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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Duilio Rondinelli Geoquímica de solo em áreas contaminadas por cromo no município de Bocaina - SP São Paulo 2009

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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Duilio Rondinelli

Geoquímica de solo em áreas contaminadas por cromo no município de Bocaina - SP

São Paulo 2009

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Duilio Rondinelli

Geoquímica de solo em áreas contaminadas por cromo no município de Bocaina -SP

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental.

Data da aprovação _____/_____/________ ____________________________________ Prof.Dr. Claudio Benedito Baptista Leite (Orientador) IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Membros da Banca Examinadora: Prof. Dr. Claudio Benedito Baptista Leite (Orientador) IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Prof. Dr. Job Jesus Batista (Membro) UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas Dr. Luiz Antonio Alves de Toledo (Membro)

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Duilio Rondinelli

Geoquímica de solo em áreas contaminadas por cromo no município de Bocaina - SP

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Área de Concentração: Mitigação de Impactos Ambientais Orientador: Prof. Dr. Claudio Benedito Baptista Leite

São Paulo Junho/2009

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Ficha Catalográfica

Elaborada pelo Departamento de Acervo e Informação Tecnológica – DAIT do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT

R771g Rondinelli, Duilio

Geoquímica de solo em áreas contaminadas por cromo no município de Bocaina-

SP. / Duilio Rondinelli. São Paulo, 2009.

136p.

Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) - Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Mitigação de Impactos Ambientais. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Benedito Baptista Leite

1. Geoquímica 2. Área contaminada 3. Cromo 4. Bocaina-SP 5. Tese I. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Ensino Tecnológico II. Título 09-33 CDU 550.4(043)

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Não importa se a estação do ano muda...

Se o século vira, se o milênio é outro.

Se a idade aumenta...

Conserva a vontade de viver,

Não se chega a parte alguma sem ela."

Fernando Pessoa

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Dedicatória

Dedico esta dissertação com muito carinho para as pessoas maravilhosas, fundamentais e marcantes na minha caminhada por esta vida: Vicente

Noêmia Maria Helena

Marcella Giulianna Duilio Raphael Stefanie

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço ao Senhor o privilégio por ter legado meus queridos pais, Vicente Raphael Rondinelli e Noêmia Armani Rondinelli, que apesar de todas as agruras de suas vidas, conseguiram deixar para seus filhos muito amor, além de inúmeros exemplos de caráter, luta e de fé. Agradeço minha querida irmã Maria Helena Rondinelli Ceregatti, por todo seu amor e apoio incondicional para que eu atingisse meus sonhos de vida. Agradeço meus filhos queridos Marcella, Giulianna e Duílio Raphael pelo amor, carinho, alegria e principalmente pela paciência demonstrada, durante as fases mais importantes de suas vidas e também ao meu querido amigo Marcos Antonio Ceregatti, pelo carinho constante dedicado a minha mãe. Agradecimentos são devidos também a minha querida amiga Stefanie Maria Pfeiffer Marinho, por seu amor, carinho, incentivo e apoio irrestrito em meus momentos mais difíceis na busca de meus objetivos.

Agradeço meu querido professor Milton Franco de Faria, por suas inesquecíveis aulas de latim e de cidadania, e meu querido amigo padre Longino Vastbinder, pelos exemplos de luta, caridade e de fé.

Deixo registrado aqui minha gratidão ao meu orientador Prof.Dr. Claudio Benedito Baptista Leite, amigo e companheiro de trabalho, pelas excelentes aulas ministradas durante a fase de aquisição de créditos, pelas excelentes discussões e sugestões que me ajudaram sobremaneira na conclusão desta dissertação; ao Prof. Dr. Job Jesus Batista da UNICAMP, membro da banca e amigo de longa jornada do DNPM pelas sugestões e discussões na elaboração desta, ao Dr. Luiz Antonio Alves de Toledo, amigo de muitos anos e um dos pioneiros de projetos de geoquímica no Brasil pelas sugestões, discussões e principalmente pela idealização de projeto junto ao CNPq que forneceu dados e subsídios para esta dissertação e ao Prof. Dr. Mauro Silva Ruiz, amigo de longa jornada, pelo apoio, discussões e sugestões apresentadas.

Não poderia deixar de agradecer a estatística Lúcia Dozzi, pelo incentivo; a professora Edna Baptista dos Santos Gubitoso do IPT, pelas excelentes aulas sobre pesquisa bibliográfica e pela revisão do texto, a Ester Baptista dos Santos, pela revisão do texto, a Maria Aparecida Ayello pelo apoio bibliográfico, a Enga Ambiental Claudia Zveibel Toporovski pelo seu inestimável apoio, ao Engo de Minas Ayrton Sintoni pela amizade, apoio e incentivo, tanto no DNPM como no IPT e ao Prof. Dr. Carlos Alberto Mariotoni da UNICAMP, pelo incentivo e apoio,

Meus efusivos agradecimentos são também dirigidos ao Prof. Dr. Omar Yasbek Bitar do IPT, pelo incentivo e ao estimado e incansável amigo Osvaldo Contador Jr., professor da FATEC de Jaú pelo incentivo e inestimável apoio sem o qual seria impossível a realização e conclusão desta dissertação. Não poderia deixar de agradecer também, dentre tantos amigos colaboradores as seguintes pessoas: Ademir, Alexandre Bos, Ana Cândida C. Monteiro, Dr. Ângelo Consoni, Dra. Clarita Peres Schwartz, Fauze, José Aparecido S. dos Santos, Lúcia Baladore, Eliana Rezende, João Marcos Bispo, Marco Moretto, Nilson Celebroni, Nivaldo, Prefeito João Francisco Bertoncello Danieletto, Regina Nagamine, Reginaldo Passos da Cruz, Sebastião Fernandes da Silva Jr., Sílvia, Valentim José da Silva Filho, Vera Lúcia A. Luz e Wilson de Souza Valentim, além das Instituições CNPq e IPT.

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RESUMO

A cidade de Bocaina, com 10.889 habitantes está localizada no centro do estado de São Paulo e tem no acabamento de couro do tipo ¨wet blue¨, curtido por sais de cromo, sua principal atividade, sendo por sua vez conhecida como a capital da luva de raspas. Possuindo aproximadamente 100 indústrias, produz aproximadamente 17 toneladas/dia de resíduos. Estes resíduos são constituídos de aparas não aproveitadas, pós e serragem de couro do ramo de luvas e aventais de trabalho, em sua maioria, bem como, de lodo de tratamento de líquidos originados da lavagem de peças. Até 1993 estes resíduos foram depositados aleatoriamente no perímetro urbano e em seu entorno; entretanto, a partir desta data, por ação da CETESB, todos os resíduos foram e continuam sendo enviados para um aterro localizado em Paulínia (ESTRE). Os estudos de geoquímica de solo foram realizados em três áreas: a primeira com lodo de tratamento de indústria de tingimento; a segunda com resíduos de aparas, pós e serragem e a terceira, considerada como referência, em local desprovido de resíduos ou minimamente impactado. Estes estudos, efetuados com amostragens em três poços e furos a trado, num total de 28 amostras teve como objetivo conhecer a distribuição do cromo nas profundidades testadas (0 a 20 cm; 20 a 40 cm e 40 a 60cm) e também em três granulometrias fração (+20 mesh), fração (-20 +80 mesh) e fração (-80 mesh). Os ataques químicos testados foram por Água régia (4:1) e EDTA (0,25%). Todas quantificações foram efetuadas em Plasma-ICP. Os elementos analisados foram: Cr total, Cr VI, Cu, Ni, Co, Y, Fe e Mn. Nos estudos sobre a qualidade dos dados os elementos acima referidos foram analisados também por Plasma ICP com exceção do Cr VI. Nas análises adicionais realizaram-se ensaios envolvendo a análise granulométrica e identificação de minerais por difração de raios-X,bem como determinações de matéria orgânica, capacidade de troca iônica e determinações de pH em água e em KCl. Em todos os poços foi observado um solo vermelho-amarelo de textura arenosa a média com horizonte A incipiente e originado da ação do intemperismo de arenitos da Formação Itaqueri e de arenitos intercalados a basaltos e diabásios da Formação Serra Geral. Os resultados obtidos nas três granulometrias apresentaram os seguintes resultados para o Cr total: para a área com resíduo de tingimento a média foi de 259 mg/kg, com amplitude de 31-905 mg/kg; para a área com aparas pós e serragem, a média foi de 289 mg/kg com amplitude de 33- 708 mg/kg; e para a área de referência, média de 138 mg/Kg e amplitude de 22-395 mg/Kg. No entanto face ao maior contraste encontrado a granulometria menor que 80 mesh é a que deve ser utilizada em trabalhos de geoquímica complementares. A relação Cr total/Y mostrou-se eficaz na discriminação do cromo antropogênico do cromo natural, corroborada pela utilização da análise fatorial. Palavras-chave: geoquímica, solo, áreas contaminadas, cromo, Bocaina-SP.

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ABSTRACT

Soil geochemistry in contaminated areas for chromium in the municipality

of Bocaina –SP. Bocaina is a small town with around 10.889 inhabitants, located in the central region of the State of São Paulo, whose major economic activity is the final preparation of the leather in its wet blue stage. It concentrates 100 small leather industries which generate around 17 ton of waste a day. These wastes are mainly leather dust and powder resulting from the manufacturing composed by scraps and remanment leather pieces; and also leather dust and powder resulting from the manufacturing of gloves and working aprons. Mud coming from the washing of the leather pieces is another components of these wastes. Up to 1993 the wastes were randomly disposed of in the urban area and its surroundings, but since them, due to a Cetesb action, the later waste being send to ESTRE landfill located in Paulinia about 200km from Bocaina. The soil geochemistry studies in Bocaina were carried out in the three areas: the fist one bearing wastes coming from the leather dying industry; the second one having leather scarps dust and powder; and finally, the third one, an area with no wastes taken as a reference area. These studies encompassed sampling three wells and auger holes from 28 samples were taken and analyzed with the purposes to known the chromium distribution in depths varying from 0-20 cm. 20-40cm and 40 -60 cm ,and also in threes different grain sizes (greater than 20 mesh, lower than 20mesh and greater than 80 mesh and lower 80 mesh. The chemical analyses were based on both Aqua regia (4:1) and EDTA (0, 25). All quantification was made by Plasma- ICP. The chemical elements analyzed included Total Chromium, Chromium VI, Cupper, Nickel, Cobalt, Yttrium, Iron and Manganese. In the studies on the quality the elements abovementioned was made by Plasma-ICP, except for Chromium VI. Additional analyses were the following: grain sizes coupled with minerals identification by X-ray diffraction, organic matter, cation exchange capacity, and pH in water and pH in Potassium chloride. In all wells it was observed a yellowish-red soil with a sandy texture, an incipient A horizon, apparently originated from the weathering of sandstones from Itaqueri formation and sandstones intertrapped to basics rocks of Serra Geral Formation. The final results for Chromium Total obtained from the analysis carried out in the in the grain sizes were the following: (i) area with wastes come from the leather dying industry-arithmetic mean (259 mg/kg), range (31-905 mg/kg); (ii) area with leather scraps, dust and powder- arithmetic mean (289 mg/kg) range (33-708 mg/Kg), (III),reference area–mean (138) mg/kg), range(22-395). However due the higher contrast found (maximum value/mean relation) the grains size lower than 80mesh is the one to be used in additional geochemistry studies. The relationship Total Chromium/ Yttrium has proved effective in the discrimination of the anthropogenic from the natural chromium, supported by the results of the factor analysis.

Keywords: geochemistry, soil, chromium, contaminated areas, Bocaina -SP

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Lista de Ilustrações Figura 1 - Localização da UGRHI-TJ no Estado e UGRHI adjacentes 25

Figura 2 - Municípios da UGRHI do Tietê-Jacaré e suas relações em Área de ocorrência nas sub-bacias.

26

Figura 3 - Mapa geológico do município de Bocaina. 28

Figura 4 - Mapa geomorfológico do município de Bocaina. 33

Figura 5 - Mapa pedológico do município de Bocaina 37

Figura 6 - Vista geral da cidade de Bocaina, com destaque para as áreas estudadas (Moretto, São Benedito e Referência).

60

Figura 7 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria + 20mesh- Área São Benedito.

81

Figura 8 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria – 20 +80 mesh- Área São Benedito.

81

Figura 9 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria -80 mesh- Área São Benedito.

82

Figura 10 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria +20 mesh- Área Moretto.

82

Figura 11 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria -20 + 80 mesh- Área Moretto.

82

Figura 12 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria -80 mesh- Área Moretto.

83

Figura 13 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria + 20 mesh- Área Referência

83

Figura 14 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria – 20 + 80 mesh- Área Referência

83

Figura 15 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria -80 mesh- Área Referência.

84

Figura 16 - Relação Cr/Y por amostra nas três áreas estudadas. 88

Figura 17 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh - São Benedito.

90

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Figura 18 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores

orientadores da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh – Área Moretto.

91

Figura 19 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh – Área Referência.

92

Figura 20 - Precisão para amostras em duplicatas laboratório LQM-IPT.

99

Figura 21 - Erros Aleatórios ICP/Água Régia/-80 mesh. 103

Figura 22 - Regressão da precisão em função do erro aleatório. 104

Figura 23 - Curvas granulométricas para a amostra B2-A, da Área Referência

110

Figura 24 - Curvas granulométricas para a amostra B2-B, da Área Referência.

111

Figura 25 - Curvas granulométricas para a amostra B2-C, da Área Referência.

111

Figura 26 - Curvas granulométricas para a amostra M1-A, da Área Moretto.

112

Figura 27 - Curvas granulométricas para a amostra M1-B da Área Moretto.

112

Figura 28 - Curvas granulométricas para a amostra M1-C da Área Moretto.

113

Figura 29 - Curvas granulométricas para a amostra S-A, da Área São Benedito.

113

Figura 30 - Curvas granulométricas para a amostra S-B, da Área São Benedito.

114

Figura 31 - Curvas granulométricas para a amostra S-C, da Área São Benedito.

114

Figura 32 - Diagrama ternário de Shepard (1954 116

Figura 33 - Diagrama de Shepard para todos os pontos considerados(B2, S, M1).

116

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Figura 34 - Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a amostra S-A, da Área São Benedito.

119

Figura 35 - Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a amostra M1-A, da Área Moretto.

120

Figura 36 - Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a amostra B2-A, da Área Referência.

121

Figura 37 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da profundidade - Área São Benedito.

124

Figura 38 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da profundidade área Moretto.

124

Figura 39 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da profundidade - Área Referência.

125

Fotografia 1- Amostragem Área Moretto. 61

Fotografia 2- Concha e espátula metálicas 62

Fotografia 3- Trado tipo holandês com haste de 1,5 m 63

Fotografia 4- Trado, hastes, concha e espátula 63

Fotografia 5- Amostragem Área São Benedito 65

Fotografia 6- Amostragem Área Referência 67

Fotografia 7- Quarteador Jones 69

Fotografia 8- Parte interna Quarteador Jones 70

Fotografia 9- Aspecto da preparação 70

Fotografia 10- Outro aspecto da preparação 71

Fotografia 11- Espectrômetro de Plasma - ICP 72

Fotografia 12- Agitador de Peneiras 73

Fotografia 13- Agitador de Wagner 74

Fotografia 14- Balança Eletrônica 74

Fotografia 15- Cronômetro digital 75

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Fotografia 16- Densímetro 76

Fotografia 17- Ensaio granulométrico- método do densímetro 76

Fotografia 18- Estufa 77

Quadro 1 - Principais usos do cromo. 51

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Lista de Tabelas Tabela 1 - Quantidade de cromo aplicado e perdido por uma pele de

boi no curtimento ao cromo.

54

Tabela 2 - Resultados de Ensaios de Resíduos Sólidos de Bocaina para Cr total.

58

Tabela 3 - Perfil do Poço M1. 64

Tabela 4 - Perfil do Furo a Trado M2. 64

Tabela 5 - Perfil do Furo a trado M3. 64

Tabela 6 - Perfil do Poço S 66

Tabela 7 - Perfil B1. 67

Tabela 8 - Perfil B2. 67

Tabela 9 - Perfil B3. 68

Tabela 10 - Valores de Co, Cr Total, Cu, MN, Ni, Fe e Y (mg/kg).Água Régia

78

Tabela 11 - Distribuição do cromo total extraído por água régia nas três granulometrias (mg/kg).

80

Tabela 12 - Valores de Co, Cr Total, Cu, Mn, Ni, Fe e Y (mg/kg) – EDTA.

84

Tabela 13 - Distribuição de cromo total extraído por EDTA (mg/kg). 85

Tabela 14 - Relação de cromo total extraído por EDTA e cromo total extraído por água régia nas três granulometrias das Áreas estudadas expressas em porcentagem.

86

Tabela 15 - Relações Cr/Y para as três áreas estudadas. 87

Tabela 16 - Valores médios, máximos, mínimos e amplitudes para as três áreas estudadas expressos em mg/kg.

89

Tabela 17 - Valores obtidos na fração – 80mesh nas áreas estudadas e valores orientadores em mg/kg. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005)

90

Tabela 18 - Análise Fatorial de Modo R Área Moretto. 93

Tabela 19 - Análise Fatorial de Modo R Área São Benedito. 93

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Tabela 20 - Análise Fatorial de Modo R Área Referência. 94

Tabela 21 - Valores de originais e duplicatas de ICP/Água Régia/-80 mesh.

96

Tabela 22 - Valores de originais e duplicatas de Cobalto ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

96

Tabela 23 - Valores de originais e duplicatas de Cromo Total ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos

97

Tabela 24 - Valores de originais e duplicatas de Cobre ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

97

Tabela 25 - Valores de originais e duplicatas de Mn ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

98

Tabela 26 - Valores de originais e duplicatas de Ni ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

98

Tabela 27 - Valores originais e duplicatas de Y, ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

98

Tabela 28 - Valores de originais e duplicatas de Fe ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

99

Tabela 29 - Resumo da precisão estimada para Co, Cr total,Cu,Mn ,Ni, Ye Fe analisadas por ICP/ Água Régia/ -80 mesh.

99

Tabela 30 - Erros aleatórios,sistemáticos e totais para o cobalto –ICP/Água Régia/ - 80 mesh.

100

Tabela 31 - Erros aleatórios ,sistemáticos e totais para Cromo Total –ICP/Água Régia/ -80 mesh.

101

Tabela 32 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Cobre – ICP/Água Régia / - 80 mesh.

101

Tabela 33 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Mn – ICP/Água Régia/ -80 mesh.

101

Tabela 34 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Ni ICP/Água Régia/ -80 mesh

102

Tabela 35 - Erros aleatórios,sistemáticos e totais para Y ICP/Água Régia/ -80 mesh.

102

Tabela 36 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Fe ICP/Água Régia/ -80 mesh.

102

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Tabela 37 - Resumo dos Erros aleatórios, sistemáticos e totais obtidos de amostras originais e duplicatas por Plasma ICP/Água Régia/ -80 mesh.

103

Tabela 38 - Precisão x Erros aleatórios de originais e duplicatas Co, Cr total, Cu,Mn,Ni,Y e Fe analisados por CP/Água Régia / -80mesh.

104

Tabela 39 - Dados das análises efetuadas na Geosol por Plasma ICP/Água Régia + HF/-250 mesh.

106

Tabela 40 - Amostras em replicatas para a áreas Moretto. 107

Tabela 41 - Teste t de Student para 4 pares de originais x replicatas analisadas na Geosol por ICP Plasma para a área Moreto.

107

Tabela 42 - Amostras originais e em replicatas para a área Referência. 108

Tabela 43 - Teste de t de Student para 4 pares de originais e replicatas analisadas na Geosol por ICP Plasma para a área Referência.

108

Tabela 44 - Replicatas e duplicatas de Cromo Total Plasma ICP/Água Régia + HF/- 250 mesh nas áreas Moretto e Referência, em logaritmos.

109

Tabela 45 - Resultados da análise de granulometria. 109

Tabela 46 - Resultados da análise granulométrica em termos de profundidade textura, e teores de argila, silte e areia.

115

Tabela 47 - Análises por difração de Raio-X nos níveis superficiais das áreas estudadas.

117

Tabela 48 - Valores de porcentagem de argila, pHH2O, pH KCl , ∆pH, SB, CTC (argila), Al, H + Al , SB, T, V, m, Sat em sódio, textura (Embrapa) e classificação (Sheppard) das áreas estudadas.

122

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Lista de Abreviaturas e Siglas AAGIH American Conference of Government Industrial Hygienists

ABELPRE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ABETRE Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASSOCIOCOUROS Associação das Indústrias de Couro Fabricantes de Artefatos e Afins do Município de Bocaina

ASTM American Society for Testing Materials

ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry

AW Clima das Savanas

CEN European Committee for Standardization

CETAE Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CMQ Centro de Metrologia em Química

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

COGERSI Resíduos Sólidos Industriais Ltda.

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CTC Capacidade de Troca Catiônica

CT-OBRAS Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura

DIN Deutsches Institut für Normung

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

ECD European Council Decision

EDTA Ethylenediamine Tetraacetic Acid

EPA Environmental Protection Agency

EPI Equipamento de Proteção Individual

ETE Estação de Tratamento de Efluentes

EVA Ethylene Vynil Acetate

IARC International Agency for Research of Cancer

IBGE Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

ICP Induced Coupled Plasma

IEC International Environment Commission

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

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LQI Laboratório de Química Inorgânica

LRAC Laboratório de Resíduos e Áreas Contaminadas

MT Ministério do Trabalho

MTF Ministério Francês de Tecnologia

OECD Organização Européia de Comércio e Desenvolvimento

PCP Pentaclorofenol

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PS Polystyrene

PU Polyurethane

RADAM Projeto RADAM Brasil

SHS Laboratório de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia da USP de São Carlos.

TBT Tributilestanho

TWA Time – Weighted Average

USEPA United States Environmental Protection Agency

USP Universidade de São Paulo

VMP Valor Máximo Permitido.

