Utilizacao de Carvao e Subprodutos da Carbonizacao Vegetal na ...
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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
Paulo Sérgio Lanzarotto
Estudo de impactos ambientais diretos no entorno de obras da construção civil
São Paulo 2010
Paulo Sérgio Lanzarotto
Estudo de impactos ambientais diretos no entorno de obras da construção civil
Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental Data da aprovação ____/_____/_______ _________________________________ Prof.: Dra. Mirian Cruxen. B. de Oliveira (Orientadora) IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
Membros da Banca Examinadora: Profa. Dra. Mirian Cruxên Barros de Oliveira (Orientador) IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Prof. Dr. Fulvio Vittorino (Membro) Faculdade Oswaldo Cruz Prof. Dr. Saverio Andrea Felice Orlandi (Membro) USP – Universidade de São Paulo Prof. Dr. Omar Yazbek Bitar (Suplente) IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
Paulo Sérgio Lanzarotto
Estudo de impactos ambientais diretos no entorno de obras da construção civil
Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Área de Concentração: Gestão Ambiental Orientador: Profa. Dra. Mirian Cruxên Barros de Oliveira
São Paulo Abril / 2010
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Departamento de Acervo e Informação Tecnológica – DAIT
do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT
FICHA CATALOGRÁFICA
T649b Lanzarotto, Paulo Sérgio Estudo de impactos ambientais diretos no entorno de obras da construção civil. / Paulo Sérgio Lanzarotto. São Paulo, 2010. 169p.
Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Gestão Ambiental.
Orientadora: Profa. Dra. Mirian Cruxên Barros de Oliveira
1. Construção civil 2. Canteiro de obra 3. Ambiente urbano 4. Ruído ambiental 5. Poluição sonora 6. Política ambiental 7. Controle de ruído 8. Tese I. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Ensino Tecnológico II. Título
10-55 CDU 628.517.2(043)
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer às muitas pessoas que fizeram parte direta ou
indiretamente desta fase de formação de minha vida. Tive grandes colaboradores no
percurso desta pesquisa e a todos sou muito grato.
A todos meus colegas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, pelas
numerosas horas de estudo e dedicação que passamos juntos. Aos corpos docente,
administrativo e funcionários do IPT, pelo respeito e dedicação, por dividir seus
conhecimentos e experiências, pelo compromisso e seriedade, pela formação e
aprendizado proporcionado. Em especial, minha orientadora, Professora Mirian
Cruxên Barros de Oliveira, que ofereceu seu conhecimento, compreensão e apoio.
Aos meus amigos queridos, que me apoiaram e incentivaram; colegas de
trabalho, pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu alcançasse esta
realização.
A minha esposa, que sempre entendeu meus exílios de estudo e que sempre
me incentivou quando esse apoio era o mais necessário.
Às pessoas que não estão aqui citadas, mas que fizeram parte deste
processo, muito obrigado!
“Que o meio ambiente não seja visto como mais uma
camada de dificuldade para o desenvolvimento, mas como a
única forma do desenvolvimento ser de fato sustentável para
todos os segmentos da sociedade.”
(Ministra Marina Silva / 2006)
RESUMO
Com o crescimento acelerado em nossos dias, da tecnologia que varre
praticamente todas as atividades humanas, junto com as vantagens dela decorrente,
aparecem vários subprodutos ou efeitos nocivos à qualidade de vida, à segurança
individual e coletiva. Surgem também, doenças e incômodos que influenciam não só
os ambientes de lazer e familiar, mas também as atividades e os locais de trabalho,
ou seja, na qualidade de vida da sociedade. Neste trabalho, será enfatizada uma
visão técnica sobre as conseqüências ambientais diretas dos processos
construtivos, dos materiais utilizados, da mão-de-obra empregada e das técnicas
utilizadas. A partir de um questionário, elaborado pelo autor deste trabalho, foram
constatados inúmeros incômodos gerados por obras civis e propostas, com base em
leis e normas municipais e federais; e diretrizes de procedimentos para minimizar
estes impactos negativos. Um dos subprodutos da tecnologia é o ruído que tem
importância não só porque está presente na quase totalidade das atividades
humanas, mas pelos danos que imputa ao homem. Com efeito, são muitos os
problemas decorrentes do ruído, que vão desde a dificuldade na comunicação, o
estresse, a falta de concentração no trabalho, até as desordens físicas, dificuldades
mentais e emocionais. Dentre as características do agente, destacam-se a
intensidade, o tipo (contínuo, intermitente, ou de impacto), a duração (tempo de
exposição) e a qualidade (freqüência dos sons que compõem o ruído em análise).
Na construção civil, mesmo nos países em desenvolvimento, o uso de máquinas
cada vez mais velozes, tem tornado as tarefas dos trabalhadores deste ramo
industrial mais ruidosas, e em conseqüência, gerado incômodos nos arredores das
obras. O objetivo desta pesquisa é demonstrar que podemos desenvolver condições
e características que resultem numa melhora considerável dos impactos causados
pela construção em seus arredores, sem nenhuma necessidade da importação de
processos, padrões ou procedimentos.
Palavras-Chave: Meio Ambiente Urbano; Construção Civil; Impactos Ambientais;
Desenvolvimento Sustentável; Políticas Ambientais; Ruído .
ABSTRACT
Study of direct environmental impacts around civil construction sites
With the accelerated growth in our days, the technology that scans almost all
human activities, with the resulting benefits, appear more harmful by-products or the
quality of life, individual and collective safety. There also, diseases and disturbances
that affect not only the environments of leisure and family, but also the activities and
places of work, that means quality of life of society. This research will be an
emphasis on technical vision direct environmental consequences of constructive
processes, materials used, the labor employed and the techniques used. From a
questionnaire, developed by the author of this work, were found numerous
disturbances generated by civil works and proposals, based on law and municipal
and federal, procedures and guidelines to minimize these negative impacts. One of
the byproducts of technology is the noise that is important not only because it is
present in almost all the human activities, but the damage that they attributed to man.
Indeed, many problems arising from noise, ranging from the difficulty in
communication, stress, lack of concentration at work, even the physical disorders,
mental and emotional difficulties. Among the characteristics of the agent, it is the
intensity, type (continuous, intermittent, or impact), duration (time of exposure) and
quality (frequency of the sounds that make noise in the analysis). In construction,
even in developing countries, the use of ever faster machines has made the tasks of
workers in this industry more noisy, and in consequence, created disturbances in the
vicinity of the works. The objective of this research is to demonstrate that we can
develop conditions and characteristics that result in considerable improvement of the
impacts caused by construction in its surroundings, without any need for import
procedures, standards or procedures.
