empresa está, atualmente, inserida. Os empresários que conseguirem montar um ce-nário e traçarem planos efi-cazes sobreviverão às inten-sas transformações cada vez mais frequentes.

“O futuro se desenvolve a partir de ações tomadas no presente. Que aos poucos se torna passado”, sintetiza o professor de história con-temporânea da UFRJ e co-ordenador do laboratório de estudos do Tempo Presente, Francisco Carlos Teixeira da Silva. Com uma visão crítica, ele identifica que os brasilei-ros pensam no desenvolvi-mento dentro de uma física de movimentos uniformes. “Mas, no século 20, as teorias

da Relatividade e do Caos nos disseram coisas extre-mamente relevantes sobre as novas formas de adminis-tração.” É preciso alterar as lógicas para conseguir saltos de qualidade. “Para moldar o futuro em direção àquilo que a gente deseja, não podemos nos conformar com as regras e métodos existentes. Preci-samos buscar o diferente, o que não existe.”

No início do século pas-sado, grandes fabricantes de

GESTORES DO

FUTUROFUTUROCOMPLEXIDADE VIROU QUASE QUE UM SINÔNIMO DE MODERNIDADE.

da Relatividade e do Caos nos disseram coisas extre-mamente relevantes sobre as novas formas de adminis-tração.” É preciso alterar as lógicas para conseguir saltos de qualidade. “Para moldar o futuro em direção àquilo que a gente deseja, não podemos nos conformar com as regras e métodos existentes. Preci-samos buscar o diferente, o

No início do século pas-sado, grandes fabricantes de

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EspecialReportagem de capa

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carroças morreram devido à chegada dos automóveis. A falência é atribuída ao fato de que os empresários defi-niam seus negócios ao redor do produto que vendiam. O erro soa grotesco, mas este tipo de postura pode ser vista nos dias de hoje. Uma gran-de inovação de 2009, o carro de baixo custo desenvolvido pela indiana Tata, pareceu realmente revolucionário. No entanto, observando a inven-ção por uma lente macro da administração contemporâ-

nea — o trânsito caótico das grandes metrópoles (em es-pecial, na Índia) —, veremos algumas complicações no horizonte. “Em vez de pensar como se transportar melhor, a empresa pensou no pro-duto”, analisa Kip Garland, diretor da consultoria de processos em inovação Inno-vationSeed, avaliando que o veículo não trouxe o retor-no esperado e resolveu uma questão instantânea e não o problema maior: melhor ca-pacidade de locomoção.

O consultor mostra exem-plos semelhantes na indús-tria de TI. “Ao longo dos anos, vimos sete mudanças nas arquiteturas de arma-zenamento. Deste total, quatro vezes, os então líde-res de mercado, não conse-guiram manter a posição na transição tecnológica.” Gar-land cita que os fabricantes que produziam storage em fitas, não conseguiram se posicionar a frente quando o mercado começou a com-prar discos.

CRIAR OU, AO MENOS, ENTENDEREntretanto, a maneira de

as organizações trabalha-rem a inovação está passan-do por um período de trans-formação. Paulo Gustavo Franklin de Abreu, líder de estratégias de colaboração e negócios da Embraer, per-cebe uma mudança sensível na forma das companhias brasileiras traçarem planos e gerirem o futuro. “As empre-sas, no passado, avaliavam o ambiente competitivo ex-terno em três situações”, co-menta, para listar: “quando ocorria a mudança do CEO; antes do orçamento anual; ou quando era surpreendida por algum evento externo”. Definida a meta para os pró-ximos três anos, era baixar a cabeça e começar a trabalhar para atingir os números es-tipulados como se houvesse um acordo com o ambiente externo de que não haveria nenhuma mudança.

As coisas não podem mais serem conduzidas dessa forma, uma vez que as ame-aças e oportunidades vêm de qualquer indústria ou re-gião do mundo. Os merca-dos deixaram de ser cativos e os conhecimentos disse-

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forma, uma vez que as ame-aças e oportunidades vêm de qualquer indústria ou re-gião do mundo. Os merca-dos deixaram de ser cativos e os conhecimentos disse-

EspecialReportagem de capaEspecialReportagem de capaEspecial

carroças morreram devido à chegada dos automóveis. A falência é atribuída ao fato de que os empresários defi-niam seus negócios ao redor

nea — o trânsito caótico das grandes metrópoles (em es-pecial, na Índia) —, veremos algumas complicações no horizonte. “Em vez de pensar

GARLAND, DA INNOVATIONSEED: “Se as novidades têm ciclos de vida cada vez mais curtos, os gestores precisam pensar as curvas de crescimento e desenvolvimento dos modelos de negócio dentro dessa perspectiva”

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minaram-se ocasionan-do homogeneização e diminuição dos ciclos de vida dos produtos. Isto faz com que as empre-sas necessitem acompa-nhar sistematicamente as variáveis externas que possuem maiores riscos e incertezas, além de identificar os chamados “sinais fracos” vindos de outros setores que po-dem impactar o negócio, mas não eram previstos anteriormente.

Ou seja, uma inovação na indústria de embala-gens pode afetar consi-deravelmente o mercado de transporte de produ-tos perecíveis. “Ganha o jogo quem se antecipa e consegue identificar ten-dências”, revela Abreu. Contudo, para traçar ce-nários futuros, a maior dificuldade em um con-texto de gestão a cada dia mais complexo reside justamente em compre-ender adequadamente o mercado onde a empresa atua e seu papel no jogo.

Informações, em muitos casos, vêm incompletas, algumas antigas convic-ções podem cegar os líde-res e as premissas que se tem em mãos podem não ser verdadeiras.

INOVAÇÃO URGENTEA preocupação em an-

tecipar cenários reside, muitas vezes, no fato de que a inovação baseia-se no passado, em realida-des existentes. “Isto é po-bre. Precisa-se criar uma capacidade de inovar dentro de uma perspecti-va futura”, inconforma-se Carlos Arruda, profes-sor da Fundação Dom Cabral. Os ciclos de vida de produtos e serviços estarão mais concentra-dos, demandando novas soluções em velocidades muito mais altas de lan-çamento. No contexto, as empresas ganham mais em pouco tempo, mas o que você criou se torna obsoleto mais rapidamen-te. “Vivemos na era da pe-renidade”, contextualiza.

Compare o tempo que o telefone fixo levou para se massificar e compare com o avanço dos celulares.

O Banco Central nor-te-americano (FED) ma-peou as principais ino-vações do último século identificando seu com-portamento alinhado a seus índices de cresci-mento. Todas tecnologias de destaque evoluíam de uma maneira não-li-near, o que mostra que sofreram impactos não previsíveis. “Se as novi-dades têm ciclos de vida cada vez mais curtos, os gestores precisam pensar as curvas de crescimento e desenvolvimento de seus modelos de negócio dentro desta perspecti-va”, comenta Garland, da InnovationSeed, usando o exemplo da General Electric (GE), companhia mais longeva na Bolsa de Nova York. “Eles come-çaram com lâmpadas e hoje produzem turbinas de avião, além de atua-rem em diversos outros

GOVERNANÇA> Padrões governamentais globais;> Ações de estímulo ou retração dos governos nacionais;> Transformações promovidas localmente como, por exemplo, iniciativas para mudar os modelos de cidades; > O desejo da corporação na construção de um ambiente global mais adequado no futuro;> O papel das comunidades na relação da corporação com a sociedade.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS, REGULAMENTAÇÃO E RISCOS> Adaptação de estratégias endereçadas às responsabilidades socioambientais e sustentáveis;> Visão além do lucro trimestral.

TRANSPORTE, TRÂNSITO E CUSTO ENERGÉTICO > Como as cidades olharão e trabalharão em um mundo de “créditos de carbono” e geração de energia cada vez mais elevados;> Alternativas de custos que podem mudar esse cenário no que tange a cidades inteligentes.

DEMOGRAFIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO > Migrações e êxodos seguem cursos econômicos e impactam na construção de cidades e ambientes;> Mudanças em modelos de negócio (do indústria para o serviço para a internet, por exemplo).

INFRAESTRUTURA> Como a infraestrutura pode ser renovada ou repensada para gerar valor; > Que tipo de novos conceitos criarão novas formas organizações de cidades e construções.

TECNOLOGIA > O impacto na mobilidade na construção de um novo per� l funcional;> Elementos tecnológicos que podem modi� car a forma de organização das empresas e cidades;> A inovação constante e o aprendizado contínuo em diferentes niveis culturais, etários e hierárquicos;> Midias sociais e sua possibilidade de transformar relações;> A importância da tecnologia na construção de ambientes mais seguros.

OUTROS TEMAS> Análise de custos e benefícios de um “movimento sustentável”;> A ética, os valores e os princípios;> Incorporação dos riscos futuros no balanço � nanceiro;> O � m das fronteiras e a presença das marcas regionais no mundo.

PONTOS DE ATENÇÃO

> Ações de estímulo ou retração dos governos nacionais;> Ações de estímulo ou retração dos governos nacionais;> Transformações promovidas localmente como, por exemplo, > Transformações promovidas localmente como, por exemplo,

> O desejo da corporação na construção de um ambiente > O desejo da corporação na construção de um ambiente

> O papel das comunidades na relação da corporação com a > O papel das comunidades na relação da corporação com a

responsabilidades socioambientais e sustentáveis;responsabilidades socioambientais e sustentáveis;

TRANSPORTE, TRÂNSITO E CUSTO ENERGÉTICO TRANSPORTE, TRÂNSITO E CUSTO ENERGÉTICO

mercado onde a empresa atua e seu papel no jogo.

“Não podemos mais procurar gênios. Precisa-se de pessoas que trabalhem em equipe que vivam no cotidiano”, Francisco da Silva, historiador

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EspecialReportagem de capa

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ARRUDA, DA FDC: “Precisa-se criar uma capacidade de inovar dentro de uma perspectiva futura”

negócios aparentemente sem relação com o foco inicial”.

Uma forma de conseguir gerenciar várias ondas de crescimento e continuar uma instituição relevante, alerta o consultor, é estabelecendo um grande tema, maior do que qualquer uma das on-das menores, que dará a di-reção do futuro para onde a companhia quer chegar. Mas manter tal constância pode não ser simples.

O historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva conta que, durante a crise global re-cente, empresas e Estados pre-

ocupados com a longevidade aproveitaram o momento tur-bulento para promoverem um salto de qualidade baseado em intensivos investimentos em inovação. Na visão do profes-sor, isso não pode ser visto no Brasil, que se apegou a ações pontuais. “Somos muito bons na capacidade imaginativa de propor soluções. O brasileiro tem respostas rápidas, mas a gerência é penosa.” A teoria do especialista é que tivemos uma gestão de qualidade quando pertencíamos a uma economia média, mas com a sofisticação econômica deixa-

mos de dar repostas adequa-das. Isso fará com que o País saia da crise, “maior, mas o mesmo”. A visão pontual, portanto, pode não ser mais suficiente.

Na opinião dos especialis-tas, o gestor do futuro precisa continuamente avaliar a pro-posta de valor da empresa para que o modelo de negócio e a estratégia da companhia não descolem da realidade do ambiente externo. O preceito contempla a disseminação de inteligência competitiva por todas esferas corporativas e a construção de uma cultura

que favoreça o fluxo de infor-mações horizontal e vertical-mente. Com isto, as empresas que se reposicionam dentro de propostas de valor tendem a mudar a estrutura hierár-quica de acordo com o novo modelo estabelecido. Abreu, da Embraer, acredita que o estrategista moderno deveria ter em suas mãos três tipos de incertezas resolvidas an-tes de tomar decisões: de es-tado (o evento está realmente acontecendo?), de efeito (o que isso significa para nossa empresa?) e resposta (quais minhas opções de ações fren-te a esse evento?).

A METÁFORA 2.0As redes sociais viraram

uma forma figurativa de ressaltar a importância das interconexões da moderni-dade. Com níveis de intera-ção constante e o fluxo cada vez mais caótico de informa-ções, diversifica-se a atuação do CIO. “Trabalhar o futu-ro é entender os papéis das redes dentro da paisagem de soluções de TI”, avalia José Cláudio Terra, CEO da TerraForum Consulting. Historicamente, os gestores de tecnologia trabalharam muito (e com sucesso) as in-

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Colocar todo mundo na linha de frente da inovação implica não passar fórmulas, mas desafios aos times

É preciso alterar as lógicas para conseguir saltos de qualidade

1. Promover a integração entre TI e negócios 2. Incentivar a inovação 3. Expandir a importância do papel do CIO 4. Colaborar com a visão empresarial 5. Promover a colaboração e o uso de parceiros de negócios 6. Decodi� car os dados, entregando informações pertinentes ao negócio 7. Promover novos canais de interação com o consumidor 8. Ampliar a integração e a transparência 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 11. Profundo conhecimento do negócio 12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovaçãoFonte: IBM/2009

O CIO STUDY APONTOU ALGUMAS SUGESTÕES PARA OS LÍDERES DE TI SEGUIREM ESSE CAMINHO: O CIO STUDY APONTOU ALGUMAS SUGESTÕES PARA OS LÍDERES DE TI SEGUIREM ESSE CAMINHO:

1. Promover a integração entre TI e negócios 1. Promover a integração entre TI e negócios 2. Incentivar a inovação 2. Incentivar a inovação 3. Expandir a importância do papel do CIO 3. Expandir a importância do papel do CIO 4. Colaborar com a visão empresarial 4. Colaborar com a visão empresarial 5. Promover a colaboração e o uso de parceiros de negócios 5. Promover a colaboração e o uso de parceiros de negócios 6. Decodi� car os dados, entregando informações pertinentes ao negócio 6. Decodi� car os dados, entregando informações pertinentes ao negócio 7. Promover novos canais de interação com o consumidor 7. Promover novos canais de interação com o consumidor 8. Ampliar a integração e a transparência 8. Ampliar a integração e a transparência 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica

12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação

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6. Decodi� car os dados, entregando informações pertinentes ao negócio 6. Decodi� car os dados, entregando informações pertinentes ao negócio

Colocar todo mundo na linha de frente da inovação implica não passar fórmulas, mas desafios aos times

8. Ampliar a integração e a transparência 8. Ampliar a integração e a transparência 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 11. Profundo conhecimento do negócio 11. Profundo conhecimento do negócio 12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovaçãoFonte: IBM/2009Fonte: IBM/2009

8. Ampliar a integração e a transparência 8. Ampliar a integração e a transparência 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 9. Padronizar processos e criar sistemas mais e� cientes 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 10. Implementar uma infraestrutura compartilhada e dinâmica 11. Profundo conhecimento do negócio 11. Profundo conhecimento do negócio 12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação12. Liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação

formações internas da em-presa e canalizaram esforços na automação de processos, ganhos de agilidade e efici-ência. Tais atributos arraiga-dos são expostos no estudo “A nova voz do CIO”, di-vulgado pela IBM Brasil em 2009 e que ouviu mais de 130 líderes de TI do País. Nele, os gestores nacionais são descritos como “visionários e pragmáticos, criadores de valor e agentes de redução de custo, decisores estraté-gicos e fontes de inspiração para a equipe técnica”.

De acordo com o levanta-mento, os profissionais hoje preocupam-se com a mudan-ça nos modelos de negócio, orçamento e fatores macroeco-nômicos. “Estamos na metade do caminho de uma mudança que vem acontecendo ao longo dos últimos anos”, reconhece Adriano Aquino, diretor de TI da Abyara Brokers e sócio do CIO On Demand.

A orientação de uma estra-tégia para desenvolvimento de tecnologia contemplará o alvo apontado pela empresa e será tomada com base em

macro tendências sociais, econômicas e culturais. O gestor do futuro, talvez, terá menos que fazer previsões e passará a fazer criações para levar o curso da história para onde ele imagina que as coi-sas se transformarão. “A TI como suporte tende a ficar no passado devido à auto-matização. A área precisará ser reorientada para criar ex-perimentação e modelos de negócio”, avalia Kip Garland, dizendo que a tecnologia terá a função de facilitar a intera-ção cliente-empresa. Restará ao CIO entender todo o pro-cesso para canalizar a sabe-doria de seu time em busca da melhor solução possível para o negócio. “O único ga-nho de escala virá da criação de plataformas de experi-mentação”, projeta.

É provável que as defi-nições clássicas dos cargos percam a relevância. “O que vai ficar cada vez mais im-portante será a capacidade dos profissionais de atuarem em múltiplos projetos”, diz o CEO da TerraForum, pre-vendo que essa forma flexí-

vel ajudará a potencializar habilidades individuais para a conquista de um objetivo comum. As pessoas, então, desfrutarão um maior grau de liberdade, o que, por sua vez, aumenta a responsabilidade. Colocar todo mundo na linha de frente da inovação implica não passar fórmulas, mas de-safios aos times. Na avaliação de José Terra esta postura foi desencadeada pelo fato de as corporações não saberem de antemão todos os desafios que terão pela frente.

