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1 HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO GRADUAÇÃO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM CLÍNICA MÉDICA INGRID ALMEIDA GOMES FERREIRA Disfagia: uma manifestação grave em paciente com Dermatomiosite. Relato de caso e revisão de literatura São Paulo 2015

Transcript of INGRID ALMEIDA GOMES FERREIRA Disfagia: uma ......Disfagia: uma manifestação grave em paciente com...

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    HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL

    TRABALHO DE CONCLUSA�O DE CURSO

    GRADUAÇÃO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM CLÍNICA MÉDICA

    INGRID ALMEIDA GOMES FERREIRA

    Disfagia: uma manifestação grave em paciente com

    Dermatomiosite. Relato de caso e revisão de literatura

    São Paulo

    2015

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    INGRID ALMEIDA GOMES FERREIRA

    Disfagia: uma manifestação grave em paciente com

    Dermatomiosite. Relato de caso e revisão de literatura

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

    Comissão de Residência Médica do Hospital do

    Servidor Público Municipal, para obtenção do

    título de Residência Médica.

    Área: Clínica médica (Reumatologia).

    Orientadora: Dra Pérola Goberstein Lerner

    São Paulo

    2015

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    Disfagia: uma manifestação grave em paciente com

    Dermatomiosite. Relato de caso e revisão de literatura

    Autorizo a inclusão integral deste Trabalho de Conclusão de Curso de minha autoria na Biblioteca Virtual do Município de São Paulo. Autorizo a divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

    __________________________________

    Ingrid Almeida Gomes Ferreira Residente de Clínica Médica

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    FICHA CATALOGRÁFICA

    Ferreira, Ingrid Almeida Gomes

    Disfagia: uma manifestação grave em paciente com dermatomiosite:

    relato de caso e revisão de literatura / Ingrid Almeida Gomes Ferreira. São

    Paulo: HSPM, 2015.

    31 f.: il.

    Orientadora: Drª. Pérola Goberstein Lerner.

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão de

    Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal de São

    Paulo, para obter o título de Residência Médica, na área de Reumatologia.

    1. Dermatomiosite 2. Disfagia I. Hospital do Servidor Público Municipal

    II. Título.

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    Agradecimento: À Dra Pérola Goberstein Lerner, pela colaboração e orientação na execução deste trabalho.

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    “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

    (Carl Jung)

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    RESUMO A dermatomiosite (DM) é uma doença crônica do grupo das miopatias

    inflamatórias manifestada por fraqueza muscular proximal além de lesões

    cutâneas características em regiões típicas do corpo. A disfagia neste grupo de

    pacientes pode ser um problema sério implicando severidade no quadro e

    também um indicador de pior prognóstico da doença, podendo ocorrer em mais

    de 50% dos pacientes. É relatado o caso de uma paciente de 42 anos de idade

    com fraqueza muscular proximal nos 4 membros, perda ponderal de 60kg,

    disfagia para sólidos e líquidos com necessidade de colocação de sonda

    nasoenteral (SNE) e posteriormente gastrostomia percutânea (GTT). Os

    exames laboratoriais iniciais revelaram aumento de enzimas musculares e

    transaminases. A eletroneuromiografia evidenciou miopatia de 4 membros e

    potenciais de fibrilação em repouso. A biópsia muscular revelou presença de

    miosite. Foi iniciada terapia com prednisona na dose de 1mg/kg e

    posteriormente feita associação com azatioprina. Após alguns meses do inicio

    da terapia houve melhora importante na força muscular dos 4 membros e do

    quadro cutâneo, porém com pouca melhora no quadro de disfagia. Quase um

    ano após o inicio do tratamento, a paciente permanece necessitando do uso de

    GTT apesar da remissão dos demais sintomas. Em conclusão, os casos de

    disfagia refratária necessitam de intervenção precoce devido a sua potencial

    morbimortalidade.