Key Words: Urban Environment; Construction; Environmental Impacts; Sustainable
Development; Environmental Policies; Noise.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ficha 01: Decibelímetro. ............................................................................... 102
Ficha 02: Betoneira ....................................................................................... 103
Ficha 03: Caminhão basculante ................................................................... 104
Ficha 04: Caminhão betoneira ...................................................................... 105
Ficha 05: Caminhão bomba .......................................................................... 106
Ficha 06: Furadeira ....................................................................................... 107
Ficha 07: Policorte ........................................................................................ 108
Ficha 08: Serra Circular ................................................................................ 109
Ficha 09: Vibrador ........................................................................................ 110
Ficha 10: Pistola finca pinos ......................................................................... 111
Ficha 11: Martelete ....................................................................................... 112
Ficha 12: Serra Mármore .............................................................................. 113
Figura 01: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1881 ....................... 24
Figura 02: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1930 ....................... 25
Figura 03: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1954. ...................... 25
Figura 04: Limites da cidade de São Paulo (Município) .................................. 29
Figura 05: Direcionamento do desenvolvimento da cidade. ........................... 30
Figura 06: Ocupação pretendida para a cidade. ............................................. 31
Figura 07: Crescimento real da cidade ........................................................... 32
Figura 09: A propagação do som influencia no dia-a-dia da população. ........ 46
Figura 10: Como diminuir o impacto dos ruídos ambientais. .......................... 47
Figura 11: Nossa audição ............................................................................... 48
Figura 12: Níveis de percepção do som, em decibéis. ................................... 49
Figura 13: Reverberação ............................................................................... 53
Figura 14: Efeitos da refração na trajetória dos raios sonoros. ....................... 59
Figura 15: Diagramas polares. ........................................................................ 63
Figura 16: Espectro de fonte típica ................................................................. 65
Figura 17: Mecanismos mais significativos da atenuação. ............................. 65
Figura 18: Principais interações entre os mecanismos de atenuação ............ 67
Figura 19: Bairros onde foram distribuídos os questionários .......................... 88
Figura 20: Índices de poluição sonora ............................................................ 99
Figura 21: Planta baixa ................................................................................. 163
Figura 22: Planta da Cobertura e Corte BB .................................................. 163
Figura 23: Elevação lateral e Layout de equipamentos ............................... 164
Figura 24: Vista do ambiente ........................................................................ 165
Figura 25: Vista Frontal................................................................................. 165
Figura 26: Instalações de Atividades Não Residenciais ............................... 174
Gráfico 01: Total de dados coletados da pesquisa ......................................... 90
Gráfico 02: Média dos dados coletados da pesquisa ..................................... 91
Gráfico 03: Desvio Médio dos dados coletados da pesquisa .......................... 92
Gráfico 04: Desvio Padrão dos dados coletados da Pesquisa ....................... 93
Gráfico 05: Variância dos dados coletados da pesquisa ................................ 94
Gráfico 06: Moda estatística dos dados coletados da pesquisa ..................... 95
Gráfico 07: Total e variação por bairro – Geral ............................................... 96
Gráfico 08: Distribuição por gênero ................................................................ 96
Gráfico 09: Problemas causados por obras nos seus arredores .................... 97
Gráfico 10: Total e variação – Bairro Moema ............................................... 155
Gráfico 11: Total e variação – Bairro Pompéia ............................................. 156
Gráfico 12: Total e variação – Bairro Perdizes ............................................. 157
Gráfico 13: Total e variação – Bairro Vila Mariana ....................................... 158
Gráfico 14: Total e variação – Bairro Ipiranga .............................................. 159
Gráfico 15: Total e variação – Bairro Moema Baixo ..................................... 160
Gráfico 16: Total e variação – Bairro Vila Mariana Baixa ............................. 161
Gráfico 17: Total de distribuição por gênero ................................................. 162
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Fases da obra ............................................................................... 39
Tabela 02: O impacto dos decibéis ................................................................. 51
Tabela 03: Limites de tolerância para ruído ou intermitente ........................... 52
Tabela 04: Níveis aceitáveis de poluição sonora. ........................................... 72
Tabela 05: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - total ................. 89
Tabela 06: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Moema .......... 148
Tabela 07: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Pompéia ....... 149
Tabela 08: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Vila Mariana .. 150
Tabela 09: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Perdizes ........ 151
Tabela 10: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Ipiranga ......... 152
Tabela 11: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Moema Baixo 153
Tabela 12: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados – V. M. Baixa .. 154
Tabela 13: NBR 10152/1987 ........................................................................ 168
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 16
1.1 Contexto ................................................................................................ 18
1.2 Estrutura do Trabalho ............................................................................ 18
1.3 Objetivo do trabalho .............................................................................. 19
1.4 Objetivo específico do trabalho ............................................................. 20
1.5 Métodos de trabalho .............................................................................. 20
1.6 Produtos esperados deste trabalho ...................................................... 20
2 O MEIO AMBIENTE URBANO ................................................................... 22 2.1 O desenvolvimento das cidades ........................................................... 23
2.2 Urbanismo ............................................................................................. 25
2.3 Preocupações ....................................................................................... 27
2.4 Campo de trabalho ................................................................................ 28
2.5 Como a cidade foi pensada ................................................................... 29
2.6 A visão ambiental .................................................................................. 30
2.7 A realidade ............................................................................................ 31
2.8 Condição atual da cidade ...................................................................... 32
3 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ............................................................. 34 3.1 A construção civil .................................................................................. 34
3.2. Importância da Construção Civil .......................................................... 35
3.3 Características da Construção Civil ...................................................... 36
3.4 Os processos construtivos .................................................................... 36
3.5 Fases de uma obra ............................................................................... 39
4 RUÍDO E O URBANISMO ........................................................................... 40 4.1 O ruído e o homem ............................................................................... 43
4.2 Proteção contra o ruído ambiental ........................................................ 45
4.3 Níveis de ruído típicos ........................................................................... 47
4.4 Percepção do Som ................................................................................ 49
4.5 Tipos de ruído ....................................................................................... 49
4.6 Propagação do ruído ambiental ............................................................ 51
4.7 A reverberação ...................................................................................... 53
4.7.1 Primeira Propriedade: Reflexão ...................................................... 53
4.7.2 Reverberação ................................................................................. 54
4.8 Poluição difusa: ruído ambiental ........................................................... 54
4.9 Ruído Ambiental .................................................................................... 55
4.10 Isolamento acústico ............................................................................. 56
4.11 Protetores auditivos ............................................................................. 57
4.12 O que fazer quando os níveis de ruído são muito altos ...................... 58
4.13 Efeitos da refração .............................................................................. 59
4.14 Fontes sonoras.................................................................................... 60
4.15 Fontes sonoras omnidirecinais e direcionais ....................................... 61
4.16 Propagação sonora ao ar livre e ruído ambiental ................................ 64
5 REGULAMENTOS E POLÍTICAS ............................................................... 68 5.1 Princípios Fundamentais – Autoridades Competentes .......................... 69