VOC Compostos Orgânicos Voláteis

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Lista de Símbolos cmolc/kg centimol por kilograma

Eh potencial de oxi-redução

g grama

g/kg grama por kilograma

Kg kilograma

M molar

m saturação em alumínio

Meq miliequivalente

mg/ha miligrama por hectare

mg/kg miligrama por kilograma

mg/L miligrama por litro

mg/m3 miligrama por metro cúbico

MO matéria orgânica

pH potencial hidrogeniônico

pH H20 potencial hidrogeniônico do solo em água

pH KCl potencial hidrogeniônico do solo em cloreto de potássio

ppm parte por milhão

ppt parte por trilhão

Sat Na saturação em sódio

SB soma de bases

T Capacidade de Troca Catiônica Potencial do Solo

t/dia tonelada por dia

t/mês tonelada mês

Ta argila de atividade alta

Tb argila de atividade baixa

V saturação em bases

∆pH diferença entre o potencial hidrogeniônico do solo em cloreto de potássio e potencial hidrogeniônico do solo em água

µg micrograma

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Sumário

1 INTRODUÇÃO 21

2 OBJETIVOS 22

3 MÉTODO 23

4 ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO 25

4.1 Localização do município de Bocaina 25

4.2 Geologia 27

4.2.1 Formação Botucatu 29

4.2.2 Formação Serra Geral 29

4.2.3 Formação Itaqueri 30

4.2.4 Depósitos Cenozóicos 30

4.3 Geomorfologia 31

4.4 Pedologia 33

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 38

6 USOS DO CROMO 51

7 A INDÚSTRIA DO COURO 53

7.1 Transformação da pelagem em couro 53

7.2 Curtimento 53

7.3 Vantagens do curtimento ao cromo 55

8 SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS EM BOCAINA 56

9 ÁREAS ESTUDADAS 60

9.1 Área Moretto 60

9.2 Área São Benedito 65

9.3 Área Referência 66

10 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS 69

10.1 Preparação das amostras 69

10.2 Análises químicas 71

10.3 Análises físicas 72

11 RESULTADOS ALCANÇADOS 78

12 CONCLUSÕES 126

REFERÊNCIAS 130

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1 INTRODUÇÃO

O Estado de São Paulo produz 26.620.000 t/ano de resíduos industriais,

sendo 26.084.000 t/ano de resíduos não perigosos e cerca de 536.000 t/ano de

resíduos perigosos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE

LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS, 2007). Em novembro de 2007

o número de áreas contaminadas atingiu 2.272 (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2007).

De acordo com a Associação Brasileira de Empresa de Tratamento de

Resíduos (2005 apud PUGAS, 2007), mais de 70% do lixo industrial é disposto

de modo incorreto, misturado a lixões domésticos, descartado a céu aberto ou

armazenado em tambores. Desta forma, os danos causados são constatados

somente após um longo tempo de disposição, quando freqüentemente não se

pode mais identificar o rejeito e o gerador responsável.

No nordeste do Estado de São Paulo, segundo Palermo (2001) a

indústria coureiro-calçadista paulista gera grandes quantidades de resíduos e

de efluentes, fornecendo matérias-primas – couros e derivados – para milhares

de indústrias de calçados no país, centenas em Franca e cidades vizinhas, que

por sua vez, geram mais resíduos na forma de aparas de couro acrescidas de

restos de outros materiais usados em seus processos fabris.

A região de Jaú localizada na porção central do estado, com 97

curtumes e 277 empresas instaladas, as indústrias de couro e de calçados,

gera grandes quantidades de resíduos cujo descarte no ambiente causa

crescente preocupação às autoridades públicas (CONTADOR JÚNIOR, 2004).

A cidade de Bocaina, com 10.889 habitantes, está localizada na região

de Jaú, e tem no acabamento de couro do tipo wet blue, curtido por sais de

cromo, sua principal atividade econômica. Possui aproximadamente 100

indústrias e produz cerca de 17 t/dia de resíduos. Estes resíduos sólidos são

provenientes de aparas não aproveitadas, serragem e pós de couro do ramo de

luvas/aventais de trabalho, e de líquidos originados da lavagem de peças de

couro tingidas. Até 1993, estes resíduos foram depositados aleatoriamente no

perímetro urbano e em seu entorno. A partir desta data, por ação da CETESB,

todos os resíduos passaram a ser enviados para um aterro, localizado em

Paulínia (ESTRE).

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22

2 OBJETIVOS

O principal objetivo desta dissertação foi realizar um tipo de estudo

orientativo de geoquímica de solo para o entendimento da migração e

distribuição do Cr total, Cr VI e demais elementos químicos (Co, Cu, Ni, Y, Fe e

Mn), por meio da coleta de amostras de solo em áreas impactadas pela

disposição inadequada de resíduos sólidos como aparas, pós, serragem e lodo,

originários da indústria coureira de Bocaina-SP.

Os estudos geoquímicos foram realizados em três áreas: a primeira com

lodos de tratamento de efluentes líquidos da indústria de tingimento; a segunda

com resíduos de pós, serragem e aparas; e a terceira tida como referência, em

local desprovido de resíduos ou minimamente impactada

Como objetivos secundários foram realizados estudos visando:

a) entender a mobilidade vertical do Cr total e Cr VI em três

profundidades, em três granulometrias e por dois ataques químicos

(Água régia e EDTA), para possíveis aplicações adicionais em

trabalhos de geoquímica em solos com as características de

Bocaina ou seja com resíduos dispostos superficialmente ou até a

profundidade do solo arável (60cm);

b) verificar a disponibilidade dos metais estudados para o ambiente;

c) testar a viabilidade da utilização do metal Ytrio associado ao Cromo

total para a discriminação do cromo de origem natural do cromo de

orígem antropogênica;

d) demonstrar a efetividade da análise fatorial como apoio adicional a

interpretação dos dados;

e) realizar estudos sobre a confiabilidade e a variabilidade dos dados

geoquímicos para uma correta interpretação dos dados;

f) comparar amostras coletadas do tipo canal em poços, com amostras

coletadas por trado tipo holandês;

g) mostrar a utilidade dos estudos mineralógicos, granulométricos e

demais parâmetros físicos integrados a geoquímica.

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3 MÉTODO

O método aqui proposto foi baseado em temas específicos dos

seguintes autores: Oliveira (2001), Salinsbury (1991) e Carvalho (2003).

O método utilizado foi o indutivo-dedutivo, comumente utilizado nas

ciências que tratam da natureza, uma vez que de acordo com Menegat e

Fernandes (1994), os métodos sofreram mudanças, passando de uma visão

baconiana (observacionista – indutivista) para uma visão dedutiva crítica (teoria

– teste – refutação).

As principais atividades desenvolvidas foram:

a) revisão bibliográfica da indústria do couro, seus processos e

resíduos, e utilização da amostragem de solo com ênfase no

elemento cromo em seus dois estados de valência (cromo III e

cromo VI) e de mais elementos como, Cu, Ni, Co, Fe, Mn e Y por

meio de livros e artigos nacionais e internacionais, teses ,revistas

científicas, eventos,etc.,

b) coleta de amostra de solo por meio de poços e furos a trado, em três

áreas selecionadas; nas profundidades de 0 a 20, 20 a 40 e 40 a 60

cm, em três granulometrias (+20 mesh, -20 a +80 mesh e –

80mesh)) por dois ataques químicos, Água Régia (4.1) e EDTA (

0,25%);

c) preparação das amostras coletadas e obtenção de análises

químicas e fisico- químicas tais como: Cr total, Cr VI, Cu, Ni, Co,

Fe, Mn, Y, pH H2O, pH KCl , ∆pH, SB, CTC (argila), Al, H + Al , SB,

T, V, m, Sat em sódio, analises granulométricas e análises por

difração de Raios-X da matriz solo;

d) organização dos dados de laboratórios anteriormente citados

juntamente com dados de campo descritos nos perfis dos solos

estudados seguido de tratamento, estatístico uni e multivariados;

e) estudos da qualidade por meio de análises de duplicatas e replicatas

para Cr total, Cu, Ni, Co, Fe, Mn e Y, obtidos em dois laboratórios;

f) Integração de todos os dados acima citados com outros dados

disponíveis, tais como, mapas geológico, geomorfológico e

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24

pedológico para a consolidação dos resultados alcançados, a

interpretação e conseqüentes conclusões.

Os procedimentos de amostragem, preparação, análises químicas e

análises físicas estão inseridos nas seções 9 e 10 desta dissertação.

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4 ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO

Apresenta-se a seguir os aspectos gerais da área do estudo realizado

4.1 Localização do município de Bocaina

O município de Bocaina, palavra de origem tupi-guarani que significa

depressão aberta numa serra (BUENO 1987), apresenta, uma área aproximada

de 360 km2, localiza-se na porção central do Estado de São Paulo, distante 300

km da capital. Fundada em 1891, sua população é de 10.889 (WIKIPEDIA,

2008). Pertence à bacia hidrográfica do Tietê-Jacaré (UGRHI-13) (Figura1), e

encontra-se predominantemente na parte central da sub-bacia do baixo-médio

Jacaré Pepira, sendo este rio seu maior corpo de água, atravessando o

município no sentido sudeste-noroeste (Figura 2).

Figura 1 - Localização da UGRHI-TJ no Estado e UGRHI adjacentes. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São

Paulo (2000).

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26

Figura 2 - Municípios da UGRHI do Tietê-Jacaré e suas relações em

Área de ocorrência nas sub-bacias. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São

Paulo (2000).

Bocaina limita-se, ao norte, com o município de Boa Esperança do Sul; a

leste, com o município de Dourado; a sudeste, sul e sudoeste com o município

de Jaú e a leste e noroeste com o município de Bariri. A sede municipal

apresenta latitude de 22º08’10’’ sul e longitude de 48º 31’05’’ oeste, estando a

uma altitude de 500 metros. Seu clima é o do tipo AW de Köepen, com

precipitações de 1.100 a 1.800 mm e temperatura média de 26º C. Seus

indicadores são: PNUD de 0,807, PIB de R$ 154.273,80 e PIB per capita de R$

12.896,00 (INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, 2000).

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27

4.2 Geologia

De acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São

Paulo (2000), a área da bacia do Tietê/Jacaré é enfocada em três trabalhos de

âmbito regional, com mapas geológicos contendo a totalidade ou partes de sua

área: o Mapa Geológico do Estado de São Paulo, na escala 1:500.000

(INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO, 1981a); a Geologia das Folhas Campinas e Ribeirão Preto, na escala

1:250.000 (IPT, 1993); e o Mapa Litoestratigráfico da Parte Oriental da Bacia

Bauru, em escala 1:1.000.000 (FERNANDES, 1998). O trabalho mais recente

de âmbito regional, é o Mapa Geológico do Estado de São Paulo

(COMPANHIA DE PESQUISAS DE RECURSOS MINERAIS, 2005), na escala

1 :750.000.

As unidades geológicas presentes na bacia hidrográfica do Tietê -

Jacaré são: sedimentos aluvionais, Formação Itaqueri, Formação do Vale do

rio do Peixe, Formação Serra Geral e Formação Botucatu (Figura 3).

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Figura 3 - Mapa geológico do município de Bocaina. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2000).

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4.2.1 Formação Botucatu

A Formação Botucatu é constituída por arenitos avermelhados com

estratificação cruzada tangencial de médio à grande porte, de granulação fina a

média, com grãos bem selecionados e bem arredondados, em geral foscos e

apresentando esfericidade. A espessura total das exposições no Estado de

São Paulo pode chegar a 100 m, entretanto, em sondagens, esses valores

provavelmente excedem a 200 m (INSTITUTO DE PESQUISAS

TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1981a). Estas rochas

armazenam grande quantidade de água, constituindo o Aqüífero Guarani.

4.2.2 Formação Serra Geral

As rochas eruptivas desta Formação (SOARES; LANDIM, 1973;

RICOMINI, 1997; FERNANDES; COIMBRA, 1994) constituem um conjunto de

derrames de basaltos toleíticos de espessura individual bastante variável,

desde poucos metros a mais de 50 m e extensão também individual que pode

ultrapassar a 10 km. Neles intercalam-se arenitos com as mesmas

características dos arenitos da Formação Botucatu, a maioria com estruturas

típicas de dunas e outros, indicando deposição subaquosa. Dentre as três

áreas estudadas uma se encontra nesta unidade muito próxima do contato com

arenitos da Formação Itaqueri , citada mais adiante (Figura 4).

Derrames são constituídos por rochas de coloração cinza escura a

negra, em geral afaníticas. Nos derrames mais espessos, a zona central é

maciça, microcristalina e apresenta-se fraturada por juntas subverticais de

contração (disjunção colunar).

Na parte superior dos derrames, com espessuras que podem alcançar

20 m (LEINZ et al., 1966 apud INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS

DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1981a), aparecem vesículas e amígdalas

(estas parcial ou totalmente preenchidas por calcedônia, quartzo, calcita,

zeólitas e nontronita), além de grandes geodos que podem ocorrer na sua parte

mais profunda. A porção basal dos derrames também pode apresentar tais

características, porém em espessura e abundância sensivelmente mais

reduzidas.

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4.2.3 Formação Itaqueri

Os sedimentos da Formação Itaqueri já foram considerados como

pertencentes à seqüência do Grupo Bauru e também como pós- Bauru

(COTTAS; BARCELLOS, 1981; PONÇANO, 1982). São admitidos com idade

do Cretáceo ao Terciário (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO

ESTADO DE SÃO PAULO, 1993; MELO, 1995).

A Formação Itaqueri constitui-se de um pacote de até 120 m de

espessura, de camadas alternadas de arenitos com cimento argiloso, folhelhos

e conglomerados, estes situados tanto na base como no interior do pacote. Os

arenitos são de granulação variada, podem ser argilosos e apresentar intensa

silicificação. Os clastos dos conglomerados são de composição variada,

provenientes de fora da bacia de deposição (INSTITUTO DE PESQUISAS

TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1993).

Estes sedimentos foram acumulados em ambiente de elevada energia,

sujeitos às mudanças bruscas de velocidade das águas, possivelmente em

depósitos de leques aluviais em clima de acentuada aridez (INSTITUTO DE

PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1993).

Nesta unidade geológica estão inseridas duas das três áreas estudadas.

(Figura 3)

4.2.4 Depósitos Cenozóicos

Os depósitos quaternários constituem-se, essencialmente, por depósitos

aluvionares, colúvios e elúvios, cuja distribuição é governada pelos grandes

cursos d’água e pela evolução do relevo.

Estes depósitos aluvionares mais expressivos são observados no vale

do rio Jacaré Pepira, que atravessa o município de Bocaina em toda sua

extensão numa faixa de direção sudeste-noroeste. Além disso, depósitos

aluvionares existem junto à grande maioria de cursos d’água da área do

município, mas em dimensões não representáveis na escala do mapa utilizado.

Os depósitos coluvionares são característicos e, em geral areno-silto-

argilosos, avermelhados, com linha de seixos na base, ocorrem

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freqüentemente à meia encosta, enquanto que os depósitos eluviais e solos

residuais arenosos são mais freqüentes nas áreas colinosas e nos topos de

interflúvios. Tais depósitos são bastante significativos nas áreas dos arenitos

da Formação Botucatu, pela facilidade com que estes sedimentos se alteram e

podem ser movimentados.

4.3 Geomorfologia

A UGHRI do Tietê Jacaré está inserida na Província Geomorfológica do

Planalto Ocidental Paulista e das Cuestas Basálticas, de acordo com a

subdivisão geomorfológica do Estado de São Paulo (INSTITUTO DE

PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1981b).

As características do relevo regional da bacia do Tietê-Jacaré foram

levantadas a partir de duas importantes referências: Mapa Geomorfológico do

Estado de São Paulo, escala 1:1.000.000 (INSTITUTO DE PESQUISAS

TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1981b), e Mapa

Geomorfológico do Estado de São Paulo, escala 1:500.000 (ROSS; MOROZ,

1997). No primeiro trabalho, os compartimentos geomorfológicos foram

definidos a partir de sistemas de relevo (unidades do relevo e os elementos

que compõem as unidades) e, no segundo, a delimitação dos compartimentos

está baseada na aplicação dos conceitos de morfoestrutura e morfoescultura

como suporte técnico-conceitual para a análise morfogenética.

Para a apresentação do Mapa Geomorfológico da Bacia foram

considerados os limites do mapa de sistemas de relevo (INSTITUTO DE

PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1981b),

mencionando-se na legenda os aspectos da análise morfogenética que

complementam a caracterização geral do relevo (ROSS; MOROZ, 1997).

As principais feições geomorfológicas observadas no município de

Bocaina de acordo com (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO

ESTADO DE SÃO PAULO, 1981b) e vistas na Figura 4 são:

a) Planícies aluviais, correspondentes a terrenos baixos e mais ou

menos planos, junto às margens dos rios sujeitos periodicamente a

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inundações. A principal planície deste tipo corresponde aos aluviões

do Rio Jacaré-Pepira que percorre o município no sentido SE-SW;

b) Colinas amplas, onde predominam interflúvios com área superior a 4

km², topos extensos e aplainados, vertentes com perfis retilíneos a

convexos. Drenagem de boa densidade padrão sub-dendrítico, vales

abertos, planícies aluviais interiores restritas, presença eventual de

lagoas perenes ou intermitentes. Estas feições resultam das ações

do intemperismo no substrato compostos por arenitos;

c) Colinas médias com predomínio de interflúvios com áreas de 1 a 4

km2 , topos aplainados, vertentes com perfis convexos a retilíneos.

Drenagem de média a baixa densidade, padrão sub-retangular,

vales abertos a fechados, planícies aluviais interiores restritas,

presença de lagoas perenes ou intermitentes,como pode ser visto na

Figura 4, é nesta unidade geomorforlógica que se encontram as três

áreas estudadas;

d) Morrotes espigados e espigões, onde predominam interflúvios sem

orientações preferenciais, topos angulosos, vertentes ravinadas com

perfis retilíneos. Drenagem de média a alta densidade, padrão

dendrítico, vales fechados. Os substratos são rochas basálticas

intercaladas com arenito da Fomação Botucatu;

e) Escarpas festonadas, desfeitas em anfiteatros separados por

espigões, topos angulosos, vertentes com perfis retilíneos.

Drenagem de alta densidade, padrão subparalelo à dendrítico, vales

fechados. O substrato é constituído pelos basaltos da Formação

Serra Geral.

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Figura 4 - Mapa geomorfológico do município de Bocaina. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2000).

4.4 Pedologia

A caracterização das classes pedológicas encontradas na porção da

UGRHI-TJ, situada a oeste do paralelo 48, foi realizada com base nos

levantamentos executados pelo Projeto RADAM BRASIL em escala

1:1.000.000 (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE

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SÃO PAULO, 2000). Para o restante da Área (a leste do paralelo 48) também

foram utilizados os levantamentos do mesmo projeto, porém, ainda não

publicados. Portanto, os dados utilizados foram coletados a partir do Mapa

Pedológico 1:500.000 do Estado de São Paulo (OLIVEIRA et al., 1999). Vale

salientar que foram utilizadas bases pedológicas originais elaboradas em

escala 1:250.000. Também foram utilizadas informações contidas no Mapa

Pedológico de Semi Detalhe da Quadrícula de Jaú, na escala 1.100.000

(ALMEIDA; OLIVEIRA; PRADO, 1982).

O mapa pedológico do município de Bocaina é apresentado na Figura 5,

cujas associações litológicas são descritas a seguir.

a) Associação de areias quartzosas distróficas, A fraco e moderado e

Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, A moderado, textura média.

Inclusões: Latossolo Vermelho-Escuro, distrófico, A moderado,

textura argilosa e Podzólicos Vermelho–Amarelo, distrófico, A

moderado, textura arenosa média. Esta associação com as

características pedológicas apresentadas acima são notadas na

porção sudeste do município sendo originárias em sua maior parte

pela ação do intemperismo sobre rochas vulcânicas da Formação

Serra Geral com intercalações de arenitos da Formação Botucatu e

em menor escala por arenitos da Formação Itaqueri; As áreas

estudadas estão inseridas em associações pedológica no item em

tela, bem como, no item seguinte, como mostrado na Figura 5;

b) Associação de Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado e

proeminente, textura média, argilosa e muito argilosa e Latossolo –

Roxo eutrófico a distrófico, A moderado e proeminente, textura

argilosa e muito argilosa. Inclusões de: Podzólico Vermelho-

Amarelo, álico, A moderado, textura arenosa/média, Latossolo

Vermelho- Amarelo, álico, A moderado, textura média e argilosa e

Solos Litólicos eutróficos e distróficos, A moderado, textura

indiscriminada. Estes solos predominam na porção sudeste do

município, abrangendo a sede municipal, bem como, as três áreas

estudadas. São solos originários dos arenitos com intercalações

argilosas e folhelhos e conglomerados da Formação Itaqueri e em

algumas partes são originários também dos derrames basálticos da

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Formação Serra Geral com intercalações de arenitos intrapeados de

granulometria fina a média;

c) Associação de Latossolo Vermelho–Escuro álico, A moderado ,

textura média, Latossolo Vermelho-Amarelo, álico, A moderado,

textura média e argilosa. Inclusões de: areias Quartzosas álicas, A

moderado, Podzólico Vermelho-Escuro distrófico e eutrófico, A

moderado, textura arenosa /média e média e Podzólico Vermelho-

Amarelo distrófico e eutrófico, A moderado, textura arenosa/média e

média. Estes solos são observados nas porções centro noroeste e

centro sudeste do município e são originários do intemperismo sobre

rochas areníticas da Formação Botucatu;

d) Associação de Latossolo Vermelho-Amarelo álico, distrófico, A

moderado e proeminente, textura média e argilosa e Latossolo

Vermelho-Escuro, álico, distrófico, A moderado, textura média e

argilosa e Latossolo Vermelho-Escuro, álico, distrófico, A moderado,

textura média e argilosa. Inclusões: Latossolo Roxo eutrófico e

distrófico, A moderado, Textura argilosa e muito argilosa; Podzólico

Vermelho-Amarelo álico, A moderado, textura arenosa/média,

Litólico eutrófico e distrófico, A moderado textura indiscriminada.

Cambissolo eutrófico e distrófico, A moderado, textura

indiscriminada e Areias quartzosas álicas, A moderado. Estes solos

podem ser notados numa ampla faixa de direção SE-NW no

quadrante NE do município e são produtos do intemperismo sobre

rochas areníticas da Formação Botucatu e em sua maior parte além

de rochas basálticas da Formação Serra Geral;

e) Associação de Planossolo álico A moderado e proeminente, textura

arenosa argilosa. Solos orgânicos álicos, textura indiscriminada e

Glei Húmico álico e distrófico. A proeminente, textura argilosa.

inclusões de Gley Húmico álico e distrófico, A moderado textura

argilosa e solos aluviais eutróficos A moderado textura

indiscriminada. Esta associação é observada numa faixa de direção

SE-NW a NW do município e corresponde aos aluviões e terraços do

rio Jacaré Pepira;

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36

f) Associação de solos Litólicos eutróficos e distróficos, A

chernozêmico e moderado, textura média e argilosa (fase pedregosa

e não pedregosa). Podezólico Vermelho-Amarelo eutrófico e

distrófico, abrupto e não abrupto, A moderado, textura arenosa

média e média/argilosa e Terra Roxa Estruturada eutrófica, A

moderado, textura muito argilosa. Inclusões de: afloramentos de

rocha e Cambissolo distrófico e eutrófico, A moderado, textura

indiscriminada. São encontrados num amplo arco cujas abas têm

direções NE e NW e são originados de rochas basálticas, e arenitos

das formações Botucatu e Itaqueri.

