Informativo SBC-02_Out-Nov-Dez_2011
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sbcinformativo
Novo portal da Sociedadeganha interatividade online
Luiz Carlos MilazzoEntrevista
O prazer de velejar em harmonia com a prática da cirurgia da coluna
Mens Sana
CFM fixa novos parâmetros para a publicidade médica
Atuação
Epidemiologia e fatores de risco para infecções cirúrgicas
Resenha
Cresce o número de candidatos a novos sócios
Capacitação Profissional
02
SBCSociedade Brasileira de Coluna
OUT-NOV-DEZ2011
02 03
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
VANTAGENS: BENEFÍCIOS:
UltraLOW-PROFILES Y S T E M
USO ADULTOe PEDIÁTRICO
04 05
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
A tarefa de cada um
SBC 2011 – O que alcançamos
e até onde pretendemos ir? Ou
até onde fomos e o que ainda
pretendemos alcançar?
Somos ao todo 754 médicos, entre
ortopedistas e neurocirurgiões em 23
Estados.
Procuramos empreender uma gestão
racional, participativa e coesa, voltada ao
aprimoramento dos canais de comunicação
entre a diretoria e o associado, penso que
caminhamos nesse sentido.
Porém muito há para ser feito.
A Revista Coluna, agora indexada,
precisa tornar-se ainda mais forte
e profissionalizada (contando com
artigos de relevância em ciência básica
e clínica); sabemos o quanto é difícil
realizar ensaios clínicos e experimentais
fora de um grande centro médico e tendo
que manter a prática clínica e cirúrgica
diária.
Precisamos criar uma comissão de
campanhas socioeducativas focada na
difusão da prevenção de lesões graves e
incapacitantes entre a população. Com
divulgação, em especial, nos meios de
comunicação, a SBC estará cumprindo
o seu papel na busca da promoção da
saúde e qualidade de vida de norte a sul
do País; é o reconhecimento público da
nossa atuação na sociedade.
A atualização científica deve ser uma
constante e fortalecida na medida em
que proporcione, por meio de fóruns de
debates, palestras, aulas disponibilizadas
online, o aperfeiçoamento dos associados.
Nos congressos, existe a necessidade
de inserção de uma maior quantidade
de temas livres, de tal forma que se
prestigiem os investigadores jovens a
produzir material científico de qualidade
a ponto de nos projetarmos no cenário
internacional e nos fazermos notar pelo
que somos, uma grande Sociedade.
As regionais precisam estar mais bem
estruturadas e criar facilidades para a
realização de reuniões científicas de bom
nível e a um menor custo, entendendo
que é necessário para cada presidente
destinar algum tempo de sua atividade
pessoal para que as entidades funcionem.
Ao que se refere a SBC fora do Brasil,
o que almejamos? Estamos cada vez mais
presentes nos eventos, como congressistas
e como palestrantes. Estamos próximos
do Spinewwek, que acontecerá em
Amsterdam e onde teremos uma
participação na sessão BSS (Brazilian
Spine Society), apresentando temas
livres e participando nas sessões do SRS,
AOSPINE e SILACO.
Acreditamos que esta seja a via para
a consolidação do reconhecimento
internacional dos nossos valores.
Enfim, como dito, muito há para ser
feito. Sem o empenho de seus membros,
nossos objetivos não serão alcançados.
Viver a SBC é repensá-la. E essa tarefa
cabe a cada um e a todos nós.
Luis Eduardo Munhoz da Rocha
Presidente da Sociedade
Brasileira de Coluna
presidentep a l a v r a d o
“Meu olhar se dirige ao Pacífico, rumo ao Arquipélago
de Galápagos com seus vulcões imersos em um mar
transparente na direção de um cenário exótico formado
por uma fauna milenar e uma flora repleta de cactos.
É neste lugar que resgatamos parte da história de
Charles Darwin, que descreveu a Ilha de Santa Cruz como
uma espécie de elo perdido. Para minha surpresa, o
clima apresentou três temperaturas diferentes em cerca
de 40 quilômetros, fenômeno que acontece na linha
do Equador.
Denominadas de “islas encantadas del Ecuador”,
Galápagos tem uma tradição de 500 anos desde a sua
descoberta. É assim chamado devido às tartarugas gigantes
que habitam as ilhas. Elas podem ser observadas na praia,
com a desenvoltura dos seus 100 anos.
O arquipélago é formado por 13 ilhas, que mantêm a
diversidade de espécies num cenário onde a natureza,
além de exuberante, é livre e viva. Os pelicanos voando
em bandos e muito próximos dos visitantes, a presença de
piqueros (pássaros) de patas azuis e o mar transparente
mostram a grandiosidade de Galápagos, um lugar onde a
realidade dá espaço para o imaginário.”
Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail [email protected], colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.
Sérgio Zylbersztejn, de Porto Alegre, visitou o Arquipélago
de Galápagos, no Equador, em abril de 2010.
