Redes tolerantes a atrasos e desconexões - Conceito e aplicações
INSERINDO ASPECTOS SOCIAIS NA GERÊNCIA DE BUFFER PARA REDES TOLERANTES AO ATRASO E DESCONEXÕES
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INSERINDO ASPECTOS SOCIAIS NA GERNCIA
DE BUFFER PARA REDES TOLERANTES AO
ATRASO E DESCONEXES
-
CAMILO BATISTA DE SOUZA
INSERINDO ASPECTOS SOCIAIS NA GERNCIA
DE BUFFER PARA REDES TOLERANTES AO
ATRASO E DESCONEXES
Dissertao apresentada ao Programa de
Ps-Graduao em Informtica do Instituto
de Computao da Universidade Federal do
Amazonas como requisito parcial para a ob-
teno do grau de Mestre em Informtica.
Orientador: Dr. Ing. Edjair de Souza Mota
Manaus
Julho de 2013
-
c 2013, Camilo Batista de Souza.Todos os direitos reservados.
de Souza, Camilo Batista
D1234p Inserindo aspectos sociais na gerncia de buer
para redes tolerantes ao atraso e desconexes /
Camilo Batista de Souza. Manaus, 2013
xxiii, 72 f. : il. ; 29cm
Dissertao (mestrado) Universidade Federal do
Amazonas
Orientador: Dr. Ing. Edjair de Souza Mota
1. Computao Teses. 2. Redes Teses.
I. Orientador. II. Ttulo.
CDU 519.6*82.10
-
[Folha de Aprovao]
Quando a secretaria do Curso fornecer esta folha,
ela deve ser digitalizada e armazenada no disco em formato grco.
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(o formato JPEG pior neste caso).
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ter que converter o arquivo grco para o formato EPS.
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ao comando \ppgccufmg.
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onde ajuste uma distncia para deslocar a imagem para baixo
e escala um fator de escala para a imagem. Por exemplo:
approval=[-2cm][0.9]{nome do arquivo}
desloca a imagem 2cm para cima e a escala em 90%.
-
Dedico esse trabalho minha famlia em especial minha me, razo da minha
vida.
vii
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Agradecimentos
Agradeo primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me dado a oportunidade
de fazer este trabalho. Toda honra e toda glria a Ti, Senhor. Agradeo especialmente
minha me. A razo de estar aqui hoje voc. Agradeo todos os dias a Deus por
ter me dado esse presente que ter voc como me. Obrigado pela fora, dedicao,
carinho, incentivo e principalmente pelo exemplo que s pra mim. Tudo que tenho,
tudo que sou, devo a voc!
Agradeo Gssica Vasconcelos por me suportar e entender todos os momentos
que tive que car ausente por conta dos experimentos. Aos meus amigos Jonathan
Pessoa, Ncolas Hatta e Damio Soares por todo o companheirismo e fora repassadas
nesse perodo.
Fao um agradecimento especial aos colegas de grupo JB, Poliani e principalmente
ao Diogo por toda a ajuda dada nesse perodo. Aos colegas de curso Daniel Frazo,
Helmer Mouro e Rafael Cmara e aos demais colegas tambm.
Gostaria de fazer um agradecimento especial ao meu orientador, professor Dr.
Edjair Mota por ter me auxiliado e me orientado nesses anos, indicando os melho-
res caminhos a seguir. Obrigado, professor, pela pacincia e pelos ensinamentos que
certamente irei levar por toda a vida.
Por m, a todos que direta ou indiretamente contriburam para a realizao desse
trabalho o meu agradecimento e a minha sincera gratido. Eis aqui a realizao de um
sonho e todos citados aqui de alguma forma ajudaram para que ele virasse realidade.
Obrigado.
ix
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O sofrimento passageiro, desistir para sempre.
(Lance Armstrong)
xi
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Resumo
Alguns tipos de Redes Tolerantes ao Atraso e Desconexes precisam da ajuda dos
humanos para repassar dados entre os usurios. No entanto, humanos so socialmente
egostas e tendem a querer ajudar somente usurios com quem mantm uma relao
social, fato que prejudica o desempenho da rede. Diante do espao limitado de memria
secundria nos dispositivos, a gerncia de buer se torna fator crucial para que o
desempenho da rede seja satisfatrio. Este trabalho apresenta uma nova poltica de
gerncia de buer para DTNs, baseada na fora da relao social entre os usurios.
Uma avaliao de desempenho via simulao em dois cenrios de mobilidade real foi
feita. Os resultados obtidos indicam que a poltica proposta supera as demais polticas
testadas em termos da taxa de entrega, atraso mdio e da mdia de saltos.
Palavras-chave: Redes Tolerantes ao Atraso e Desconexes, relacionamento social,
gerncia de buer.
xiii
-
Abstract
Some types of Delay and Disruption Tolerant Networks need human help to send data
between users. However, humans are socially selsh and prefer to help users with whom
they have a social relationship, fact that aects the network performance. Given the
limited of memory secondary space in the devices, the buer management becomes a
crucial factor to satisfactory network performance. This work presents a novel buer
management policy for DTNs, based on the social relationship strength between users.
A performance evaluation was taken via simulation in two scenarios of real mobility.
The results shown that the proposed policy outperforms other buer management
policies tested in terms the delivery rate, average delay and average hops.
Keywords: Delay and Disruption Tolerant Networks, social relationship, buer ma-
nagement.
xv
-
Lista de Figuras
2.1 Exemplo 1: Internet Interplanetria. Nesta modalidade de Internet, os
atrasos na comunicao podem ser da ordem de horas e ate mesmo dias . . 8
2.2 Exemplo 2: Comunidade Rural da regio Amaznica. Nestes ambientes, di-
cilmente encontra-se infraestrutura bsica para o funcionamento da Internet 8
2.3 Funcionamento do protocolo TCP (Fonte: [7]) . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Camada de agregao (fonte: [31]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.1 Funcionamento do algoritmo de roteamento Epidmico quando dois ns A
e B esto no mesmo raio de transmisso (fonte: [39]) . . . . . . . . . . . . 23
5.1 Taxa de entrega utilizando roteamento epidmico no trace de Cambridge . 32
5.2 Taxa de entrega utilizando roteamento epidmico no trace Reality . . . . . 33
5.3 Taxa de entrega por tipo de mensagem no trace Reality . . . . . . . . . . . 34
5.4 Taxa de entrega por tipo de mensagem no trace Cambridge . . . . . . . . . 35
5.5 Atraso mdio utilizando roteamentoeEpidmico no trace de Reality . . . . 36
5.6 Atraso mdio utilizando roteamento epidmico no trace de Cambridge . . . 37
5.7 Mdia de saltos utilizando roteamento Epidmico no trace Reality . . . . . 39
5.8 Mdia de saltos utilizando roteamento Epidmico no trace de Cambridge . 40
5.9 Taxa de entrega utilizando roteamento PROpHET no trace de Reality . . 42
5.10 Taxa de entrega utilizando roteamento PROpHET no trace de Cambridge 43
5.11 Taxa de entrega de acordo com o tipo de mensagem no trace Reality . . . 44
5.12 Taxa de entrega de acordo com o tipo de mensagem no trace de Cambridge 45
5.13 Atraso mdio utilizando roteamento PROpHET no trace de Cambridge . . 46
5.14 Atraso mdio utilizando roteamento PROpHET no trace Reality . . . . . . 47
5.15 Mdia de Saltos utilizando roteamento PROpHET no trace de Cambridge 48
5.16 Mdia de Saltos utilizando roteamento PROpHET no trace Reality . . . . 49
xvii
-
Lista de Tabelas
1.1 Funcionamento de algumas polticas de gerenciamento de buer que utili-
zam informaes locais como base para o descarte . . . . . . . . . . . . . . 3
4.1 Conjuntos de dados utilizados no trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.2 Critrios utilizados para classicao da fora dos laos sociais entre os ns
no trace de Cambridge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.3 Parmetros utilizados nos experimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.1 Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Cambridge . . . . 40
5.2 Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Reality . . . . . . 40
5.3 Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Reality . . . . . . 49
5.4 Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Cambridge . . . . 49
xix
-
Sumrio
Agradecimentos ix
Resumo xiii
Abstract xv
Lista de Figuras xvii
Lista de Tabelas xix
1 Introduo 1
1.1 Motivao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Trabalhos relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Organizao do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Fundamentao Terica 7
2.1 Redes Tolerantes a Atrasos e Desconexes . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.2 Arquitetura DTN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.3 Tipos de Contato em uma DTN . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.4 Mtricas usadas em DTNs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3 Descrio do Problema e Proposta de pesquisa 15
3.1 Gerncia de buer utilizando relaes sociais . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.1 Mtrica fora da relao social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.2 Algoritmo de Gerncia de buer Drop Less Known . . . . . . . 18
4 Metodologia 21
4.1 Conjuntos de dados de mobilidade utilizados . . . . . . . . . . . . . . . 21
xxi
-
4.2 Algoritmos de roteamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.2.1 Algoritmo Epidmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2.2 Algoritmo PROpHET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.3 Classicao dos laos sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.3.1 Classicao da fora das relaes sociais no trace Reality . . . 25
4.3.2 Classicao da fora das relaes sociais no trace de Cambridge 25
4.4 Mtricas de avaliao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.5 Polticas de gerenciamento de buer utilizadas na avaliao de desempenho 26
4.6 Parmetros gerais das simulaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.7 Mtodos Estatsticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.7.1 Mtodo MSER-M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.7.2 Mtodo Overlapping Batch Means . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.7.3 Correlao de von Neumann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5 Resultados 31
5.1 Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de roteamento Epidmico 31
5.1.1 Taxa de Entrega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.1.2 Atraso mdio de entrega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.1.3 Mdia de Saltos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.2 Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de Roteamento
PROpHET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.1 Taxa de Entrega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.2 Atraso Mdio de Entrega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.2.3 Mdia de Saltos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
6 Concluses 51
Referncias Bibliogrcas 53
Apndice A Cdigos auxiliares implementados na pesquisa 59
A.1 Mtodos estatsticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
A.1.1 Implementao do mtodo MSER-5 . . . . . . . . . . . . . . . 59
A.1.2 Implementao do mtodo OBM . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
A.1.3 Implementao da classe que elimina a correlao . . . . . . . . 64
A.2 Arquivos de congurao utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
A.2.1 Arquivo de congurao usado para o trace de Cambridge com
o roteamento Epidmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
xxii
-
A.2.2 Arquivo de congurao usado para o trace de Cambridge com
o roteamento PROPhET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
A.2.3 Arquivo de congurao usado para o trace de reality com o
roteamento Epidmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
A.2.4 Arquivo de congurao usado para o trace de reality com o
roteamento PROPhET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
xxiii
-
Captulo 1
Introduo
A pilha de protocolos TCP/IP, base da arquitetura da Internet, requer premissas bsi-
cas para o seu bom funcionamento, tais como existncia de uma rota m-a-m, baixa
perda de pacotes e baixa latncia. No entanto, determinados ambientes de rede no
fornecem algumas dessas premissas, fato que torna a operao desses protocolos ina-
dequada e pouco robusta em tais ambientes [7]. Exemplos de tais ambientes so as
comunidade rurais, redes de sensores sem o, redes oportunistas, entre outros. Redes
Tolerantes ao Atraso e Desconexes - DTNs foi o nome dado s redes de comunicao
de dados que consideram estes aspectos.
