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INSTITUTO DE ENERGIA ATÔMICA SECRETARIA DA CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DETERMINAÇÃO DE IODO-131 E TÓRIO EM URINA Rute Miwa Tomida Dissertação apresentada ao Instituto de Energia Atómica como parte dos requisitos para obtenção do grau de "Mestre - Area da Tecnologia Nuclear". Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barberio São Paulo 1978

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INSTITUTO DE ENERGIA ATÔMICA SECRETARIA DA CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DETERMINAÇÃO DE IODO-131 E TÓRIO EM URINA

Rute Miwa Tomida

Dissertação apresentada ao Instituto de Energia Atómica como parte dos requisitos para obtenção do grau de "Mestre - Area da Tecnologia Nuclear".

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barberio

São Paulo 1978

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INSTITUTO DE ENERGIA ATÓMICA

Secretaria da Cultura, Ciencia e Tecnologia

Autarquia Associada ã Universidade de São Paulo

D E T E R M I N A Ç Ã O D E I O D O - 1 3 1 E T O R I O E M U R I N A

RUTE MIWA TOMIDA

Dissertação apresentada ao INSTITUTO de ENERGIA ATÔMICA como parte dos

requisitos para obtenção do grau de "Mestre-Area Tecnologia Nuclear"

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barbério

São Paulo - 1978

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n

A meus -pais

e

irmãs

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Ao Frof. Vr. José Carlos Barbério,

minha gratidão

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos, -pelo carinho, incentivo e colaboração

Ao Instituto de Energia Atómica, pela oportunidade

Aos colegas do Centro de Proteção Radiológica e Dosimetria, pelo apoio e

colaboração

Áo Pessoal do Centro de Engenharia Química, por permitirem o uso de seus

laboratórios e equipamentos para a realização da parte experimental

deste trabalho

A Laborclinica, pelas facilidades oferecidas para a realização dos tra

balhos datilogrãficos

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SUMARIO

n

R E S U M O

A B S T R A C T

P A G I N A

1. I N T R O D U Ç Ã O . . ................. 1

1.1. A N A L I S E R A D I O T O X I C O L O G I C A E M P R O T E Ç Ã O R A D I O L Ó G I C A 3

1 . 1 . 1 . A M O S T R A S B I O L Ó G I C A S E M A N A L I S E S R A D I O T O X I C O L O G I C A S . . 5

1 . 1 . 2 . M É T O D O S A N A L T T I C O S 6

1.2. I M P O R T A N C I A D O S R A D I O E L E M E N T O S S E L E C I O N A D O S 7

1 . 2 . 1 . I O D O - 1 3 1 7

1 . 2 . 2 . T O R I O 8

2. C A R A C T E R Í S T I C A S E P R O P R I E D A D E S . . . . . 11

2 . 1 . I O D O - 1 3 1 11

2 . 1 . 1 . C A R A C T E R Í S T I C A S Q U Í M I C A S 11

2 . 1 . 2 . C A R A C T E R Í S T I C A S R A D I O A T I V A S 12

2 . 1 . 3 . M E T A B O L I S M O 14

2 . Í . 4 . T O X I C I D A D E 1 9

2 . 1 . 5 . L I M I T E S D E D O S E 1 9

2 . 1 . 6 . M É T O D O S A N A L Í T I C O S 1 9

2 . 1 . 6 . 1 . S E P A R A Ç Ã O D O I O D O D A U R I N A 1 9

2 . 1 . 6 . 2 . D E T E C Ç Ã O D E I O D O - 1 3 1 . . . . . 21

2 . 2 . T O R I O 21

2 . 2 . 1 . C A R A C T E R Í S T I C A S Q U Í M I C A S 21

2 . 2 . 2 . C A R A C T E R Í S T I C A S R A D I O A T I V A S 22

2 . 2 . 3 . M E T A B O L I S M O 2 4

2 . 2 . 4 . T O X I C I D A D E . . 2 6

2 . 2 . 5 . L I M I T E S D E D O S E 2 8

2 . 2 . 6 . M É T O D O S A N A L Í T I C O S 2 8

3. O B J E T I V O S 3 0

4. M A T E R I A L E M É T O D O S 3 2

4.1. I O D O - 1 3 1 3 2

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PAGINA

4.1.1. MATERIAL 32

4.1.2. MÉTODOS 33

4.1.2.1. DETERMINAÇÃO DA EFICIENCIA DE CONTAGEM DO

DETECTOR UTILIZADO 34

4.1.2.2. DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO DE SEPARAÇÃO

DO MÉTODO 35

4.1.2.3. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO 35

4.1.2.4. ESCOLHA DA AMOSTRA DE URINA A SER UTILIZA

DA E APLICAÇÃO DO MÉTODO... 35

4.2. TORIO 36

4.2.1. MATERIAL 36

4.2.2. MÉTODOS 37

4.2.2.1. SEPARAÇÃO DO TORIO DA URINA 37

4.2.2.2. DETERMINAÇÃO COLORIMÉTRICA DO TORIO 39

4.2.2.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO.. 40

5. RESULTADOS. . 41

5.1. IODO-131 41

5.1.1. DETERMINAÇÃO DA EFICIENCIA DE CONTAGEM DO ESPECTRO_

METRO GAMA 41

5.1.2. DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO DE SEPARAÇÃO DO MÉTODO.. 41

5.1.3. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO 42

5.1.4. ESCOLHA DA AMOSTRA DE URINA A SER ANALISADA 42

5.1.5. APLICAÇÃO DO MÉTODO 42

5.2. TORIO 52

5.2.1. DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORBANCIA DO COMPLEXO

TORIO-THORON _ 52

5.2.2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO 52

5.2.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO 53

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES 60

6.1. IODO-131 60

6.1.1. ESCOLHA DA AMOSTRA DE URINA A SER ANALISADA 61

6.1.2. ESTUDO DE CASOS DE CONTAMINAÇÃO CRÓNICA 62

6.2. TORIO 65

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 67

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RESUMO

Desenvolveram-se métodos de determinação de Iodo-131 e

torio em urina para serem utilizados na monitoração de trabalhadores que ma

nuseiam esses radioisótopos.

O método desenvolvido para a determinação de Iodo-131

consiste na separação do iodo da amostra por precipitação, utilizando clore_

to de prata; a detecção foi realizada em um cintilador de Nal(Tl) tipo po_

ço, acoplado a um espectrómetro monocanal. Este método é de execução sim

pies e rápida, seletivo e apresenta um rendimento de separação acima de

Determinou-se a quantidade de tório em urina, por colo_

rimetria, após a mineralização da amostra com ácidos nítrico e sulfúrico e

água oxigenada. O reagente cromóforo utilizado foi o Thoron que é o sal dis_

sódico do ácido orto (2 hidroxi- 3,6 dissulfo- 1 naftil azo) henzeno arséni_

CO. A absorbancia foi determinada em espectrocolorímetro em comprimento de

onda de 530 nm. Ê um método simples e o rendimento de separação obtido foi

de cerca de 80%.

Estabeleceu-se a amostra mais representativa para um

programa de monitoração de trabalhadores de um laboratório de produção de

Iodo-131 e discutiram-se os resultados obtidos em analises de urina de inãi_

víduos com contaminação crônica de Iodo-131.

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ABSTRACT

Thorium in urine was determined by colorimetry after the

mineralization of the sample using nitric acid, and sulphuric acid,and then

oxigen peroxide. The ohromophore reagent used was Thoron (disodium salt of

2-(2-hydroxy-3,6-disulfo-l-naphthylazo) benzenear sonic acid).The absorbance

was measured in a spectrocolorimeter at a fixed wavelength (530 nm). The

method proved to be simple allowing a separation yield of about

The most representative sample for a monitoration pro_

gram in a I production laboratory has been established. The ^^^I concen

tration in urine of individuals with chronical contamination have also been

measured; an interpretation of these results is discussed.

Methods for the determination of I and Thorium in

urine have been developed taking into account the monitoring needs for peq_

pies who handle with these radioisotopes.

The method for the determination of is based in the

use of silver chloride to separate iodine by precipitation fron the sample;

the detection was carried out in a Nal (Tl) well type scintillator oon^

neoted to a single channel analyser. This method has the following advan

tages; it is easy and relatively fast as well as selective, showing a sepa

ration yield higher than

1 3 1

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01

1- INTRODUÇÃO

A expansão continua da industria nuclear e a crescente

produção de radionuclTdeos para os mais variados usos pacíficos, trouxe co

mo consequência o potencial de um problema de saúde e segurança.

A radiação ionizante, ao lado dos beneficios que traz,

pode ser uma ameaça ã vida e as gerações futuras, se indevidamente utiliza_

da ou mau controlada.

O reconhecimento de efeitos biológicos produzidos pela

radiação acarretou o desenvolvimento de um novo ramo da ciencia, a toxicólo

gia das substancias radioativas.

A toxicologia convencional admite a existencia de um

limiar se o envenenamento é agudo ou crônico. Para assegurar que este 1^

miar não seja atingido são estabelecidos níveis de concentrações máximas ,

baseados em dados epidemiológicos ou experimentais em animais, considerando

um fator de segurança arbitrariamente selecionado. Desta forma, a presença

simultânea de vários agentes tóxicos conduz a uma difTcil resolução na fixa

ção de níveis combinados de concentrações máximas

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02

No caso de substancia radioativa admite-se uma relação

linear entre dose e efeito e uma distribuição do efeito por todo o período

de vida. Consideram-se , também, os efeitos simultâneos em Órgãos difereji

tes.

A análise radiotoxicolõgica consiste na detecção de ele^

mentos radioativos em amostras biológicas, a fim de identificar possTvel

contaminação interna.

A toxicidade do radionuclTdeo depende não somente da

quantidade incorporada, como também da meia-vida, metabolismo, formas fis^ 20

ca e química e modo de incorporação .

