Informativo Global Forum America Latina - 3

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OS 10 PRINCÍPIOS 1 – Defina a causa, a missão, os resultados pretendidos e como dimensionar esses resultados. É preciso usar a mente e buscar resultados mensuráveis. 2 – Identifique quem são as pessoas que podem se comprometer localmente com a causa. 3 – Dialogue com essas pessoas até alcançar o consenso. A partir do consenso o interesse se intensifica. 4 – Neste ponto entram as empresas. As empresas podem usar a mente, o raciocínio para projetar sistemas que permitam tornar um produto ou serviço acessível, na base, por exemplo, de um dólar. Não ter dinheiro é uma situação que força a inovação. 5 – Projete um sistema, mas tenha em mente que ele só vai funcionar se as pessoas executoras concordarem com esse sistema. Caso contrário, é preciso voltar ao diálogo. 6 – Identifique líderes na comunidade, pessoas de paixão e confiáveis. Nenhum grupo ou comunidade alcança a sustentabilidade sem um líder. 7 – Não busque a publicidade e o elogio pelo sucesso alcançado. A satisfação pessoal não é medida pela publicidade da sua iniciativa. 8 – Mantenha reuniões periódicas com pessoas de empresas, universidades, autoridades públicas. Não queira abraçar o mundo. Escolha três prioridades. Use palavras exatas, evitando conceitos e definições genéricas. 9 – Busque a criatividade do grupo envolvido no trabalho, identificando quais os recursos com que se pode contar para o desenvolvimento das ações. 10 – Tenha em mente que a vida é a felicidade. Seja feliz e, mais importante, faça outras pessoas felizes. A CHAVE É USAR A MENTE Os participantes do Global Forum América Latina conheceram nesta quinta-feira os dez princípios estabelecidos pelo indiano Ram Charan para dar efetividade às iniciativas de inovação social e criação de redes sociais sustentáveis. Um dos mais influentes consultores de negócios do mundo, Charan falou para os mais de 1.200 participantes do evento sobre os desafios estratégicos da cooperação para a sustentabilidade. Informativo diário do GFAL edição 03 - 20.06.2008 Antes de repassar os seus dez princípios, Charan apresentou o que considera a base para que uma pessoa possa colaborar com o desenvolvimento sustentável de outra pessoa, de grupos ou de comunidades. “Toda pessoa pode fazer isso. A colaboração não exige dinheiro, mas tempo, dedicação, paixão e também ferramentas específicas”, afirmou o consultor, que é listado pela BusinesWeek entre as dez maiores fontes de programas de desenvolvimento de executivos. A chave para o desenvolvimento sustentável, segundo Charan, está em usar o cérebro, desenvolver a mente e o raciocínio lógico. “As pessoas, mesmo as analfabetas e as que vivem na pobreza, têm o poder de raciocinar e é com o raciocínio que devemos trabalhar. É preciso fazê-las falar e ouvi-las, orientá-las para articular o pensamento, para ter lógica. É preciso lidar com o poder da mente”, ensinou. “No mundo todo há casos de analfabetos que ergueram impérios e só depois aprenderam a ler e escrever.” Para falar sobre os seus dez princípios para as iniciativas sociais e criação de redes sociais, Ram Charan baseou-se numa experiência de Uganda (África). O líder de uma cooperativa de leite, interessado em melhorar as condições de saúde da comunidade, buscou informações junto a outros cooperativistas e teve a resposta de um médico da Califórnia (EUA). “O médico foi para Uganda, conversou com a comunidade, criou uma rede social, projetou um sistema que permitia às pessoas pagarem um dólar pela assistência médica. As condições de saúde da comunidade melhoraram”, relatou. “O que se fez em Uganda é resultado da disposição em colaborar, somada à aplicação de ferramentas corretas.” Hoje, 19 horas, pós-conferência "Redes e Sustentabilidade". Programação completa: www.globalforum.com.br

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Informativo diário do GFAL Edição 03 - 20.06.2008

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Os 10 princípiOs

1 – Defina a causa, a missão, os resultados pretendidos e como dimensionar esses resultados. É preciso usar a mente e buscar resultados mensuráveis.

2 – Identifique quem são as pessoas que podem se comprometer localmente com a causa.

3 – Dialogue com essas pessoas até alcançar o consenso. A partir do consenso o interesse se intensifica.

4 – Neste ponto entram as empresas. As empresas podem usar a mente, o raciocínio para projetar sistemas que permitam tornar um produto ou serviço

acessível, na base, por exemplo, de um dólar. Não ter dinheiro é uma situação que força a inovação.