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Figura 5 - Mapa pedológico do município de Bocaina. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2000).

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5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresenta-se a seguir uma revisão bibliográfica envolvendo temas

referentes aos metais pesados e particularmente ao cromo como: riscos á

saúde em trabalhadores de curtume, efeitos no ambiente, efeitos nos

consumidores, mobilidade dos elementos químicos em ambientes

supergênicos, modo de ocorrência dos elementos-traço no solo, geoquímica do

cromo, geoquímica e saúde, concentrações naturais de cromo e valores de

referência de metais em solo, dentre outros.

Segundo Bos (2006), as substâncias restritivas presentes tanto em

couros como em calçados, e seus potenciais impactos ao meio ambiente

durante o processo de manufatura, desde o beneficiamento da pele até o

acabamento final são: cromo hexavalente (Cr VI), formaldeídos, aril-aminas

cancerígenas (presentes em corantes azóicos), TBT (produtos contendo

tributilestanho), PCP (pentaclorofenol), metais pesados em pigmentos (cádmio

e chumbo), metais pesados em ornamentos e enfeites (fivelas, botões,

colchetes e broches), alcano clorados (C10–C13) e os VOC (compostos

orgânicos voláteis como N-metil pirrilidona

De acordo com Baruthio (1992), durante muitos anos, o risco à saúde

associado ao uso de compostos de cromo na indústria do couro tem sido

questionado, pois ao contrário do cromo VI, os compostos de cromo III

utilizados no curtimento são passíveis de penetrar e sensibilizar a pele dos

trabalhadores.

Ainda segundo o autor acima referido, e devido ao baixo risco de

alergias relacionadas ao Cromo III, existia o receio de que o pó de couro

poderia ter um efeito adverso ao nariz, garganta e pulmões, principalmente em

face de enorme produção gerada durante o retrabalho da superfície durante o

acabamento (rebaixamento, serragem, lixamento), que produzem 50% das

partículas com diâmetros menores, que é citada em (INTERNATIONAL

AGENCY FOR RESEARCH OF CANCER, 1981). Posteriormente em citação

de Bernal et al. (1991) a International Agency for Research on Câncer (IARC) e

Langerwerf (1983) realizaram estudos a respeito da incidência de câncer nasal

em trabalhadores de curtumes e não encontraram casos significativos.

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Resultados de análises do ar de curtumes revelaram valores na faixa de

5,5 a 8,0µg/m3, de Cr total mais baixos que os valores encontrados por French

or American Conference of Government Industrial Hygienists (AAGIH) e Time-

Weigthed Averagge (TWA) de 0,5 mg/m3 de Cr total (MINISTÈRE FRANÇAIS

DU TRAVAIL, 1996).

Um estudo epidemiológico americano realizado entre 1940 e 1982 e

relatado por Baruthio (1992), mostrou que em dois curtumes localizados em

Minnesota e Wisconsin com 9.365 trabalhadores não foram encontradas taxas

de câncer nasal ou pulmonar como as observadas na população em geral.

Em um estudo britânico (PIPPARD; ACHESON; WINTER, 1985)

relacionado a um período entre 1939 e 1982, efetuado com 833 trabalhadores,

dos quais 573 trabalhavam em curtimento vegetal e 260 em curtimento ao

cromo, não foi relatado uma alta incidência de morte por câncer (estômago,

intestino grosso, pulmão, reto ou próstata) comparado à população geral. O

IARC concluiu em sua monografia, que somente um estudo específico de

curtume revelou risco estatisticamente significante (INTERNATIONAL

AGENCY FOR RESEARCH OF CANCER, 1981).

Os compostos de cromo que não são fixados ao colágeno durante os

processos de curtimento ao cromo, são descartados como efluentes para o

ambiente, notavelmente na água e no solo.

Estima-se que com os tradicionais métodos de curtimento, de 4 a 9,5 kg

de cromo (calculados como Cr2O3 por tonelada métrica de pele), que não são

fixados quimicamente durante o processamento, dois terços são rejeitados no

efluente líquido no estágio da curtição (LUCK; WEHLING, 1984) caso não

passem por uma alta e adequada exaustão durante o sistema de curtimento

(INTERNATIONAL ENVIRONMENT COMMITION, 1996).

No meio aquoso em pH neutro, os compostos de cromo III formam

óxidos, hidróxidos e fosfatos insolúveis, os quais se ligam, por sua vez, aos

sólidos em suspensão. Esta é a razão pela qual os compostos de cromo III são

eliminados rapidamente da água para os sedimentos. Esta complexação do

cromo é relativamente estável e fracamente disponível para a biota. Esta

amplitude de precipitação foi confirmada em estudo realizado na Costa Rica

em um rio poluído por resíduos de vários curtumes) (FULLER et al., 1990).

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Em lodo ativado de uma estação de tratamento de resíduos de

curtumes, foi utilizado o método do respirômetro com o objetivo de se medir a

toxidade do cromo. Demonstrou-se que enquanto o cromo é mantido na forma

insolúvel em pH neutro ou básico, sua toxidade no lodo ativado não pode ser

detectada (CARRÉ; VULLIERMET; VULLIERMET, 1983).

Os limites reguladores mundiais preconizam que o teor de cromo III do

efluente líquido a ser lançado nas águas superficiais deve se encontrar na faixa

de 5 a 15 mg/L (BULJAN, 1996). No Estado de São Paulo e segundo o Decreto

Estadual nº 8468 (SÃO PAULO, 1976),os limites de lançamento de efluentes

são 0,050 mg/L para as águas das classes 2 e 3 e 5,00 mg/L para a classe 4.

Quando um eficiente tratamento de efluente é realizado em conjunto com

tecnologias limpas, os curtumes podem alcançar esta meta.

As medidas do efeito dos compostos de cromo III na água são efetuadas

por meio de estudos de organismos bioindicadores que nelas podem viver.

Segundo estudo de Carré, Vulliermet e Vulliermet (1983), efetuado em água o

cromo III em baixa solubilidade e em condições experimentais de pH neutro,

não se mostrou tóxico para bactérias, algas marinhas e peixes; exceção feita a

Daphnia (pulga d’água) que apresentou uma sensibilidade marcante para

concentrações na faixa de 6 a 9 mg/L.

No Brasil, um estudo de Matsumoto e Marin-Morales (2004) realizado

em Franca com Allium cepa, mostrou alterações citológicas neste vegetal como

conseqüência de sua irrigação com água contaminada por cromo originado de

curtume.

Produtos de couro curtidos ao cromo geram uma grande quantidade de

resíduos líquidos e sólidos, resultantes das operações químicas e mecânicas

de seus processos, onde o teor de cromo III (calculado em termos de Cr2O3)

está na faixa de 2 a 5,5% (COVINGTON, 1985).

Na Europa, os resíduos de cromo III não são considerados como

resíduos perigosos e nos Estados Unidos, são especificamente

regulamentados como resíduos perigosos (RUTLAND, 1990).

A Environmental Protection Agency (1992) desenvolveu um estudo de

avaliação de risco do cromo III em lodo de curtume utilizado na agricultura e

não encontrou nenhum efeito adverso para algumas formas de exposição.

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Entretanto, os limites para cromo em lodos têm sido eliminados (RUTLAND,

1996).

A Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)

considera que os resíduos produzidos pelos curtumes são incluídos em sua

lista verde, o que significa que se requer somente as adequações comerciais

do produto com respeito aos cuidados em seu transporte. Por outro lado, o pó

e o lodo são incluídos na lista “amber”, que significa que os curtumes e os

recipientes de seus produtos são requeridos para se informar o local ou a

administração ambiental concernente à transação comercial (ORGANISATION

FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 1995).

Os microrganismos são inibidores dos efeitos do cromo III (em

concentrações acima de 1.000 mg/kg) para exposições de curto prazo, mas

não existem evidências após um período de seis semanas. Entretanto, 10.000

mg/kg de cromo III bloqueiam completamente a transformação (o ciclo) do

nitrogênio no solo. Minhocas podem sobreviver com concentrações de até 100

mg/kg de cromo III em seu estômago (SHIVAS, 1980). Em altas concentrações,

os efeitos tóxicos nos indivíduos são menos numerosos e seu tamanho

decresce.

Muitos estudos têm sido realizados para se determinar o efeito dos

compostos do cromo III em diferentes vegetais, como milho chicória, trigo,

ervilha, tomate e erva doce, particularmente com respeito à extensão do lodo

na agricultura. Por estes estudos, concluiu-se que os compostos de cromo III

podem ser considerados como não tóxicos em concentrações abaixo de 500

mg/kg (NICKOLAUS, 1995). Ferreira et al. (2003) utilizaram, uma quantidade

de 21 mg/ha de lodo de esgoto que supriu a necessidade de Nitrogênio do

solo para o desenvolvimento da cultura de milho. Araújo et al. (2008) aplicaram

5.0 mg/ha de lodo de curtume para proporcionar ganhos de desenvolvimento

do milho com ganhos agrícolas e redução do impacto ambiental.

Os compostos de cromo III devem ser dispostos adequadamente para

evitar sua acumulação no solo e sua dispersão na água subterrânea. Nenhum

efeito tóxico foi detectado em ratos que consumiram água contendo 25 mg/L de

cromo III durante um período de 6 meses (KATZ; SALEM, 1993).

O consumidor ou usuário de artigos fabricados com couro curtido ao

cromo fica exposto e, por isso, o uso destes artigos constitui um risco à saúde.

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Como anteriormente alertado (BARUTHIO, 1992), ao contrário do cromo VI os

compostos de cromo III são apenas fracamente alérgicos. A questão,

entretanto, é saber até onde vai o risco do conteúdo de cromo no couro de

seus artigos de consumo.

Um estudo francês demonstrou que sob condições específicas de

umidade, os raios ultravioletas UV–C (a principal energia UV ou ondas curtas,

entre 280 a 10 nm) existe a possibilidade da transformação de compostos de

cromo III para compostos de cromo VI, o qual pode migrar do couro do artigo

(BOS, 2006). Os valores encontrados de cromo VI variam da faixa de “não

detectável” a 17 mg/kg de couro secado gradualmente.

Como medida preventiva as autoridades alemãs requerem

(NICKOLAUS, 1995) que o teor de cromo VI, o qual poderá ser lixiviado do

produto, poderá estar abaixo do limite de detecção do método analítico

utilizado pela indústria o que vale dizer, na faixa de 2 mg/kg a 3 mg/kg no couro

(INTERNATIONAL ENVIRONMENT COMMITION, 1996).

Baseado em princípios de precauções similares, o padrão europeu para

roupas de segurança - EN 420 - especifica um limite máximo de cromo VI

lixiviável para seus compostos de 2 mg/kg couro (CEN, 1994 apud BOS, 2006).

Entretanto, ainda são necessárias extensas pesquisas para um melhor

entendimento dos mecanismos de transformação do cromo III em cromo VI nos

produtos acabados do couro, bem como sobre seus efeitos potenciais adversos

à saúde humana nas faixas de valores mais baixos.

A mobilidade de um elemento pode ser definida como a facilidade com

que ele se move em um ambiente, podendo ser dividida em química e

mecânica. A mobilidade é uma função do potencial iônico, que por sua vez é a

relação entre a carga iônica e o raio iônico de um íon que pode ocorrer na

forma de íons livres, em solução, íons complexos, adsorvidos em sólidos finos

(óxidos de ferro e manganês, argilominerais, matéria orgânica) ou em colóides

ou então adsorvidos nestes (FORMOSO, 1995 apud LICHT,1998).

O pH expressa a acidez ou alcalinidade relativa de um sistema aquoso e

refere-se à atividade do H+ e do OH-. Corresponde ao logaritmo negativo na

base dez da atividade do íon hidrogênio, também chamada de atividade

hidrogeniônica. Por meio deste conceito, a escala do pH varia de 0 a 14, sendo

que no ponto neutro da condição de equilíbrio o pH é 7 em soluções a 20ºC e 1

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atm. Valores de pH < 7 representam uma condição ácida e valores de pH >7

correspondem a uma solução alcalina).

Muitos elementos metálicos são solúveis apenas em condições ácidas e

tendem a precipitar como hidróxidos ou como sais básicos. O valor de pH para

cada elemento que provoca sua precipitação como hidróxido ou sal básico é

denominado de pH de hidrólise. O pH depende da concentração do íon

metálico na solução, no entanto, as tabelas disponíveis são consideradas em

soluções muito diluídas. Por exemplo, em rejeitos de pirita que se oxidam em

pH muito ácido (até pH<1) o íon férrico estará em solução. Tão logo o pH atinja

2 o íon férrico será precipitado. Os demais íons irão se precipitando à medida

que o ph for se neutralizando e atingindo valores específicos como exemplo pH

= 5 para o cobre, pH = 7 para o zinco e pH entre 4,6 e 5,6 para o cromo

(LEVINSON,1974; KABATA-PENDIAS, PENDIAS, 2001).

O pH ácido favorece, além da dissolução dos minerais, a manutenção

em solução de íons complexos, mais facilmente absorvíveis pelos organismos

que os complexos iônicos

As medidas de Eh, ou seja, do potencial de óxi-redução, são referidas a

um elétrodo padrão de hidrogênio cujo potencial é arbitrado como zero. Assim

a escala de Eh estende-se tanto para valores mais positivos como para valores

mais negativos. Quanto mais positivo é o potencial redox mais oxidante será o

sistema, quanto mais negativo, mais redutor será o sistema. No sistema natural

os valores de Eh vão de - 0,41 volts para sedimentos marinhos ricos em

matéria orgânica até 0,82 que representam condições extremamente oxidantes

como a oxidação de rejeitos de minérios sulfetados (LEVINSON, 1974).

Os óxidos hidratados de Fe e Mn são de particular interesse em

geoquímica exploratória e geoquímica ambiental, visto que em sua precipitação

eles podem agregar, por meio da co-precipitação, outros íons que não seriam

normalmente afetados por modificações de pH e Eh. Adsorção é a atração de

íons ou moléculas à superfície de um substrato com os quais podem entrar em

contato. Assim, elementos extremamente móveis como Cu e Zn em condições

levemente ácidas tendem a se concentrar nos precipitados de Fe e Mn.

Geralmente os óxidos de Fe e Mn têm uma importância maior que os de Al e

Si, pois têm capacidades de sorção mais elevadas, já que solvem mais à

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medida que o potencial redox decresce, e re-precipitam à medida que o meio

se torna mais oxigenado. (JENNE, 1968).

Rose, Hawkes e Webb (1979), Theobald Junior (1975) e Jenne (1968)

verificaram que muito embora os óxidos de Mn em condições semelhantes

possam precipitar mais lentamente que, ou após os óxidos de Fe, a

substituição isomórfica e a penetração de meios estranhos para o interior da

estrutura cristalina mineralógica extremamente complexa dos óxidos de Mn, é

muito mais ampla que nos óxidos de Fe.).

Por esse motivo e pela grande variabilidade no estado de oxidação do

Mn, em condições semelhantes, os óxidos de Mn têm uma capacidade maior

de captura de metais que os óxidos de Fe (CHAO, 1983).

Para que os íons Fe2+ e Mn2+ permaneçam em solução é necessário que

as condições sejam redutoras. O Fe2+ é oxidado mais facilmente a Fe3+ que o

Mn2+ a Mn4+ (LICHT, 1998). Assim, é comum encontrar estes elementos na

natureza em forma de óxidos ou hidróxidos..

Segundo Nardi e Formoso (1978), em estudos geoquímicos de solo,

quando o Cu se apresenta em teores relativamente baixos, sua mobilidade no

solo também é baixa, devido a sorção de óxidos de Mn e Fe, principalmente.

No entanto, quando está presente em concentração alta, como nas

proximidades de mineralizações sua mobilidade aumenta e sua capacidade de

sorção dos solos é excedida. Este fato também pode acontecer no caso de

resíduos.

Licht (1984) estudando nódulos de manganês supergênicos da jazida de

sulfetos de Santa Maria atacou-os com HNO3 e EDTA 0,25M e concluiu que os

metais Cu, Pb e Zn estavam sorvidos pelo MnO2 na seguinte ordem e

proporções Pb 8,6%, Cu 14,3% e Zn 76,7%.

De acordo com Chao (1983) a matéria orgânica no solo é constituída por

um complexo grupo de componentes de origem biológica, podendo conter

complexos organometálicos e quelatos formados por retenção de íons

metálicos, ou solubilização de compostos metálicos, dependendo da

solubilidade dos complexos e dos quelatos formados

A matéria orgânica também desempenha um papel importante na

adsorção de certos elementos, muito embora as opiniões sejam

contraditórias entre diversos autores. Esta diversidade de opiniões se dá

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principalmente em relação ao processo de ligação de elementos-traço com a

matéria orgânica. Alguns como Jenne (1968), acreditam que a ligação seja feita

simplesmente por meio de adsorção e que esse mecanismo não seja um

controle importante para alguns elementos como Co, Ni, Cu e Zn.

As argilas desempenham um papel importante na mobilidade dos

elementos no ambiente superficial. O que está relacionado à capacidade

sortiva ou capacidade de troca de cátions (CTC). Assim, as CTCs em

meq/100g ou cmolc/kg para alguns minerais de argila apresentam os seguintes

valores: esmectitas (80 a 100), illita (15 a 40) e caolinita (3 -15).A CTC está

relacionada à facilidade dos argilominerais em receber moléculas de água ou

cátions entre lâminas que constituem sua estrutura. Cada espécie de

argilominerais, dependendo de sua estrutura apresenta capacidade sortiva

diversa. Assim, a caulinita tem uma CTC muito pequena, pois suas unidades

estruturais (camadas de SiO2 e Al2O3) estão firmemente unidas por ligações

oxigênio-hidroxila, não permitindo a entrada de H2O ou de cátions estranhos

entre as placas. Já as esmectitas têm uma CTC grande, pois os cátions

encontram uma facilidade muito grande em se movimentar entre as unidades

de sua estrutura. Adicionalmente ao efeito de solubilidade de elementos em

soluções, o pH também é importante na determinação da CTC das argilas

(LICHT, 1998).

Nos solos e sedimentos, as concentrações de metais são maiores nas

partículas sólidas que na água intersticial. Nestes sólidos os metais ocorrem

nas seguintes formas: (1) adsorvidos em argilas, óxidos e hidróxidos; (2) em

complexos orgânicos (quelatos); (3) dispersos nos retículos cristalinos de

minerais primários e secundários e (4) incluídos em restos biológicos e

compostos inorgânicos amorfos.

De acordo com Crounse et al. (1983 apud CORTECCI, 2006), os

elementos traço são mais importantes para a vida que as vitaminas, sendo

mais críticos por não serem sintetizados e por ocorrerem no ambiente em

faixas de concentrações muito limitadas.

Considerando as necessidades vitais, os elementos são classificados

em macro-nutrientes essenciais, onde a dose diária é de aproximadamente 100

mg/dia (Ca, Cl, Mg, P, K, Na e S) e micronutrientes essenciais, onde a dose

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diária é de aproximadamente 10 mg/dia (Cr, Co, Cu, F, I, Fe, Mn, Mo, Se, Na e

possivelmente Ni, Si, Sn e V) (CORTECCI, 2006).

Uma dieta adequada para o cromo indica uma ingestão diária segundo a

ASTDR de 50-200 µg como ação biológica importante para o metabolismo dos

açúcares.e como sintomas da falta de cromo tem:se : intolerância à glicose,

resistência à insulina, crescimento lento, neuropatia periférica e redução de

fertilidade dos espermatozóides. Esses sintomas são encontrados em crianças

mal nutridas e indivíduos com diabetes

As formas naturais de exposição do homem aos metais compreendem a

inalação, ingestão e absorção por meio da pele. A inalação pode aumentar a

predisposição às infecções da via respiratória, reduzir a defesa imunológica e

favorecer o aparecimento de carcinoma pulmonar. A ingestão de metais tóxicos

acontece normalmente com os alimentos e com a água, e diretamente do chão

no caso de crianças.

A toxidade de um elemento pode depender de seu estado de oxidação.

O exemplo clássico é o do Cr VI, muito mais tóxico que o Cr III e que chega ao

homem pelos alimentos. A inalação de pó contendo cromo pode levar á

formação de carcinoma bronquial e o risco é sensivelmente maior no caso de

exposição de Cr VI.

O cromo III é essencial para os homens e os animais. Tem função

biológica com os complexos organometálicos envolvidos na síntese de insulina

e no controle dos índices de colesterol e de triglicérides no sangue. Ocorre

principalmente nos ovos, laticínios, temperos, carnes, peixes e cereais. A

porção diária para animais e homens é de 50 a 250 mg/dia. Um adulto contém

cerca de 6 mg de cromo.

O cromo é absorvido no ambiente gastrintestinal em porcentagem baixa;

o cromo VI é absorvido preferencialmente ao Cr III, mas é biologicamente

inativo como elemento essencial. Nas águas, o cromo ocorre em solução como

Cr VI, causando deficiências que podem e devem ser combatidas com dietas

balanceadas ou por via profilática. O excesso de cromo é tóxico e no caso

particular do Cr VI, pode ser mutagênico. A exposição ao pó pode ser

responsável por patologias de tumores do pulmão.

O cromo é um elemento metálico que apresenta uma grande variação

nos estados de oxidação, desde + 2 até + 6, além de formar complexos

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aniônicos e catiônicos (por exemplo Cr(OH)2+, CrO42+. Os compostos com

valência +3 (crômicos) e +6 (cromatos) ocorrem naturalmente (KABATA-

PENDIAS; PENDIAS,1992).

O íon Cr3+ é particionado em espinélios e piroxênios durante os

primeiros estágios do fracionamento mineral, sendo enriquecido em rochas

ultramáficas (1.000 – 3000 mg/kg) juntamente com Mg e Ni. Pode ainda

substituir Fe, Ti, Al e Mg em retículos minerais, ocorrendo junto a esses

elementos tanto nos silicatos como nos óxidos. O cromo é removido das

soluções silicáticas formando óxidos e silicatos nos primeiros estágios de

diferenciação magmática (KOLJONEN et al., 1992).

Em rochas sedimentares, pode ocorrer em fases detríticas primárias na

forma de cromita (FeCr2O4), magnetita e ilmenita. Durante o intemperismo, o

comportamento do Cr3+ lembra o Fe3+ e o Al3+ permitindo ampla acumulação

em argilominerais secundários. O cromo pode ser liberado pela dissolução de

silicatos ferromagnesianos em condições de alto Eh e baixo pH, porém, a

dispersão subseqüente é interrompida pela tendência dos cromatos serem

sorvidos por argilominerais e matéria orgânica.