Em vista disso, em trabalhos com material radioativo ,

além do planejamento de equipamentos e procedimentos para segurança máxima,

é necessária vigilância cuidadosa e regular do trabalhador e do ambiente de

trabalho. Esta vigilância é da competência da Proteção Radiológica.

A monitoração é o meio utilizado pela Proteção Radiólo

gica para assegurar que trabalhadores e indivíduos do público não recebam

doses de radiação acima dos nTveis aceitáveis pelas normas nacionais e in

ternacionais de proteção radiológica.

A monitoração pode ser pessoal ou de área, sendo que c_a

da tipo pode ser orientado para o controle de exposição por radiação exter^ _ 19 .

na ou para o controle de contaminação por radiação interna .

Normalmente utilizam-se para o controle de radiação ex

terna, monitores de área e detectores portáteis. No controle pessoal para a

radiação externa são utilizados dosímetros de bolso, sonoros, radiográf^ 19

C O S , termoluminescentes, ou radiofotoluminescentes .

A monitoração ambiental é útil para se avaliar, grossej^

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03

ramente, a quantidade de material radioativo incorporada. Na monitoração

pessoal, para se detectar contaminação interna, o método mais preciso é o

contador de corpo inteiro, restrito porém a radiações penetrantes. No caso

de radiações pouco penetrantes, que são justamente as que apresentam maior

risco ã saúde quando internamente depositadas, pelo seu alto poder de ion^

- - . . 11,13,19,20

zaçao, a monitoração e feita por analises radiotoxicolõgicas

1.1- ANÁLISE RADIOTOXICOLOGICA

EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

A análise radiotoxicolõgica permite a avaliação da con

taminação interna por meio do controle das vias de eliminação. E um método

adequado considerando-se que o metabolismo de qualquer radioelemento compo£

ta uma fase final de eliminação através de uma das três vias principais : 23

ar exalado, fezes e urina .

Além disso, a análise radiotoxicolõgica é o método de

monitoração pessoal de contaminação interna mais apropriado para o controle

de indivíduos que trabalham em ambientes de possTvel contaminação causada

por aerossóis radioativos no ar, incluindo emissores de radiação de baixo

22

poder de penetração, ou onde existe um grande número de trabalhadores, .

A partir dos resultados da análise radiotoxicolõgica é

possTvel estimar a carga corporal do radionuclTdeo, considerando-se que a

excreção e a retenção são inversamente proporcionais; tal estimativa depen

de da via de incorporação, das formas física e química do elemento e do õr

gão onde se deposita^^.

Esta técnica permite detectar tanto níveis crônicos de

contaminação como quantidades incorporadas em casos acidentais. Durante ou

imediatamente apÕs a incorporação, a excreção pode ser particularmente

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04

rápida, principalmente se o material for solúvel nos fluidos do corpo, tor

nando-se mais lenta, depois. Desta forma, para se estimar a carga corporal

ou exposição crônica, a amostra mais indicada e a colhida antes do inicio

do trabalho semanal. Por outro lado, para se detectar exposições " aciden^

12

' tais, devem-se analisar amostras colhidas imediatamente apos o trabalho .

Podem-se estabelecer limites de excreção, tais que, se

J ultrapassados, significam uma sobreexposição do indivíduo, relacionando-se

-1 as concentrações de contaminantes no ar com as excreções urinárias corres^

pendentes.-

J Na Area de Radioproteção do Centro de Proteção Radiólo

~] gica e Dosimetria, do Instituto de Energia Atômica ( lEA, S.P. ), está em

desenvolvimento o setor de Controle de Radiocontaminação Interna in vitro,

que tem por objetivo a detecção de material radioativo em amostras biolÕgj_

" cas, como parâmetro para identificação de radioisótopos nos diferentes ór

J gãos do corpo humano.

J Com essa finalidade são desenvolvidas técnicas de anãlj_

-j se radiotoxicolõgica para os diferentes radioelementos utilizados nos mais

diversos campos da energia nuclear.

J Atualmente, são realizadas em caráter rotineiro análj_

n ses radiotoxicolõgicas de urânio e tritio em urina de trabalhadores, sendo

que a determinação de urânio é feita por fluorimetria em meio sólido e a de

tritio, por cintilação em meio líquido .

Para a análise radiotoxicolõgica visando a proteção ra

diolÕgica existem considerações especiais em relação ã seleção do material

J biológico e ao método analítico a ser utilizado.

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1.1.1- AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM

ANALISES RADIOTOXICOLOGICAS

t A escolha do material biológico para a análise radioto^

J xicologica depende do radionuclTdeo, de suas propriedades fTsicas e quTmi_

~1 cas, da maneira de incorporação, de seu comportamento metabólico, alem da

praticabilidade e da conveniência de. amostragem.

As amostras biológicas que podem ser utilizadas são:

"1 a) esfvegaço nasal - Os resultados de análises de esfregaços nasais não são

representativos do conteúdo corporal do radionuclTdeo; entretanto,

J uma incidência frequente de contaminação no esfregaço indica cojn

PI dições inadequadas de trabalho.

b) suor e saliva - Logo após uma incorporação por ingestão ou inalação, a

U quantidade de radionuclTdeo na saliva pode ser um indicador útil

~] da grandeza da incorporação, mas não da carga corporal. Pouco se

conhece sobre a relação entre conteúdos corporal e na saliva, ou

no suor, da maioria dos elementos químicos.

c) ar exalado - A análise do ar exalado tem aplicação restrita aos gases no

bres, principalmente o radÕnio, pois, em condições fisiológicas

normais não se produzem compostos voláteis de radionuclTdeos.

d) sangue - O sangue é o único tecido que pode ser amostrado facilmente ,

mas há limitações severas em relação ã freqüência dessa amostra

gem. Além disso, a maioria dos radionuclTdeos não é retida predo^

minantemente no sangue e a relação entre concentração no sangue e

no órgão de deposição não é constante.

e) fezes - A colheita de amostras fecais apresenta menos dificuldades prátj_

cas do que as amostras anteriores. A excreção fecal indica mate_

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n

06

rial não absorvido no trato gastrointestinal, como em casos de

ser ingerido diretamente ou, depositado inicialmente no trato res^

piratório superior e, em seguida, transferido ao trato gastroin^

testinal. Pode, ainda, conter material que foi absorvido, metabo

1 izado e excretado por via das secreções digestivas ou bile. Po£

tanto, a analise de fezes não fornece uma boa estimativa da carga

corporal do radionuclTdeo. A medida da quantidade excretada nas

fezes é útil nos casos de elementos que não são absorvidos no tra

to gastrointestinal, pois, após uma ingestão, pode-se estimar a do

se de radiação neste trato. E útil, ainda, nos casos de inalação,

onde a quantidade de radionuclTdeo depositada no pulmão pode ser

estimada pela determinação nas fezes.

f) i4r-Cna - E a amostra mais importante para a analise radiotoxicolõgica ,

pois contém somente o radionuclTdeo metabolizado, independente da

maneira de assimilação; é relativamente fácil de coletar e manu^

sear, podendo ser colhida por um perTodo de tempo definido. A ex

creção urinária é útil na obtenção de dados sobre o conteúdo cor^

poral do radionuclTdeo.

A freqüência de amostragem deve ser relacionada com o 20,32

maior ou menor risco de exposição ocupacional

13,32

1.1.2- MÉTODOS ANALÍTICOS

Os métodos utilizados em um programa de monitoração de

vem ser sensíveis, específicos, simples, rápidos e econômicos. Dependendo

das necessidades, alguns desses requisitos podem ser sacrificados em favor

de outros. Assim se for necessário um resultado rápido, pode-se comprometer

a sensibilidade ou a especificidade, já que os métodos de maior sensibilida^

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07

de são, normalmente, mais complexos e demorados.

Em geral, as exposições industriais provem de nuclTdeos

únicos ou, no máximo, de material único, não constituindo, portanto, a purj_

ficação radioquímica preocupação na análise radiotoxicolõgica. A separação

do radioisótopo em quantidades grandes de material inerte da amostra const^

tui o principal problema.

Os radionuclTdeos que apresentam maiores riscos radiosa^

nitários são urânio, tório e rádio, entre os elementos naturais e plutonio

e produtos de fissão, entre os nuclTdeos artificiais. E importante incluir

na monitoração dos trabalhadores envolvidos em operações com esses elemeji

tos o controle de contaminação interna por meio de análise radiotoxicolÕgji_

ca.

A maioria das análises e realizada baseada na detecção

da radioatividade do nuclTdeo, mas nos casos de elementos com atividade es_

pecTfica baixa, como tório e urânio natural, as determinações são feitas 1 2

com maior sensibilidade por outras técnicas instrumentais

1.2- IMPORTÂNCIA DOS

RADIOELEMENTOS SELECIONADOS

1.2.1- IODO-131

O iodo-131 é um dos isótopos úteis no campo do diagnós^

tico e da terapia. Como o iodo é um elemento comum no organismo, o seu ra

dioisotopo não apresenta toxicidade quTmica; e pelo fato do iodo-131 apre

sentar meia-vida curta, não se atribuem alterações metabÕlicas ou patológj[

cas causadas por suas radiações nas doses normalmente utilizadas em diagnõs^ 39

tico e terapia .

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08

Em diagnostico, o iodo-131 pode ser utilizado na forma

inorgânica ( iodeto ) para estudo de função e mapeamento da tireoide. Pode,

ainda, ser usado para marcar moléculas orgânicas, tais como: hipuran para

estudo de função renal, macroagregados de albúmina para mapeamento de puj_

mão, microesferas de albúmina para mapeamento de fígado, baço ou medula Ó£

sea, rosa-bengala e bromossulfaleîna para estudo de função hepática, triole^

Tna e ácido oleico para estudo de absorção intestinal de gordura, soroalbjj

mina para determinação de volemia, espaços liquorico e sanguíneo .

No Centro de Processamento de Material Radioativo do

lEA o iodo-131 é o radioisótopo produzido em maior quantidade: cerca de 12

Ci/mês, dos quais, 80% são utilizados na forma inorgânica.