Nessas redes, explora-se as eventuais conectividades criadas pela movimentao
dos ns para carregar-se e transmitir-se mensagens [21], utilizando-se o mecanismo
chamado de store-carry-and-forward. Atravs deste mecanismo, um n torna-se capaz
de armazenar uma mensagem no seu buer de forma persistente para encaminh-la ao
destino ou a outros ns intermedirios em contatos posteriores.
A utilizao deste mecanismo tornou-se possvel pela criao de uma sobrecamada
denominada de Bundle Layer ou Camada de Agregao. Nessa camada executado um
protocolo denominado de protocolo de Agregao, o qual responsvel por indicar como
sero realizadas as trocas de mensagens em DTNs. Para manter a interoperabilidade
com qualquer outro tipo de rede, essa camada foi colocada estrategicamente entre a
camada de Aplicao e a camada de Transporte do modelo TCP/IP [31].
No entanto, apesar de possibilitar a comunicao, a combinao do mecanismo
store-carry-and-forward com protocolos de replicao de mensagens pode levar a muitos
cenrios de transbordamento do buer dos ns e causar o fenmeno chamado de buer
overow, o qual se refere falta de espao suciente em buer quando uma nova
mensagem deve ser armazenada.
Diante deste cenrio, o foco desta pesquisa foi o gerenciamento de buer em
1
-
2 Captulo 1. Introduo
DTNs considerando-se fatores do comportamento dos humanos como o relacionamento
social e o egosmo.
1.1 Motivao
Um dos maiores desaos em redes DTN o gerenciamento do buer de memria dos
ns. Em DTN, uma poltica de gerncia de buer dene qual mensagem descartar
em casos de overow [27]. Na literatura DTN existem diversas propostas de polticas
para gerenciamento do buer dos ns, no entanto, segundo [38], apesar de as polticas
existentes na literatura melhorarem o desempenho de uma DTN em um determinado
grau, todas tm suas limitaes.
Recentemente, a considerao de caractersticas sociais forneceu um novo ngulo
de viso no projeto de algoritmos para DTNs [43]. Segundo [43], grande parte dos
algoritmos existentes para DTNs levam em considerao somente as oportunidades de
contatos dentro da rede. No entanto, existem diversas caractersticas dos humanos que
inuenciam o desempenho dos algoritmos para DTNs, como por exemplo o egosmo,
as classes sociais, o altrusmo, entre outros. Desta maneira, novos algoritmos de rote-
amento tm sido propostos considerando algumas dessas caractersticas dos humanos,
como em [29], [6], [41].
A motivao para este trabalho acreditar-se que uma dessas caractersticas dos
humanos inuencia na escolha de que mensagem descartar em casos de overow. Essa
caracterstica o egosmo. De acordo com [20], no mundo real a maioria das pessoas so
socialmente egostas, ou seja, esto dispostas a transmitir mensagens para pessoas com
quem mantm relaes sociais, mas com outras no, e tal disposio varia de acordo
com a fora do lao social.
Considerando-se o egosmo na gerncia de buer para DTNs, pode-se supor que
ao ocorrer o transbordamento do buer, usurios reais preram manter armazenadas
nos seus dispositivos mensagens destinadas a usurios com quem se tem um lao social
forte, ou seja, mensagens para outros usurios que por algum motivo desejam ajudar.
1.2 Objetivos
O objetivo deste trabalho apresentar e validar uma proposta de gerenciamento do
buer para redes DTN, considerando o comportamento egosta dos usurios reais. Para
alcanar esse objetivo criou-se uma poltica de gerenciamento de buer que utiliza a
fora da relao social entre os usurios da rede como informao base para o descarte.
-
1.3. Trabalhos relacionados 3
Para validar esse algoritmo, implementou-se um cenrio de simulao em um simulador
de eventos discretos para redes DTN proposto por [18], comparando-se os resultados
com o de outras polticas de gerenciamento de buer disponveis na literatura.
1.3 Trabalhos relacionados
Na literatura sobre redes DTN, existem diversos trabalhos referentes ao gerenciamento
do buer. De acordo com [38] as polticas de gerncia de buer existentes podem ser
divididas em duas categorias: polticas baseadas em informaes da rede e polticas
baseadas em informaes locais.
As polticas baseadas em informaes locais, geralmente realizam apenas uma
escolha simples para realizar o descarte de uma mensagem. Estas polticas geralmente
utilizam informaes das mensagens que esto no buer para tomar a deciso de des-
carte, como por exemplo o Tempo de vida da mensagem - TTL e o tamanho das
mensagens. Exemplos de polticas pertencentes a esta classe so as seguintes: drop
random, drop least recently received, drop Oldest, drop last, drop Front, drop youngest
e drop largest. A Tabela 1.1 mostra uma breve descrio do funcionamento destas
polticas.
Tabela 1.1. Funcionamento de algumas polticas de gerenciamento de buer que
utilizam informaes locais como base para o descarte
Poltica de Gerncia Mensagem descartada
Drop Random (DLRR) escolha aleatria
Drop Least Recently Received mensagem mais antiga no buer
Drop Oldest (DO) mensagem com menor TTL
Drop Last (DL) ltima mensagem na la
Drop Front (DF) primeira mensagem na la
Drop Youngest (DY) mensagem mais nova no buer
Drop Largest (DLA) maior mensagem no buer
Em [42] uma anlise de desempenho feita com o algoritmo de roteamento Epi-
dmico [39] e algumas polticas de gerncia de buer. Nesse trabalho, as polticas
utilizadas foram drop Tail, drop Head e drop Head com Prioridades. Os resultados
mostram que drop Head com Prioridades tem um desempenho similar situao de
buer innito no cenrio avaliado.
A poltica drop largest - DLA proposta em [34]. Nessa poltica, quando ocorre
overow no buer, a mensagem de maior tamanho escolhida para o descarte. O
-
4 Captulo 1. Introduo
trabalho apresenta uma comparao de DLA com a poltica drop oldest - DO e os
resultados mostram que DLA supera DO em termos da taxa de entrega e do atraso
mdio. [36] realizam uma avaliao de um esquema de gerncia de buer baseado no
TTL da mensagem com o algoritmo de roteamento Epidmico e Spray and Wait [37] em
uma rede veicular. Os resultados obtidos mostram que a utilizao destes algoritmos de
roteamento com a estratgia de descarte proposta, supera os algoritmos de roteamento
MaxProp [4] e PRoPHET [22], que tm suas prprias estratgias de descarte.
[21] propem um mecanismo de gerncia de buer baseado na quantidade de
replicaes de uma mensagem. Ao ocorrer overow, a poltica denominada de N-Drop
realiza uma vericao em cada mensagem no buer para encontrar uma ou mais
mensagens que foram encaminhadas N vezes. Caso no exista nenhuma mensagem
encaminhada N vezes, a ltima mensagem no buer descartada. Utilizando modelo
Random Waypoint [14] o mecanismo de gerncia de buer avaliado. Os resultados
obtidos apresentam uma diminuio na mdia de saltos e um aumento na taxa de
entrega.
[2] propem uma poltica de gerncia de buer que utiliza um parmetro chamado
de Threshold (T) para escolher mensagens a serem descartadas do buer. Este valor
de T representa um limiar referente ao tamanho da mensagem e, em caso de overow,
o algoritmo primeiramente verica se a mensagem candidata a entrar no buer est
dentro deste limiar. Caso no esteja, nenhuma mensagem retirada do buer. Os
resultados obtidos mostram que T-Drop reduz o descarte de mensagens, mdia de saltos
e a sobrecarga na rede, enquanto aumenta a probabilidade de entrega, em comparao
com Drop Largest.
Algumas polticas de gerncia de buer existentes utilizam informaes da rede
para tomar a deciso de descarte. No entanto, com a frequente mudana de topologia
da rede, difcil obter informaes completas do estado da mesma [38]. Desta forma
estas polticas utilizam informaes parciais da rede. Um exemplo [23] que reali-
zam uma avaliao da combinao de diversas estratgias de roteamento e polticas de
gerncia de buer. As polticas de gerncia de buer utilizadas foram: First in rst
out - FIFO, Evict most forwarded rst - MOFO, Evict most favorably forwarded rst -
MOPR, Evict shortest life time rst - SHLI, e Evict least probable rst - LEPR. Com
exceo de FIFO, as outras polticas utilizadas so baseadas em alguma informao re-
tirada da rede, como exemplo o nmero de vezes que uma mensagem foi encaminhada
pela rede e probabilidade de entrega. Os resultados obtidos demonstraram que a esco-
lha da mensagem a ser roteada ou descartada tem melhor desempenho ao utilizar-se
previsibilidade, ao invs de apenas uma poda aleatria.
Em [19], uma poltica de gerncia de buer denominada Global Knowledge based
-
1.3. Trabalhos relacionados 5
Drop(GBD) proposta. Essa poltica baseada na disseminao de mensagens por
encontros. A ideia utilizar as informaes dos encontros e estatstica de aprendizado
para aproximar o conhecimento global necessrio para a poltica. Entretanto, por
utilizar informaes globais do estado da rede, a implementao da poltica torna-se
complexa.
[38] utilizam a frequncia mdia de encontros entre dois pares de ns para escalo-
nar mensagens a serem enviadas e o nmero de rplicas de uma mensagem para tomar
a deciso de descarte. Os resultados dos experimentos mostram que a poltica pode
beneciar a melhoria do desempenho de redes DTN em termos da taxa de entrega,
atraso mdio e da mdia de saltos.
[24] utilizam a lei de diminuio marginal da utilidade para propor um esquema
de gerncia de buer baseado no estado estimado de mensagens, como por exemplo
o nmero de cpias na rede e a velocidade de disseminao de uma mensagem. Os
resultados obtidos mostram uma melhor proporo de entrega e uma sobrecarga inferior
a outros mtodos testados.