5 – Projete um sistema, mas tenha em mente que ele só vai funcionar se as pessoas executoras concordarem com esse sistema. Caso contrário, é preciso

voltar ao diálogo.

6 – Identifique líderes na comunidade, pessoas de paixão e confiáveis. Nenhum grupo ou comunidade alcança a sustentabilidade sem um líder.

7 – Não busque a publicidade e o elogio pelo sucesso alcançado. A satisfação pessoal não é medida pela publicidade da sua iniciativa.

8 – Mantenha reuniões periódicas com pessoas de empresas, universidades, autoridades públicas. Não queira abraçar o mundo. Escolha três prioridades.

Use palavras exatas, evitando conceitos e definições genéricas.

9 – Busque a criatividade do grupo envolvido no trabalho, identificando quais os recursos com que se pode contar para o desenvolvimento das ações.

10 – Tenha em mente que a vida é a felicidade. Seja feliz e, mais importante, faça outras pessoas felizes.

A CHAVE É USAR A MENTE

Os participantes do Global Forum América

Latina conheceram nesta quinta-feira os dez

princípios estabelecidos pelo indiano Ram

Charan para dar efetividade às iniciativas de

inovação social e criação de redes sociais

sustentáveis. Um dos mais influentes

consultores de negócios do mundo, Charan

falou para os mais de 1.200 participantes

do evento sobre os desafios estratégicos da

cooperação para a sustentabilidade.

Informativo diário do GFAL edição 03 - 20.06.2008

Antes de repassar os seus

dez princípios, Charan

apresentou o que considera

a base para que uma pessoa

possa colaborar com o

desenvolvimento sustentável

de outra pessoa, de grupos

ou de comunidades. “Toda

pessoa pode fazer isso.

A colaboração não exige

dinheiro, mas tempo,

dedicação, paixão e

também ferramentas específicas”, afirmou

o consultor, que é listado pela BusinesWeek

entre as dez maiores fontes de programas de

desenvolvimento de executivos.

A chave para o desenvolvimento sustentável,

segundo Charan, está em usar o cérebro,

desenvolver a mente e o raciocínio lógico.

“As pessoas, mesmo as analfabetas e as que

vivem na pobreza, têm o poder de raciocinar

e é com o raciocínio que devemos trabalhar.

É preciso fazê-las falar e ouvi-las, orientá-las

para articular o pensamento, para ter lógica. É

preciso lidar com o poder da mente”, ensinou.

“No mundo todo há casos de analfabetos que

ergueram impérios e só depois aprenderam a

ler e escrever.”

Para falar sobre os seus dez princípios para as

iniciativas sociais e criação de redes sociais, Ram

Charan baseou-se numa experiência de Uganda

(África). O líder de uma cooperativa de leite,

interessado em melhorar as condições de saúde

da comunidade, buscou informações junto a

outros cooperativistas e teve a resposta de um

médico da Califórnia (EUA).

“O médico foi para Uganda, conversou com a

comunidade, criou uma rede social, projetou

um sistema que permitia às pessoas pagarem

um dólar pela assistência médica. As condições

de saúde da comunidade melhoraram”,

relatou. “O que se fez em Uganda é resultado

da disposição em colaborar, somada à

aplicação de ferramentas corretas.”

Hoje, 19 horas, pós-conferência "Redes e Sustentabilidade". Programação completa: www.globalforum.com.br

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RiCARdo YoUNg, presidente do instituto Ethos

O FiM DO LíDEr HErÓi

As organizações estão entendendo

que devem ser espaços permanentes

de aprendizagem. As universidades

refletem e concluem que devem

formar gente para o mercado. Daí,

temos um diálogo entre surdo e

mudo. O ponto mais importante do

processo de aprendizagem é o combate à fragmentação

do conhecimento. Peter Senge, Otto Scharmer e Jawroski

obtiveram respostas surpreendentes numa pesquisa feita

com dezenas de executivos sobre o que fez deles líderes de

sucesso. Numa resposta recorrente, o que eles consideravam

fatores de sucesso eram aspectos profundamente pessoais.

A experiência da pesquisa foi sistematizada pelos autores,

dando origem à “Teoria U”, cujo princípio é que o processo

de aprendizado se dá com níveis diferentes de diálogo, com

introspecção e aplicação da reflexão em projetos inovadores.

