PANTOKRATORInformativo da Comunidade Catlica Pantokrator Ano I - Novembro/2012 - n 10

Caro leitor,

A solenidade de Cristo Rei encerra o Ano Litrgico como sntese dos mis-trios de Cristo comemorados no curso do ano, significando que toda a vida da Igreja aponta para Cristo. Ele o alfa e o mega, o princpio e o fim, para quem tudo foi criado. Ele o Filho, o Logos eterno que se encarna, entra na histria humana para govern-la e recapitul--la. Vivendo como homem, assume a vida humana, redime todos os gestos humanos reordenando-os segundo os desgnios do Pai. Ele o Pantokrator, Aquele que governa todas as coisas, e todas as coisas Lhe esto submetidas.

Nessa solenidade, Cristo entra em nossa vida para ser o Senhor. Mas esse Rei diferente, quem O faz seu Senhor, participa de Sua realeza. Em Sua reale-za governamos o mundo, o interior a ns e o exterior. Viver a realeza crist , em primeiro lugar, vencer o combate do mal, do pecado dentro de si. Ento, animados pela graa desse Rei em ns, participamos no exerccio do poder com que Ele atrai a Si todas as coisas e as submete, com Ele mesmo, ao Pai, para que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Cor 15, 28; Jo 12, 32) .

O Papa Pio XI dizia: A atitude do cristo no pode ser de mera passivida-de em relao ao reinado de Cristo no mundo. Ns desejamos ardentemente esse reinado. necessrio que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inte-

ligncia, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento amoroso dessas verdades reveladas. necessrio que reine na nossa vontade, para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. necessrio que reine no nosso corao, para que ne-nhum amor se anteponha ao amor de Deus. necessrio que reine no nosso corpo, templo do Esprito Santo; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade Convm que Ele reine!

Ento, se na sua vida algo est des-governado, dentro ou fora de voc,

Imaginao Moral p. 3 e 4- Acompanhe a entrevista com o casal Alex e Mrcia palestrantes do evento. Retiro de Casais p. 4- Confira como foi o 5 Retiro de Casais Famlia torna-te o que s. Cristianisno e Laicidade p. 5- Seminrio em Defesa da Vida e da Dignidade Humana.

o

hora de submeter-se a esse Rei; escu-te e acolha a Sua Palavra, deixando-se conduzir pelo Seu Esprito, fazendo Sua vontade. Se o fizer, tenho certeza de que voc vai se admirar juntamente com os Apstolos: quem esse ho-mem que at os ventos e o mar lhe obe-decem? (Mt 8, 27).

Andr Lus Botelho de AndradeFundador da Comunidade da Catlica Pantokrator

1. Cf. JOO PAULO II, Exortao Apostli-ca Ps-Sinodal Christifideles laici, 1988, n. 14.2. PIO XI, Encclica Quas Primas, 1925.

CRISTO REI

EXPEDIENTE O Pantokrator uma publicao mensal dirigida aos scios, membros, engajados e amigos da Comunidade Catlica PantokratorDireo Geral: Edgard Gonalves | Grupo de Comunicao: Eliana Alcntara, Jildevnio Souza, Juliana Campos. Vanessa Ozelin, Vanusa Silva e Renata Andrade | Jornalista Responsvel: Renata Andrade MTB 56 525 | Planejamento, Criao, Edio e Reviso: Comunidade Catlica Pantokrator - www.pantokrator.org.brO Pantokrator . 2

Imaginao Moral:O que est por traz dos contos de fadas

O Pantokrator: Mrcia, primeiramente, gostaramos que falasse um pouco do trabalho que voc e o Alex esto desenvolvendo nos Es-tados Unidos e como conheceram Comunidade Pantokrator.Mrcia: Ns comeamos um trabalho que abordava as questes entre Igreja e cultura no ano de 2002 com a funda-o CIEEP (Centro Interdisciplinar de tica e Economia Personalista). No co-meo a ideia era ensinar alguns aspec-tos sobre economia e perspectivas de polticas pblicas para Igreja de acordo com sua Doutrina Social. Porm, com o tempo, vimos que para transformar a economia e os coraes era preciso transformar primeiramente a cultura. Ento, comeamos aabrir nosso le-que.Quanto Comunidade, essa uma his-tria de amor antiga que comeou por volta de 2007. Conhecemos o fundador Andr nos eventos que a diocese pro-movia sobre cultura e Igreja.