Utilizando a ideia de que uma rede DTN pode ser utilizada para suportar diver-
sas aplicaes simultaneamente, e cada aplicao pode ter uma prioridade diferente,
[12] propem um esquema de gerncia de buer com prioridades, em que o objetivo
eliminar do buer, em casos de overow, dados com prioridades inferiores. Os resul-
tados obtidos com esta poltica apresentam melhoria no desempenho para roteamento
Epidmico com entrega preferencial.
[27] propem duas polticas de gerncia de buer as quais foram denominadas
por Less Probable Sprayed (LPS) e Least Recently a Forwarded (LRF). A poltica LPS
utiliza a quantidade de replicaes de uma mensagem juntamente com a probabilidade
de entrega para decidir que mensagem descartar. A poltica LRF, por sua vez, descarta
a mensagem encaminhada h mais tempo. Os resultados obtidos por ambas as polticas
LPS e LRF apresentam um aumento na taxa de entrega, alm de uma menor sobrecarga
da rede.
Apesar de haver uma quantidade signicativa de trabalhos e de consenso sobre a
arquitetura geral das redes DTN [5], ainda no existe um consenso sobre os algoritmos
de gerncia de buer para as mesmas. De acordo com [38], as polticas existentes
na literatura podem melhorar o desempenho da rede em um determinado grau, mas
todas tm suas limitaes. Neste intuito, este trabalho apresenta uma nova proposta
de gerncia de buer que utiliza o relacionamento social entre os usurios da rede como
informao base para o descarte.
-
6 Captulo 1. Introduo
1.4 Organizao do trabalho
O restante deste trabalho est organizado da seguinte forma: o Captulo 2 apresenta a
fundamentao terica, usada no desenvolvimento do trabalho com os conceitos bsi-
cos de DTNs. No Captulo 3 contextualiza-se o problema e descreve-se a investigao
experimental. No Captulo 4 apresentada a metodologia para avaliao do algoritmo
proposto e os resultados obtidos so apresentados no Captulo 5. Finalmente no Cap-
tulo 6 so apresentadas as concluses e as propostas para a continuidade do presente
trabalho.
-
Captulo 2
Fundamentao Terica
Para orientao e compreenso da aplicao da teoria envolvida na pesquisa desen-
volvida no presente trabalho, necessrio o estudo das Redes Tolerantes a Atrasos
e Desconexes. Nas sees subsequentes sero apresentados conceitos bsicos e uma
abordagem sucinta de cada tpico.
2.1 Redes Tolerantes a Atrasos e Desconexes
2.1.1 Conceito
A Internet tornou-se um dos principais meios de comunicao no mundo. Atravs desta
tecnologia, tornou-se possvel o compartilhamento de informaes e o desenvolvimento
de diversas aplicaes que facilitam servios, auxiliam e oferecem entretenimento
populao mundial. Grande parte desse sucesso deve-se operao dos protocolos da
pilha TCP/IP, os quais so base da arquitetura da Internet.
Segundo [31], esse conjunto de protocolos foi projetado para funcionar sob condi-
es tpicas de redes cabeadas, e, assim, necessitam de algumas premissas bsicas para
o seu bom funcionamento, tais como a existncia de uma rota m-a-m entre n fonte
e destino, baixa perda de pacotes, baixa latncia, entre outros.
No entanto, determinados ambientes de rede no fornecem algumas dessas pre-
missas, fato que torna a operao desses protocolos inadequada e pouco robusta em
tais ambientes [7]. Convencionou-se chamar os ambientes que consideram estes as-
pectos por Redes Tolerantes ao Atraso e Desconexes (Delay and Disruption Tolerant
Networks - DTNs) [10]. Exemplos de tais ambientes so redes de comunicaes sem o,
comunicaes entre dispositivos mveis, comunicaes entre dispositivos com restries
de energia, comunicaes rurais, comunicaes submarinas e comunicaes interplane-
7
-
8 Captulo 2. Fundamentao Terica
trias [11]. As Figuras 2.1 e 2.2 exemplicam alguns desses ambientes.
Figura 2.1. Exemplo 1: Internet Interplanetria. Nesta modalidade de Internet,
os atrasos na comunicao podem ser da ordem de horas e ate mesmo dias
.
Figura 2.2. Exemplo 2: Comunidade Rural da regio Amaznica. Nestes am-
bientes, dicilmente encontra-se infraestrutura bsica para o funcionamento da
Internet
.
Os aspectos comuns a todas as DTNs dicultam principalmente a operao do
protocolo Transmission Control Protocol - TCP. O TCP um protocolo orientado a
conexo que garante conabilidade na entrega de dados m-a-m [7]. O funciona-
-
2.1. Redes Tolerantes a Atrasos e Desconexes 9
mento deste protocolo baseado em trs etapas, que so: estabelecimento de conexo,
transferncia de dados e desconexo. Estas etapas so exemplicadas na Figura 2.3.
Figura 2.3. Funcionamento do protocolo TCP (Fonte: [7])
.
Segundo [33], durante todas as etapas da operao do TCP, mensagens so tro-
cadas para controle e servem como indcio de que os dados esto sendo entregues
corretamente. A etapa de estabelecimento de conexo feita atravs do mecanismo
denominado de three-way handshake, que se trata da troca de trs mensagens entre o
n fonte e o n destino, indicando que a conexo foi estabelecida de forma correta.
Na etapa de transferncia de dados, sinais so trocados pelos ns envolvidos na co-
municao indicando o recebimento completo de pacotes de dados. Estes sinais so
denominados por acknowledgments - ACKs. Por m, a etapa de desconexo realiza-se
com a troca de quatro mensagens.
fcil notar que para o funcionamento correto do procotolo TCP, faz-se neces-
srio um link de conexo m-a-m entre os ns envolvidos na comunicao, por conta
da troca de mensagens em cada uma das suas etapas. Dessa forma, o protocolo TCP
falha em ambientes onde tal premissa no disponibilizada e novas estratgias devem
ser utilizadas para possibilitar a comunicao.
-
10 Captulo 2. Fundamentao Terica
No caso das redes DTN, criou-se uma arquitetura alternativa, cujo objetivo
superar os desaos gerados pela ausncia das premissas bsicas para o funcionamento
da pilha TCP/IP. Tal arquitetura ser apresentada na prxima seo.
2.1.2 Arquitetura DTN
A arquitetura DTN tem como principal caracterstica suprir as diculdades criadas
pela ausncia das premissas bsicas para o funcionamento dos protocolos da Internet,
possibilitando que, nos ambientes com tais diculdades, a comunicao ocorra.
Tal arquitetura surgiu como uma derivao do projeto da Agncia Espacial Ame-
ricana - NASA, denominado Internet Interplanetria - IPN. Esse projeto tinha como
objetivo criar uma arquitetura de redes que tornasse possvel a existncia de interope-
rabilidade entre a Internet terrestre e uma Internet em outros planetas e astronaves
[1]. A principal questo a ser vencida nesta arquitetura era que a comunicao entre
essas redes poderia sofrer grandes atrasos que poderiam durar horas e at mesmo dias.
De acordo com as caractersticas deste problema, percebeu-se que a arquitetura pro-
posta para o projeto IPN tambm poderia ser aplicada em ambientes terrestres onde
os atrasos na comunicao so comuns.
A arquitetura DTN ento denida no documento RFC 4838, que descreve como
um conjunto de ns se organiza para armazenar e encaminhar mensagens em ambientes
sujeitos a atrasos longos e/ou variveis e com freqentes desconexes [5].
Em casos de atrasos na comunicao os ns de uma DTN utilizam um meca-
nismo denominado de armazenamento persistente para realizar o armazenamento de
uma mensagem. Neste caso, em situaes de desconexo ou atraso na comunicao,
o armazenamento persistente possibilita o armazenamento integral da mensagem que
deseja-se enviar, fato que permite o encaminhamento de tal mensagem em contatos
posteriores.
Este mecanismo torna-se possvel em DTNs com a criao de uma sobrecamada
na pilha TCP/IP, denominada de Camada de Agregao (Bundle Layer). Esta so-
brecamada foi colocada estrategicamente entre a camada de aplicao e a camada de
transporte, com o objetivo de manter a interoperabilidade de uma DTN com qualquer
tipo de rede que utilize a pilha de protocolos TCP/IP. Uma breve ilustrao pode ser
visualizada na Figura 2.4.
Por utilizar da tcnica do armazenamento persistente na ausncia de um caminho
completo at o destino para encaminhar a mensagem em contatos posteriores, diz-se que
as DTNs so redes do tipo armazena-carrega-e-encaminha (store-carry-and-forward),
ou seja, primeiramente recebem totalmente a mensagem, armazenam persistentemente
-
2.1. Redes Tolerantes a Atrasos e Desconexes 11
Figura 2.4. Camada de agregao (fonte: [31])
e somente depois enviam para o destino ou para ns intermedirios [31].
Alm da funo principal que possibilitar o armazenamento persistente, nessa
camada tambm opera o protocolo de Agregao. O protocolo de Agregao, por
sua vez, denido na RFC 5050 [35], onde so descritos os formatos de blocos e
um resumo da descrio do servio de troca de pacotes em redes DTN. Em DTNs
uma mensagem recebe o nome de Bundle e pode ter tamanhos variados, recebendo
assim o nome de Application Data Units - ADUs. Os ADUs, os quais tambm so
denominados como bundle, so criados pela camada de Agregao e transformados em
uma ou mais Unidades de dados de protocolo - PDUs, cando assim disponveis para o
armazenamento e encaminhamento. Essas unidades de dados so transmitidas quando
ocorre o fenmeno do contato entre dois ns.
Dada a importncia do evento do contato, a seo a seguir aborda o conceito e
os tipos de contatos em uma rede DTN.
2.1.3 Tipos de Contato em uma DTN
Segundo [40], um contato em uma DTN corresponde a uma ocasio favorvel a troca
de dados entre dois ns. Tal evento ocorre quando ambos os ns esto no raio de
alcance do outro, possibilitando que os dados armazenados, dependendo da estratgia
de roteamento sejam transferidos.