A teoria demonstra que estamos na iminência do surgimento

de um novo tipo de líder, que tem capacidade de aprender,

desafiar seus próprios conceitos e ousar, tornando-se um

transformador da realidade. Está decretada a falência do

líder herói, especialista, setorial. A sociedade clama por

lideranças com capacidade de olhar acima e além do

interesse pessoal, da sua organização ou do seu setor.

GLOBAL FORUM AMÉRICA LATINA

ExpEdiENTEInformativo produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)

supervisão geral e jornalista responsável: Luiz Henrique Weber (Mtb 2.441/PR) – coordenação: Silvio Lohmann e Solange Patrício – Edição:

Lorena Klenk – reportagens: Caroline Bosi; Christiane Kremer; Elvira Fantin; Edilane Marques; Eduardo Nunes; Juliana Bannach; Ricardo

Sabbag; Rosemeiry Tardivo – Fotografia: Gilson Abreu; Rogério Machado; Rogério Theodorovy – projeto gráfico e diagramação: Literal Link

Comunicação Integrada e João Carlos Gomes Braga – impressão: Gráfica Capital.

Mudanças são feitas por pessoas. Por isso, a difusão do conceito de sustentabilidade no mundo dos negócios e na academia passa

pela transformação no plano individual. Esta idéia foi a tônica do diálogo Alianças Estratégicas entre Empresas, Universidades e

Sociedade, que mobilizou os participantes do Global Forum América Latina na manhã de ontem.

Os palestrantes concordaram que nos últimos anos ocorreu no Brasil uma mudança de paradigma no que diz respeito à consciência

socioambiental – mas em geral ela ficou restrita a uma elite mais informada e consciente. O desafio agora é fazer migrar o conceito

da sustentabilidade para as demais camadas da sociedade.

Confira um resumo do pensamento de cada um dos participantes do diálogo.

...pARA MUdAR o MUNdo

MARio MoNzoNi, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação getúlio Vargas

rEpEnsAr O cOLETiVO

A academia pode produzir

inovação e conhecimento focados

na gestão sustentável, mas a

indústria precisa demandar essa

necessidade para que o trabalho

seja mais efetivo. O primeiro passo

é a percepção de que precisamos

ter consciência da necessidade de mudança da visão

individualista, para repensarmos o coletivo. Na FGV, por

exemplo, o trabalho de disseminação da sustentabilidade

ainda precisa ser feito com mais veemência, a começar pela

integração de todos os departamentos em torno das ações

sustentáveis. Houve o caso de um banco que precisava

dos trabalhos da Fundação, mas só aceitaria a proposta

que tivesse módulo em sustentabilidade. O departamento

responsável, portanto, teve que buscar a gestão para

atender ao cliente. A mudança de foco da educação no

sentido da sustentabilidade pode ser feita com a introdução

de uma nova metodologia, baseada não mais na arrogância

ou na sabedoria de um só. É preciso proporcionar que a

academia forme gestores com a percepção de que se pode

formar algo mais valioso no futuro, repensando o coletivo.

MUdAR pESSoAS...

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UMA cHAMADA pArA A AÇÃO

Marque na sua agenda: o Global Forum América Latina (GFAL), que oficialmente termina hoje, terá continuidade em dois encontros, em Curitiba

e São Paulo. O primeiro encontro será no Cietep, em Curitiba, nos dias 29 e 30 de julho. O segundo, na Fecomercio, em São Paulo, nos dias 21

e 22 de agosto.

O objetivo é transformar em ações práticas as reflexões sobre sustentabilidade feitas nos três dias do GFAL em Curitiba.

Para os organizadores do evento, o GFAL mostrou de forma clara que a sustentabilidade pode ser a maior oportunidade econômica, social e

de negócios deste século. O desafio agora é definir como essa oportunidade pode ser aproveitada por cada um de nós, pelas empresas, pelas

universidades e grupos sociais.

Para isso, é importante o envolvimento de todos no acompanhamento dos resultados do GFAL. As inscrições podem ser feitas hoje, na secretaria

do GFAL no Cietep, ou pela internet, no site do evento – www.globalforum.com.br.

oSCAR MoToMURA, fundador e principal executivo do grupo Amana-Key, centro de excelência em gestão de alcance mundial

A FOrÇA DOs pEQUEnOs ATOs

As pessoas devem subir no

helicóptero e ver a conexão

de seu departamento com a

empresa, de sua empresa com

a sociedade e, numa perspectiva

mais ampla, ver a empresa

sob o prisma do planeta. As

discussões e o movimento acerca da sustentabilidade são

produtos da interconexão de indivíduos. Não existe nada

mais poderoso que a iniciativa das pessoas. São elas as

responsáveis por acelerar e atuar como catalisadores de

mudanças. É preciso que cada um faça a sua parte. O

lado negativo, entretanto, é quando as pessoas acham

que já fizeram o bastante e deixam o restante do

trabalho para os outros. Muitas pessoas atentam contra

a sustentabilidade em razão do analfabetismo ecológico,

por não saberem que o ato até pode ser pequeno, mas a

intenção é muito grande.