Se gestão é conjunto, vale-rá mais a cooperação e não a competição. Algumas empre-sas continuam incentivando com bônus financeiro os fun-cionários que atingem pata-mares de vendas ou produção. “Não podemos mais procurar

gênios. Precisa-se de pesso-as que trabalhem em equipe que vivam no cotidiano. Não adianta colocar um sujeito com 180 de QI desplugado do mundo. O especialista isolado não é mais um quadro ideal”, conclui o historiador Francis-co da Silva sobre a forma de organização necessária aos construtores do futuro.

Resta a certeza de que as distâncias não são mais bar-reiras e o mundo de amanhã mostra-se ainda mais comple-xo do que o de agora. Se a mu-dança é constante, a inovação, a adaptação, a visão sistêmica serão fatores necessários aos que querem empresas longe-vas. Afinal, o ditado que diz “a idade da pedra não acabou por falta de pedra” traz uma boa carga de verdade. IWB

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URAS VITOR CAVALCANTI

INEVITÁVEIS

RUPTRUPTHá quantos anos a má-

quina de escrever deixou de fazer parte da realidade dos principais es-critórios no Brasil? Quantos faxes você enviava há uns dez anos e quantos envia e recebe atualmente? Você se lembra quando a telefonia móvel chegou ao Brasil? Na época, conseguia imaginar que aqueles aparelhos de design duvidoso se con-verteriam em smartphones complexos e conectados à

internet? Talvez você nem tenha se dado conta que es-tes episódios influenciaram sua vida, mas eles integram uma série de (r)evoluções tecnológicas que vem mu-dando a forma como as pessoas trabalham e se re-lacionam E este processo não para.

É claro que nada ocorre da noite para o dia. Mesmo quando um especialista apresenta uma novidade, como foi o caso da internet,

os impactos na rotina são sentidos aos poucos — e as alterações são mais bem perceptíveis quando obser-vadas no todo, ao se olhar para trás. Contudo, quanto mais avançamos, mais rá-pida é a absorção de uma determinada tecnologia e as grandes rupturas não demoram mais décadas para acontecer. Vinton Cerf, evangelista do Google, fala, por exemplo, em web inter-planetária.

Mas, se por um lado as ino-vações tecnológicas mudam o dia a dia das pessoas, por outro respondem aos anseios da sociedade e até criam ne-cessidades. Nesta via de mão dupla, alguns exemplos dos impactos são muito claros. Compare como se trabalha-va há 15 anos e hoje. Agora, olhe para o futuro. Já se sabe que na empresa do amanhã o escritório físico perderá sua importância. A flexibilidade na rotina do trabalho decor-

RUPTRUPTURAS URAS URAS URAS URAS RUPTRUPTRUPTRUPTURAS RUPTURAS URAS RUPTURAS URAS RUPTURAS URAS RUPTURAS RUPTRUPTMas, se por um lado as ino-

vações tecnológicas mudam o dia a dia das pessoas, por outro respondem aos anseios da sociedade e até criam ne-cessidades. Nesta via de mão dupla, alguns exemplos dos impactos são muito claros. Compare como se trabalha-va há 15 anos e hoje. Agora, olhe para o futuro. Já se sabe que na empresa do amanhã

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o escritório físico perderá sua importância. A flexibilidade na rotina do trabalho decor-

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o dia a dia das pessoas, por outro respondem aos anseios da sociedade e até criam ne-cessidades. Nesta via de mão dupla, alguns exemplos dos impactos são muito claros. Compare como se trabalha-va há 15 anos e hoje. Agora, olhe para o futuro. Já se sabe que na empresa do amanhã o escritório físico perderá sua importância. A flexibilidade na rotina do trabalho decor-

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URAS MOBILIDADE, COMPUTAÇÃO EM NUVEM, GEOLOCALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO

DA MODALIDADE COMO SERVIÇO E BANDA LARGA MÓVEL DISPONÍVEL EM

TODO LUGAR ESTÃO ENTRE CONCEITOS QUE DETERMINARÃO OS RUMOS DO

MUNDO EMPRESARIAL E DA SOCIEDADE EM GERALINEVITÁVEIS

RUPTURAS URAS MOBILIDADE, COMPUTAÇÃO EM NUVEM, GEOLOCALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO

DA MODALIDADE COMO SERVIÇO E BANDA LARGA MÓVEL DISPONÍVEL EM

MOBILIDADE, COMPUTAÇÃO EM NUVEM, GEOLOCALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO

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MOBILIDADE, COMPUTAÇÃO EM NUVEM, GEOLOCALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO TODO LUGAR ESTÃO ENTRE CONCEITOS QUE DETERMINARÃO OS RUMOS DO

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TODO LUGAR ESTÃO ENTRE CONCEITOS QUE DETERMINARÃO OS RUMOS DO

DA MODALIDADE COMO SERVIÇO E BANDA LARGA MÓVEL DISPONÍVEL EM MUNDO EMPRESARIAL E DA SOCIEDADE EM GERAL

RUPTre dos avanços da tecnologia. “É algo que virá. As pessoas estarão conectadas e com in-ternet disponível em todo lu-gar. Com isto, serão criados novos tipos de corporações e um novo corporativismo”, corrobora Michael Cusuma-no, professor de administra-ção e engenharia de sistemas do Massachussets Institute of Technology (MIT) e inte-grante do grupo de inovação tecnológica da instituição.

A mobilidade veio para

ficar, mas ela está apenas começando. Levantamentos apontam que, até 2015, serão 15 bilhões de máquinas co-nectadas, podendo ser des-de um celular até uma ge-ladeira. A IDC acredita que em 2013 o mundo terá um bilhão de dispositivos mó-veis conectados e a internet móvel será usada cada vez mais para compras e acesso a aplicações corporativas. Tais números evidenciam a força que a mobilidade exer-

cerá dentro de alguns anos. Os profissionais da geração Y contribuem para esta re-volução por conta do perfil comportamental, no qual a qualidade de vida se torna crucial, mesmo num mundo altamente competitivo.

Um estudo apresentado em 2008 pela Pew Internet and American Life Projetc revelou que, para 77% dos 1.196 entrevistados, até 2020, os dispositivos móveis terão mais capacidade de proces-

samento e se tornarão a pri-meira plataforma de acesso à internet. Enquanto isso, Tomi Ahonen, especialista em mobilidade reconheci-do mundialmente, projeta para daqui a dez anos que, em muitos países, metade da economia transitará em pagamentos efetuados por telefones móveis.

O diretor do centro de tec-nologia e sociedade da Fun-dação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, Ronaldo

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A mobilidade veio para

estarão conectadas e com in-ternet disponível em todo lu-gar. Com isto, serão criados novos tipos de corporações e um novo corporativismo”, corrobora Michael Cusuma-no, professor de administra-ção e engenharia de sistemas do Massachussets Institute of Technology (MIT) e inte-grante do grupo de inovação tecnológica da instituição.

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Lemos, concorda com essa tendência, no entanto àque-les que pregam a morte do escritório tradicional o espe-cialista aposta em um mode-lo híbrido. Ou seja, a empre-sa como hoje é conhecida se tornaria um ponto de encon-tro, não necessariamente o principal, estando conectada com outros hubs. “O home office é uma realidade, mas não substitui o escritório físi-co e não substituirá nos pró-ximos dez anos. Acredito no modelo onde as pessoas se reúnem no local físico para

troca de informações e de-pois seguem em campo.”

Dentro desse contexto, continuariam cumprindo uma rotina diária nas corpo-rações aqueles que possuem função braçal e justificam uma ida até a sede. Entra-riam em cena robôs, automa-tizando ainda mais as linhas de produção. A evolução da robótica permitirá esta gui-nada. O jornal China Daily soltou previsão, de acordo com o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília, que até 2018 ro-bôs assumirão função de co-zinheiros nas casas. Isso tem ainda relação direta com o envelhecimento da popu-lação. Há pesquisas que in-dicam que, até 2050, haverá mundialmente mais pessoas com idade superior a 60 anos que indivíduos de 14 anos, elevando a necessidade de automação de serviços que exigem muito esforço físico.

É a tecnologia atenden-do às necessidades da so-ciedade. Contudo, para as transformações ocorrerem em sua totalidade, questões como mudanças na legisla-ção trabalhista, que precisa-rá ser mais flexível, e regras de aposentaria também pre-

cisarão ser revistas. Afinal, aos 60 anos, um profissional poderá estar no auge de sua capacidade intelectual e con-tribuindo com as empresas.

NOVOS MODELOSA mudança no estilo do

trabalho ou mesmo na ado-ção mais acentuada do home office é apenas uma parte de uma série de paradigmas que poderão ser quebrados nos próximos anos a partir de tecnologias existentes, como a computação em nuvem. Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM, acredita que clouddeve se tornar algo mais nor-mal já em 2012, além de con-ceitos que se agregam a ela como software como serviço (SaaS, da sigla em inglês), causando rupturas na indús-tria de TI, na forma como as corporações administram seus dados e também na maneira como negociam a compra de softwares.

Isso inclui a tendência muito forte — e sem volta — de transformar pratica-mente tudo em serviço. O lado cruel é que especialis-tas apontam que diversas companhias, principalmente fornecedores de TI, talvez

não sobrevivam a tais mu-danças, sucumbindo ou sen-do adquiridas por players maiores. “Tudo depende do segmento de atuação, mas, certamente, a indústria de software será bastante modi-ficada. Jornais, livros, agên-cias de viagem, livrarias, so-frerão muitas rupturas nos próximos quinze anos e isto está se acelerando”, pontua Cusumano, do MIT.

Já Taurion, da IBM, fala so-bre essa mudança de modelo numa tentativa de não criar um alarde. Para o executivo haverá, sim, uma grande mudança de filosofia, inclu-sive chegando até a parte de estabelecimento de um novo mecanismo para premiação da força de vendas. Nada, entretanto, que as compa-nhias não possam se adap-tar. “Leva algum tempo? Sim. Até para as empresas que têm modelo estruturado na forma atual, mas isto não é radical. Não é reinventar algo, mas mudar o modelo de negócio”, avalia.

Antes, no entanto, Taurion havia confessado que, quan-do se parte para um modelo de serviço, a responsabilida-de do fornecedor aumenta, uma vez que o software es-

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Antes, no entanto, Taurion havia confessado que, quan-do se parte para um modelo de serviço, a responsabilida-de do fornecedor aumenta, uma vez que o software es-

tizando ainda mais as linhas de produção. A evolução da robótica permitirá esta gui-nada. O jornal China Daily soltou previsão, de acordo com o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília, que até 2018 ro-bôs assumirão função de co-

CUSUMANO, DO MIT: “A solução é transformar produtos em serviços, em assinaturas, como a Apple pensa com o tablet e a Amazon, com o Kindle. Você pode fazer com smartphones também”

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tará na nuvem do fabri-cante, que responderá por qualquer problema de acesso ou de seguran-ça. Por outro lado, a vida do cliente é facilitada, pois ele poderá cancelar o serviço como faz com uma linha de celular.

O modelo de serviços é algo que as companhias precisarão aprender. “A solução é transformar produtos em serviços, em assinaturas, como a Apple pensa com o tablet e a Amazon, com o Kin-dle. Você pode fazer com smartphones também”, sinaliza o professor do MIT. Embora argumen-te desta maneira, Cusu-mano enxerga o futuro destas empresas com um pouco de incerteza. “Não temos uma solução ainda. O The New York Times anunciou que irá cobrar pelo conteúdo online, não se sabe o que vai acontecer. Muitos jornais e companhias de mídias foram desafiados pelo Google que captou

bilhões em receita publi-citária”, pontua, trazen-do para a discussão a tendência de se oferecer as coisas gratuitamente, embora nem tudo e nem sempre seja completa-mente sem custo.

Reverter a gratuidade para pagamento é algo quase improvável em sua totalidade. O profes-sor Lemos, da FGV, lem-bra que nem todos vão querer pagar por um conteúdo, já que a inter-net deixa disponível uma gama de páginas infor-mativas muito grande. “Você não consegue que todos paguem, mesmo com micropagamentos. Acredito em um modelo ‘freemium’, onde parte é gratuita e os serviços premium são cobrados.”

OS PILARESQuestionado sobre

os principais conceitos que trariam rupturas nos próximos cinco ou dez anos, Cusumano, do MIT, citou quatro pontos:

mobilidade (nos próxi-mos dez anos); banda larga móvel (disponível em todo lugar e gratuita-mente nas ruas); aplicati-vos de geolocalização; e serviços (como modelo de negócio). “O SaaS é um exemplo de como transformar um produto em serviço e ele se torna-rá muito popular. Hoje, 3% ou 4% das empre-sas mundialmente têm aplicações como serviço, mas, em cinco anos, deve chegar a 30%.”

Entretanto, o cenário no Brasil e também em outros países da Amé-rica Latina diferencia-se um pouco. Será realida-de ao observar as gran-des corporações, mas, em geral, como argu-mentou Lemos, da FGV, a região precisará evo-luir muito. “Ele [Cusu-mano] tem toda razão quando cita os quatro pontos, porém, no Brasil e na AL, nos próximos dez anos, o avanço da inclusão digital fará a

O professor do MIT Michael Cusumano acaba que escrever o livro Staying Power: Six Enduring Principles for Managing Strategy & Innovation in an Uncertain World (Lessons from Toyota, Microsoft, Intel, Apple, Google, and More). Con� ra os seis princípios apontados pelo especialista após diversos estudos:

> Pense em plataformas e não em produtos> O mundo é serviços e não mais produtos> Capacidades e não apenas estratégia> Seja mais pé no chão> Atente-se ao foco e não apenas à escala> Flexibilidade e não e� ciência

LIÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA

mídias foram desafiados pelo Google que captou

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O professor do MIT Michael Cusumano acaba que O professor do MIT Michael Cusumano acaba que Staying Power: Six Enduring Principles Staying Power: Six Enduring Principles

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A mudança no estilo do trabalho ou a adoção mais acentuada do home office é apenas uma parte de uma série de paradigmas que poderão ser quebrados nos próximos anos a partir de tecnologias existentes

LEMOS, DA FGV: "O uso inovador das redes sociais terá muita importância e é crescente. Não se pode ignorar o poder delas"

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grande diferença”, ressalta Le-mos. “Cloud e mobilidade pres-supõem infraestrutura de rede instalada e isto passará pela in-clusão digital.”

O especialista brasileiro também acredita que a reali-dade dos grandes grupos em-presariais seja diferenciada, ainda assim, alerta que, para colocar tudo em cloud com-puting, tais companhias pre-cisarão contar com uma banda larga de qualidade, além de resolver pontos relacionados à segurança de dados. E os de-safios que o Brasil possui em internet rápida são claros. A velocidade provida é baixa e a

qualidade, dependendo da re-gião, duvidosa. Na área móvel, falta leilão de banda e pesqui-sas para teste com tecnologias mais avançadas como Long Term Evolution (LTE). Certa-mente, a previsão do Reino Unido de internet banda larga disponível em qualquer lugar até 2015 não será a mesma para a realidade brasileira.

O diretor de desenvolvimen-to de tecnologia da Intel para América Latina, Reinaldo Afon-so, vê como desafio na compu-tação em nuvem o desenvolvi-mento de um protocolo de troca de informações entre as nuvens dos diversos fornecedores que

surgirem, levando assim mais liberdade aos clientes. “Por que não usar o melhor de cada pres-tador? Isto demora por depen-der de padronização. No início, haverá mais conservadorismo, mas depois muda. Quando a necessidade for identificada, se desenvolve rapidamente.”

A ideia do executivo é que a companhia tenha um CRM na nuvem X, um storage com Y e alguns aplicativos na W — tudo conversando e trocando infor-mações. Existem iniciativas neste sentido como a do Open Cloud Manifesto, que discute adoção de parâmetros para o conceito. “Hoje, quando se fala

O que esperar o futuro da web? O governo da Coréia do Sul, conforme cita o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), sediado em Brasília, acredita que até 2015 haverá a possibilidade de transmitir aromas pela internet, o que seria uma imensa revolução para o comércio online. Mas, à parte destas previsões, o diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV, Ronaldo Lemos, ressalta a briga para o estabelecimento de um padrão de interoperabilidade, que poderia ser aberto ou fechado.“Hoje temos dois modelos em termos de negócios, o primeiro baseado na abertura da rede, e protagonizado por Google e Mozilla, e o sistema fechado, liderado por Apple e Microsoft”, explica Lemos. “A Apple cria redes dentro da rede. Todos os sistemas são fechados e proprietários. Te fecha no mundo Apple.”O especialista acredita que o Facebook segue a mesma linha, mas com um pouco mais de abertura, o que con� guraria um modelo híbrido, já que a rede social permite o desenvolvimento de aplicativos, como os diversos games disponíveis. Já o Google encabeçaria a luta pela abertura radical, onde todos participam do desenvolvimento. Lemos cita o próprio Nexus One como um exemplo. “A abertura favorece a competição e o fechado, a concentração. No modelo da Apple não tem ecossistemas de muitas empresas competindo.”