Na arquitetura DTN so denidos 5 tipos de contatos: persistentes, em demanda,
agendados, oportunistas e previsveis. A seguir uma breve descrio de cada um destes
tipos de contatos.
persistente - segundo [28], so contatos que esto sempre disponveis. Por exem-
-
12 Captulo 2. Fundamentao Terica
plo, uma conexo cabeada.
em demanda - so contatos que, para ocorrerem, necessitam que uma ao sejatomada. Segundo [31], uma conexo discada, do ponto de vista do usurio, serve
como exemplo de contato sob demanda.
agendado - em DTNs os ns podem estabelecer o momento em que faro contatopara troca de informaes. Dessa forma, este contato denominado de agendado
ou ainda segundo [31], programado. Um exemplo deste tipo de contato em redes
DTNs reais so as Redes Interplanetrias.
oportunista - so contatos que ocorrem a medida que os ns se movimentame entram no mesmo raio de ao, surgindo assim a oportunidade de troca de
informaes.
previsvel - so contatos baseados em histricos de contatos anteriores. Levandoem conta essa informao, os ns podem fazer uma previso de que momento
ocorrer o contato com determinado n da rede.
Para avaliar-se o desempenho de uma DTN, so necessrias mtricas que mostrem
a ecincia e a eccia da rede. Dessa forma, a seguir so apresentadas algumas das
mtricas mais utilizadas em DTNs.
2.1.4 Mtricas usadas em DTNs
Para medir o desempenho de uma DTN, algumas mtricas so utilizadas. Segundo
[18], as mtricas mais usadas neste sentido so:
Tempo de contato - Mede o tempo mdio de contato entre os ns da rede
Tempo entre contatos - Mede o tempo mdio entre os contatos dos ns da rede.
Taxa de entrega - Mede a quantidade de nmero de mensagens recebidas emrazo do nmero de mensagens enviadas.
Atraso de Entrega - Mede o intervalo de tempo mdio entre o envio e o recebi-mento das mensagens na rede.
Ocupao da rede - Mede a porcentagem mdia de ocupao de espao de arma-zenamento dos ns da rede em um determinado tempo.
-
2.1. Redes Tolerantes a Atrasos e Desconexes 13
Com relao ao gerenciamento do buer, tema abordado neste trabalho,
destacam-se outras duas mtricas:
Atraso mdio de entrega - denido como o intervalo de tempo mdio entre oenvio e o recebimento das mensagens na rede.
Mdia de saltos - a quantidade mdia de saltos de uma mensagem at serentregue ao destino.
No captulo 3 a seguir, ser denido o problema abordado neste trabalho e a
investigao experimental realizada.
-
Captulo 3
Descrio do Problema e Proposta
de pesquisa
Apesar de existir um consenso da comunidade cientca sobre a arquitetura utilizada
nas DTNs [5], ainda existem diversos problemas nessa modalidade de comunicao que
continuam em aberto e so alvos de diversas pesquisas no mundo todo. Dentre os
principais tpicos na literatura DTN, destacam-se os problemas a seguir como os mais
pesquisados:
roteamento de mensagens: em redes DTN, uma rota m-a-m entre dois nspode sofrer com quebras de conexo ou at mesmo nunca existir. Dessa maneira,
quando deseja-se encaminhar uma mensagem a um determinado n na rede, rotas
entre a origem e o destino devem ser traadas, aproveitando-se as oportunidades
de contato, para garantir o sucesso na comunicao. O roteamento um desao
comum a todas as DTNs, pois os protocolos que operam nesse tipo de rede devem
estar aptos a superar os longos atrasos e frequentes desconexes [30]. O problema
do roteamento de mensagens em DTNs consiste ento em traar rotas de um n
fonte at um destino considerando os atrasos e desconexes comuns nessas redes.
gerncia de energia: a capacidade de energia dos ns um recurso bastante cr-tico em algumas DTNs. Segundo [3], o consumo de energia ocorre principalmente
no processo de descoberta de dispositivos vizinhos e a economia eciente deste
recurso um dos principais desaos em redes DTN. Os dispositivos que compe
a rede geralmente so equipados com baterias de energia que tm uma dura-
o limitada. Assim, medida que os recursos do dispositivo so utilizados, a
capacidade de energia diminui. O problema da gerncia de energia consiste na
15
-
16 Captulo 3. Descrio do Problema e Proposta de pesquisa
utilizao de tal recurso da forma mais eciente possvel, de forma a aumentar a
autonomia da bateria dos ns e o tempo de vida operacional da rede.
gerncia de buer : assim como a energia, o espao em buer nos ns de redesDTN um recurso escasso e limitado. Segundo [21], para incrementar a pro-
babilidade de entrega, o roteamento em DTNs pode requerer que vrias cpias
de uma mesma mensagem sejam replicadas na rede. No entanto, combinando-
se estratgias de roteamento baseadas em replicaes com o espao limitado no
buer dos ns, pode-se chegar a cenrios onde uma nova mensagem deve ser
armazenada, mas o espao em buer insuciente. Em DTNs, esse fenmeno
chamado de buer overow. Quando ocorre o overow, uma ou mais mensagens
devem ser selecionadas para serem retiradas do buer, permitindo armazenar-se
uma nova mensagem. O problema da gerncia de buer consiste na seleo das
mensagens que sero retiradas do buer em casos de overow. Essa escolha
de suma importncia para maximizar o desempenho do sistema pois ela inuen-
cia diretamente o roteamento de mensagens e, consequentemente, a entrega de
mensagens na rede.
evidente que o bom funcionamento de uma DTN requer um equilbrio na utili-
zao dos recursos da rede. Diante deste desao, devem ser projetados algoritmos que
gerenciem da melhor maneira tais recursos. Atualmente, diversas propostas de algo-
ritmos de roteamento so encontradas na literatura, como em [22],[39], [37],[32]. Da
mesma forma, existem diversas propostas de polticas para o gerenciamento do buer
como em [12], [19], [2], [27] e ainda diversos trabalhos relacionados ao gerenciamento
de energia, como em [15], [16], [17]. No entanto, ainda no existe consenso com relao
a estes tpicos de pesquisa.
Com relao ao problema do gerenciamento do buer, [38] armam que, apesar
de as polticas existentes na literatura melhorarem o desempenho de uma DTN em um
determinado grau, todas tm suas limitaes.
Algumas estratgias de gerncia de buer realizam uma poda simples nas mensa-
gens locais do buer para selecionar a mensagem que ser descartada, enquanto outras
polticas utilizam uma ou mais informaes da rede para realizar tal seleo.
Recentemente, a considerao de caractersticas sociais forneceu um novo ngulo
de viso no projeto de algoritmos para DTNs [43]. Segundo [43], grande parte dos
algoritmos existentes para DTNs levam em considerao somente as oportunidades de
contatos dentro da rede. No entanto, existem diversas caractersticas dos humanos que
inuenciam o desempenho dos algoritmos para DTNs, como por exemplo o egosmo,
-
3.1. Gerncia de buffer utilizando relaes sociais 17
as classes sociais, o altrusmo, etc. Neste sentido, novos algoritmos tm sido propostos
considerando algumas dessas caractersticas dos humanos, como em [29], [6], [41].
A investigao experimental deste trabalho partiu do problema do gerenciamento
do buer para DTNs, baseando-se na ideia de que uma das caractersticas dos humanos
citadas anteriormente inuencia na escolha de que mensagem descartar em casos de
buer overow. Essa caracterstica o egosmo.
De acordo com [20], no mundo real a maioria das pessoas so socialmente egos-
tas, ou seja, esto dispostas a transmitir mensagens para pessoas com quem mantm
relaes sociais, mas com outras no, e tal disposio varia de acordo com a fora do
lao social.
Considerando-se o egosmo na gerncia de buer para DTNs, pode-se supor que
ao ocorrer o overow, usurios reais preram manter armazenadas nos seus dispositi-
vos mensagens destinadas a usurios com quem se tem um lao social forte, ou seja,
mensagens para aqueles usurios que por algum motivo desejam ajudar.
3.1 Gerncia de buer utilizando relaes sociais
Baseando-se nos fatos citados anteriormente, prope-se neste trabalho uma poltica
para gerncia de buer de DTNs baseada no relacionamento social entre os usurios
da rede. O principal objetivo desta poltica priorizar o armazenamento de mensagens
destinadas a usurios com quem se tem maior relao social e descartar mensagens
destinadas a usurios menos conhecidos. Por este motivo, denominou-se essa poltica
por Drop Less Known - DLK. Neste sentido, adotou-se uma nova mtrica chamada de
fora da relao social, que utilizada como base para o descarte feito pela poltica
DLK. A seguir, maiores detalhes sobre esta mtrica sero apresentados.
3.1.1 Mtrica fora da relao social
No mundo real, dois indivduos podem ser da mesma famlia, podem ter um lao de
amizade, podem ser apenas conhecidos ou tambm podem ser desconhecidos. Conside-
rando o comportamento egosta dos humanos, pode-se armar que, de maneira geral,
os usurios reais tendem a ajudar primeiramente usurios da sua famlia ou amigos. De
acordo com [20], os usurios reais ajudam primeiramente pessoas com quem tem maior
relao social por terem sido ajudados por elas anteriormente ou por acreditarem que
futuramente podem ser ajudados por estas pessoas. Alm disso, os usurios reais ten-
dem a no querer carregar nos seus dispositivos mensagens destinadas a outros usurios
que sejam desconhecidos ou usurios que, por algum motivo, no desejam ajudar.
-
18 Captulo 3. Descrio do Problema e Proposta de pesquisa
Dessa forma, neste trabalho adotou-se a mtrica fora da relao social para
indicar-se a fora do lao social entre dois pares de ns dentro da rede, fato que possi-
bilita determinar a prioridade no descarte de mensagens em casos de overow, servindo
assim como base para o algoritmo DLK.
Neste sentido, para melhor representar-se a fora dos laos sociais entre dois ns,
utilizou-se trs tipos de laos: lao forte, lao mdio, lao fraco. O algoritmo DLK
prioriza o descarte das mensagens pertencentes ao ns com quem se mantm os laos
mais fracos.
No Captulo 4 so apresentado os procedimentos utilizados para denir a fora
dos laos sociais entre dois pares de ns neste trabalho. A seguir, mais detalhes sero
apresentados sobre o algoritmo de gerenciamento do buer proposto.
3.1.2 Algoritmo de Gerncia de buer Drop Less Known
Como citado na seo anterior, o algoritmo DLK prioriza sempre o descarte de men-
sagens destinadas a usurios menos conhecidos, ou seja, para aqueles com os quais os
quais a fora do lao social mais fraco. A seguir, apresenta-se o pseudo-cdigo da
poltica de gerenciamento de buer DLK.
Algorithm 1 Algoritmo Drop Less Known
1: procedure DLK(m; buffer[])2: strengthMin 03: if m:rel:Strength >strengthMin then4: strengthMin m.rel.Strength5: for i = 1 to buffer:size() do6: if buffer[i].rel:Strength
-
3.1. Gerncia de buffer utilizando relaes sociais 19
seja, aquele com quem a fora do lao social mais fraco. Se existir empate nessa
escolha, a poltica seleciona para descartar a primeira dessas mensagens encontrada no
buer.