Expediente
Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro 1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi 2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg 1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna
Colaboram nesta edição: Dr. Aldemar Roberto Mieres Rios, Eduardo Gil, Ricardo Giusti e Sérgio Zylbersztejn
Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439e-mail: [email protected] Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomese-mail: [email protected]: Dr. Sérgio Zylbersztejn e-mail: [email protected] final e editoração: Luciano Maciel Periodicidade: Trimestral Impressão: Edelbra Gráfica
Representante de Publicidade: Binotto ComunicaçãoTelefone: (51) 3209.2041Fax: (51) 3209.2048Celular: (51) 9116.2224e-mail: [email protected]
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
Endereço:
Sociedade Brasileira de Coluna – SBCAlameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 – São Paulo -SPTelefax: (11) 3088.6615Endereço eletrônico: [email protected] www.coluna.com.brSecretária: Ana Maria
Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: [email protected]
SBCSociedade Brasileira de Coluna
ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA
seu olhar
06 07
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
Mudanças como desafios
Estamos no segundo número do
novo Informativo. E a proposta de
amadurecimento da nossa mídia escrita
veio acompanhada de um posicionamento
da diretoria em valorizar a informação
na SBC.
Olhando para trás, constatamos que,
conforme afirmou o filósofo Heráclito, a
única coisa certa é a mudança.
Seguindo esse pensamento grego, nossa
reflexão indica que os nossos colegas
estavam, sim, preparados para usufruírem
do Informativo com conteúdo ampliado e
design moderno.
As colaborações ainda são poucas,
porém com o tempo elas virão dos
colegas de todas as regiões do Brasil.
Artigos, resenhas científicas, imagens para
alimentar a seção ‘Seu Olhar’ e sugestões
de pautas são bem-vindos.
Nesta edição, estamos em sintonia com
uma posição madura de nossas lideranças
no cenário médico, ao trazer para o debate a
questão da mídia na medicina, sob a ótica da
Resolução CFM nº 1.974/2011, que entrará
em vigor em 14 de fevereiro de 2012.
Outra reportagem de grande interesse
mostra as novidades do novo portal da SBC.
No ambiente da rede, no endereço eletrônico
www.coluna.com.br, é possível enviar casos
clínicos, discutir exames, consultar dados,
conversar por chat, por microfone e até
mesmo fazer videoconferência ponto a
ponto entre os associados em todo o País.
É a ciência da informação a serviço de uma
comunicação ágil, veloz, globalizada e de
acesso livre, criada para facilitar o dia a dia
dos nossos associados.
O ex-presidente, Luiz Carlos Milazzo, é o
entrevistado do coeditor, Eduardo Gil, que
dá continuidade à série de depoimentos
exclusivos dos nomes que fazem a história
da Sociedade. Para lembrar, o Congresso de
Goiânia, dirigido pelo dr. Milazzo, ainda está
em nossas mentes tanto pelos convidados
como também pelas palestras, que foram
criativas e transformadoras no nosso trabalho.
Os meses de setembro e outubro foram
marcados pelas ações positivas do
movimento médico com a mobilização
que protestou contra as operadoras de
planos de saúde, que mantêm postura
abusiva e antiética na relação com a
categoria. Aqui, cabe o registro de destacar
a participação ativa das nossas Regionais.
Outra paralisação, desta vez, por melhores
condições de operacionalidade do SUS,
visando à obtenção de novas ações para
o atendimento universal da população,
também foi vitoriosa pelo movimento
médico em nível nacional, liderado pelas
nossas entidades de classe.
Sergio Zylbersztejn
Editor
“Você deve ser a mudança
que deseja ver no
mundo
”Mahatma Gandhi
opinião
nestae d i ç ã o
Velejar em embarcações oceânicas é fonte de energia e de equilíbrio para um cirurgião da Bahia
Ex-presidente Luiz Carlos Milazzo declara que a Sociedade vive um momento especial e dá um recado para os jovens médicos.
Mens Sana
Entrevista
/12
/14
NovosSócios/18Compromisso maior da Sociedade é a qualificação do seu quadro associativo
Informação/08Tudo o que o associado precisa saber sobre as facilidades e a interatividade online que estão disponíveis no novo portal da SBC
Atuação/10Resolução do CFM traz novas orientações para publicidade médica e relacionamento com a sociedade
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
0908
No ar desde maio, o novo portal da SBC
traz um espaço virtual com conteúdo
atualizado que oferece diversas
possibilidades de interatividade. Além de
apresentar um design moderno, o site é dinâmico
e ágil. Agora é possível enviar casos, discutir
exames, consultar dados, conversar por chat, por
microfone e, até mesmo, fazer videoconferência
ponto a ponto entre os associados em todo o
País.
O objetivo é que o cirurgião da coluna utilize
essas ferramentas no seu dia a dia de onde quer
que esteja, inclusive com acesso pelo smartphone e
tablets, transformando o portal em uma comunidade
online por meio de uma navegação direta, em que
praticamente todas as áreas do site são acessíveis
com apenas um clique.
Desenvolvido pela empresa webtvinterativa,
o portal utiliza a Plataforma Interativa, que
Confira as funcionalidades existentes do novo portal
www.coluna.com.br , seguindo as orientações do consultor
de Tecnologia da Informação(TI), Ricardo Giusti.
