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SIMPÓSIO COD. SIMP123049 (Multi)letramentos em contextos de ensino de línguas por meio da internet HIPERFICÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL Viviane da Silva Santos (UERJ) Cristina Vergnano-Junger (UERJ) RESUMO Enquanto prática social, o letramento pressupõe interação entre os sujeitos e os diferentes gêneros, funções e tipos de leitura e escrita circundantes em uma sociedade (KLEIMAN,2008). Transpondo este conceito de letramento às tecnologias da informação e seu avanço, pode-se refletir sobre o letramento digital, as formas de interação com gêneros digitais (BUZATO,2009) e as habilidades para a leitura e escrita mediada por computador. O ambiente virtual carrega uma diversidade de gêneros (BAKHTIN,1985. MARCUSCHI,2002.) adaptados do ambiente físico ou criados mais especificamente a partir dos recursos que o meio oferece. A hiperficção, ou literatura digital, possui características de gêneros do ambiente físico, mas se concretiza com características próprias de seu ambiente, transfigurando-se, assim, em um possível gênero digital. A hiperficção pode ser colaborativa ou explorativa e, normalmente, está alocada em sites de projetos em literatura digital e blogs. Possuem como característica principal a hipertextualidade e o uso do link, da imagem e do som, configurando-se em um texto multimodal (ALONSO,2011. SANTOS,2010). Há, na academia, discussões

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SIMPÓSIO COD. SIMP123049

(Multi)letramentos em contextos de ensino de línguas por meio da internet

HIPERFICÇÃO E LETRAMENTO DIGITAL

Viviane da Silva Santos (UERJ)

Cristina Vergnano-Junger (UERJ)

RESUMO

Enquanto prática social, o letramento pressupõe interação entre os sujeitos e os diferentes gêneros, funções e tipos de leitura e escrita circundantes em uma sociedade (KLEIMAN,2008). Transpondo este conceito de letramento às tecnologias da informação e seu avanço, pode-se refletir sobre o letramento digital, as formas de interação com gêneros digitais (BUZATO,2009) e as habilidades para a leitura e escrita mediada por computador. O ambiente virtual carrega uma diversidade de gêneros (BAKHTIN,1985. MARCUSCHI,2002.) adaptados do ambiente físico ou criados mais especificamente a partir dos recursos que o meio oferece. A hiperficção, ou literatura digital, possui características de gêneros do ambiente físico, mas se concretiza com características próprias de seu ambiente, transfigurando-se, assim, em um possível gênero digital. A hiperficção pode ser colaborativa ou explorativa e, normalmente, está alocada em sites de projetos em literatura digital e blogs. Possuem como característica principal a hipertextualidade e o uso do link, da imagem e do som, configurando-se em um texto multimodal (ALONSO,2011. SANTOS,2010). Há, na academia, discussões sobre o ato de ler, se este exige (ou não) posicionamentos diversificados para textos digitais em comparação com os impressos. Estudos recentes não confirmam uma diferença significativa no ato de ler textos digitais, mas concordam com a necessidade de conhecimento e domínio do suporte do qual o texto faz parte (COSCARELI,2012). Partindo deste pressuposto, considerando o letramento digital para a hiperficção e propondo um diálogo entre linguística e literatura, o presente trabalho visa a caracterizar o gênero hiperficção e estabelecer em que medida o letramento digital afeta a leitura deste gênero. Trata-se de um estudo documental exploratório e descritivo de base qualitativa com amostra de hiperficções em língua portuguesa e espanhola, coletadas em sites e blogs na internet, no período de junho de 2012 a maio de 2013.

PALAVRAS-CHAVE: hiperficção; letramento digital; leitura

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(Multi)literacy in contexts of foreign languages education through the internet.

HIPERFICTION AND DIGITAL LITERACY

Viviane da Silva Santos (UERJ)

Cristina Vergnano-Junger (UERJ)

ABSTRACT

The concept of literacy as social practice presumes the interaction between the subjects and the different genders, purposes, and types of writing/reading surrounding them in the society (KLEIMAN,2008). When literacy is translated into the information technology (which is advancing rapidly) context, one can theorize about digital literacy the ways of interaction with digital genders (BUZATO,2009), and about the skills related to writing/reading through computers. Several genders are embedded in the virtual environment (BAKHTIN,1985. MARCUSCHI,2002.), whether adapted from the physical environment or created particularly with the tools that only digital environment supports. The hyperfiction, or digital literacy, presents itself with its own characteristics related to its own environment in spite of embracing features of the physical genders, earning this way its title as a possible gender, the digital gender. The hyperfiction may be collaborative or exploratory, and it is hosted, mainly, in websites of digital literature as well as in blogs. The contents present hypertext, links, pictures, and sounds. Therefore, they are configured as multimodal texts (ALONSO,2011. SANTOS,2010). There are, in the academy, current discussions about the act of reading, whether or not it requires different positioning towards digital texts when compared to physical ones. Recent studies did not present significant differences between both kinds of reading as far as the positioning is concerned, but they agree that some knowledge and mastering of the support involving the digital text are needed (COSCARELI,2012). Under this assumption of taking the digital literacy for hyperfiction purposes and proposing a dialogue between literature and linguistics, the present work aims to qualify the hyperfiction gender, and to assess the extent to which digital literacy affects this gender reading. This is an exploratory documentary, descriptive study of qualitative basis with samples of hyperfiction in Portuguese and Spanish languages, collected from websites and blogs on the internet, between Jun 2012 and May 2013.

KEYWORDS: hyperfiction; digital literacy; reading