OP: O que Imaginao Moral e como ela pode ajudar a construir o carter do homem?Mrcia: Uma definio pura sobre Imaginao Moral, ainda no existe. Podemos dizer que a imaginao moral a capacidade do homem entender o bem e o mal que esto a sua volta. Jun-to com a razo, a imaginao tem papel fundamental, pois ela nos ajuda a ver, julgar e formar os contedos. Podemos assim fazer escolhas mais acertadas.

OP: Os contos de fadas trabalham muito a questo dos valores, porm, muitos estudiosos se posicionam contra. Por que isso acontece e como voc v essa rejeio?

Mrcia: Os contos de fadas lidam com verdades que so as virtudes e os vcios. Quem no gosta de contos de fadas so aqueles que esto perdendo a imagina-o e que se prende a uma linha mais realista que diz que temos que ensinar a vida como ela . S que a vida como ela , nunca a vida como ela , pois quem conta a histria a conta sob seu prprio ponto de vista e isso peri-goso, pois a narrativa pode trazer em si vrios elementos ideolgicos, como acontece com o Realismo. Os contos de fadas dispersam essa viso dirigida pois so estrias recolhidas dos contos folclricos de cada regio. No Brasil, por exemplo, Cmara Cascudo em seu livro: Contos Tradicionais do Brasil mostra que as estrias se intercalam. Na verso brasileira de Cinderela a imagem da fada madrinha substituda pela de Nossa Senhora. Isso mostra a interferncia que a cultura local tem no processo de construo desses contos. Eu acho isso muito interessante, pois voc trabalha o ldico e o prazeroso e no s o realismo nu e cru.

OP: Vemos hoje uma certa rejeio em re-lao a tudo o que antigo. Como a Igreja pode ajudar as pessoas a fazerem o caminho inverso?Mrcia: Primeiro temos que dar tempo ao tempo e contar com a providncia. preciso ter cuidado com os projetos. A converso depende da pessoa e de Deus, esse um ponto.Nosso papel como Igreja para ajudar nesse caminho inverso pode ser con-tando muita estria. Elas no precisam necessariamente falar de Deus o tem-

po todo. Podemos simplesmente pegar um ponto e argumentar dentro de uma linha. Jesus fazia assim. Ele falava por parbolas e no de Deus diretamente. Isso muito importante nas catequeses. Temos que fazer nossas estrias e recu-perar as antigas, pois as regras prescri-tivas geram uma reao de repulsa nas pessoas. Esse um grande problema da catequese. preciso inicialmente falar no falando, falar por meios mais em-pticos, se colocando na perspectiva do outro. Posteriormente, quando a crian-a adquirir um pouco mais de maturi-dade, a sim podemos falar.

...OP: Voc acha ento que a Igreja est con-seguindo cumprir esse papel de evangelizar a cultura?Alex: Eu creio que no h um papel da Igreja em s evangelizar a cultura, a Igreja cria cultura. A raiz da palavra cultura culto. No h cultura sem um senso religioso que a guie. O ocidente uma criao da Igreja Catlica. A pr-pria Europa uma criao Catlica, a cultura do novo mundo catlica. O que temos hoje so grupos tentando negar essas razes. A Europa hoje est num processo de suicdio cultural ten-tando criar uma multicultura negando essa herana europeia. Bento XVI, quando ainda era cardeal, teve um pa-pel fundamental nesse dilogo das cul-turas. A Igreja nunca abandonou essa misso, na verdade ela me da Euro-pa. impossvel pensar toda a influn-cia da cultura europeia e ocidental sem a Igreja Catlica. O que acontece que

No dia 15 de setembro a Comunidade Catlica Pantokrator recebeu o casal Mrcia Xavier de Brito e Alex Catharino, professores do Russell Kirk Institute - Michigan/EUA, para o curso de Imaginao Moral. Confira a entrevista cedida ao informativo O Pantokrator.