Para validar a poltica DLK, efetuaram-se simulaes e comparou-se os resultados
obtidos com o de outras polticas de gerenciamento do buer disponveis na literatura
para DTNs. Os captulos a seguir apresentam a metodologia utilizada nesta validao
e os resultados obtidos.
-
Captulo 4
Metodologia
Para validar a poltica de gerncia de buer baseada em relacionamento social proposta
para redes tolerantes a atrasos e desconexes, optou-se pela tcnica da simulao. Dessa
forma, implementou-se um modelo de simulao que inclue a poltica DLK e outras
polticas de gerenciamento de buer disponveis na literatura, permitindo quanticar-
se o desempenho da poltica proposta. Esse cenrio foi implementado no simulador
Opportunistic Network Environment - ONE [18], onde experimentos visando avaliar
mtricas de entrega de mensagens na rede foram realizados.
Nas simulaes realizadas neste trabalho, optou-se pela utilizao de dois con-
juntos de dados referentes mobilidade humana disponveis na literatura para DTNs.
Os traces utilizados foram Cambridge e Reality [8] e reality. Como algoritmos de rote-
amento, optou-se pela utilizao dos protocolos Epidmico [39] e PROpHET [22] que
so baseados em replicaes de mensagens. Em cada rodada de simulao efetuada,
utilizou-se tcnicas para eliminao do transiente da simulao, tcnica para o trata-
mento da correlao dos dados e para garantir que as coletas realizadas estivessem
dentro de um intervalo de conana de 95% de certeza.
As sees a seguir apresentam mais detalhes sobre os conjuntos de dados, algo-
ritmos de roteamento e todas as tcnicas para aumentar a credibilidade das simulaes
utilizado neste trabalho.
4.1 Conjuntos de dados de mobilidade utilizados
Para representar a mobilidade humana, utilizou-se dois conjuntos de dados denomi-
nados por Cambridge [8] e Reality [9]. Estes conjuntos de dados foram selecionados
por serem bastante citados na literatura para DTNs, servindo como base para diversas
pesquisas no mundo todo, alm de representarem de forma mais prxima a mobilidade
21
-
22 Captulo 4. Metodologia
dos humanos em ambientes reais.
O trace de Cambridge recebeu este nome por ter sido gerado na Universidade de
Cambridge com a contribuo de dois grupos de estudantes do laboratrio de compu-
tao, principalmente alunos do curso de graduao e de alguns alunos dos cursos de
mestrado e doutorado. Os estudantes carregavam dispositivos denominados iMotes.
Ao todo foram coletados dados de 19 estudantes do laboratrio de computao equipa-
dos por 54 dispositivos utilizados para realizar as coletas que geraram o trace. O trace
tem a durao de 11 dias.
Por sua vez, o trace Reality foi gerado a partir de um experimento realizado no
perodo de 2004 a 2005 no Massachusetts Institute of Technology - MIT, utilizando um
grupo de 100 usurios. Foram disponibilizadas para a comunidade cientca informa-
es de comunicao, proximidade, localizao e informaes de atividades destes usu-
rios. Alm da representao da mobilidade real, outro fator que serviu como motivao
para utilizao deste trace o histrico de ligaes entre os usurios que participaram
dos experimentos. Esta informao foi utilizada como base para classicar-se a fora
da relao social entre dois ns na rede.
A Tabela 4.1 apresenta alguns detalhes de ambos os traces utilizados neste tra-
balho.
Tabela 4.1. Conjuntos de dados utilizados no trabalho
Trace Dispositivo Tipo de rede Nmero de Ns Durao Granularidade Nmero de Contatos
Cambridge iMotes Bluetooth 54 11 dias 100 segundos 10873
Reality Phone Bluetooth 97 246 dias 300 segundos 54667
A seo a seguir apresenta de forma sucinta os algoritmos de roteamento utilizados
neste trabalho.
4.2 Algoritmos de roteamento
Os algoritmos de roteamento utilizados na validao da proposta de gerenciamento do
buer foram o algoritmo Epidmico e PROpHET. Esses algoritmos foram selecionados
por dois motivos principais: primeiramente, tais algoritmos so baseados em replicaes
de mensagens, fato que aumenta a chance de overow e assim benecia a avaliao de
polticas de gerenciamento de buer. Segundo, estes algoritmos so bastante utilizados
em propostas de novos algoritmos para o gerenciamento do buer na literatura. Para
maior entendimento do leitor, as subsees a seguir apresentam uma descrio dos
algoritmos de roteamento utilizados neste trabalho.
-
4.2. Algoritmos de roteamento 23
4.2.1 Algoritmo Epidmico
O algoritmo de roteamento Epidmico considerado a primeira proposta de rotea-
mento para redes DTN, segundo [39]. Esse protocolo considera que cada host da rede
armazena uma tabela de bits denominada por summary vector. Basicamente, a ideia
do algoritmo comparar as tabelas de bits dos hosts envolvidos em uma oportunidade
de contato. Realizada essa comparao, os ns requisitam entre si as mensagens que
ainda no esto armazenadas no seu buer. O objetivo principal do algoritmo dis-
seminar uma mensagem para todos os outros hosts da rede, com intuito de aumentar
a probabilidade de entrega. A Figura 4.1 apresenta o funcionamento do algoritmo
Epidmico.
Figura 4.1. Funcionamento do algoritmo de roteamento Epidmico quando dois
ns A e B esto no mesmo raio de transmisso (fonte: [39])
.
A estratgia utilizada pelo algoritmo Epidmico garante uma taxa de entrega
prxima de 100%. No entanto, esses resultados somente so vlidos se for considerado
espao innito em buer, o que em redes reais no se aplica. Segundo seus autores au-
tores, os objetivos do algoritmo so maximizar a taxa de entrega, minimizar a latncia
e minimizar o total de recursos consumidos na rede. Apesar de maximizar de fato a
taxa de entrega quando o tamanho do buer innito, o algoritmo Epidmico apre-
senta um desempenho bem aqum do esperado quando esse recurso limitado. Ainda
assim esse algoritmo bastante utilizado como base na avaliao de novos protocolos
de roteamento, gerenciamento de buer e tambm de gerenciamento de energia para
DTNs.
4.2.2 Algoritmo PROpHET
O algoritmo de roteamento Probabilistic Routing Protocol using History of Encounters
and Transitivity - PROpHET, foi proposto em 2003 por [22]. Esse algoritmo parte
-
24 Captulo 4. Metodologia
do princpio de que usurios no se movem aleatoriamente, como indica o modelo
de mobilidade Random Waypoint - RWP, mas sim de uma maneira previsvel. Ou
seja, se um n visita vrias vezes uma determinada localidade, existe uma chance
muito grande de o mesmo visitar novamente tal localidade futuramente. Baseando-se
nessa informao os autores criaram uma mtrica de probabilidade chamada delivery
predictability. Essa mtrica indica a probabilidade de um n entregar uma mensagem
para outro n destino.
Apesar de utilizar a probabilidade como mtrica de escolha para qual mensagem
rotear, o algoritmo PROpHET tem operao similar ao do algoritmo Epidmico. Por
exemplo, o algoritmo PROpHET utiliza uma estrutura denominada de summary vector,
assim como o algoritmo Epidmico. No entanto, diferente do algoritmo Epidmico que
guarda nesses vetores somente os ndices das mensagens armazenadas no seu buer, o
algoritmo PROpHET armazena nesses vetores tambm informaes de probabilidade
de entrega de uma mensagem para os outros ns da rede. Quando ocorre o contato
entre dois ns, os summary vector de cada host so trocados entre si. As informaes
de probabilidade de entrega so utilizadas por cada host para atualizao interna das
probabilidades e os ndices das mensagens so utilizadas para requisitar mensagens de
outros ns.
A escolha mais sosticada do algoritmo PROpHET usando histricos de encon-
tros dos ns e transitividade, apresentou resultados de desempenho superiores ao do
algoritmo Epidmico em ambientes baseados em comunidades. Em ambientes comple-
tamente aleatrios, o algoritmo PROpHET apresenta um desempenho parecido com o
do algoritmo Epidmico e algumas vezes at o supera. Dessa maneira esse algoritmo
tambm bastante utilizado na avaliao de novos protocolos para redes DTN.
4.3 Classicao dos laos sociais
Uma das etapas das simulaes realizadas neste trabalho tratou da classicao da fora
do lao social entre os ns na rede. Este processo de classicao tornou-se necessrio
pelo fato de a poltica DLK considerar que so conhecidas a fora das relaes sociais
entre os usurios da rede. Neste sentido, para cada trace utilizado no trabalho realizou-
se um procedimento de classicao diferente, os quais so apresentados nas subsees
a seguir.
-
4.3. Classificao dos laos sociais 25
4.3.1 Classicao da fora das relaes sociais no trace
Reality
Para classicar a fora da relao social entre dois ns no trace Reality, utilizou-se como
base duas informaes: quantidade de encontros entre os ns e histrico de chamadas
telefnicas entre os participantes do experimento que gerou o trace, disponibilizado
pelos idealizadores do mesmo. Baseando-se nessas duas informaes, adotou-se os
seguintes critrios para classicar-se a fora dos laos sociais:
Lao forte - o lao entre dois ns que tm quantidade de encontros alto e queefetuaram chamadas entre si no histrico de ligaes.
Lao mdio - o lao entre dois ns que tem quantidade de encontros alto oumdio.
Lao fraco - o lao entre dois ns que no se encontram.
4.3.2 Classicao da fora das relaes sociais no trace de
Cambridge
Diferentemente do trace Reality, no trace de Cambridge utilizou-se apenas a informao
do nmero de encontros entre os ns para denir-se a fora dos laos sociais entre os
ns na rede. No entanto, utilizar somente esta informao poderia criar situaes
inconsistentes na classicao da fora dos laos sociais. Por exemplo, se o nico fator
base para a classicao da fora da relao social fosse o nmero de encontros, aqueles
pares de ns que tivessem uma quantidade alta de encontros teriam um lao social forte.
No entanto, no mundo real existem diversas situaes em que isto no se aplica, por
exemplo pessoas que se cruzam no caminho do trabalho diariamente. Apesar do alto
nmero de encontros, essas pessoas a maioria das vezes no tem qualquer relao social.
Alm disso, existem pessoas que apesar de compartilharem de um lao social forte, tem
uma quantidade de encontros muito baixa, geralmente por morarem distantes.