Segundo Winter (1998 apud LICHT; PLAWIAK, 2005), a abundância

natural do cromo (ppb) em diversos sistemas é a seguinte: universo (15.000),

sol (20.000), rochas crustais (140.000), água do mar (0,6) e seres humanos

(30). De acordo com Koljonen et al. (1992), a abundância média é de 70 ppm

nas rochas da crosta, 2.300 ppm nas ultramáficas, 250 ppm nos gabros 10 ppm

nos granitos, 83 ppm em folhelhos e 27 ppm em arenitos. Nos basaltos sua

concentração é de 200 ppm (LEVINSON, 1974). Segundo Ruegg (1975 apud

LiCHT 2001) os basaltos da Bacia do Paraná apresentam média de 136 ppm e

amplitude de 25 a 500ppm .As concentrações mais significativas se mostram

variáveis devido às influências de incrementos antrópicos, principalmente por

meio das diversas indústrias que utilizam insumos contendo cromo em seus

processos.

Segundo Ferguson (1990), deve-se levar em consideração os

significados de termos muito usados como: “natural”, “normal”, e “background”

para se fazer uma distinção entre eles. Uma razão importante para o

conhecimento das concentrações naturais de metais pesados é que eles

fornecem um verdadeiro ponto de referência para se compreender a extensão

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da poluição originada por eles. Isto é muito importante principalmente quando

se avalia a toxidade destes elementos. Assim, as concentrações naturais

fornecem uma perspectiva para o entendimento das concentrações

antropogênicas, ou seja, onde elas podem ou não ser excessivas.

Da mesma forma que as concentrações entre os diversos elementos

químicos, as distinções entre as concentrações antropogênicas devem ser

distintas entre si. As verdadeiras concentrações normais ou de “background”

pré-humanas são encontradas em lugares remotos do Ártico, da Antártida, da

Groenlândia, do Himalaia e no Tibete. Estas áreas apresentam poucos efeitos

provocados pelo homem, muito embora seja observado, atualmente, um

aumento da poluição proveniente de áreas distantes.

Áreas mineralizadas apresentam concentrações dos elementos mais

elevadas do que as regiões de seu entorno. Tais concentrações destes

elementos freqüentemente constituem depósitos minerais ou áreas

enriquecidas em elementos provenientes de atividades vulcânicas e

hidrotermais. A distinção entre áreas mineralizadas e áreas com “background”

natural é denominada “limiar de concentração” (HAWKES; WEBB, 1962)

Áreas rurais tais como fazendas podem apresentar concentrações de

elementos que tiveram a influência do uso de fertilizantes e pesticidas Áreas

urbanas como parques, áreas verdes e áreas vizinhas às rodovias podem

apresentam concentrações maiores que o “background” natural devido à

queima de combustíveis e produtos de petróleo (RUNNELS; SHEPARD;

ANGINO, 1992).

No Brasil, Fadigas et al. (2006) propuseram, por meio de estudos de

solo, alguns valores de referência e limites de tolerância para os mais

representativos solos brasileiros, além de um modelo para obtenção das

concentrações naturais de Cu, Co, Cr, Ni, Pb e Zn a partir dos teores de silte,

argila, Mn, Fe e CTC. Os valores médios do quartil superior encontrados em

mg/kg são: Cd (0,5), Co (25.5), Cu (35,1), Cr (40,2), Ni (13,2), Pb (17,0) e Zn

(59,9),valores estes próximos aos valores obtidos por Casarini (2000 apud

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2001), em

estudo análogo, como valores de referência da qualidade de metais em solos

do Estado de São Paulo. Mais recentemente e segundo a Companhia de

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Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) os valores foram atualizados,

como podem ser vistos na seção 11 desta dissertação.

No solo, o cromo se apresenta como HCrO3 - em pH <6,5, como CrO4 2-

em pH 6,5 ou como Cr2O7 2- predominantemente a altas concentrações e em

pH entre 2 a 6. O Cr2O4 2- é mais tóxico para o homem que o Cr2O 4 -.

Em solos neutros a alcalinos, o Cr VI é mais solúvel como no caso de

Na2Cr2O4, juntamente com os cromatos moderadamente solúveis (CaCrO4,

BaCrO4 e PbCrO4) (JAMES, 1996). Em solos mais ácidos, a pH 6, o HCrO4-

torna-se a forma predominante.

O CrO4 2- e o HCrO4- são as formas mais solúveis de cromo no solo.

Estas formas podem ser captadas pelas plantas e facilmente lixiviadas nos

níveis mais profundos do solo poluindo, assim, o lençol freático e as águas

superficiais (CALDER, 1988).

Pequenas quantidades de Cr VI são fixadas no solo. Esta ligação

depende da composição mineralógica e do pH do solo.

O CrO4 2- pode ser sorvido pela goethita [FeO(OH)], óxidos de alumínio e

outros colóides presentes no solo com cargas superficiais positivas.

O HCrO4 - que ocorre em solos mais ácidos, pode permanecer fixado ao

solo ou tornar-se solúvel. Estudos da mobilidade de 11 metais em uma grande

variedade de solos (KORTE et al., 1976) demonstrou que solos argilosos

contendo óxidos e hidróxidos de Fe e Mn retardam significantemente a

migração do Cr VI. O cromo VI era a única forma que se apresentava móvel em

solos alcalinos. Através deste estudo, verificou-se que os óxidos de Fe e Mn e

o pH dos solos influenciam mais na mobilidade do Cr VI, enquanto certas

propriedades do solo como CTC, superfície específica e porcentagem de argila

não apresentaram influência na mobilidade do Cr VI.

O cromo total do solo se apresenta como Cr(OH)3 insolúvel ou como Cr

III sorvidos nos componentes do solo que podem ser lixiviados pelas águas

subterrâneas ou fixarem-se nas plantas.

As formas predominantes de cromo dependem fortemente do pH. Em

solo ácido a pH<4 predomina o Cr (H2O)6 3+, enquanto a pH<5,5 são produtos

da hidrólise como o Cr (OH) 2+ (RICHIE; SPOSITO, 1995), as demais formas

são sorvidas pelas argilas.

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O processo é intensificado pelo aumento do pH que pode ser

interpretado em parte devido ao aumento das cargas negativas nas argilas. Os

ácidos húmicos formam grupos de complexos estáveis de Cr III.

A sorção de Cr III pelos ácidos húmicos torna o Cr III insolúvel, imóvel e

não reativo. Este processo é mais efetivo a pH entre 2,7 e 4,5. Em contraste,

compostos móveis como o ácido cítrico (H3C4H5O7) e ácidos fúlvicos formam

complexos solúveis de Cr III que controlam sua oxidação para Cr VI (JAMES,

1996).

Ambos os modos, redução de Cr VI para Cr III e sorção de Cr VI podem

ocorrer no solo às vezes simultaneamente. Entretanto, isto causa problemas na

identificação dos vestígios do mecanismo da atenuação do Cr VI em sub-

superfície (BARTLET, 1991).

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51

6 USOS DO CROMO

O cromo foi descoberto na Rússia em 1765 por P.S. Pallas, e foi isolado

em 1797, pelo químico francês Louis Nicholas Vauquelin, que o preparou a

partir do tratamento da crocoíta (PbCrO4) com ácido clorídrico diluído. O óxido

crômico, resíduo da reação, quando aquecido na presença de carvão (agente

redutor) produz o metal cromo. O nome cromo advém da palavra grega

“chroma” que significa cor, já que diferentes compostos de cromo são

coloridos. Um ou dois anos após a descoberta de Vauquelin, o químico alemão

Tassaert, trabalhando em Paris, encontrou o cromo em um novo minério

chamado de cromita [Fe(Cr2O2)O2] (BOS, 2006).

O cromo foi um metal estratégico no século XX e ainda é usado em

várias indústrias, criando milhares de produtos para o consumidor. Até os anos

de 1900, o cromo era usado principalmente na indústria química. No início de

1900, o cromo começou a ser usado em grande escala na indústria metalúrgica

e de refratários, para a produção de aço inoxidável e tijolos refratários

(MORNING; MATTEWS; PETERSON, 1980).

O Quadro 1 resume os principais usos do cromo.

FUNÇÃO/PRESENÇA Continua

Pintura Os compostos de cromo são utilizados em pigmentos para pinturas. Cromatos de

bário, chumbo e zinco dão pigmentos de cromo limão, cromo amarelo, cromo

vermelho, cromo laranja, zinco amarelo e zinco verde. O cromo verde é usado na

fabricação de vidros verdes, o cromo químico e as principais cores da matriz são

usados para fornecer brilho às tintas de cromo para automóveis e edifícios

Aço Inoxidável Como liga, o cromo tem sido considerado um metal protetor. Uma liga feita de aço,

com apenas 10% de cromo, oferece proteção ao aço utilizado na fabricação de

utensílios domésticos como facas, colheres e garfos, além de rolamentos de

esferas e bombas dianteira e traseira de veículos.

Fornalhas O cromo substituiu o níquel em recobrimento de placas pela sua dureza superior e

resistência às ações químicas. Pela sua alta resistência ao calor, os óxidos de

cromo são utilizados como tijolos refratários para altos fornos

Fotografia Quando o dicromato de potássio (K2Cr2O7) é misturado com água e submetido à

exposição da luz, torna-se novamente sólido. Esta propriedade é utilizada na

fabricação de colas impermeáveis e também na fotografia. Materiais de fotografia

contendo Cr2O7 são compostos tóxicos

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FUNÇÃO/PRESENÇA

ConclusãoAços especiais O cromo tem realçado as propriedades de brilho e dureza de várias ligas de ferro,

sendo ainda mais importante para as diversas ligas de cromo, que são utilizadas

em várias indústrias modernas. A substituição da pintura pela eletrodeposição do

cromo para aumentar sua resistência à corrosão, é muito desenvolvida atualmente,

envolvendo a tecnologia metalúrgica com a introdução de uma maior quantidade de

energia, aumentando, assim, os custos dos processos de produção, envolvendo

minérios de cromo de baixo teor

Cromo ligas

Historicamente cerca de 60 a 70% de minério de cromo são usados em ligas

(STERN, 1982). Estas ligas incluem o aço inoxidável, que contém ferro, cromo e

níquel de várias composições de acordo com requisitos pré-estabelecidos. As ligas

com cromo apresentam uma moderada resistividade elétrica e são usadas para

altas temperaturas. O cromo também tem propriedades catalíticas e é refratário às

temperaturas baixas. Os metais como níquel e magnésio, acrescidos de pequenas

quantidades de molibdênio, tungstênio e paládio são adicionados ao cromo para

realçar suas propriedades físicas nas ligas.

Galvanoplástia O processo de galvanostegia é o recobrimento de objeto metálico com fina camada

de outro metal, enquanto galvanoplastia é a eletrodeposição de metal sobre um

molde.No Brasil o termo eletrodeposição é utilizado para os dois processos .

(PUGAS, 2007)

Outros usos O cromo é também utilizado em próteses dentárias, lamas de sondagem,

fertilizantes, fungicidas, preservativos de madeira e pirotecnia (STERN, 1982).

Quadro 1 - Principais usos do cromo. Fonte: Elaborado pelo autor com dados de Pugas (2007); Stern (1982).

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7 A INDÚSTRIA DO COURO

Os compostos de cromo III são os principais agentes curtidores

utilizados no mundo para a transformação da pele em couro. O curtimento ao

cromo tem sido usado pelo menos há um século na manufatura de produtos de

consumo como roupas, casacos, sapatos, móveis, estofamento de veículos,

bem como uma extensa variedade de bens de consumo de couro.

Assim, os processos do curtimento e manufatura de produtos de couro

geram resíduos líquidos e sólidos contendo cromo III.

A seguir, é apresentado um resumo dos processos da indústria do

couro.

7.1 Transformação da pelagem em couro

O uso do couro vem desde os tempos pré-históricos. Evidências

arqueológicas mostram que o material bruto era muito usado na antiguidade. O

material bruto utilizado é a pele de mamíferos, originadas do abate de animais

para a indústria da carne. São utilizadas também peles de répteis, peixes e

pássaros, só que em menor extensão (JULLIEN; GAVEND, 1990; SOUZA,

2002; SOUZA; SILVA, 2005). As ações de curtimento ao cromo consistem na

transformação da pele bruta, um material muito putrescível, em couro, um

produto estável que pode ser conservado por muito tempo, e que apresenta um

grande valor comercial.

Estas operações seguem então uma seqüência organizada de reações

químicas, onde se utiliza produtos reativos e processos mecânicos com

maquinaria altamente especializada. Dentre estes processos, o curtimento ao

cromo é o estágio fundamental, que confere ao couro sua estabilidade e

características essenciais.

7.2 Curtimento

O curtimento é o estágio mais importante na produção do couro e é

realizado em um ambiente aquoso e em tambores rotativos (JULLIEN, 1983).

Seu objetivo é processar a pele oriunda dos abatedouros, recebida em estado

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seco e salgado, para transformá-la em uma condição que facilitará as

operações químicas de curtimento. Durante esta operação, o colágeno

(principal proteína da pele), fixará o agente curtente em seus locais reativos,

impedindo, assim, a putrefação (HEIDMANN, 1993).

Os principais agentes curtentes são classificados em três grupos:

curtentes vegetais (mimosa, acácia), curtentes minerais (compostos de cromo,

ferro e zircônio) e curtentes orgânicos (formaldeído, curtentes sintéticos, óleo

de peixe).

Atualmente, o curtimento por compostos de cromo é mais utilizado. O

processo, descoberto na virada do século passado, usa o hidrogênio sulfato de

cromo III [Cr2(HSO4)3] na forma de pó, sobre a pele previamente preparada.

Em decorrência do curtimento ao cromo, somente o sulfato de cromo III

(Cr2(SO4)3, produzido por meio de um mineral, a cromita (FeCr3O4), possui

propriedades curtentes em relação ao colágeno da pele.

Para se obter um couro de boa qualidade é necessário utilizar uma

quantidade de compostos de cromo entre 2 a 2,5% (calculado como cromita)

da massa da pele a ser curtida. Isto significa o uso de 8 a 10% de produtos

comerciais com média de 25% de Cr2O3 (JULLIEN, 1981).

No Brasil, os processos de curtimento e manufatura de produtos de

couro geram grandes quantidades de resíduos líquidos e sólidos contendo

cromo III. Nos estudos de Palermo (2001) efetuados em Franca SP, o autor

demonstra que no curtimento ao cromo de uma pele de 25 kg obtida de um boi,

usa-se 2 kg de sais de cromo, resultando uma quantidade de cromo não

aproveitado de 1,4 kg (Tabela 1) que, caso não seja tratada terá como destino

final o ambiente.

Tabela 1 - Quantidade de cromo aplicado e perdido por uma pele

de boi no curtimento ao cromo. Parâmetros Quantidade

Peso médio de uma pele de boi 25 kg

Cromo aplicado 8% ou 2 kg

Peso do couro pronto 10 kg

Peso médio de uma raspa ou camurção 5 kg

Quantidade de cromo complexado na vaqueta e raspa 0,6 kg

Quantidade cromo perdido 1,4 kg

Fonte: Palermo (2001).

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Este processo substituiu todas as técnicas baseadas no uso do cromo

VI, que no passado necessitava da redução do cromo III no curtume antes do

curtimento.

Após o curtimento, o couro é armazenado por vários dias, possibilitando

assim, a consolidação do cromo no colágeno. O produto obtido pode resistir a

temperaturas da ordem de 120˚C, enquanto o colágeno é depurado a 50˚C.

Para que o couro seja transformado num produto comercial, deve ser

dividido, cortado e raspado em várias espessuras e também recortado,

utilizando-se uma pequena quantidade de curtentes como cromo, alumínio ou

curtentes orgânicos e sintéticos. Em seguida, o couro deve ser secado

juntamente com agentes colorantes e amaciado com gorduras naturais ou

vegetais para se tornar flexível. Após a secagem, o couro é enfeitado ou

embelezado com uma fina camada de produtos pigmentados em sua superfície

para se ter um produto com certa aparência e certo grau de proteção requerido

para seu uso final. O último estágio é denominado acabamento do couro

(JULLIEN; GAVEND, 1990).

7.3 Vantagens do curtimento ao cromo

O curtimento ao cromo é o processo mais utilizado por ser rápido,

simples, e reproduzível a um bom custo efetivo. Fornece um material com alta

resistência mecânica e termal e com pronunciada capacidade para secagem,

onde uma grande variedade de cores pode ser aplicada. Atualmente, a ligação

do cromo ao colágeno é a mais forte entre as várias alternativas, incluindo o

curtimento por vegetais e curtentes sintéticos. Em virtude de sua qualidade e

características mecânicas, o curtimento ao cromo é suficiente para uma grande

variedade de aplicações, como roupas, casacos, sapatos, móveis, malas para

bagagem e estofamento. Apesar da intensa pesquisa em laboratórios em todo

o mundo, nenhuma completa e satisfatória alternativa para o curtimento ao

cromo foi encontrada (PALERMO 2001).

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8 SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS EM BOCAINA

Os resíduos do processo de transformação da pele animal em couro são

classificados em efluentes atmosféricos (gases e emissões); resíduos sólidos

(aparas, serragem e lodos de tratamento de efluentes líquidos) e efluentes

líquidos provenientes, principalmente, dos banhos.

O principal impacto ambiental decorrente da indústria de calçados é

ligado à geração de resíduos de difícil degradação. Trata-se de aparas de

couro (cabedal e sola), aparas de sola sintética e aparas de material sintético

(plástico, borracha, PU, EV, etc.).

Dentre as principais atividades econômicas do município destaca-se a

atividade da industrialização de couro.

Conforme dados do Ministério do Trabalho (2001 apud CONTADOR

JUNIOR, 2004), estão instaladas em Bocaina 94 empresas que produzem

raspas de couro e luvas de raspa (EPI – Equipamentos de Proteção Individual)

e empregam, conforme dados da Associação das Indústrias de Couro,

Fabricantes de Artefatos e Afins do Município de Bocaina (ASSOCIOCOUROS

– Bocaina) aproximadamente 4.400 pessoas.

Segundo Fenterseifer (1995), a tecnologia para processamento de pele

em couro é conhecida e dominada mundialmente, e as empresas de curtimento

(curtumes) e outras preparações de couro localizadas em Bocaina não fogem à

regra.

Os principais fornecedores de pele para ser transformada em couro ou o

próprio couro para a região de Jaú, incluindo Bocaina, estão localizados nos

estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Piauí, Santa Catarina e

localidades do Estado de São Paulo (Franca, Biriguí, Bauru e Ribeirão Preto).

Os curtumes instalados em Bocaina produzem EPI (luvas de raspa),

camurça e couros semi-acabados para calçados. Na década de 80, a empresa

Bocaina Equipamentos de Segurança produzia luvas de raspa para atender a

demanda das indústrias metalúrgicas da Grande São Paulo e usinas de açúcar

e álcool da região. Com o fechamento desta empresa, alguns ex-empregados

continuaram a atividade de produção de luvas e raspas, utilizando couros

fabricados em seu próprio curtume.

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A atividade proliferou inspirada na atuação desses pioneiros, que

incentivaram os demais proprietários de sítios e chácaras na montagem de

novos curtumes. Tal empreendimento requer poucas exigências de capital e

utilização de mão-de-obra (costura) barata e não muito qualificada, disponível

no município.

A principal característica do couro produzido no município de Bocaina é

dada pela estrutura produtiva dos curtumes. São curtumes que efetuam o

beneficiamento e acabamento do couro a partir do wet blue. O couro

industrializado atende os seguimentos de calçados masculinos produzidos com

camurça, bolsas, fabricação de luvas de raspa de couro e, em sua minoria,

calçados femininos.

Os processos de produção da maioria dos curtumes localizados em

Bocaina são rudimentares, ou seja, com utilização de máquinas com tecnologia

defasada e praticamente sem uma estrutura empresarial profissionalizada. São

utilizados processos antigos, com máquinas e equipamentos ultrapassados em

comparação com as máquinas utilizadas pelos curtumes mais estruturados,

como os localizados em Franca. Não se destacam investimentos voltados para

a incorporação de inovações tecnológicas e de suporte técnico, via centros

tecnológicos ligados ao setor.

Segundo Contador Junior (2004) algumas empresas pesquisadas se

encontram em processo de mudança de foco de negócio, ou seja, buscam a

produção de bens com maior valor agregado (couro e camurça para a indústria

de calçados e não somente a produção de couros para a fabricação de

equipamentos de segurança como luvas de raspas, aventais, etc.).

Os resíduos sólidos produzidos compreendem: aparas de couro, pó da

lixadeira e serragem de rebaixadeira, foram identificados como resíduos classe

II. Quanto aos resíduos líquidos compostos pelos efluentes do processo de

tingimento, dois curtumes já utilizam Estação de Tratamento de Efluentes

(ETE).

Na atividade industrial o produto do tratamento de efluentes industriais

gera resíduos sólidos denominados de lodo que contém cromo. O lodo é

condicionado em recipientes, podendo ir para incineradores ou deve ser

guardado indefinidamente em condições ótimas.

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Segundo Cogersi Resíduos Sólidos Industriais Ltda (2004), os resíduos

produzidos em Bocaina atingiram 500 t/mês, ou seja, 16,67 t/dia, sendo: aparas

de couro (8,20 t/dia), pó de rebaixadeira (9,57 t/dia) e lodo de tratamento (40

m3/dia), com umidade de 99%.

Amostras de aparas, pós de rebaixadeira e lodo foram submetidas aos

ensaios de lixiviação (NBR 10.005), ensaio de solubilização (NBR 10.006) e

ensaio de massa bruta (NBR 10.004), da ABNT realizados no Laboratório de

Hidrologia e Saneamento (SHS) da Escola de Engenharia da USP de São

Carlos, que pode ser vista na Tabela 2.

Tabela 2 - Resultados de Ensaios de Resíduos Sólidos de Bocaina para Cr total.

Resíduo Tipo de Ensaio Norma Valor Obtido VMP

Lodo Massa Bruta NBR 10.004 14.700 g /kg 18.000 mg/kg

Lodo Lixiviação NBR 10.005 1,22 mg/L 5,0 mg/L

Lodo Solubilização NBR 10.006 0,14 mg/L 0,05 mg/L

Aparas Massa Bruta NBR 10.004 17.500 mg/kg 18.000 mg/kg

Aparas Lixiviação NBR 10.005 22 mg/L 5,0 mg/L

Aparas Solubilização NBR 10.006 64 mg/L 0,05 mg/L

Fonte: Cogersi Resíduos Sólidos Industriais Ltda (2004). (Os valores em negrito representam valores determinados acima das normas de referência).

