Informativo O Pescador - Ed. 115

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Ano 32 • Número 115 • Mai/Ago 2013 experiência de inserção social Voluntariado jovem:

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Voluntariado jovem: experiência de inserção social

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Ano

32 •

Núm

ero

115

• Mai

/Ago

201

3

experiência de inserção social

Voluntariado jovem:

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EditorialPe. Eduardo Roberto Severino, SJ

03

sta edição de O Pescador oferece cinco “pontos” para sua contemplação: o Espaço artístico-cultural, o Espaço de

universitários, a Formação teológica, a Espiritualidade inaciana, a Pro-vocação e o Voluntariado jovem. A estes cinco pontos, proponho que os leie a partir dos primeiros passos, chamados “preâmbulos”, da segunda semana dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, a saber , “compor o lugar” , “ver sucessivamente as pessoas”, “escutar suas palavras”, “considerar o que fazem”. Esses preâmbulos permitem que façamos parte presente e ativa do lugar, do que vemos, do que escutamos, do que fazem. Essa edição é uma imagem de nossa identidade e missão, a qual é oferecida a você, nosso leitor, para que componha o lugar (Centro Inaciano de Juventude), veja sucessivamente as

pessoas (jovens), escute suas palavras (imagens, fotos, textos), considere o que fazem (convivem, vivem experiências de inserção social, fazem cursos bíblicos para dar razões à nossa fé, rezam à maneira dos exercícios espirituais, celebram o estado de vida, aprendem a ser mais para os demais).A experiência de leitura contemplativa inaciana desta edição deseja levar a você, nosso leitor, a “compor o lugar”, a “ver sucessivamente as pessoas”, a “escutar suas palavras”, a “considerar o que fazem”, e permitir que você faça parte presente e ativa deste espaço, dedicado à missão de ajudar o jovem a ser plenamente humano, por meio do serviço da fé e da promoção da justiça. De que maneira? Com seu jeito cristão de ser! O Caderno Destaque nos move a todos a viver nosso jeito cristão de ser: ser presença de bem na vida daqueles que se fazem nossos próximos!

E(...) A igreja tem necessidade urgente de pessoas de fé sólida e

profunda, de cultura séria e de genuína sensibilidade humana e

social, de religiosos e sacerdotes que dediquem a sua vida a estar

precisamente nestas fronteiras (fé e ciência moderna, fé e justiça), a

fim de testemunhar e ajudar a compreender que existe uma

harmonia profunda entre fé e razão, entre espírito evangélico, sede

de justiça e operosidade em favor da paz. Só assim se tornará

possível fazer conhecer o verdadeiro rosto do Senhor a tantos a

quem, hoje, continua escondido ou irreconhecível. A isto, portanto,

se deve dedicar, preferencialmente, a Companhia de Jesus.

Excertos da Alocução do santo Padre aos

membros da 35.ª Congregação geral(na audiência do dia 21.02.2008).

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EditorialPe. Eduardo Roberto Severino, SJ

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sta edição de O Pescador oferece cinco “pontos” para sua contemplação: o Espaço artístico-cultural, o Espaço de

universitários, a Formação teológica, a Espiritualidade inaciana, a Pro-vocação e o Voluntariado jovem. A estes cinco pontos, proponho que os leie a partir dos primeiros passos, chamados “preâmbulos”, da segunda semana dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, a saber , “compor o lugar” , “ver sucessivamente as pessoas”, “escutar suas palavras”, “considerar o que fazem”. Esses preâmbulos permitem que façamos parte presente e ativa do lugar, do que vemos, do que escutamos, do que fazem. Essa edição é uma imagem de nossa identidade e missão, a qual é oferecida a você, nosso leitor, para que componha o lugar (Centro Inaciano de Juventude), veja sucessivamente as

pessoas (jovens), escute suas palavras (imagens, fotos, textos), considere o que fazem (convivem, vivem experiências de inserção social, fazem cursos bíblicos para dar razões à nossa fé, rezam à maneira dos exercícios espirituais, celebram o estado de vida, aprendem a ser mais para os demais).A experiência de leitura contemplativa inaciana desta edição deseja levar a você, nosso leitor, a “compor o lugar”, a “ver sucessivamente as pessoas”, a “escutar suas palavras”, a “considerar o que fazem”, e permitir que você faça parte presente e ativa deste espaço, dedicado à missão de ajudar o jovem a ser plenamente humano, por meio do serviço da fé e da promoção da justiça. De que maneira? Com seu jeito cristão de ser! O Caderno Destaque nos move a todos a viver nosso jeito cristão de ser: ser presença de bem na vida daqueles que se fazem nossos próximos!

E(...) A igreja tem necessidade urgente de pessoas de fé sólida e

profunda, de cultura séria e de genuína sensibilidade humana e

social, de religiosos e sacerdotes que dediquem a sua vida a estar

precisamente nestas fronteiras (fé e ciência moderna, fé e justiça), a

fim de testemunhar e ajudar a compreender que existe uma

harmonia profunda entre fé e razão, entre espírito evangélico, sede

de justiça e operosidade em favor da paz. Só assim se tornará

possível fazer conhecer o verdadeiro rosto do Senhor a tantos a

quem, hoje, continua escondido ou irreconhecível. A isto, portanto,

se deve dedicar, preferencialmente, a Companhia de Jesus.

Excertos da Alocução do santo Padre aos

membros da 35.ª Congregação geral(na audiência do dia 21.02.2008).

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0504

Onde dois ou maisestiverem em meu nome, aí estarei com elesMarco Donisete, membro do Espaço artístico-cultural, doutorando emEngenharia mecânica na Unicamp

assados dias de rica experiência nas diversas realidades no experimento MAGIS de inserção social, em Campinas (SP), os peregrinos prolongaram sua experiência Magis na grande liturgia do viver: uma bem preparada festa julina, com direito à decoração com bandeirinhas, tão próprias, comidas típicas e

música tradicional. Uma verdadeira e rica partilha! Como num não sei que de terra e céu, ao som de um contagiante e típico grupo musical, os peregrinos dançaram os passos da quadrilha, numa bela e feliz comunhão.

P

espaço artístico-cultural

Pode os adereços tê-los feitos mais parecidos, as bebidas quentes os aquecido, mas foi o ideal único em seus corações que os irmanou. Ali pulsava a alegria de quem pôde viver o quinto evangelho, no serviço prestado a quem mais precisa. Também a expectativa do (re) encontro com outros tantos na Jornada Mundial da Juventude que se aproximava... Quer seja desse país-continente, quer de outro, a convivência feliz num ambiente festivo e fraterno nos leva a compreender e valorizar mais os laços culturais e espirituais que nos unem.