BRIGA PELO PADRÃO

TAURION, DA IBM: "A junção de mobilidade e nuvem demonstrará o paradigma computacional"

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em tecnologia, pensa-se em um servidor e por meio do PC acessa-se às informações. Em dez anos, será com cloud e mobilidade. As mudanças e rupturas transformam ex-ponencialmente, mas no dia a dia você não vê”, divaga Taurion, da IBM. “Nuvem é capacidade computacional em qualquer lugar, você não precisará de uma máquina potente, o armazenamento poderá estar em cloud. A jun-ção mobilidade e nuvem será o modelo que demonstrará o paradigma computacional.”

Uma das previsões feita por Ahonen, especialista em mobile, para 2020 congrega o discurso de mobilidade e computação em nuvem le-vantado por Taurion. Para Ahonen, os celulares se converterão em uma espé-cie de concierge. Ou seja, o aparelho terá a capacidade de coletar dados “da nuvem” e trabalhá-los de forma a ajudar o dono do aparelho. Para agendar uma reunião, por exemplo, o sistema pu-xará foto do Facebook, trará

o perfil no Linkedin etc. Ele lembra, contudo, que, para isto acontecer, será necessá-ria banda larga mais rápida e de melhor qualidade que a atual 3G. A Pyramid Resear-ch acredita que até 2015 serão 100 milhões de assinantes de 4G com tecnologia LTE.

SURGIMENTO DO INESPERADODiante da realidade de-

senhada pelos especialistas ouvidos por Informatio-nWeek Brasil, chama aten-ção também algo alertado pelo diretor do centro de tecnologia e sociedade da FGV. Lemos afirma que, em nações como o Brasil, onde o avanço tecnológico segue etapas diferenciadas dos pa-íses ricos, não é de surpreen-der o surgimento de mode-los alternativos.

Ele cita como exemplo um grupo de Belém (PA) que uti-lizou a tecnologia para criar e distribuir música, driblando os percalços da indústria de entretenimento. Seguindo a mesma linha, ele acredita

que as redes sociais, especial-mente no Brasil, são pontos de evolução e que merecem muita atenção. “Há empresas de pequeno porte que sur-giram dentro do Orkut”, co-menta. “O uso inovador das redes terá muita importância e é crescente. Não se pode ignorar, no Brasil, o poder delas. Tem a característica da socialização e também gera modelos inesperados e lo-cais.” O fenômeno do Orkut no País fez com que o Google transferisse o comando da rede social para a subsidiária brasileira. No Twitter, o Brasil só perde para os Estados Uni-dos e a adoção do Facebook está em alta.

É difícil garantir que qual-quer projeção seja concreti-zada. É fato, entretanto, que algumas ações discutidas na reportagem integram, de certa forma, a realidade. Para Taurion, da IBM, a revolução, a ruptura, é algo exponen-cial quando se olha o todo, mas, na rotina, é como um tratamento seguindo doses homeopáticas. A mobilidade,

por exemplo, tem sua ban-deira levantada há alguns bons anos e agora se começa a construir algo mais concre-to e de valor, devendo causar uma revolução na troca de informações nos próximos anos. Cloud está aconte-cendo, mas há muito o que evoluir. Banda larga, nem se fala. O Brasil é um país que ainda considera internet rá-pida toda conexão acima de 256 Kbps, algo inimaginável nos cenários colocados pelos entrevistados. Em relação aos modelos de negócios, as rup-turas estão em curso e, pas-so a passo, as companhias se aventuram com lançamentos que pisam em terrenos desco-nhecidos. O mesmo que ocor-reu em civilizações anteriores, que sucumbiram às coloniza-ções, guerras e avanços tecno-lógicos veremos acontecer no mundo empresarial. Em dez ou quinze anos, ao avaliar o todo, teremos uma noção mais exata de como todas as previ-sões concretizadas causaram imensas alterações na forma de ser, pensar e agir.

O que esperar o futuro da web? O governo da Coréia do Sul, conforme cita o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), sediado em Brasília, acredita que até 2015 haverá a possibilidade de transmitir aromas pela internet, o que seria uma imensa revolução para o comércio online. Mas, à parte destas previsões, o diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV, Ronaldo Lemos, ressalta a briga para o estabelecimento de um padrão de interoperabilidade, que poderia ser aberto ou fechado.“Hoje temos dois modelos em termos de negócios, o primeiro baseado na abertura da rede, e protagonizado por Google e Mozilla, e o sistema fechado, liderado por Apple e Microsoft”, explica Lemos. “A Apple cria redes dentro da rede. Todos os sistemas são fechados e proprietários. Te fecha no mundo Apple.”O especialista acredita que o Facebook segue a mesma linha, mas com um pouco mais de abertura, o que con� guraria um modelo híbrido, já que a rede social permite o desenvolvimento de aplicativos, como os diversos games disponíveis. Já o Google encabeçaria a luta pela abertura radical, onde todos participam do desenvolvimento. Lemos cita o próprio Nexus One como um exemplo. “A abertura favorece a competição e o fechado, a concentração. No modelo da Apple não tem ecossistemas de muitas empresas competindo.”

BRIGA PELO PADRÃO Para Ahonen, os celulares se converterão em uma espécie de concierge. Ou seja, o aparelho terá a capacidade de coletar dados “da nuvem” e trabalhá-los de forma a ajudar o dono do aparelho

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60% das emissões de gases estufa na vida total dos computadores terão ocorrido antes que o usuário ligue a máquina pela primeira vez(Gartner)

Mercados de contact center IP e comunicação unifi cada devem retomar crescimento de dois dígitos, com vendas ultrapassando US$ 1 bilhão em 2012 e 2013 (Infonetics Research)

Sistema operacional móvel Android será o segundo mais usado. Até lá, os embarques de smartphones devem atingir 390 milhões de unidades (IDC)

Assinantes móveis atingirão 5,9 bilhões por forte demanda na China, Índia e África (Infonetics Research) Número de dispositivos móveis acessando internet ultrapassará um bilhão (IDC) Políticas de estímulo econômico da China levarão os gastos de TI a atingir US$ 39 bilhões (Gartner)

Gastos com TI devem atingir US$ 1,48 trilhão, abaixo do recorde de US$ 1,5 trilhão em 2008 (IDC)

Long Term Evolution (LTE) ganha destaque em 2010 e mercado de infraestrutura para tecnologia 4G chega a US$ 5 bilhões em 2013 (Infonetics Research

2010 2011 2012 2013Smartphones responderão pela metade dos hotspots conectados em todo o mundo. Predominância das operadoras móveis neste segmento de mercado ajudará na popularização

20% das empresas não terão ativos de TI: virtualização, cloud computing e profi ssionais usarão sistemas em redes corporativas (Gartner)

Facebook se tornará um hub para integração de redes sociais e socialização web (Gartner)

Controle de voz substituirá 30% das funções com mouse e teclado (TechCast)

Telefones celulares ultrapassarão os PCs como dispositivo mais comum para acesso à web (Gartner)

Penetração de VoIP no mercado norte-americano atinjirá 79%, contra 42% em 2009 (In-Stat)

Embarques de aparelhos leitores de blu-ray ainda estarão atrás dos embarques de DVD, mas receita já será superior (In-Stat)

População de trabalhadores móveis atingirá 1,19 bilhão (IDC)

30% das funções com mouse e

móveis atingirá 1,19 bilhão (IDC)

Google compete com iPhone ao lançar o Nexus One e Apple tenta causar frisson com o tablet iPad

60% das emissões de gases

Sistema operacional móvel Android será o segundo mais usado. Até lá, os embarques de smartphonesmilhões de unidades (IDC)

Assinantes móveis atingirão 5,9

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Decisões serão tomadas por entidades não-humanas, reduzindo erros (World Future Society)

Apesar do domínio do LTE como tecnologia 4G, o WiMax será usado por 53 milhões de pessoas, se confi gurando como uma forte opção à Long Term Evolution (Pyramid Research)

Queda exponencial nos preços de produtos tecnológicos aumentará uso de semicondutores no armazenamento de dados(World Future Society)

Tradutor universal se tornará comum. Todos os celulares de entrada terão tradutores de voz e texto. (Tomi Ahonen)

Supercelulares custarão US$ 10. Em 2020, os celulares serão melhores e mais baratos que os modelos mais cobiçados atualmente como iPhone 3GS, Nexus One e Nokia N900. (Tomi Ahonen) Metade da economia em muitos países transitará por pagamentos feitos por dispositivos móveis. O crescimento acelerado do banco e crédito móvel mudará os sistemas de pagamentos em muitos países. Combinado com a publicidade móvel, o dinheiro móvel transformará o celular em uma carteira com nossas chaves e cartões de identifi cação. (Tomi Ahonen)

2014 2015 2020 2025Custos da correção de carbono integrarão grande parte dos cases de negócios. Apelo de responsabilidade ambiental também deverá crescer (Gartner)

3 bilhões de pessoas poderão efetuar transações eletronicamente por meio de celulares ou internet (Gartner)

Redes de banda larga estarão disponíveis em qualquer lugar e a qualquer momento (governo do Reino Unido)

A internet será é capaz de transmitir aromas na mesma capacidade que transmite dados (Governo da Coréia do Sul)

Robôs prestarão serviços de check in (Henley Centre HeadlightVision)

Embarques de tablets deve atingir 57 milhões de unidades por ano (ABI Research)

Telefones se transformarão em concierge. Com pagamento, calendários, mídia e outras informações integradas, a concierge agregará ao telefone funções como secretária, contabilidade, entre outras, para auxiliar no dia a dia. Como a Amazon se antecipa e sugere um lançamento, o celular avatar comandará praticamente rodará nossas vidas, respostas, chamadas, enviará mensagens em nosso nome, solicitará bens e serviços e nos alertará de compromissos. (Tomi Ahonen)

Publicidade móvel se converterá em uma grande plataforma de anúncios. Apesar de o crescimento e da maturidade, a publicidade móvel não deverá matar modelos da mídia antigoa, como TV, internet tradicional e impressos. (Tomi Ahonen) Dispositivos de comunicação serão usados para acesso à informação em qualquer lugar (Rand Corporation)

Marketing via internet será regulamentado, controlando mais de US$ 250 bilhões em gastos globalmente (Gartner)

Apesar do domínio do LTE

celulares ou internet (Gartner)

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Luís Minoru shibata Diretor De consuLtoria Da ProMonLogicaLis.twitter.coM/LuisMinoruFo

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Planos OtimismO e planOs ambiciOsOs para Os pró-

ximOs anOs. empresas se preparam para sur-far a grande Onda de investimentOs públi-cOs e privadOs que deve passar pelO brasil em um futurO breve. É o momento de se estrutu-rar e aproveitar as oportunidades que estão se abrindo. O problema é que muitos estão fazendo isso de manei-ra descoordenada, ou como falamos no dia a dia, saem atirando para todos os lados, transformando o mercado num tiroteio maluco.

falta articulação estratégica, formação de alianças vi-sando a ganhos conjuntos. em muitos casos, é cada um por si e todos querendo abocanhar a maior parte do bolo, até mais do que podem digerir. poucas empresas enxer-gam que provavelmente a oportunidade nos próximos anos é tão grande que alguns segmentos podem ter mais demanda que a oferta local, obviamente atraindo compa-nhias internacionais.

existe uma demanda crescente por planos diretores de tecnologia de longo prazo (5 anos). por incrível que pareça algumas empresas nunca fizeram antes. acredi-te: a maioria não tem um planejamento de tecnologia. e, das que já fizeram, alguns foram feitos isoladamente pelas áreas de ti.

erro fatal. um plano de tecnologia não pode ser levado a sério se não considerar uma análise do mercado em que a companhia está inserida. e plano que se preze deve con-ter claramente de onde se quer partir e onde se quer che-gar. parece óbvio, mas algumas empresas sequer sabem onde elas estão. Hoje, existe até mais controle, mas atire a

primeira pedra o ciO ou gestor de tecnologia que nunca se deparou com um “servidorzi-nho não identificado” ou aplicações “escon-didas” em áreas operacionais. além disso, o plano deve ser viável, não um delírio.

Outra observação importante é que de nada adianta montar um cenário desejável em 5 anos, mas que na realidade jamais será alcançado por questões de orçamento, por exemplo. um plano deve ser obrigatoria-mente executável. enfim, os profissionais ou empresas que desenham estratégias, devem obrigatoriamente entender da sua viabilida-de e, preferencialmente, contar com a partici-pação de todos os envolvidos.

esse é um dos pontos que o plano come-ça a parecer uma coisa do além, impossível de ser feito. ainda mais porque as pessoas estão cada vez mais pressionadas pelos re-sultados de curto prazo. É o momento que começa a surgir o pensamento “está queren-do demais, vai saber o que estarei fazendo daqui a cinco anos”.

a sua empresa certamente quer abocanhar as oportunidades trazidas com os investimen-tos em infraestrutura para copa do mundo, por exemplo. mas ela sabe como quer estar daqui a três anos, época que a grande parte do investimento estará sendo feito? e, se sabe, como quer estar e como chegará lá?

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3 ARTIGOS ESPECIAIS

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VIVEMOS A ERA DO CONHECIMENTO. TAL PREMISSA REFLETE DE FORMA INTENSA EM DISTINTAS ESFERAS DA SOCIEDADE, IMPRIMINDO MUDANÇAS PROFUNDAS CADA VEZ MAIS VELOZES. A FORMA COMO A INFORMAÇÃO É TRANSMITIDA E RETIDA PELO INTERLOCUTOR SOFREU IMENSAS TRANSFORMAÇÕES A MEDIDA QUE A TECNOLOGIA INSERIU-SE COMO ELEMENTO NOVO NESSE CONTEXTO. NOS ARTIGOS A SEGUIR, VOCÊ VERÁ A OPINIÃO DE GESTORES DE TI QUE ATUAM NO SETOR DE EDUÇÃO. OS TEXTOS EXPLORAM QUESTÕES COMO O PARADIGMA CULTURAL QUE IMPLICA LEVAR TECNOLOGIA PARA A SALA DE AULA; OS IMPACTOS DE NOVAS SOLUÇÕES NAS ROTINAS EDUCACIONAIS E A IMPORTÂNCIA DA MULTIDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO DA CARREIRA DE CIO.

AS NOVAS FRONTEIRAS DO SABER

Eduardo Lucas Pinto | Marcelo Pereira dos Santos | José Augusto Brito

Novos paradigmas. Eduardo Lucas Pinto, do Colégio Dante Alighieri, avalia os benefícios das soluções tecnológicas no ambiente educacional.

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José Augusto Brito, do Mackenzie, analisa a importância de uma formação multidisciplinar para a construção da carreira de CIO.

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Virtualização a serviço do professor. Marcelo Pereira dos Santos, da Fiap, refl ete sobre os impactos do conceito aplicados na vertical de educação.

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FCIO InsIght Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

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Como em todas as áreas, o gestor de tecnologia deve entender do segmento em que irá atuar. Em empresas do setor educacional, ele deverá entender de pe-dagogia para poder ajudar o professor a implementar novas soluções em sala de aula. Hoje estamos em uma fase de transição entre a antiga e a moderna educação. Antigamente, o modelo de ensino era baseado no poder que o professor exercia sobre os alunos na sala de aula, mas hoje, com o advento da internet, surgiu uma nova geração, a do conhecimento. Os membros desse grupo questionam, interagem, querem fazer suas escolhas e não aceitam passivamen-te o método antigo de impor o saber.

O ser humano tem um comportamento paradoxal. Ao mesmo tempo que almeja

o progresso e a eficiência, tem receio de mudanças que representem alguma perda de controle ou a necessidade de aprender algo novo. A entrada das tecnologias digitais na sala de aula criou um diferente paradigma na educação: as novas ferramentas que os professo-res podem usar, embora ainda mal as conheçam, são geralmente do domínio dos alunos.

As escolas têm, pela frente, um desafio e uma oportunidade. O desafio: formular um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas e promova a interatividade dos alunos. A oportunidade: deixar para trás um mo-delo de ensino que se tornou obsoleto no século XXI. A educação antiga não ensina o professor a lidar com o inespe-

rado, com a mudança de posicionamen-to do educador, que agora deve sair do “centro do universo” para ser o guia do processo de aprendizagem, servindo de elo entre o aluno e a academia.

O CIO tem como função básica ser o elo entre os professores e as novas tec-nologias, mostrando como aplicá-las no dia a dia. Cabe ao gestor de TI entender as diferenças entre as diversas áreas envolvidas e ajudar na aplicação de uma mesma ferramenta de acordo com a necessidade de cada área. A tecnologia sempre estará à frente nesse processo. Restam às duas áreas de tecnologia (a Pedagógica e a da Informação) trabalhar em conjunto para que a implantação dessas novas soluções nas instituições de ensino aconteça de forma integrada.

O paradOxO educaciOnalPara atuar no segmento educacional, o cio deverá entender de duas tecnologias: a da informação e a da educação. Hoje, os diretores de ti têm uma atuação modificada dentro das empresas devido à governança corporativa. uma das principais preocupações é garantir a aderência dos principais atores a códigos de conduta pré-acordados, através de mecanismos que tentam reduzir ou eliminar os conflitos de interesse.