5.2 Medidas gerais de prevenção e controle da poluição sonora ............... 70
5.3 Legislação acústica ............................................................................... 71
5.4 Regulamentações na cidade de São Paulo .......................................... 72
5.4.1 Parâmetros de incomodidade na cidade de São Paulo .................. 73
5.4.2 Plano Diretor ................................................................................... 74
5.5 Condições e Meio Ambiente de trabalho na indústria da construção .... 74
5.6 Estudo de Impacto de Vizinhança ......................................................... 77
5.7 Comentário ............................................................................................ 80
6 ESTUDO DE CASO..................................................................................... 81 6.1 A escolha do tipo de obra e local .......................................................... 81
6.2 O foco da obra ...................................................................................... 82
6.3 O critério adotado .................................................................................. 83
6.4. A hipótese gerada ................................................................................ 85
7 A PESQUISA ............................................................................................... 86 7.1 Apresentação da pesquisa .................................................................... 86
7.2 Pesquisa ............................................................................................... 86
7.3 Condições de aplicação da pesquisa .................................................... 87
7.4 Resultado da Tabulação ....................................................................... 89
7.5 Análise Estatística ................................................................................. 89
7.6 Resultados ............................................................................................ 97
7.7 Análise dos resultados .......................................................................... 98
7.8 Impactos ambientais e seus agentes .................................................... 98
7.9 O padrão de incômodo ........................................................................ 100
7.10 A busca pelos incômodos na obra .................................................... 100
7.11 Medidor de Pressão Sonora (Decibelímetro) ................................... 102
7.12 Análise de ferramentas utilizadas na construção civil ....................... 103
7.12.1 Betoneira .................................................................................... 103
7.12.2 Basculante .................................................................................. 104
7.12.3 Caminhão Betoneira ................................................................... 105
7.12.4 Caminhão Bomba ....................................................................... 106
7.12.5 Furadeira .................................................................................... 107
7.12.6 Policorte ...................................................................................... 108
7.12.7 Serra Circular .............................................................................. 109
7.12.8 Vibrador ...................................................................................... 110
7.12.9 Pistola Finca Pinos ..................................................................... 111
7.12.10 Martelete ................................................................................... 112
7.12.11 Serra Mármore .......................................................................... 113
7.13 Padrão de incômodo encontrado na obra ......................................... 114
8 FERRAMENTAS PROPOSTAS PARA A DIMINUIÇÃO DOS IMPACTOS CAUSADOS ................................................................................................. 115
8.1 Controle da exposição ao ruído em canteiros de obras ...................... 116
8.1.1 Controle na esfera da engenharia ................................................ 116
8.2 Medidas prévias de controle de ruído para instalação do canteiro de
obras ........................................................................................................ 117
8.3 Medidas gerais de controle de ruído para canteiros de obras
implantados .............................................................................................. 119
8.4 Propostas gerais de controle de ruído para os principais equipamentos
utilizados nos canteiros de obras implantados ........................................... 121
9 BARREIRAS À IMPLANTAÇÃO DE PREVENÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................. 130
9.1 Investimentos ...................................................................................... 130
9.1.1 O custo dos investimentos ............................................................... 130
9.1.1 O ganho dos investimentos .............................................................. 132
9.2 Legislação ........................................................................................... 133
9.3 Comprometimento da produção .......................................................... 133
9.4 Disponibilidade de tempo e capacitação técnica ................................. 133
10 CONCLUSÃO .......................................................................................... 136
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 137 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 139 APÊNDICE ................................................................................................... 145
Apêndice A - Questionário ........................................................................ 146
Apêndice B – Tabulação dos dados da pesquisa por bairro ..................... 148
Apêndice C - Resultado dos Incômodos por Bairros e Gênero ................. 155
Apêndice D – Ilustrações da proposta de sistema de enclausuramento. .. 163
ANEXO ......................................................................................................... 166 Anexo A – NR-15 (anexo nº 2), Limites de tolerância para ruídos de
impacto .....................................................................................................167
Anexo B – Transcrição Parcial da Lei 6.514 ............................................. 168
Anexo C – Transcrição Parcial da Lei Federal nº 1.065 ............................ 170
Anexo D - Quadro nº 02/b anexo à parte III da Lei nº 13.855 ................... 174
16
1 INTRODUÇÃO
Ao longo de sua vida profissional, o autor desenvolveu diversas atividades
ligadas à engenharia civil, arquitetura e urbanismo, tendo realizado vários projetos e
obras nestas áreas. Passou a inserir as obras no contexto social e ambiental e
verificou que a necessidade de evolução das cidades será sempre ativa, ou seja,
expansão urbana, construções diversas e o desenvolvimento da sociedade.
O presente trabalho surge como conseqüência da observação e do interesse
em compreender os processos construtivos existentes e necessários para o
desenvolvimento da sociedade. Os problemas ambientais ocasionados pela
construção civil afetam os cidadãos e lhes causam incômodos que afetam sua
qualidade de vida. Elaborou-se um questionário, cujas respostas indicaram ser o
ruído um dos principais incômodos.
Atualmente, diversos setores da sociedade têm concentrado seus esforços
em buscar meios de tornar compatíveis os níveis de crescimento econômico e de
produção com a manutenção da qualidade ambiental.
Em decorrência do modelo de desenvolvimento adotado desde a época da
Revolução Industrial, a indústria e seus condutores sempre trataram a questão dos
resíduos e da poluição como uma conseqüência inevitável do avanço econômico.
Esta relação de causa e efeito mostrou-se, ao longo de décadas, perigosa e não
verdadeira. O paradigma de que “desenvolvimento” significa necessariamente sujar,
consumir e deteriorar não se mostra mais verdadeiro. Hoje, sabemos, é possível
compatibilizar o crescimento econômico e a conservação ambiental por meio da
produção sustentável que integra às atividades econômicas das empresas
preocupações de longo prazo com o meio ambiente e com a saúde e a segurança
do trabalhador e da comunidade.
As práticas de prevenção à poluição e produção mais limpa se apresentam
como estratégias norteadoras para que as empresas alcancem a eco-eficiência.
Entretanto, existe um longo caminho a ser percorrido entre a teoria e a prática. A
17
internalização de práticas de gestão ambiental baseada no conceito de prevenção à
poluição requer a superação de uma série de barreiras. A principal delas é, sem
dúvida, a conscientização para os benefícios a longo prazo, que modificações nos
processos e nas práticas operacionais podem trazer, tanto para o meio ambiente,
quanto para a qualidade de vida da sociedade.
A adoção de ferramentas para minimizar os impactos ambientais diretos nos
arredores da construção civil requer um planejamento criterioso, no qual são
apontadas e analisadas as origens e causas destes impactos para que sejam
encontradas, avaliadas e implantadas soluções alternativas de prevenção de
impactos.
Nosso processo construtivo é demasiadamente conflitante com o ambiente.
Ele gera, numa quantidade excessiva, ruídos provenientes de máquinas e
equipamentos utilizados nos processos de construção, emissão de pó e partículas
sólidas devido ao emprego de técnicas e aparelhagens, lama nas vias públicas e
vizinhanças, vibrações e recalques associados às construções, infestações de
insetos e outros seres pouco quistos (ratos, baratas e pernilongos), ao
gerenciamento das atividades no canteiro, criando incômodos e riscos aos
operários, vizinhos e à sociedade como um todo, aumentando o impacto direto no
ambiente urbano vizinho à obra, tendo e sendo, portanto, um impacto significativo
na região.
A inserção da questão ambiental no âmbito da indústria da construção civil
deve ocorrer como resposta às pressões mundiais para que sejam adotadas práticas
ambientais coerentes e, em um segundo momento, em decorrência da
conscientização do próprio setor que deve passar a enxergar o meio ambiente como
uma oportunidade de expandir seus negócios, reduzir custos de produção e
melhorar sua imagem perante a opinião pública.
Essa resposta sustentável está situada em um patamar superior àquele no
qual se encontram as empresas mais avançadas no tratamento da questão
ambiental. Empreendimentos sustentáveis são aqueles capazes de antecipar e
encontrar as necessidades das gerações presentes e futuras, adotando como base:
18
• Prosperidade econômica e manutenção do empreendimento;
• Bem-estar e qualidade social para seus empregados, consumidores e
comunidade;
• Proteção ambiental e conservação dos recursos, em nível local e
global.