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alguns cristos so negligentes em suas misses como leigos e sacerdotes em cumprir nosso papel. Eu lembro aqui o Beato Joo Paulo II que dava testemu-nho de sua evangelizao pelo exemplo do pai de joelho rezando. A grande es-cola de orao dele comeou com o pai. E depois veio sua paixo pela literatura pelo teatro. Ns tivemos um Papa po-eta e filsofo que assim como Bento XVI um grande exemplo para ns. O que a Igreja, comunho de almas, tem que fazer um aprofundameto intelec-tual para melhor servir ao Cristo e nos-sos irmo. Temos que estar preparados para enfrentar essa parcela da cultura contempornea que tenta negar suas razes. O que vemos hoje nessa cultua atesta uma rvore que querem cortar as razes. O prprio brao do progres-so material da modernidade encontra suas razes na cristandade medieval. No podemos voltar no tempo, mas temos que evangelizar o mundo para criar uma nova cristandade. No pode-mos negar as mudanas, pois o Esprito Santo sempre age. Temos que ser, aci-ma de tudo, testemunhas crveis. Que nossos atos reflitam nossa crena no Deus vivo que se fez carne, morreu por ns e ressucitou. Temos que levar essa

Casal Mrcia e Alex palestrando no evento de Imaginao Moral

mensagem pra cultura que tenta rom-per com o cristianismo.

OP: Voc citou o exemplo do pai de Joo Paulo II como sendo uma importante figura na vida do Papa atravs do seu testemunho como leigo. O que voc pensa sobre as Novas Comunidades que so instituies majoritaria-mente leigas?Alex: As funes de um sacerdote hoje so muitas, mas a principal delas ser pastor das almas dos fiis. Por isso cabe a ns, leigos assumir um papel mais pro-eminente na cultura. O mundo laicista vai tentar ocultar a figura do sacerdote. Quase no vemos padres escrevendo artigos para grandes jornais ou sendo entrevistados em canais no catlicos. Nesse ponto os leigos tem grande van-tagem, pois podem ocupar esses espa-os na mdia laica e levar a mensagem de Cristo. Nesse ponto, as Novas Co-munidades desempenham um papel fundamental. Eu no conheo o tra-balho de muitas comunidades, mas co-nheo principalmente a Pantokrator e nela vejo um trabalho muito cuidadoso em, primeiro, salvar as almas. Nas co-munidades leigas de vida consagrada temos como objetivo principal viver a orao os sacramentos a plenitude do

cristianismo, mas tambm temos obri-gaes com o prximo de anunciar o Evangelho. O grande desafio que essa cultura atesta nos pe que muitas vezes teremos que anunciar o Cristo sem Falar do Cristo. Nesse aspecto, as Novas Comunidades, munidas da es-pada da imaginao, podero ser um ponto fundamental nessa batalha. Os leigos so consagrados, mas continuam vivendo como leigos, ou seja,eles agem no mundo o alcance dessa ao dentro das escolas empresas, universidades enorme. As Novas Comunidades so fundamentais na recristianizao num mundo que sofre de amnsia esquecen-do suas razes crists.

OP: Agradecemos muito a vocs e gostaramos que deixassem uma mensagem para nossos lei-tores.Casal: Foi um grande prazer poder acompanhar um pouco do trabalho que a Comunidade Pantokrator faz.E leiam. a melhor mensagem que posso deixar. Leiam os clssicos para sanar os prejuzos que a nossa educao deixou para ns. No esperem tudo dos governos, pois a verdadeira educao a autoeducao.

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Retiro de casais

Nos dias 28, 29 e 30 de setembro aconteceu o 5 Re-tiro de Casais Famlia, torna-te o que s, na Casa de Retiros remon, em Campinas. O retiro foi promovido pelo Projeto Famlia, uma iniciativa da Comunidade Pan-tokrator que visa evangelizar as famlias.

Cerca de 27 casais de Campinas e das cidades de Hor-tolndia, Indaiatuba, Monte Mor, So Paulo, Limeira, Sumar, So Jos dos Campos e at do estado de Minas Gerais marcaram presena.

Palestras, msicas, partilhas de vida, experincias de orao, adorao, perdo, louvor e a Santa Missa fizeram parte da programao.

Juliana CamposDiscpula da Comunidade Catlica Pantokrator

Aconteceu na comunidadeTeencontro - Uma escolha muda tudo!

O Teencontro, retiro querigmtico para adolescen-tes, aconteceu nos dias 21, 22 e 23 de setembro de 2012 na casa de retiros Monte Alverne, em Mogi Mirim - SP. Realizado pelo Projeto Juventude Fiel, da Comunidade Catlica Pantokrator o retiro teve como tema Uma es-colha muda tudo! e contou com a participao de 46 adolescentes que puderam fazer uma forte experincia com o amor de Deus atravs de msica, pregao, teatro, dinmica e muita partilha. O ps encontro aconteceu no Grupo de Orao Teen, que acontece toda quintas--feiras a partir das 20h na sede da comunidade, em Cam-pinas.

Vanessa OzelinPostulante da Comunidade Catlica Pantokrator

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