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Os benefíciOs da virtualizaçãOQuando se fala em virtualização, é comum pensarmos em redução de custos, facilidade de gerenciamento e uso eficiente de energia, sendo este último item o foco das atenções no panorama ambiental Que estamos vivendo. para o setor de educação, virtualizar traz outros benefícios de valor agregado muito grande. um deles é a possibilidade de criar diversos cenários para ilustrar os conteúdos de cada aula ministrada de forma muito flexível para o professor.

marcelo pereira dos santos é diretor de ti da fiap

A fAcilidAde de restAurAr e criAr Ambientes virtuAlizAdos tAmbém fortAlecerá A pArceriA professor e áreA de ti dAs instituições de ensino

Ao usar esta tecnologia, a área de TI aproxima-se da academia, podendo proporcionar aulas cada vez mais prazerosas, uma vez que os professores terão menos preocupação em deixar o ambiente preparado e funcionando a cada aula, e poderão concentrar seus esforços e tempo para preparar novas experiências de uso.

A facilidade de restaurar e criar ambientes virtualizados também fortalecerá a parceria professor e área de TI das instituições de ensino, pois o docente poderá enviar toda a programação das aulas por tur-mas e caberá à área de tecnologia preparar os ambientes de forma segura e confiável.

Com os ambientes preparados, o professor pode acessar remotamen-te sua área para validar cada aula. Os mecanismos de virtualização atuais permitem alocar os recursos necessários dinamicamente e de

forma eficiente para diversas aulas simultâneas. Um exemplo poderia ser uma empresa fictícia com dez filiais, em que os alunos precisassem fazer a configuração do sistema operacional, permitir acesso aos servidores de arquivos e impresso-ras de cada localidade.

Nesse desafio, os estudantes trabalhariam em equipes exerci-tando o trabalho de interação nas empresas, bem como suas habi-lidades técnicas sem restrição de acesso às máquinas virtuais. Após esta turma usar o ambiente, outra poderia fazê-lo em poucos minutos, sem problemas. Para preparar uma infraestrutura como esta, é neces-sário realizar um bom estudo no conteúdo das aulas dos professores, avaliar a compatibilidade dos sof-twares neste ambiente e dimensio-nar o hardware para atender, sem perda de desempenho, as ativida-des propostas nas aulas.

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FCIO InsIght Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

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Desde a minha época de graduação em engenharia, na década de 80, a computação despertou em mim a visão de que os computadores revoluciona-riam os processos das organizações. A partir daí busquei competências no desenvolvimento e uso de sistemas que alavancariam as oportunidades, a pro-dutividade e a rapidez nos projetos de engenharia, resultados estes típicos dos profissionais com dezenas de anos de experiência profissional. A computação

permitia a aplicação prática e rápida de teorias, métodos e experiências na forma de sistemas informatizados.

No final da graduação, uma premia-ção pelo MEC do Brasil e governo do Japão me possibilitou uma vasta gama de experiências e aprendizados multidis-ciplinares naquele país. Associadas ao gosto pela tecnologia e pela inovação, esses foram os fundamentos do estímulo para que eu continuasse investindo muitos anos no aprendizado de novas competências, tanto acadêmicas e de pesquisa quanto técnicas e executivas.

Com o advento da internet no Brasil surgindo nas instituições onde eu estava estudando, presenciei o impacto das inovações tecnológicas na redefinição da computação e das relações virtuais entre pessoas, organizações e mercados. Esta visão foi mais um estímulo para continuar a buscar outras formações e competências como os cursos de tecno-logias para internet no Instituto Infnet-RJ, de e-business e educação a distância na Fundação Getúlio Vargas-SP e o doutorado em comunicação, tecnologias e processos políticos virtuais na USP.

Após vários anos em diversos setores da engenharia, tive a oportunidade de

trabalhar no segmento de tecnologias inovadoras aplicadas, inicialmente, a instituições de educação básica e, poste-riormente, nas de nível superior.

Logo que vim para o Mackenzie, em 1999, busquei conhecer pessoalmente muitas renomadas universidades em vários países. Foram experiências, den-tre outras tantas, que balizaram minha visão para os anos subsequentes: pla-nejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, adoção e inovação na aplicação de tecnologias da informação, empreendedorismo, valorização da ética e da cidadania, internacionalização e novas culturas, foco nos negócios e a busca por resultados.

Portanto, o investimento contínuo na formação, associado a uma visão mais ampla, maximiza os resultados em todos os ciclos ao longo da vida profissional.

A construção de umA cArreirA profissionAl de cio, como ocorre em outras atividades executivas, é composta por fatores que transcendem as decisões puramente racionais, e incluem os sonhos, os desafios, a satisfação no trabalho, as oportunidades e as compensações, tudo isto associado a uma formação continuada e multifacetada.

Formação holística

InvestImento contínuo na formação, assocIado a uma vIsão maIs ampla, maxImIza os resultados em todos os cIclos da vIda profIssIonal

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Comendo pelas beiradasIndústrIas do setor de alImentos planejam comprar pouca tI em 2010. o ano deve ser de colocar a casa em ordem e garantIr suporte às estratégIas de crescImento dos negócIos

gIlberto pavonI junIor, especIal para InformatIonWeek brasIl

O setor de alimentos viveu um 2009 instável por conta da crise finan-

ceira mundial. Em relação a 2008, as perdas chegaram a 10%, o que se mos-trou um tremendo percalço para quem registrava taxas de crescimento entre 4% e 8% nos últimos anos. Mesmo as-sim, muitas indústrias não estancaram os investimentos em tecnologia da in-formação. “As principais empresas do segmento dependem muito da TI para melhorar seus processos administrati-vos e conseguir vantagens no mercado”, argumenta o diretor-comercial da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos), Denis Pinheiro.

A entidade não tem estudos sobre o uso de TI no setor ou fórum interno para discutir o assunto. Mesmo assim, Pi-nheiro acredita que a cultura em torno da tecnologia não deve se alterar. Para ele, o segmento é globalizado e precisa de investimentos em soluções tecnoló-gicas para manter a competitividade. “Cada empresa lida do seu jeito com TI,

mas todas sabem da importância disso para os negócios”, argumenta.

De acordo com dados da Abia, a ver-tical teve faturamento de aproxima-damente R$ 290 milhões em 2009. A expansão foi de 2,53% no volume de ven-das e 0,92% de crescimento de produção física. Na pior parte da crise, algumas indústrias que exportam para Europa e Estados Unidos tiveram decréscimo nas vendas e somente com a boa maré de volta ao cenário elas conseguiram se reposicionar. Para 2010, as perspectivas são mais promissoras. A entidade espe-ra que o setor cresça 4,5%.

O fato de o País ter passado pela crise com pouca turbulência e ter sido o pri-meiro a emergir do caos entusiasma os executivos do setor. A elevação da renda das famílias e o surgimento de novos consumidores nas classes D e E também dão base segura para essa certa euforia. Conforme dados da empresa de pesqui-sa LatinPanel, os brasileiros nessas clas-ses sociais foram campeões de consumo

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Comendo pelas beiradasIndústrIas do setor de alImentos planejam comprar pouca tI em 2010. o ano deve ser de colocar a casa em ordem e garantIr suporte às estratégIas de crescImento dos negócIos

gIlberto pavonI junIor, especIal para InformatIonWeek brasIl

no último trimestre de 2009, com ex-pansão de 16,8% em relação ao mes-mo período de 2008.

Foram eles que mais contribuíram para o aumento geral de 9,7% em volume médio do mercado ao gas-tarem 14,3% a mais do que em 2008. De acordo com o estudo, a categoria de alimentos, com um aumento em volume médio de 13,8% no terceiro trimestre de 2009, ante o mesmo pe-ríodo do ano anterior, foi a principal responsável pelo crescimento do consumo de bens não duráveis. “O cenário está pronto para as empre-sas correrem atrás dos prejuízos”, destaca Pinheiro.

Porém, diferentemente de 2009 quando todo o setor esteve envolvido com as instalações e personalizações referentes à nota fiscal eletrônica e ao sistema público de escrituração digital (Sped), não há uma tendência consolidada para o uso de TI. Cada empresa tem seu próprio ritmo e

trabalha com planos distintos. Há, no entanto, uma coincidência rele-vante. Os executivos não acreditam em grandes compras de soluções tec-nológicas e parecem mais dispostos a passar o ano colocando a casa em ordem e aprimorando a infraestru-tura já existente para que ela ajude a descobrir novas oportunidades de mercado com essa nova expansão de consumidores, refletindo em vendas.

“Em geral, a produção está ga-rantida na indústria e estamos mais preocupados em ajudar a área de vendas”, comenta o gerente de TI da Vilma Alimentos, Marcelo Salata. A empresa especializada em massas e misturas, fabricante das marcas Vilma, Yara, Alvorada e Econômico, olha de perto o crescimento do mer-cado nacional. Com sede em Conta-gem (MG), atua fortemente nos esta-dos do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Tocantins. No último ano, a companhia passou a

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comercializar seus produtos também em Goiás e no Paraná.

O maior investimento da empresa em 2009 foi no novo centro de distri-buição. O projeto era um desejo an-tigo e foi possível após um bom pri-meiro trimestre. Mesmo com crise, a Vilma cresceu 9%, alcançando R$ 103 milhões de faturamento, no período. O local servirá como ponto de apoio para aumentar a oferta de produtos aos consumidores. Em termos de TI, os esforços foram pela integração das informações das movimentações de carga com o software de gestão em-presarial (ERP). O antigo centro con-tava com apenas quatro coletores de dados. O novo tem 35.

Em 2010, o plano da companhia é trabalhar de forma mais adequada os

dados de mercado e transformá-los em informações valiosas para o time de vendas. “Somos capazes de saber quanto é o consumo de macarrão em determinada região, mas ainda não conseguimos identificar as oportuni-dades pontuais que existem por lá”, avalia Salata. Para melhorar isso, a TI da empresa precisará melhorar o de-talhamento dos relatórios enviados às áreas de negócio. No entanto, os pla-nos de TI não incluem compras. “Já temos um sistema de business intelli-gence (BI) e ele funciona muito bem, temos que trabalhar na granularidade dos dados”, completa o gerente.

Margens enxutasNa Marilan, terceira maior fabri-

cante de biscoitos do País, o ano de

2009 marcou o posicionamento para o crescimento. A empresa renovou sua identidade visual e definiu a entrada em novos mercados, principalmente o de bolos e torradas. O primeiro seg-mento movimenta, no Brasil, R$ 327 milhões, com 165,4 milhões de uni-dades vendidas. Já o de torradas tem vendas de R$ 134 milhões e 10,4 mil toneladas produzidas para consumo do mercado nacional.

A estratégia da companhia reside em crescer agressivamente e traba-lhar com margens enxutas. A Marilan espera conseguir 10% de participação nos segmentos de bolos e torradas. O crescimento será baseado na oferta de produtos com preços entre 5% e 10% menores do que as principais concor-rentes de mercado.

Brunassi, da Marilan: “Estamos renovando alguma coisa do parque e preparando a área para ser estratégica em 2010”

Executivos de TI do setor não acreditam em grandes compras de soluções tecnológicas. Estão mais dispostos a aprimorar a infraestrutura existente para que ela ajude a descobrir oportunidades de mercado com a nova expansão de consumidores

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Acostumada a lidar com o segmen-to de biscoitos há mais de 50 anos, a indústria visualiza novos lucros na sua investida nesses setores. O ano de 2010 será definitivo nesta nova em-preitada. Nestes planos audaciosos, a área de TI precisa estar preparada para dar o suporte necessário. “Es-tamos renovando alguma coisa do parque e preparando a área para ser estratégica em 2010”, aponta o geren-te de TI, Alberto Brunassi. A renova-ção inclui os servidores corporativos que passaram dos HP RP 4440 para Itanium, com a modernização do sis-tema operacional dessas máquinas. A empresa fez, ainda, a substituição de 80% das impressoras deskjet por ilhas de impressão de uso comum. O banco de dados Oracle foi atualizado da versão 9 para a 10g.

A Marilan trabalha, atualmente, para melhorar a integração com dis-tribuidores por meio de EDI (electro-nic data interchange) e a integração dos dados com o sistema da empre-sa. “Apesar da crise, tivemos poucos projetos postergados em 2009”, diz Brunassi, afirmando que as iniciati-vas engavetadas serão retomadas ao longo deste ano. Essencialmente, são planos de renovação do parque de notebooks e atualização de softwares específicos dos processos internos que trarão mais informações para as áreas de negócio. O principal foco da área de TI será o de dar suporte para a empresa trabalhar com margens enxutas. A fabricante não pretende fazer grandes aquisições de equipa-mentos ou softwares. Mas deve ca-nalizar esforços na centralização do gerenciamento da infraestrutura tec-

nológica, virtualização dos servido-res e uso de tecnologia mobile para ajudar o time de vendas.

Brunassi explica que assim como ou-tras empresas, a Marilan não vislum-bra ganhos de competitividade frente à concorrência com grandes compras de TI. “O nosso maior desafio é usar me-lhor o que temos e conseguir ganhos a partir disso”, completa. Com isso, as áreas de tecnologia se mostrarão pre-paradas para qualquer cenário.

CapaCidade para CresCerSe o ano promete ser o de arrumar

a casa no que tange a TI do setor de alimentos, isso tem uma explicação conjuntural. As empresas estão tra-balhando com uma capacidade ociosa elevada. Enquanto outros mercados verticais operam com cerca de 80% de uso de suas instalações, o de ali-mentos chega a ter uma das maiores ociosidades monitoradas pelo Banco Central. Algumas empresas vêm com essa característica desde a explosão de consumo do Plano Real, outras cres-ceram durante a boa fase da economia em 2008, antes da crise.

A Yakult, por exemplo, tem atual-mente 50% de capacidade ociosa em suas fábricas, uma herança do Plano Real quando a companhia chegou a vender 3 milhões de frascos de seus produtos por dia. Hoje, são co-mercializados 1,5 milhão e há mui-to espaço para suportar um novo aumento do consumo. “Isso traz muita tranquilidade para a empresa planejar crescimento sem atropelos em 2010”, comenta o gerente de TI, Renato Cezar Pinto.

O ano de 2009 foi de renovação na TI

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Cezar Pinto, da Yakult: o ano de 2009 foi de renovação na tida empresa, com um orçamento da área jamais visto

da empresa, trazendo um orçamento para a área jamais visto. Foram cerca de R$ 2 milhões destinados à troca de computadores nas 320 filiais da marca. Alguns equipamentos ainda rodavam Windows 95 e 98 e, embo-ra a troca de informações entre essa rede de comercialização e a matriz seja muito pequena, a modernização era mais do que necessária.

As filiais passaram a contar com conexão de banda larga e, onde não havia disponibilidade foi implanta-do um sistema de telefonia 3G. Até então, boa parte dos distribuidores utilizavam acesso discado para man-dar informações sobre as movimen-tações financeiras e pedidos. “Em

2010, vamos nos concentrar em pro-cessos internos para colocar a casa em ordem”, enfatiza Cezar. Mas há algumas prioridades de investimen-tos para o ano. A principal deve ser na área de storage. A Yakult não tem infraestrutura de armazenamento atualmente e isso é visto como uma falha na estratégia de segurança e continuidade dos negócios. O uso de tecnologia VoIP também é estudado como forma de reduzir custos.

Essa, aliás, é outra das únicas coin-cidências na TI do setor de alimentos. Se o ano de 2010 promete algo para os executivos de tecnologia dessas empresas, essa promessa é o intenso trabalho para reduzir os custos.

O ano deve ser promissor na TI da Yakult. A empresa quer aproveitar o conhecimento que tem do setor e começar a vender seus sistemas desenvolvidos internamente para outras companhias. O modelo lembra um pouco o realizado pela indústria automobilística e que deu origem a empresas como EDS, Gedas e Debis Humaitá. “Temos excelentes programas e uma operação específica que pode ser interessante para outras empresas”, avalia o gerente de TI, Renato Cezar Pinto.

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PARTICIPE DA VOTAÇÃO!MAIS INFORMAÇÕES: www.informationweek.com.br/executivo

9a ed ição

O EXECUTIVO DE TI DO ANO 9ª EDIÇÃO homenageia os profissionais que mais se destacaram no último ano por sua contribuição no crescimento da empresa, gerindo a TI como ferramenta estratégica e, como consequência, destacando a importância da atuação desses profissionais nas corporações.

Neste ano a metodologia do estudo passou por mudanças com o intuito de aperfeiçoá-lo e fotografar cuidadosamente as práticas e os papéis do profissional de TI dentro de uma companhia. A reformulação conta com o apoio da Consultoria PricewaterhouseCoopers. Sendo assim, a avaliação dos executivos não tem mais qualquer ligação com os finalistas do prêmio “As 100+ Inovadoras no Uso de TI”. Os CIOs serão avaliados por sua competência e atuação em 8 categorias, que no momento estão sob análise.