Pela Tabela 2 os resíduos constituídos por lodo e aparas se

apresentaram não conformes perante os ensaios de lixiviação e solubilização

preconizados respectivamente pelas Normas NBR 10.005 e NBR 10.006 sendo

desta forma considerados resíduos sólidos de classe I pela Resolução

CONAMA nº 313/2002 e como tais devem ser dispostos em aterros de maior

segurança.

A título de comparação os lodos da indústria de galvanização segundo

PUGAS 2207 atingem 93.330mg/kg ,enquanto os lodos do tratamento dos

resíduos de couro de Franca abrangem uma faixa de 868 a 3.016 mg/kg de Cr

total (PALERMO 2001).

De acordo com Contador Junior (2004) um dos problemas observados é

decorrente da qualidade da matéria-prima, o wet blue utilizado pelos curtumes

de Bocaina, que pela baixa qualidade ocasiona perdas de aproximadamente

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50% no processo de rebaixamento. Estes fatos justificam o grande volume de

resíduos gerados pela atividade.

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9 ÁREAS ESTUDADAS

Os trabalhos de campo foram executados em duas etapas. Na primeira

foi realizada uma visita de reconhecimento em três locais, denominados de

Área Moretto, Área São Benedito e Área Referência (Figura 6). Nas Áreas

Moretto e São Benedito foram coletadas duas amostras de solo para verificar

as possíveis não conformidades perante a Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental (2005). Na segunda etapa, coletou-se 28 amostras de

solo nas três áreas escolhidas.

Figura 6 - Vista geral da cidade de Bocaina, com destaque para as

áreas estudadas (Moretto, São Benedito e Referência). Fonte: Google Maps (2008)

9.1 Área Moretto

A Área Moretto (coordenadas: 755202 e 7549634 UTM), localizada no

perímetro urbano de Bocaina, apresenta uma topografia relativamente plana e

se encontra no interior da indústria homônima, onde os resíduos como o lodo

originário do tratamento nos processos de tingimento, foram no passado

dispostos na superfície do solo e posteriormente removidos por ação da

CETESB para um aterro em Paulínia (ESTRE). Aventou-se como hipótese de

que em superfície ou também em sub-superfície dos solos se teria vestígios

dos halos de dispersão do cromo oriundos dos resíduos.

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Nesta primeira visita coletou-se experimentalmente uma amostra de solo

superficial do tipo composta, de forma radial na área em um círculo de 0,5 m de

raio, locado no centro da antiga pilha dos antigos resíduos. Após o

quarteamento do solo efetuado no campo, obteve-se uma amostra de

aproximadamente 500 g que foi identificada e acondicionada em saco plástico

e enviada para o laboratório.

Quando submetida à análise química com extração por água régia 4:1

(PROJETO GEOFÍSICO BRASIL CANADÁ, 1979) e leitura por Plasma ICP,

segundo método EPA 3051- 1994, no Laboratório de Química Inorgânica (LQI)

do Centro de Metrologia em Química (CMQ) do IPT, o teor de cromo total

atingiu 164 mg/kg, valor este superior ao limite de Intervenção Agrícola

preconizado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005),

que é de 150 mg/kg. Em relação ao Cr VI, o mesmo não foi detectado por se

encontrar em concentrações menores que o limite de detecção da

espectrometria UV- visível, preconizado em 1,0 mg/kg.

Tendo se confirmado este valor anômalo, numa segunda visita, efetuou--

se no mesmo local a abertura de um poço denominado M1, com seção

quadrada de aproximadamente 1m2 e profundidade de 80 cm, onde se coletou

três amostras de solo pelo método do canal (Fotografia1).

Fotografia 1 - Amostragem Área Moretto. Fonte: do autor

Este canal foi aberto com o uso de um martelo de geólogo. Para cada

nível a amostra foi coletada raspando-se as paredes por meio de uma concha e

espátula metálicas (Fotografia 2). O solo assim raspado foi recebido em um

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tapete de plástico colocado no fundo do poço .e que era substituído a medida

em que se amostrava um novo nível.

Fotografia 2 – Concha e espátula metálicas Fonte: do autor

Para se evitar a contaminação cruzada a amostra era coletada no

sentido do nível mais profundo para os níveis mais superficiais. Cada amostra

com peso de aproximadamente 2 kg foi coletada respectivamente nos

intervalos de 0 a 20 , 20 a 40 e 40 a 60cm e homogeneizada no local Em

seguida foi acondicionada em saco plástico e enviada para o laboratório.

Adicionalmente encetou-se também a abertura de dois furos a trado

manual do tipo holandês da SONDOTERRA, com caçamba de 20 cm e 3

polegadas de diâmetro (Fotografias 3 e 4) situados a norte e a sul do poço

amostrado,numa distância de 1m, com coletas multi-níveis de 0 a 20, 20 a 40

e 40 a 60cm, obtendo-se desta forma, aproximadamente 2 kg de amostra por

intervalo.

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Fotografia 3 - Trado tipo holandês com haste de 1,5 m Fonte: do autor

Fotografia 4 - Trado, hastes, concha e espátula Fonte: do autor

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As Tabelas 3, 4 e 5 apresentam as características visuais e tácteis das

amostras coletadas.

Tabela 3 - Perfil do Poço M1.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

M1-A 0 -20 Solo vermelho-amarelo areno-argiloso, com camada

orgânica de aproximadamente 3 cm e ausência de raízes.

M1-B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica.

M1-C 40-60 Idem acima.

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 4 - Perfil do Furo a Trado M2.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

M1-A 0 -20 Solo vermelho- amarelo areno-argiloso, ausência de raízes

com camada orgânica de aproximadamente 3 cm e

ausência de raízes.

M1-B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica.

M1-C 40-60 Idem acima.

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 5 - Perfil do Furo a trado M3.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

M1-A 0 -20 Solo vermelho-amarelo, areno-argiloso, com, camada

orgânica de aproximadamente 3 cm

M1-B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica

M1-C 40-60 Idem acima

Fonte: Elaborado pelo autor

Os solos são desenvolvidos em termos regionais sobre sedimentos da

Formação Itaqueri compostos por arenitos de granulação variada, que podem

ser argilosos e apresentar intensa silicificação. Os clastos dos conglomerados

são de composição variada, provenientes de fora da bacia de deposição

(INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO, 1993) (Figura 4).

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9.2 Área São Benedito

A Área São Benedito (coordenadas: 756641 e 7546154 UTM) encontra-

se fora do perímetro urbano de Bocaina em topografia levemente inclinada.

Neste local, em um sulco de erosão foram dispostos raspas, pós e serragem de

rebaixadeira, juntamente com entulho de construção civil, os quais se

apresentam soterrados.

Por ocasião da primeira visita, coletou-se por meio de trado tipo

holandês uma amostra de solo de aproximadamente 500 g a uma profundidade

de 20 cm, que também foi submetida à análise química no LQM do IPT de

maneira análoga à amostra da Área Moretto.

Esta amostra revelou um teor de cromo total de 369 mg/kg , valor

superior ao valor estimado para Intervenção Agrícola Preconizado pela

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005). Todas as

análises efetuadas para Cr VI estão abaixo do limite de detecção do método

utilizado e estabelecido em 1,0 mg/kg.

Após a confirmação deste valor anômalo, procedeu-se à abertura de um

poço denominado S com dimensões de 1m2, a uma profundidade de 80 cm,

onde se coletaram amostras nos níveis 0-20, 20-40, e 40-60 cm, da mesma

maneira como mencionada na área Moretto, obtendo-se assim, 2 kg por

amostra (Fotografia 5).

Fotografia 5 - Amostragem Área São Benedito. Fonte: do autor

Precedendo-se a homogeneização das amostras de solo em campo,

utilizou-se uma peneira com abertura de 5 mesh, para eliminar raspas e

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66

serragem, além de fragmentos de vidro, tijolos, ladrilhos e concreto, maiores

que esta granulometria.

A Tabela 6 apresenta as características visuais e tácteis das amostras

coletadas no poço da Área São Benedito.

Tabela 6 - Perfil do Poço S

Amostra Profundidade (cm) Descrição

S-A 0 -20 Solo areno-argiloso de cor marrom- avermelhada, com

camada orgânica de aproximadamente 4 cm, com raízes

de gramíneas e raspas e serragem de couro.

S-B 20-40 Idem acima, acrescido de fragmentos de entulho como

tijolos, ladrilhos, vidro e concreto.

S-C 40-60 Idem acima.

Fonte: Elaborado pelo autor Observação: as raspas e serragem de couro se apresentam com espessura de 8 cm ,

sendo 5 cm no nível de 0 a 20 cm e 3 cm no nível de 20 a 40 cm.

Os solos da área São Benedito são provavelmente originários, dos

arenitos intercalados aos basaltos Serra Geral e com as mesmas

características dos arenitos da Formação Botucatu, a maioria com estruturas

típicas de dunas e outros, indicando deposição subaquosa (Figura 5).

9.3 Área Referência

Após a primeira visita, esta área de propriedade da Paróquia Municipal,

com topografia moderadamente inclinada e presença de um extenso talude

com grande exposição de solo, análogo a uma grande trincheira, foi eleita Área

Referência (coordenadas: 755341 e 7548605 UTM) porque não se notou

qualquer evidência de disposição de resíduos, ao contrário das duas áreas

anteriores e também por não se ter notícia confirmatória da presença de

resíduos no período pré-intervenção da CETESB.

Após uma raspagem preliminar da parede exposta do talude foram

abertos canais em três pontos B1, B2 e B3 afastados de 2m. Desta forma e

tendo-se o ponto B2 como ponto central, o ponto B1 se posiciona a norte e a

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67

montante do ponto B2, enquanto o ponto B3 se encontra a norte e a jusante do

ponto B2.

A amostragem foi executada de modo análogo às amostragem das duas

áreas anteriormente mencionadas, nos níveis 0 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm na

quantidade de 2 Kg para cada nível (Fotografia 6).

Fotografia 6 – Amostragem Área Referência. Fonte: do autor

As Tabelas 7, 8 e 9 apresentam as características visuais e tácteis das

amostras coletadas nos canais da Área Referência.

Tabela 7 - Perfil B1.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

B1-A 0 -20 Solo vermelho-amarelo, areno-argiloso, com camada

orgânica de aproximadamente 3 cm com raízes de

gramíneas.

B1-B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica

B1-C 40-60 Idem acima.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 8 - Perfil B2.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

B2-A 0 -20 Solo vermelho-amarelo, areno-argiloso, com camada

orgânica de aproximadamente 3 cm com raízes de

gramíneas

B2-B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica

B2-C 40-60 Idem acima

Fonte: Elaborado pelo autor.

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68

Tabela 9 - Perfil B3.

Amostra Profundidade (cm) Descrição

B3-A 0 -20 Solo vermelho- amarelo, areno-argiloso, com camada

orgânica de aproximadamente 3 cm com raízes de

gramíneas.

B3--B 20-40 Idem acima, sem camada orgânica.

B3-C 40-60 Idem acima

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os solos desta área e da mesma forma que os solos da área Moretto

são desenvolvidos em termos regionais sobre sedimentos da Formação

Itaqueri (Figura 5).

Após o quarteamento efetuado no campo, as amostras de solo das três

áreas estudadas, perfazendo um total de 28 amostras, foram acondicionadas

em sacos plásticos, etiquetadas e enviadas para o Laboratório de Mecânica do

Solo do Centro de Tecnologia de Obras (CT-OBRAS) do Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para preparação.

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69

10 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS

Nesta seção iremos considerar alguns aspectos da preparação das

amostras, análises químicas e análises físicas .

10.1 Preparação das amostras

As amostras brutas, homogeneizadas no campo, sofreram uma nova

homogeneização em um quarteador Jones (Fotografias 7 e 8), sendo a seguir

espalhadas em bandejas metálicas para serem secas ao ar, na temperatura

ambiente e destorreada (Fotografias 9 e 10) no Laboratório de Física do Solo

do Laboratório de Resíduos e Áreas Contaminadas (LRAC), do Centro de

Tecnologias Ambientais e Energéticas (CETAE) do IPT .

Fotografia 7- Quarteador Jones Fonte: do autor

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70

Fotografia 8 - Parte interna Quarteador Jones Fonte: do autor

Fotografia 9 - Aspecto da preparação Fonte: do autor

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71

Fotografia 10 - Outro aspecto da preparação Fonte: do autor

Uma quantidade de amostra bruta de 2 kg foi enviada para o Laboratório

de Análise Inorgânicas (LQI), do Centro de Metrologia em Química- LQM do

IPT para a realização de análises químicas em três granulometrias: +20 mesh,

-20 +80 mesh e -80 mesh. Uma vez obtidas as alíquotas para as análises

químicas, o material que sobrou foi estocado para outros tipos de análises

físicas ou químicas em outros laboratórios.

Visando a caracterização das amostras de solo foram executados os

ensaios listados a seguir.

10.2 Análises químicas

Estas análises foram efetuadas no Laboratório de Química Analítica

Inorgânica (LMQI) do Centro de Metrologia Química (CMQ) do IPT em São

Paulo para os metais Cr total, Cr VI, Cu, Ni, Co, Fe, Mn e Y por Plasma- ICP

conforme referido anteriormente e também no Laboratório Geosol de Belo

Horizonte para os metais Cr total, Cu, Ni, Co, Fe, Mn e Y por Plasma-ICP após

ataque por meio de uma mistura de ácido clorídrico com ácido nítrico acrescido

de gotas de ácido fluorídrico

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No LQMI o equipamento utilizado foi um espectrômetro de Plasma-ICP

(02) marca Thermo Jarrel Ash, modelo Iris-Duo (Fotografia 11).

Fotografia 11 - Espectrômetro de Plasma – ICP Fonte: do autor

10.3 Análises físicas

As análises granulométricas foram efetuadas no Laboratório de Física

do Solo do LRAC/CETAE/IPT em São Paulo por meio dos seguintes

equipamentos : agitador de peneiras (AG-003) (Fotografia 12) ,agitador de

Wagner(AG-004) (Fotografia 13); balança analítica eletrônica Shimadzu,

modelo AX 200 (BL-005) (Fotografia 14) ;cronômetro digital Spencer (CR-002)

(Fotografia 15) densímetro (Dn-001), Modelo ASTM 152H (Fotografias 16 e 17)

e estufa Fanem, modelo 320E (ES-002) (Fotografia 18)

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73

Fotografia 12 - Agitador de Peneiras Fonte: do autor

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Fotografia 13 - Agitador de Wagner Fonte: do autor

Fotografia 14 - Balança Eletrônica Fonte: do autor

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75

Fotografia 15 - Cronômetro digital Fonte: do autor

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76

Fotografia 16 – Densímetro Fonte: do autor

Fotografia 17 - Ensaio granulométrico- método do densímetro Fonte: do autor

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Fotografia 18 - Estufa Fonte: do autor

As análises por raios-X foram realizadas no Laboratório de

Caracterização Tecnológica – LCT do Departamento de Engenharia de Minas e

de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em São Paulo

pelo método do pó mediante o emprego de difratômetro de raios-X marca

Philips, modelo MPD 1880.. Para os ensaios físico-químicos utilizou-se o

Laboratório de Fertilidade do Solo da Escola Superior de Agricultura Luis de

Queiroz-ESALQ, da Universidade de São Paulo em Piracicaba.

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11 RESULTADOS ALCANÇADOS

A seguir são apresentados os resultados obtidos e as discussões

pertinentes.

Análises Químicas para Cr total, Cr VI, Cu, Ni, Co, Fe, Mn e Y

Estas análises foram realizadas no LQM do IPT por Espectrometria de

Plasma (ICP) nas granulometrias + 20 mesh, - 20 + 80 mesh e -80 mesh, com

extração por água régia 4:1 e também por EDTA- Ácido Etileno Diamino Tetra-

acético) a 0,25%, (PROJETO GEOFÍSICO BRASIL CANADÁ, 1979) cujos

resultados podem ser vistos na Tabela 10.

Tabela 10 - Valores de Co, Cr Total, Cu, MN, Ni, Fe e Y (mg/kg).Água Régia

Área /amostra Co Cr total Cu Mn Ni Fe Y Continua

Moretto M1A1 7 905 21 239 9 21900 3 M1A2 3 83 26 125 3 13400 1 M1A3 6 357 20 282 4 24100 3 M1B1 5 278 17 195 7 22400 2 M1B2 4 44 7 117 2 17500 <1 M1B3 7 153 10 258 4 30000 3 M1C1 3 151 7 120 4 17200 1 M1C2 3 31 4 95 2 18500 <1 M1C3 7 68 8 194 4 32300 2 média 6 259 15 203 5 24662 2 mínimo 3 31 7 95 2 13400 <1 máximo 7 905 26 282 9 32300 3

Amplitude 4 874 19 187 7 18900 3 São Benedito

SA1 11 582 35 358 10 41400 7 SA2 3 308 10 143 1 16200 2 SA3 7 708 25 339 4 32800 5 SB1 15 277 509 379 12 59400 7 SB2 5 78 31 177 3 22400 2 SB3 10 152 59 320 6 43500 6 SC1 4 111 10 179 5 23900 4 SC2 4 33 7 176 2 22500 2 SC3 8 63 14 284 4 42800 6

média 8 289 700 2948 6 38112 5 mínimo 3 33 7 143 1 16200 7 máximo 15 708 509 379 12 59400 2

Amplitude 12 675 502 236 11 43200 5

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79

Área /amostra Co Cr total Cu Mn Ni Fe Y

ContinuaçãoÁrea Referência

B2A1 5 248 13 155 14 26100 24 B2A2 2 22 2 75 1 16400 3 B2A3 6 49 8 218 5 38600 9 B2B1 6 395 12 207 20 17000 15 B2B2 3 28 3 121 2 25600 2 B2B3 5 44 7 233 4 35000 7 B2C1 6 382 13 238 27 26200 11 B2C2 3 30 4 182 2 16400 2 B2C3 7 46 12 404 6 33100 6 média 5 138 9 229 10 29300 9 mínimo 2 22 2 75 1 16400 2 máximo 6 395 13 404 27 38600 24

Amplitude 4 373 11 329 26 22200 22 Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo (2006). Observação: M1, S, B2 pontos amostrados; A (profundidade 0-20cm), B (profundidade

20-40cmm) ; C (profundidade 40-60cm); 1 (granulometria +20 mesh), 2 (granulometria -20+80 mesh, 3 (granulometria +20 mesh)

Nas áreas impactadas as maiores amplitudes e, portanto, as maiores

variabilidades em mg/kg, em ordem decrescente, são observadas para

Fe(18.900), Cr total (874), Mn (187), Cu (19), Ni (7), Co (4) e Y (3) na Área

Moretto e Fe(43.200), Cr total (675), Cu (502),Mn (236), Co(12), Ni (11) e Y (5)

na Área São Benedito .

Para a Área Referência as maiores variabilidades em mg/kg são

observadas em ordem decrescente para e Fe(22.200), Cr (373), Mn (329) , Ni

(26), Y(24) ,Cu (11) e Co (4).

Por outro lado, quando se considera apenas o Cr total, as áreas

impactadas apresentam variabilidades maiores que a da área Referência.

Considerando apenas o elemento cromo construiu-se a Tabela 11 a

seguir que apresenta os resultados da distribuição do cromo total extraído por

água régia, nas três granulometrias estudadas: fração mais grosseira (+20

mesh), fração intermediária (-20 +80 mesh) e fração fina (-80 mesh).

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Tabela 11 - Distribuição do cromo total extraído por água régia nas três granulometrias (mg/kg).

Áreas Moretto São Benedito Referência

Granulometria (mesh)

1 2 3 1 2 3 1 2 3

Amostra M1A1 M1A2 M1A3 SA1 SA2 SA3 B2A1 B2A22

B2A3

Profundidade (0 a 20cm)

905 83 357 582 308 708 248 22 49

Amostra M1B1 M1B2 M1B3 SB1 SB2 SB3 B2B1 B2B2 B2B3

Profundidade (20 a 40cm)

278 44 153 277 78 152 395 28 44

Amostra M1C1 M1C2 M1C3 SC1 SC2 SC3 B2C1 B2C2 B2C3

Profundidade (40 a 60 cm)

151 31 68 111 33 63 382 30 46

Média 445 53 193 323 140 308 342 27 46 Mínimo 151 31 68 111 33 63 248 22 44 Máximo 905 83 357 582 308 708 395 30 49

Contraste 2,0 1,6 1,9 1,80 2,2 2,3 1,2 1,1 1,1 Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo (2006). Observação: M1, S, B2 pontos amostrados; A (profundidade 0-20cm), B (profundidade

20-40cmm) ; C (profundidade 40-60cm); 1 (granulometria +20 mesh), 2 (granulometria -20+80 mesh, 3 (granulometria +20 mesh)

Observando-se os dados da Tabela 11 para a Área Moretto, verifica-se

que os maiores valores encontrados para o cromo total extraído por água régia

estão contidos na fração mais grosseira (maior que 20 mesh), no entanto,

quando se analisa o contraste (valor máximo/valor da média), os maiores

valores encontrados, 2,0 e 1,9 estão muito próximos, tanto na fração grosseira

como na fração fina.

Na Área São Benedito, os maiores contrastes são muito próximos (2,2 e

2,3), estão presentes nas frações: intermediária e fração fina, respectivamente.

Na Área Referência o maior contraste (1,2) encontra-se na fração

grosseira (+20 mesh), no entanto muito próximo dos valores de 1,1 obtidos

para ambas frações mais finas -20 +80 e -80 mesh.

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81

Por conseqüência, a fração fina (-80 mesh) foi selecionada como a

melhor granulometria para se utilizar em trabalhos futuros de geoquímica de

solos em áreas contaminadas por cromo, depositadas aleatoriamente e

superficialmente.

Quanto ao comportamento do cromo total em profundidade para as

Áreas Moretto e São Benedito, seus valores decrescem em profundidade, para

as três granulometria enquanto que na Área Referência este padrão não é

notado (Figuras de 7 a 15).

Perfil do Cr Extraído por Água Régia-Granulometria +20 mesh -Área São Benedito

0 200 400 600 800

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 7 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria +

20mesh- Área São Benedito. Fonte: Elaborado pelo autor.

Perfil do Cr Extraído por Água Régia-Granulometria -20 + 80 mesh - Área São

Benedito

0 100 200 300 400

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(c

m)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 8 - Perfil do Cr extraído por Água Régia – Granulometria-

20 +80 mesh- Área São Benedito. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Perfil do Cr Extraído por Água Régia-Granulometria -80 mesh-Área São Benedito

0 200 400 600 800

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 9 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria -

80 mesh- Área São Benedito. Fonte:Elaborado pelo autor

Perfil do Cr Extraído por Água Régia- Granulometria + 20 mesh - Área Moretto

0 500 1000

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 10 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

+20 mesh- Área Moretto. Fonte: Elaborado pelo autor.