    Palavras-chave: Dermatomiosite, Disfagia

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    ABSTRACT:

    Dermatomyositis (DM) is a chronic disease from the group of idiopathic inflammatory myopathies characterized by proximal muscle weakness and skin lesions in typical areas. Dysphagia in this group of patients can be a serious problem and also an indicator of poor prognosis. Dysphagia can occur in more than 50% of patients. We reported the case of a 42 year-old woman presenting proximal muscle weakness in four limbs, weight loss(60kg), dysphagia to both solids and liquids with the percutaneous enteral feeding. Laboratory findings showed increased muscle enzymes and transaminases. Electromyography demonstrated evidence of a proximal myopathy and fibrilation. Muscle biopsy revealed myositis. Prednisone was administered at a dose of 1mg / kg and later combined to azathioprine. After the treatment started, there was a significant improvement in muscle strength and skin lesions. However, there was no improvement in dysphagia. Almost a year later, the patient remains in use of percutaneous enteral feeding despite the remission of other symptoms. In conclusion, cases of refractory dysphagia require early intervention due to its potential morbidity and mortality.

    Keywords: Dermatomyositis, dysphagia

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    SUMÁRIO

    REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................... 10

    OBJETIVO..................................................................................................................... 15

    METODOLOGIA............................................................................................................ 16

    RELATO DO CASO ...................................................................................................... 17

    DISCUSSÃO.................................................................................................................. 21

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 28

    ANEXOS........................................................................................................................ 31

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    REVISÃO DE LITERATURA

    As miopatias inflamatórias idiopáticas (MII) são um grupo heterogêneo

    de desordens autoimunes caracterizadas por inflamação e fraqueza muscular.

    De acordo com a classificação originalmente proposta por Bohan e Peter em

    1975 são reconhecidos cinco subtipos de doença: polimiosite primária

    idiopática (PM), dermatomiosite primária idiopática (DM), PM ou DM associada

    à neoplasia, PM ou DM juvenil e PM ou DM associada a outras doenças do

    colágeno.1

    A etiopatogenia das miopatias inflamatórias ainda é desconhecida.