Pelo importante papel desempenhado junto ao dia a dia do CIO, os melhores executivos da Indústria Fornecedora de TI e Telecom continuam a ser homenageados em 4 categorias: “Principal Executivo da Indústria de TI”, “Principal Executivo Integrador”, “Principal Executivo de Marketing” e “Principal Executivo de Vendas”. Os próprios CIOs de empresas de diversos setores indicaram os nomes dos executivos de destaque, por meio de critérios pré-definidos pela IT Mídia. Os três nomes mais citados compõem a Lista Tríplice que será aberta para votação de todo o mercado, iniciando-se a segunda fase da pesquisa. Todos os assinantes da revista InformationWeek Brasil e cadastrados no portal IT Web até 01/fevereiro de 2010 são convidados a eleger os 4 executivos da Indústria Fornecedora de TI e Telecom.

CATEGORIA FINALISTASPrincipal Executivo da Indústria de TI Cleber Morais – Avaya Luis César Verdi – SAP Michel Levy – Microsoft

Principal Executivo do Integrador de TI Yim King Po – YKP Benjamin Quadros – BRQ Luis Carlos Nacif - Microcity

Principal Executivo de Marketing da Indústria de TI Carmela Borst – Oracle César Aymoré – Positivo Marcus Vinicius Giorgi – SAP

Principal Executivo de Vendas/Comercial da Indústria de TI Fabio Costa – Oracle Idel Bacal – Positivo Luis Medina - Avaya

CONHEÇA OS FINALISTAS DAS CATEGORIAS INDÚSTRIA FORNECEDORA DE TI

Apoio: Promoção: Realização:

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Sempre aprendi muito rápido

Perfil

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RobeRta PRescott

Flávio Jansen

Quem observa superficialmente a trajetória profissional de Flávio

Jansen pode achar que foi uma ascen-são gradual e natural. Até poderia ser, se não fosse o fato de ele ter sido um dos primeiros CIOs a galgar o posto de presidente de uma empresa. Sem te-mer o desconhecido, Jansen se aventu-rou em áreas como financeiro e, assim, expandiu seus conhecimentos para além da tecnologia da informação. Sua formação ficou holística e sua carreira - marcada por momentos como a con-dução do IPO do Submarino e sua fu-são com a Americanas.com enquanto era CEO - serve de inspiração a outros profissionais do mercado.

Carioca, ele cursou na capital flumi-nense o colégio e a faculdade (enge-nharia elétrica, com ênfase em eletrô-nica na PUC-RJ). “Naquela época, não havia uma carreira em computação, mas já pensava em trabalhar com re-des e me voltei para isto.” Trabalhou no Rio de Janeiro por um par de anos

e desembarcou, em 1991, em São Pau-lo para atuar em uma empresa que co-nectava TCP/IP a mainframes. Ali se familiarizou com o protocolo IP. “As duas cidades têm dinâmicas diferen-tes. SP é muito interessante.”

A curva na carreira de Jansen em direção aos negócios começou em 1996, quando ele aceitou o convite para ingressar na Mandic, que come-çava como provedora de internet, em uma função que acumulava a lideran-ça de TI e de finanças. No comando de 30 pessoas e ainda se ambientando com o lado financeiro, Jansen tinha o desafio de acompanhar as novidades tecnológicas que pipocavam no mun-do. “Muito de hoje nasceu entre 1997 e 1999. A BBS já era uma rede social, tinha de pegar aquilo e levar para in-ternet”, lembra, citando ainda que a Mandic desenvolvia sites de comércio eletrônico. No entanto, ele ainda tinha de desenvolver competências como li-dar com planejamento de negócios. “É

muito diferente de, por exemplo, fazer um planejamento de rodovia, porque há muitas incertezas. Da internet, você tem ideia aonde ela vai chegar, mas você não sabe em quando tempo.”

A volta para tecnologia em tempo integral deveu-se à sua entrada no Submarino, em meados de 1999. Mes-mo assim, nada que o afastasse das de-cisões de negócio, principalmente por-que o site estava começando e ele estava participando da fundação. O desafio de estruturar um portal de comércio eletrônico ficou ainda mais complexo pelo momento. Pouco depois, a bolha da internet estourou, abalando todo o mercado. “Na bolha, valorizaram-se todas as empresas e, assim, o risco foi subestimado”, explica.

No fim de 2002, Jansen assumiu a presidência do Submarino e viveu em 2003, segundo ele, um ano muito legal, apesar da situação econômica do Brasil. “Acertamos a mão em tudo, mesmo porque nós precisávamos

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acertar. O dinheiro acabou antes de alcançar-mos o equilíbrio e não conseguíamos captar capital, porque ninguém acreditava na inter-net.” Sem poder errar, Jansen tinha de ven-der mais e com margem maior. Ao seu lado, relembra, havia uma equipe jovial e que tinha acompanhado o Submarino. “Crescemos 60% em 2003, conseguimos equilibrar as receitas e ter Ebitda positivo.”

Os outros anos se sucederam de forma mais fácil e com seguidos aumentos de faturamento, até ser inevitável a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Depois disto, Jansen conduziu a fusão com a Americanas.com, levada a cabo no fim de 2006 e que deu origem à B2W. “Nin-guém prepara a empresa para a fusão, mas vimos que seria uma oportunidade de ganhar corpo e achamos que faria sentido”, conta o exe-cutivo, que permaneceu na companhia até se-tembro de 2007 para acompanhar a integração.

Ao deixar o Submarino, Jansen tirou um pe-ríodo sabático. Além de viajar com a esposa e filhos para a Europa, prestou consultoria para a Mandic e ingressou no conselho da Locaweb. “Não queria uma carreira executiva, por isto não fiquei na B2W”, pontua o profissional que também integrou o conselho da Quero-Quero no momento em que a empresa deixava de ser familiar e foi comprada. Sem voltar a carrreira para o executivo, Jansen acumulou a posição de conselheiro em diversas empresas - em uma das mais recentes, a Brandsclub, atua como coaching. “Vi que era um negócio que eu gos-taria de participar, porque era um modelo dife-rente e que não existia no Brasil.”

Fazendo um balanço de sua trajetória, Jan-sen revela o gosto por situações novas. “Sem-pre aprendi muito rápido. Área nova é a minha cara.” Aos 43 anos e pai de três filhos (uma menina de sete, outra de cinco e um menino de três), ele está contente com o rumo que a carreira tomou. “Ser conselheiro tem sido uma experi-ência bem interessante, me ensinado a ter paci-ência, a ver que as coisas vão acontecer e a tomar decisões de longo prazo”, pondera. iwb

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For IT by IT

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Trabalho na Taurus há dois anos, onde desempe-nho a função de administrador de redes. Vou

contar um pouco de algo que, na verdade, deu um “start” em minha vida profissional. Trata-se de um projeto que visava a uma reestruturação total na rede e infraestrutura da empresa.

Em maio de 2008, houve uma alteração na gestão de tecnologia da informação da companhia. Foi nes-se período que começamos as mudanças que se es-tenderam até janeiro do ano seguinte. Iniciamos um projeto com o objetivo de ter um ambiente centrali-zado, automatizado, mais estável e com um menor número de recursos para gerenciá-lo, em condições de fazer tudo com mais facilidade e segurança.

Muitos problemas eram enfrentados antes da rees-truturação. Entre eles destaca-se o correio eletrônico, devido ao excesso de caixas locais (e-mails guarda-dos diretamente nos PCs) e à credibilidade, afetada após uma migração parcial para o Lotus Notes que ocorreu sem sucesso. Além disso, existiam dois cor-reios ativos na empresa (Notes e um open source). A saída passou pela definição do Microsoft Exchange como “ferramenta corporativa”.

Durante o projeto, a empresa corria alguns riscos devido à falta de estrutura adequada para algumas operações. A continuidade operacional era desafia-da, devido à inexistência de conexões redundantes (WAN), ou seja, foi necessário fazer essas conexões em paralelo às migrações. A virtualização que seria feita poderia causar uma parada dos servidores e das uni-dades da companhia, pois se tratava de uma operação de risco. Então, para termos a segurança necessária,

Reconstrução Taurus reformula ambienTe de infraesTruTura e rede e obTém ganhos de conTinuidade operacional com 99,98% de disponibilidade

contamos com o apoio de fornecedores para esta implementação.

Possuímos outras cinco unidades de negócio no Brasil. No passado, existiam dois links externos de internet e apenas um de conexão com cada unidade. Foi realizado, então, o contingenciamento de toda a comunicação com uma ope-radora específica, a maioria 2x1 Mbps utilizando dois meios físicos diferentes – rádio e fibra. No decorrer do projeto, a Taurus adquiriu uma empresa, a Rossi, cuja operação foi fundida com nossa es-trutura, instalando seu próprio Domain Controller com File Server e 2 links con-tingenciados para comunicação.

Foram adquiridos, da Dell, um storage e três servidores com 32 GB de memória cada, que compõem um ambiente VMwa-re onde foram virtualizados 20 servido-res. Com as virtualizações e retirada de servidores Lotus Notes das unidades, foi possível remanejar oito deles, pois, mesmo contando com um parque de máquinas de alto nível, algumas não estavam sendo utilizadas da forma correta. Toda a estru-tura de backups foi revisada, com cópias incrementais diárias e totais nos finais de semana de todos os serviços, inclusive as imagens dos servidores virtualizados.

Foram envolvidos cerca de 20 técnicos para o projeto, entre parceiros e funcioná-

total

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> É analista de suporte da taurus > possui sete anos atuando na área de tecnologia da informação em ambientes microsoft e Vmware; gerenciamento e implementação de redes; administração de antiVírus corporatiVo, anti-spam e serViços de backup; planejamento e execução de projetos de ti e suporte. > estudou sistemas de informações (incompleto) pela puc/rs, fez cursos de windows serVer 2003 > gerenciamento de ambiente windows 2003 e microsoft exchange e Vmware.

odilon deVens

rios, e cerca de 800 usuários. Os investi-mentos, incluindo hardware, softwares e serviços, ficaram na ordem de R$ 1 mi-lhão. O retorno está previsto para dois anos e meio, sendo que o principal fator de ganhos reside na continuidade opera-cional, que hoje está na casa de 99,98% de disponibilidade do ambiente.

A mudança para a plataforma Win-dows trouxe estabilidade e economia em custos de manutenção. Com a virtualiza-ção dos principais servidores, obtivemos um melhor monitoramento no desempe-nho, e agilidade na resolução de possí-veis problemas.

Reconstrução

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ambiente Virtual• 1 storage dell emc” cx3-10, 4.5tb • 3 servidores esx dell poweredge 2950 iii, 32gb ram, 2 xeon Quad-core 12m 3.00ghz • 2 switches fiber channel cisco para contigência • 1 servidor Vcb (Virtual center backup) dell 1950, 4gb ram, intel xeon cpu 2.13ghz principais servidores virtuais• 2 domain controllers • exchange em cluster • file server em cluster • antispam imss • proxy isa server 2006 • business intelligence • sharepoint • erp desenvolvimento • blackberry enterprise server – bes banco de dados• oracle rac - real application clusters: • 1 storage dell emc” r200, 1.5tb • 2 servidores poweredge 2950, 16gb ram, 2 xeon Quad-core 4m 3.00ghz outros servidores físicos• file server exclusivo para engenharia • dell 2950 iii, 4gb ram, 600 gb, intel xeon cpu 3.6ghz • erp server • dell 1950, 4gb ram, 2 xeon Quad-core 2.33ghz • 3 servidores wts com network load balancing – nlb – para acesso remoto ao erp pelas filiais • dell 2950, 8gb ram, 2 xeon Quad-core 3.0ghz • banco de dados stand-by para o oracle rac • servidores para serviços • inventário e monitoramento de rede • sistema de gerenciamento de servicedesk • wsus e antivírus, 1 servidor cada unidade cada filial possui• pelo menos 1 servidor file server e domain controller • 1 servidor aplicativos, wsus e antivírus comunicação entre as empresas• 2 links mpls de 1mb ou 512kbps para as menores filiais. • firewall 2 cisco asa 5520 appliance(ativo e stand-by) • Vpn cisco 2800 backup• 1 unidade de fita dell powerVault tl2000 lto3 na matriz • 1 unidade de fita powerVault 124-t lto2 nas unidades

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Profissionais de

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Nos últimos anos, quem acompa-nhou os editais de concursos pú-

blicos percebeu uma quantidade cada vez maior de vagas para cargos de ní-vel superior em TI. A tendência chama a atenção não apenas por demonstrar que o setor está mais empenhado em captar talentos na área, mas também por alguns salários oferecidos, muitas vezes superiores aos da iniciativa pri-vada. Um exemplo é o concurso reali-zado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), no ano passado, em que graduados em tecnologia da informa-ção, análise de sistemas, sistemas de in-formação, engenharia da computação ou ciência da computação disputaram vagas de analista com salário inicial de R$ 9.552,00. Nada mal para quem já se sentia atraído pela estabilidade e outra série de direitos restritos ao funciona-lismo público.

Em quantidade, as vagas específi-cas ainda são pouco significativas. A boa notícia é que este número tende a aumentar. Enquanto isso, aqueles em fase inicial de carreira dispostos a conquistar seu espaço no setor públi-co podem disputar vagas em carreiras básicas, fora da área de TI. Uma vez aprovados e contratados, podem dire-cionar o desenvolvimento para a sua área de formação, por meio de capa-citação e da participação em concur-sos internos. No Banco do Brasil, por exemplo, não há seleção pública para cargos específicos de TI. “Todo profis-sional do banco entra por concurso na carreira de escriturário e vai trabalhar em agência. Foi assim que entrei, em 1986”, diz Anderson Luis Cambraia Itaborahy, gerente-executivo do proje-

to de governança de TI da instituição. Itaborahy, que se formou engenhei-

ro elétrico quando já estava no banco, conta como se desenvolveu e foi parar na área tecnológica, depois de passar por departamentos diversos, como o de crédito rural. “Eu estudava informática por conta própria e me interessei muito pela carreira de TI”, revela. A oportuni-dade surgiu seis anos após o seu ingres-so na instituição, quando houve um concurso interno nacional para a área.

O executivo foi aprovado, enviado para um curso de capacitação e assu-miu função em Belo Horizonte, em 1992. Posteriormente, foi transferido para Brasília, na ocasião em que toda a TI da instituição foi concentrada no Distrito Federal. “É assim que os pro-fissionais ingressam e crescem na TI do BB. Depende do surgimento de vagas e de processo seletivo interno, seja mais formal, seja coordenado pela gerência. Se aprovado, ele muda de função, não de carreira. No ramo técnico, por exem-plo, começa como assistente de tecnolo-gia, passa a assessor júnior e assim por diante”, conta Itaborahy. Ele acrescenta que, eventualmente, o departamento recruta de outra área alguém com reco-nhecida experiência. “Mas a verdade é que nem todos os graduados em com-putação e tecnologia do banco estão trabalhando em TI”, diz.

O gerente afirma que o banco investe pesado na qualificação dos seus profis-sionais, inclusive por meio de univer-sidade corporativa. Segundo ele, é co-mum a própria área de TI se adiantar e montar cursos para, em seguida, cre-denciá-los na universidade corporativa. A empresa também patrocina cursos

Profissionais deDurante muitos anos, prestar concursos e trabalhar em empresas estatais foi o objetivo De muitos brasileiros graças a estabiliDaDe e bons salários. entenDa a lógica por trás Da carreira no setor público na área De ti

por ana lúcia moura fé, especial para informationWeek brasil

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Carreira

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de especialização em universidades de primeira linha. “Eu mesmo fiz pós-graduação em engenharia de softwa-re pela USP, em uma turma fechada, e de sistema de informação na FGV, ambos patrocinados pelo BB. Mas isto não significa promoção automática. O que dá é uma pontuação que pode ser benéfica em um processo de concor-rência”, revela.

Para o gerente, a maior vantagem de trabalhar na TI do BB é o fato de ser uma grande empresa. “Mais do que ser pública, é uma corporação que investe pesado em inovação e está à frente em muitos aspectos nes-sa área”, comenta. Além disso, ele destaca os benefícios óbvios, como a certeza de uma carreira longa, o que, além da segurança, permite um co-nhecimento da empresa e dos seus objetivos em um nível pouco comum na iniciativa privada. “Se a gente olha o conjunto de vantagens e remunera-ção, na média, o banco está igual ou melhor do que o mercado. Claro que vários talentos nossos, como os espe-cialistas em tecnologias específicas, ganhariam mais nas empresas priva-

das”, compara. Por outro lado, Itabo-rahy reconhece que a estabilidade na carreira pode trazer limitações.

DESAFIOS MOTIVADORESRosana Watanabe Hanada, geren-

te nacional de informações de TI da Caixa Econômica Federal (CEF), indi-ca aos interessados em ingressar no banco que os desafios tecnológicos são maiores do que em outras empre-sas do setor privado “porque não se limitam ao retorno financeiro, uma vez que se trata de um banco 100% público e um dos principais agentes de políticas públicas do governo fe-deral”, explica.