Momento ímpar e emocionante no qual pudemos ver o rosto da Igreja pulsando em tantos corações jovens vivendo a grande fraternidade universal!

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

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Onde dois ou maisestiverem em meu nome, aí estarei com elesMarco Donisete, membro do Espaço artístico-cultural, doutorando emEngenharia mecânica na Unicamp

assados dias de rica experiência nas diversas realidades no experimento MAGIS de inserção social, em Campinas (SP), os peregrinos prolongaram sua experiência Magis na grande liturgia do viver: uma bem preparada festa julina, com direito à decoração com bandeirinhas, tão próprias, comidas típicas e

música tradicional. Uma verdadeira e rica partilha! Como num não sei que de terra e céu, ao som de um contagiante e típico grupo musical, os peregrinos dançaram os passos da quadrilha, numa bela e feliz comunhão.

P

espaço artístico-cultural

Pode os adereços tê-los feitos mais parecidos, as bebidas quentes os aquecido, mas foi o ideal único em seus corações que os irmanou. Ali pulsava a alegria de quem pôde viver o quinto evangelho, no serviço prestado a quem mais precisa. Também a expectativa do (re) encontro com outros tantos na Jornada Mundial da Juventude que se aproximava... Quer seja desse país-continente, quer de outro, a convivência feliz num ambiente festivo e fraterno nos leva a compreender e valorizar mais os laços culturais e espirituais que nos unem.

Momento ímpar e emocionante no qual pudemos ver o rosto da Igreja pulsando em tantos corações jovens vivendo a grande fraternidade universal!

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Atividade artístico-cultural, Festa Julina,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

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0706

colaboração eclesial

Maria Gabriela Dias, 20 anos,estudante de psicologia naMacKenzie (São Paulo)

o participar de um encontro de alunos bolsistas da Companhia de Jesus , ouv i a proposta do

voluntariado jovem, sentindo assim muita vontade de viver tal experiência. Mal sabia o que me esperaria durante aqueles 12 dias! Estava disposta a viver e a sentir, de coração aberto, tudo o que encontrasse por lá. A escritora Cora Carolina diz: “Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas.” E foi assim, nesse espírito, que cheguei ao Centro Inaciano de Juventude para servir. Desta maneira, fui presenteada, pois além de tocar os corações das pessoas, seria eu também profundamente tocada e transformada por elas, com seus olhares, sorrisos e carinhos. Muito mais do levar

Desejo de fazer o bem

A um pouco de mim, eu pude trazer muito delas em meu ser. Além de tudo, a espiritualidade inaciana propiciou a mim um maior conhecimento e, principalmente, a vivência sobre como e onde encontrar Deus, podendo senti-lo em mim e em minhas vivências cotidianas, como alguém sempre presente em cada olhar que encontrei, encontro e encontrarei durante todos os dias. Sou grata a Deus e as pessoas com quem pude conviver. Foram encontros transformadores que fizeram muito sentido em minha vida e, diante de tamanha maravilha, nada e nem ninguém poderá apagar o que ficou marcado em meu coração nesses dias.

Espaço de universitários:um lugar propício paraouvir e narrar parábolas

ambiente universitário que agregam à experiência cristã. Destina-se a todo jovem que quer, a partir de sua história pessoal e eclesial, social e cultural, partilhar suas experiências, dificuldades e desejos de viver sua juventude como cristão nesta realidade universitária. O Voluntariado jovem de inserção social é uma experiência para jovens que desejam enfrentar os desafios de partilhar dias da vida e da realidade dos empobrecidos, em alguns dos projetos sociais que são sinais de esperança em cidades como Campinas (SP). A atividade propõe o aprofundamento da vivência da solidariedade cristã e a reflexão sobre as causas e os modelos de superação dos desafios urbanos. O trabalho em equipe, a oração pessoal e a oração comunitária, o serviço gratuito e disponível num estilo de vida simples, estudos, reflexões e debates sobre a realidade da exclusão e da desigualdade, inserção no projeto, dedicando-se tanto aos trabalhos institucionais como ao convívio com funcionários e beneficiários dos projetos, inserção na vida de famílias serão os meios oferecidos em 05 dias ou 10 dias ou 15 dias para fazer-se sensível à situação daqueles que estão sedentos de vida plena, alimentando a reflexão e o compromisso efetivo com a justiça social. Os Exercícios Espirituais para jovens universitários (EEJU) é um tempo de oração e silêncio que possibilita ao jovem contemplar sua própria vida diante de Deus. Os EEJU consideram a pessoa em sua totalidade, com sua realidade afetiva, social, familiar, política, eclesial, intelectual. Os EEJU pretendem possibilitar ao exercitante uma maior liberdade diante de todas as coisas, a fim de discernir e escolher aquilo que mais dá sentido para a sua vida, considerando o projeto de amor de Deus, bem como pretendem possibilitar que o exercitante tome consciência de si mesmo e de sua realidade pessoal e social, encontrando Deus em sua história.A experiência de Maria Gabriela Dias, 20 anos, estudante de psicologia na MacKenzie (SP), atesta o desejo de fazer o bem que brota continuamente no jovem cristão universitário.

Foto de arquivo – Espaço de universitários.Visita a Casa de retiros Vila Kostka, Indaiatuba/SP

Ouvir hoje parábolas de Jesus e saber narrá-las numa experiência universitária é, com efeito, um desafio; contudo, apesar de todos os argumentos contrários, é sempre possível escutar as parábolas de Jesus, de tal maneira que fiquemos atônitos uma vez mais e queiramos comunicá-la aí, neste ambiente universitário no qual muitos de nós estamos. Ouvir, permitir-se ficar atônito, comunicar... desafio a que é chamado o jovem cristão a viver num ambiente universitário. Destinados a jovens universitários de 17 a 32 anos, o Espaço de universitários é lugar de diálogo acerca da experiência de ser cristão universitário. Através de atividades como encontros, voluntariado jovem, Exercícios Espirituais..., desejamos possibilitar que o jovem cristão universitário contemple sua própria vida em sua realidade religiosa, afetiva, social, familiar, política, eclesial, intelectual, a partir de sua própria experiência cristã universitária, lugar propício para ouvir e narrar parábolas.Para 2014, são agendados dois encontros de um dia, a experiência voluntariado jovem de inserção social e Exercícios Espirituais de santo Inácio.