Para navegar no site e usufruir de todos os recursos
disponíveis, tais como ver vídeos e assistir à SBCTV,
Giusti explica que o ideal é que o associado tenha acesso,
de seu computador, à banda larga a partir de 1 mega (por
cabo ou sistemas 3G).
Consultório: permite acesso a vários escores específicos
para a coluna (Oswestry, Back Pain Index, Vernon & Mior
Cervical Spine Score, entre outros).
Casos Clínicos: o associado poderá enviar um caso clínico
para publicação no site e ter acesso a casos publicados por
outros colegas; acompanhar e participar de discussão sobre
os mesmos.
Centro Cirúrgico: três salas — lombar, deformidades e
procedimentos minimamente invasivos — onde o médico
encontra vídeos de técnicas cirúrgicas dentro dos temas de
interesse.
Aulas: dezenas de aulas disponíveis em vídeo para pronta
visualização, por streeming, direto no site.
Mesas-Redondas: várias discussões com a participação de
renomados especialistas sobre temas relevantes da cirurgia
da coluna.
Temas Livres: área onde se encontram muitos trabalhos
sobre cirurgia da coluna.
Pôsteres: área disponível para que os associados da coluna
enviem para o portal os seus pôsteres, para compartilhar
seus estudos e pesquisas com os demais membros da
Sociedade.
Biblioteca: módulo destinado à SBC para disponibilizar
aos associados acesso a livros no formato eletrônico e
links para o site das publicações Spine e para o The Spine
Journal.
MBE (Medicina Baseada em Evidência): temas ligados à
coluna (Revisões Sistemáticas da Cochrane) e os links para
diversas fontes primárias e secundárias de MBE (Embase,
Medline, LILACS, Clinical Evidence, Cochrane Library, etc.)
também são disponibilizados aos associados.
Novo portal da Sociedade traz conteúdo online
Portal da SBC por inteiro: Teses e dissertações: lincado ao Banco de Teses da Capes
(Ministério da Educação), permite que se saiba mais sobre
dissertações e teses dos associados da SBC.
Cursos e congressos: vídeos de cursos e congressos da SBC que
tenham conteúdo, como aulas, mesas-redondas e temas livres.
Livraria: área destinada, no futuro, à parceria com livrarias
médicas que tenham a oferecer preços especiais para
associados da SBC.
Cadastro: permite ao associado manter seus dados atualizados
diretamente no site.
Secretaria: atendimento virtual — o associado poderá ter acesso
a informações institucionais ou sobre a promoção de eventos
realizados ou com o apoio da SBC —, além de fazer pagamentos
de inscrições em cursos e congressos.
Meeting Point: três salas virtuais de bate-papo onde os associados
podem conversar por chat dentro do site.
Exposição: a EXPO 365 dá acesso a uma área de exposição com
estandes virtuais para as indústrias farmacêutica, instrumental e
de implantes mostrarem seus produtos.
SBCTV 24 horas no ar: 8 canais — coluna, deformidades, lombar,
minimamente invasiva, cervical, complicações, trauma e tumor.
Assim como na TV aberta ou a cabo, o associado seleciona o canal
e vê qual conteúdo está passando, podendo ver a programação
no ar e quais os próximos conteúdos listados na grade de
programação e seus horários.
Videochat: com a interatividade do portal, o associado pode
contar com a ferramenta de Videochat, possibilitando que,
diretamente de seu computador (com webcam) e microfone,
participe e interaja com outros colegas membros da SBC de
qualquer cidade do Brasil.
No portal, foram criadas cinco salas temáticas de Videochat
(coluna geral, deformidades, minimamente invasiva, second
opinion, trauma).
A sala Reunião de Diretoria, por exemplo, tem acesso restrito por
senha (diretores da SBC), enquanto que nas salas de Videochat os
associados devem clicar em “Iniciar minha Cam & Mic” e permitir
que sejam ativadas. A partir desse momento, o internauta pode
enviar seu vídeo e som e ver vídeos dos demais participantes da
sala. Ele poderá, ainda, trocar mensagem de texto, enviar arquivos
(imagens, RX, RM, TC, entre outras), arquivos Word e Excel, exibir
um vídeo no You Tube ou adicionar um vídeo no You Tube.
informação
disponibiliza, para os membros da Sociedade, em vários módulos dentro
do site, o ícone vermelho “i” de interatividade. Assim ele pode ver em
tempo real quem está no site ou naquele módulo e iniciar uma conversa
por chat com um ou vários colegas.
Segundo o diretor e consultor de TI da webtvinterativa, Ricardo
Giusti, o site conta com diversas ferramentas e módulos desenvolvidos
para abordar todos os aspectos da coluna que sejam de interesse do
especialista associado à SBC.
“São duas áreas de conteúdo, sendo uma aberta e outra de acesso
restrito aos sócios. Na área aberta, estão informações sobre a Sociedade,
eventos, galeria de fotos e notícias”, ressalta.
O portal disponibiliza uma ferramenta de RSS ligada a essas notícias
que permite receber em tempo real por smartphone as notícias lançadas
no portal.
Outra novidade é que o Informativo da SBC pode ser lido
diretamente no site em flash, bem interativo.