De acordo com essas informaes, para representar tais situaes, utilizou-se o
nmero de encontros como um dos fatores base para denir-se a fora da relao social
entre os ns da rede, mas distribuiu-se as relaes sociais de acordo com a Tabela 4.2.
Para as simulaes realizadas com o trace de Cambridge, o processo de classi-
cao da fora dos laos sociais composto por dois procedimentos bsicos, que so a
contagem da quantidade de encontros entre os ns e a classicao da fora do lao em
si.
-
26 Captulo 4. Metodologia
Tabela 4.2. Critrios utilizados para classicao da fora dos laos sociais entre
os ns no trace de Cambridge
Tipo de lao Distribuio Quantidade de encontros
Lao Forte 15% dos ns alta
Lao Forte 15% dos ns baixa
Lao Mdio 20% dos ns mdia
Lao Mdio 20% dos ns baixa
Lao Fraco 20% dos ns alta
Lao Fraco 10% dos ns alta
Aps contar-se a quantidade de contatos entre os ns da rede, para cada n da
rede feita a classicao das fora das relaes com os demais ns, de acordo com os
tipos de laos, a distribuio e a quantidade de encontros mostrados na Tabela 4.1.
A distribuio apresentada na Tabela 4.1 visa representar uma estimativa simpli-
cada dentro do cenrio de avaliao da quantidade de ns em cada tipo de fora de
lao social baseando-se no mundo real.
4.4 Mtricas de avaliao
Segundo [12], uma rede DTN pode ser avaliada por mtricas de entrega de mensagens na
rede. Dessa forma, selecionou-se na literatura para DTNs as mtricas mais utilizadas na
avaliao de desempenho em propostas de algoritmos para o gerenciamento do buer.
Assim, trs mtricas foram selecionadas, a saber:
Taxa de entrega - Mdia entre o nmero de mensagens recebidas e o nmero demensagens enviadas.
Atraso de Entrega - Mdia de Intervalo de tempo entre o envio e o recebimentodas mensagens na rede.
Mdia de saltos - Mdia de saltos de uma mensagem at ser entregue ao destino.
Os resultados obtidos em cada cenrio para tais mtricas so apresentados no
prximo captulo.
4.5 Polticas de gerenciamento de buer utilizadas
na avaliao de desempenho
Como citado anteriormente, alm da poltica DLK, implementou-se nesse trabalho
algumas polticas de gerenciamento do buer disponveis na literatura, com objetivo
-
4.6. Parmetros gerais das simulaes 27
de obter-se uma viso qualitativa do desempenho da poltica de gerenciamento DLK. O
ideal seria que fossem selecionadas para comparao outras polticas que considerassem
aspectos sociais na gerncia do buer. No entanto, apesar de bastante atual, este tpico
ainda no havia sido abordado com relao ao gerenciamento do buer para DTNs.
Adotou-se ento como critrio para seleo das polticas, escolher uma poltica
em cada uma das classes existentes. Desta maneira, selecionou-se as seguintes polticas:
Drop Oldest - DO - Poltica pertencente a classe de polticas que utilizam infor-maes locais. Realiza o descarte da mensagem mais antiga no buer.
Drop least recently received - LRR - Poltica pertencente a classe de polticasque utilizam informaes locais. Realiza o descarte da mensagem menos recen-
temente. recebida
Evict most forwarded rst - MOFO - Poltica pertencente a classe de polticasque utilizam informaes parciais do estado da rede. Realiza o descarte das
mensagens enviadas um nmero mximo de vezes.
4.6 Parmetros gerais das simulaes
Alguns parmetros das simulaes foram utilizados como descrito na tabela abaixo.
Tabela 4.3. Parmetros utilizados nos experimentos
Velocidade de Transmisso 250 Kbps
Quantidade de Mensagens 1 mensagens/min
Tamanho das mensagens 500 kB a 1 MB
TTL 5 horas
Para aumentar-se a conabilidade nos resultados obtidos com a avaliao de de-
sempenho da poltica DLK, utilizou-se nas simulaes um ferramental estatstico para
o tratamento dos dados. As subsees a seguir apresentam detalhes sobre os mtodos
estatsticos utilizados neste trabalho.
4.7 Mtodos Estatsticos
Para avaliao de desempenho da poltica DLK, realizaram-se simulaes de horizonte
innito. A justicativa muito simples: no possvel conhecer antecipadamente o
tamanho da amostra que vai produzir a resposta de uma simulao com uma preciso
-
28 Captulo 4. Metodologia
relativa desejada. A nica maneira de controlar o erro estatstico de um procedimento
de estimao analisar os dados sequencialmente [26]. Neste trabalho, a largura do
intervalo de conana foi obtida implementando-se uma verso sequencial do mtodo
Overlapping Batch Means (OBM) [25], que processa um conjunto de observaes da
mtrica de desempenho de interesse, no estado de equilbrio dinmico (estado esta-
cionrio). Para alcanar esse estado, implementou-se o mtodo Mean-Squared-Error-
Reduction (MSER-5) [13] para detectar o m do perodo transiente e descartar as
observaes coletadas at ento.
Aps seguir a mesma heurstica do mtodo clssico Nonoverlapping Batch Means,
onde encontrado M, o tamanho timo de B blocos contguos de observaes cujas
mdias podem ser consideradas sem correlao dentro de um certo nvel de signicncia
desejado, o OBM agrupa as observaes do estado estacionrio em blocos de tamanho
M. O bloco 1 comea na observao 1 vai at a observao M; o segundo bloco comea
na observao 2 e vai at a observao M+1, e assim por diante. Portanto, obtm-se
N - M + 1 blocos. As mdias desses blocos so obtidas, assim como a mdia global
e a varincia, informaes necessrias para se construir um intervalo de conana de
95%. Se o erro relativo pretendido (5%), denido como a relao entre a metade da
largura do intervalo de conana e a mdia global, no foi alcanado, aumenta-se o
valor de M e a simulao continua coletando mais observaes at obter o valor de N
igual a B.M, quando o erro relativo citado acima testado mais uma vez. A simulao
termina quando a preciso relativa desejada alcanada.
4.7.1 Mtodo MSER-M
O m do estado transiente, ou ainda ponto de truncagem, deve ser aquele a melhorar a
qualidade da funo de aproximao de uma simulao em menos tempo com o menor
impacto possvel na preciso dos dados. O mtodo MSER-M [13] apresenta-se como
um dos melhores para esta anlise.
O mtodo MSER-M consiste em encontrar o ponto timo de truncagem em uma
sria de amostras g divididas em batches (lotes) de tamanho m, ou seja, este mtodo
aplicado sobre uma srie de lotes cujos elementos correspondem a mdia dem elementos
consecutivos da srie.
O MSER-5 uma variao do MSER-M quando m igual a 5. Esta alterao
apresentou melhores resultados segundo os testes realizados em [13].
-
4.7. Mtodos Estatsticos 29
4.7.2 Mtodo Overlapping Batch Means
Com o objetivo de estimar a varincia dos valores obtidos em um processo estocstico,
[25] apresentaram em 1984 o mtodo Overlapping Batch Means - OBM, uma variao
do mtodo Nonoverlapping batch means - NOBM, porm com 2/3 da varincia deste.
No mtodo OBM, primeiramente deve-se dividir as amostras em B blocos, cada
um com tamanho M. Em seguida, coletam-se observaes at que seja possvel preen-
cher todos os blocos. Posteriormente, calculam-se as mdias de cada bloco, para que
seja possvel vericar se a nova amostra gerada pelas mdias dos blocos apresenta cor-
relao e, caso apresente, utiliza-se um teste para tornar a amostra livre de correlao.
Esta nova organizao gera um total de N * M + 1 blocos e no mais B blocos. Uma
vez com os blocos organizados, calcula-se a mdia dos blocos (X) e o tamanho relativo
do intervalo de conana (H). Se o tamanho do intervalo de conana for maior ou
igual ao pretendido, a simulao nalizada, seno, o tamanho dos blocos deve ser
aumentado e deve-se coletar mais amostras at que N = B * M, para, em seguida,
continuar-se vericando at que a condio seja satisfeita.
4.7.3 Correlao de von Neumann
Em teoria de probabilidade e estatstica, correlao, ou coeciente de correlao, indica
a fora e a direo do relacionamento linear entre as variveis aleatrias.
Para realizao deste teste, utilizou-se a correlao de von Neumann - RVN, que
a partir de uma sequncia de B mdias de blocos, verica se os dados ainda apresentam
correlao. Para o clculo desta medida, utiliza-se a seguinte expresso:
RV N =
Pj = 1B1(Rj Rj + 1)2P
j = 1B(Rj R)2 (4.1)
onde,
R =
Pk = 1BRk
B(4.2)
Se o resultado deste clculo for maior que o valor crtico da tabela de von Neu-
mann, isso indica que as mdias dos blocos ainda possuem correlao, logo essa sequn-
cia no poderia ser usada na simulao. A soluo seria aumentar o tamanho do bloco
e refazer o clculo at que a correlao entre os valores seja aceitvel.
A forma como foram implementados os mtodos e tcnicas utilizadas neste tra-
balho no simulador One so descritos no Apndice A.
-
Captulo 5
Resultados
Como citado na Seo 4.4 do captulo anterior foram selecionadas algumas polticas
disponveis na literatura para DTNs para utiliz-las na avaliao de desempenho re-
alizada neste trabalho. As polticas selecionadas foram Drop Oldest - DO, Drop Last
Recent Received - LRR e Evict Most Forwarded First - MOFO.
As simulaes foram realizadas variando-se o tamanho do buer de 10 MB a 80
MB. A seguir so apresentados os resultados para as mtricas avaliadas neste trabalho
em cada um dos conjuntos de dados utilizado. As mtricas utilizadas foram: taxa de
entrega, atraso mdio de entrega e mdia de saltos. Os resultados so apresentados nas
sees 5.1 para os resultados com algoritmo Epidmico e 5.2 para os resultados obtidos
com o algoritmo PROpHET.
5.1 Resultados dos Experimentos usando
Algoritmo de roteamento Epidmico
5.1.1 Taxa de Entrega
A taxa de entrega denida como a razo entre a quantidade de mensagens entregues
ao destinatrio e a quantidade de mensagens criadas. Neste trabalho, analisou-se a
taxa de entrega de duas formas. Primeiramente, comparou-se dos resultados obtidos
por todas as polticas implementadas. Segundo, comparou-se a taxa de entrega por
quantidade de mensagens entregues por tipo de fora do lao social. As equaes 5.1 e
5.2 denotam as frmulas utilizadas nas duas comparaes realizadas.