Além disso, o iodo-131 e de grande importancia em ca^

sos acidentais em reatores nucleares e em precipitação ambiental radioativa,

que decorre das bombas nucleares, por sua fácil incorporação a cadeia alj_

mentar podendo, dessa forma, contaminar a população.

1.2.2- TORIO

O tório tem várias aplicações, sendo utilizado em mate

rial refratário na forma de ligas com magnesio e zinco; em sóidas de eletro^

dos e filamentos elétricos em liga com tungsténio; em lentes ópticas; em

tubos eletrônicos e na industria quTmica como agente catalisador.

Entretanto, o principal uso potencial de tório é como

fonte de combustível nuclear. O Brasil possui substanciais reservas de tó

rio, o que pode estimular seu aproveitamento nos reatores nucleares como ma^

terial fértil.

A monazita é uma das principais fontes de tório e con

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09

tem 5 a 6% de Óxido de tório ( Th02 ). Atualmente a monazita e explorada no

sentido de extrairem-se terras raras e uranio, enquanto que o Óxido de tó

rio é separado como sub-produto, sendo estocado desta maneira.

No Centro de Engenharia QuTmica do lEA está se desenvol_

vendo uma usina piloto de purificação de torio proveniente da monazita. A

figura 1.1 mostra o esquema do processamento do torio.

O tório foi utilizado também em medicina, administrado

a pacientes na forma de óxido de torio em suspensão coloidal como meio de

contraste de raios-X^'^^. Em virtude dos efeitos biológicos observados

nesses pacientes, seu uso foi abandonado a partir de 1945. Desta forma a

contaminação interna por torio só ocorrerá nos trabalhadores ou em casos a_

cidentais na população.

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10

MONAZITA

C O N C E N T R A D O DE T O R I O

N I T R A T O DE T O R I O

V

O X A L A T O

COMBUSTÍVEL

SULFATO OXICARBONATO

NUCLEMON *

CENTRO DE

ENGENHARIA

QUTMICA

(lEA)

CENTRO DE

METALURGIA

NUCLEAR

(lEA)

F I G U R A 1.1- E S Q U E M A DA O B T E N Ç Ã O D E T O R I O A P A R T I R D A M O N A Z I T A

*Nuclemon- Nuclebras Monazita Associados Ltda.

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11

2- C A R A C T E R Í S T I C A S E P R O P R I E D A D E S

2.1- IODO-131

n ^ V 25, 27, 28, 34, t2, 45 2.1.1- C A R A C T E R Í S T I C A S Q U l M I C A S

O iodo ( I ) possui número atômico 53; é um membro da

famTlia dos halogênios, grupo VII A da tabela periódica e pode apresentar

J valência negativa de 1 ou valências positivas de 1, 3, 5, ou 7 e formar com

"1 postos de caráter iónico ou compostos covalentes.

A quTmica do iodo é complexa em virtude da variedade de

formas em que pode ser encontrado, como por exemplo: iodeto ( I ), iodo e_

lementar ( I^ ), hipoiodato ( lO" ), iodato ( 10^ ), e periodato ( 10^ ).

n Em análise radioquímica é importante o conhecimento da

forma quTmica em que esta o iodo, para se utilizar carregador compatível.

Quando não se conhece a forma do radioiodo, e importante o conhecimento das

mudanças nos seus estados de oxidação, pois, por uma série de reações de o

J xidação e redução, pode-se conduzir o iodo carregador e o radioiodo ao

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1 2

mesmo estado de oxidação.

O iodeto pode ser oxidado a iodo elementar na presença

de luz. O I2 õ solido mas pode sublimar sob condições normais, o que repre_

senta um sério problema nos laboratorios onde se manuseia esse elemento.

O ¡ 2 é muito pouco solúvel em agua, solúvel em álcool e

éter formando soluções de cor marrom, e bastante solúvel em dissulfeto de

carbono, tetracloreto de carbono e clorofórmio.

triiodeto I^.

O iodo elementar reage com Tons iodeto, formando Tons

A maioria das determinações analTticas de iodo envolve

reações de precipitação dos Tons iodeto: com Tons prata ha formação de iod£

to de prata ( Agi, com a 25°C de 1,5,10"^^ moles/litro ); com Tons pala

dio ( II ) hã formação de precipitado preto de iodeto de paládio ( Pdl^ )•

17

O iodo pode estar presente na atmosfera :

a- adsorvido a partículas atmosféricas ( 50 a 90% ), na forma de iodo ele^

mentar ou compostos inorgânicos;

b- na forma de vapor, como iodo elementar, compostos orgânicos ( por exem

pio: iodeto de meti Ia ), ou compostos inorgânicos ( por exemplo :

ácido iodTdrico HI, ou acido hipoiodoso HIO ). As interrelações

dessas formas são apresentadas na figura 2.1.

2 . 1 . 2 - C A R A C T E R Í S T I C A S RADIOATIVAS^'^'*

O iodo-131 apresenta meia-vida radioativa de 8,0 dias, *

meia-vida biológica de 138 dias e meia-vida efetiva de 7,5 dias.

Meia-vida radioativa (T )- Tempo necessário para uma substância radioativa

n

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15

PARTÍCULAS 7f

A T M O S F E R A

aquosa

IODO EM SOLUÇÃO

FIGURA 2.1- ESQUEMA DAS INTERRELAÇOES DAS VARIAS FORMAS DE IODO NA

ATMOSFERA

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14

O iodo-131 decai por emissão de partículas 3~ e radia^

ção Y , para o xenõnio-131 que é estável, como mostra a figura 2.2.

6,8,35,4'+

2.1.3- M E T A B O L I S M O

A figura 2.3 mostra o esquema do metabolismo do iodo no

organismo.

O iodo pode penetrar no organismo por ingestão, por i na

lação ou através da pele.

O iodo é absorvido em qualquer região do trato gastroÍ£

testinal, talvez mais facilmente no intestino delgado, provavelmente na for

ma de iodeto. A absorção pode processar-se, ainda, através das mucosas do

pulmão e da pele.

continuação

perder 50% de sua atividade, por decaimento.

Meia-vida biológica Tempo necessário para o organismo eliminar meta

de de uma quantidade administrada de qualquer substância, por um processo

normal de eliminação.

Meia-vida efetiva (T^)- Tempo necessário para que um elemento radioativo

num organismo animal se reduza à metade, como resultado da ação combinada

de decaimento radioativo e eliminação biológica; pode ser obtida da rela^

ção:

T + T, r b

Quando a meia-vida não for especificada, trata-se da meia-vida

radioativa.

Page 24: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

15

90,4% 6,61

0,6% 9,2

131 54 Xe

0,723MeV

0,637MeV

0,503MeV

0,364MeV

0,177MeV ou

(bt>' 0,326MeV 0.1fí4MeV

0,080 MeV

FIGURA 2.2- ESQUEMA DE DECAIMENTO DO IODO-131

n

Page 25: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

16

n

u

D

TIREÜIDE

HORMÔNIOS TIREOIDEANOS

^ GLÁNDULAS MAMARIAS

RIM URINA

GLÁNDULAS on, T W A SALIVARES ^ '

LEITE

SECREÇÕES DIGESTIVAS

\

FEZES

INTESTINO

FIGURA 2.3- METABOLISMO DO IODO NO ORGANISMO

Page 26: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

17

n

A corrente sanguínea distribui o iodo, sendo a tireoide

o seu principal local de concentração. Na tireoide, ê convertido a iodo or

gani CO pela combinação com a ti rosi na. Hã formação de monoiodotiresina e dj_

iodotirosina e estas, por conjugação, resultam em diiodotironina, triiodoti_

ronina ( ) e tetraiodotironina ( tiroxina ou ), como se observa na fj_

gura 2.4.

A tireoide libera para o sangue a e a ligadas a

proteínas ( tireoglobulinas ). A quantidade normal de no soro é de

0,05 yg% e a de é de 6,0 yg%.

Em seguida, a tiroxina é metabolizada nas células prodiu

zindo como metabolitos, o iodeto que é eliminado, principalmente, através

da urina ( além das glândulas salivares, pele, nodulos linfáticos ) e a 1^

que é eliminada, principalmente, através das fezes, via fígado e bile (além

do rim, páncreas, intestino delgado, adrenal e baço).

Se a tireoide estiver saturada, o iodo será eliminado

sem ser organificado.

A Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP)

38 _ _ *

considera o seguinte balanceamento diario de iodo no homem referencia:

incorporação de 200 yg através de alimentos e fluidos, e 0,5 a 35 yg por

meio do ar inalado; eliminação de 170 yg através da urina, 20 yg através

das fezes, correspondente ao iodo endógeno, e o restante por outras vias

{ como suor, cabelo ).

Homem referência - Representa um homem de estatura e peso medio de norte-a 38

mericano e europeu. A ICRP define todas as suas características morfotó^

gioas e fisiológicas de interesse ã Proteção Radiológica.

Page 27: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

18

H0-(/ \>-CH2-CH COOH

NHo

TIROSINA

I

I C O O H

2 \ NH,

MONOIODOTIROSINA (MIT)

H 0 - < ^ - 0 - ^ > - C H 2 - C H COOH

NHo

DIIODOTIRONINA

H 0 - < 7 ^ - C H 2 - C ^ COOH

NHo I

DIIODOTIROSINA (DIT)

2

1 1

H 0 - < ^ > - 0 - < ^ - C H 2 - C H I I

TETRAIODOTIRONINA (TIROXINA OU T^)

COOH

NHo

n

HO- - C H , - C H 2 \ COOH

N H , I

TRIIODOTIRONINA (T^)

FIGURA 2.4 - ESQUEMA DA BIOSSlNTESE DOS H O R M O N I O S TIREOIDEANOS

Page 28: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

19

Como a principal via de excreção é a urina, a deterraina^

ção de iodo-131 é feita por meio da analise de urina.

2.1.4- TOXICIDADE

Pelo fato do iodo ser um elemento comum no organismo o

seu radioisótopo não constitui um agente quimicamente tóxico.