Já na área restrita, o acesso do associado é feito com login e
senha. Nessa seção, ele tem disponíveis 18 módulos específicos de
informações.
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
1110
Em fevereiro entrará em vigor a Resolução 1.974/11 do
Conselho Federal de Medicina (CFM), que fixou novas
regras e critérios para a publicidade médica no país, após
180 dias da sua publicação no Diário Oficial da União, em 19 de
agosto de 2011.
De acordo com as novas recomendações, o médico não poderá
mais expor o paciente em peças publicitárias, mesmo com a
concordância dele. O uso de celebridades será restrito, bem como
as imagens que vinculem o uso de serviços de saúde ao sucesso
pessoal ou profissional.
Em programas de entrevistas ou mesmo em reportagens, os
médicos não poderão anunciar serviços, dar telefones, endereços ou
ter participação que tenha como fundo conquistar novos clientes.
Os comentários devem ser esclarecedores e educativos, evitando o
sensacionalismo.
Conforme a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos do
CFM (Codame), embora sem força de lei, a resolução apresenta
parâmetros para anúncios e relacionamento com a mídia e a
Sociedade, que representam um grande avanço ao trazer para o dia
O Conselheiro Corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre, esclarece
para os associados da SBC a importância da Resolução 1.974 como
instrumento de valorização profissional e destaca que o médico deve estar
atento ao que preconiza o Código de Ética Médica no sentido de construir
uma relação sólida e baseada em confiança com seu paciente. “Isso evita
conflitos e é benéfico para a saúde do paciente”, sentenciou o conselheiro.
Informativo - Quais são as infrações mais comuns cometidas pelos médicos
divulgadas na mídia?
José Fernando Maia Vinagre - As denúncias mais comuns envolvem o artigo
1º do Código de Ética Médica vigente (artigo 29 no Código que esteve em
vigor até 2010), que trata de negligência, imprudência e imperícia. Nem
sempre as denúncias se tornam processos ético-profissionais; elas podem ser
arquivadas na fase inicial de apuração, ou seja, na fase de sindicância. O que
leva ao arquivamento é o fato de a denúncia não caracterizar uma infração ao
Código. Quando há indícios de infração, a sindicância se transforma em um
processo ético-profissional, que tem seu trâmite regido pelo Código de Processo
Ético-Profissional. Em caso de punição, as penalidades são aquelas previstas
na lei 3.268, de 1957: de advertência confidencial a cassação do exercício
profissional.
Como é feita a fiscalização pelo CFM?
José Fernando Maia Vinagre - O trabalho de fiscalização é descentralizado:
são os Conselhos Regionais de Medicina que o realizam. Os CRMs têm em sua
estrutura um departamento responsável pela fiscalização. Este departamento
é coordenado por um conselheiro. Praticamente todos os Conselhos possuem
médicos fiscais contratados por concurso. A previsão orçamentária anual do
CFM destina verbas para cada Conselho Regional para uso exclusivo em ações
de fiscalização. Grande parte das fiscalizações é feita por demanda do próprio
Conselho; eventualmente, situações emergenciais e de conhecimento público
também requerem fiscalizações.
De quem parte a maior parte das denúncias nas diferentes mídias?
José Fernando Maia Vinagre - Os veículos de comunicação fazem apurações
jornalísticas independentes; quando dessas apurações surge alguma denúncia,
os Conselhos Regionais de Medicina atuam. Não temos levantamentos sobre
a característica dos veículos, mas certamente as mídias que mais apresentam
denúncias são os jornais impressos e as TVs. Todas as demandas apresentadas
pela mídia são apuradas pelos Conselhos de Medicina.
CFM fixa novas regras para publicidade médica
atuação
a dia aspectos tratados apenas como conceitos.
Os novos critérios foram apresentados depois
de um ano e quatro meses de discussões com o
objetivo de aperfeiçoar as regras – editadas pela
primeira vez em 2003 – para a publicidade de
serviços médicos em todo o País.
A nova resolução exige também que o médico
indique em local claro seu CRM em cartões
ou mesmo anúncios em revistas. Segundo o
Conselho, isso facilitará ao paciente pesquisar sua
situação (se está ativo ou cassado) e se realmente
o número anunciado pertence ao profissional.
O profissional responsável pelas instituições
deve ter a função destacada em locais visíveis.
A medida vale para diretores de clínicas privadas
e públicas.
Para o CFM, a preocupação é estimular um
comportamento transparente, ético, educativo e
não sensacionalista entre os profissionais.
Publicidade
O primeiro artigo da resolução define
anúncio, publicidade ou propaganda
como “a comunicação ao público, por
qualquer meio de divulgação, de atividade
profissional de iniciativa, participação
ou anuência do médico”. Os atestados,
avisos, declarações, boletins, fichas,
formulários e receituários estão inseridos
nessa norma.
Outra questão importante é a que trata
sobre o relacionamento com a imprensa.
De acordo com a resolução, o médico
pode conceder entrevistas ou colaborar
com a mídia apenas para oferecer
esclarecimentos à sociedade.