A gerente informa que a Caixa e ou-tros órgãos do setor público no Brasil vêm promovendo uma renovação no seu quadro de pessoal, a partir da re-alização de concursos. Há uma busca por profissionais altamente capacita-dos e que possam escalar gradual-mente posições na empresa. Quanto aos atrativos para a área de TI, Rosa-na argumenta que não estão restritos somente às possibilidades de ganho financeiro. “Os próprios desafios são

motivadores, porque trazem grandes oportunidades para o profissional, dando-lhe acesso a tecnologias ino-vadoras e permitindo, inclusive, que seja protagonista tanto da mudança social quanto da liderança interna-cional do Brasil em alguns setores de TI”, analisa. Para ela, o sentimento de pertencer a uma instituição respon-sável pela implantação das políticas públicas do governo federal é uma grande motivação para se trabalhar no setor público.

O banco possui um dos maiores complexos computacionais das Amé-ricas. Muitos dos seus projetos de TI se tornam cases conhecidos no mercado, pela inovação e pelo pioneirismo. Por trás desta atuação, há pesados inves-timentos tanto em tecnologia quanto em pessoas. O ingresso no quadro de empregados se dá exclusivamente por concurso público, existindo um polo específico de TI. Já a ascensão profis-sional acontece por mérito ou antigui-dade (promoção) ou por meio de pro-cessos seletivos internos para acesso a um plano de cargos comissionados, diferenciados em termos de respon-

LOUREIRO, DA SABESP: "Como em qualquer empresa, o profissional de TI deve deixar de ser apenas um ótimo técnico"

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ROSANA, DA CEF: "Os desafios são motivadores , porque trazem oportunidades"

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ITABORAHY, DO BB: o banco investe pesado na qualificação de seus profissionais

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sabilidade e complexidade. “Todos os empregados que possuem os re-quisitos exigidos para o cargo em comissão podem concorrer. Inclu-sive, estamos prestes a lançar um novo concurso para buscar profis-sionais específicos para atuar na área de TI”, avisa.

A executiva diz que há na CEF uma priorização para a tecnologia da informação. Os empregados lotados nas unidades vinculadas à vice-presidência de TI têm con-dições diferenciadas para acesso aos cargos em comissão da área. “Nesse processo, são reconhecidas as suas experiências externas.”

Rosana chama atenção para o fato de que a estabilidade, uma das diferenças básicas do emprego público em relação ao setor priva-do, proporciona a possibilidade de planejar o crescimento numa carreira de uma área específica. Outra diferença do setor reside nos valores que devem nortear o atendimento. “O profissional deve ter em mente que o foco do setor público é o benefício para socieda-de como um todo”, diz. Além disto, existe uma necessidade de adapta-ção às mudanças cíclicas de gestão, relativas a trocas de governo. “Este é um dos principais desafios”, jul-ga a gerente. Como estímulo, ela informa que a Caixa incentiva e apoia a formação acadêmica e o desenvolvimento profissional de seus empregados, oferecendo cursos e universidade corporativa virtual. “O banco também viabili-za um plano de previdência com-plementar ao benefício do INSS e

o Saúde Caixa, um plano de saúde que contempla o empregado e sua família”, explica.

NEM TÃO DIFERENTE ASSIMNa área de TI da Sabesp (Com-

panhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) desde 1979, Maurício Loureiro, superinten-dente de tecnologia da informação, avisa que profissionais de TI de em-presas públicas enfrentam desafios muito similares aos profissionais da iniciativa privada. “Como em qualquer empresa, o profissional de TI deve procurar deixar de ser apenas um ótimo técnico e buscar atualização permanente, sintonia com o mercado, agilidade e flexibi-lidade no atendimento das deman-das internas, conhecimento da em-presa e alinhamento com as áreas de negócio. São fatores essenciais para o crescimento na área”, relata o superintendente, que lidera um time de 235 profissionais, a maior parte alocada nas áreas de opera-ção, infraestrutura e telecom (48%) e desenvolvimento e manutenção de sistemas (39%).

As perspectivas de crescimento dessa equipe são as mesmas dos demais profissionais da empresa, pois estão vinculadas a uma única política corporativa de RH. Segun-do Loureiro, a realização de pro-jetos inovadores tem exigido da Sabesp muitos investimentos em treinamento e capacitação, com be-nefícios para os profissionais. “Em 2010, traçamos planos com o objeti-vo de aprimorar a comunicação in-terna e externa, a multiplicação de

A estabilidade, uma das diferenças básicas do emprego público em relação ao setor privado, dá a possibilidade de planejar o crescimento profissional

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Carreira

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conhecimentos e a capacitação dos profissionais da superintendência. Em 2009, realizamos o I Encontro de TI, com palestras proferidas por profissionais do mercado so-bre temas atuais de TI”, conta.

Sem ter passado pela experi-ência privada, Loureiro comenta sobre as habilidades que o CIO precisa ter para atuar em um setor onde há menos liberdade para investir com rapidez na mo-dernização da TI, devido à exi-gência de licitações, por exemplo. “O profissional que toma decisão precisa desenvolver espírito em-preendedor, ter habilidade para negociar com o mercado, poder de convencimento junto à alta di-reção para ‘vender’ os projetos e capacidade de planejar a TI para estar em sincronia com a organi-zação”, enumera.

Empenhado em tornar a TI da Sabesp menos reativa, Lourei-ro acredita que o conhecimento técnico em um determinado ní-vel para administrar o ambiente tecnológico é importante, mas não imprescindível. “É preciso ter conhecimento dos negócios da organização, ter liderança jun-to ao seu time e conhecer o fun-cionamento das principais áreas da empresa”, explica. Como dica para crescimento na carreira, ele ressalta, além dos estudos for-mais, a participação em eventos e congressos que abordam as ten-dências no setor. “Nestes eventos tenho oportunidade de trocar ex-periências com outros profissio-nais; isto é muito bom”, diz. iwb

1.EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - inscrição até 18/02/2010. Cargos: Analista e Pesquisador - Salários: de R$ 5.440,07 a 7.419,96 - Informações: http://www.institutocetro.org.br

2.Tribunal Regional Federal da 4ª Região (RS, SC, PR) Cargo: Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Especialidade Informática – Salário: R$ 6.551,52 - inscrição até 18/02/2010. Informações: http://www.concursosfcc.com.br

3.Minas Gerais Administração e Serviços (MG) - inscrição até 18/02/2010 – Cargos: Analista de Sistemas, Analista de Suporte, Tecnólogo em redes - Salários: R$ 1.155,83 a R$ 2.144,36 Informações: www.esppconcursos.com.br

4.Instituto Brasileiro de Museus – Ibram - Inscrição até 23/02/2010 – Informações Cargo: Analista – Salário: R$ R$ 3.012,82 http://www.funcab.org/site/concursos/

5.Imprensa Oficial-SP – Inscrição até 26/02/2010 - Cargo: Analista de Tecnologia da Informação e Comunicação – Salário: R$ 3.873,47 - Informações: http://www.vunesp.com.br

6.Superintendência de Seguros Privados – Susep - Cargo: Analista Técnico - Tecnologia da Informação – Salário: R$ 12.413,65 - Inscrição até 28/02/2010. Informações: http://www.esaf.fazenda.gov.br

7.Prefeitura de Novo Hamburgo (RS) - Cargos: Analista de desenvolvimento de sistemas, Analista de suporte – Salário: R$ 3.439,91 - inscrição até 08/03/2010. Informações: www.fundacaolasalle.org.br/concursos

8.Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte - PRODABEL - Inscrição até 18/03/2010 – Cargo: Analista - Especialização Tecnologia da Informação, Salário: R$ 3.604,00 Informações: http://www.gestaodeconcurso.com.br

9.Companhia de Desenvolvimento de Informática de Uberaba – Codiub - Inscrição até 26/03/2010 – Cargos: Analista de Sistemas e Analista de Suporte – Salários: R$ 1.415,00 a R$ 2.160,00 - Informações: http://www.gestaodeconcurso.com.br

10.Tribunal de Justiça do Acre (AC) – Cargos: Analista de Suporte e Analista de Sistema – Salário: R$ 2.598,16 Inscrição até: 30/03/2010 informações: www.fmp.com.br

(*) Conferir datas, cargos e salários em editais nos sites dos respectivos organizadores.

DEz CONCURSOS PúBLICOS COM vAGAS EM NívEL SUPERIOR NAS ÁREAS DE TI E INFORMÁTICA (*)

SABER ESPERARFátima Motta, professo-

ra dos cursos de gestão de pessoas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e sócia-diretora da F&M Consultores, ressalta o papel do CIO na gestão e motivação dos profissionais de TI das empresas públicas. Segundo ela, o processo de crescimento interno pode ser altamente desmotivador, uma vez que as pessoas têm de es-perar muito tempo para rea-lizar concursos internos que lhes permitem subir degraus da carreira. “Neste cenário, o CIO tem de ter habilidade in-terpessoal, saber gerir e mo-tivar pessoas, além da visão estratégica com foco em ino-vação”, diz. Para a consultora, os CIOS em geral são forma-dos para serem mais técnicos. “Muitos problemas quanto à orientação dos subordinados, delegação de poderes, resolu-ção de pequenos problemas ou motivação vêm dessa for-mação mais técnica e menos comportamental”, comenta.

Como especialista na for-mação e desenvolvimento de lideranças e como coaching de executivos, Fátima percebe que há muito trabalho isolado em TI. “Isso não é bom. Crescer nessa carreira significa saber se relacionar e dialogar com os outros, independentemente de o cargo ser público ou priva-do”, finaliza.

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RobeRto CaRlos MayeR é diRetoR da Mbi, pResidente da assespRo são paulo e MeMbRo do Conselho da assespRo naCional.e-Mail: [email protected]

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Já faz quase um ano que escrevo em prol do estabelecimento de uma estratégia na-cional de longo prazo para o setor de tec-nologia da informação. um tema tão amplo pre-cisa ser debatido com todos os interessados. este debate está tendo lugar na web. a partir das contribuições rece-bidas neste debate virtual identifico que um ponto-chave seja o papel do governo no universo da ti.

lembramos que o governo é um grande cliente, mas também atua como regulador do mercado, de forma que seu comportamento tem que ser muito cuidadoso. além disso, ele precisa ser monitorado pela sociedade, a quem deve servir (e não o contrário!).

quando questionamos o método de escolha de forne-cedores de sistemas para o portal de software público, vimos várias manifestações, algumas inflamadas, vindas da comunidade de software livre. algumas delas pleite-avam o direito do governo de ser livre, como qualquer outro consumidor, para comprar ou desenvolver seus in-sumos para a administração pública. seja lá como for, foi noticiado recentemente que o ministério do planejamento pretende melhorar as regras de seleção para este portal.

além de seus múltiplos papéis como usuário e regula-dor da ti, ainda tem a questão jurídica: compras públicas

se regem pela lei 8666 (chamada de lei das licitações), e não pelo estatuto do consu-midor. a própria lei prevê a possibilidade de não usar as licitações, definindo critérios para isso. assim, no caso do uso de software livre, deveria ser comprovada a economia que ele representa, sendo homologada pelo tribunal de contas.

o comitê de software livre cita centenas de milhões de reais economizados com a não compra de licenças de sistemas proprietários. quanto custa o acréscimo de milhares de pro-fissionais às folhas de pagamento nas empre-sas públicas de ti? a pergunta mostra o quan-to precisamos avaliar a totalidade da questão para chegar a uma conclusão imparcial.

todos queremos o fortalecimento da co-munidade, dos profissionais e da indústria nacional de tecnologia. software livre é uma das alavancas para que isso ocorra, mas não é a “bala de prata” que modificará tudo num passe de mágica (nem aos outros países que são nossos concorrentes no cenário global). sugiro avaliarmos as experiências bem suce-didas de outros países, que saíram na nossa frente no fortalecimento do uso da ti, benefi-ciando seus cidadãos e as empresas.

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Mercado

Governo não é apenas consumidor!

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Na Prática

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Desafio: migrar três bancos de dados para um novo servidor com a mínima paralisação possívelsolução: adoção temporária de um software para migração incrementalResultaDo: ativação do novo banco de dados sem interrupção dos serviços para os usuários

Bastidores doGrande Irmão

Globo.com tRoca seRviDoRes e miGRa tRês bancos De DaDos sem tiRaR o poRtal Do aR. pRojeto visava a supoRtaR cRescimento e picos De acesso como os ReGistRaDos DuRante o biG bRotheR bRasil

felipe DReheR

em foco

Quem você quer que vença o Big Brother e ganhe R$ 1 milhão”. O estímulo do apresen-

tador abre o último episódio da nona edição do reality show, ocorrida no ano passado. Em segui-da, ele lista opções via telefone e internet para que os telespectadores votem em seu preferido entre os três participantes que chegaram à final do pro-grama. No período de uma hora após o desafio de Pedro Bial, o site da Globo.com precisou estar preparado para suportar acessos que se conver-teram em 20 milhões de votos, que definiram o vencedor do BBB9.

Misturando teorias midiáticas, elementos de ficção científica e experiência sócio-comporta-mental, o Big Brother Brasil tornou-se um fenô-meno de audiência. O poder e a convergência de meios de comunicação refletem resultados surpreendentes. “Durante os quatro meses de BBB, a carga nos sistemas do portal aumenta em 35% sobre os números tradicionais”, dimensio-na Camila Pereira Dias, coordenadora de banco de dados da Globo.com.

“Nos preparamos para dar suporte ao Big Bro-ther Brasil, que começaria em janeiro de 2009.

Sabíamos que o número de sessões simultâneas aumentaria muito; para garantir com folga o pro-cessamento desses acessos era fundamental reali-zar um upgrade nos servidores”, diz a executiva, afirmando que máquinas baseadas nos chips Ita-nium utilizadas até então já operavam no gargalo. Os grandes picos de acesso no portal ocasionados pelo reality show exigiam uma reformulação da infraestrutura de TI. A intenção era trocar quatro máquinas antigas por cinco servidores Intel x86.

A conclusão de atualização tecnológica como forma de melhorar desempenho em um cenário de expansão parecia simples e irrefutável, mas como fazer isso sem tirar do ar um portal de conteúdo que recebe milhões de visitas todos os dias? Um ponto-chave para o sucesso da mi-gração de bancos de dados residia na escolha de uma tecnologia que tivesse o menor down-time para que os internautas nem percebessem o processo. Era fundamental transferir todos os registros de três grandes sistemas da Globo.com para os novos equipamentos.

O departamento de tecnologia mapeou três possibilidades de conduzir o processo: fazer as

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Bastidores doGrande Irmão

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importações e exportações na mão; desenvolver internamente uma solu-ção para migração com cópias incre-mentais; ou adquirir uma tecnologia de mercado com as mesmas funcio-nalidades. A primeira alternativa foi descartada por tirar o site do ar por um período muito longo. Restava de-cidir se processo, então, viria de uma ferramenta caseira ou de mercado. Camila ficou com a terceira hipótese.

A Globo.com adotou três licenças do Quest Shareplex for Oracle como solução para transferência de dados. “O sistema faz uma cópia do banco de dados de origem replicando-o no des-tino”, explica a executiva, dizendo que a solução permite um tipo de migração praticamente sem paradas.

Os esforços dividiram-se em três miniprojetos, um para cada banco de dados de dados migrado. Isso permi-tiu, ainda, que as licenças do software e o custo de serviço fossem contratadas

por tempo limitado de três meses. Cada iniciativa contemplou duas semanas, uma para migração das informações e outra para teste e validação do sucesso do processo. A coordenadora prefere não revelar o valor investido.

Só depois de verificada a consistência dos dados na nova máquina, o banco antigo era desligado. Camila conta que isso acarretava paradas de, no máximo, 40 minutos até as aplicações se reconec-tarem na nova máquina. Nesse tempo, o portal continuava no ar servido por caches, o único ônus residia na impos-sibilidade de publicar novas notícias durante tal intervalo. A coordenadora afirma que o processo de migração cor-reu de forma tranquila e suportou a ex-pansão orgânica bem como os picos de acesso em momentos como a votação online para ver quem ganharia o pro-grama no ano passado. A expectativa é que estrutura monada suporte a evolu-ção por um prazo de cinco anos.

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Desafio: deixar mais ágil o fechamento fiscal e contábil das lojas.solução: substituição de um sistema obsoleto por uma solução mais modernaResultaDo: automatização de processos, acuracidade dos dados, maior velocidade e processos mais integrados

lojas MaRisa substitui sisteMa De RetaguaRDa eM pRocesso que envolveu 228 lojas DistRibuíDas poR toDo país

eM foco A Fundação Getúlio Vargas aponta que o setor de comércio investiu 2,7% de seu

faturamento líquido em TI ao longo de 2008. O estudo conduzido pelo professor Fernando Meirelles acredita que este porcentual tinha potencial para chegar próximo a 3% em 2009. Com números mais agressivos que a média do mercado, as Lojas Marisa direcionou 12% de seu capital para tecnologia no último ano. Deste total, 28% destinou-se à implantação de um sistema para controle de retaguarda.