    Existem relatos na literatura de associação com antígenos de

    histocompatibilidade, autoimunidade e fatores ambientais. Infecções virais tais

    como influenza A, hepatite B, Coxsackie e Picornavírus, vírus da

    imunodeficiência humana (HIV) e vírus T-linfotrópico humano (HTLV) podem

    desencadear um quadro de DM. A lesão primária da doença no tecido

    muscular é evidenciada histologicamente pelo infiltrado celular, rico em

    linfócitos T, B e macrófagos, e, pela necrose das fibras musculares.2,3,4

    A incidência anual de DM e PM é estimada em menos de 10 casos por

    milhão de indivíduos. Em geral, as mulheres são mais afetadas do que os

    homens, em uma proporção estimada de 2:1, de modo que há uma distribuição

    bimodal, com o primeiro pico de surgimento da doença entre 5 – 15 anos de

    idade e o segundo entre 45 – 65 anos.2

  • 11

    O diagnóstico das MII definido por Bohan e Peter inclui os seguintes

    critérios: 1.Fraqueza muscular proximal e simétrica; 2. Elevação de enzimas

    musculares séricas - creatinofosfoquinase (CPK) ou aldolase ou desidrogenase

    lática (DHL) ou aminotransferases; 3. Eletroneuromiografia compatível com

    miosite (potenciais de unidade motora polifásicos de baixa amplitude e de curta

    duração; fibrilações, mesmo em repouso; descargas de formato bizarro e

    repetitivas) 4. Exame anatomopatológico de biópsia muscular com

    anormalidades como degeneração, regeneração, necrose, fagocitose e

    infiltrado mononuclear intersticial; 5 lesões cutâneas características de DM −

    heliótropo; pápulas de Gottron; sinal de Gottron. O diagnóstico de DM é

    considerado definitivo, provável ou possível quando o rash cutâneo é

    associado a 3,2, ou 1 dos critérios supracitados respectivamente.1

    A DM é uma doença crônica caracterizada por fraqueza muscular proximal

    e a presença de erupção cutânea característica em áreas típicas. O quadro

    muscular da doença inclui perda de força proximal, principalmente em tríceps e

    quadríceps sendo o acometimento da musculatura normalmente de forma

    simétrica e com acentuação progressiva.4 Além do envolvimento da

    musculatura esquelética, também pode acometer os sistemas cardíaco,

    pulmonar e o trato gastrointestinal.5

    A disfagia neste grupo de pacientes pode ser um problema sério

    implicando severidade no quadro e também um indicador de pior prognóstico

    da doença. A disfagia pode ocorrer em mais de 50% dos pacientes e pode

    resultar do envolvimento da musculatura orofaríngea, do esôfago, ou de ambas

    estruturas. Pode ser notada ainda disfonia, com voz de característica

  • 12

    anasalada nestes pacientes. A dificuldade do transporte através da cavidade

    oral, a retenção faríngea e a alteração na motilidade esofágica superior podem

    ser comprovadas através de exames como a videofluoroscopia, sendo as

    complicações mais comumente observadas a aspiração nasal ou traqueal.6,7,8

    A relação entre DM e malignidade é bem estabelecida na literatura. Por

    sua vez, a presença de câncer é mais frequente na DM do que na PM.9 Em

    geral, carcinomas são mais frequentes do que sarcomas e malignidades

    linfoproliferativas.10 A DM pode surgir como uma síndrome paraneoplásica,

    precedendo o tumor em 34% dos casos, suceder à manifestação neoplásica

    em 40% dos casos ou as duas concorrerem concomitantemente (26%).9,11 A

    miosite pode ou não melhorar com o tratamento da neoplasia sendo que a DM

    neoplásica é menos responsiva aos corticoides sistêmicos.10,12

    Os corticoesteróides (CE) representam as drogas de primeira linha no

    tratamento da DM. A prednisona via oral é iniciada na dose de 1-2mg/kg/dia.