Os encontros de um dia são espaços de troca de experiências, tanto da experiência de oferecer ao ambiente universitário valores cristãos quanto de receber valores do

08 de maio:05 a 20 de julho: universitários (inserção social)

11 de outubro: Espaço de universitários

14 a 16 de novembro: EE para universitários

Voluntariado jovem para

Espaço de universitários

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0706

colaboração eclesial

Maria Gabriela Dias, 20 anos,estudante de psicologia naMacKenzie (São Paulo)

o participar de um encontro de alunos bolsistas da Companhia de Jesus , ouv i a proposta do

voluntariado jovem, sentindo assim muita vontade de viver tal experiência. Mal sabia o que me esperaria durante aqueles 12 dias! Estava disposta a viver e a sentir, de coração aberto, tudo o que encontrasse por lá. A escritora Cora Carolina diz: “Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas.” E foi assim, nesse espírito, que cheguei ao Centro Inaciano de Juventude para servir. Desta maneira, fui presenteada, pois além de tocar os corações das pessoas, seria eu também profundamente tocada e transformada por elas, com seus olhares, sorrisos e carinhos. Muito mais do levar

Desejo de fazer o bem

A um pouco de mim, eu pude trazer muito delas em meu ser. Além de tudo, a espiritualidade inaciana propiciou a mim um maior conhecimento e, principalmente, a vivência sobre como e onde encontrar Deus, podendo senti-lo em mim e em minhas vivências cotidianas, como alguém sempre presente em cada olhar que encontrei, encontro e encontrarei durante todos os dias. Sou grata a Deus e as pessoas com quem pude conviver. Foram encontros transformadores que fizeram muito sentido em minha vida e, diante de tamanha maravilha, nada e nem ninguém poderá apagar o que ficou marcado em meu coração nesses dias.

Espaço de universitários:um lugar propício paraouvir e narrar parábolas

ambiente universitário que agregam à experiência cristã. Destina-se a todo jovem que quer, a partir de sua história pessoal e eclesial, social e cultural, partilhar suas experiências, dificuldades e desejos de viver sua juventude como cristão nesta realidade universitária. O Voluntariado jovem de inserção social é uma experiência para jovens que desejam enfrentar os desafios de partilhar dias da vida e da realidade dos empobrecidos, em alguns dos projetos sociais que são sinais de esperança em cidades como Campinas (SP). A atividade propõe o aprofundamento da vivência da solidariedade cristã e a reflexão sobre as causas e os modelos de superação dos desafios urbanos. O trabalho em equipe, a oração pessoal e a oração comunitária, o serviço gratuito e disponível num estilo de vida simples, estudos, reflexões e debates sobre a realidade da exclusão e da desigualdade, inserção no projeto, dedicando-se tanto aos trabalhos institucionais como ao convívio com funcionários e beneficiários dos projetos, inserção na vida de famílias serão os meios oferecidos em 05 dias ou 10 dias ou 15 dias para fazer-se sensível à situação daqueles que estão sedentos de vida plena, alimentando a reflexão e o compromisso efetivo com a justiça social. Os Exercícios Espirituais para jovens universitários (EEJU) é um tempo de oração e silêncio que possibilita ao jovem contemplar sua própria vida diante de Deus. Os EEJU consideram a pessoa em sua totalidade, com sua realidade afetiva, social, familiar, política, eclesial, intelectual. Os EEJU pretendem possibilitar ao exercitante uma maior liberdade diante de todas as coisas, a fim de discernir e escolher aquilo que mais dá sentido para a sua vida, considerando o projeto de amor de Deus, bem como pretendem possibilitar que o exercitante tome consciência de si mesmo e de sua realidade pessoal e social, encontrando Deus em sua história.A experiência de Maria Gabriela Dias, 20 anos, estudante de psicologia na MacKenzie (SP), atesta o desejo de fazer o bem que brota continuamente no jovem cristão universitário.

Foto de arquivo – Espaço de universitários.Visita a Casa de retiros Vila Kostka, Indaiatuba/SP

Ouvir hoje parábolas de Jesus e saber narrá-las numa experiência universitária é, com efeito, um desafio; contudo, apesar de todos os argumentos contrários, é sempre possível escutar as parábolas de Jesus, de tal maneira que fiquemos atônitos uma vez mais e queiramos comunicá-la aí, neste ambiente universitário no qual muitos de nós estamos. Ouvir, permitir-se ficar atônito, comunicar... desafio a que é chamado o jovem cristão a viver num ambiente universitário. Destinados a jovens universitários de 17 a 32 anos, o Espaço de universitários é lugar de diálogo acerca da experiência de ser cristão universitário. Através de atividades como encontros, voluntariado jovem, Exercícios Espirituais..., desejamos possibilitar que o jovem cristão universitário contemple sua própria vida em sua realidade religiosa, afetiva, social, familiar, política, eclesial, intelectual, a partir de sua própria experiência cristã universitária, lugar propício para ouvir e narrar parábolas.Para 2014, são agendados dois encontros de um dia, a experiência voluntariado jovem de inserção social e Exercícios Espirituais de santo Inácio.

Os encontros de um dia são espaços de troca de experiências, tanto da experiência de oferecer ao ambiente universitário valores cristãos quanto de receber valores do

08 de maio:05 a 20 de julho: universitários (inserção social)

11 de outubro: Espaço de universitários

14 a 16 de novembro: EE para universitários

Voluntariado jovem para

Espaço de universitários

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0908

formação teológica

Alex Jorge Braga, 24 anos, formado em Filosofia, candidato à Companhia de Jesus

O menino da gruta de Belém

é o Messiasm atenção à proposta da CNBB de estudo dos sinópticos, e em 2014 o Evangelho de Lucas, dos dias 23 a

25 de agosto, tivemos o curso sobre o evangelho da infância, segundo Lucas. Na narrativa de João sobre a encarnação, é claro o seu teor teológico sobre a encarnação do Verbo. Também em Lucas há o mesmo rigor teológico, porém em outro estilo literário, o que dificulta a interpretação. Não podemos compreender a infância de Jesus, a partir do relato de Lucas, como um escrito folclórico, m a s p e l a a n á l i s e d o seu contexto de escrita e

dos seus destinatários, a partir da qual se nota sua rica contribuição à fé e à investigação teológica.O objetivo do evangelista Lucas ao descrever o nascimento de Jesus é afirmar a sua filiação divina desde a sua concepção e é confirmar que Ele é o redentor de toda a humanidade, que se encarnou para selar a aliança eterna com todo aquele que abraçar a causa de seu Reino. Lucas é incisivo ao afirmar que o menino da gruta de Belém é o

Messias, luz de todos os povos.