1.1 Contexto
A cidade cresce constantemente e o nível de exigência do aumento da
qualidade de vida no meio urbano também, neste contexto a existência de obras
para o crescimento da cidade é inegavelmente necessário gerando conflitos entre os
moradores já estabelecidos nas áreas e os serviços necessários a ampliação da
cidade. O presente trabalho vem contribuir para se compreender este processo e
sugerir algumas mudanças para a melhoria da qualidade de vida na cidade tentando
minimizar os problemas surgidos nesta coexistência.
1.2 Estrutura do Trabalho
Neste trabalho, será enfatizada uma visão técnica sobre os processos
produtivos, os materiais utilizados, a mão-de-obra empregada, as técnicas utilizadas
e as conseqüências ambientais diretas destes processos nos arredores das
construções.
No primeiro capítulo, define-se o meio ambiente urbano e como arquitetos e
urbanistas podem utilizar o planejamento urbano para a diminuição dos impactos
ambientais nas grandes cidades, que sofreram um processo de desenvolvimento e
crescimento desordenados.
19
No segundo capítulo deste trabalho. A importância da construção civil para o
crescimento físico e financeiro é destacada, bem como suas fases e seus principais
equipamentos, que causam incômodos nos arredores de uma obra.
No terceiro capítulo, demonstra-se como o ruído ambiental é prejudicial à
saúde da população e como desvaloriza as áreas centrais das cidades. São
apresentados os tipos de ruídos existentes e os limites de exposição aos ruídos.
No quarto capítulo são enumeradas quais as políticas ambientais vigentes no
Brasil, e na cidade de São Paulo, para demonstrar as medidas adotadas pelas
autoridades para a prevenção da poluição sonora.
Toda esta pesquisa serviu de base para a elaboração de um questionário que
foi entregue aos moradores da cidade de São Paulo para analise e preenchimento,
com o intuito de se verificar quais os principais incômodos gerados pelas obras
civis. O quinto e o sexto capítulos apresentam os critérios adotados, o tipo de obra
escolhida, a hipótese gerada e os resultados obtidos, além de uma análise das
ferramentas utilizadas na construção.
Para concluir, discorre-se sobre o processo construtivo nacional que já é
extremamente difundido, além de muito similar, à grande maioria dos processos
construtivos utilizados em boa parte do mundo. No sétimo capítulo propõe-se a
aplicação de alguns procedimentos para minimizar o impacto ambiental direto nos
arredores da construção, e, no oitavo, são enumeradas algumas das barreiras à
implantação de prevenção do meio ambiente na indústria da construção civil.
1.3 Objetivo do trabalho
O presente trabalho tem por objetivo constatar os incômodos causados no
sítio da obra, priorizá-los e verificar sua existência “in loco” e chegar nas fontes
emissoras.
20
1.4 Objetivo específico do trabalho O objetivo principal desta pesquisa é o de estudar os incômodos gerados por
obras de construção civil, encontrar suas origens através de pesquisa de campo,
inspecionar a necessidade da sua existência para o desenvolvimento da obra,
desenvolver e sugerir propostas para sua diminuição significativa com o
conseqüente ganho de qualidade de vida para toda a sociedade.
1.5 Métodos de trabalho O presente estudo desenvolve-se em fases distintas e seqüenciais, na
primeira, trata a avaliação dos incômodos gerados por sítios de construções civis,
por meio da análise de dados de uma pesquisa estatística aplicada a uma população
amostral. Após a tabulação dos dados da pesquisa e dos resultados obtidos,
procede-se à segunda fase elegendo-se o primeiro incomodo constatado em
pesquisa, o ruído como foco do estudo. Por meio da realização de visitas técnicas
de campo e da aplicação de instrumentos de medição apropriados, corrobora-se a
existência do incômodos levantado na primeira fase deste estudo, referendando a
importância deste trabalho pela constatação da veracidade dos dados levantados e
determinando uma linha nexo-causal entre os incômodos e os equipamentos
utilizados para a execução do empreendimento, ou seja, da “obra”.
1.6 Produtos esperados deste trabalho Pretende-se atingir os seguintes objetivos com este trabalho:
• Tabulação dos dados da pesquisa estatística sobre incômodos causados pela
indústria da construção civil na cidade de São Paulo;
• Identificar os maiores incômodos causados pela indústria da construção;
21
• Elaboração de fichas das fontes geradoras dos incômodos com análise dos
níveis de ruído emitidos pelos equipamentos da construção civil a uma
distância de 10 metros que foi adotada como uma distancia onde se começa
a haver interferência nos vizinhos;
• Análise de leis e normas municipais e federais;
• Elaboração de diretrizes e procedimentos para minimizar os impactos
negativos nos arredores da construção civil e aumentar a qualidade de vida
da população.
Espera-se, com este trabalho, demonstrar que o processo construtivo
utilizado atualmente apresenta a geração de incômodos diretos ao ambiente
circunvizinho a uma construção, que podem impactar o ambiente urbano, causando
transtornos. Também se deseja apresentar e sugerir algumas soluções de simples
implantação durante a execução dos serviços, que podem diminuir
consideravelmente o impacto negativo ao ambiente próximo.
22
2 O MEIO AMBIENTE URBANO
A chamada “questão ambiental” tem despertado bastante interesse nas
últimas décadas, servindo como temática a uma vastíssima literatura que busca
discutir a degradação do ambiente terrestre e a “crise ecológica” sob os mais
diversos enfoques: político, sociológico, histórico e econômico.
Na Arquitetura e no Urbanismo, algumas questões de cunho “ambiental”
surgem imediatamente como indagações e chamados à reflexão. No ambiente
citadino, ou na paisagem do campo, se percebe a apropriação do espaço em função
de necessidades humanas e sociais; e a própria cidade é a materialização desse
processo de urbanização, em sua relação com os chamados “recursos naturais”. A
essas duas questões, soma-se também a reflexão sobre a função do Urbanismo e
do Planejamento Urbano, em sua busca pela incorporação da temática ambiental
como objeto de reflexão ou como base nas discussões com relação ao processo de
planejamento e gestão territorial.
Em relação às primeiras questões, certamente os arquitetos e urbanistas que
se dedicam profissionalmente à questão ambiental já se depararam em algum
momento com uma espécie de antagonismo criado entre cidade e natureza, entre
urbanização e preservação ambiental. O arquiteto, com alguma freqüência, é
obrigado a justificar-se perante a “comunidade ambientalista” como um dos
responsáveis pela destruição de florestas, pela poluição, enfim, pela degradação
ambiental imposta pelas cidades – que ajudam a construir – promovendo assim a
destruição da natureza.
A condenação pura e simples da urbanização por conta de seus “impactos
ambientais” mal disfarça um preconceito para com a vida urbana que precisa ser
avaliado em profundidade. Se considerarmos que, neste século, a maior parte da
humanidade tendeu a se concentrar em cidades, perceberemos a necessidade de
observação bem mais cuidadosa dessa realidade urbana. Nesse sentido, algumas
23
tentativas recentes têm buscado estabelecer esse diálogo com bases mais sólidas
em pesquisas que tratam a relação entre meio ambiente e urbanização.
O problema que se coloca, portanto, é se esse diálogo corresponde a um
intercâmbio de fato ou se a incorporação temática ambiental não traz consigo o risco
de reiterar preconceitos arraigados com respeito ao urbano. A consideração desse
problema requer, necessariamente, uma reconstituição histórica das diversas
contribuições ao urbanismo que permitiram o surgimento da idéia de “meio ambiente
urbano”.