    Geralmente utiliza-se essa dosagem nas primeiras 6-8 semanas. A

    corticoterapia deve ser mantida até a melhora clínica e laboratorial, que pode

    demorar de semanas a meses. A redução da dosagem deve ser gradual, tendo

    por base a melhora clínica e queda dos níveis de CK buscando atingir a menor

    dose efetiva do corticoide.13. Em casos graves com envolvimento pulmonar ou

    cardíaco pode ser necessário a pulsoterapia endovenosa com

    metilprednisolona na dose 20-30 mg/kg/dia durante 3 dias consecutivos.14

    Atualmente é preconizada a introdução de imunossupressores (IS) desde

    o início do tratamento, tanto com a finalidade de reduzir a dose de

  • 13

    corticosteroides, após remissão do quadro agudo, quanto para os casos de

    prevenir eventual falha no tratamento com CE. Com o uso isolado de CE,

    estima-se que aproximadamente 20% a 30% dos pacientes mantêm doença

    ativa com fraqueza e deterioração muscular persistentes ou recaída após o

    controle inicial.15 Metotrexate (MTX), azatioprina (AZA), ciclosporina A (CSA) e

    ciclofosfamida (CFA), isolados ou em associação, são considerados agentes

    imunossupressores de escolha.16

    Nos pacientes refratários ao tratamento com corticoides e

    imunossupressores, evidências preconizam o uso de imunoglobulina humana

    intravenosa (IGIV). Esta recomendação é baseada em dois estudos. O

    medicamento foi avaliado em ensaio clínico duplo-cego, placebo controlado em

    15 pacientes com DM refratária ao tratamento com corticoides e

    imunossupressores. No grupo tratado com IGIV, houve resposta

    estatisticamente significativa na avaliação do escore de força muscular e dos

    sintomas neuromusculares após 3 meses.16 Em estudo observacional com 35

    pacientes com PM refratária à corticoterapia e a imunossupressores, foi

    administrada IGIV mensalmente (durante 4 – 6 meses). Após 6 meses, houve

    decréscimo de 50% da dose inicial de prednisona, redução dos níveis de CPK

    e melhora da força muscular. Foi evidenciada resposta clínica satisfatória em

    70% dos pacientes, que foi mantida em aproximadamente metade deles ao

    longo de 3 anos de observação.17 O uso de imunoglobulina intravenosa não se

    relacionou com eventos adversos sérios.18

  • 14

    De acordo com dados encontrados na literatura, a taxa de sobrevida

    média em 5 anos dos pacientes com miopatias inflamatórias idiopáticas varia

    em torno de 63% a 95% podendo a causa de morte ser decorrente de

    acometimento cardíaco, pulmonar ou a existência de câncer associado.19,20,21

    Dentre os fatores de mau prognóstico relacionados a esta doença destacam-se

    a idade avançada ao diagnóstico, severidade da miosite, a presença de

    disfagia, o envolvimento do aparelho cardiopulmonar, a associação com

    neoplasias e atraso no início do tratamento.22

  • 15

    OBJETIVO

    Realizar uma revisão de literatura sobre a dermatomiosite;

    Relatar o caso de uma paciente atendida no setor de Reumatologia do HSPM,

    com diagnóstico de dermatomiosite associada à disfagia grave, sua

    repercussão na qualidade de vida do paciente bem como evolução e desfecho

    terapêutico.

  • 16

    METODOLOGIA

    Este estudo foi realizado de acordo com as normas para pesquisa

    envolvendo seres humanos e obedecendo aos preceitos do Código de

    Nuremberg.

    Trata-se de um relato de caso, retrospectivo e analítico. Foram

    levantados os dados do prontuário do paciente em estudo após autorização de

    acesso do Setor de Arquivos Médicos do referido Hospital. Além disso, foi

    aplicado ao indivíduo analisado, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    (Anexo 1), autorizando, assim, os pesquisadores a terem acesso aos seus

    dados médicos, se comprometendo a não divulgarem dados pessoais que

    possam identificar o paciente.

  • 17

    RELATO DO CASO

    Paciente do sexo feminino, raça branca, 42 anos de idade, casada, do lar,

    natural e procedente de São Paulo - SP.

    Paciente admitida com queixa de mialgia e fraqueza muscular há cerca de

    4 meses, apresentando dificuldade importante para deambular, associada a

    disfagia incapacitante (sólidos e líquidos) e emagrecimento de 60 kg neste

    período (referiu que pesava 160kg). Negava comorbidades prévias ou hábitos

    de etilismo/tabagismo. Procurou pronto socorro deste hospital, sendo procedida

    internação hospitalar e solicitada uma avaliação da Reumatologia.

    Na avaliação e exame físico iniciais apresentava-se em regular estado

    geral, ausência de força muscular nos 4 membros (não conseguia deambular

    ou ficar em pé, estava acamada e locomovia-se apenas através de cadeira de

    rodas). Havia presença de lesão violácea nas pálpebras superiores

    (Heliótropo), e eritema violáceo na face dorsal das articulações

    metacarpofalangeanas (Sinal de Gottron). Exame do aparelho cardiovascular,

    do aparelho pulmonar e do abdome sem alterações significativas.

    Permaneceu internada por 14 dias em outubro de 2014, período no qual

    realizou diversos exames para rastreio de neoplasia oculta que foram

  • 18

    inconclusivos seguidos de biópsia muscular que evidenciou miopatia

    inflamatória.