Para dar veracidade a seu discurso, Lucas escreve segundo as escrituras, recorrendo a vários personagens bíblicos considerados como “tipos” da nova aliança, tais como Elias, Sansão, Sara... Na obra lucana não existia “Velho” ou “Novo” Testamento, apenas uma Palavra, agora totalmente t r a n s f o r m a d a p e l a p e s s o a d o Ressuscitado. O que foi anterior a Cristo, serve de alusão para confirmar a sua filiação ao Pai.Este curso ajudou-me a aprofundar a humanidade de Jesus e a encarar a minha própria humanidade. Houve de minha parte um encantamento ao ver Jesus tão próximo, compartilhando

comigo da mesma natureza. Percebi que a minha catequese primeira supervalorizou seu caráter divino, em detrimento de seu caráter humano. Sinto que Jesus, o Filho de Deus, sofreu, lutou, sonhou e amou como nós podemos fazê-lo. A partir do conhecimento de sua total condição, humana e divina, sou impulsionado conhecê-lo com intimidade. Através destes cursos de formação teológica, exerc i ta-se o dar razão à fé cr is tã . Questionamentos e indagações não anulam o mistério; podem torná-lo mais palpáveis e evidentes aos olhos humanos, pois “em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, vêm também os sinais presentes da revelação” (Fides et Ratio,13).

Foto de arquivo - Formação teológica, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo – Formação teológica,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

E

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0908

formação teológica

Alex Jorge Braga, 24 anos, formado em Filosofia, candidato à Companhia de Jesus

O menino da gruta de Belém

é o Messiasm atenção à proposta da CNBB de estudo dos sinópticos, e em 2014 o Evangelho de Lucas, dos dias 23 a

25 de agosto, tivemos o curso sobre o evangelho da infância, segundo Lucas. Na narrativa de João sobre a encarnação, é claro o seu teor teológico sobre a encarnação do Verbo. Também em Lucas há o mesmo rigor teológico, porém em outro estilo literário, o que dificulta a interpretação. Não podemos compreender a infância de Jesus, a partir do relato de Lucas, como um escrito folclórico, m a s p e l a a n á l i s e d o seu contexto de escrita e

dos seus destinatários, a partir da qual se nota sua rica contribuição à fé e à investigação teológica.O objetivo do evangelista Lucas ao descrever o nascimento de Jesus é afirmar a sua filiação divina desde a sua concepção e é confirmar que Ele é o redentor de toda a humanidade, que se encarnou para selar a aliança eterna com todo aquele que abraçar a causa de seu Reino. Lucas é incisivo ao afirmar que o menino da gruta de Belém é o

Messias, luz de todos os povos.

Para dar veracidade a seu discurso, Lucas escreve segundo as escrituras, recorrendo a vários personagens bíblicos considerados como “tipos” da nova aliança, tais como Elias, Sansão, Sara... Na obra lucana não existia “Velho” ou “Novo” Testamento, apenas uma Palavra, agora totalmente t r a n s f o r m a d a p e l a p e s s o a d o Ressuscitado. O que foi anterior a Cristo, serve de alusão para confirmar a sua filiação ao Pai.Este curso ajudou-me a aprofundar a humanidade de Jesus e a encarar a minha própria humanidade. Houve de minha parte um encantamento ao ver Jesus tão próximo, compartilhando

comigo da mesma natureza. Percebi que a minha catequese primeira supervalorizou seu caráter divino, em detrimento de seu caráter humano. Sinto que Jesus, o Filho de Deus, sofreu, lutou, sonhou e amou como nós podemos fazê-lo. A partir do conhecimento de sua total condição, humana e divina, sou impulsionado conhecê-lo com intimidade. Através destes cursos de formação teológica, exerc i ta-se o dar razão à fé cr is tã . Questionamentos e indagações não anulam o mistério; podem torná-lo mais palpáveis e evidentes aos olhos humanos, pois “em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério, vêm também os sinais presentes da revelação” (Fides et Ratio,13).

Foto de arquivo - Formação teológica, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo – Formação teológica,Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

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1110

Experiência destaque

Em que ser mais? Dar gosto e iluminar o cotidiano alheio“Andando pela UNICAMP com uma camiseta e uma pulseira colorida despertou em alguns de meus amigos uma pergunta: “MAG+S? O que é isso?” Ingenuamente lhes explicava a origem do latim, ainda na expectativa de viver seu significado na prática. Ainda durante o tempo do Experimento MAGIS de inserção social e, sobretudo, depois, exercitando a memória, dou-me conta de que ser MAG+S evoca o desejo de ser diferente em um sentido paradoxal: é ser alguém com um desejo distinto daquele que se vê por aí, mas sem medo de se inserir no mundo, local em que todos nós fomos chamados a viver nossa vocação primeira à humanidade. É simplesmente a efetivação de uma aspiração de Deus: de que sejamos sal da terra e luz para os povos, digo, pessoas sem medo de se inserirem e se dissolverem completamente em contextos tantas vezes amargos, mudando sabores e descobrindo novos perfumes; de que sejamos luz para dissipar as trevas do mundo, que não permitem a tantas pessoas contemplar sua própria beleza e de finalmente reconhecer (e por que não redescobrir?) sua divina filiação.”

Murilo Guimarães Borges, 24 anos, graduando em Física médica na UNICAMP, membro do

Espaço de universitários

Pode-se tentar sempre dar mais“É a segunda vez que eu participo das Jornadas Mundiais da Juventude. A primeira vez, em Madrid, eu não participei do MAGIS. Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (pela Diocese de Tours) criaram a oportunidade para que participássemos do MAGIS Brasil. Eu não conhecia quaisquer jesuítas e não sabia o que me esperava. Posso dizer que estou muito contente por essa experiência MAGIS. De fato, é uma experiência única poder encontrar-se com tantos jovens de nacionalidades diferentes, no Brasil, para participar de ações sociais. A semana que eu passei em Campinas é sem dúvida a que preferi das Jornadas Mundiais da Juventude. Eram pequenos grupos e, por isso, o diálogo e a troca de experiências eram mais facéis. O voluntariado no Lar dos Velhinhos foi uma experiência forte, pois estávamos diretamente em relação com idosos, que estavam encantados com o que poderíamos lhes oferecer. Havia a barreira da língua, mas isso não era grave. O importante é aquilo que fazemos, se o fazemos de coração. Esta semana foi perfeita pela reflexão espiritual e pela compreensão de como se pode tentar sempre dar ‘‘mais’’. Deve-se sempre permanecer aberto, saber dar e receber aquilo que as pessoas podem nos oferecer. Muito obrigado a toda a equipe do Centro Inaciano de Juventude, que tão bem nos acolheu.”