Perfil do Cr Extraído por Água Régia- Granulometria -20 +80 mesh-Área Moretto

0 50 100

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 11 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

-20 + 80 mesh- Área Moretto. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Perfil do Cr Extraído por Água Régia-Granulometria -80 mesh-Área Moretto

0 100 200 300 400

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)Teor de (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 12 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

-80 mesh- Área Moretto. Fonte: Elaborado pelo autor.

Perfil do Cr Extraído por Água Régia- Grnaulometria +20 mesh - Área Referência

0 200 400 600

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 13 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

+ 20 mesh- Área Referência Fonte: Elaborado pelo autor.

Perfil do Cr Extraído por Água Régia - Grnaulometria -20 + 80 mesh - Área

Referência

0 10 20 30 40

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(c

m)

Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 14 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

– 20 + 80 mesh- Área Referência Fonte: Elaborado pelo autor.

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Perfil do Cr Extraído por Água Régia - Granulometria -80 mesh- Área Referência

40 42 44 46 48 50

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)Teor de Cr (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 15 - Perfil do Cr extraído por Água Régia - Granulometria

-80 mesh- Área Referência. Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 12 apresenta os resultados de Cr total extraído por EDTA. Tabela 12 - Valores de Co, Cr Total, Cu, Mn, Ni, Fe e Y (mg/kg) – EDTA.

Área /amostra Co Cr total Cu Mn Ni Fe Y

Moretto M1A1 1,4 6,0 5,9 122 1,8 1129 2,7 M1A2 0,6 1,5 1,9 47 0,6 254 1,0 M1A3 0,6 2,1 3,9 100 0,4 295 1,6 M1B1 1,1 0,9 2,0 71 2,9 1563 1,1 M1B2 0,2 0,4 1,3 25 0,3 166 0,7 M1B3 0,4 0,8 2,6 64 0,3 219 1,4 M1C1 0,6 1,4 2,1 48 1,8 1678 1,0 M1C2 0,1 0,1 1,5 11 0,1 105 0,6 M1C3 0,2 0,3 2,4 21 0,2 126 1,4

São Benedito SA1 1,5 2,9 6,2 104 2,4 1656 2,2 SA2 0,5 5,4 4,3 57 0,3 410 1,3 SA3 0,9 4,6 8,6 99 0,3 429 2,5 SB1 1,2 1,2 81 62 0,6 559 1,8 SB2 0,7 0,8 16 41 0,3 214 1,6 SB3 1,8 1,0 32 96 0,5 364 3,8 SC1 0,7 0,2 5,1 53 1,4 872 1,8 SC2 0,2 0,2 2,0 20 0,1 163 1,8 SC3 0,3 0,1 4,0 22 0,1 142 3,6

Área Referência B2A1 0,8 0,6 3,2 39 3,6 1750 5,3 B2A2 0,1 <0,1 0,5 11 0,2 112 2,1 B2A3 0,2 <0,1 1,4 25 <0,1 75 5,8 B2B1 1,1 <0,1 1,5 39 6,3 2015 3,5 B2B2 0,1 <0,1 0,6 31 0,3 125 1,8 B2B3 0,3 <0,1 1,8 68 0,1 88 5,1 B2C1 1,2 <0,1 1,0 53 8,4 2181 2,5 B2C2 0,2 <0,1 0,8 61 0,1 53 1,2 B2C3 0,4 <0,1 2,3 137 0,2 90 3,1

Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006).

Observação: Os dados referentes ao Cr VI não foram apresentados por estarem abaixo do limite de detecção para o método estabelecido (1 mg/kg).

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85

Considerando apenas o elemento Cr extraído por EDTA (Tabela 12)

elaborou-se a Tabela 13, que apresenta os resultados da distribuição do cromo

total, extraído por EDTA nas três granulometrias estudadas: fração mais

grosseira (+ 20 mesh), fração intermediária (-20 +80 mesh) e fração fina (-80

mesh), realizados no Laboratório de Química Analítica Inorgânica (LMQI) do

Centro de Metrologia Química (CMQ) do IPT, por Espectrometria de Plasma

ICP.

Tabela 13 - Distribuição de cromo total extraído por EDTA (mg/kg).

Áreas Moretto São Benedito Referência

Granulometria 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Amostra M1A1 M1A2 M1A3 M1B1 M1B2 M1B3 M1C1 M1C2 M1C3

Profundidade (0 a 20cnm)

6,0 1,5 2,1 2,9 5,4 4,6 0,6 <0,1 <0,1

Amostra M1B1 M1B2 M1B3 SB1 SB2 SB3 B2B1 B2B2 B2B3 Profundidade (20 a 40cm)

0,9 0,4 0,8 1,2 0,8 1,0 <0,1 <0,1 <0,1

Amostra M1C1 M1C2 M1C3 SC1 SC2 SC3 B2C1 B2C2 B2C3 Profundidade (40 a 60 cm)

1,4 0,1 0,3 0,2 0,2 0,1 <0,1 <0,1 <0,1

média 2,77 0,67 1,1 1,43 2,13 1,9 0,27 - - mínimo 0,9 0,1 0,3 0,2 0,2 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 Maximo 6,0 1,5 2,1 2,9 5,4 4,6 0,6 - -

contraste 2,17 2,24 1,0 2,03 2,54 2,42 0,45 - - Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo (2006). Observação: granulometria 1 (+20 mesh); granulometria 2 (-20 a +80 mesh);

granulometria 3 (- 80 mesh). Porcentagem de extração de cromo total nas granulometrias nas áreas estudadas

Dividindo-se os valores de Cr total extraído por EDTA da Tabela 13

pelos valores de Cr total extraído por Água Régia da Tabela 12 obtêm-se os

dados apresentados na Tabela 14.

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86

Tabela 14 - Relação de cromo total extraído por EDTA e cromo total extraído por

água régia nas três granulometrias das Áreas estudadas expressas em porcentagem.

Áreas Moretto São Benedito Referência

Granulometria 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Amostra M1A1 M1A2 M1A3 M1B1 M1B2 M1B3 M1C1 M1C2 M1C3

Profundidade (0 a 20 cm)

0,66 1,80 0,58 0,49 1,75 0,65 0,24 - -

Amostra M1B1 M1B2 M1B3 SB1 SB2 SB3 B2B1 B2B2 B2B3 Profundidade (20 a 40 cm)

0,32 0,90 0,52 0,43 1,03 0,53 - - -

Amostra M1C1 M1C2 M1C3 SC1 SC2 SC3 B2C1 B2C2 B2C3 Profundidade (40 a 60 cm)

0,93 0,32 0,44 0,18 0,61 0,32 - - -

Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006).

Observação: granulometria 1 (+20 mesh); granulometria 2 (-20 a +80 mesh); granulometria 3 (- 80 mesh).

Segundo Thomson (1976) o ataque por EDTA extrai apenas metais

adsorvidos ou fracamente ligados à matéria orgânica, argilominerais, oxi-

hidróxidos de Fe e Mn e carbonatos, enquanto o ataque por água regia extrai

todos metais fracamente ligados a silicatos alcalinos (feldspatos), silicatos

bandados (micas) e sulfetos. No entanto, a água régia consegue extrair

somente valores de 20 até 80% do total de metal contido em silicatos como

piroxênios, anfibólios e esfeno. Os metais contidos em outros minerais como

cromita, magnetita e outros espinélios não são eficientemente extraídos por

água régia.

Em uma amostra quando se utiliza o valor do metal extraído por EDTA

dividido pelo valor do metal extraído por água régia, obtem-se uma razão muito

utilizada em geoquímica e denominada porcentagem de extração do metal

extraível a frio ,que reflete a disponibilidade do metal para o meio ambiente.

Por conseqüência, os baixos valores obtidos para a razão Cr total

EDTA/Cr total/ Água Régia, denotam que existe pouco cromo total (Cr III + Cr

VI) disponível para o ambiente, sendo que a maior parte deste metal está

provavelmente contida em ligações mais fortes em materiais presentes no solo

e, portanto, relativamente imóvel.

Relação Cr/Y nas áreas estudadas

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Prokisch et al. (2000) em trabalhos de geoquímica de solo na Hungria

verificaram uma alta e significativa correlação linear de Pearson entre Cromo e

Ytrio em solos naturais. Assim quando existe cromo antropogênico no solo, tal

correlação não é verificada. Face ao pequeno número de amostras por área

(9), optou-se por verificar esta premissa por meio da razão Cr/Y, pois é de se

esperar que a relação Cr/Y presente em solos naturais, é aumentada com o

cromo antropogênico introduzido.

Desta forma, a Tabela 15 a seguir apresenta as relações Cr/Y obtidas

para as três Áreas estudadas.

Tabela 15 - Relações Cr/Y para as três áreas estudadas.

Área /amostra Ordem da Amostra Cr Y Cr/Y

São Benedito SA1 1 582 7 83 SA2 2 308 2 154 SA3 3 708 5 141 SB1 4 277 7 40 SB2 5 78 2 39 SB3 6 152 6 25 SC1 7 111 4 28 SC2 8 33 2 16 SC3 9 63 6 10

Referência B2A1 10 248 24 10 B2A2 11 22 3 7 B2A3 12 49 9 5 B2B1 13 395 15 26 B2B2 14 28 2 14 B2B3 15 44 7 6 B2C1 16 382 11 35 B2C2 17 30 2 15 B2C3 18 46 6 8

Moretto M1A1 19 905 3 301 M1A2 20 83 1 83 M1A3 21 357 3 119 M1B1 22 278 2 139 M1B2 23 44 <1 - M1B3 24 153 3 51 M1C1 25 151 1 151 M1C2 26 31 <1 - M1C3 27 68 2 34

Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006).

Nota-se que nas áreas impactadas a relação Cr/Y é alta, variando de 34

a 301 para a Área Moretto e de 10 a 154 para a Área São Benedito, mostrando

assim, que o acréscimo de cromo antropogênico não é acompanhado por um

acréscimo proporcional do ytrio. Por outro lado, na área minimamente

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impactada, ou Área Referência, a relação Cr/Y tem relação baixa de 5 a 35 que

é melhor evidenciada pela Figura 16 onde as amostras nos eixos das abcissas

estão ordenadas pelos números de 1 a 9 para a Área São Benedito, 10 a 18

para Área Referência e 19 a 27 para a Área Moretto.

Relação Cr t/Y nas três áreas

0

50

100

150

200

250

300

350

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Amostras

Rela

ção

Cr t/

Y

São BeneditoReferênciaMoretto

Figura 16 - Relação Cr/Y por amostra nas três áreas estudadas. Fonte: Elaborado pelo autor.

Dados obtidos para Cr e Y em basaltos apresentam uma relação Cr/Y

em torno de 8, advinda da divisão de 200 ppm de Cr , por 25 ppm de Y

(LEVINSON, 1974). Como os sedimentos Itaqueri são originários do

retrabalhamento de rochas mais antigas dentre as quais o basalto Serra Geral

seria possível que os minerais menos resistentes ao intemperismo foram

lixiviados realçando assim a concentração de resistatos portadores de Cr e Y

naturais.

Resumo Estatístico

Face ao pequeno número de amostras envolvidos em cada

profundidade, elaborou-se a Tabela 16, com dados obtidos na fração – 80

mesh, apenas para as médias , valores máximos, valores mínimos e

amplitudes de Co, Cr total, Cu, Mn, Ni, Fe e Y para as três áreas estudadas.

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89

Tabela 16 - Valores médios, máximos, mínimos e amplitudes para as três áreas estudadas expressos em mg/kg.

Área /amostra Co Cr total Cu Mn Ni Fe Y

Moretto M1A3 6 357 20 282 4 24100 3 M1B3 7 153 10 258 4 30000 3 M1C3 7 68 8 194 4 32300 2 Média 7 193 13 245 4 19800 3

Valor máximo 7 357 20 282 4 32300 3 Valor mínimo 6 68 10 194 4 24100 2

Amplitude 1 289 10 88 0 8200 1

São Benedito SA3 7 708 25 339 4 32800 5 SB3 10 152 59 320 6 43500 6 SC3 8 63 14 284 4 42800 6

Média 8 308 33 314 5 39700 6 Valor máximo 10 708 59 339 6 43500 6 Valor mínimo 7 63 14 284 4 32800 5

Amplitude 3 645 45 55 2 10700 1

Área Referência B2A3 6 49 8 218 5 38600 9 B2B3 5 44 7 233 4 35000 7 B2C3 7 46 12 404 6 33100 6 Média 6 46 9 285 5 35567 7

Valor máximo 7 49 12 404 6 38600 9 Valor mínimo 5 44 7 218 4 33100 6

Amplitude 2 5 5 2 5500 3 Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006).

Analisando-se a Tabela 16, em função da amplitude para o Cr total nota-

se uma grande variabilidade para as áreas Moretto e São Benedito com

respectivamente 289 e 645 mg/kg, denotando assim as contaminações por

cromo presentes nestas duas áreas, quando comparadas com a pequena

variabilidade de 5 mg/kg para a Área Referência.

Comparação dos dados obtidos para as três áreas em relação aos valores orientadores de solos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005)

Apresenta-se a seguir pela Tabela 17 e Figuras 17, 18 e 19, um estudo

comparativo entre os valores obtidos para as três áreas estudadas na fração –

80 mesh e os valores orientadores em solo preconizados pela Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005).

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90

Tabela 17 - Valores obtidos na fração – 80mesh nas áreas estudadas e valores

orientadores em mg/kg. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005)

Amostra Valores Obtidos

Referência Qualidade

Prevenção Intervenção Agrícola

Intervenção Residencial

Intervenção Industrial

CETESB

(2005)

40

75

150

300

400

S.Benedito

SA3 708 NC NC NC NC C

SB3 152 NC NC NC C C

SC3 63 NC C C C C

Moretto

M1A3 357 NC NC NC NC C

M1B2 156 NC NC NC C C

M1C3 68 NC C C C C

Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006)

Observação: NC = não conforme, C= conforme

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Teor

de

Cr t

otal

(mg/

kg)

0-20cm 20-40 cm 40-60 cm

Profundidade (cm)

Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da CETESB 2005Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh

São Benedito

Valores Obtidos

Referência

Prevenção

Intervenção Agricola

Intervenção Residencial

Intervenção Industrial

Figura 17 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh - São Benedito.

Fonte: Elaborado pelo autor

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91

Considerando os valores de cromo total obtidos na fração mais fina (-80

mesh) para a área São Benedito, com respectivamente 708, 152 e 63 mg/kg, o

valor mínimo destes (63 mg/kg) se apresenta não conforme perante o valor de

referência de 40 mg/kg preconizados pela Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental (2005). O valor intermediário de 152 mg/kg se encontra

não conforme perante os valores de referência (40 mg/kg), de prevenção

(75mg/kg) e de intervenção ( 150mg/kg) .O valor máximo de 708 mg/kg se

encontra não conforme perante os valores de referência, de prevenção e de

intervenções, agrícola, residencial e industrial.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Teor

de

Cr t

otal

(mg/

kg)

0-20cm 20-40 cm 40-60 cm

Profundidade (cm)

Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da CETESB 2005 Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh

Área Moretto

Valores Obtidos

Referência

Prevenção

Intervenção Agricola

Intervenção Residencial

Intervenção Industrial

Figura 18 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh – Área Moretto.

Fonte: Elaborado pelo autor

Para a área Moretto o valor mínimo de 68 mg/kg, se encontra não

conforme perante o valor de referência de qualidade. O valor intermediário

(156mg/kg) se encontra não conforme perante os valores de referência da

qualidade e de prevenção, bem como, do cenário de intervenção agrícola. O

valor máximo (357mg/kg) se encontra não conforme perante os valores de

referência da qualidade de intervenção, bem como, para os cenários de

intervenção agrícola e residencial, no entanto, conforme perante o valor de 400

mg/kg preconizado para o cenário de intervenção industrial.

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92

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Teor

de

Cr t

otal

(mg/

kg)

0-20cm 20-40 cm 40-60 cm

Profundidade (cm)

Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da CETESB 2005 Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh

Área Referência

Valores Obtidos

Referência

Prevenção

Intervenção Agricola

Intervenção Residencial

Intervenção Industrial

Figura 19 - Comparação dos valores obtidos em relação aos valores orientadores da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2005) - Plasma ICP/Água Régia/-80 mesh – Área Referência.

Fonte: Elaborado pelo autor

Para a Área Referência todos os valores obtidos se encontram não

conformes perante o valor de referência de 40 mg/kg preconizado pela

CETESB 2005 no entanto conformes perante o valor de intervenção de 75

mg/kg.

Quanto aos demais elementos analisados (Co, Cu, Mn, Ni,Fe e Y) ,

todos os elementos apresentam valores abaixo dos respectivos valores de

referência estabelecidos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental (2005) ,exceção feita ao valor de 59 mg/kg para o Cu que se

encontra acima do valor de referência de 35 mg/kg, porém abaixo do valor de

alerta estabelecido em 60 mg/kg.

Análise fatorial

A técnica da análise fatorial é um procedimento estatístico multivariado o

qual encontra grande uso na geoquímica de exploração e também na

geoquímica ambiental.

O objetivo principal da técnica é permitir uma melhor observação das

variáveis geoquímicas (principalmente em termos de associação geoquímica) e

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93

uma redução da dimensionalidade dos dados, uma vez que, do conjunto inicial

de variáveis, apenas um número reduzido de fatores será considerado.

A partir da matriz de correlação de Modo R, obtida dos dados dos

elementos químicos (Co, Cr total, Cu, Mn, Ni, Fe e Y) da Tabela 18 aplicou-se

uma rotação varimax, elaborando-se as Tabelas 18 a 20 mostradas a seguir:

Tabela 18 - Análise Fatorial de Modo R

Área Moretto. Variável Fator 1 Fator 2

Co Cr total

Cu Mn Ni Y Fe

0,909529 -0,100792 0,255140 0,848610 0,532212 0,853906 0,958035

0,164774 0,904274 0,764024 0,532212 0,643474 0,144062 -0,028564

Variância Explicada 51% 28%

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Área Moretto e pela Tabela 18 verifica-se que o Fator 1, com 51% da

variância total explicada, agrupa uma associação geoquímica significante

formada por Co- Mn -Y – Fe, enquanto o Fator 2, com 28% da variância total

explicada, reúne a associação Cr total-Cu

A Tabela 19 mostra os resultados da aplicação da análise fatorial da

Área São Benedito.

Tabela 19 - Análise Fatorial de Modo R

Área São Benedito. arável Fator 1 Fator 2

Co Cr total

Cu Mn Ni Y Fe

0,953175 0,073655 0,853346 0,773773 0,892299 0,775097 0,938523

0,259457 0,913139 -0,219493 0,559090 0,285769 0,540417 0,263224

Variância Explicada 64% 24%

Fonte: Elaborado pelo autor

O Fator 1 com 64% da variância total explicada mostra uma associação

geoquímica significante formada por Co- Cu - Mn – Ni - Y- Fe, enquanto o

Fator 2 com 24% da variância total explicada apresenta apenas o Cr total.

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A Tabela 20 mostra os resultados da aplicação da análise fatorial da

Área Referência.

Tabela 20 - Análise Fatorial de Modo R Área Referência.

Variável Fator 1 Fator 2

Co Cr total

Cu Mn Ni Y Fe

0,512722 0,977107 0,819517 0,095910 0,948121 0,832982 -0,151414

0,842061 -0,091429 0,553588 0,890264 0,028566 0,150331 0,881820

Variância Explicada 51% 37%

Fonte: Elaborado pelo autor

Para o Fator 1, uma associação Cr total-Cu-Ni e Y estatisticamente

significante foi encontrada, com 51% da variância explicada. O Fator 2, com

37% da variância explicada, agrupa uma associação estatisticamente

significante para Co - Mn e Fe.

Assim, em termos das associações geoquímicas presentes nos

respectivos fatores verifica-se que nas áreas comprovadamente impactadas,

como os casos das Áreas Moretto e São Benedito, o Cr se separa do Ytrio, ao

contrário da Área de Referência, onde o Cr acompanha o Ytrio, conforme

preconizado por Prokisch et al. (2000).

Qualidade dos Dados Geoquímicos

Os estudos sobre a qualidade dos dados geoquímicos foram efetuados

com base nos dados obtidos de dois laboratórios: LQMI/IPT e Geosol.

Dados Obtidos do Laboratório LQMI / IPT

Dois tipos de erros contribuem para a não confiabilidade de um resultado

analítico: erros aleatórios provenientes de variações inerentes as medidas de

algum processo e não aleatórios ou sistemáticos provenientes de desvios

positivos ou negativos do resultado verdadeiro.

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95

A acurácia ou exatidão que é o grau de concordância com o resultado

verdadeiro é muito dependente dos erros aleatórios e sistemáticos, enquanto a

precisão, que é a habilidade requerida para que um método repita o mesmo

resultado, depende apenas dos erros aleatórios, disto resulta que os resultados

podem ser precisos, mas não necessariamente acurados.

A geoquímica utiliza padrões que é uma variação da abundância do

elemento como guia para a presença ou ausência de uma mineralização ou de

uma contaminação. A abundância relativa dos elementos ou compostos são

muitas vezes mais importante que sua concentração absoluta bastando apenas

que alguma variabilidade introduzida durante a coleta das amostras e suas

análises geoquímicas seja significantemente menor que a variabilidade

procurada. Conseqüentemente os laboratórios de geoquímica priorizam a

variabilidade relativa, dando-lhe um peso maior do que o peso da acurácia

(FLETCHER, 1981).

Desta maneira e assumindo-se que os erros seguem uma distribuição

normal ou gaussiana em torno da concentração média, a precisão analítica é

então definida como a porcentagem da variabilidade relativa a dois desvios

padrão ao nível de confiança de 95%, por meio da fórmula:

%100)./.(2 cScPc = (1)

Onde:

Pc =é a precisão em porcentagem na concentração c.

Sc = é a estimativa do desvio padrão σc na concentração c.

Utilizando o conceito de coeficiente de variação (CV) ou desvio relativo,

a precisão pode ser também calculada a partir da primeira equação

substituindo Sc/c por CV e obtendo a fórmula abaixo :

%100)..(2 CVPc = (2)

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96

Por outro lado e visando obter a estimativa da precisão do laboratório

LQMI/IPT foram efetuadas duas leituras em seis pares de amostras

denominadas original e duplicata, analisadas por Plasma-ICP/Água Régia/- 80

mesh, vista na Tabela 21.

Tabela 21 - Valores de originais e duplicatas-ICP/Água Régia/-80 mesh.