Essas colaborações não podem ser
usadas para autopromoção, aferição de
lucro ou para angariar clientela. Exemplo:
é vedado permitir nessas oportunidades
a divulgação de endereço ou telefone de
consultório.
Nas entrevistas para a imprensa,
o médico deve ter uma postura
de esclarecimento, que exclua o
sensacionalismo, a autopromoção, a
concorrência desleal, a sugestão de que
trabalha com técnicas exclusivas e a defesa
de interpretações ou procedimentos que
não tenham respaldo comprovado.
Em relação ao uso da internet, redes
sociais, essas vias de informação também
não devem ser usadas para angariar
clientela, de modo que divulgar endereço
ou telefone por meio desses instrumentos
também não é uma atitude permitida
pela resolução.
Médicos devem cumprir Código de Ética
Mais informações: http://www.cfm.org.br ou pelo e-mail – [email protected]
Ilus
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Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
1312
Bahia. Ano: 1974. Foi quando Roberto Nadier Barbosa se
lançou ao mar. Porém, como ele conta, “a minha vida
marítima não começou com um veleiro, e sim, com uma
lancha de 19 pés”.
No ano seguinte o velejador e cirurgião ortopedista de coluna
conheceu o casal Luís e Nelma Villar, proprietários do saveiro
de madeira Maré Mansa, embarcação em que começou a ver e a
sentir o prazer de navegar a vela. “Fomos companhia constante
nas velejadas de fim de semana em Salvador. Pouco tempo depois,
vendi a lancha e comprei um pequeno saveiro de madeira com vela
de pena, passando eu e a Conchita, na época, namorada, a velejar
com amigos”, destaca.
O pequeno veleiro recebeu o nome de Rebocado por conta de
um motor bastante temperamental. “Sempre que faltava vento
voltávamos para o porto rebocados por outra embarcação”, disse
o ortopedista.
O primeiro veleiro de fibra, um Cabras Mar 24 pés, foi adquirido
em 1989, mas Nadier velejou apenas seis meses com o barco.
“Decidimos vender um apartamento e comprar um Brasília 32 pés, o
‘Virtual’, que, na época, era tido como iate e com o qual os nossos
filhos Milena e Roberto tiveram oportunidade de curtir a natureza,
conhecer lugares inesquecíveis dentro da Baía de Todos os Santos e
sentir o prazer de velejar.”
Na opinão de Nadier, os sonhos dos velejadores são virtuais, e para
não fugir à regra, ele comprou o terceiro veleiro de fibra, um Bruce
Farr 38 pés, o “Pagé”, possibilitando que as velejadas ultrapassassem
Velejadas
“As velejadas foram e são muitas. Em média dois finais de
semana por mês, na sua grande maioria dentro da ‘nossa’ Baía
de Todos os Santos. Dentre as mais longas, muitas à Baía de
Camamu, algumas a Angra dos Reis e nove a Salvador-Noronha.
Em 1998, no intuito de conhecer outras paisagens e
costumes de outras civilizações, juntamo-nos a alguns amigos,
tripulantes do ‘News’, e fomos velejar no Caribe. Foram duas
aventuras: na primeira vez, alugamos um veleiro Benetou
45 pés e percorremos as ilhas do Caribe americano e inglês
durante dez dias maravilhosos.
Dez anos depois, com a mesma tripulação, alugamos um
multicasco (Catamarã) de 43 pés e saímos velejando pelo Caribe
francês, também por dez dias, por lugares inesquecíveis.”
De bem com a vida em alto-mar
as fronteiras da Baía de Todos os Santos.
“Em 1994, no ‘Pagé’, realizamos um dos maiores
feitos na vela oceânica baiana, com uma tripulação
maravilhosa, conseguimos o primeiro lugar na Regata
Internacional Recife-Fernando de Noronha. Vale
ressaltar que a minha primeira ida a Fernando de
Noronha, em 1986, foi no veleiro ‘Luar de Prata’.”
Um novo sonho em 1995: o “News” (North, East,
West e South), de 40 pés. Segundo o ortopedista,
esse barco lhe deu enormes alegrias e vários títulos,
até então não conquistados; Campeão Baiano, Fita
Azul (primeiro barco a cruzar a raia de chegada),
vários primeiros lugares, além da felicidade de ter
a companhia dos seus filhos a bordo na Regata
Internacional Recife-Fernando de Noronha.
mens sana
Perigo à vista
“Desfrutamos do prazer de velejar no ‘News’
durante 17 anos. É que com a redução da nossa
tripulação (os filhos já não eram companhia
constante), veio a vontade de voltarmos para a
classe Cruzeiro”, explica o atual Comodoro do
Aratu Iate Clube, Roberto Nadier, que optou
por um projeto mais novo, com mais conforto,
um veleiro de fibra, modelo Delta 36, o “Pagé”,
em memória ao Farr 38, e o quarto veleiro do
ortopedista.
“Velejar, para mim, não é só preciso, é
indispensável. Além do esporte, da atividade
física, do convívio social e da diversão, eu classifico
o prazer como motivação maior para velejar.”