Alexis Millet, 20 anos, estudante de Medicina, França

Uma forma diferente de encontrar-se com o papa“MAGIS é uma palavra muito empregada por aqueles que vivem a espiritualidade inaciana. Esse termo muito utilizado por Santo Inácio de Loyola significa ser mais, melhor, e quer dizer que sempre podemos experimentar um avanço em relação àquilo que já fazemos ou vivemos. Com essa motivação, a Companhia de Jesus e outras congregações de espiritualidade inaciana organizaram o encontro preparatório para Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013) chamado MAG+S Brasil. Nesse encontro, os jovens puderam viver experiências espirituais, culturais, pastorais, sociais e missionárias. A cidade de Salvador foi escolhida para acolher os jovens vindos de diversos países e regiões do Brasil, pois foi a primeira cidade em que os Jesuítas chegaram ao país. Lá os peregrinos puderam participar de diversas atividades, dentre elas uma missa de envio com o Padre Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás, que convidou os jovens a estarem de olhos e coração abertos para bem viverem as experiências propostas. Os 1700 jovens peregrinos foram divididos em aproximadamente 70 grupos enviados para diversas regiões do Brasil para viverem diferentes tipos de experiências: espirituais, peregrinação, ecológica, inserção sociocultural, artes e sociais. O Centro Inaciano da Juventude (CIJ) de Campinas acolheu um desses grupos para uma experiência social, inspirada em uma das atividades já oferecida pelo CIJ, o de Voluntariado Jovem. Durante uma semana os jovens participaram de várias atividades entre elas oração pessoal, comunitária, partilha em grupo, dinâmicas de integração, passeios, participação em atividades na Igreja local, recreação, turismo e trabalhos em obras sociais. Quarenta e quatro jovens, provenientes de Costa Rica, Líbano, Estados Unidos, França, Angola e Brasil, foram divididos em seis grupos (três casas da Obra Maria de Nazaré, Lar dos Velhinhos, Associação de apoio Esperança e Vida e uma Cooperativa de Reciclagem de lixo). Nossa presença não foi de meros espectadores, mas de colaboradores auxiliando na execução de atividades do dia a dia e vivenciando todas as realidades dessas obras. Ao final da semana havia uma inquietude e desconforto nesses jovens que seguiram para o Rio de Janeiro para o encontro com o Papa Francisco. A questão “Como ser mais e melhor para o outros?” certamente os acompanhou e os ajudara a viver de forma mais cristã/humana sua vida cotidiana em seus lugares de origem.”

Viviane dos Santos Ferreira, graduada em Ciências contábeis,

pós graduada em Gestão empresarial

Foto de arquivo - Magis, Jornada Mundial da Juventude, Rio de Janeiro/BrasilCentro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

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Experiência destaque

Em que ser mais? Dar gosto e iluminar o cotidiano alheio“Andando pela UNICAMP com uma camiseta e uma pulseira colorida despertou em alguns de meus amigos uma pergunta: “MAG+S? O que é isso?” Ingenuamente lhes explicava a origem do latim, ainda na expectativa de viver seu significado na prática. Ainda durante o tempo do Experimento MAGIS de inserção social e, sobretudo, depois, exercitando a memória, dou-me conta de que ser MAG+S evoca o desejo de ser diferente em um sentido paradoxal: é ser alguém com um desejo distinto daquele que se vê por aí, mas sem medo de se inserir no mundo, local em que todos nós fomos chamados a viver nossa vocação primeira à humanidade. É simplesmente a efetivação de uma aspiração de Deus: de que sejamos sal da terra e luz para os povos, digo, pessoas sem medo de se inserirem e se dissolverem completamente em contextos tantas vezes amargos, mudando sabores e descobrindo novos perfumes; de que sejamos luz para dissipar as trevas do mundo, que não permitem a tantas pessoas contemplar sua própria beleza e de finalmente reconhecer (e por que não redescobrir?) sua divina filiação.”

Murilo Guimarães Borges, 24 anos, graduando em Física médica na UNICAMP, membro do

Espaço de universitários

Pode-se tentar sempre dar mais“É a segunda vez que eu participo das Jornadas Mundiais da Juventude. A primeira vez, em Madrid, eu não participei do MAGIS. Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (pela Diocese de Tours) criaram a oportunidade para que participássemos do MAGIS Brasil. Eu não conhecia quaisquer jesuítas e não sabia o que me esperava. Posso dizer que estou muito contente por essa experiência MAGIS. De fato, é uma experiência única poder encontrar-se com tantos jovens de nacionalidades diferentes, no Brasil, para participar de ações sociais. A semana que eu passei em Campinas é sem dúvida a que preferi das Jornadas Mundiais da Juventude. Eram pequenos grupos e, por isso, o diálogo e a troca de experiências eram mais facéis. O voluntariado no Lar dos Velhinhos foi uma experiência forte, pois estávamos diretamente em relação com idosos, que estavam encantados com o que poderíamos lhes oferecer. Havia a barreira da língua, mas isso não era grave. O importante é aquilo que fazemos, se o fazemos de coração. Esta semana foi perfeita pela reflexão espiritual e pela compreensão de como se pode tentar sempre dar ‘‘mais’’. Deve-se sempre permanecer aberto, saber dar e receber aquilo que as pessoas podem nos oferecer. Muito obrigado a toda a equipe do Centro Inaciano de Juventude, que tão bem nos acolheu.”

Alexis Millet, 20 anos, estudante de Medicina, França

Uma forma diferente de encontrar-se com o papa“MAGIS é uma palavra muito empregada por aqueles que vivem a espiritualidade inaciana. Esse termo muito utilizado por Santo Inácio de Loyola significa ser mais, melhor, e quer dizer que sempre podemos experimentar um avanço em relação àquilo que já fazemos ou vivemos. Com essa motivação, a Companhia de Jesus e outras congregações de espiritualidade inaciana organizaram o encontro preparatório para Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013) chamado MAG+S Brasil. Nesse encontro, os jovens puderam viver experiências espirituais, culturais, pastorais, sociais e missionárias. A cidade de Salvador foi escolhida para acolher os jovens vindos de diversos países e regiões do Brasil, pois foi a primeira cidade em que os Jesuítas chegaram ao país. Lá os peregrinos puderam participar de diversas atividades, dentre elas uma missa de envio com o Padre Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás, que convidou os jovens a estarem de olhos e coração abertos para bem viverem as experiências propostas. Os 1700 jovens peregrinos foram divididos em aproximadamente 70 grupos enviados para diversas regiões do Brasil para viverem diferentes tipos de experiências: espirituais, peregrinação, ecológica, inserção sociocultural, artes e sociais. O Centro Inaciano da Juventude (CIJ) de Campinas acolheu um desses grupos para uma experiência social, inspirada em uma das atividades já oferecida pelo CIJ, o de Voluntariado Jovem. Durante uma semana os jovens participaram de várias atividades entre elas oração pessoal, comunitária, partilha em grupo, dinâmicas de integração, passeios, participação em atividades na Igreja local, recreação, turismo e trabalhos em obras sociais. Quarenta e quatro jovens, provenientes de Costa Rica, Líbano, Estados Unidos, França, Angola e Brasil, foram divididos em seis grupos (três casas da Obra Maria de Nazaré, Lar dos Velhinhos, Associação de apoio Esperança e Vida e uma Cooperativa de Reciclagem de lixo). Nossa presença não foi de meros espectadores, mas de colaboradores auxiliando na execução de atividades do dia a dia e vivenciando todas as realidades dessas obras. Ao final da semana havia uma inquietude e desconforto nesses jovens que seguiram para o Rio de Janeiro para o encontro com o Papa Francisco. A questão “Como ser mais e melhor para o outros?” certamente os acompanhou e os ajudara a viver de forma mais cristã/humana sua vida cotidiana em seus lugares de origem.”