N˚ Lab. N˚ Campo Co (mg/kg)

Cr total (mg/kg)

Cu (mg/kg)

Mn (mg)kg

Ni (mg/kg)

Y (mg/kg)

Fe (%)

94143-3 M1C3 7 68 8 194 4 2 3,23

94143-3 M1C3 7 63 8 198 4 2 3,57

94146-3 M2B3 11 106 14 308 7 5 4,24 94146-3 M2B3 12 11 1 16 327 7 4 4,45

9414-3 M3A3 10 118 14 363 6 5 3,35

94149-3 M3A3 11 124 15 368 9 5 3,48

94152-3 M3T3 9 99 13 301 7 7 4,08 94152-3 M3T3 7 97 9 269 4 6 4,01

94155-3 SC3 8 63 14 284 4 6 4,28 94155-3 SC3 8 63 13 279 4 6 4,43

94158-3 B2B3 5 44 7 233 4 7 3,50 94158-3 B2B3 6 47 9 273 6 7 3,75

Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2006).

A Tabela 22 apresentada a seguir, mostra a precisão obtida para Co,

calculada por meio da formula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação.

Tabela 22 - Valores de originais e duplicatas de Cobalto ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

Amostra Original Duplicata Desvio Padrão

Média CV a 95% NC

M1C3 0,84 0,84 0,00 0,84 0,00 M2B3 1,04 1,07 0,02 1,05 4,02 M3A3 1 1,04 0,03 1,02 5,55 M3T3 0,95 0,84 0,08 0,90 17,38 SC3 0,90 0,90 0,00 0,90 0,00 B23 0,70 0,48 0,06 0,74 15,29

Precisão média - - - - 7,03 Fonte: Elaborado pelo autor

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97

A Tabela 23 apresentada a seguir, mostra a precisão obtida para, Cr

total, calculada por meio da formula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação para Cromo Total.

Tabela 23 - Valores de originais e duplicatas de Cromo Total ICP/Água Régia /-80 mesh

nas três áreas, em logaritmos Amostra Original Duplicata Desvio

Padrão Média CV a 95%

NC M1C3 1,83 1,86 0,02 1,93 2,19 M2B3 2,02 2,04 0,01 2,05 1,38 M3A3 2,07 2,09 0,01 2,02 1,40 M3T3 1,99 1,98 0,00 1,89 0,00 SC3 1,80 1,80 0,00 1,73 0,00 B23 1,64 1,67 0,02 0,82 5,17

Precisão média - - - - 1,70 Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 24 apresentada abaixo, mostra a precisão obtida para, Cu,

calculada por meio da formula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação

Tabela 24 - Valores de originais e duplicatas de Cobre ICP/Água Régia /-80 mesh nas

três áreas, em logaritmos. Amostra Original Duplicata Desvio

Padrão Média CV em % a

95% NC M1C3 0,90 0,90 0,00 0,90 0,00 M2B3 1,15 1,20 0,03 1,17 6,01 M3A3 1,15 1,17 0,01 1,16 2,44 M3T3 1,11 0,95 0,11 1,03 21,97 SC3 1,15 1,11 0,03 1,13 5,00 B23 0,7 0,95 0,18 0,82 42,85

Precisão média - - - - 13,04 Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 25 apresentada a seguir, mostra a precisão obtida para, Mn ,

calculada por meio da formula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação

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Tabela 25 - Valores de originais e duplicatas de Mn ICP/Água Régia /-80 mesh nas três áreas, em logaritmos.

Amostra Original Duplicata Desvio Padrão

Média CV em % a 95% NC

M1C3 2,29 2,30 0,01 2,30 0,62 M2B3 2,49 2,51 0,01 2,50 1,13 M3A3 2,60 2,56 0,03 2,60 2,19 M3T3 2,48 2,43 0,03 2,45 2,88 SC3 2,45 2,49 0,03 2,47 2,29 B23 2,38 2,44 0,04 2,41 3,52

Precisão média - - - - 2,10 Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 26, apresentada a seguir, mostra a precisão obtida para, Ni,

calculada por meio da formula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação.

Tabela 26 - Valores de originais e duplicatas de Ni ICP/Água Régia /-80 mesh nas

três áreas, em logaritmos. Amostra Original Duplicata Desvio

Padrão Média CV em % a

95% NC M1C3 0,60 0,60 0,00 0,60 0,00 M2B3 0,84 1,07 0,16 0,95 34,05 M3A3 0,78 0,95 0,12 0,86 27,79 M3T3 0,84 0,60 0,17 0,72 47,14 SC3 0,60 0,60 0,00 0,60 0,00 B23 0,60 0,78 0,13 0,69 36,89

Precisão média - - - - 24,31 Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 27 mostra a precisão obtida para, Y calculada por meio da

formula (2) anteriormente citada em função do coeficiente de variação.

Tabela 27 - Valores originais e duplicatas de Y ICP/Água Régia /-80 mesh nas três

áreas, em logaritmos. Amostra Original Duplicata Desvio

Padrão Média CV em % a

95% NC M1C3 0,30 0,30 0,00 0,30 0,00 M2B3 0,70 0,60 0,07 0,65 21,75 M3A3 0,70 0,70 0,00 0,70 0,00 M3T3 0,70 0,78 0,06 0,74 15,29 SC3 0,78 0,78 0,00 0,78 0,00 B23 0,70 0,70 0,00 0,70 0,00

Precisão média - - - - 6,17 Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 28, apresentada abaixo, mostra a precisão obtida para, Fe

calculada por meio da fórmula (2) anteriormente citada em função do

coeficiente de variação.

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Tabela 28 - Valores de originais e duplicatas de Fe ICP/Água Régia /-80 mesh nas

três áreas, em logaritmos. Amostra Original Duplicata Desvio

Padrão Média CV em % a

95% NC M1C3 4,84 4,84 0,00 4,84 0,00 M2B3 5,04 5,80 0,54 5,42 19,83 M3A3 5,00 5,04 0,03 5,02 1,13 M3T3 4,95 4,84 0,08 4,90 3,18 SC3 4,90 4,90 0,00 4,90 0,00 B23 4,70 4,78 0,06 4,74 2,39

Precisão média - - - - 4,42 Fonte: Elaborado pelo autor

Por meio dos dados das Tabelas 22 a 28 elaborou-se a Tabela 29 e a

Figura 20, para cada elemento calculado anteriormente.

Tabela 29 - Resumo da precisão estimada para Co, Cr total,Cu,Mn ,Ni, Ye Fe analisadas por ICP/ Água Régia/ -80 mesh.

Elementos Precisão (%) Co 7,03 Cr total 1,70 Cu 13,04 Mn 2,10 Ni 24,31 Y 6,17 Fe 4,42 Referência 15,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

0

5

10

15

20

25

Precisão (%)

Precisão %

Elementos Analisados e Referência

Precisão do Laboratório LQM-IPT

CoCr totalCuMnNiYFeReferência

Figura 20 - Precisão para amostras em duplicatas laboratório LQM-IPT. Fonte: Elaborado pelo autor.

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100

Analisando a Tabela 29 e Figura 20 nota-se que apenas o elemento

níquel não se apresenta conforme segundo o critério de Fletcher (1981) que

preconiza como sendo adequada uma precisão de até 15% para as análises

geoquímicas.

Adicionalmente e objetivando a verificação da relação entre as precisões

calculadas acima, e demais erros, efetuou-se também as estimativas dos erros

aleatórios,sistemáticos e totais para Co, Cr total, ,Mn,Ni,Y e Fe, preconizado

pelo método de Smirnov (apud MAKSIMOV; MILOSERDINA; ERIOMIN, 1981),

por meio das seguintes fórmulas:

Erro aleatório (α) = [(soma dos desvios não se levando em conta o sinal / soma dos valores das amostras

originais)]*100% (3)

Erro sistemático (β) = [(soma dos desvios levando-se em conta o sinal/ soma dos valores das amostras

originais)] * 100% (4)

Erro total = ( )22 βα + (5)

A Tabela 30 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para Co.

Tabela 30 - Erros aleatórios,sistemáticos e totais para o cobalto –ICP/Água Régia/ - 80

mesh. N˚ Lab. N˚ Campo Original

(mg/kg) Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 7 7 - - - - - 94146-3 M2B3 11 12 - -1 94149-3 M3A3 10 11 - -1 94152-3 M3T3 9 7 2 - 94155-3 SC3 8 8 - - 94158-3 B2B3 5 6 - -1

Total - 50 51 -3 Erros - - - - - 10,00 -2.00 10,20

Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 31 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para, Cr

total.

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101

Tabela 31 - Erros aleatórios ,sistemáticos e totais para Cromo Total –ICP/Água Régia/ -80 mesh.

N˚ Lab. N˚ Campo Original (mg/kg)

Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 68 63 +5 - 94146-3 M2B3 106 111 - -5 94149-3 M3A3 118 124 - -6 94152-3 M3T3 99 97 +2 - 94155-3 SC3 63 63 - -3 94158-3 B2B3 44 47 - -

Total - 498 505 +7 -14 Erros - 2,81 -1,40 3,14

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 32 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para Cu.

Tabela 32 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Cobre – ICP/Água Régia / - 80

mesh.

N˚ Lab. N˚ Campo Original (mg/kg)

Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio) (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 8 8 - - 94146-3 M2B3 14 16 - -2 94149-3 M3A3 14 15 - -1 94152-3 M3T3 13 9 +4 - 94155-3 SC3 14 13 +1 - 94158-3 B2B3 7 9 - -2

Total - 70 70 +5 -5 Erros - 14,28 0,00 14,28

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 33 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para

Mn. Tabela 33 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Mn – ICP/Água Régia/-80

mesh

N˚ Lab. N˚ Campo Original (mg/kg)

Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio) (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 194 198 - -4 94146-3 M2B3 308 327 - -19 94149-3 M3A3 363 368 - -5 94152-3 M3T3 301 269 +32 - 94155-3 SC3 284 279 +5 - 94158-3 B2B3 233 273 - -40

Total - 1686 1714 +37 -65 Erros - 6,04 1,66 6,26

Fonte: Elaborado pelo autor.

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A tabela 34 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para,Ni, Tabela 34 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Ni -ICP/Água Régia/ -80 mesh N˚ Lab. N˚ Campo Original

(mg/kg) Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio) (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 4 4 - - 94146-3 M2B3 7 7 - - 94149-3 M3A3 6 9 - -3 94152-3 M3T3 7 4 +3 - 94155-3 SC3 4 4 - - 94158-3 B2B3 4 6 - -2

Total 32 39 +3 -5 Erros - 25,00 -6,25 25,78

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 35 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para Y. Tabela 35 - Erros aleatórios,sistemáticos e totais para Y- ICP/Água Régia/ -80 mesh.

N˚ Lab. N˚ Campo Original (mg/kg)

Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio) (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 2 2 - - 94146-3 M2B3 5 4 +1 - 94149-3 M3A3 5 5 - - 94152-3 M3T3 7 6 +1 - 94155-3 SC3 6 6 - - 94158-3 B2B3 7 7 - -

Total 32 30 +2 0,0 Erros - 6,25 6,25 8,83

Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 36 apresenta os erros aleatórios, sistemáticos e totais para Fe.

Tabela 36 - Erros aleatórios, sistemáticos e totais para Fe - ICP/Água Régia/ -80 mesh.

N˚ Lab. N˚ Campo Original (mg/kg)

Duplicata (mg/kg)

Desvio (+)

Desvio) (-)

Erro (α) (%)

Erro (β) (%)

Erro Total (%)

94143-3 M1C3 3,23 3,57 - 94146-3 M2B3 4,24 4,45 - 94149-3 M3A3 3,35 3,48 - 94152-3 M3T3 4,08 4,01 +0,07 - 94155-3 SC3 4,28 4,43 - -0,15 94158-3 B2B3 3,50 3,75 - -0,25

Total +0,07 -0,78 Erros - 3,74 -3,13 4,87

Fonte: Elaborado pelo autor.

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103

Por meio dos dados das Tabelas 30 a 36 elaborou-se a Tabela 37 que

apresenta um resumo dos erros aleatórios e precisões para todos os

elementos.

Tabela 37 - Resumo dos Erros aleatórios, sistemáticos e totais obtidos de

amostras originais e duplicatas por Plasma ICP/Água Régia/ -80 mesh.

Elementos Erros Aleatórios Erros Sistemáticos Erros Totais Co 10,00 -2.00 10,20

Cr total 2,81 -1,40 3,14 Cu 14,28 0,00 14,28 Mn 6,04 -1,66 6,26 Ni 25,00 -6,25 25,78 Y 6,25 +6,25 8,83 Fe 3,74 -3,13 4,87

Referência 15,0 - - Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir da Tabela 37 elaborou-se a Figura 21.

0

5

10

15

20

25

Erros Aleatórios

(%)

Erros Aleatórios

Elementos e Referência

Erros Aleatórios

CoCr totalCuMnNiYFeReferência

Figura 21 - Erros Aleatórios ICP/Água Régia/-80 mesh. Fonte: Elaborado pelo autor.

Da mesma forma como visto anteriormente na Figura 21, apenas o

elemento Ni apresentou erros aleatórios discrepantes.

Por outro lado e a seguir, são apresentados os dados da Tabela 38 e a

Figura 22, dela derivada.

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104

Tabela 38 - Precisão x Erros aleatórios de originais e duplicatas Co, Cr total, Cu,Mn,Ni,Y e Fe analisados por ICP/Água Régia / -80mesh.

Elementos Erros Aleatórios Precisão Co 10,00 7,03

Cr total 2,81 1,70 Cu 14,28 13,04 Mn 6,04 2,10 Ni 25,00 24,31 Y 6,25 6,17 Fe 3,74 4,42

Fonte: Elaborado pelo autor

Efetuando-se uma regressão dos erros aleatórios em função da precisão

obteve-se a Figura 22.

Regressão Precisão x Erros Aleatórios

y = 1,004x - 1,3748R2 = 0,9592

05

1015202530

0 5 10 15 20 25 30

Precisão (%)

Erro

Ale

atór

io(%

)

PrecisãoLinear (Precisão)

Figura 22 - Regressão da precisão em função do erro aleatório. Fonte: Elaborado pelo autor

A partir da Figura 22 pode-se concluir que os dados demonstram uma

correlação significativa entre precisão e erros aleatórios, mostrando, desta

forma, a grande contribuição dos erros aleatórios na precisão e também a boa

qualidade dos dados analíticos do Laboratório de Química Inorgânica do IPT.

Dados do Laboratório Geosol

Visando um estudo da variabilidade em função das distâncias entre as

amostras no caso da Área de Referência e no caso da área Moretto, foram

enviadas para o Laboratório da Geosol em Belo Horizonte, um lote constituído

por 32 amostras que foram homogeneizadas e peneiradas na granulometria –

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105

80 mesh para serem analisadas para Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Y e Fe por Plasma

ICP após digestão por uma mistura de ácidos clorídrico, nítrico e gotas de

ácido fluorídrico da fração - 80 mesh pulverizada a - 250 mesh cujos resultados

são mostrados na Tabela 39 a seguir.

Neste lote de 32 amostras, estão incluídas amostras replicatas sendo 4

para a área Moretto coletadas na distância de 1 metro das amostras originais e

4 para a área Referência coletadas a 2 metros das amostras originais.

No próprio campo as amostras em replicatas foram quarteadas e

divididas em duas partes iguais denominando-se a primeira parte de replicata

propriamente dita e a segunda de duplicata. Desta maneira nos arquivos assim

constituídos tem-se a amostra original, sua replicata, bem como, a duplicata da

replicata.

Desta forma as tabelas 39 e 40 representam os dados das duas áreas

de estudo acima referidas.

Na área Moretto testou-se também a variabilidade entre amostras

coletadas em canal e amostras coletadas por trado holandês.

A Tabela 39 mostrada a seguir, apresenta os dados das 32 amostras

divididas em originais, replicatas e duplicatas.

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106

Tabela 39 - Dados das análises efetuadas na Geosol por Plasma ICP/Água Régia +

HF/-250 mesh.

Amostra Campo Co

(mg/kg) Cr

(mg/kg) Cu

(mg/kg) Mn

(mg/kg) Ni

(mg/kg) Y

(mg/kg) Fe (%)

GS-1o M1-A < 8 119 22 0,02 16 3,2 2,2 GS-2 o M1-B < 8 74 16 0,02 13 3,8 2,1 GS-3 o M1-C < 8 62 24 0,02 19 4,2 2,6 GS-4 o M1-T < 8 83 16 0,02 14 4,7 2,1 GS-5 o B2-A < 8 50 26 0,03 23 8,4 3,1 GS-6 o B2-B < 8 57 18 0,03 18 6,7 2,5 GS-7 o B2-C < 8 53 25 0,03 20 5,3 2,5 GS-8 o B2-T < 8 55 26 0,03 20 5,5 2,7 GS-9 o S-A <8 467 27 0,03 16 5,2 2,5 GS-10 o S-B < 8 112 85 0,04 22 6,1 3,2 GS-11 o S-C < 8 66 19 0,03 17 6,2 2,7 GS-12 o S-T < 8 115 36 0,04 20 5,5 3,1 GS-13d M-3A´ < 8 72 16 0,02 14 4,4 2,2 GS-14 d M-3B´ < 8 54 21 0,02 17 4,2 2,4 GS-15 d M-3C´ < 8 72 18 0,03 19 6,7 2,7 GS-16d M3-T´ < 8 58 23 0,03 20 6 2,8 GS-17 d B1-A´ < 8 59 19 0,03 19 7,6 2,6 GS-18 d B1-B´ < 8 56 18 0,03 18 5,9 2,4 GS-19 d B1-C´ < 8 53 26 0,03 20 5,5 2,6 GS-20 d B1-T < 8 59 18 0,03 20 7,2 2,5 GS-21d S-A´ < 8 479 27 0,03 14 5,2 2,3 GS-22 d S-B´ < 8 114 89 0,03 20 5,7 2,9 GS-23 d S-C` < 8 71 19 0,04 18 6,4 3 GS-24 d S-T´ < 8 114 34 0,04 20 6,1 3 GS-25 r M3-A < 8 74 17 0,02 14 4,5 2,1 GS-26 r M3-B < 8 58 24 0,02 19 4,6 2,6 GS-27 r M3-C < 8 81 15 0,03 23 6,7 2,7 GS-28 r M3-T < 8 54 16 0,03 16 5,5 2,4 GS-29 r B1-A < 8 62 29 0,04 24 7,9 5 GS-30 r B1-B < 8 57 19 0,03 18 7,1 2,5 GS-31 r B1-C < 8 56 28 0,03 20 6,8 2,7 GS-32 r B1-T < 8 57 24 0,03 19 7 2,4

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A (2008).

Observação: GS10 = original; GS25 r = replicata; GS13d = duplicata.

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107

A partir da Tabela 39 elaborou-se a Tabela 40 Tabela 40 - Amostras em replicatas para a área Moretto.

Amostra Campo Co

(mg/kg) Cr

(mg/kg) Cu

(mg/kg) Mn

(mg/kg) Ni

(mg/kg) Y

(mg/kg) Fe (%)

GS-1 M1-A < 8 119 22 0,02 16 3,2 2,2 (GS-25) M3-A < 8 74 17 0,02 14 4,5 2,1

GS-2 M1-B < 8 74 16 0,02 13 3,8 2,1 (GS-26) M3-B < 8 58 24 0,02 19 4,6 2,6

GS-3 M1-C < 8 62 24 0,02 19 4,2 2,6 (GS-27) M3-B < 8 81 15 0,03 23 6,7 2,7

GS-4 M1-T < 8 83 16 0,02 14 4,7 2,1 (GS-28) M3-T < 8 54 16 0,03 16 5,5 2,4

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A (2008).

Observação: GS-1 = amostra origina); (GS-25) = amostra replicata.

Aplicando-se um teste t de Student bicaudal, ao nível de confiança de

95%, obteve-se a Tabela 41 para a área Moretto.

Tabela 41 - Teste t de Student para 4 pares de originais x replicatas analisadas na

Geosol por ICP Plasma para a área Moreto. Elemento Média

original Média

replicata t de

Student t crítico

bi-caudal R Diferenças

significativa Cr 84,5 66,75 1,30 3,18 0,18 não Cu 19,5 19,5 -0,28 3,18 -0,85 não Fe 22500 22520 -1,77 3,18 0,98 não Mn 200 250 -1,73 3,18 0,27 não Ni 15,5 17,5 -1,09 3,18 0,04 não Y 3,97 5,32 --3,12 3,18 0,73 não

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A (2008).

O teste t de Student revelou que não existem diferenças significativas

entre as médias, ao nível de confiança de 95%, sendo as replicatas,

representativas da mesma população que as originais para todo elementos.

Além disso, não existem diferenças significativas em função da distância

estudada (1m) nem entre as amostragens do tipo canal em poço e a de trado,

no caso das amostras analisadas por ICP plasma por Água Régia + HF na

fração menor -80 mesh pulverizada a -250 mesh.

A Tabela 42 apresenta as amostras originais e replicatas da Área

Referência.

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108

Tabela 42 - Amostras originais e em replicatas para a área Referência.

Amostra Campo Co

(mg/kg) Cr

(mg/kg) Cu

(mg/kg) Mn

(mg/kg) Ni

(mg/kg) Y

(mg/kg) Fe (%)

GS-5 B2-A < 8 50 26 0,03 23 8,4 3,1 (GS-29) B1-A < 8 62 29 0,04 24 7,9 5

GS-6 B2-B < 8 57 18 0,03 18 6,7 2,5 (GS-30) B1-B < 8 57 19 0,03 18 7,1 2,5

GS-7 B2-C < 8 53 25 0,03 20 5,3 2,5 (GS-31) B1-C < 8 56 28 0,03 20 6,8 2,7

GS-8 B2-T < 8 55 26 0,03 20 5,5 2,7 (GS-32) B1-T < 8 57 24 0,03 19 7 2,4

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A (2008).

Observação: GS-5 - amostra original; (GS-29) - amostra replicata.

Aplicando-se um teste t de Student, bicaudal ao nível de confiança de

95% obteve-se a Tabela 43 para a área Referência.

Tabela 43 - Teste de t de Student para 4 pares de originais e replicatas analisadas na

Geosol por ICP Plasma para a área Referência. Elemento Média

Oriignal Média

Replicata t de

Student T crítico bi-caudal R

Diferenças significativas

Cr 53,73 58,00 -1,59 3,18 0,74 não Cu 23,75 20,60 -1,05 3,18 0,85 não Fe 2700 31500 -0,91 3,18 0,99 não Mn 300 300 -1,0 3,18 0,99 não Ni 20,25 20,25 0,0 3,18 0,96 não Y 6,47 7,20 -1,49 3,18 0,91 não

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A (2008).

O teste de t de Student mostrou que não existem diferenças

significativas entre as médias, ao nível de confiança de 95%, sendo as

replicatas, representativas da mesma população que as amostras originais,

para todo elementos e que não existem diferenças significativas em função da

distância estudada entre os pontos amostrados de 2m.