Em relação a sua radioatividade, o iodo-131 e classify

cado como um nuclTdeo de alta toxicidade { classe 2 ), sendo que os maiores 9,20

danos decorrentes de sua radiação se verificam na tireoide

Nas doses utilizadas em diagnóstico e terapia não ha

cidincia de cancer e leucemia.

2.1.5- LIMITES DE DOSE

Conforme a ICRP , a carga corporal máxima permissT

vel de iodo-131 é de 0,7 yCi. Considerando a taxa de excreção urinaria de

0 , U , a concentração máxima permissive! na urina será de 700 pCi/dia.

U 2.1.6- MËTODOS ANALÍTICOS

2.1.6.1- SEPARAÇÃO DO

' lODD NA URINA

Como a quantidade de iodo existente na urina é pequena

Page 29: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

n

20

38 _

( em 1,4 l de urina há 170 yg de iodo ), e conveniente uma concentração

prévia, que pode ser realizada por vários métodos;

a) Conaentração por troca iónica

Este método consiste no uso de resina aniõnica forte

( na forma de nitrato ou cloreto ) para retenção de iodo na forma de iodeto

e posterior eluição com solução de nitrato de sodio. Obtém-se, assim, um

regidimento de separação de iodo de 60%. A desvantagem principal do método é

o tempo muito longo necessário para a análise.

~ ^ 31

b) Concentração por destilação

Adiciona-se carregador de iodo ã amostra e por meio de

reações de oxidação e/ou redução convertem-se todas as formas de iodo em io

do elementar ( I2 )• O iodo e destilado e coletado em solução de hidroxido

de sõdio.

I2 + OH" ^ • > HIO + r O iodo se transforma novamente em I2 e é extraído em

tetracloreto de carbono.

A grande desvantagem deste método é a necessidade de e

quipamento complexo, além do processo de destilação ser muito demorado.

O rendimento de separação é da ordem de 80%.

c) Concentração por precipitação

Adiciona-se carregador e faz-se oxidação e/ou redução a

fim de se obter o iodo na forma quTmica necessária para a precipitação.

34

Kahn desenvolveu o método de precipitação do iodo na

forma de periodato, apôs uma oxidação preliminar com hipoclorito de sõdio.

O rendimento de separação obtido foi de 30%. 15 2 6

Com a adição de nitrato de prata ' pode-se precipitar

iodeto de prata. A tendência do iodeto de prata é a forma coloidal, mas c£

mo na urina existem Tons cloreto que também precipitam com a prata, o iode

to de prata é coprecipitado com o cloreto de prata.

Page 30: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

21

Pode-se ainda coprecipitar o iodeto de prata adicionaji

do-se cloreto de prata a urina.

d) Concentração por extração com solvente

Neste método também se utiliza carregador. Todo o iodo

é transformado em iodo elementar ( ¡2 ) que é solúvel em vários solventes

orgânicos, como tetracloreto de carbono ( CCl^ ) e clorofórmio ( CHCl^ )

Em seguida, o iodo pode ser reduzido a iodeto, que não é solúvel em solveji

te orgânico, e nesta forma ser reextraTdo em solução aquosa.

2.1.6.2- DETECÇÃO DE IODO-131

' O iodo-131 depois da separação da urina pode ser dete£

tado por meio de emissão da radiação gama ou partículas beta.

J O iodo-131 pode, ainda, ser determinado por meio de me

16 ^

n dida direta da urina em espectrómetro gama . Esta técnica apresenta a

vantagem de evitar o processo de separação radioquímica, mas exige equipa

mento de detecção complexo e dispendioso.

2.2- TÖRIO

2.2.1- CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS^ °

O tório ( Th ) é o elemento de número atômico 90, per

tencente ao grupo IV B da tabela periódica e geralmente tetravalente ( posj_

tivo ). E um membro da série dos actinídeos, que inclui o actinio, urânio e

os elementos transuranicos.

Page 31: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

22

O tório puro é um metal dúctil, tem cor branca prateada

e perde o brilho quando exposto ao ar. No estado finamente dividido e infla_

mãvel e, portanto, deve ser manuseado cuidadosamente.

Podem-se citar os seguintes compostos de tório que são

solúveis em água: nitrato, sulfato, cloreto e perclorato; entre os compo£

tos insolúveis: hidróxido,óxido, oxalato, hidreto e fluoreto.

4+ •

O lon Th tem forte tendencia de formar complexos, taji

to com anions inorgânicos como com ligantes orgânicos e esta propriedade é

utilizada como método de separação por extração com solvente.

A troca iónica pode ser utilizada como método de extra^

ção de tório, pois o Ton e fortemente adsorvido em resinas catiônicas, das

quais pode ser eluido por agentes complexantes.

O tório apresenta, ainda, a propriedade de coprecipitar

com vários hidróxidos e fluoretos de terras raras.

Uma das propriedades do tório mais importantes é que,

- - 233 quando irradiado com neutrons, se converte no isótopo de u r a m o U que

serve como combustível nuclear. Esta conversão se processa segundo a rea^

ção:

232TU t „ ^ \ 233,. e' 233D^ f ^ 233,, 9oTh ( n, Y ) ggTh >• g-jPa »•

1.5

2.2.2- C A R A C T E R Í S T I C A S R A D I O A T I V A S

Existem 13 isótopos de tório com número de massa desde

223 até 235. Industrialmente e do ponto de vista de proteção radiológica ,

- 232 228 234 230 os isótopos de tório mais importantes sao: Th, Th, Th, Th. A t£

232 bela 2.1 apresenta as características desses isótopos. Os isótopos Th e

Page 32: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

23

D

n

atividade isótopo meia-vida especifica E (MeV) E - (MeV) E (MeV)

des/s.g " ^ ^

232 10 3 4.007(76%) "nh 1,39.10' a 4,10.10"^ — - 0,059(24%)

3,947(24%)

228 13 5,421(72%) "'^Th 1,91 a 3,0.10"^ - 0,084(2% )

5,338(28%)

14 0,192(79%) 0,060(3,5%) ^"^Th 24,1 d 8,57.10'^

0,104(21%) 0,093(4% )

230 4 o 4,682(76%) " T h 8,0.10^ 7,19.10° — 0,068(1% )

4,615(24%)

T A B E L A 2.1- C A R A C T E R Í S T I C A S D O S P R I N C I P A I S I S Ó T O P O S D E T O R I O

Page 33: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

D

n

24

oofi - _ 234 230

Th ocorrem em minerais de torio, enquanto os isótopos Th e Th ocor

rem em minerais de urânio. Alguns, dentre os isótopos de menor importância,

ocorrem naturalmente em minerais de urânio e outros são produzidos artifi^

ciaimente.

- 232

O isótopo gpTh é o primeiro elemento da cadeia natu

ral do tório e o esquema de seu decaimento e apresentado na figura 2.5 .

Nos minerais de tório ou compostos de tório com mais de

50 anos, a taxa de desintegração de cada membro da cadeia e igual ã do

232 232 Th ( equilíbrio secular ) e para cada desintegração do Th a cadeia co

mo um todo emite 6 partículas a , 4 partículas B~, e 2,9 raios Y .

232

O torio natural consiste no isótopo Th, com meia-vj_

da de 1,39.10^^ anos, em equilíbrio com os seus produtos de decaimento, seji

do que estes constituem somente uma pequena parte do tório natural.

2.2.3- METABOLISMO^

O uso industrial do tório pode causar contaminação da

pele, inalação, ingestão ou penetração traumática em tecidos profundos.

Como a absorção de tório através da pele intacta e atra

vés do trato gastrointestinal e insignificante, a via de penetração mais im

portante será a inalação.

O comportamento metabÓlico do tório é diferente de qua^

quer constituinte normal do organismo. Na corrente sanguínea, o tório é hj^

drolizado e pode existir na forma monomerica ou na forma polimerica ( coloj_

dal ).

Em concentrações baixas, ou na forma de complexo ( por

Page 34: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

25

U

232TU 90Th l,39.10^°a

90Th

^ 1.90 a

a 228

ggMC

^ 6.13 h a

\

228„ ^

6,7 a 3.64 d

a

r

54,5 s

a r

216 85^^

^ < 1 min

0.158 s

(0,013%

>

a 84*^°

^ 3,0.10'^ s

a [-100%)

, 60,5 min

[66.3%) a •

10,6 h

a (33,7% 82^°

estável

81 3,1 min

FIGURA 2.5- ESQUEMA DO DECAIMENTO DO TORI0-232

Page 35: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

n

n

26

exemplo, citrato ), há maior porcentagem de forma monomerica, sendo que uma

parte e depositada na região Óssea do esqueleto e a outra e eliminada atra

vês da urina.

Em concentrações mais altas e na forma iónica a tendên

cia é de formar polímeros, que são fagocitados pelas células do sistema re

tículo-endotelial localizadas no fígado, baço e medula Óssea, de onde ísão

removidos lentamente e excretados através da bile para o trato gastrointes^

tinal, sendo eliminados pelas fezes. Um exemplo deste metabolismo é o diõxj^

do de tório ( Thorotrast ) que, em forma de suspensão coloidal, era admini£

trado, intravenosamente, a pacientes, como meio de contraste de raios-X pa

ra visualizar baço e fígado. Verificou-se que a eliminação do tÓrio desses

órgãos era tão lenta que a meia-vida biológica foi considerada indetermina

da.

Como nos casos sujeitos ã contaminação se esperam baj_

xas concentrações de tÓrio, a forma predominante do radionuclideo no orga^

nismo será a monomerica e a via principal de eliminação será a urina. Por

tanto, para a determinação de contaminação interna por tório, o melhor será

a análise de urina.

A figura 2.6 mostra o esquema do metabolismo do tório.

2.2.4- TOXICIDADE^'^^

Sob condições de exposição industrial, a toxicidade quí^

mica do tório não é muito importante, devendo-se lembrar, no entanto, que o

cloreto de tório e o nitrato de tório são fortemente ácidos e, portanto, ir

ritantes. Desta forma, a toxicidade principal do tório decorre das raáia

232 ções liberadas pelos elementos originados do decaimento do Th.