Viviane dos Santos Ferreira, graduada em Ciências contábeis,

pós graduada em Gestão empresarial

Foto de arquivo - Magis, Jornada Mundial da Juventude, Rio de Janeiro/BrasilCentro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Page 12: Informativo O Pescador - Ed. 115

1312

espiritualidade inaciana

Renata Lagrotta Franco, graduada em Direito e Filosofia,especialista em Psicologia Jurídica

Solidão,solidariedadee solidez têma mesma raiz

azer a experiência de (solidão, solus deo, “só em Deus”): esta foi minha motivação para

participar da IX Peregrinação Inaciana. Animada pelo peregrino Inácio de Loyola que “... quis ir sozinho, porque toda sua ideia era ter

caminhar só só a Deus por refúgio”

primeiro passo dos 36 Km. Mas, como caminhar sozinha quando outras 300 pessoas estão percorrendo o mesmo trajeto e indo na mesma direção? A

(Autob, 35), dei o

cada passo dado, fui aprendendo a riqueza de estar com os demais, sendo “só em Deus”. Tal como na peregrinação terrestre, caminhei acompanhada por muitas pessoas. Com algumas, apenas dividi a estrada; com outras, fiz verdadeiras experiências de encontro. Alguns, com seu exemplo, ampliaram meus horizontes e me animaram a seguir nO Caminho; houve, também, quem me instigasse a descobrir onde Deus se escondia... mas tudo isso, no silêncio e na solitude! Aprendi que, mesmo cercada por tantas pessoas e sendo agraciada com a oportunidade de amar e ser amada, eu caminho só, nesta vida!Só a mim cabe aceitar o caminho que me foi dado trilhar; aceitar meus limites e respeitar os dos outros; “colocar os meios” para avançar naquilo que posso,

F

sem esquecer que tudo depende de Deus; perceber que sempre é hora de “esvaziar a mochila”, deixando somente o essencial; e, ainda, reconhecer que, em alguns momentos, a graça é poder ajudar a carregar a mochila pesada de alguém; mas, em outros, é deixá-lo decidir sobre o peso que carrega. Por fim, a mim cabe entender que tudo aquilo que encontro e experimento ao longo do percurso é apenas “meio” para chegar ao fim.Percebi a riqueza de ser contemplativa na ação e senti que, de fato, o caminho não é tão longo como pode parecer. Se minha vida é “um disparo para a eternidade”, enquanto a peregrinação não terminar, peço a Deus, com as palavras de Santo Alberto Hurtado: “Que todas as criaturas sejam transparentes e deixem-

me ver a Deus e a eternidade”. A peregrinação, portanto, ajudou-me a compreender que “solidão”, “solidariedade” e “solidez” tem a mesma raiz.

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana, Peregrinação 2013, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana,Peregrinação 2013, Centro Inaciano de

Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana,Peregrinação 2013, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

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espiritualidade inaciana

Renata Lagrotta Franco, graduada em Direito e Filosofia,especialista em Psicologia Jurídica

Solidão,solidariedadee solidez têma mesma raiz

azer a experiência de (solidão, solus deo, “só em Deus”): esta foi minha motivação para

participar da IX Peregrinação Inaciana. Animada pelo peregrino Inácio de Loyola que “... quis ir sozinho, porque toda sua ideia era ter

caminhar só só a Deus por refúgio”

primeiro passo dos 36 Km. Mas, como caminhar sozinha quando outras 300 pessoas estão percorrendo o mesmo trajeto e indo na mesma direção? A

(Autob, 35), dei o

cada passo dado, fui aprendendo a riqueza de estar com os demais, sendo “só em Deus”. Tal como na peregrinação terrestre, caminhei acompanhada por muitas pessoas. Com algumas, apenas dividi a estrada; com outras, fiz verdadeiras experiências de encontro. Alguns, com seu exemplo, ampliaram meus horizontes e me animaram a seguir nO Caminho; houve, também, quem me instigasse a descobrir onde Deus se escondia... mas tudo isso, no silêncio e na solitude! Aprendi que, mesmo cercada por tantas pessoas e sendo agraciada com a oportunidade de amar e ser amada, eu caminho só, nesta vida!Só a mim cabe aceitar o caminho que me foi dado trilhar; aceitar meus limites e respeitar os dos outros; “colocar os meios” para avançar naquilo que posso,

F

sem esquecer que tudo depende de Deus; perceber que sempre é hora de “esvaziar a mochila”, deixando somente o essencial; e, ainda, reconhecer que, em alguns momentos, a graça é poder ajudar a carregar a mochila pesada de alguém; mas, em outros, é deixá-lo decidir sobre o peso que carrega. Por fim, a mim cabe entender que tudo aquilo que encontro e experimento ao longo do percurso é apenas “meio” para chegar ao fim.Percebi a riqueza de ser contemplativa na ação e senti que, de fato, o caminho não é tão longo como pode parecer. Se minha vida é “um disparo para a eternidade”, enquanto a peregrinação não terminar, peço a Deus, com as palavras de Santo Alberto Hurtado: “Que todas as criaturas sejam transparentes e deixem-

me ver a Deus e a eternidade”. A peregrinação, portanto, ajudou-me a compreender que “solidão”, “solidariedade” e “solidez” tem a mesma raiz.