2.1 O desenvolvimento das cidades A cidade é composta por um emanharado de complexidades. Milhares de
pessoas movimentam o mecanismo de um gigantesco carrossel formado por
transportes, semáforos, trânsito, trabalhos, polícias, compras, vendas, construções,
alimentação, filas, crimes, hospitais, escolas, crianças e idosos.
Diante dessas palavras, constata-se que a cidade não é formada
simplesmente por elementos visuais e tangíveis, mas por um grande sistema de
relações humanas e não humanas que formam um complexo encadeamento no
cotidiano.
Com a revolução industrial, entre os séculos XVIII e XIX a população
predominantemente rural se deslocou em direção às indústrias e, durante muito
tempo, em condições precárias, disputou os espaços da cidade. As pessoas viviam
em estado de calamidade, as ruas eram imundas, não havia rede de esgoto e havia
lixo por toda parte.
O processo de urbanização das cidades brasileiras ocorreu de forma diferente
daquele encontrado em países desenvolvidos. Os países que passaram pela
Revolução Industrial tiveram seu processo de urbanização decorrendo entre cem e
duzentos anos. No Brasil, o processo durou cerca de cinqüenta anos, ocorrendo
24
concomitantemente com seu processo de industrialização, e não como uma espécie
de conseqüência dele, como podemos facilmente ver nos países de primeiro mundo.
Figura 01: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1881 Fonte: NOBRE, E. A. C. (2000).
Segundo FERRARI (1986) a urbanização vem, em nível mundial, aumentando
gradativamente. No início da Revolução Industrial, havia no mundo apenas 20
cidades com mais de 100 mil habitantes e nenhuma delas atingia um milhão de
habitantes, sendo que destes, apenas 1,7% da população mundial era urbana. Em
1850, já havia quatro cidades com mais de um milhão de habitantes e, em 1900,
esse número chegava a 19. Na década de 50, constatou-se a existência de 141
cidades com mais de um milhão de habitantes; três cidades com população acima
de 10 milhões e 13% da população mundial era urbana. No Brasil, entre 1940 e
1991, a população total teve um aumento de 355% e a urbana algo em torno de
750%.
25
Figura 02: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1930 Fonte: NOBRE, E. A. C. (2000).
Esse crescimento demográfico é atribuído a uma natalidade elevada e a uma
queda na taxa de mortalidade, como conseqüência de melhorias sanitárias, aumento
nos padrões de vida e o aumento da urbanização.
Figura 03: Área urbanizada na cidade de São Paulo em 1954. Fonte: NOBRE, E. A. C. (2000).
2.2 Urbanismo
Com a necessidade de se realizar algo diante do caos, o urbanismo nasce
como um campo complexo do conhecimento, no qual se estuda toda a problemática
da cidade. O termo teria surgido em 1910 no “Bulletin de La Societé Geographique
26
de Neuf-Chatel” (GONÇALVES JUNIOR: 1991, 15), derivado do latim (urbe –
cidade), que etimologicamente significa “o estudo ou compreensão da cidade”.
Roma espelhava uma cidade totalmente planejada, por isso, era a única que
poderia ser chamada de “urbe” durante o Império Romano. A partir da Revolução
Industrial, com amparo no método científico, iniciou-se um policiamento sanitário que
obrigou as cidades a solucionar os problemas decorrentes da aglomeração
desenfreada de pessoas. Em Paris, o prefeito Haussmann empreendeu a abertura
de largas avenidas que cortaram a cidade e permitiram um melhor fluxo de pessoas,
animais e meios de transporte.
Dentre os primeiros urbanistas, Le Corbisier foi um dos que mais se destacou
por sua visão global do problema da cidade. Ele propôs que a cidade deveria
funcionar com a lógica de uma máquina, ou seja, de forma eficiente e precisa, com
racionalidade e sincronismo, ao contrário daqueles que o atacavam de maneira
isolada. Essas idéias foram divulgadas na “Carta de Atenas”, que apresentava a
cidade dividida em quatro funções básicas: recreação, trabalho, habitação e
circulação. Para os urbanistas que encabeçavam tal idéia, essa proposta seria a
fórmula para a criação de leis simples e precisas, visando o planejamento das
cidades e, conseqüentemente, buscando evitar o caos até então instalado.
Para estes estudiosos, diante do número de habitantes, três passos deveriam
ser respeitados: em primeiro lugar, dever-se-ia estimar o tamanho ideal de setores
de trabalho, habitação e circulação; o segundo passo seria a separação das
atividades em “zonas funcionais”, divididas em residenciais, industriais e de lazer; e
por fim, as construções deveriam ser projetadas em cada uma das zonas de
maneira a permitir uma adequada ventilação e exposição ao sol, garantindo espaços
livres entre uma construção e outra.
O urbanismo, em sua essência, constitui as relações entre o espaço da
cidade e a sociedade que nela vive. Os elementos do espaço e da sociedade
estarão sempre presentes, qualquer que seja a questão apresentada: desde a
abertura de uma rua até a elaboração de um plano diretor. A título de informação, no
Brasil, Lúcio Costa, inspirado nas idéias inovadoras do conceito de cidade
27
planejada, realizou todo o projeto arquitetônico de Brasília, o qual tinha como base o
desenho de um avião.
Com a necessidade de ditar regras acerca da ordenação dos espaços
habitáveis, surge o direito urbanístico que se manifesta como “o conjunto de normas
jurídicas ordenadoras da atividade do Poder Público com a finalidade de regular os
espaços habitáveis” (SILVA: 2008, 31).
É de grande relevância para a sociedade que se desenvolvam novos
processos tecnológicos e culturais para que a ocupação dos espaços físicos se dê
da forma mais harmoniosa possível, para a garantia e conservação das espécies,
inclusive da própria espécie humana. Mas isso só ocorrerá se forem ampliados os
horizontes e os conhecimentos no entendimento dos processos para a
implementação de novas diretrizes de evolução e crescimento.
2.3 Preocupações
A preocupação com o meio ambiente global e com o efeito das atividades do
desenvolvimento humano sobre o planeta e suas conseqüências, têm gerado cada
vez mais interesse, estudos e pesquisas. A ocupação de áreas para a ampliação
das atividades humanas torna-se cada vez mais abrangente e necessária, por isso o
estudo dos impactos e efeitos destas ocupações no ambiente torna-se cada vez
mais imprescindível para que haja uma harmonia na ocupação dos espaços
disponíveis para a espécie humana.
Surge, a partir disso, um interesse específico na indústria da construção civil,
uma nova preocupação com os impactos negativos no meio ambiente causados pela
construção. Nasce assim, o que se designa atualmente como Green Building, ou
seja, o “prédio verde” ou ainda a “construção verde”, que trata da realização de
projetos de construção integrados ao meio ambiente no qual estão implantados,
tema no qual este trabalho está inserido. Green Building é um conceito amplo que
consiste na preocupação com a realização de uma construção, desde a execução
28
do projeto, considerando sua inserção no meio, sua eficiência energética e seu
comportamento ambiental, até a finalização da obra e a utilização do mesmo.