Page 36: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

u 2 7

n

I N G E S T Ã O

I N A L A Ç Ã O

E X A L A Ç Ã O

P U L M Ã O

T R

T R O I N T E S T I N A L

F E Z E S

B I L E

N O D U L O S

L I N F Á T I C O S

F L U I D O E X T R A C E L U L A R

F Í G A D O

T E C I D O

S U B - C U T A N E O

P

E L E

F E R I M E N T O

<-

E S Q U E L E T O

R I M

U R I N A

n

F I G U R A 2.6- P R I N C I P A I S C A M I N H O S M E T A B Ó L I C O S 0 0 T O R I O N O O R G A N I S M O

Page 37: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

2 8

O

Na maioria das operações industriais com o torio, o nT

vel de radioatividade não e alto e os riscos de efeitos biológicos agudos

são pequenos. Os danos crónicos são os mais significativos verificando-se a

formação de cáncer do pulmão e do osso.

20 Segundo a ICRP , o órgão que sofre maior dano causa

do pelo tório natural i o osso. A meia-vida biológica e de 7,3.10^ dias con 4

siderando-se o osso e de 5,7.10 dias quando se considera o corpo todo. Con

sidera-se a meia-vida efetiva igual ã biológica, visto que a meia-vida ra

dioativa é da ordem de 10^^ anos.

2.2.5- L I M I T E S DE DOSE^°

A carga corporal máxima permissTvel de tório e de 0,01

yCi. Considerando-se a taxa de excreção urinária diária de 0,01%, o nivel

diario máximo permissTvel sera de 1 pCi, que corresponde a 10 yg de tório.

2.2.6- M É T O D O S A N A L Í T I C O S

37

PERKINS e KALKWARF - coprecipitam torio com fluoreto

de lantãnio, e o tório e extraído com TTA e determinado colorimetricamente

utilizando morin. O tempo necessário para a análise é de três dias e se cojí

segue recuperação de 65% de torio. 26 _ _

KAMATH e BHAT - desenvolveram o método em que o torio

é coprecipitado com oxalato de calcio, extraído com TTA e determinado espe£

trofotometricamente. A recuperação de tório é de 75% e o tempo necessário

para a análise é de um dia e meio.

Page 38: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

29

^ 7,40 _ -

TESTA - faz a separação de torio por cromatografia

J de partição de fase reversa, utilizando TOPO em suporte de Kel-F e faz a

P determinação colorimétrica utilizando thorin. Esta análise demora seis a se

^ te horas e o rendimento de separação é de 97%. 41

U TESTA - extrai torio da urina com TOPO em microthene

~] e determina colorimetricamente utilizando arsenazo III. O rendimento e de

98% e o tempo de análise e de quatro, horas. 10

^ CURCIO e LOTT - fazem uma mineralização umida da urj_

na com ácido nítrico, acido perclorico e ácido sulfúrico. Para a determina

ção colorimétrica utilizam calmagita.

BAZZANO e GHERSINI^ - determinam o tório por mineral_i_

zação úmida com ácido sulfúrico e peróxido de hidrogênio, coprecipitação

com hidróxido de alumínio e determinação colorimétrica com arsenazo III.

- * 23 _ JEANMAIRE e JAMMET - coprecipitam o torio da urina

_ com oxalato de cálcio e o determinam colorimetricamente com thorin.

pi 43 _ TWITTY e BOBACK - fazem a determinação de torio por

~ - - - 233 análise por ativação com neutrons térmicos e medida radiometrica de Th,

J que é emissor Y de meia-vida de 23,3 minutos. A sensibilidade do método é

n de 10"^° g Th/ litro e o tempo de análise é de 45 minutos.

Page 39: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

30

n

u

3- O B J E T I V O S

Tendo em vista a importância do Iodo-131 dadas sua am

pia utilização e conseqüente grande número de pessoas expostas ãs suas ra

diações, torna-se necessário estabelecer medidas capazes de assegurar nT

veis de radiação interna compatíveis com os estabelecidos pelas normas de

proteção radiológica. Visando esta meta foi ensaiado um método analítico

ra a determinação de Iodo-131 em urina, tomando por base amostras de urina

de trabalhadores que manuseiam este radioisótopo.

O Tório, estando na iminência de se tornar o combustT

vel do futuro, além de várias outras aplicações, implicará na existência

sempre crescente de trabalhadores sujeitos a contaminação interna, tornando

-se importante o desenvolvimento de métodos de controle. Sendo o tÓrio emis_

sor alfa, o método mais adequado de monitoração para o controle de contami^

nação interna será a análise radiotoxicolõgica. Com tal finalidade ensaio^

-se um método de analise para determinar o conteúdo de tÕrio em amostras de

urina.

As medidas adotadas poderão no futuro, constituirem-se

em prática habitual, através de programa de monitoração rotineira, no senti^

Page 40: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

31

do de resguardar os trabalhadores envolvidos nos processos que normalmente

utilizam esses radioisótopos.

n

Page 41: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

32

a

4- MATERIAL E MÉTODOS

4.1- IODO-131

4.1.1- MATERIAL

Utilizou-se como carregador de iodo uma solução de iod£

to de sõdio contendo 10 mgl/ml.

O cloreto de prata foi obtido da mistura de solução de

cloreto de sõdio e nitrato de prata, e seco em estufa a 45 °C. Foi conserva^

do em frasco escuro.

O bisulfito de sõdio, o iodeto de sÕdio, o nitrato de

prata e o cloreto de sõdio utilizados no preparo das soluções eram de grau

analítico.

I Utilizou-se padrão de Iodo-131 na forma de iodeto de só

j dio com atividade de 1,41 ± 0,02 yCi.

Na precipitação de iodeto de prata utilizou-se placa

Page 42: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

33

4.1.2- M É T O D O S

O método utilizado para a determinação de Iodo-131 na u

riña consiste na separação do iodo da urina por precipitação, utilizando-se

cloreto de prata e detecção do Iodo-131 por cintilação com detector de

Nal(Tl) tipo poço.

A uma amostra de urina (500 mi) adicionou-se carregador

de iodo na forma de iodeto (10 mg I).

Para converter todo o iodo presente na amostra em iod£

to, adicionou-se bisulfito de sodio 1 N, que e um agente redutor, em meio

ácido (HCl).

lOl + 4 HSO¡ ^ r + 4 sor + 4 H"

Precipitou-se o iodeto de prata utilizando-se cloreto

de prata (200 mg) em meio ácido (HNO3), sob agitação por trinta minutos.

Deixou-se a solução em repouso para decantar, centrifu^

gando-se, a seguir, no próprio tubo de contagem.

A detecção do Iodo-131 foi feita em espectrómetro gama

iíionocanal, com detector de Nal(Tl) tipo poço.

agitadora Corning-PC 351.

Para a separação do precipitado utilizou-se centrifuga

Clay Adans.

Para a detecção da radiação gama utilizou-se espectrÕm£

tro monocanal, com detector de Nal(Tl) de 2" x 2" tipo poço, modelo 8753 da

Nuclear Chicago e tubos de contagem de 12 cm de altura x 1,5 cm de diâmetro.

Page 43: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

34

A concentração de Iodo-131 na urina (A) é calculada por

meio da formula:

A=_A^JOPP pCi^^^I/1 .onde:

2,22. e'^^.E.V.R

C = contagem por minuto

1000 = correção do volume de urina analisado V

V = volume de urina analisado (ral)

E = eficiencia de contagem do detector (cpm/dpm)

R = rendimento de separação do iodo

2,22 = fator para transformação de dpm em pCi

e"^^ = correção do decaimento radioativo

t = tempo (dias) desde a coleta da amostra até o dia da contagem

X = constante de desintegração ( ^"^ ) T

T = meia-vida (8,0 dias)

4.1.2.1- D E T E R M I N A Ç Ã O DA E F I C I Ê N C I A D E

C O N T A G E M DO D E T E C T O R U T I L I Z A D O

Determinou-se a eficiencia de contagem colocando-se no 1 3 1

tubo de contagem, uma atividade conhecida de I, na forma de iodeto de so

dio, em volume de 2 ml.

A eficiencia de contagem foi obtida relacionando-se o

número de contagens obtidas no sistema de detecção e o número de desintegra

ções da amostra padrão, no tempo de contagem.

Determinou-se, ainda, a eficiencia de contagem colocan 1 3 1

do-se no tubo de contagem I na forma de iodeto de prata misturado com

Page 44: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

35

n cloreto de prata, em volume de 2 ml.

4.1.2.2- D E T E R M I N A Ç Ã O DO R E N D I M E N T O

D E SEPARAÇÃO DO M É T O D O

Para a determinação do rendimento de separação do iodo

da urina foram feitas amostras simuladas, adicionando-se quantidades conhe 1 3 1

cidas de I em amostras de urina de indivíduos que não manuseiam este ra

dioisotopo. Esta amostra foi submetida ao processo de separação por precipji_

tação e a quantidade obtida no final foi relacionada com a inicial.

4.1.2.3- D E T E R M I N A Ç Ã O DA CURVA

D E C A L I B R A Ç Ã O

Foram preparadas várias amostras simuladas, adicionando 1 3 1

-se desde 111 até 575 pCi de I ã amostras de urina de um mesmo indivT

duo que, em seguida, foram analisadas pelo método descrito.

4.1.2.4- E S C O L H A DA A M O S T R A DE U R I N A

A SER A N A L I S A D A E

A P L I C A Ç Ã O DO M É T O D O

A fim de selecionar a amostra de urina a ser utilizada

para o programa de monitoração, foram analisadas diversas amostras de um

mesmo indivíduo que trabalha com compostos que contém Iodo-131.

Este método foi utilizado para a determinação de Iodo

-131 em urina de trabalhadores.