GLOBAL FORUM AMÉRICA LATINA

...pARA MUdAR o MUNdo

CHRiSTiNA CARVAlHo piNTo, diretora-geral e apresentadora do programa de televisão Mercado Ético

pErGUnTAr A si MEsMO – Hoje existe uma elite consciente. Precisamos expandir a consciência sustentável

para todas as faixas sociais e etárias da nossa sociedade. Quem vai fazer isso? Esta transformação tem

que ser individual. É preciso fazer perguntas a si mesmo. O que eu gostaria de ser e fazer neste processo?

Onde estão os meus valores? Este é o verdadeiro processo de reconstrução da vida.

MUdAR pESSoAS...

EDUcAÇÃO É A cHAVE

É preciso que haja informação

e conhecimento. Sem isso, não

se dá um passo para a frente.

Onde existe o capital social,

o capital de cooperação, é

possível empreender uma ação

pelo benefício coletivo, uma

iniciativa que não beneficia apenas quem a tomou.

É preciso trilhar todo o processo da educação. Não

é possível pular etapas. A melhor forma de aprender

é fazendo, observando. Mas muita coisa não se pode

aprender na prática. A sustentabilidade depende da

liderança de empresas e universidades. Houve uma

mudança completa de paradigma no nível mais alto

da intelectualidade brasileira. Agora essa mudança

tem que chegar mais abaixo. Há uma mudança de

paradigma na nova geração. As coisas estão evoluindo

de forma bem interessante.

CláUdio dE MoURA CASTRo, economista, educador e presidente do conselho consultivo da Faculdade pitágoras

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GLOBAL FORUM AMÉRICA LATINA

SERViçoS E iNFoRMAçõES NoS ESTANdES

sistema Fiep/Unidus – informações sobre os projetos Nós Podemos Paraná e de Neu-tralização de Carbono do Senai, sobre os cur-sos da Universidade da Indústria (Unindus) e serviços do IEL, SESI e Centro Internacional de Negócios (CIN)sebrae – informações e cadastramento de empresários interessados em participar dos projetos do Sebrae, que visa fomentar o empreendedorismo e promover a competi-tividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenasLivrarias curitiba – livros sobre temas relacio-nados a sustentabilidade, marketing, gestão, finanças e liderançaQuick Massage – oferece massagens para aliviar o cansaço e o stress

Angrad (Associação nacional dos cursos de Graduação em Administra-ção) – informações sobre o papel da entidade e sobre o Encontro Nacional dos Cursos de Graduação em Admin-sitração (Engrad), que acontece em Curitiba de 1º a 3 de outubro Amigos do Hospital das clínicas da UFpr – além de conhecer o trabalho desta ONG, os interessados podem contribuir adquirindo o livro “Sentir para Ajudar a Curar – uma experiência apreciativa”, de Tereza RezendeOnG Brahma Kumaris – venda de liv-ros, CDs e pôsteres sobre educação, vegetarianismo, meditação e quali-dade de vida

Hoo café Brazilian coffew club – infor-mações e degustação de cafés especiaisTerra Bar – aqui os visitantes podem as-sistir à performance dos barmen na pre-paração de drinksOrganics Brasil – divulga as qualidades dos produtos orgânicos e os serviços que o programa oferece aos empresários que querem exportar seus produtos. Orbis – Observatório de Indicadores de Sustentabilidade – apresenta os estudos do Observatório e informações sobre o Instituto de Promoção do Desenvolvi-mento (IPD)rpc – neste estande o público pode conhecer os projetos sociais do Instituto RPC, informar-se e tirar dúvidas sobre a TV DigitalEcco-salva – atendimento médico em casos de emergência curitiba convention & Visitors Bureau – balcão de informações sobre pontos turísticos de Curitiba V Flow Web Vídeo – neste estande os participantes do GFAL podem registrar sua opinião em vídeo on-line. Para acessar os depoimentos e entrevistas do evento acesse globalforum.vflow.com.br

participantes do Global Forum têm 15 estandes à disposição com diferentes serviços e informações