Nadier se considera realista, mas o fascínio
que exerce a magia de poder ajustar (trimar) as
velas em busca do melhor aproveitamento do
vento (combustível principal) “é um sentimento
indescritível e envolvente. São momentos únicos
em que a minha integração com a natureza me
isola do todo a minha volta, e relaxar é uma
consequência inevitável”, completa.
Entre as várias situações vividas mar adentro,
Roberto Nadier ressalta uma regata a bordo do
“Pagé” (Farr 38), com tripulação de dez homens.
“Uma rajada de vento com velocidade em torno
de 40 nós, equivalente 80 km por hora, provocou,
na linguagem do velejador, um Nok Dawn.” Ele
explica que nessa situação o vento empurra mastro
e velas para um lado sinalizando uma emborcada,
porém a quilha ou espadela, que fica abaixo da
linha d´água, faz com que o veleiro volte a sua
posição. “O mastro do barco, juntamente com
as velas, ficou dentro da água, estava chegando
quase ao meio do veleiro”, finalizou.
014 015
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
1514
Jogo rápido
Time do coração: Goiás Esporte Clube
Uma dica para ser um bom médico: Atualizar sempre e bom senso
Uma frase que marcou: “... seja pronto para ouvir, tardio para falar...” (Tiago 1:19)
A maior virtude de alguém: Autenticidade
O pior defeito de alguém: Falsidade
O que o emociona: O nascimento de um neto
Um passatempo: Criação de canários
Um lugar para viajar: Itália
Prato preferido: Picanha assada
Um filme: Doze Homens e uma Sentença
Música inesquecível: Amigos para Sempre (Friends For Life, Jose Carreras)
Qual o lugar para viver sem ser Goiânia? Curitiba
O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do Céu: “Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor”
SBC é agregadora e promissora
entrevista
Informativo – Qual a importância de o Comitê de Coluna da SBOT
ter se tornado Sociedade Brasileira de Coluna?
Luiz Carlos Milazzo – A mudança deu maior autonomia nas decisões,
ou seja, faculdade de se governar com o foco centrado nos interesses
e necessidades específicas daqueles que praticam a patologia da
Coluna Vertebral.
Informativo – Como o senhor observa a evolução da cirurgia da
coluna daquela época até a atualidade?
Milazzo - Os princípios basicamente são os mesmos; todavia a
evolução tecnológica tem nos proporcionado recursos que oferecem
maior segurança nas ações dos cirurgiões e melhores resultados nas
estabilizações e correções das deformidades, com menos sofrimento
e maior conforto para os pacientes.
Informativo - Quais as realizações da sua gestão que ficaram
marcadas na história da nossa Sociedade?
Milazzo - Creio que foram a estruturação do Comitê de Coluna e o
II Congresso Brasileiro da SBC realizado em Goiânia. O evento teve
uma frequência surpreendente para uma Sociedade ainda incipiente.
Na ocasião, visitamos pessoalmente todos os principais núcleos
que praticavam a ortopedia de coluna, para a elaboração de uma
programação que unificasse os interesses científicos e “políticos”
dos diferentes grupos que iniciavam uma convivência nacional global.
Nascido em Juiz de Fora e criado em
Goiânia, Luiz Carlos Milazzo presidiu
a SBC de 1989 a 1990. Professor
aposentado na cadeira de Ortopedia e Traumatologia
da Universidade Federal de Goiás, sua formação
em patologia da Coluna Vertebral foi no Centro de
Escoliose do Pavilhão Fernandinho Simonsen, da
Santa Casa de São Paulo, em 1978, sob orientação
do Prof. Waldemar Carvalho Pinto.
Com treinamento no Serviço de Patologia da
Coluna Vertebral no Minnesota Spinal Center,
atuou no “Riversite Medical Center” e “Gillette
Childrens Hospital” em St. Paul, chefiado pelo
Prof. Robert Winter.
Fundador e chefe da Residência Médica em
Ortopedia e Traumatologia do IOG de 1990 a 2003,
o ortopedista foi vice-presidente da SBOT e esteve
à frente da SBOT Regional Goiás por quatro gestões.
Membro da Academia Goiana de Medicina, o Prof.
Milazzo é o segundo entrevistado da série que
registra a história da nossa Sociedade, no olhar dos
seus ex-presidentes.
Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral
Data: 25 e 26 de novembroLocal: Hotel JP - Ribeirão PretoPalestrantes convidados do exterior: Keito Ito (Holanda), Jean Charles Le Huec (França) e Emre Acaroglu (Turquia)Temas principais: Deformidade, Degeneração do Disco Vertebral, Doenças Degenerativas da Coluna Vertebral, Biodinâmicas da Coluna VertebralInformações: www.fmrp.usp.br/ral/coluna www.coluna.com.brRealização: Serviço de Coluna do Departamento de Biodinâmica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor FMRP-USP em conjunto com a Sociedade Brasileira de ColunaCoordenador: Helton Delfino
Seminário AOSpine: Trauma da Coluna Vertebral
Data: 2 e 3 de dezembroLocal: Porto AlegreTemas: Trauma cervical alto, Trauma toracolombar, Trauma sacralPalestrantes convidados: Alexandre Sadao Iutaka (São Paulo), Albert Brasil (Porto Alegre)Informações: (41) 3016.4491 [email protected] – Sônia Budziak
nov/11
dez/11
agendaInformativo - Como o senhor avalia o momento
atual da SBC?