Poucas horas após o Grupo Pão de Açú-car anunciar que havia comprado as Casas Bahia, no dia 4 de dezembro, Mendel Szlejf,

CIO das Lojas Marisa — concorrente direto — concedeu, por telefone, entrevista para InformationWeek Brasil, quando contou o projeto de uma solução para controle finan-ceiro, que consumiu aproximadamente dois anos de esforços e atingiu 228 lojas da rede varejista. A tecnologia provida pela N&L de-mandou uma “logística monstruosa” devido ao número de localidades atingida. Por sua complexidade e abrangência, a Marisa divi-diu o País em várias regiões e, à medida que as lojas recebiam o sistema, o time de TI vi-rava a chave de uma localidade e partia para um novo desafio. A rede varejista conviveu

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com dois sistemas paralelos durante seis meses, entre janeiro e junho de 2009. Nas palavras do CIO, a inicia-tiva classifica-se como uma das prin-cipais tocadas pelo departamento ao longo do ano passado.

“A loja pode ser dividida em três partes”, explica o executivo, “ponto de venda (PDV), retaguarda finan-ceira (tesouraria fiscal e contábil) e retaguarda mercantil (controle de es-toque e operações de entrada e saída de mercadoria)”. A solução ataca jus-tamente a segunda camada, de for-ma a consolidar todas informações colhidas e facilitar o processo nos momentos de “fechar o caixa”, atuali-zando dados em todos sistemas cor-porativos. As vendas são realizadas e

o software manda informações para um banco de dados, que faz todas as contas para fechar as conciliações fi-nanceiras ao fim do expediente

O sistema reduziu o tempo de pro-cesso. Grande parte dos fechamentos acontece no mesmo dia, “na pior das hipóteses, em D+1”, comemora o Sz-lejf. O executivo recorda que o siste-ma anterior era suportado por uma plataforma tecnológica desenvolvida em Clipper por uma pequena fábrica de software. Durante muito tempo, a ferramenta foi útil, mas o cresci-mento da companhia e as diversas personalizações realizadas ao longo dos anos transformaram-se em gar-galos. “Era um fim e não um meio”, comenta o diretor, sentenciando com

a justificativa que os funcionários não podiam mais quebrar a cabeça no fim do expediente. “Varejo é uma indústria muito dinâmica. Nenhum dia é igual ao outro”, sentencia.

A ferramenta trabalha de forma integrada com todos os sistemas lega-dos da Marisa, inclusive integra-se ao ERP da SAP, o que permite a consoli-dação das informações para a realiza-ção de todas as contabilizações, apu-rações e movimentações de estoque da companhia. O sistema conferiu automatização aos processos. Com isto, melhorou a acuracidade dos da-dos, velocidade para realizar contabi-lizações e apurações dos movimentos das lojas, processos mais integrados e redução no retrabalho. (FD)

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radicalPara modernizar Ti, Colégio VisConde de PorTo seguro aPosTa em sisTema de gesTão Com noVas funCionalidades e que abrange Todas as áreas da insTiTuição

ViTor CaValCanTi

O setor de educação tem ganhado muita atenção no País. A prolife-

ração de instituições de ensino supe-rior trouxe grande preocupação com o aprendizado de base, envolvendo desde a educação infantil até o ensi-no médio. Se do lado das instituições públicas os avanços demoram e ca-minham a passos lentos, quando se parte para um raio X do setor privado, entretanto, o retrato que se tem é de investimentos tanto em profissionais gabaritados, o que ajuda dar mais qualidade de ensino e atrair alunos, quanto na infraestrutura para supor-tar o crescimento. E a TI tem dado grandes contribuições.

Consciente das mudanças que vi-nham ocorrendo no segmento, o Co-légio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, recrutou Gustavo Beserra, atual gerente de TI da instituição, para comandar a modernização do depar-tamento de tecnologia. “A parte de sistema contava com uma estrutura

de desenvolvimento interno e as pla-taformas tinham poucos recursos. Queríamos mudar o modelo para ter resultados mais rápidos.”

Com um trabalho árduo e desafia-dor pela frente, Beserra começou por uma avaliação do que poderia ser fei-to. Em março de 2006, pouco tempo depois de contratado, saiu em busca de um sistema para atender às neces-sidades do colégio. Foram seis meses avaliando fornecedores, período que também aproveitou para conhecer o dia a dia da instituição e mapear as necessidades. “A ideia era algo espe-cial para mercado acadêmico e não há muita opção. O sistema da Totvs [que foi escolhido] atua no acadêmico, fi-nanceiro e gestão”, justifica a decisão, explicando que a possibilidade de tra-balhar com diferentes fornecedores havia sido descartada. “Buscamos um ERP especializado, mas que atendesse tudo de forma integrada. É uma mu-dança difícil.”

Mudança

Áreas de TI

Empresas

Concorrência

administrador muda. Ele precisa confiar em outra pessoa para fazer seu papel tradicional de gerenciar e, para acessar um servidor, deverá aprender mais habi-lidades de programação, como protoco-los de serviços web soap ou rest e como lidar máquinas virtuais em um ambien-te distribuído, o que pode exigir conhe-cimento de PHP, Python ou alguma outra linguagem de script. “Não existirá um administrador de sistema distinto do programador”, prevê Jason Hoffman, fundador e CTO da Joyent, fornecedora de data center virtual há seis anos.

A linha que separa o administrador de sistema do programador está cada vez mais tênue na National Retirement Partners, companhia cujos conselheiros ajudam outras empresas a escolherem o melhor plano de aposentadoria. Adam Sokolic, vice-presidente sênior de ope-rações, disse que pode desenhar uma ferramenta e que um administrador de sistemas pode desenvolvê-la para ser usa-da com CRM da Salesforce.com, usando a linguagem de programação Apex.

Sokolic dirige esse esforço de TI como um contador expert em tecnologia. A habilidade de adicionar, rapidamente, ferramentas tecnológicas é uma peça-chave que mostra como a empresa espera escalar mais profissionais para sua lista atual de 150 conselheiros: “Usamos fer-ramentas baseadas na Salesforce para recrutar”, contou.

Já os desenvolvedores no Japan Post, um conglomerado de serviços pos-tais, bancos e seguradoras com 70 mil funcionários, descobriram que podem ter mais rapidamente novas ferramentas usando plataformas em nuvem, mas antes precisam aprender a desenvol-ver aplicativos ágeis. A empresa criou

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Tech Review

Por enquanto, dados confidenciais devem permanecer em casa ou serem enviados apenas para parceiros com sistemas confiáveis

aplicativos de contato com cliente e relatórios de declaração de acidentes usando a plataforma da Sales.com. Levou apenas um quarto do tempo e custo que levaria para desenvolver e implementar em infraestrutura convencional, disse Yoshihiko Ohta, gerente-geral sênior do Japan Post. Um lado negativo da Sales.com é que os desenvolvedores não conseguem fazer toda a customização que gosta-riam. Mas com a lógica do aplicativo principal e muitas funções de inter-face pré-criadas, alguns aplicativos podem ser desenvolvidos em alguns dias. Isso implora por uma aborda-gem mais ágil, de criação rápida e revisões frequentes.

A computação em nuvem poderia se mover rápido demais para muitas operações de tecnologia bem como exigir mudanças em políticas, em termos de aprovação de TI, gerencia-mento de projetos, de portfólio e, até mesmo, de orçamento. Quando um gerente de uma unidade de negócio pede por mais capacidade no servi-dor, significa, hoje, um esforço de seis semanas, aproximadamente. Com a virtualização, um novo servidor

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radical

A compra ocorreu em janeiro de 2007 e a implantação teve início em fevereiro do mesmo ano. O processo para colocar todos os módulos em funcionamento — back office, sistema de gestão (administrativa, financeira, compra e folha) e gestão acadêmica, ponto e estratégica – levou um ano. “Fizemos um trabalho de levanta-mento de processos, treinamento e partimos para a implementação, que é rápida. Trocamos e, em janeiro de 2008, iniciamos a operação. Durante todo o ano trabalhamos também para ajustes e relatórios.”

Sem alternativaS De acordo com Beserra, uma das

dificuldades encontrada no caminho para implantação da plataforma foi a falta de opções de soluções específicas para este mercado. “Percebe-se que as empresas têm demanda por profissio-nais e um pouco de conflito. Falta gen-te qualificada para implantar na velo-cidade necessária. O mercado precisa evoluir”, alerta. A implementação foi feita pela Totvs, bem como o serviço de consultoria. Ele conta que possui uma infraestrutura interna no colé-gio que contribuiu para o processo. A equipe que Beserra coordena conta, atualmente, com 17 pessoas.

O trabalho do gestor, entretanto, não se resumiu apenas em modificar a plataforma de gestão. Para suportar o novo sistema, o Visconde de Porto Seguro precisou promover atualiza-ção dos hardwares. O sistema antigo era descentralizado, com um servidor na unidade central e “mini-CPDs” em cada endereço — a instituição possui

seis unidades. “Quando consolidei com a Totvs, comprei hardware e co-loquei tudo no mesmo data center. Mas, por outro lado, hoje dependo muito de telecom, por conta dos links de alta velocidade (100 megabites) que interligam as unidades”, pondera.

Resumindo os benefícios, Beser-ra exalta a flexibilidade que ganhou. Com modelo interno ele não conse-guia ter uma visão do grupo como um todo e qualquer nova necessidade criava dependência grande de pesso-as. Algumas ferramentas, no entan-to, como o lançamento de notas, que funcionava bem, foram mantidas e integradas ao ERP da Totvs. Nenhu-ma adaptação do sistema de gestão da fabricante foi requerida, eles preferi-ram adaptar o negócio à plataforma para que fossem criados processos padrões, impedindo, assim, diferen-ças entre as unidades.

“Hoje temos processos mais bem consolidados”, comemora. O colégio, que tem em torno de 10,5 mil alunos e 850 professores, ganhou também em na amostragem de resultados. Com a nova plataforma, a TI conse-gue, por exemplo, permitir que um dos cem usuários do sistema gere relatórios com esta-tísticas de acompa-nhamento do alu-no. A atualização cadastral melhorou e o fato de usar pla-taforma web, na vi-são do gestor, “deixa a instituição mais bem preparada para mudanças.”

Mudança

DeSafio: modernizar sistema de gestãoSolução: adoção de plataforma que integra todos os departamentosreSultaDo: processos consolidados, visão do negócio como um todo e estrutura preparada para mudanças

em foco

iwb

O impacto da computação em nuvem para a empresa Benefício

A computação em nuvem pode ser mais uma ferramenta nas mãos da equipe de TI, ajudando a suprir as necessidades do negócio de forma criativa, mais rápida e eficiente, especialmente se unida aos recursos internos de data center.

A computação em nuvem oferece o potencial para recursos variáveis de computação, per-mitindo que as empresas diminuam os gastos da área de TI para o essencial e fiquem mais confiantes para enfrentar demanda de pico.

Interrupções e perda de dados são os maiores riscos. A nuvem requer novos relacionamentos com fornecedores, entendimento absoluto da segurança oferecida e mais ênfase no monitoramento da experiência do usuário final.

Mais rapidez para as ofertas do mercado com potenciais vantagens de estratégia, com baixo custo total como vantagem operacional crítica

As empresas podem desperdiçar essas duas vanta-gens, a não ser que suas políticas as acompanhem - aprovação mais rápida para aproveitar a vantagem da implementação da nuvem e controle apropriado para garantir que o desperdício não aconteça

Áreas de TI

Empresas

Concorrência

ConclusãoA computação em nuvem está em estágio inicial de adoção, mas os líderes de TI devem antecipar como ela poderá mudar a TI, as habilidades necessárias e as relações de negócio a fim de extrair todo o potencial oferecido pela nuvem.

Risco

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Algumas cargas de trabalho não têm sentido em computação em nuvem. As equipes de TI precisam estar preparadas para mudar a organização e as habilidades necessárias, mas também manter a empresa longe das estratégias de risco.

pode surgir de um template ou, melhor ainda, de uma imagem Golden Master trazida do armazenamento. Os softwa-res de gerenciamento da VMware, Citrix e Virtual Iron (agora parte da Oracle) ofe-recem um laboratório de gerenciamento front-end, geralmente um portal web, onde o usuário final seleciona o tipo de servidor que quer e começa a usá-lo sozinho, se o sistema permitir.

Sistemas de cobrança retroativa podem, automaticamente, cobrar pelo consumo separado por departamento. Ao unir isso à capacidade de nuvens ex-ternas, a principal dor de cabeça da área de TI vai embora. Os líderes de TI devem aprender a ajustar os sistemas de forma que os usuários recebam os direitos de usar os servidores e acessar recursos que estejam de acordo com suas funções.

Se o processo de aprovação para novos servidores não atingir essa velocidade, os negócios podem sair perdendo e a área de TI arrisca uma nova forma de retrocesso. “Os pro-cessos de negócio precisam refletir o

que a virtualização é capaz de fazer”, diz o analista Haff, “Mesmo que seja possível acessar um servidor em 60 segundos, não adiantará de nada se o usuário ainda precisar de três semanas para aprovação.”

O que está dentRO,O que está fORa A linha que separa a virtualização de

servidor dentro do data center de uma empresa e a computação em nuvem pública, no estilo da Amazon, também ficará mais tênue. As habilidades que os profissionais de data center têm aprimo-rado por causa da virtualização emx86 não será perdida, conforme eles tentam levar um pouco da capacidade para nuvens públicas. Num futuro próximo, tentar mover carga de trabalho de dentro de um data center para uma nuvem pública via migração exigirá muito conhecimento. E, se você for um usuário VMware, será bom conhecer a habili-dade de conversão para o formato AMI (Amazon Machine Image), da Amazon,

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Novo mundo

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A revolução está só começando

Alberto leiteé diretor-executivo e publisher dA it MídiAtwitter.coM/AlbertoleiteFo

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2009 foi mesmo incrível. AcreDiTo QUe re-corDAremos Desse Ano Por vÁrios moTivos: definição do Brasil como País-sede de uma olimpíada, pré-sal, Bric e inúmeras outras coisas que vieram para nos lembrar que tudo está mudando, e rápido demais. A principal revolução, na minha opinião, vem do conteúdo disponibilizado na web. A Amazon, maior livraria do mundo, anunciou que vendeu mais e-books do que livros tradicionais. isso parece não dizer muita coisa, mas diz, por duas grandes razões.

A primeira delas é a própria revolução da cultura. Di-ziam que ninguém trocaria papel por tela. engano núme-ro um. Pessoas querem o que está nas palavras e não onde elas estão. Provavelmente ainda demore para trocarmos letras por cenas, músicas, fotos; mas o meio, este sim, pode ser trocado agora mesmo. A maior prova está aí. Hoje eu tenho mais de 200 livros em casa e penso em me desfazer de todos e baixar tudo de novo no meu Kindle, que, aliás, proporciona uma experiência fantástica.

A invenção da Amazon é brilhante por ter disponibi-lizado a biblioteca nas mãos. mais do que isso, o faz com uma carinha de livro, letras grandes para leitura, capinha de couro, não cansa a vista, a bateria dura muito tempo e ainda por cima você pode ouvir em vez de ler, no caso de algumas obras. Dizem que em 2010 outros bons leitores aparecerão. Também acho. coloco somente a eles o desa-fio da bateria, da luz e do modelo de negócios.

A segunda maior revolução é a de vender conteúdo. sempre me disseram que ele deveria ser gratuito e que o

que as pessoas comprariam seriam os servi-ços. engano número dois. os consumidores estão comprando conteúdo na web e as plata-formas novas, como o Kindle, permitem que isso seja feito sem custo fixo, adquirindo só o que você realmente quiser comprar. Uma re-vista pode ser assinada. você pode comprar uma única edição ou um único artigo. Pode adquirir um livro, uma música, um filme pela internet e isso torna o negócio mais in-teressante. o conteúdo passa a ser então um produto valioso.

vejo, agora, rupert murdoch, presidente da news corporation e maior inimigo do Google, com outros olhos. no início achava que sua teoria de que o gigante de buscas era um vilão da humanidade parecia absurda. As ferramentas da empresa ajudaram o ser humano a indexar, a buscar, a localizar con-teúdos na web, direcionando-os para os seus donos. Quando o faz em seu próprio am-biente, deixa de cumprir sua parte, criando um ecossistema diferente, onde as donas dos conteúdos se sentem não só ameaçadas por um novo modelo, mas prejudicadas por ve-rem que tudo aquilo que fizeram, de repen-te, ficou gratuito. É assim que esperamos as cenas dos próximos capítulos desse que deve ser um dos maiores embates de todos os tem-pos. Até mais.