A preocupação com o tema específico está no montante que toda a pesquisa
que direcione seu estudo a este tema, é mais uma somatória de esforços para a
melhoria do meio ambiente urbano, como o conhecemos sem contudo desprezar o
ambiente anterior no qual se realizou a intervenção.
O conceito de construção verde engloba, como dito anteriormente a
preocupação com o projeto desde sua realização, o que se pretende portanto, é
somar esforços a fim de incrementar este desenvolvimento do conceito.
O projeto, a obra e seu posterior funcionamento são o maior foco deste
prisma de visão. Este trabalho foca então especificamente o período de execução do
empreendimento, fase esta que dura aproximadamente 24 meses e os
acontecimentos de obra que causam impactos nos arredores das construções.
2.4 Campo de trabalho
A cidade de São Paulo foi escolhida como o universo de trabalho por ser a
cidade onde estamos inseridos e por apresentar uma densidade demográfica alta e
ser uma amostra significativa e representativa das grandes cidades em
desenvolvimento e expansão. A Figura 4 mostra os limites físicos legais do
município de São Paulo que podem ser analisadas em 5 regiões significativas:
centro, zona norte, sul, leste e oeste.
29
Figura 04: Limites da cidade de São Paulo (Município) Fonte: Elaborado pelo autor, 2010.
2.5 Como a cidade foi pensada
Os dirigentes visionários do município desenvolveram planos diretores que
davam as diretrizes para o crescimento organizado do município de São Paulo,
vislumbrando uma cidade que evoluísse em harmonia com as condições geofísicas
disponíveis. Assim, foi direcionado um crescimento para o eixo leste, que dispunha
de uma área rural e poderia desenvolver-se sem grandes impactos para o ambiente
urbano. Assim, foi criado um eixo de desenvolvimento para esta região (avenidas,
trens, infraestrutura urbana).
Os eixos norte e sul não tiveram incentivos à sua ampliação e
desenvolvimento, pois possuíam mananciais. O eixo oeste também foi incrementado
30
com possibilidades de expansão, mas devido a sua menor área não foi seriamente
considerado.
Figura 05: Direcionamento do desenvolvimento da cidade. Fonte: Elaborado pelo autor, 2010.
2.6 A visão ambiental
Quando da elaboração dos planos diretores, não era prioridade o pensamento
de preservação do meio ambiente, apesar disso, percebe-se claramente que os
autores de tais planos eram esclarecidos e visionários, pois a determinação do
direcionamento do crescimento da cidade para o eixo leste faz com que seja evitada
a ocupação de áreas de manancial, hoje tidas como essenciais para a sobrevivência
da cidade. Ao norte da cidade, na Serra da Cantareira, existe uma área de
manancial e fonte histórica de abastecimento de água da cidade (Sistema
Cantareira, maior manancial de água do município). Assim como ao sul, com a
presença de dois reservatórios: as represas Billings e Guarapiranga, o primeiro para
fornecimento de energia e o segundo para abastecimento de água, esta área
também deveria ser preservada, o que não aconteceu.
31
Os ambientes da cidade deveriam ser bem definidos em áreas comerciais,
residenciais, industriais, institucionais, etc. Distribuídas pelo centro, leste e oeste,
como podemos observar na Figura 6.
A taxa de ocupação seria maior nas áreas centrais e menores nas áreas mais
afastadas; estes preceitos se traduziriam na lei de zoneamento da cidade, para sua
aplicabilidade.
Figura 06: Ocupação pretendida para a cidade. Fonte: Elaborado pelo autor, 2010.
2.7 A realidade
A realidade é bem diferente do que foi planejado, devido a diversas questões,
dentre as quais podemos citar o grande fluxo migratório para a cidade, o incremento
da economia, o processo de urbanização emergente, a crise no campo, dentre
outros fatores. A cidade cresceu além da expectativas em todas as regiões nas
quais foi subdivida, a Figura 7 mostra os fluxos ocupacionais ocorridos na cidade.
32
Figura 07: Crescimento real da cidade Fonte: Elaborado pelo autor, 2010.
2.8 Condição atual da cidade
Assim, uma vez constituído o crescimento desordenado da cidade,
atualmente temos uma verdadeira colcha de retalhos, com realidades e condições
se sobrepondo em qualquer parte da mesma, seja na zona sul, na zona leste, na
zona oeste, na zona norte ou no centro, com vários empreendimentos comerciais
mesclados a residências; com pessoas de origens e condições sociais diferentes
dividindo o mesmo meio, em áreas cada vez mais difíceis de se delimitar. Isto causa
múltiplos incômodos, dentre os quais o ruído urbano, que é o tema principal deste
trabalho.
33
Figura 08: Ocupação atual da cidade. Fonte: Elaborado pelo autor, 2010.
34
3 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
3.1 A construção civil
A Construção Civil é um conjunto de atividades humanas voltadas a dar ao
homem moradia, vias de transportes terrestres, auxílios fluviais através de pontes e
plataformas e conforto através de construções de barragens e hidroelétricas, entre
outros; e abrange, cada dia mais, os meios urbanos, desertos, florestas, campos e
até os mares. Segundo SENFF & PANTAROLLI (1997) esse ramo industrial
classifica-se em setores: construção pesada, montagem industrial, edificações e o
setor de serviços especiais (e/ou auxiliares) que possuem atividades diferenciadas,
destacando seu relacionamento com os outros três segmentos abaixo discriminados.
Construção pesada:
Obras viárias (rodovias, ferrovias, hidrovias, serviços portuários);
Obras hidráulicas (barragens, sistema de saneamento, irrigação e
drenagem);
Obras de urbanização (logradouros públicos, paisagismo);
Obras diversas (terraplanagem, minas, poços, galerias).
Montagem industrial:
Implantação de indústrias de transformação (montagem de estruturas,
mecânicas, elétricas e eletrônicas);
Sistema de exploração e transporte de recursos minerais;
Sistema de geração e transmissão de energia;
Sistema de comunicação.
Edificação:
35
Construção de edifícios residenciais;
Construção de edifícios comerciais;
Construção de edificações modulares verticais e horizontais (conjuntos
habitacionais);
Edificações industriais.
3.2 Importância da Construção Civil A Indústria da Construção Civil marca a sua importância, não só como meio
de absorção de mão de obra, mas também pela execução de obras de infra-
estrutura que permitem escoar a produção (tanto de insumos como de bens finais)
através de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão de energia elétrica, entre
outros. Ela não só concede o crescimento industrial (expansão da capacidade
instalada) e permite a distribuição de bens a menores custos, como também tem um
papel relevante na canalização dos benefícios decorrentes de maior industrialização
da sociedade como um todo via maior oferta de infra-estrutura social - escolas,
hospitais, moradias e rede de água e esgotos.
A maior oferta de bens e serviços tem incentivado o crescimento urbano
através da migração. Essa transferência da população do campo para a cidade, por
sua vez, realimenta a Construção Civil através da demanda por novas moradias e
serviços. Esse processo contínuo tem contribuído para a diminuição da população
do campo, trazendo sérios problemas aos centros urbanos, especialmente nas
relações de trabalho onde encontramos um número crescente de desempregados,
empregados sem os vínculos trabalhistas legais, e/ou expostos a condições
insalubres e perigosas. Estas condições resultam em sérios prejuízos na saúde do
trabalhador que se revelam através dos acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais. Estas vão desde os problemas decorrentes da incompatibilidade entre
a tarefa a ser executada e o homem que a executa, passam pelas perdas auditivas
36
decorrentes do ruído, e geram, até mesmo, câncer por exposição a agentes como o
amianto, às radiações ionizantes e ao benzeno.