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana, Peregrinação 2013, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana,Peregrinação 2013, Centro Inaciano de

Juventude, Campinas/SP

Foto de arquivo - Espiritualidade inaciana,Peregrinação 2013, Centro Inaciano de Juventude, Campinas/SP

Page 14: Informativo O Pescador - Ed. 115

1514

pro-vocação

Pe. Reginaldo Sarto, SJ

Religioso presbítero: a serviço da Igreja na missão de acompanhar jovens

ascido em Varginha, sul de Minas, em 1975, sou o primeiro de cinco irmãos, filhos de Joaquim Roberto Sarto com Rosa Pala Sarto. Até aos

dezenove anos vivi na zona rural do município de Carmo da Cachoeira - MG, onde desde muito cedo me dediquei aos labores do campo. Aos 20 anos, mudei-me para Machado - MG, onde cursei o ensino médio e técnico em agropecuária, no Ins tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas. A busca pelo sentido profundo de viver a fé ca-tólica fez brotar em mim a inquietação vocacional e isso me levou a encontrar-me com a espiritualidade Inaciana, encontro que se deu no contato com os jesuítas de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. A Espiritualidade Inaciana, o modo de ser e a missão da Companhia de Jesus despertaram em mim um

N forte desejo de me tornar jesuíta como servidor da missão de Cristo.Depois de um tempo de discernimento no processo vocacional, entrei para o Noviciado, em Campinas, no ano de 2001. Fiz dois anos de noviciado e professei os votos religiosos no dia 30 de janeiro de 2002. Continuei a formação humana e intelectual, realizando dois anos de Juniorado, em João Pessoa - PB, a Filosofia, em Belo Horizonte - MG, dois anos de Magistério na Comunidade Vocacional dos Jesuítas, em Juiz de Fora - MG, atuando na Pastoral Vocacional e também no Co-légio Jesuítas, como professor de ensino religioso. Por fim, cursei a Teologia na Pontifícia Universidad Javeriana, em Bogotá, Colômbia, onde vivi de 2010 a 2012.

No dia 31 de janeiro do corrente ano, fui ordenado Diácono, na Igreja da casa de retiros de Vila Kostka/Itaici, Indaiatuba – SP, e desde então trabalho no Centro Inaciano de Juventude em Campinas - SP. Estes 13 anos na Companhia de Jesus, vivi com profunda gratidão e alegria, realizando-me no chamado que senti no começo, que me fez colocar-me a caminho, sempre na confiança de que Aquele que me deu a graça de isto desejar e acolher, e que me dá, também, a graça de realizá-lo em minha vida e missão. Com esta motivação me aventurei com o coração confiante de que Deus inspirava nele responder a essa busca. Nesta aventura, contemplei as mãos de Deus que me assinalava: “vem! tenha confiança, eu te mostro o caminho”. E

assim, com liberdade na presença do Senhor que me veio confirmando no chamado ao presbiterado na Companhia de Jesus, fui ordenado Presbítero, no dia 17 de agosto de 2013, em Varginha - MG. Como religioso jesuíta e presbítero recebi minha primeira destinação como ministro ordenado para realizar esta vocação e missão n o C e n t r o I n a c i a n o d e J u v e n t u d e , acompanhando as atividades que realiza este centro, voltadas para a juventude. Aqui também estou à d ispos ição para o acompanhamento de jovens inquietos que sentem um desejo de discernir a vocação religiosa e estão nesta busca da vontade de Deus para sua vida. Enquanto estamos inseridos na Arquidiocese de Campinas, colaboro com esta Igreja, atendendo no que for possível, contribuindo no serviço e missão desta Igreja local.

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pro-vocação

Pe. Reginaldo Sarto, SJ

Religioso presbítero: a serviço da Igreja na missão de acompanhar jovens

ascido em Varginha, sul de Minas, em 1975, sou o primeiro de cinco irmãos, filhos de Joaquim Roberto Sarto com Rosa Pala Sarto. Até aos

dezenove anos vivi na zona rural do município de Carmo da Cachoeira - MG, onde desde muito cedo me dediquei aos labores do campo. Aos 20 anos, mudei-me para Machado - MG, onde cursei o ensino médio e técnico em agropecuária, no Ins tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas. A busca pelo sentido profundo de viver a fé ca-tólica fez brotar em mim a inquietação vocacional e isso me levou a encontrar-me com a espiritualidade Inaciana, encontro que se deu no contato com os jesuítas de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. A Espiritualidade Inaciana, o modo de ser e a missão da Companhia de Jesus despertaram em mim um

N forte desejo de me tornar jesuíta como servidor da missão de Cristo.Depois de um tempo de discernimento no processo vocacional, entrei para o Noviciado, em Campinas, no ano de 2001. Fiz dois anos de noviciado e professei os votos religiosos no dia 30 de janeiro de 2002. Continuei a formação humana e intelectual, realizando dois anos de Juniorado, em João Pessoa - PB, a Filosofia, em Belo Horizonte - MG, dois anos de Magistério na Comunidade Vocacional dos Jesuítas, em Juiz de Fora - MG, atuando na Pastoral Vocacional e também no Co-légio Jesuítas, como professor de ensino religioso. Por fim, cursei a Teologia na Pontifícia Universidad Javeriana, em Bogotá, Colômbia, onde vivi de 2010 a 2012.

No dia 31 de janeiro do corrente ano, fui ordenado Diácono, na Igreja da casa de retiros de Vila Kostka/Itaici, Indaiatuba – SP, e desde então trabalho no Centro Inaciano de Juventude em Campinas - SP. Estes 13 anos na Companhia de Jesus, vivi com profunda gratidão e alegria, realizando-me no chamado que senti no começo, que me fez colocar-me a caminho, sempre na confiança de que Aquele que me deu a graça de isto desejar e acolher, e que me dá, também, a graça de realizá-lo em minha vida e missão. Com esta motivação me aventurei com o coração confiante de que Deus inspirava nele responder a essa busca. Nesta aventura, contemplei as mãos de Deus que me assinalava: “vem! tenha confiança, eu te mostro o caminho”. E

assim, com liberdade na presença do Senhor que me veio confirmando no chamado ao presbiterado na Companhia de Jesus, fui ordenado Presbítero, no dia 17 de agosto de 2013, em Varginha - MG. Como religioso jesuíta e presbítero recebi minha primeira destinação como ministro ordenado para realizar esta vocação e missão n o C e n t r o I n a c i a n o d e J u v e n t u d e , acompanhando as atividades que realiza este centro, voltadas para a juventude. Aqui também estou à d ispos ição para o acompanhamento de jovens inquietos que sentem um desejo de discernir a vocação religiosa e estão nesta busca da vontade de Deus para sua vida. Enquanto estamos inseridos na Arquidiocese de Campinas, colaboro com esta Igreja, atendendo no que for possível, contribuindo no serviço e missão desta Igreja local.