Page 45: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

36

4.2- TORIO

4.2.1- MATERIAL

Os reagentes utilizados para a determinação de torio fo

ram: peróxido de hidrogênio, ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido perclórj^

co, hidróxido de amonio, ácido clorídrico, sulfato de potássio e alumínio,

todos de grau analítico.

2 3 " .

Utilizou-se como traçador o isótopo Th.

O reagente cromÓforo utilizado foi o Thoron, que é o

sal disódico do ácido orto(2hidroxi-3,6disulfo-lnaftil azo)benzeno arsênj^

C O , da B D H (British Dry House L T D ) .

Na mineralização da urina utilizaram-se banho de areia

(Fabbe) e placa aquecedora Corning PC351.

Para a separação de precipitado de hidróxido de alumí

nio contendo tório, utilizou-se centrífuga Labofuge III.

Para a determinação colorimétrica utilizaram-se o espe£

trocolorímetro Metrohm Herisau - E 1009 e os espectrofotómetros Hitachi Per

kin-Elmer modelos 139 e 356.

Para a detecção da radiação gama utilizou-se o espectro

metro monocanal, com detector de Nal(Tl) de 2" x 2" tipo poço, modelo 8753,

da Nuclear Chicago, e tubos de contagem de 12 cm de altura x 1,5 cm de diã

Page 46: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

37

metro.

4.2.2- MÉTODOS

4.2.2.1- SEPARAÇÃO DO TCRIO

DA URINA

a) Foi desenvolvido o método de mineralização úmida da urina com

ácido nítrico, ácido perclorico e ácido sulfúrico. Esta mineralização foi

feita da seguinte maneira:

Em um bequer colocou-se uma amostra de urina (25 ml) e adiciona

ram-se 15 ml de ácido nítrico concentrado, 2 ml de ácido perclorico 72% e

1 ml de ácido sulfúrico. A mistura foi aquecida em uma placa aquecedora até

evaporação quase total. Esta solução restante (cerca de 1 ml) foi utilizada

para determinação colorimétrica do tÕrio.

b) Foi feita, ainda, a mineralização da urina com ácidos nítrico,

sulfúrico e água oxigenada:

A uma amostra de urina (50 ml) adicionaram-se 15 ml de HNO^ coji

centrado, aquecendo-se esta mistura em banho de areia evaporando-se até re£

tar um volume de, aproximadamente, 10 ml.

A seguir adicionaram-se 2 ml de H 2 S O 4 concentrado, continuando o

aquecimento no banho de areia por cerca de 10 minutos.

Adicionaram-se, então, 2 ml de H 2 O 2 , 100 volumes, continuando o a

quecimento.

Obteve-se, desta forma, uma solução límpida e incolor, que foi u

til izada para a determinação colorimétrica de torio.

Page 47: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

38

D

c) Um outro método examinado foi a separação do tõrio por coprecj^

pitação com hidróxido de aluminio. Este método foi desenvolvido de duas rna^

neiras: 3

c.l) Pelo método descrito por BAZZANO & GHERSINI , precipitando

-se inicialmente o tÓrio de 50 ml de urina com 2 ml de solução de amÕnia

concentrada, em um tubo de centrifuga.

Centrifugou-se a 4000 rpm por 10 minutos e desprezou-se o sobrena_

dante.

O resíduo foi aquecido com 5 ml de ácido sulfúrico concentrado,

por 5 minutos, em banho de areia.

Adicionou-se 1 ml de HgOg 100 volumes e aqueceu-se por mais 10 mj_

nutos.

Esfriou-se e diluiu-se a 50 ml com agua destilada.

Adicionaram-se 2 ml de sulfato de potássio e alumínio a 10% e ad^

cionou-se solução de amõnia concentrada até atingir pH 8, quando ocorre a

formação de precipitado floculoso branco de hidróxido de.aluminio.

Centrifugou-se a 4000 rpm por 10 minutos, desprezando-se o sobre

nadante.

O precipitado foi dissolvido com 3 ml de HCl 2M e esta solução

foi utilizada para a determinação colorimétrica.

C.2) Foi feita uma alteração no método anterior mineral izando-se

inicialmente a urina (50 ml) com 15 ml de HNO^ concentrado e aquecendo em

banho de areia até restar cerca de 10 ml.

Adicionaram-se 5 ml de H 2 S O 4 concentrado, continuando o aquecimeji

to e, a seguir, 2 ml de H 2 O 2 100 volumes.

Deixou-se esfriar e em seguida adicionaram-se 20 ml de água destj^

lada e 2 ml de solução de sulfato de potássio e aluminio a 10%. Adiciono^

-se então NH^OH até atingir pH 8.

Centrifugou-se a 4000 rpm e o precipitado foi dissolvido com 3 ml

de HCl 2M.

Page 48: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

39

D

LJ

Com a finalidade de acompanhar o comportamento do tÕrio 23>»

nos processos de separação por precipitação utilizou-se traçador de Th. 231»

Adicionou-se o Th na amostra inicial e acompanharam-se todas as fases do

método retirando-se alíquotas de 3 ml que foram analisadas no espectrómetro

gama monocanal.

4.2.2.2- DETERMINAÇÃO COLORIMÉTRICA

DO TÕRIO

Para a determinação colorimétrica do tÕrio utilizou-se,

como reagente cromÓforo, o Thoron medindo-se a absorbancia em espectrocol^

rimetro com células de 2 cm. O Thoron forma complexo com o tÓrio em solução

ácida na proporção 1:2 tÓrio-Thoron,, com absorbancia máxima em relação ao

branco do reagente em 545 nm.

Para um volume final de 10 ml utilizou-se 1 ml de solu

ção aquosa de Thoron a 0,1%.

a) Determinação do espectro de absorção do complexo tÓrio-Thoron

Em um balão volumétrico de 10 ml adicionaram-se 30 yg

de tório, 1 ml de solução de Thoron a 0,1%, completando-se o volume com HCl

2M.

Fez-se uma prova branca colocando-se em um balão volume

trico de 10 ml, 1 ml de solução de Thoron a 0,1%, completando-se o volume

com HCl 2M.

Foram verificados os espectros de absorbancia no espe£

trocolorímetro, no espectrofotõmetro modelo 139 e no espectrofotõmetro mode

Io 356.

b) Determinação da curva de oalibração

Em balões volumétricos de 10 ml foram colocadas quanti

Page 49: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

40

dades de 0,7 a 58 yg de torio, foi adicionado 1 mi de Thoron a 0,1% e com

pletou-se o volume com HCl 2M.

A leitura de absorbancia foi feita contra branao (Th£

ron e HCl) no espectrocolorímetro com células de 2 cm.

4.2.2.3- A P L I C A Ç Ã O DO M É T O D O .

O método utilizado para a determinação de torio em uri_

na consiste na mineralização úmida da urina com ácido nítrico, acido sulfú

rico e água oxigenada e determinação colorimétrica utilizando Thoron e medi_

da de absorbancia em espectrocolorímetro.

Desta maneira o método foi aplicado em amostras simuU

das, adicionando-se tório ã amostras de urina de individuos que não manu^

seiam compostos de tório.

n

Page 50: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

41

5- RESULTADOS

5.1- IODO-131

5.1.1- DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA

DE CONTAGEM DO

ESPECTRÓMETRO GAMA

A tabela 5.1. mostra as atividades de Iodo-131 nas for

mas de Nal e Agl, que foram colocadas nos tubos de contagem e as respect^

vas contagens obtidas.

Dos resultados apresentados na tabela 5.1, a eficiência

de contagem média foi de 0,31 cpm/dpm, eficiência esta que foi utilizada pa

ra as correções das contagens.

5.1.2- DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO

DE SEPARAÇÃO DO MÉTODO

Page 51: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

42

n

A tabela 5.2. apresenta as quantidades iniciais de 1 3 X

I, as quantidades finais e os rendimentos verificados.

A partir desses resultados calculou-se o rendimento me

dio de separação de iodo da urina, que foi de 83,3 ± 1,2%.

5.1.3- DETERMINAÇÃO DA CURVA

DE CALIBRAÇÃO

Com os resultados obtidos, tabela 5.3, construiu-se um

gráfico de contagem por minuto (cpm) obtida, em função da atividade adici£

nada (pCi). O gráfico 5.1. mostra que essa relação i linear.

5.1.4- ESCOLHA DA AMOSTRA DE URINA

A SER ANALISADA

Foram analisadas a primeira urina do dia e aquela de 8

horas (colhida durante as 8 horas de trabalho), de um mesmo indivíduo. Os

resultados são apresentados na tabela 5.4.

Foram analisadas amostras de urina durante uma semana

para verificar qual o dia da semana em que ocorre maior eliminação de I

nos indivíduos que trabalham em um mesmo ambiente. Os resultados são apre

sentados na tabela 5.5.

5.1.5- APLICAÇÃO DO MÉTODO

Os resultados obtidos em análises de urina de diversos

Page 52: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

43

trabalhadores são apresentados na tabela 5.6.

A partir dos resultados de analises de urina de um mes^

mo trabalhador, em quatro semanas consecutivas, pode-se estimar a quantida_

de média eliminada. Na tabela 5.7. podem-se observar os nTveis encontrados

em amostras colhidas nas terças-feiras, de quatro indivíduos.