    Os exames da admissão revelaram CK: 1044U/L (VR: 26-140), DHL:

    998U/L (VR: 240-480), AST: 123U/L (VR: 12-38), ALT 105U/L (VR: 7-41),

    Proteína C Reativa (PCR): 11,1 (VR: até 0,5mg/dl), Anticorpo antinuclear (FAN)

    reagente 1/1280 e demais auto-anticorpos (Anti-SM, Anti-RNP, Anti SSA, Anti-

    SSB, Anti Scl70) não reagentes. A eletroneuromiografia demonstrou sinais de

    miopatia de 4 membros de predomínio proximal e potenciais de fibrilações em

    repouso.

    Para investigação complementar de neoplasia oculta a paciente

    realizou tomografia computadorizada de tórax, abdome, pelve, USG

    transvaginal, USG de mamas, endoscopia digestiva alta e colonoscopia. Todos

    estes exames não encontraram alterações significativas dos padrões da

    normalidade. O estudo contrastado de EED demonstrou zona de estreitamento

    na porção proximal do esôfago e a videolaringoscopia disfagia orofaríngea

    grave, sendo orientado SNE exclusiva e acompanhamento fonoaudiológico

    devido alto risco de broncoaspiração e outras complicações. A biópsia

    muscular realizada em 17/11/2014 evidenciou infiltrado linfoplasmocitário,

    intersticial e necrose de fibras musculares compatível com miopatia

    inflamatória. Baseado nestes achados, foi feito o diagnóstico de

    Dermatomiosite (DM)

  • 19

    Figura 1. Estudo contrastado de Esfôfago-Estômago-Duodeno (EED) evidenciando estreitamento proximal do esôfago. Exame prejudicado devido ingesta insuficiente do contraste baritado em virtude da disfagia grave da paciente. Foi iniciada terapia com prednisona 1mg/kg/dia e associação com

    azatioprina. Após 8-12 semanas de inicio do tratamento a paciente apresentou

    melhora importante do quadro de fraqueza muscular, com retorno progressivo

    da força muscular nos 4 membros e da deambulação, remissão do quadro

    cutâneo, porém sem melhora expressiva na queixa de disfagia. Os exames

    laboratoriais de CK, AST, ALT, DHL e PCR que se encontravam alterados

    incialmente, retornaram aos valores encontrados na normalidade. Ao final de

    junho de 2015 foi internada novamente no serviço para realização de

    gastrostomia para retirada de SNE e treinamento da musculatura da deglutição

    com fonoterapia.