Milazzo – É fantástico, agregador e promissor.
A presença dos neurocirurgiões ampliou
significativamente os debates propiciando uma
visão mais eficaz no binômio mecânico-funcional da
coluna vertebral.
Informativo - Que mensagem é importante para
o jovem cirurgião de coluna que ingressa na SBC?
Milazzo - Dominar a tecnologia moderna sem esquecer
os “sentimentos” humanos que tornam os pacientes
“à imagem e semelhança de Deus.”
016
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
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Condrossarcoma de coluna vertebral
Paciente, sexo feminino, profissão do lar.
Idade: 23 anos
História: a paciente informa dor a 12 meses
do tipo lombociatalgia progressiva e aumento
de volume na região. No exame físico, observou-se
lesão com aderência a planos profundos.
Resumo do Caso: Paciente portadora
de osteocondromatose múltipla familiar
e malignização de lesão na coluna lombo sacro.
Tratamento: cirúrgico por ressecção com margens
livres oncológicas mais fixação e boa evolução clínica.
O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Aldemar Roberto Mieres Rios, do Departamento de Ortopedia e Traumatologia – Coluna, da Santa Casa de Porto Alegre (RS).
Radiografia em ântero posterior
Radiografia em Perfil pré-operatória
Tomografia computadorizada corte axial
Histologia evidenciando condrossarcoma da peça operatória
Participe enviando sua resposta, acessando www.coluna.com.br
Um problema grave na cirurgia de coluna vertebral
é o surgimento de infecção no pós-operatório
imediato. Essa taxa ocorre entre 1% a 12%.
A média está relacionada com diversos fatores, tais como:
tipo de cirurgia, a duração do procedimento, presença de
comorbidades, estado nutricional, entre outros.
O certo é que o uso de antibiótico profilático diminui de
maneira significativa a infecção. Como regra, em geral
observa-se no sítio infectado a presença de eritema seguido de
drenagem. O exame de laboratório mais sensível é a dosagem
de Proteína C reativa.
Na presença da infecção, devemos realizar um desbridamento
amplo acompanhando de volumosa irrigação. Quando na presença
de implantes e ou enxerto ósseo, eles podem ser mantidos no local;
para, no mínimo, não se perder a estabilidade da lesão.
Epidemiologia e fatores de risco para infecções cirúrgicas, dados relevantes:
Cirurgia de hérnia de disco aberta apresenta
< 1% de infecção no pós-operatório.
Microdisectomia: estudos mostram alguma
evidência em que > o risco de infecção.
Descompressão de estenose de canal, a taxa
de infecção varia entre 1,5% a 2%.
No sítio doador de enxerto, a infecção pode chegar até 20%.
Na artrodese de coluna lombar, a taxa de infecção
situa-se entre 3% a 6%.
Outros fatores que predispõem à infecção
em cirurgia de coluna são:
• Pré-hospitalização
• Hipertensão arterial sistêmica
• Tempo prolongado de cirurgia > 3 horas
Pós-operatório imediato em infecções na coluna vertebral
fórumi n t e r a t i v o
Obs.: o uso de RM com gadolínio pode detectar, de modo
precoce, uma discite. Porém, sempre que, durante o
procedimento, o disco for autuado este exame também
estará alterado.
Antibiótico profilático:
A cirurgia de coluna pode ser dividida em três tipos:
• Limpa sem risco de infecção entre 1 a 5%
• Limpa com contaminação
• Contaminada
Obs.: O antibiótico de escolha é a Cefazolina
iniciada na indução anestésica.
Trabalhos mais recentes usam Lincomicina; outros,
Gentamicina, mais Vancomicina na indução anestésica
e utilizam Estreptomicina na irrigação salina
do campo operatório.
Obs.: tempo de uso de antibiótico profilático 24 horas.
Conclusão:
Cada cirurgião tem o seu grau de suspeição de uma
infecção no pós-operatório de cirurgia de coluna.
Fatores de risco, como má nutrição, por exemplo,
devem ser detectados antes de marcar a cirurgia.
Limitar o tempo operatório e lesão de partes moles.
Antibiótico de escolha, Cefalosporina de primeira
geração.
Pós-operatório, incentivar o paciente a caminhar.
Na presença de infecção, deve-se desbridar de modo
amplo e solicitar cultura com antibiograma do material
recolhido da lesão.
Resenha comentada do artigo: Postoperative Wound Infections of the Spine John M. Beiner,
M.D., Jonathan Grauer, M.D., Brian K. Kwon, M.D., Alexander R. Vaccaro, M.D. Neurosurg
Focus. 2003;15(3) © 2003
Efeitos de má nutrição:
< proteínas relacionam-se com uma má cicatrização
da ferida operatória e > imunossupressão
Rotina dosar: Albumina (>3.5g/dl)
Prealbumina (< de modo rápido na desnutrição)
Linfócitos (>2.000células/mm3)
Obs.: quando necessária dupla abordagem,
realizar em um único tempo para diminuir o tempo
de hospitalização e a incidência de infecção.