O

Page 53: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

44

D

FORMA QUTMICA QUANTIDADE CONTAGEM EFICIÊNCIA DE 1 3 1

DO I ADICIONADA OBTIDA CONTAGEM

(pCi) (dpm) (cpm) (cpm/dpm)

186 413 130 0,31

1 31

Na I 372 826 255 0,31

930 2065 659 0,32

186 413 136 0,33

1 3 1

Ag I 372 826 249 0,30

930 2065 623 0,30

TABELA 5.1- RESULTADOS DA DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTAGEM

DO ESPECTRÓMETRO GAMA

Eficiência de contagem media = 0,31 ± 0,01 cpm/dpm

Page 54: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

45

QUANTIDADE DE

^^^I ADICIONADA

(cpm)

76

153

166

280

396

QUANTIDADE

RECUPERADA

(cpm)

61

125

145

233

334

RENDIMENTO

( 55 )

80,3

81,7

87,3

83,2

84,2

TABELA 5.2- RESULTADOS DA DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO

Page 55: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

46

QUANTIDADE INICIAL 1 3 1

DE I (pCi)

QUANTIDADE FINAL 1 31

DE I (cpm)

n

111

222

242

407

575

61 ± 4

125 ± 5

145 ± 5

233 ± 7

334 ± 8

TABELA 5.3- RESULTADOS DA CURVA DE CALIBRAÇÃO

Page 56: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

47

D

pontagem por minuto

300

200

100

100 4 0 5Ó0 600 pc^-iaij

GRAFICO 5.1- CURVA DE CALIBRAÇAO DE DETERMINAÇÃO DE IODO-131 EM URINA

J •

Page 57: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

48

1 3 1

CONCENTRAÇÕES DE I (pCi/litro)

n PRIMEIRA URINA DO DIA URINA DE 8 HORAS

L J

2852

5243

4505

1635

773

CONCENTRAÇÃO MEDIA

3002 pCi/1

777

7624

3151

883

3996

CONCENTRAÇÃO MEDIA

3286 pCi/1

1 3 1

TABELA 5.4- CONCENTRAÇÕES DE I EM DIFERENTES AMOSTRAS DE URINA

Page 58: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

49

1 3 1

n DIA DA SEMANA CONCENTRAÇÕES DE I NA URINA

(pCi/litro)

INDIVIDUO A INDIVÍDUO B

LJ SEGUNDA-FEIRA

TERÇA-FEIRA

QUARTA-FEIRA

QUINTA-FEIRA

SEXTA-FEIRA

2302

11332

1996

1642

185

1835

6398

3774

1208

323

TABELA 5.5- CONCENTRAÇÕES DE IODO-131 EM AMOSTRAS DE URINA DE DIFERENTES

DIAS DA SEMANA

Page 59: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

50

1 3 1 ,

CONCENTRAÇÕES DE I AMOSTRA

(pCi/litro)

1 321 ± 34 2 684 ± 42 3 895 ± 121 4 107 ± 11 5 141 ± 11 6 294 ± 16 7 434 ± 23 8 216 ± 17 9 19925 ± 703

10 10458 ± 3 7 3 11 2836 ± 116 12 2191 ± 94 13 343 ± 23 14 936 ± 96 15 222 ± 16 16 2151 ± 121 17 1024 ± 78 18 192 ± 19 19 162 ± 18 20 163 ± 13 21 304 ± 15 22 674 ± 33 23 425 ± 23 24 631 ± 28 25 918 ± 40 26 542 ± 26 27 379 ± 19 28 197 ± 16 29 106 ± 11 30 931 ± 104 31 601 ± 29 32 379 ± 22 33 718 ± 34 34 207 ± 66 35 408 ± 38 36 315 ± 29 37 3382 ± 190 38 284 ± 16 39 173 ± 33

TABELA 5.6- RESULTADOS DE DETERMINAÇÕES DE IODO-131 EM AMOSTRAS DE URINA

DE TRABALHADORES

Page 60: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

51

CONCENTRAÇÃO DE ^ " l (pCiVütro)

INDIVIDUO A INDIVIDUO B INDIVIDUO C INDIVIDUO D

1¿ SEMANA

2- SEMANA

3^ SEMANA

4- SEMANA

321 ± 34

2191 ± 94

162 ± 18

197 ± 16

684 ± 42

343 ± 23

163 ± 13

106 ± 11

895 ± 121

936 ± 96

304 ± 15

931 ± 104

107 ± 11

222 ± 16

674 ± 33

601 ± 29

MEDIA

MENSAL

FRAÇAO DO

LIMITE

718

1.02

324

0,46

766

1,09

401

0,57

TABELA 5.7- VARIAÇÃO SEMANAL DE CONCENTRAÇÃO DE IODO-131 EM INDIVÍDUOS

DE UM MESMO LOCAL DE TRABALHO

Page 61: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

52

5.2- T O RIO

5.2.1- DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DO

COMPLEXO TORIO-THORON

O espectro obtido no espectrofotõmetro modelo 356, de

250 nm a 800 nm é apresentado na figura 5.1. Verificou-se que o máximo de

absorbancia ocorre em comprimento de onda de 543 nm.

No espectrocolorímetro, o comprimento de onda no qual

se verificou maior absorbancia foi de 530 nm, conforme os resultados apr£

sentados na tabela 5.8.

No espectrofotõmetro modelo 139, observou-se maior ab

sorbancia entre os comprimentos de onda de 540 nm e 545 nm. Os resultados

são apresentados na tabela 5.9.

5.2.2- DETERMINAÇÃO D A CURVA

DE CALIBRAÇÃO

Os resultados da curva de calibração são apresentados

na tabela 5.10. Com estes resultados construiu-se o gráfico de absorbancia

do complexo formado em função da quantidade de tÕrio (yg) na urina. ( Gráfj^

CO 5.2.).

Page 62: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

53

5.2.3- A P L I C A Ç Ã O DO M É T O D O

A tabela 5.11. mostra as quantidades adicionadas de t£

rio e as leituras de absorbancia. As quantidades de tõrio (yg) correspondeji

tes a esses valores de absorbancia foram determinadas por meio da curva de

calibração, e foram calculadas as porcentagens de recuperação de tõrio.

Page 63: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

54

ABSORBANCIA

— I 1 1 1 i ( 1 1 1 » »— 800 700 600 500 400 300

COMPRIMENTO DE ONDA

nm

FIGURA 5.1- ESPECTRO DE ABSORBANCIA DO COMPLEXO TÜRIO-THORON

NO ESPECTROFOTÔMETRO PERKIN-ELMER MODELO 356

Page 64: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

C O M P R I M E N T O D E O N D A

(nm)

5 5

A B S O R B A N C I A

5 3 0 0 , 1 9 3 8

5 3 5 0 , 1 8 0 5

5 4 0 0 , 1 6 1 2

5 5 0 0 , 1 0 7 9

T A B E L A 5.8- V A R I A Ç Ã O D E A B S O R B A N C I A D O C O M P L E X O T O R I O - T H O R O N E M V A R I O S

C O M P R I M E N T O S D E O N D A , N O E S P E C T R O C O L O R Í M E T R O E - 1 0 0 9

Page 65: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

5 6 u

C O M P R I M E N T O D E O N D A A B S O R B A N C I A

(nm)

5 2 0 0 , 1 9 3 8

- 5 3 0 0 , 2 0 7 6

5 3 5 0 , 2 1 4 7

5 3 7 0 , 2 1 4 7

5 3 8 0 , 2 1 8 3

5 3 9 0 , 2 2 1 9

5 4 0 0 , 2 2 1 9

541 0 , 2 2 1 9

5 4 3 0 , 2 2 1 9

, 5 4 5 0 , 2 2 1 9

p 547 0 ,2147

— 5 5 0 0 , 2 0 0 7

T A B E L A 5.9- V A R I A Ç Ã O D A A B S O R B A N C I A D O C O M P L E X O T O R I O - T H O R O N E M V A R I O S

C O M P R I M E N T O S D E O N D A , N O E S P E C T R O F O T Ô M E T R O M O D E L O 1 3 9

Page 66: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

57

QUANTIDADE DE TORIO

( y g )

ABSORBANCIA

0,7 0

1,4 0,0044

2,9 0,0088

5.8 0,0338

11,6 0,0783

23.2 0,1611

29,0 0,2076

58,0 0,4145

TABELA 5.10- RESULTADOS DA CURVA DE CALIBRAÇÃO, NO ESPECTROCOLORIMETRO

E-1009. EM COMPRIMENTO DE ONDA DE 530 nm; COM CÉLULAS

DE 2 cm

Page 67: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

5 8

n

0.40f

0,30 -

G R A F I C O 5.2- C U R V A D E C A L I B R A Ç A O D A D E T E R M I N A Ç Ã O C O L O R I M É T R I C A D E T O R I O

C O M T H O R O N , N O E S P E C T R O C O L O R Í M E T R O E - 1 0 0 9

Page 68: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

n

59

QUANTIDADE

ADICIONADA

DE TORIO

(ug)

5.8

11.6

23,2

ABSORBANCIA

0,0362

0,0630

0,1367

QUANTIDADE

FINAL

DE TORIO

(yg)

4,8

9,7

19,8

RECUPERAÇÃO

82,7%

83,6%

85,3%

TABELA 5.11- RESULTADOS DE ANALISES DE TORIO EM AMOSTRAS DE URINAS

SIMULADAS

J •

Page 69: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

60

L)

U

6- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

E CONCLUSÕES

6.1- IODO-131

Ensaiamos inicialmente o método de separação do iodo

por extração com solvente, utilizando-se tetracloreto de carbono, da seguiji

te maneira:

A uma amostra de urina (500 ml) adicionou-se carregador

de iodo na forma de iodeto (10 mg). Para se assegurar de que todo o iodo

da amostra estava na mesma forma quTmica, utilizou-se como agente redutor o

bissulfito de sódio IN (2 ml) em meio acido (HCl 6N).

O carvão ativo não retém iodeto mas retém glicose, subs^

tâncias fosfatadas, substâncias nitrogenadas, ácido úrico, creatinina, u 12

réia, pigmentos . Com a finalidade de remover as substancias que poderiam

interferir na análise, a amostra foi percolada através de uma coluna de cajr

vão ativo de 60 mesh, de 0,8 cm de diâmetro e 10 cm de altura.

Adicionou-se então, solvente orgânico (5 ml de CCl^) e

Page 70: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

n 61

J nitrito de sõdio (3 ml de NaN02 IN). O nitrito i oxidante fraco e o iodeto

~| é oxicTado a iodo (Ig)- Por agitação o foi dissolvido no CCl^ que, em se

^ guida, foi separado da fase aquosa. Repetiu-se esta extração três vezes e a

amostra restante foi desprezada.