3.3 Características da Construção Civil O ritmo das obras segue as imposições mercadológicas e financeiras, de tal
maneira que o lançamento das mesmas, freqüentemente, é feito antes mesmo dos
projetos básicos estarem concluídos. Os cronogramas são, muitas vezes,
prorrogados em razão da viabilidade financeira, dos problemas com fornecedores de
produtos, da variação da mão de obra ou rotatividade e de problemas técnicos não
previstos no planejamento.
A alta rotatividade da mão de obra empregada na Construção Civil é um dos
fenômenos mais marcantes deste ramo de indústria. Em geral, atribui-se o elevado
índice de rotatividade do setor a uma manifestação intrínseca à dinâmica do
processo produtivo. No entanto, ainda que a natureza do produto e as
características do processo produtivo (realização de etapas bem definidas com a
participação de diversas equipes de trabalho) influenciem e condicionem a
rotatividade da mão de obra, não se constituem em seus determinantes exclusivos.
No processo de contratação, por exemplo, a capacidade do trabalho do operário é
avaliada após a sua inserção no processo produtivo e, desta maneira, sua
permanência na empresa dependerá de um período de experiência onde deverá
comprovar as suas habilidades.
3.4 Os processos construtivos
O desenvolvimento da engenharia, particularmente a engenharia de
construção civil após a revolução industrial, apresentou um progresso inimaginável
com o advento das máquinas produzidas por esta revolução. Trazendo um
verdadeiro incremento aos processos construtivos.
37
As máquinas permitiam a execução de trabalhos com maiores capacidades
de transporte, demolição, concretagem, etc. O que anteriormente baseava-se na
força humana, ou mesmo na força de tração animal (especialmente dos cavalos),
agora poderia ser executado com a força disponível pelos cavalos mecânicos
fornecidos pelas grandes máquinas criadas neste período.
Ainda nesta época, os tratores, caminhões, rolos compactadores, britadeiras
e guindastes, entre outros, movidos pela força dos cavalos a vapor e dos motores a
combustão interna, propiciaram grandes incrementos nas quantidades de materiais
manipulados na construção.
Daí em diante, a evolução não parou mais: grandes caminhões e
equipamentos, máquinas cada vez maiores, implantação de dispositivos hidráulicos,
pneumáticos, volumes e capacidades cada vez maiores. Automação de vários
serviços de carga e descarga de materiais.
Esta engenharia cada vez maior e com capacidade de realizar serviços cada
vez mais imponentes, gerou como conseqüência uma maior quantidade de impactos
tanto nos níveis sociais quanto nos níveis ambientais, maior quantidade de
acidentes de trabalho envolvendo conseqüências aos trabalhadores; maior
quantidade de mão de obra dispensada e um impacto muito maior no meio ambiente
devido às grandes dimensões das realizações de engenharia.
Os impactos que as obras de engenharia civil podem causar nos arredores do
seu sítio de construção são inúmeros: desmatamento da vegetação existente no
terreno de implantação da construção, rebaixamento do lençol freático da região,
contaminação do lençol freático, erosão dos terrenos trabalhados e dos arredores,
escorregamentos de terrenos, assoreamento de rios e córregos, destruição de mata
ciliar e consequente extinção de nascentes de água e uma variedade enorme de
diversos outros fatores que apenas são percebidos depois que ocorrem acidentes
sociais e ambientais de proporções consideráveis.
Dentre os diversos fatores citados anteriormente de cunho catastrófico para a
sociedade e para o meio ambiente urbano, que são regulados por legislação e
38
fiscalização, existem outros que ocorrem durante a realização de um
empreendimento de construção. Estes incômodos gerados pela e durante a
realização do empreendimento, são decorrentes dos métodos construtivos
empregados que criam alguns desconfortos à população das regiões circunvizinhas
ao sítio da construção.
Os processos construtivos empregados pela construção civil baseiam-se em
princípios tradicionais e clássicos de construção que partem da conformação e
modelagem de peças, formas e espaços. O impacto é utilizado em diversos e
variados procedimentos construtivos, podendo ser empregado em demolições,
instalações elétricas e hidráulicas e acertos de imperfeições construtivas, entre
outros.
Na verdade, o princípio gerador dos impactos é que foi modernizado.
Inicialmente fazia-se uso da força humana aplicada por meio de uma massa que
impactava um ponteiro. Com a evolução industrial muda-se para força mecânica,
força hidráulica, pneumática e elétrica. Entretanto as consequências destes
impactos continuam as mesmas: o ruído e a vibração.
Outro processo construtivo, historicamente empregado e que também sofreu
evolução, diz respeito à escavação que ainda gera as consequências do seu
modelo: geração de pó, ruído e vibração.
A execução das fundações, da infraestrutura, da estrutura dos fechamentos e
os mais variados serviços necessários nas diversas fases de uma obra para a
realização de empreendimentos da construção civil, geram incômodos na região e
nas redondezas da construção.
39
3.5 Fases de uma obra A tabela abaixo foi criada com o intuito de descrever as fases de construção,
os diversos equipamentos envolvidos em cada fase e o nível médio de ruído emitido
por eles.
Tabela 01: Fases da obra
FASES DA CONSTRUÇÃO EQUIPAMENTO NÍVEL MÉDIO DE RUÍDO EMITIDO a
10m DE DISTÂNCIA DA FONTE (dB)
Demolição Escavadeira hidráulica --- Caminhão basculante 78 Policorte 89 Martelete 98 Serra mármore 81
Escavação para execução de fundações
Escavadeira hidráulica --- Caminhão basculante 78
Concretagem das fundações Betoneira 68 Caminhão betoneira 88 Caminhão bomba 92 Vibrador 89
Concretagem da estrutura Betoneira 68 Caminhão betoneira 88 Caminhão bomba 92 Vibrador 89
Fechamento das paredes Betoneira 68 Serra mármore 81
Instalações elétricas e hidráulicas Betoneira 68 Serra mármore 81
Fechamentos de caixilhos e portas Furadeira 72 Serra circular 95 Policorte 89
Pinturas e arremates Furadeira 72 Serra mármore 81
Jardinagem Caminhão basculante 78 Limpeza final Hidrojateadora ---
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
40
4 RUÍDO E O URBANISMO
As notícias relacionadas aos problemas de ruído ambiental vêm aumentando
consideravelmente. Algumas histórias são dramáticas, a maioria nem tanto, mas
esforços enormes e grandes somas em dinheiro são investidos em conflitos que
envolvem, muitas vezes, o ruído ambiental.
O ruído ambiental é um problema mundial. Contudo, a forma como este
problema vem sendo tratado varia de país para país, de acordo com sua cultura,
economia e política. Mas o problema persiste até mesmo em áreas que utilizaram
recursos para a regulamentação, avaliação e diminuição de fontes de ruído ou para
a criação de barreiras acústicas. Por exemplo, enormes esforços têm sido feitos
para reduzir o ruído do tráfego: os carros são muito mais silenciosos do que os
fabricados há dez anos, mas o volume de tráfego tem aumentado de tal modo, que o
efeito deste esforço foi dizimado e os incômodos só aumentaram. A manufatura
tentou tornar os automóveis mais silenciosos e atenuou este problema por um
pequeno período, mas o ruído não foi removido.
