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BOTULISMO: Miyoko Jakabi INSTITUTO ADOLFO LUTZ BOTULISMO: INSTITUTO ADOLFO LUTZ MICROBIOLOGIA ALIMENTAR DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Miyoko Jakabi

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BOTULISMO:

Miyoko JakabiINSTITUTO ADOLFO LUTZ

BOTULISMO: INSTITUTO ADOLFO LUTZ

MICROBIOLOGIA ALIMENTAR

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Miyoko Jakabi

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O Doença neurológica grave;

Súbita e progressiva; Causada pela toxina

botulínica; Emergência médica e

de saúde pública; Notificação

obrigatória.

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Microrganismo descrito pela primeira vez em 1879, por Ermengen, na Bélgica - surto com 33 casos;

Botulismo - surto de origem caseira na Alemanha relacionada com ingestão de salsicha;

“botulus”: latim=salsicha.INSTITUTO ADOLFO LUTZ

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Bacilos GRAM +, retos ou ligeiramente curvos;

0,5-2,0 µm de largura e 1,6-22,0 µm de comprimento;

Esporos ovais e subterminais.

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Largamente distribuído no ambiente;

Trato intestinal de animais, pássaros e peixes;

Cadáveres de animais silvestres e pássaros contém > quantidade;

Tipos A, B e F: terrestres; Tipo E: ambientes aquáticos; Tipo A: oeste dos EUA; Tipo B leste dos EUA e Europa; Tipo G: restrito a Argentina.

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Anaerobiose; pH (4,8 a 8,5); Atividade de água de

0,95 a 0,97; Temperatura ótima de

37ºC. Os tipos A e B (25º a 40ºC);

Tipo E, multiplicação > 3ºC.

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GRUPOI II

(não proteolíticas)III IV C. baratii C. butyricum

Tipo A,B,F B,E,F C,D G F E

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TEMPERATURA (°C)Ótima 35-40 18-25 40 37 30-37 30-45

Mínima 12 3,3 15 10

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A Tipos de toxinas A, B, E, F: patogênicas para

o homem; C, D: patogênicas para os

animais; Toxinas termolábeis

inativadas a 100ºC por 15 minutos.

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Dose letal: 135-150 ng; Bioterrorismo;

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Toxina - exotoxina ativa (mais que a tetânica), de ação neurotrópica , única que tem a característica de ser letal por ingestão;

Proteína de 150 kda cadeia pesada de 100 kda e cadeia leve de 50 kda ligadas por pontes de sulfeto.

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Presente em pequena quantidade na fase logarítmica;

Liberada durante a autólise;

Bacteriófagos: tipos C e D;

Plasmídeos.

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Neurotoxina; Resistente ao ácido estomacal; Absorvida intacta pelo trato

gastrointestinal e entra na corrente sangüínea;

Se liga as células nervosas via gangliosídeos;

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INSTITUTO ADOLFO LUTZJUNÇÃO NEUROMUSCULAR NORMAL JUNÇÃO NEUROMUSCULAR COM

PRESENÇA DA TOXINA BOTULÍNICA

1. Ligação da cadeia leve aos receptores na membrana;

2. Internalização da toxina ativa;

3. Translocação da toxina p/ o interior da célula (pinocitose);

4. Fase lítica - bloqueio da liberação da acetilcolina.

Con

t.

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INSTITUTO ADOLFO LUTZAção da toxina

O neurotransmissor envia impulsos elétricos p/contrair o músculo;

Terminações nervosas secretam a acetilcolina responsável pela contração muscular;

Pacientes com botulismo: neurotoxina liga-se aos terminais nervosos inibindo a liberação da acetilcolina, o músculo não contrai, ocorrendo a paralisia.

Alimentar: ingestão de alimentos contaminados com a toxina;

Ferimento: multiplicação do microrganismo com produção de toxina em feridas contaminadas;

Intestinal: produção endógena da toxina pela germinação de esporos do C. botulinum no intestino (< 1 ano) adultos (cirurgias intestinais, acloridria, doença de Crohn, uso prolongado de antibióticos).For

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Período de incubação: 12-36 horas (2hs - 10 dias);

Quanto > concentração de toxina no alimento ingerido, < período de incubação.

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Alimentos enlatados ou envasados em vidros;

Industrializados: subprocessamento ou contaminação

pós-processo;

Conservas caseiras: subprocessamento e acidez.

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Conserva de peixe caseira (Brasil, 2007);

Suco de cenoura (EUA e Canadá, 2006);

Tofu (Brasil, 2005); Patê de fígado industrializado

(Brasil, 2005); Sardinha em molho de tomate

(África do Sul, 2002); “Carne em lata” (Brasil, 2002); Mortadela (Marrocos, 1999); Torta, Brasil (2006 e 2007).

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Impedir a germinação de esporos e a proliferação das células vegetativas;

Importância da microbiota competitiva (ex. bactérias lácticas);

Conservantes químicos - nitritos e nitratos;

Tratamento térmico elevado; pH.

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SINTOMAS Letargia;

Constipação;

Dificuldade para

alimentar-se;

Choro fraco;

Flacidez muscular e perda do controle dos movimentos da cabeça;

Morte súbita. INSTITUTO ADOLFO LUTZ

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Mel (Midura, 1996);

Ambiente (Long, 1985; Nevas et al., 2005b; Fox et al., 2005);

Fórmula infantil - Reino Unido (Brett et al., 2005);

Ervas (chás) - Argentina (Satorres et al., 1999; Bianco et al., 2008);

Cereal infantil - Canadá (Hauschild et al., 1988).