Por outro lado a Tabela 44 apresenta a precisão de 1,83% obtida para o

cromo que se apresenta adequada, mostrando, portanto, a qualidade dos

dados das análises do laboratório da Geosol.

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109

Tabela 44 - Replicatas e duplicatas de Cromo Total Plasma ICP/Água Régia + HF/-250 mesh nas áreas Moretto e Referência, em logaritmos.

Amostra Replicata Duplicata Desvio Padrão

Média CV a 95% NC

M3-A=M3-A´ 1,86 1,87 0,01 1,87 0,76 M3-B=M3-B´ 1,73 1,76 0,02 1,75 2,42 M3-C=M3-C´ 1,86 1,96 0,07 1,91 3,70 M3-T= M3-T´ 1,76 1,73 0,02 1,75 2,43 B1-A= B2-A´ 1,77 1,79 0,01 1,78 1,29 B1-B=B2-B´ 1,75 1,76 0,01 1,76 0,81 B1-C= B2-C´ 1,72 1,75 0,02 1,74 2,45 B1-T= B2-T´ 1,77 1,76 0,01 1,77 0,80

Precisão média 1,83 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Geosol - Geologia e Sondagens S/A

(2008).

Análises granulométricas

No Laboratório de Física do Solo do LRAC/CETAE/IPT um lote de 16

amostras correspondentes as três áreas estudadas obtidas nas profundidades

de 0-10, 20-40 e 40-60cm, foram submetidas a uma análise granulométrica

pelo Procedimento CETAE LRAC-PE-002 – Granulometria baseado em método

descrito em Klute (1986), após destorreamento, secagem em estufa a 100 ˚C e

peneiramento em malha menor que 2 mm. Os resultados texturais obedecem a

classificação de solos brasileiros preconizado por Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (1999) e são apresentados na Tabela 45. Tabela 45 - Resultados da análise de granulometria.

Amostra/ Área

Prof. (cm)

Textura Argila (%)

Silte (%)

Areia muito fina (%)

Areia Fina (%)

Areia Média

(%)

Areia Grossa

(%)

Areia Muito

Grossa (%)

Cascalho(%)

Referência

B2A 0-20 média 22,0 6,0 8.0 40,0 21.0 3.0 0.0 0,0

B2B 20-40 média 20,0 4,0 10,0 34,0 29,0 ,0,0 0,0 0,0

B2C 40-60 média 18,0 4,0 8,0 42,0 25.0 3,0 0,0 0,0

Moretto

M1A 0-20 arenosa 11,0 4,0 6,0 28,0 44,0 6,5 0,5 0,0

M1B 20-40 arenosa 12,0 4,0 6,0 32,5 37,0 8,0 0,5 0,0

M1C 40-60 arenosa 14,0 6,0 6,0 27,5 40,0 6,0 0,5 0,0

S. Benedito

SA 0-20 arenosa 14,0 6,0 5,0 31,0 35,0 8,0 0,0 0,0

SB 20-40 média 20,0 4,0 7,0 31,0 33,0 5,0 0,0 0,0

SC 40-60 média 22,0 4,0 9,0 32.0 28,0 5,0 0,0 0,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

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110

Pela Tabela 45, a Área Referência revelou uma textura média em todos

os níveis amostrados, a área Moretto apresentou uma textura arenosa para

todos os níveis, enquanto a área São Benedito apresentou uma textura

arenosa para o nível mais superficial e de textura média para os níveis mais

profundos.

Por outro lado, as Figuras de 23 a 31 apresentam as curvas

granulométricas para todos os níveis amostrados nas três Áreas estudadas.

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Por

cent

agem

Acu

mul

ada

Figura 23 - Curvas granulométricas para a amostra B2-A, da Área Referência. Fonte: Laboratório de Física do Solo LRAC/CETAE/IPT.

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111

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Por

cent

agem

Acu

mul

ada

Figura 24 - Curvas granulométricas para a amostra B2-B, da Área Referência. Fonte: Laboratório de Física do Solo LRAC/CETAE/IPT.

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Por

cent

agem

Acu

mul

ada

Figura 25 - Curvas granulométricas para a amostra B2-C, da Área Referência. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

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112

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Porc

enta

gem

Acu

mul

ada

Figura 26 - Curvas granulométricas para a amostra M1-A, da Área Moretto. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Por

cent

agem

Acu

mul

ada

Figura 27 - Curvas granulométricas para a amostra M1-B da Área Moretto. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

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113

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Porc

enta

gem

Acu

mul

ada

Figura 28 - Curvas granulométricas para a amostra M1-C da Área Moretto. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Porc

enta

gem

Acu

mul

ada

Figura 29 - Curvas granulométricas para a amostra S-A, da Área São Benedito. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

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114

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Porc

enta

gem

Acu

mul

ada

Figura 30 - Curvas granulométricas para a amostra S-B, da Área São Benedito. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

CURVA GRANULOMÉTRICA

0

20

40

60

80

100

120

0.0001 0.0010 0.0100 0.1000 1.0000 10.0000

Diâmetro das Partículas (mm)

Por

cent

agem

Acu

mul

ada

Figura 31 - Curvas granulométricas para a amostra S-C, da Área São Benedito. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2007).

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115

As notáveis semelhanças entre todas as curvas granulométricas obtidas,

ao nível do método utilizado para estes solos com texturas arenosas a médias

deve-se a grande uniformidade física dos solos estudados, originários da ação

do intemperismo sobre rochas sedimentares das Formações Itaqueri e Serra

Geral, apesar das distâncias entre as áreas consideradas.

A Tabela 46 apresenta os dados da análise granulométrica com a

finalidade de se classificar estes solos em termos da sedimentologia pelo

diagrama ternário de Sheppard (1954) (Figura 32).

Tabela 46 - Resultados da análise granulométrica em termos de

profundidade textura, e teores de argila, silte e areia. Amostra

Área Prof. (cm) Textura Argila (%) Silte (%) Areia (%)

Referência

B2A 0-20 Média 22,0 6,0 82.0

B2B 20-40 Média 20,0 4,0 76,0

B2C 40-60 Média 18,0 4,0 78,0

Moretto

M1A 0-20 Arenosa 11,0 4,0 75,0

M1B 20-40 Arenosa 12,0 4,0 84,0

M1C 40-60 Arenosa 14,0 6,0 80,0

S. Benedito

SA 0-20 Arenosa 14,0 6,0 80,0

SB 20-40 Média 20,0 4,0 76,0

SC 40-60 Média 22,0 4,0 74,0

Fonte: Elaborado pelo autor.

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116

Figura 32 - Diagrama ternário de Shepard (1954). Fonte: Sheppard (1954).

Plotando-se os dados da Tabela 46 no diagrama da Figura 32 , obteve-se a

figura 33, vista a seguir

Figura 33 - Diagrama de Shepard para todos os pontos considerados (B2, S, M1).

Fonte: Elaborado pelo autor.

E

100% Argila

100% Silte100% Areia 75%

75%

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117

Analisando-se o diagrama de Sheppard, denota-se que todos os pontos

plotados estão no campo da areia, sendo compatíveis com as observações

tácteis e visuais em nível de campo, que mostram solos onde a quantidade de

areia predomina sobre a quantidade de argila, originários do intemperismo dos

arenitos das formações Itaqueri e Serra Geral.

Difração de Raios X

Objetivando a detecção de minerais presentes no solo, um lote de 3

amostras correspondentes ao níveis superficiais (0 a 20 cm) das três áreas

estudadas, com pesos de aproximadamente 250 g na granulometria menor que

malha 2 mm, foi enviado ao Laboratório de Caracterização Tecnológica – LCT

do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica

da Universidade de São Paulo para a identificação das fases cristalinas pelo

método do pó mediante o emprego de um difratômetro de raios X. Os

resultados são mostrados na Tabela 48.

Tabela 47 - Análises por difração de Raio-X nos níveis superficiais das áreas

estudadas.

Amostra/Área Banco de dados

ICDD Fórmula Química Mineral

Moretto

M1-A 01-086-1628 SiO2 Quartzo

M1-A 0-089-8103 Fe2O3 Hematita

M1-A 01-075-0938 Al2Si2 O5 (OH)4 Caulinita

Referência

B2-A 01-086-1628 SiO2 Quartzo

B2-A 0-089-8103 Fe2O3 Hematita

B2-A 01-075-0938 Al2Si2 O5 (OH)4 Caulinita

São Benedito

S-A 01-086-1628 SiO2 Quartzo

S-A 01-089-8103 Fe2O3 Hematita

S-A 01-075-0938 Al2Si2 O5 (OH)4 Caulinita

S-A 01-089-6454 Mg3(Mg2Al) ((Si3Al) O10) (OH)2O3 Clinocloro

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Universidade de São Paulo (2007).

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118

As Figuras 34, 35 e 36 apresentam os difratogramas e as fases

identificadas, resultantes das análises efetuadas por difração de Raios-X, para

as amostras S-A (Área São Benedito), M1-A (Área Moretto) e B2-A (Área

Referência).

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119

Figura 34- Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a

amostra S-A, da Área São Benedito. Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Universidade de São Paulo (2007).

A

B

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120

Figura 35 - Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a

amostra M1-A, da Área Moretto. Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Universidade de São Paulo (2007).

A

B

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121

Figura 36 - Difratograma de Raios-X (A) e Fases identificadas (B) para a

amostra B2-A, da Área Referência. Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Universidade de São Paulo (2007).

Os resultados demonstram certa uniformidade na constituição mineral

dos três solos analisados com a presença em comum dos minerais quartzo,

hematita e caulinita. Na Área São Benedito a exceção é o acréscimo do mineral

clinocloro.

B

A

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122

Análise físico-química dos solos

Visando um estudo da caracterização físico-química dos solos nas três

áreas, estudadas nas profundidades 0-20, 20-40, e 40-60cm, um lote de 12

amostras foi enviado para o Laboratório de Fertilidade do Solo da Escola

Superior de Agricultura Luis de Queiroz-ESALQ, da Universidade de São Paulo

com alíquotas de pesos aproximados de 250 g da fração menor que malha 2

mm, anteriormente peneirada no Laboratório de Física do Solo do

LRAC/CETAE/IPT, onde se efetuaram-se as análises dos parâmetros que

podem se vistos na tabela 48, com exceções da porcentagem de argila que foi

realizada no LFSI/CETAE/IPT e do teor de Cr total efetuado no LQM/IPT

mostradas a seguir

A partir dos dados obtidos elaborou-se a Tabela 48.

Tabela 48 - Valores de porcentagem de argila, pHH2O, pH KCl , ∆pH, SB, CTC

(argila), Al, H + Al , SB, T, V, m, Sat em sódio, textura (Embrapa) e classificação (Sheppard) das áreas estudadas.

São Benedito Moretto Referência Parâmetros Unidades S-.A S-B S-C M1-A M1-B M1-C B2-A B2-B B2-C

Cr tot (mg/kg) (mg/kg) 708 152 63 357 156 68 49 44 46

Argila % 14 20 22 11 12 14 22 20 18 pH (H20) - 5,1 5,2 5,1 5,6 5,5 5,3 5,2 5,0 5,2 pH (KCl) - 4,7 4,3 4,3 5,3 4,8 4,7 4,5 4,3 4,4 ∆ph c.mol.c/kg -0,4 -0,9 -0,8 -0,3 -0,7 -0,6 -0,3 -0,7 -0,8 MO g/kg 33 22 14 18 15 12 12 15 12 CTC arg c.mol.c/kg 26 25 18 18 14 16 33 25 21 H+Al c.mol.c/kg 1,1 2,8 2,4 1,6 1,3 1,5 1,3 1,8 1,9 SB c.mol.c/kg 2,6 2,25 1,55 2,05 1,69 1,49 0,95 1,04 0,94 Al c.mol.c/kg 0,1 0,3 0,3 0,0 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 T c.mol.c/kg 3,7 5,05, 3,95 3,65 2,99 2,99 2,25 2,84 2,94 V % 70 45 39 56 57 50 42 37 36 m % 0 17 16 17 16 18 0 11 17 Sat Na % 0,54 0,40 0,51 0,27 0,67 0,67 0,44 0,70 0,68 Textura Embrapa - Arenosa Média Média Arenosa Arenosa Arenosa Média Média Média

Textura Shepard - Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da Universidade de São Paulo (2008).

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123

Os valores determinados para o pH em água nas áreas impactadas se

encontram na faixa de 5,1 a 5,3 suficientes para a precipitação do Cr III como

hidróxido, que ocorre na faixa entre 4,6 e 5,6 para solos aerados dos tipos

encontrados nas áreas estudadas.

Os ∆pHs obtidos e medidos pela expressão (pH KCl – pH H20) são

negativos para as três áreas, pois o pH KCl é menor que pH H20 (MEKUARU;

UEHARA 1972), indicando que os tipos de solos presentes apresentam

cargas positivas e, portanto, passíveis de capturarem cátions disponíveis como

os casos de todos cátions analisados, incluindo o Cr.

Quando a CTC da argila alcançar valor maior ou igual a 27 cmolc/kg, isto

indica argila de atividade alta (Ta), ou seja, devem predominar minerais com

altas CTCs como o caso dos argilominerais 2:1. No caso contrário se a CTC da

argila é menor que 27 cmolc/kg isto indica argila de atividade baixa (Tb), ou

seja, devem predominar minerais com baixas CTCs, como caulinita e os oxi-

hidróxidos de Fe e Al.

No caso das áreas estudadas a maioria dos valores está abaixo de 27

cmolc/kg Indicando a presença de caulinita e os- hidróxidos de Fe de Al, com

exceção de uma amostras da Área Moretto que apresentam valores

respectivos de 30 e 33 cmolc/kg com a presença provável e argilominerais do

tipo 2:1

Quanto à saturação de bases, três amostras da Área Moretto se

apresentam com valores de V maiores que 50% indicando saturação de bases

altas. Para a Área Referência, todos os valores obtidos, estão abaixo de 50% e

portanto são considerados solos com saturação de bases baixa,.Quanto a

Área São Benedito dois valores correspondem a saturação de bases altas,

enquanto os dois restantes correspondem a saturação de bases baixas.

Quanto a saturação em alumínio (m) considerado álico se os valores se

enquadram no intervalo 0,3 ≤ Al <3.0 cmolc/kg e m≥50 %. Todos os valores

obtidos para Al na faixa de 0,0 a 0,3 e m na a faixa 0,7 a 18 % não permita

que os solos sejam considerados álicos ao nível do estudo efetuado.

Quanto a saturação de sódio todos os valores obtidos na faixa de 0,27 a

0,70 estão abaixo de 6% não indicando portanto caráter sódico ou solódico.

Quanto à matéria orgânica, seu teor apresenta uma grande variação

entre os diferentes tipos de solo, oscilando desde menos de 1% em solos de

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deserto até altas percentagens em solos orgânicos (OLIVEIRA; JACOMINE;

CAMARGO, 1992). Em latossolos vermelho-amarelos do Sul de Minas Gerais,

Silva, Torrado, Abreu Júnior (1999) encontraram um teor de 41,1 g/kg,

utilizando o método Walklei-Black, valor este superior àqueles obtidos para os

solos vistos na Tabela 48 na faixa de 12 a 33 g/kg.

As figuras 37, 38 e 39 apresentadas abaixo mostram que a matéria

orgânica se comporta como o cromo total, diminuindo também com a

profundidade nas áreas Moretto e São Benedito enquanto na área Referência a

matéria orgânica aumenta com a profundidade.

Gráfico Teor de Matéria Orgânica x Profundidade Área São Benedito

0 10 20 30 40

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Matéria Ogrânica (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 37 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da

profundidade - Área São Benedito. Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico Teor de Matéria Orgânica x Profundidade Área Moretto

0 5 10 15 20

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Matéria Orgânica (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 38 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da

profundidade área Moretto. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico da Matéria Orgânica x Profundidade

0 5 10 15 20

40-60

20-40

0-20

Prof

undi

dade

(cm

)

Teor de Matéria Orgânica (mg/kg)

Série2

Série1

Figura 39 - Gráfico da concentração da matéria orgânica em função da

profundidade - Área Referência. Fonte: Elaborado pelo autor.

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12 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos por meio do ataque por água régia (4:1) em

amostras em três profundidades e em três granulometrias permitiram verificar

que nas áreas impactadas, o Cr total diminui com a profundidade. Na área

Moretto, o resíduo pré-intervenção da CETESB mesmo sendo retirado ainda

apresenta resquícios de seu halo de dispersão remanescente no solo.

Quando se compara a distribuição do cromo total nas três

granulometrias estudadas + 20 mesh (fração grosseira), -20 + 80 mesh (fração

intermediária e - 80 mesh (fração mais fina), verifica-se que os maiores valores

absolutos se encontram na fração mais grosseira.

No entanto, os maiores contrastes são observados na fração – 80 mesh

, sendo que esta fração é a que deve ser utilizada em trabalhos adicionais para

prospectar resíduos em solos arenosos originários da indústria do couro com

as características análogas de Bocaina tais como resíduos depositados na

superfície ou em seu horizonte arável ( 0- 60cm).

Os valores obtidos por EDTA (0,25%), bem como, a relação Cr total

extraído por EDTA / Cr total extraído por Água Régia (4:1) demonstram por

seus valores muito baixos que existe pouco cromo total disponível para o

ambiente.

Os valores obtidos para Cr VI estão abaixo do limite de detecção de 1,0

mg/kg e quando comparado com os valores de Cr total, permitem inferir que o

Cr lll é o principal componente do Cr total no solo.

Pelos resultados obtidos, o cromo III não deve persistir nos níveis mais

profundos do solo por ser o elemento considerado menos móvel em

comparação com os demais (Cu, Ni,Co,Fe, Mn e Y ) e, também, por apresentar

baixa disponibilidade e diminuir com a profundidade.

A relação Cr total / Ytrio testada nas áreas impactadas bem como na

área de referência ou minimamente impactada foi utilizada com sucesso

revelando assim, a discriminação entre cromo total natural do cromo total

antropogênico, ou seja, valores altos correspondem as áreas impactadas e

valores baixos correspondem a área não impactada.

A análise fatorial permitiu também definir as principais associações

geoquímicas significativas presentes nas três áreas estudadas bem como

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corroborar a distribuição e a separação do cromo antropogênico do cromo

natural enfatizado pela relação Cr / Y.

Os estudos da qualidade dos dados permitiram verificar a adequação

dos dados obtidos para a precisão ou erros aleatórios tolerados de 15%

demonstrando assim, confiabilidade para sua utilização.

A comparação de dados de análises químicas de amostras coletadas

tanto por trado tipo holandês ou em poços pelo tipo canal não apresentaram

diferenças significativas, indicando assim que a amostragem a trado pode ser

utilizada em trabalhos adicionais de amostragem e na localização de depósitos

de resíduos desconhecidos de uma maneira mais expedita e menos onerosa.

Os valores determinados para o pH H2O em solos nas áreas

impactadas se encontram na faixa de 5,1 a 5,3 suficientes para a precipitação

do Cr III como hidróxido, que ocorre na faixa entre 4,6 e 5,6 para solos

aerados dos tipos encontrados nas áreas estudadas.

Todos os valores de ∆pHs de solo obtidos pela diferença da medida de

pH KCl e da medida do pH H20 são negativos , fato que demonstra que os

solos estudados apresentam a propriedade de atrair cátions como é o caso

dos metais estudados e principalmente do Cromo III.

Por meio dos valores de CTC, denota-se minerais em sua maioria com

baixa atividade ou com CTC inferior ao valor de 27 cmolc/kg ou 27 meq/100g

os quais indicam a presença de minerais de argila do tipo 1:1 como caulinita ou

oxi-hidróxidos de ferro e alumínio também detectados na difração de Raios- X,

os quais podem adsorver o cromo.

Os solos nas áreas estudadas apresentam textura média a arenosa

onde todos os pontos amostrados se localizam no campo da areia do diagrama

ternário de Sheppard. Os minerais presentes no solo das áreas estudadas

apresentam uma associação em comum de quartzo, hematita e caulinita

acrescido de clinocloro na área São Benedito.

Após a decisão e intervenção da CETESB que provocou a retirada de

todos os resíduos sólidos produzidos pela indústria coureira de Bocaina, foram

solucionados dois problemas importantes e imediatos: a cessação da fonte do

incremento de cromo para o solo e sua conseqüente poluição visual provocada

por sua disposição inadequada e aleatória.

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No entanto, por meio dos estudos efetuados para esta dissertação, os

resultados evidenciaram ainda que apesar da baixa mobilidade e baixa

disponibilidade do cromo total para o ambiente e da possibilidade de não

persistir em profundidade os solos contaminados pelos resíduos pré-

intervenção da CETESB, se encontram não conformes perante alguns cenários

preconizados pelos valores orientadores da Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental (2005). Isto pode ser verificado principalmente para os

resíduos retirados no caso da área Moretto ou mal dispostos como no caso da

Área São Benedito.

Desta forma, o valor máximo de cromo total (357 mg/kg) obtido na fração

menor que 80 mesh, para o solo da área Moretto se apresenta não conforme

perante os valores de referência (40 mg/kg) prevenção (75 mg/kg), e de

intervenções agrícola (150 mg/kg) e residencial (300 mg/kg)) no entanto,

abaixo do valor de intervenção industrial (400 mg/kg). O valor intermediário de

cromo total (156 mg/kg) obtido na fração -80 mesh, se encontra não conforme

perante os cenários de referencia e de intervenção agrícola, enquanto o valor

mínimo de 68 mg/kg se apresenta não conforme perante o cenário de

referência.

Para a Área São Benedito o valor máximo obtido (708 mg/kg) na fração

menor que 80 mesh extrapola todos os valores de referência(40 mg/kg),

prevenção(75 mg]kg) e também os valores de intervenções agrícola (150 mg,)

residencial (300 mg]kg) e industrial (400 mg/kg). O valor intermediário de 152

mg /kg está não conforme perante os valores de referência, prevenção e

também os valores de intervenções agrícola e residencial . O valor mínimo de

63mg/kg está não conforme perante o cenário de prevenção.

Para a Área Referência os valores máximo, médio e mínimo

respectivamente de 49, 46 e 44 mg/kg estão em não conformidades com o

valor de referência (40 mg/kg) da Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental (2005) porém, abaixo do valor de prevenção.(75 mg/kg).

Quanto aos demais elementos analisados Co, Cu, Mn, Ni, Fe e Y, todos

os elementos apresentam valores abaixo dos respectivos valores de referência

estabelecidos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(2005), exceção feita ao valor e 59 mg/kg para o Cu, na área São Benedito o

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qual se encontra acima do valor de referência de 40 mg/kg, porém abaixo do

valor de prevenção estabelecido em 75 mg/kg.

.

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