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Tech Review

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Os desafios da

UMA COISA É IMPLEMENTAR E-MAIL NOS CELULARES DOS FUNCIONÁRIOS DE SUA EMPRESA. OUTRA – BEM DIFERENTE – É FAZÊ-LO EM COMBINAÇÃO COM O ACESSO EM TEMPO REAL A APLICATIVOS CORPORATIVOS DE FORMA SEGURA

WEB MÓVEL

Peter Rysavy, da InformationWeek EUA

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E é aí que reside o problema: as intensas evoluções nos levaram a inú-meras plataformas para os celulares inteligentes. Somente para o iPhone são mais de 100 mil aplicativos, centenas de empresas fornecedoras de suporte, uma grande variedade de ambientes de desenvolvimento, poderosas tecnologias de navegação e vários middlewares focados no dispositivo móvel.

Uma coisa é implementar e-mail wireless para seus funcionários, mas outra – bem diferente – é fazê-lo em combinação com o acesso em tempo real a aplicativos corporativos como de gestão de clientes (CRM, na sigla em inglês). Adicione isso a necessi-dade de um dispositivo de geren-ciamento e segurança, e não é de se espantar que os arquitetos de TI se sintam pressionados.

Sabemos que cada situação é única e por isso oferecemos uma lista de princípios e guias com as opções que precisam ser analisadas. Nosso foco estará em opções de web versus desenvolvimento nativo. Esse últi-mo ponto está se tornando razoável mesmo quando plataformas múltiplas precisam ser suportadas e rodar em

qualquer ambiente de desenvolvimen-to que esteja em amadurecimento.

Um caminho que provavelmente não é uma opção: sentar e esperar que os cálculos se tornem mais fáceis. O número de plataformas e abordagens não deve diminuir e os melhores fun-cionários das empresas não vão querer esperar. Um dos entrevistados da pes-quisa, o CTO da agência de publicida-de 22squared, resume bem o porquê de precisarmos resolver tal equação: “as pessoas mal podem esperar para se sentar e pensar em novas formas de contatar seus clientes”, disse Robert Isherwood, “trabalhar é um verbo”.

STATUS DE MERCADO Dos 695 profissionais de tecnologia

de negócio que responderam à pes-quisa da InformationWeek Analytics sobre aplicativos móveis realizada em novembro de 2009, 42% disseram que suas empresas irão implementar esse tipo de solução de mobilidade em smartphones nos próximos 12 meses e 11% afirmaram que o farão entre os próximos 12 e 24 meses.

No entanto, apenas 21% dos entre-vistados indicaram adoção corporati-va completa, com 42% apontando para

Os smartphones de hoje são tão poderosos quanto um computador, com poder de processamento e

armazenamento substanciais. Eles representam o avan-ço da indústria da computação, incorporando inova-ções em diversas frentes, da interface com o usuário aos aplicativos e sistemas operacionais.

Peter Rysavy, da InformationWeek EUA

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Tech Review

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móvel. O iPhone, com seu competente browser Safari, mostrou ao mundo que a rede mundial de computadores base-ado nos conceitos de mobilidade pode ser entregue de forma muito eficaz e que um grande número de usuários pagará pelo privilégio de navegar em qualquer lugar.

E o aparelho da Apple não é o único jogador nessa mesa. Entre os outros players estão Google, Microsoft e Mozilla, que crescem e investem pesado para consolidarem-se como provedores de soluções móveis. As im-plicações disso são significantes e irão mudar a forma como os aplicativos se tornam móveis tanto por fornecedores independentes de software quanto por negócios. Felizmente, parece que esta-mos todos prontos para essa transição.

Na pesquisa realizada pela In-formationWeek Analytics, 28% dos entrevistados disseram que planejam uma abordagem de browser móvel, a escolha mais comum depois de um cliente nativo. Esperamos que esse

a implementação em departamen-tos específicos. Em alguns casos, a postura foi atribuída a questões de economia. “Os preços de telefones PCs/smartphones e dos servi-ços ainda são muito altos para permitir que todos se beneficiem dos aparelhos”, disse um diretor de TI que atua no setor público. “É difícil justificar com os orçamen-tos tão apertados.”

Entre os líderes, o BlackBerry continua dominando o mercado. A pesquisa revelou que 61% dos entrevistados implementando aplicativos para smartphones cita-ram o uso ampliado da tecnologia da Research In Motion (RIM). Um fator impressionante, no entanto, foi a velocidade com que o iPhone penetrou no mundo corporativo: 27% apontaram para o uso do aparelho da Apple. O Windows Mobile (que esperávamos que ficasse em segundo lugar na pes-quisa) ficou com 24% e o Android,

do Google, ficou com 6%.O Symbian, o sistema opera-

cional para smartphones líder no mundo, continua lutando para conseguir a atenção corporativa nos Estados Unidos, já que con-tabilizou 3%, com o Palm Pre um pouco acima, com 5%.

Há muito tempo, o serviço de e-mail é o mais popular entre os aplicativos para aparelhos celula-res. Ao que tudo indica, isso não mudou, já que 85% dos entrevis-tados em fase de implantação de aplicações para smartphones cita-ram projetos de correio eletrônico, seguido pelos de acesso à internet, com 54%; mensagem instantânea, com 44%; funções PIM, com 33%; e CRM, com 23%.

CRESCIMENTO DOS BROWSERSAs empresas que estão confusas

com tantas opções podem se con-formar com um fato: estamos pres-tes a conhecer a verdadeira web

Dados: Pesquisa da InformationWeek Analytics com 695 profissionais de tecnologia de negócio implementando, ou planejando a implementação, de aplicativos móveis em smartphones.

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Windows Mobile

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Palm Pre

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Uso Expandido Uso Limitado Não serão usadas

Como as plataformas para aplicativos móveis serão usadas?

móvel. O iPhone, com seu competente browser Safari, mostrou ao mundo que

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número continue crescendo e que a web se torne uma importante via de implementação de aplicativos móveis.

A web móvel está, finalmente, atingindo a plena forma por vários motivos. O grande possibilitador é a rápida taxa de transferência, como a que é oferecida pelas redes de terceira geração (3G). Também ajuda bastante o fato de que a maioria dos aparelhos, hoje em dia, tem a função Wi-Fi.

Com a velocidade típica da rede 3G, de 1 Mbps, e a latência entre 100 e 200 milésimos de segundo, as pequenas telas podem ser atualizadas em 5 se-gundos ou menos. Isso representa um avanço considerável em comparação com os dez segundos ou mais das re-des 2G. É claro que 5 segundos é mui-to em comparação com as atualizações em sub-segundo que se consegue com aplicativos nativos, mas ainda é muito bom. Tecnologias como Ajax e Gears permitem a interação de conteúdo ar-mazenado localmente, o que melhora, de forma significativa, a experiência do usuário mesmo quando a rede não responde imediatamente.

Além disso, as redes estão cada vez mais rápidas. Os provedores WiMAX dizem oferecer entre 2 e 4 Mbps em taxas de transferência. As redes HSPA também estão sendo atualizadas e cada vez mais próximas da platafor-ma 4G, como a Long Term Evolution (LTE), que começará a ser implemen-tada no ano que vem. A latência está caindo, o que significa que os cinco segundos gastos numa atualização de tela hoje serão reduzidos pela metade dentro de um ou dois anos.

A capacidade dos aparelhos tam-bém desempenha um papel importan-

te. Os dispositivos móveis de hoje tem maior potência de computação do que muitos desktops do início da década. As telas maiores e de alta definição também fazem uma grande diferen-ça, assim como as sensíveis ao toque. Finalmente, um grande número de fornecedores está oferecendo browsers altamente capacitados que podem renderizar quase qualquer conteúdo de web. Os principais são: Safari, para iPhone; Android, do Google; Internet Explorer, da Microsoft; Firefox, da Mozilla; e o S60, da Nokia.

É importante destacar que alguns desses navegadores, como o IE, o Safari e o S60 vêm com as platafor-mas dos aparelhos, enquanto outros, como o Opera, o Firefox, o NetFront e o SkyFire são sistemas terceirizados instaláveis pelos próprios usuários. Assim como nos desktops, os desen-volvedores devem garantir que seus aplicativos funcionem corretamente com qualquer um deles; as funções po-dem variar, assim como as ferramen-tas de renderização HTML em uso.

NATIVO VERSUS WEB Então, para que lado as empresas

devem ir? Os aplicativos nativos – aqueles criados usando lingua-gens como C++ ou Java, executados localmente no aparelho – oferecem melhor resposta enquanto permitem operações offline. No entanto, as apli-cações nativas vêm com um preço alto, pois são ambientes codificados que costumam ser mais complicados de depurar se comparados aos usados em desktops. Além disso, o aplicativo irá funcionar somente em uma platafor-ma específica, o que significa que as

implementação de aplicativos móveis.

atingindo a plena forma por vários motivos. O grande possibilitador é a rápida taxa de transferência, como a que é oferecida pelas redes de terceira geração (3G). Também ajuda bastante o fato de que a maioria dos aparelhos, hoje em dia, tem a função Wi-Fi.

Com a velocidade típica da rede 3G, de 1 Mbps, e a latência entre 100 e 200

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Avaliação de impacto: Aplicativos móveis Benefício

Arquiteturas de desenvolvimento de aplicativos móveis e especificações permitem que a TI vá além de sincronização de e-mail e calendário, de forma segura. Se você apoia os poderosos smartphones, por que não permitir que seus funcionários tirem vantagem deles?

O poder dos novos smartphones definhou os antigos desktops. Os aplicativos se apro-veitam desse poder. Os funcionários podem acessar os dados corporativos que precisarem para trabalhar de onde estiverem.

Portar os aplicativos corporativos para os pequenos fatores dos aparelhos demanda seleção de plataforma: se os usuários do negócio esperam que a área de TI suporte uma grande variedade de smartphones, eles podem estar prestes a se deparar com a cruel realidade.

Para a maioria das empresas, e-mail em dispositivos móveis é o limite para vendedores e executivos. Para conseguir vantagem competitiva real é preciso ir além no desenvolvimento das versões móveis dos aplicativos que oferecem avanço aos

Existe risco de segurança em qualquer situação em que se permite que usuários-finais saiam carregando dados sigilosos. Smartphones e laptops são perdidos todos os dias, e poucas notícias podem ser piores que a de que informações foram perdidas.

Áreas de TI

Empresas

Concorrência

ConclusãoManeiras mais poderosas de criar aplicativos móveis são sinais positivos do desenvolvimento da empresa com competência e capital para tirar as melhores vantagens disso. Mas as plataformas ainda são muito fragmentadas, os planos de dados são caros, a implementação dos navegadores está longe de ser uniforme, os middlewares ainda estão entre nós e as preocupa-ções com gerenciamento e segurança não vão embora. Tenha certeza de estar preparado.

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As escolhas mais difíceis permanecem: a competição entre as plataformas de smartphone e todas as várias estruturas disponíveis. As áreas de TI não conseguem dar suporte a todas as plataformas e aparelhos que os usuários querem.

empresas precisam criar ou comprar versões diferentes para aparelhos BlackBerry, Google e iPhone.

Em contraste, o modelo do nave-gador simplifica, consideravelmente, as vendas e a distribuição do softwa-re, assim como os fornecedores de outros aplicativos precisam traba-lhar com múltiplas lojas de aplica-tivos, como as lojas do iPhone e do Android, e então adaptar os aplicati-vos para cada plataforma. A distri-buição mais simples de aplicativos móveis deve encorajar a inovação e o melhor desenvolvimento, o que acaba beneficiando tanto os negó-cios quanto os consumidores. Além do mais, as áreas de TI mais normais têm habilidade de gerenciamento de conteúdo web em casa.

Mas não são tantas as áreas que possuem as habilidades sofistica-das necessárias para desenvolver e

depurar os aplicativos nativos. Um dos entrevistados da pesquisa prefere a abordagem web: “usamos servidor BES para nos dar acesso relativamente seguro à nossa rede interna”, disse Alfons Schermaier, arquiteto-sênior da PPG Industries. “A partir dali, usamos técnicas de desenvolvimento de aplicativo web padrão e uma abor-dagem de design que usa o máximo do estado real das telas reduzidas. Esses aplicativos podem, também, ser usados em navegadores de desktop se preciso for. Os testes são um pouco mais envolvidos com os múltiplos clientes-alvo, mas os aplicativos têm mais utilidade e, uma vez que se pega o jeito, as entregas acabam sendo mais rápidas”. Visto desta maneira, pode-mos dizer que velocidade é o nome do jogo para muitos grupos de TI que tornam os cálculos da questão nativo versus web bem mais fáceis.

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Tech Review

O iPhone, com seu browser Safari, mostrou ao mundo que a internet móvel pode ser entregue de forma muito eficaz e que um grande número de usuários pagará pelo privilégio de navegar em qualquer lugar

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O Google mudou a forma como as pessoas se relacionam com a internet. Dois per� s contraditórios emergem desse gigante: o primeiro apoiado no slogan “Don´t be evil”; o segundo é a companhia que devora modelos tradicionais sem pagar um tostão para os afetados. As duas facetas soam fascinantes, cada uma a seu jeito. Ken Auletta leva os leitores aos bastidores da corporação de Larry Page e Sergey Brin. Como tudo sobre a empresa, o livro deve despertar interesse e tornar-se um best seller instantâneo.

PREÇO SUGERIDO: US$ 27,95EDITORA: PENGUIN PRESS

GOOGLED: THE END OF THE WORLD AS WE KNOW IT LIDERANÇA:

A FORÇA DO TEMPERAMENTO De maneira prática, a obra apresenta um modelo de entendimento das tendências naturais de comportamento e mostra como os temperamentos interferem na atitude dos líderes. O livro traz, ainda, um questionário para ajudar gestores a avaliarem sua equipe.

PREÇO SUGERIDO: R$ 49EDITORA: PEARSON EDUCATION

ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOSNos últimos meses a literatura sobre SOA se multiplicou no Brasil. O aumento dá uma dimensão da importância do tema. Dirigido a analistas, engenheiros e arquitetos de software; o livro de José Carlos Lazzeri propõe fundamentos, estratégias e processos a esse estilo de montar a TI de forma a trazer impactos positivos na produtividade e qualidade dos modelos computacionais.

PREÇO SUGERIDO: R$ 54EDITORA: CIÊNCIA MODERNA

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Inovação

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As comunidades são

o nosso futuroSoumitra Dutta é reitor para relaçõeSexterioreS Do inSeaD e profeSSor DenegócioS e tecnologia Da rolanD BergerFo

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EscrEvo EssE artigo dirEtamEntE da su-íça, ondE tEnho o privilégio dE participar do Fórum Econômico mundial. ao longo dos últimos 11 anos, presenciei o poder da comunidade dos grandes líderes globais quando eles se reúnem em davos para discutir e socializar. o sucesso do encontro demonstra que comunidades são o nosso futuro. as pes-soas querem pertencer a algum grupo. portanto, será que não devemos tornar o gerenciamento efetivo das co-munidades uma prioridade dentro de nossas empresas?

comunidades são baseadas em pessoas e seus co-nhecimentos. o mais importante possibilitador de um grupo bem-sucedido é a liderança no gerenciamento que encoraja e sustenta uma cultura de compartilha-mento. isso, muitas vezes, depende de uma platafor-ma tecnológica eficiente para possibilitar a troca de experiências entre locais geograficamente distantes e um processo eficiente para a gestão da qualidade do que é compartilhado.

as comunidades são, particularmente, mais eficazes em empresas em que o conhecimento técnico é reco-nhecido. Em grandes multinacionais, encontrar uma pessoa que possua a experiência específica pode ser uma tarefa difícil. assim, esse conhecimento acaba se mantendo “escondido” e, consequentemente, inexplo-rado dentro das estruturas corporativas. Em iniciativas bem-sucedidas, esses problemas não permanecem es-condidos, sendo explorados e resolvidos.

grupos precisam de líderes para alcançar seus obje-tivos. o papel da liderança pode variar e ser comparti-lhado entre os membros. por exemplo, a qualidade do conhecimento compartilhado precisa ser gerenciada entre locais, setores e integradas em um processo. mes-mo as comunidades mais populares, como as que estão

por trás do site Wikipedia, precisam de um gerenciamento formal para garantir a coe-rência e a qualidade dos seus esforços.

as ferramentas de ti são essenciais para o suporte da comunidade de forma global. a comunicação cara a cara nem sempre é pos-sível. a web 2.0 pode ajudar muito no fun-cionamento eficientemente dos grupos por distintas áreas geográficas e fusos-horários

a experiência sugere três ideias para a criação e manutenção das comunidades. a primeira é tentar criar uma que tenha alguma ligação com um objetivo específi-co do negócio - como o compartilhamento do conhecimento para o desenvolvimento de um produto. a segunda, desenhar um processo de compartilhamento de conheci-mento (incluindo ferramentas e incentivos) que se baseie na força natural daquela co-munidade enquanto foca o objetivo deseja-do pelo negócio. E, a terceira, demonstrar ganhos rápidos e comemorar abertamente o sucesso alcançado. isso ajuda a marcar o momento e sustentar as ações.

as comunidades são o futuro. vamos tor-nar seu gerenciamento efetivo uma priori-dade dentro de nossas empresas. isso vai colaborar para o sucesso de todos.

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