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Esta doença pode ser confundida com outras enfermidades neurológicas:

Síndrome de Guillain-Barré;

Müller-Fischer ;

Miastenia gravis. Q

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Deve ser realizada o mais precocemente possível, até sete dias após o início dos sintomas;

Antes da administração do soro anti-botulínico;

Coleta tardia pode revelar um resultado falso negativo.CO

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Acondicionar as amostras em recipientes à prova de vazamento em caixas isotérmicas com gelo reciclável obedecendo as normas de biossegurança;

Devem ser devidamente endereçados e etiquetados com os seguintes dizeres:

EMERGÊNCIA MÉDICA, PERIGO BIOLÓGICO E REFRIGERAR NA

CHEGADA” .

Obs.: Espécimes de ferimentos devem ser transportados em temperatura ambiente

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Bioensaio em camundongos;

Amostras clínicas e bromatológicas.

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Evidência da toxina (soro, vômito, lavado gástrico, fezes e alimentos) para todas as formas de botulismo;

Evidência da presença de C. botulinum, produtor de toxina (fezes de bebê e exsudato de ferimento); botulismo infantil/intestinal e ferimento;

Cultura de C. botulinum: exsudato de ferimento, vômito, lavado gástrico e fezes; botulismo infantil/intestinal e ferimento.

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Soro: 15 a 20 mL de sangue total em frasco sem anticoagulante, para obtenção de 10 mL de soro;

Fezes/lavado gástrico: 25 a 50g ou Ml;

Ferimento: coletar com “swab” a parte mais profunda do ferimento, inocular num meio de cultura redutor (tioglicolato com rezasurina).

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Sobras do alimento efetivamente consumido pelo afetado;

Na ausência de sobras, enviar recipientes vazios que contiveram o alimento consumido.

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Solução de gel fosfato (1:1 p/v, homogeneização);

Centrífuga refrigerada (4ºC/ 12.000 x g/20 min.).

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Separado em 2 porções: Tratada termicamente: água

ebulição/10 min.; Tripsinizada: acertar o pH p/

6,2; 1,8 ml do sobrenadante, acrescente 0,2 ml de sol. Tripsina; incubar a 37ºC/1h.

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Selecionar no mínimo 8 camundongos (20-25g);

2 animais: inoculados com porção fervida já resfriada;

2 animais: inoculados com porção tripsinizada;

2 animais: inoculados c/ a porção extraída, não tratada termicamente e não tripsinizada;

2 animais são controle do ensaio.

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Observação constante por 6h;

Após este período, os animais são observados a cada 6h, até um período máximo de 96h;

Sintomas: respiração difícil, elaborada, acinturamento tipo “cintura de vespa”, por paralisia do diafragma em contração;

Morte.

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INSTITUTO ADOLFO LUTZ FONTE: http://www.nc3rs.org.uk/

ANIMAL ACINTURADO ANIMAL SEM SINTOMAS

Misturar amostra positiva com anti-soros polivalentes e monovalentes (A,B,E e F);

Inocular em camundongos;

Os animais inoculados, deverão apresentar os sintomas de botulismo, exceto aqueles que foram inoculados com a antitoxina que foi capaz de inativação.

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Os animais que não apresentarem sintomas permitem a identificação do tipo presente;

Se os camundongos não forem protegidos por 1 dos monovalentes:

1. Pode ter muita toxina no alimento;

2. Pode ter mais de 2 tipos de toxinas;

3. Mortes podem ser devidas a outras causas.

Se ambos os sobrenadantes, aquecido e não aquecido, forem letais, as mortes provavelmente não são devidas a toxina botulínica.

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Tratamento de espasmos musculares de vários tipos: estrabismos, dores musculares de faces e pescoço;

Limitação da terapia: injeção deve ser repetida.A

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TOXINA BOTULÍNICATIPO A (BOTOX)

TRATAMENTO DE RUGAS COM APLICAÇÃO

DO BOTOX

1982: Implantação do diagnóstico de botulismo, IAL/SP;

1999: Início da estruturação da vigilância CR Bot/SP;

2001: Notificação obrigatória;

2002: Implantação da vigilância nos Estados;

2003: Produção de antitoxina pelo Instituto Butantan;

2008: Habilitação do IAL como LRN pela ANVISA.

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INAUGURAÇÃO DO LABORATÓRIO NB-2

Portas de acesso duplas com fechamento automático (trava);

Pass-trough para passagem de amostras e animais;

Área de preparação de amostras;

Área de inoculação;

Área de manutenção dos animais;

Ar de exaustão não circulante, fluxo de ar negativo dentro do laboratório.La

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Cabine de segurança biológica com exaustão/filtro HEPA;

Centrífuga refrigerada (12.000 x g);

Ambiente climatizado (22 ± 2°C) e sem ruído;

Câmara de CO2 (eutanásia);

Autoclave (descarte de amostras bromatológicas e biológicas). B

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Acondicionamento para descontaminação (saco autoclavável);

Acondicionamento para descarte (NBR 9191/2000 - ABNT);

Congelamento;

Preenchimento de planilha (biossegurança);

Coleta pela Prefeitura.

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PORTAS COM FECHAMENTO AUTOMÁTICO (TRAVAS)

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“PASS-THROUGH” (PASSAGEM DE AMOSTRAS E ANIMAIS

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ÁREA DE INOCULAÇÃO / PRATELEIRAS P/ CAMUNDONGOS

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CABINE DE SEGURANÇA BIOLÓGICA NÍVEL 2

Capacitação de médicos;

Melhoria no diagnóstico clínico;

Coleta oportuna de amostras;

Administração de antitoxina oportunamente;

Tratamento adequado;

Desenvolvimento de métodos laboratoriais rápidos.

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