    Ex. Laboratoriais Out/2014 Nov/2014 Mar/2015 Ago/2015

    CK 1044 149 22 63

    DHL 998 337 239 201

    TGO (AST) 123 58 29 19

    TGP (ALT) 105 112 47 18

    Quadro 1. Evolução laboratorial – antes e após o inicio do tratamento

  • 20

    Figura 2. Gastrostomia percutânea para evolução de dieta enteral exclusiva

    Atualmente a paciente segue em acompanhamento ambulatorial regular

    com a equipe de Fonoaudiologia e Reumatologia, ainda em uso de terapia com

    corticoide e imunossupressor (azatioprina) com diminuição progressiva da dose

    do corticoide, realizando fonoterapia regularmente visando aumento na força

    das estruturas orofaríngeas e otimização da deglutição

  • 21

    DISCUSSÃO

    A DM é uma doença crônica do grupo das miopatias inflamatórias

    manifestada por fraqueza muscular proximal (cintura escapular e pélvica) e

    lesões cutâneas características em regiões típicas do corpo. O envolvimento da

    pele na DM pode ter diversas manifestações tais como uma erupção eritemato-

    violácea nas pálpebras (sinal do Heliótropo); erupções eritematosas na face,

    pescoço e região anterior do tórax; erupção eritematosa em região posterior

    dos ombros (sinal do “xale” ou “manto”); lesões violáceas sobre articulações

    interfalangeanas ou metacarpofalangeanas, cotovelos ou joelhos (pápulas de

    Gottron); descamação, fissuras, ceratose e hiperpigmentação simétricas e não

    pruriginosas nas palmas (“mãos de mecânico”); fotossensibilidade e outras

    alterações.23, 24

    A paciente do presente estudo apresentou lesões dermatológicas do tipo

    “heliótropo” e sinal de Gottron em articulações interfalangeanas e

    metacarpofalangeanas na avaliação inicial, o que aliado aos critérios de Bohan

    e Peter1 citados anteriormente facilitou a caracterização do quadro de DM. No

    entanto, as lesões cutâneas regrediram prontamente logo ao início do

    tratamento com corticoterapia e imunossupressão.

    Além do envolvimento da musculatura estriada esquelética, a DM

    envolve ainda a musculatura respiratória, o miocárdio e o trato gastrointestinal.

    É estimado que em torno de 10-73% dos pacientes que apresentem miopatias

    inflamatórias sofram de algum grau de disfagia. A disfagia ocorre com mais

    frequência em portadores de miosite por corpúsculo de inclusão (MCI) do que

    na PM/DM. Este distúrbio pode ocorrer devido o comprometimento da

  • 22

    musculatura estriada orofaríngea envolvida na deglutição.5 Da mesma forma, a

    musculatura lisa do esôfago e estômago também podem estar afetadas

    levando a disfunção motora destes órgãos. Como consequência, sobrevém

    peristalse ineficiente que resulta em refluxo gastroesofágico, gastroparesia e

    constipação devido à inércia colônica.25 Estas disfunções na deglutição são

    consideradas grande causa de morbidade e mortalidade nestes pacientes e

    podem levar a complicações ameaçadoras a vida tais como caquexia

    relacionada a distúrbio severo na deglutição, e pneumonias aspirativas de

    repetição.26,27

    A paciente deste estudo apresentou perda ponderal de 60kg, disfagia

    para sólidos e líquidos inclusive engasgos com a própria saliva com

    necessidade urgente de introdução de dieta exclusiva por sonda nasoenteral e

    programação de GTT pelo alto risco de broncoaspiração. Em casos nos quais

    os sintomas da disfagia se sobrepõem aos demais achados clínicos, como

    ocorreu com a paciente deste relato, GTT percutânea deve ser realizada

    precocemente para diminuir os efeitos deletérios tanto na qualidade de vida

    quanto no risco de pneumonia por aspiração, embora haja relatos na literatura

    de altas taxas de mortalidade neste grupo de pacientes que necessitem de tal

    intervenção.5

    Devido a perda ponderal dramática da paciente em poucos meses, todo

    esforço foi envidado no sentido de encontrar uma neoplasia associada,

    ocorrência frequente neste grupo de pacientes. Todavia, toda investigação

    resultou negativa e a acentuada perda ponderal verificada deveu-se ao grau

    severo de disfagia, que repercute até o presente, embora tenha ocorrido a

  • 23

    regressão do processo inflamatório muscular evidenciado pela normalização

    das enzimas musculares.

    Os exames subsidiários que podem auxiliar no diagnóstico da disfagia

    são a videofluoroscopia da deglutição, que pode contribuir para identificar o

    local exato da alteração fisiológica, uma vez que analisa todas as fases da

    deglutição desde a oral até as fases faríngea e esofágica. O exame contrastado

    de esôfago-estômago-duodeno (EED) é um método seguro simples e não

    invasivo que pode demonstrar distúrbios na motilidade das estruturas

    pesquisadas.5 A manometria de esôfago é outro método com boa sensibilidade

    na avaliação da disfagia, especialmente naqueles pacientes com envolvimento

    esofágico.28,29

    A paciente do presente estudo realizou EED que evidenciou zona de

    estreitamento na porção proximal do esôfago, entretanto, o exame com

    contraste de bário ficou prejudicado em sua análise porque a paciente não

    conseguiu deglutir quantidades suficientes do contraste para se obter

    informação conclusiva do padrão de disfagia existente. Por razões técnicas, a

    paciente não realizou manometria esofágica. Os achados clínicos e dos

    exames complementares levam a conclusão de que o tipo de disfagia da

    paciente é de comprometimento orofaríngeo e também da musculatura lisa do

    esôfago.