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1716

especialvoluntariado jovem

Eu serei MAGIS. MAGIS eu sou!

Patricia el Khawly, Líbano, estudante de audiovisual

u me chamo Patricia El Khawly. Sou uma jovem estudante libanesa que decidiu atravessar os continentes e

o oceano para responder ao chamado dos dois papas e procurar o mais. Ser MAGIS, é ser mais. Somos MAGIS porque vemos Deus em tudo e porque espalhamos seu amor e sua misericordia em toda parte da terra. Eu compreendi isso durante essa viagem, sobretudo durante minha experiência de trabalho social em Campinas.Eu escolhi, primeiramente, viver a experiência ecológica; mas fui para o trabalho social. Eu queria trabalhar com crianças; mas foi decidido que estivesse com idosos. Eu queria traçar meu caminho, mas Deus quis me mostrar o MAGIS. Eu já havia feito experiências com idosos no Líbano, mas a dureza de suas situações me tornou incapaz de me reencontrar na mesma situação. Eu tentei recusar o trabalho, mas era necessário procurar ser MAGIS lá onde eu não acreditava poder ser. Eu visitei os idosos com um espírito de uma jovem missionária voluntária e eu compreendi o que é ser MAGIS: estar com os idosos, não compreendendo sua

E língua, escutar suas longas antigas histórias, assistir suas dores, sentir suas fatigas, ver as lágrimas em seus olhos, para discernir a energia que, apesar de suas idades, os impulsiona a deslocar-se, a rir, dançar, jogar... Pela primeira vez, eu vi idosos num casa de repouso, de alegria e não numa casa de abandonados, de morte. Eu queria trabalhar com crianças, mas eu vi a infância nos olhos inocentes daqueles idosos. Eu me lembro do tema do MAGIS : Nations await us... Nações esperam por nós... Deus nos chama a estar por toda parte, com pessoas que escolhemos e que não escolhemos. Deus quer que nós encontremos e partilhemos a felicidade em toda parte da terra. Deus quer que sejamos o MAIS que leve a alegria : o mais na oração, na missão, na união, no amor, na partilha, no alívio... Deus nos chamou... Ele nos quer MAGIS.

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especialvoluntariado jovem

Eu serei MAGIS. MAGIS eu sou!

Patricia el Khawly, Líbano, estudante de audiovisual

u me chamo Patricia El Khawly. Sou uma jovem estudante libanesa que decidiu atravessar os continentes e

o oceano para responder ao chamado dos dois papas e procurar o mais. Ser MAGIS, é ser mais. Somos MAGIS porque vemos Deus em tudo e porque espalhamos seu amor e sua misericordia em toda parte da terra. Eu compreendi isso durante essa viagem, sobretudo durante minha experiência de trabalho social em Campinas.Eu escolhi, primeiramente, viver a experiência ecológica; mas fui para o trabalho social. Eu queria trabalhar com crianças; mas foi decidido que estivesse com idosos. Eu queria traçar meu caminho, mas Deus quis me mostrar o MAGIS. Eu já havia feito experiências com idosos no Líbano, mas a dureza de suas situações me tornou incapaz de me reencontrar na mesma situação. Eu tentei recusar o trabalho, mas era necessário procurar ser MAGIS lá onde eu não acreditava poder ser. Eu visitei os idosos com um espírito de uma jovem missionária voluntária e eu compreendi o que é ser MAGIS: estar com os idosos, não compreendendo sua

E língua, escutar suas longas antigas histórias, assistir suas dores, sentir suas fatigas, ver as lágrimas em seus olhos, para discernir a energia que, apesar de suas idades, os impulsiona a deslocar-se, a rir, dançar, jogar... Pela primeira vez, eu vi idosos num casa de repouso, de alegria e não numa casa de abandonados, de morte. Eu queria trabalhar com crianças, mas eu vi a infância nos olhos inocentes daqueles idosos. Eu me lembro do tema do MAGIS : Nations await us... Nações esperam por nós... Deus nos chama a estar por toda parte, com pessoas que escolhemos e que não escolhemos. Deus quer que nós encontremos e partilhemos a felicidade em toda parte da terra. Deus quer que sejamos o MAIS que leve a alegria : o mais na oração, na missão, na união, no amor, na partilha, no alívio... Deus nos chamou... Ele nos quer MAGIS.

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O Centro Inaciano de Juventude é uma obra

apostólica cuja missão principal é a promoção

integral de jovens, por meio de atividades nas

quais haja espaço de crescimento humano,

espiritual, teológico, eclesial, vocacional, social e

cultural, à luz da fé cristã.

18

Aconteceu

ExpedienteO Pescador - Informativo do Centro Inaciano de JuventudeRua Bernardo de Souza Campos, 148 - Ponte PretaCep 13041-390 - Campinas/SP - Fone: (19) [email protected]

ColaboradoresFotos:Edição, textos e revisão: Diagramação e projeto gráfico: André Santos

Arquivo Centro Inaciano e internetCentro Inaciano

>18.05Vigília de jovens

19.05<Reunião da área

juventudearquidiocesana

08.09<Espaço para

colaboradores

>15.06Caldo com cultura

01.06<Tarde de oração

para jovens

>29.03 a 02.06Retiro projetode vida

28 a 30.06<EE 3 dias de EVC

>06.07Tarde de oração

para jovens

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O Centro Inaciano de Juventude é uma obra

apostólica cuja missão principal é a promoção

integral de jovens, por meio de atividades nas

quais haja espaço de crescimento humano,

espiritual, teológico, eclesial, vocacional, social e

cultural, à luz da fé cristã.

18

Aconteceu

ExpedienteO Pescador - Informativo do Centro Inaciano de JuventudeRua Bernardo de Souza Campos, 148 - Ponte PretaCep 13041-390 - Campinas/SP - Fone: (19) [email protected]

ColaboradoresFotos:Edição, textos e revisão: Diagramação e projeto gráfico: André Santos

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>18.05Vigília de jovens

19.05<Reunião da área

juventudearquidiocesana

08.09<Espaço para

colaboradores

>15.06Caldo com cultura

01.06<Tarde de oração

para jovens

>29.03 a 02.06Retiro projetode vida

28 a 30.06<EE 3 dias de EVC

>06.07Tarde de oração

para jovens

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ANEAS - Centro InacianoRua Bernardo de Souza Campos, 148 - Ponte PretaCep 13041-390 - Campinas/SP - Fone: (19) 3233-4181E-mail: [email protected]: www.centroinacianodejuventude.com.brFacebook: Casa Santo InácioHorário de atendimento: de terça à sexta, de 16h às 22h; sábado, de 13h às 22h

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