O iodo (Ig) presente no CCl^ foi reduzido a iodeto (!')

pela adição de bissulfito de sÕdio (2 ml de solução IN) e, em seguida, ex

J traído na fase aquosa pois ê insolúvel em CCl^. Esta extração foi realizada

r-| três vezes obtendo-se 6 ml de fase aquosa, contendo o iodo da amostra, que

^ foi recolhido em tubo de contagem,

J A detecção do Iodo-131 foi feita em espectrómetro gama

n monocanal.

O rendimento de separação foi baixo (aproximadamente

10%) e não se conseguiram resultados reprodutíveis.Por este motivo o método

~| não pôde ser aplicado em análises de urina.

D U

Ensaiou-se, então, o método de separação do iodo por

precipitação na forma de iodeto de prata, por meio de adição de cloreto de

prata.

Este método apresentou bom rendimento de separação ( a

proximadamente 80% ), além de ser simples, utilizar reagentes e equipameji

tos comuns, ser seletivo, rápido e reprodutível. Portanto, mostrou-se um mé

todo adequado para ser utilizado em programa de monitoração de trabalhado

res que manuseiam compostos de Iodo-131.

6.1.1- ESCOLHA DA AMOSTRA DE URINA

A SER ANALISADA

Os resultados apresentados na tabela 5.4 mostram que a

Page 71: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

n

62

diferença entre as concentrações de Iodo-131 na primeira urina do dia e na

urina de 8 horas do mesmo dia pode ser significativa. Entretanto, cotejand£

-se as concentrações medias essa diferença desaparece.

Pelos resultados da tabela 5.5 verifica-se que há uma

variação nas concentrações de urina nos diversos dias da semana, existindo

dia (terça-feira) em que e eliminada maior quantidade de Iodo-131.

Portanto, para se estabelecer um programa de monitora^

ção, é necessário um estudo preliminar do laboratorio em questão para esta

belecer se deve ser analisada uma amostra por semana, somente nos dias em

que hã maior eliminação ou, quando não houver rotina sistemática, se deve

ser analisada a amostra colhida durante uma semana.

Por conveniência, a coleta de urina deve ser feita d\¿

rante as 8 horas de trabalho. No caso de coleta durante uma semana, para a

avaliação da concentração, admitir-se-ã que todo o Iodo-131 foi incorpora

do no primeiro dia da coleta. Se se optar por uma anãli se semanal, a amo£

tra será colhida no dia crTtico para este ambiente e a concentração obtida

será considerada como a média na semana.

6.1.2- ESTUDO DE CASOS DE

CONTAMINAÇÃO CRÔNICA

O limite de 700 pCi/litro foi deduzido considerando- se

uma carga corporal constante durante o ano.

O fato de que diversas amostras de urina tenham super£

do este valor (tabela 5.6.) não significa que o trabalhador tenha ultrapa£

sado os limites de dose estabelecidos pelas normas. Como se observa na tabe

Ia 5.7, um valor acima de 700 pCi/litro, em um dia, pode não significar

Page 72: instituto de energia atômica determinação de iodo-131 e tório em ...

63

média mensal acima dos limites, sempre que, nas semanas subsequentes o fato

seja corrigido. Do ponto de vista de Proteção Radiológica é necessário asse

gurar que a concentração média anual não ultrapasse os limites de dose.

Avaliar a carga corporal em função da concentração na JJ

rina no dia de máxima eliminação e até nos cinco dias de trabalho semanal,

proporciona uma sobreestimação da dose recebida pelo trabalhador, o que p£

de ser considerado aceitável do ponto de vista de proteção radiológica. Po

rém, quando os valores resultantes desta avaliação se aproximam do limite,

é necessário aprofundar os estudos com a finalidade de determinar as doses

reais e os procedimentos que dão origem a essas doses.

A monitoração do ar na área de trabalho e as medidas de

Iodo-131 na tireoide dos indivíduos podem fornecer informações necessárias

para uma melhor avaliação da dose real recebida por estes indivíduos, em á

reas onde a possibilidade de superar o limite de dose e alto.

Além disso, para se estimar a dose por contaminação i£

terna recebida pelo trabalhador é necessária uma avaliação conjunta dos da

dos obtidos na urina e na tireoide, determinando-se a carga corporal por

meio de um estudo de função de excreção pela análise compartimentai.

Na tabela 6.1 se observam as doses máximas e médias a.

nuais recebidas pelos trabalhadores dos laboratórios do lEA, por radiação

externa. Esses dados mostram que as doses recebidas pelos trabalhadores do

laboratório em estudo, apesar de não superarem os limites de dose, mantém

-se altas quando comparadas com outros centros, o que exige a implantação

de contra medidas efetivas de proteção radiológica. Neste sentido, o lEA

construiu instalações para o processamento de material radioativo com tecno

logia moderna, que permite predizer que, no decurso deste ano, as doses re

cebidas pelos trabalhadores serão reduzidas significativamente. A partir de

março do corrente ano iniciou-se a transferência do laboratório para novas

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64

U

D O S E M A X I M A A N U A L

(mrem) % DO L I M I T E D E D O S E

D O S E M E D I A A N U A L

(mrem) % DO L I M I T E D E D O S E

'<3

CEQ/AUT

CPMR

CPRD/AMD

COURP/AOMR

lEA

177

2762

44

967

2762

3,5

55,0

0,9

19,3

55,0

86

662

37

362

209

1,7

13,2

0,7

7,2

4,2

TABELA 6.1- DOSES ANUAIS (RADIAÇÃO EXTERNA) RECEBIDAS PELOS TRABALHADORES

DO lEA NO ANO DE 1977

C E Q / A U T = C E N T R O D E E N G E N H A R I A Q U T M I C A - A R E A D E U R A N I O E T O R I O

C P M R = C E N T R O D E P R O C E S S A M E N T O D E M A T E R I A L R A D I O A T I V O

C P R D / A M D = C E N T R O D E P R O T E Ç Ã O R A D I O L Ó G I C A E D O S I M E T R Í A - A R E A D E M A T E R I A L

D O S I M E T R I C O

C O U R P / A O M R = C E N T R O D E O P E R A Ç Ã O E U T I L I Z A Ç Ã O D O R E A T O R D E P E S Q U I S A - A R E A

D E O P E R A Ç Ã O E M A N U T E N Ç Ã O D O R E A T O R

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65

instalações, esperando-se que a partir de agosto todas as necessidades de

produção de material radioativo estejam localizadas no novo centro.

6.2- TÕRIO

Foram desenvolvidas técnicas de determinação de tõrio

em urina que poderiam ser adaptadas ãs nossas condições.

Tentou-se a mineralização da urina com ácido perclÕr^

CO, ácido nTtrico e ácido sulfúrico; ácido sulfúrico e água oxigenada;ácido

nTtrico, ácido sulfúrico e água oxigenada. Os melhores resultados foram o^

tidos com ácido nTtrico, ácido sulfúrico e água oxigenada, obtendo-se uma

solução límpida e incolor, que pode ser utilizada em determinação colorimé

trica.

A separação do tÕrio por coprecipitação com hidroxido 3

de alumínio, proposto por BAZZANO & GHERSINI, não foi possTvel, pois, acom

panhando-se as etapas com traçador, verificou-se que o tÕrio não precipita

com hidróxido de amonio na etapa inicial. Verifica-se formação de precipita

do branco, a mineralização deste precipitado é simples, mas praticamente to

do o tõrio fica no sobrenadante.

Eliminou-se então esta etapa de precipitação com hidrõ

xido de f.mõnio, mineralizando a urina e copreci pi tando o tório com hidrÓxJ_

/ do de alumínio. Esta separação foi boa e utilizando-se traçador verificoiu

1 ^ -se que o rendimento de separação de tório da urina é de 90%. Entretanto,

este método não pôde ser utilizado para a determinação colorimétrica com

Thoron, pois, o alumínio, nessa quantidade utilizada, interfere na reação

do tório com Thoron impedindo a formação do complexo.

Portanto, foi utilizada para a determinação colorimétri

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66

r o ca a solução obtida da mineralização da urina com ãcidos nTtrico e sulfOrj_

~i CO e água oxigenada, Este método foi aplicado a amostras simuladas comparaji

^ do-se com amostras de urina sem tório, A recuperação do tõrio foi satisfató

ria, de aproximadamente 80%.

~j Para a determinação colorimétrica utilizou-se como rea_

gente cromÓforo o Thoron (Thorin, Thoronol, Naphtarson ou APANS), que é o

sal dissódico do acido orto (2 hidroxi-3,6 dissulfo-1 naftil azo) benzeno

P, arsênico. E um agente bastante especifico para o tório e as condições de

reação não são muito criticas, formando complexo em pH ãcido (aproximadameji

~] te 0,5). Existem outros reagentes mais sensiveis do que o Thoron, como por

exemplo o morin, mas menos seletivos, pois, quaisquer traços de elementos

comuns, como ferro, aluminio, interfere na reação; ou outros, como Eriochro^

'(-, me Black T, Calmagite, Chrome Azurol S, que exigem condições de analise muj_

to criticas e sofrem interferência de traços de substâncias orgânicas.

J Para a leitura de absorbancia utilizou-se o espectroc£

-) lorimetro Metrohm Herisau-E 1009 e células de 2 cm.

P-, Considerando-se que os nTveis de tório na urina que se

^ espera encontrar nos trabalhadores da usina de purificação de tório do lEA,

'1 em operação normal, estão abaixo dos limites de sensibilidade desta têcnj_

ca, este método para a determinação de tÓrio em urina deve ser modificado

no sentido de se obter maior especificidade, desenvolvendo-se técnicas de

separação do tõrio e maior sensibilidade, como por exemplo, utilizando-se

^ células de 4 cm para as leituras de absorbancia.

Estes pontos devem ser considerados com prioridade, na

medida em que o tório se constituir, dentro do contexto energia, num dos

mais importantes elementos, o que certamente ocorrera quando sua tecnologia

se desenvolver satisfatoriamente.

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67

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