    Evidências sugerem que níveis de CK podem ser usados para

    determinar atividade da doença, porém não existe muita correlação com o grau

    de comprometimento clínico.30 Como verificado no presente caso, a

    normalização dos níveis de CK, bem como a melhora na força muscular dos 4

    membros, após instituída a terapia, não se acompanhou da reversão total dos

  • 24

    sintomas. Esta dissociação entre a força nos membros e severidade do

    acometimento orofaríngeo foi descrita na pesquisa realizada por Kim et al, a

    qual não encontrou correlação entre a força muscular e a severidade da

    disfagia.31 Isto reforça, portanto, a dissociação ocorrida com a paciente desta

    pesquisa.

    Em relação aos marcadores de autoimunidade, estes são classificados

    em específicos e não específicos para miosite. Dentre os não específicos, o

    fator antinuclear (FAN) é positivo em 80% dos casos.32 Os anticorpos ditos

    miosite-específicos são encontrados em até 30% dos pacientes (anti-Jo-1, anti-

    PL-7, anti-PL-12, anti-EJ, anti-Mi-2). Sua presença caracteriza a síndrome

    relacionada ao autoanticorpo Jo-1 cujas manifestações clínicas incluem: febre,

    artrite, fenômeno de Raynaud e doença pulmonar intersticial. Isto define a

    chamada síndrome antissintetase, presente em 20% dos pacientes com PM.33

    O anticorpo anti-RNP está presente quando doença mista do tecido conjuntivo

    ou lúpus eritematoso sistêmico está relacionado a dermatomiosite, e o anti-Scl

    70 quando é a esclerodermia a doença associada.34

    A paciente em questão não apresentou outros marcadores de doença

    autoimune além do FAN. A pesquisa de autoanticorpos miosite-específicos

    estava indisponível no momento, mas a ausência dos autoanticorpos anti- Sm,

    anti-RNP, anti-SSA, anti-SSB e anti- Scl 70 sugerem, neste caso, a ocorrência

    de DM em sua forma primária, portanto, não associada a outras doenças do

    colágeno.

    Os fatores de mau prognóstico associados a DM mais relatados na

    literatura são a idade avançada, a associação com malignidade, envolvimento

  • 25

    cardíaco, pulmonar, faríngeo e o atraso no início do tratamento.30 A paciente

    deste estudo apresentou somente a disfagia como fator de mau prognóstico da

    doença.

    O tratamento da dermatomiosite é fundamentado principalmente na

    corticoterapia,14 embora atualmente alguns autores sugerem que seja

    preconizada a associação com imunossupressores desde o início do

    tratamento para melhor controle da doença.15,16 Nos pacientes refratários a

    terapia com CE e IS por sua vez, é preconizada a administração de

    imunoglobulina intravenosa em doses elevadas, com alto grau de remissão de

    doença. 16

    A paciente do presente relato fez uso de prednisona desde o momento

    do diagnóstico sendo posteriormente associada azatioprina com boa tolerância

    e boa resposta manifestada por melhora na força muscular nos 4 membros.

    Entretanto, os sintomas de disfagia não melhoraram e a paciente permanece

    recebendo dieta via gastrostomia até o presente momento.

    Igual importância deve ser dada as intervenções não farmacológicas em

    pacientes com miopatias inflamatórias como fisioterapia e fonoterapia evitando

    desse modo maior deterioração física e psicológica no curso da doença.35,36 A

    paciente do presente relato apresentava inicialmente muita dificuldade para se

    comunicar através da fala, além de sialorréia importante, fato este que

    melhorou após inicio do tratamento fonaudiológico através do treinamento das

    estruturas orofaríngeas o que enfatiza a necessidade da abordagem

    multidisciplinar na condução desses pacientes.