TaxadeEntrega =A
B(5.1)
31
-
32 Captulo 5. Resultados
onde:
A = qtde. mensagens entregues
B = qtde. mensagens criadas
TaxaPorForadoLaoSocial =C
D(5.2)
onde:
C = qtde. mensagens entregues por classe
D = qtde. mensagens criadas por classe
As Figuras 5.1 e 5.2 apresentam a comparao do desempenho da poltica DLK,
proposta neste trabalho, com o das demais polticas com relao taxa de entrega, no
cenrio Cambridge. Para ambos os casos, os resultados obtidos mostram que a poltica
DLK aumenta a taxa de entrega nos cenrios avaliados.
0 10 20 30 40 50 60 70
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega - Epidemico
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.1. Taxa de entrega utilizando roteamento epidmico no trace de Cam-
bridge
.
No trace de Cambridge, a poltica DLK superou as demais polticas avaliadas.
interessante notar que a diferena do desempenho da DLK para a segunda colocada
manteve-se entre 5 e 7 pontos percentuais em quase todos os tamanhos de buer tes-
tados. Pode-se destacar tambm o desempenho das polticas MOFO/DO que foram
parecidos e em alguns pontos at mesmo igual. Por exemplo, para tamanho de buer
-
5.1. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de roteamento
Epidmico 33
igual a 20 MB, para o qual a poltica LRR obteve o segundo melhor desempenho, ambas
as polticas entregaram 19% das mensagens criadas. A maior diferena no resultado
obtido por estas polticas foi de 4 pontos percentuais, para tamanho de buer igual a
50 MB. A poltica LRR obteve o segundo melhor resultado, se aproximando em at 5
pontos percentuais do desempenho da poltica DLK.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega - Epidemico
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.2. Taxa de entrega utilizando roteamento epidmico no trace Reality
.
A Figura 5.2 apresenta o resultado da taxa de entrega no cenrio Reality. Pode-
se perceber que a poltica DLK obteve a melhor taxa de entrega no cenrio avaliado
superando as demais polticas testadas. A poltica DO obteve o segundo melhor re-
sultado, mantendo um desempenho inferior ao de DLK variando entre 3 e 7 pontos
percentuais. interessante observar que todas as polticas obtiveram um comporta-
mento semelhante: quanto maior o tamanho do espao em buer, maior a taxa de
entrega. A justicativa para este fato simples: quanto mais espao, mais mensagens
podem ser armazenadas e, consequentemente, mais mensagens podero ser enviadas
em uma oportunidade de contato, fato que aumenta a probabilidade de entrega. As
polticas LRR e MOFO obtiveram um resultado parecido. interessante destacar que
para tamanho de buer igual a 60 MB, as polticas LRR, DO e MOFO obtiveram um
desempenho praticamente igual e em outros pontos bastante prximo, como por exem-
-
34 Captulo 5. Resultados
plo para buer igual a 50 e 70 MB. No entanto em ambas as situaes as diferenas
variaram entre 1 e 3 pontos percentuais.
No caso da combinao de roteamento Epidmico com gerenciamento de buer
feito por DLK, pode-se armar que a poltica DLK serve como uma poda das mensa-
gens que sero armazenadas no buer. As replicaes de vrias cpias de uma mesma
mensagem realizada pelo algoritmo Epidmico fazem com que diversas mensagens en-
dereadas a ns poucos conhecidos por um determinado n sejam repassadas a ele.
Dessa forma, a poltica DLK descarta primeiramente, em casos de overow, estas men-
sagens, priorizando a manuteno em buer das mensagens destinadas aos ns com
quem se mantm um lao social mais forte, aumentando assim a probabilidade desta
mensagem ser entregue, fato corroborado pelo desempenho apresentado nas Figuras
5.1 e 5.2.
0
20
40
60
80
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga(%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega por tipo de Mensagem
Laco ForteLaco MedioLaco Fraco
Figura 5.3. Taxa de entrega por tipo de mensagem no trace Reality
.
As Figuras 5.3 e 5.4 apresentam a taxa de entrega de acordo com o tipo da
mensagem, como indicado na equao 5.2. Pode-se notar no grco que as mensagens
para usurios com quem se tem um lao mais forte so entregues em taxas bem maiores
do que para os outros tipos de laos. No cenrio Reality, at 88% das mensagens
destinadas a ns com quem o lao forte foram entregues. No cenrio Cambridge, essa
taxa chegou a at 76%. Para tamanhos menores de buer a diferena entre as taxas
-
5.1. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de roteamento
Epidmico 35
de mensagens entregues de acordo com o tipo do lao, chegou a at aproximadamente
45%no trace Reality e 40% no trace de Cambridge.
0
20
40
60
80
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega por tipo de Mensagem
Laco ForteLaco MedioLaco Fraco
Figura 5.4. Taxa de entrega por tipo de mensagem no trace Cambridge
.
Com estes resultados, pode-se observar a melhoria na entrega de mensagens na
rede, fornecida pela poltica DLK. A estratgia adotada pela poltica DLK benecia de
forma natural o aumento da taxa de entrega na rede, visto que sempre so mantidas no
buer mensagens que o usurio, por algum motivo, gostaria de carregar e provavelmente
entregar ao destinatrio. Este fato corroborado pelos resultados exibidos nos grcos
5.1 e 5.2. No entanto, ao mesmo tempo que benecia a taxa de entrega, DLK pode
aumentar o atraso mdio de entrega caso o tempo mdio de encontro com os usurios
que deseja-se ajudar sejam altos.
5.1.2 Atraso mdio de entrega
O atraso mdio de entrega denido como o intervalo de tempo mdio entre o envio e
o recebimento das mensagens na rede. Desta forma, importante que o atraso mdio
de entrega em uma DTN seja minimizado. Neste trabaho, o atraso mdio de entrega
foi avaliado comparando-se o desempenho da poltica DLK com o das demais polticas
implementadas para comparao. Os grcos das Figuras 5.5 e 5.6 apresentam os
-
36 Captulo 5. Resultados
resultados obtidos nos experimentos realizados, com relao mtrica atraso mdio
de entrega, nos cenrios Cambridge e Reality. Pelo fato do contato entre dois ns em
DTNs ocorrer em perodos que podem ser variados, o atraso na comunicao pode
ser da ordem de horas e at mesmo chegar a dias, fato corroborado pelos resultados
obtidos.
15000
18000
21000
24000
27000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Atra
so M
edio
(s)
Tamanho do buffer (MB)
Atraso Medio - Epidemico
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.5. Atraso mdio utilizando roteamentoeEpidmico no trace de Reality
.
A Figura 5.5 apresenta os resultados obtidos no cenrio Reality. Nota-se que
a poltica DLK obteve o menor atraso mdio de entrega neste cenrio. No entanto,
todas as polticas obtiveram um comportamento semelhante: quanto maior o espao
em buer, menor o atraso mdio de entrega obtido. A poltica DO obteve o segundo
melhor resultado, superando as polticas MOFO e LRR.
A Figura 5.6 apresenta os resultados para a mtrica atraso mdio de entrega no
cenrio Cambridge. Novamente a poltica DLK obteve o menor atraso na entrega das
mensagens. A poltica DO obteve o segundo melhor resultado novamente, e as polticas
MOFO e LRR apenas alteraram as suas colocaes com relao aos resultados obtidos
no cenrio Reality. No cenrio Cambridge, a poltica MOFO cou frente da poltica
LRR, com exceo para tamanho de buer igual a 80 MB, enquanto que no cenrio
Reality o inverso ocorreu. Pode-se destacar tambm o desempenho bastante parecido
obtido pela poltica DLK para a maioria dos tamanhos de buer testados. Percebe-se
-
5.1. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de roteamento
Epidmico 37
30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000
100000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Atra
so M
edio
(s)
Tamanho do buffer (MB)
Atraso Medio - Cambridge
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.6. Atraso mdio utilizando roteamento epidmico no trace de Cam-
bridge
.
um comportamento praticamente linear at tamanho de buer igual a 60 MB. A partir
de tamanho de buer igual a 70 MB, o desempenho da poltica DLK aumentou ao
entregar as mensagens mais rapidamente, fato que diminuiu o atraso mdio de entrega.
Os resultados obtidos com relao mtrica atraso mdio de entrega nos cenrios
avaliados neste trabalho mostram que a poltica DLK pode diminuir o atraso na entrega
de mensagens na rede. No entanto, acredita-se que o desempenho da poltica DLK com
relao a esta mtrica seja inuenciado pela frequncia com que os ns se encontram
dentro da rede, pois o contato entre os ns ajuda a entrega de uma mensagem em
um menor tempo, consequentemente, diminuindo o atraso na entrega. Nesse caso,
aumentando-se a frequncia com que os ns que mantm uma relao social forte se
encontram na rede, consequentemente diminui-se o tempo necessrio para repassar uma
mensagem ao destino, o que contribui para que a poltica DLK diminua o atraso mdio,
fato corroborado nas Figuras 5.5 e 5.6. Entretanto, caso a frequncia de encontros entre
os ns seja diminuda, a poltica DLK preservar a probabilidade de entrega, porm
aumentar o tempo necessrio para entregar a mensagem ao destino e assim aumentar
o atraso mdio.
-
38 Captulo 5. Resultados
5.1.3 Mdia de Saltos
A mdia de saltos denida como a quantidade mdia de saltos de uma mensagem at
ser entregue ao destino. Neste trabalho, avaliou-se a mtrica mdia de saltos de duas
formas. Primeiramente, foi realizada uma comparao dos resultados obtidos por todas
as polticas implementadas. Segundo, analisou-se a mdia de saltos para as mensagens
entregues de acordo com o tipo de fora do lao social. As equaes 5.3 e 5.4 denotam
as frmulas utilizadas nas duas comparaes realizadas.
MediadeSaltos =E
F(5.3)
onde:
E = Total de Saltos por Mensagem Entregue e,
F = Total Mensagens Entregues
MediadeSaltosporT ipodeMensagem =G
H(5.4)
onde:
G = Total de Saltos por Tipo de Mensagem Entregues
H = Total de Mensagens Entregues por Tipo
As Figuras 5.7 e 5.8 apresentam os resultados obtidos para a mtrica mdia de
saltos nos cenrios Cambridge e Reality. Pode-se notar a partir dos resultados obtidos
que, quanto maior o espao disponvel de buer, menor a quantidade mdia de saltos
para a maioria das polticas. No entanto, a poltica DLK tende a se manter estvel,
obtendo um leve crescimento devido a maior disponibilidade de recursos para manter as
mensagens por maior tempo na rede, dando assim uma maior probabilidade de entrega
para as mensagens armazenadas.