Diagnóstico:
Sempre que o paciente sentir desconforto na ferida operatória
no pós-operatório imediato, deve-se pensar em infecção.
Em torno de 15 dias, é a média de tempo para surgir uma
infecção. Cerca de 93% dos pacientes apresentam uma
drenagem na ferida operatória. Quase sempre sem febre.
Atenção para o laboratório:
VSG: aumentada, em geral > 71.5 mm/h.
Obs.: O pico ocorre no quinto dia pós-operatório e pode
manter-se elevado por 21 a 42 dias durante o pós-operatório.
PCR: > até o 3º pós-operatório é normalizado
entre o quinto e o 14º dia.
Atenção: Esses índices são sensíveis, porém não específicos.
Diagnóstico por imagem: radiografia, tomografia
computadorizada e ressonância magnética são de limitado
valor no diagnóstico de infecção no pós-operatório de cirurgia
na coluna com implantes metálicos.
Obs.: tomografia e ressonância magnética podem ajudar a
diferenciar entre hematoma, material purulento e tecido de
granulação. A dificuldade diz respeito aos implantes no local
que se está examinando.
resenhac i e n t í f i c a
Revista SBC OUT/NOV/DEZ 2011
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Com 53 candidatos inscritos, a edição 2011 do exame
para ingresso à Sociedade ocorrerá no dia 24 de novembro,
em Ribeirão Preto, durante o Curso de Técnicas Modernas e
Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral.
A tarefa de gerenciar o processo de entrada de
novos sócios (ortopedias e neurocirurgiões) e também
o regramento e credenciamento de novos serviços
formadores de especialistas em patologias e cirurgias
da coluna vertebral é da Comissão de Capacitação
Profissional, presidida pelo Dr. Edson Pudles.
Médicos formados antes de 1997, com título de
especialista (SBOT ou SBN), são admitidos com a
apresentação de documentação, conforme edital.
Uma carta de apresentação de três associados e a
comprovação de participação em, no mínimo, dois
Congressos Brasileiros da SBC são algumas das exigências
para o ingresso nessa categoria de novos sócios. Segundo
Pudles, médicos formados após 1997 só podem entrar
na SBC por meio de um exame, que inclui a realização de
prova oral, prova escrita, apresentação de currículo e de um
trabalho científico.
Para o ingresso de neurocirurgiões, a Comissão exige a
residência em Serviço de Neurocirurgia oficial e reconhecido
pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, além do título
de Membro titular daquela Sociedade.
O candidato ortopedista precisa ter o seu título de
Especialista fornecido pela SBOT e ter frequentado o estágio
em cirurgia da coluna, de pelo menos um ano de duração, em
um dos Serviços Credenciados pela SBC.
“Acreditamos que com esse grau de exigências temos um
candidato com conhecimento suficiente para engrandecer
a nossa SBC. Desse modo, não nos tornamos, simplesmente,
um aglomerado de médicos com interesses associativos muitas
vezes difusos”, completa o cirurgião.
Cresce o número de candidatos que desejam ingressar na Sociedade
Qualidade
A cada ano o exame de inclusão vem se
aperfeiçoando, salienta Pudles, que acredita que o
trabalho da comissão vem cumprindo o seu papel,
sem causar ônus às finanças da Sociedade. “O uso da
estrutura oferecida em Ribeirão Preto, a custo zero,
pelo Dr. Helton Defino é de suma importância para o
êxito do exame”, destaca.
Outro apoio imprescindível é a participação de
examinadores convidados, que sempre auxiliam na
realização da prova oral.
O primeiro exame nos moldes atuais foi
realizado em 2007, no Congresso Brasileiro
da SBC, em Porto de Galinhas. Nas edições
seguintes, a prova foi realizada anualmente em
Ribeirão Preto, com um incremento de 10% a mais
de candidatos a cada ano.
A prova escrita é composta de 50 questões de
múltipla escolha com 4 opções, e a prova oral é
composta de 10 casos clínicos com 6 minutos de
duração para cada um desses casos. Inicialmente,
são apresentados a história do paciente e exames
relevantes para o caso, e, na sequência, outros exames
para confirmação do diagnóstico e da conduta a ser
tomada na patologia em questão.
Edson Pudles acredita que a prova oral e a
prova escrita selecionam os candidatos com
conhecimentos suficientes para poderem exercer
a especialidade. “Teremos 54 examinadores
convidados, e a prova oral será realizada em dois
turnos de 1 hora. Na verdade, a prova é o resultado de
um trabalho coletivo em prol da qualidade científica
do quadro social da SBC”, enfatiza Pudles.
capacitaçãop r o f i s s i o n a l
Ensino médico em cirurgia da Coluna• Por dentro dos Serviços Credenciados da SBC
Reportagem especial mostra a formação do cirurgião ortopedista e do neurocirurgião de coluna no Brasil
Ciência:
Entrevista exclusiva com o Professor Robert Winter, um ícone da cirurgia de coluna
próxima edição
Serviço de Coluna Vertebral do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
Divu
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Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher
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