  • 26

    Em uma série de 301 pacientes com PM/DM, reportados por I. Marie et

    al, 73 (24,3%) não responderam à terapia com esteroides, quanto a regressão

    dos sintomas relacionados com o envolvimento do esôfago (disfagia, afagia,

    tosse enquanto se alimentava, refluxo gastroesofágico para o faringe e

    rouquidão da voz). A este grupo foi administrado imunoglobulina intravenosa

    (IGIV). O esquema terapêutico usado foi 1mg/kg/peso de IGIV por 2 dias

    seguidos no mês durante 6 meses. Sessenta pacientes (82,2%) exibiram

    regressão dos sintomas esofágicos embora alguns deles ainda tenham

    experimentado disfagia intermitente.

    Esta seria uma possibilidade a ser aplicada na paciente do presente

    caso, pois a persistência dos sintomas esofágicos, apesar da melhora dos

    outros parâmetros, pôde classificá-la como refratária a terapêutica com

    esteroides e, portanto qualificá-la para inclusão na terapia com IGIV que se

    mostrou com alto percentual de resolução dos sintomas na série supracitada.

    Em conclusão, a disfagia pode ser um desafio tanto diagnóstico quanto

    terapêutico em portadores de miopatias inflamatórias. É muito importante a

    detecção precoce dos sinais iniciais de disfunção na deglutição, visto que, aí

    reside a principal causa de morbimortalidade por pneumonia aspirativa. A

    demora da regressão dos sintomas esofágicos sinaliza para a busca de

    tratamentos alternativos já consagrados na literatura como a imunoglobulina

    intravenosa que tem demonstrado remissão da doença em casos refratários.

    Além disso, é importante o acompanhamento multidisciplinar na condução

  • 27

    desses pacientes desde o inicio do quadro para se obter melhor resposta ao

    tratamento e também reduzir possíveis sequelas.

  • 28

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  • 31

    ANEXO

    Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) A senhora está convidada a participar como voluntário de um relato de caso realizado pelos pesquisadores Ingrid Almeida Gomes Ferreira e Pérola Goberstein Lerner O que é um relato de caso? Relato de caso é uma forma de comunicação científica onde o histórico de uma doença, tratamento ou cirurgia é descrito para educação dos profissionais de saúde. O assunto em questão geralmente é um fato raro ou incomum que, por seu valor instrutivo, pode ajudar outros profissionais a tratar de pacientes que sofram de uma condição semelhante. O relato de caso pode ser apresentado em reunião científica, aula, congresso da área da saúde ou em artigo publicado em revista especializada. O relato do seu caso não tem o objetivo de tratar de sua vida pessoal. Seu nome não será revelado e, no caso de haver fotos, essas serão somente usadas para comunicação científica, sempre procurando preservar sua identidade com tarjas para impedir seu reconhecimento. Você não receberá nenhum pagamento pela divulgação do trabalho, nem terá nenhum custo financeiro ou prejuízo no seu tratamento se não quiser participar. O estudo ainda será submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital do Servidor Público Municipal, antes de qualquer tipo de divulgação. Caso necessite de mais informações, o telefone de contato do CEP é 3397-8069. Após receber todos os esclarecimentos, caso aceite fazer parte deste estudo, a senhora deve assinar este documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Os pesquisadores estarão à sua disposição para discutir as dúvidas que a senhora possa ter a respeito deste estudo e sua participação.

    Eu, _________________________________________________________, RG n.º _______________________, autorizo a divulgação de informações a respeito da doença e do tratamento para exclusiva finalidade educacional e

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    científica, bem como a utilização da respectiva documentação médica, incluindo filmes e fotografias, para as mesmas finalidades.

    São Paulo, ________ de ____________________ de _______.