Para as demais polticas avaliadas, a mdia de saltos possui um comportamento
descendente em ambos os cenrios avaliados, ocasionado pela alta taxa de replicao de
mensagens na rede e pelo aumento do espao em buer, aumentando o desempenho do
algoritmo Epidmico que, com mais recursos disposio, consegue manter o contedo
por mais tempo no buer, diminuindo o descarte de mensagens e, consequentemente, a
quantidade de saltos necessria para enviar para o destino uma determinada mensagem.
Na Figura 5.7 e na Figura 5.8, percebe-se que a poltica DLK obteve a menor
mdia de saltos, tendo como maior mdia 3 saltos necessrios para uma mensagem
chegar ao destino nal. interessante notar que as polticas DO e MOFO apresentam
um desempenho bem parecido entre si. Isso se deve s caractersticas das duas polticas,
que tem por um dos objetivos manter a mensagem na rede o mximo de tempo possvel,
-
5.1. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de roteamento
Epidmico 39
0 2 4 6 8
10 12 14
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Med
ia d
e Sa
ltos
Tamanho do buffer (MB)
Media de Saltos - Epidemico
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.7. Mdia de saltos utilizando roteamento Epidmico no trace Reality
.
com objetivo de prover uma melhor taxa de entrega. Nota-se tambm que a poltica
LRR tem uma mdia de saltos menor e com uma frao descendente, causado pela
caracterstica da poltica LRR que favorece eventualmente contatos mais frequentes
entre pares de ns.
As Tabelas 5.1 e 5.2 apresentam a mdia de saltos para mensagens por tipo
de lao social em cada um dos cenrios avaliados neste trabalho. Pode-se perceber
que a variao do tamanho em buer inuenciou para o aumento da mdia de saltos
necessrios para uma mensagem ser entregue ao destino. Isto se deve ao fato de que
um espao maior em buer favorece o armazenamento de mais mensagens, o qual, ao
utilizar-se o algoritmo de roteamento Epidmico, possibilita que uma quantidade maior
de mensagens sejam transmitidas nesta ocasio. Desta maneira, como a durao de
um contato em DTNs varivel, quando se tem mais mensagens para se transmitir
em uma oportunidade de contato, pode ocorrer a desconexo, fato que impedir que
todas as mensagens sejam transmitidas em uma oportunidade de contato, podendo
aumentar assim a quantidade mdia de saltos necessria. interessante notar tambm
que, em ambos os resultados obtidos nas Tabelas 5.2 e 5.3, a quantidade mdia de
saltos necessrias para uma mensagem do tipo de lao social mais forte ser entregue
menor que para as mensagens de outros tipos de laos.
-
40 Captulo 5. Resultados
0 2 4 6 8
10 12 14
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Med
ia d
e Sa
ltos
Tamanho do buffer (MB)
Media de Saltos - Epidemico
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.8. Mdia de saltos utilizando roteamento Epidmico no trace de Cam-
bridge
.
Tabela 5.1. Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Cambridge
.
Tipo 10 MB 20 MB 30 MB 40 MB 50 MB 60 MB 70 MB 80 MB
Lao Forte 1,2 1,4 1,5 1,7 1,7 1,8 1,8 2
Lao Mdio 1,3 1,5 1,7 1,8 1,9 2,2 2,1 2,1
Lao Fraco 1,4 1,7 1,8 1,9 2 2,5 2,3 2,6
Tabela 5.2. Mdia de saltos apresentado pela poltica DLK no trace Reality
.
Tipo 10 MB 20 MB 30 MB 40 MB 50 MB 60 MB 70 MB 80 MB
Lao Forte 1,3 1,4 1,8 2,2 2,1 2,5 2,3 2,7
Lao Mdio 2,3 2,5 2,5 2,5 2,7 2,9 3,1 3,1
Lao Fraco 2,4 2,4 2.8 3,1 3,4 3,5 3,6 3,6
Com os resultados obtidos nos cenrios avaliados com relao mtrica mdia
de saltos, pode-se concluir que a poltica DLK pode contribuir para uma diminuio
da quantidade mdia de saltos necessria para que uma mensagem seja entregue. No
entanto, interessante destacar que o bom desempenho da poltica DLK com relao
mtrica em questo no depende da taxa de encontros entre os ns na rede, diferen-
temente do caso da mtrica atraso mdio de entrega. Ou seja, a taxa de encontros no
inuncia o desempenho de DLK com relao mtrica mdia de saltos.
-
5.2. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de Roteamento
PROpHET 41
5.2 Resultados dos Experimentos usando
Algoritmo de Roteamento PROpHET
Na validao do algoritmo de gerncia de buer DLK, foram tambm realizados ex-
perimentos com o algoritmo de roteamento PROPhET, visando avaliar mtricas de
entrega de mensagens na rede. A seguir so apresentados os resultados obtidos para
as trs mtricas observadas neste trabalho.
5.2.1 Taxa de Entrega
Da mesma maneira que com o algoritmo Epidmico, a taxa de entrega tambm foi
avaliada de duas maneiras, para a combinao do algoritmo de roteamentoPROPhET
com a poltica de descarte de mensagens DLK. Primeiramente comparaou-se o de-
sempenho apresentado pela combinao do algoritmo de roteamento PROPhET com
as polticas implementadas neste trabalho. Segundo, realizou-se uma comparao da
quantidade de mensagens entregues por tipo de fora de lao social individualmente.
As Equaes 5.1 e 5.2 representam as equaes utilizadas em cada uma destas maneiras
de avaliao. As Figuras 5.9 e 5.10 apresentam os desempenhos obtidos nos cenrios
Cambridge e Reality.
A Figura 5.9 apresenta o resultado obtido no cenrio Reality. Pode-se perceber
que a poltica DLK obteve o melhor desempenho, superando as suas oponentes.
interessante notar a taxa de entrega para o tamanho de buer igual a 80 MB, quando
a poltica DLK entregou at 93% das mensagens criadas. Este fato pode ser justi-
cado pela combinao da utilizao de probabilidade do algoritmo PROpHET e a poda
feita pela poltica DLK, a qual mantm no buer mensagens destinadas aos ns com
quem se mantm maior relao social, fato que aumenta a chance de uma mensagem
ser entregue. A poltica DO obteve o segundo melhor resultado, superando as pol-
ticas LRR e MOFO. interessante observar que, de fato, a poltica DO favorece o
funcionamento do algoritmo PROpHET, visto que mantm uma mensagem o mximo
de tempo possvel na rede, tornando-a disponvel para seu encaminhamento pelo algo-
ritmo PROpHET. As polticas MOFO e LRR obtiveram os piores desempenhos com
relao taxa de entrega no cenrio em questo, mantendo-se uma diferena de 5 a 10
pontos percentuais com vantagem para a poltica MOFO.
A Figura 5.10, por sua vez, apresenta os resultados para a taxa de entrega obtida
no cenrio de Cambridge. Neste cenrio, a poltica DLK superou as demais polticas
testadas para tamanhos de buer iguais a 40, 60, 70 e 80 MB. Para os demais tamanhos
de buer, a poltica DO obteve o melhor resultado. As polticas MOFO e LRR, por
-
42 Captulo 5. Resultados
0
20
40
60
80
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega - PROPheT
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.9. Taxa de entrega utilizando roteamento PROpHET no trace de
Reality
.
sua vez, obtiveram desempenho parecido para tamanhos de buer maiores que 40 MB,
mas abaixo das demais oponentes, em uma diferena que variou entre 10 e 12 pontos
percentuais.
A Figura 5.11 apresenta os resultados no trace Reality da razo dada pela Equa-
o 5.2. interessante notar que, para determinados tamanhos de buer, aproxima-
damente 90% das mensagens destinadas a usurios com quem se tem um lao forte,
foram entregues. Essa taxa superior aos demais tipos de laos considerados neste
trabalho, chegando a diferenas de at 40 pontos percentuais de mensagens a mais
sendo entregues.
A Figura 5.12, por sua vez, apresenta a mesma comparao dada pela Equao
5.2, mas no cenrio Cambridge. Novamente, a quantidade de mensagens entregues de
laos mais fortes foi superior aos demais tipos de laos. A diferena entre a quantidade
de mensagens entregues por tipo de lao foi de at 40% de vantagem para as mensagens
destinadas a ns com quem se tem um lao mais forte. interessante observar que,
no trace de Cambridge, a quantidade de mensagens do tipo de lao mdio foi menor
com relao ao trace Reality. Esta diferena foi de at 40%, visto que no trace Reality,
para tamanho de buer igual a 80 MB, 80% das mensagens destinadas a ns do tipo
-
5.2. Resultados dos Experimentos usando Algoritmo de Roteamento
PROpHET 43
0 10 20 30 40 50 60 70
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega - PROpHET
DLKLRR
Drop OldestMOFO
Figura 5.10. Taxa de entrega utilizando roteamento PROpHET no trace de
Cambridge
.
de lao mdio foram entregues.
Da mesma maneira que nos experimentos com o algoritmo PROPhET, os resul-
tados apresentados nas Figura 5.11 e 5.12, podem ser justicados pela caracterstica da
poltica DLK, a qual realiza uma poda no buer dos ns, mantendo sempre prioritari-
amente mensagens destinadas a usurios com quem se tem um lao social mais forte.
Dessa maneira, quanto mais mensagens dos laos mais fracos forem descartadas, menor
ser a chance de ocorrer sucesso na entrega das mensagens desse tipo, fato corroborado
pelos resultados apresentados nas Figuras 5.11 e 5.12.
Atravs destes resultados, pode-se armar que, a probabilidade baseada em en-
contros utilizada pelo algoritmo PROpHET aliada a escolha baseada na fora dos laos
sociais entre os ns realizada pela poltica DLK, contribuiu para que o desempenho ob-
tido por esta combinao seja superior ao das demais polticas testadas em ambos os
cenrios utilizados neste trabalho, alcanando, em alguns casos, taxas de at 90% das
mensagens entregues.
-
44 Captulo 5. Resultados
0
20
40
60
80
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Taxa
de
entre
ga (%
)
Tamanho do buffer (MB)
Taxa de Entrega por tipo de mensagem
Laco ForteLaco MedioLaco Fraco
Figura 5.11. Taxa de entrega de acordo com o tipo de mensagem no trace
Reality
.
5.2.2 Atraso Mdio de Entrega
Como citado anteriormente, o atraso mdio denido como o intervalo de tempo mdio
entre o envio e o recebimento das mensagens na rede. As Figuras 5.13 e 5.14 apresentam
os resultados obtidos com relao a mtrica atraso mdio de entrega nos cenrios de
Cambridge e Reality