Não existem estimativas sobre o impacto mundial e o custo do ruído
ambiental. No entanto, existe um documento na Europa que estima que 20% da
população (ou seja, 80 milhões de pessoas) sofre de inaceitáveis níveis de ruído que
causam distúrbios do sono, aborrecimento e prejudicam a saúde. (BRUEL: 2001, 05)
A maioria dos cidadãos da Europa vive em zonas onde o ruído provoca níveis
graves de incômodos durante o dia.
Sendo o ruído uma consequência do progresso da era da máquina, é natural
que, à medida que nossas cidades vão crescendo, a sua ação aumente de modo
proporcional. Em todos os países desenvolvidos, muitas pessoas estão preocupadas
com o problema do ruído, e igualmente predispostas a atuar em seu combate.
Segundo o professor Lothar Goetz, de Stuttgart, “o ruído é uma das causas
da desvalorização das residências situadas em zonas centrais da cidade” (SILVA:
41
2005, 4). De modo que os proprietários mais abastados acabam mudando-se para
zonas mais afastadas, concorrendo, deste modo, ainda mais para o crescimento
urbano.
Em seu livro: Acústica arquitetônica e condicionamento de ar, Pérides Silva
diz que: nos EUA, França, Itália, Inglaterra e em vários outros países do mundo, o
cuidado com o ruído chega às raias do impossível. Certa vez, uma comunidade na
Inglaterra recebeu um grande financiamento governamental para que os seus
moradores pudessem colocar aparelhos de ar-condicionado em suas casas, a fim de
confiná-las para diminuir o nível de ruído originado em um aeroporto da vizinhança.
As dificuldades no equacionamento do problema e no estabelecimento de
normas destinadas a combater o ruído são o resultado da extrema complexidade da
matéria que se apresenta sob os mais variados aspectos.
É necessário que haja um esforço das associações técnico-científicas ou
profissionais que, permanentemente, estudem o problema, discutindo-o em
reuniões, seminários, congressos ou simpósios. O interesse pelo assunto também
vem crescendo entre legisladores municipais, estaduais ou mesmo federais,
enquadrando-se nas suas pautas a fim de que se torne lei, bem como a atenção das
autoridades incumbidas do seu cumprimento.
Desse modo, conclui-se que o problema deva ser equacionado em dois
sentidos: 1) da coletividade para o homem e 2) do homem para a coletividade. Ou
seja, de cima para baixo e de baixo para cima, de modo que os movimentos se
completem. Há situações em que o problema é puramente uma questão da
educação do homem e há ocasiões em que envolve o comportamento de toda a
coletividade. Há situações em que o sociólogo, o advogado, o arquiteto, o jornalista,
o urbanista, o engenheiro consultor, o administrador, ou seja, cada um
individualmente ou em conjunto, deverá tomar conhecimento do problema e
contribuir, assim, para ajudar a resolvê-lo.
A tendência do planejamento das cidades modernas, polinucleares, com
zoneamento apropriado, distribuindo as áreas por função das atividades, bem como
42
a sistematização dos transportes, é a solução mais avançada e definitiva do
problema do ruído.
Conforme a posição do arquiteto Rino Levi, sobre este tema:
“Planejar não é utopia. É a maneira mais correta de enfrentar
efetivamente a realidade, com economia e sem desperdícios. Trata-se de trabalho complexo, que deverá ser atualizado constantemente e que exige a cooperação de vários especialistas e a compreensão do poder público e da coletividade...” (SILVA: 2005, 6)
Este problema torna-se sempre mais premente no Brasil, não só pelo rápido
crescimento de nossas cidades, como pelo surgimento de novas, em conseqüência
do nosso progresso.
O grande passo inicial no Brasil foi dado com o aparecimento da lei municipal
nº 4.805, de 29.09.1955, que trata dos ruídos urbanos, localização e funcionamento
das indústrias, visando proteção, bem estar e sossego público, na cidade de São
Paulo (SILVA: 2005, 6). Essa lei foi uma decorrência do estabelecimento da Carta
Acústica, da mesma cidade, e recomenda quais são os limites de ruído
considerados toleráveis para as suas diversas zonas.
Com a criação do IBA (Instituto Brasileiro de Acústica), uma sociedade civil-
científica de âmbito nacional, sem fins lucrativos, constituída por pessoas físicas e
jurídicas que se interessam pelo estudo, pesquisa, desenvolvimento e aplicação
acústico, fundado em 10 de dezembro de 1956 com sede e foro na cidade de São
Paulo, foi dado mais um importantíssimo passo em direção ao combate aos ruídos
incômodos no Brasil.
Muitas cidades têm aprovado sua própria lei do silêncio. Contudo, um fato
chama-nos a atenção: há leis suficientes, mas que não são cumpridas. As razões
são as mais variadas: desconhecimento do problema, contradições normativas, falta
de regulamentação, falta de educação cívica e desorganização, entre outras.
As condições críticas das cidades modernas devem se contrapor às
sugestões do urbanismo, com as aplicações de todos os meios que a técnica nos
43
possa oferecer para atenuar as consequências da invasão da máquina no campo da
personalidade humana.
4.1 O ruído e o homem O ruído e o barulho são sons incômodos ao homem, e seus efeitos podem
aparecer das seguintes maneiras:
repercutindo sobre o aparelho auditivo;
repercutindo sobre a atividade do cérebro;
repercutindo sobre vários órgãos;
repercutindo sobre a atividade física e mental.
A avaliação do nível de som, pelo ouvido humano, é completamente diferente,
por exemplo, de como nosso olho avalia uma distância ou de como nosso braço
avalia um peso. Não devemos, pois, confiar na avaliação do nosso ouvido porque:
existem diferenças acentuadas na percepção de indivíduo para indivíduo;
uma mesma pessoa, em diferentes ocasiões, pode julgar de modo diferente
os sons percebidos;
o nosso ouvido é incapaz de traduzir em números, em medida absoluta,
qualquer grandeza acústica;
ele também não possui memória acurada e fiel, capaz de registrar e recuperar
valores anteriormente percebidos;
mesmo um observador experimentado, muitas vezes, pode ser contestado
por outro observador paralelo.
Conclui-se portanto, ser fundamental substituirmos o ouvido humano por
algum instrumento ou aparelho adequado para exercer a medição de nível de som,
de modo que:
Um fenômeno sonoro, igualmente repetido, possa apresentar sempre o
mesmo resultado;
44
possa, também, traduzir as avaliações em números, os quais possam
ser registrados e recuperados, quando necessário for;
Apresentem, sempre, os registros dos fenômenos sonoros com uma
grandeza próxima da média obtida pelo resultado de experiência feita
por um grande número de observadores.
O som é um componente tão comum na nossa vida diária que raramente se
nota sua ação. Apesar disso, freqüentemente, na sociedade moderna, ele nos
incomoda. Muitos sons serão desagradáveis e/ou indesejáveis, os quais
denominamos barulho.
Entretanto, para saber o quanto um som incomoda (isso) não depende só da
sua qualidade, mas também de nossa atitude em relação ao mesmo. Mas o som não
precisa ser muito alto para incomodar, (podendo) danificar ou destruir o ouvido
humano.
Assim, os benefícios de medir o som são bastante variados. As medições
sonoras resultaram no desenvolvimento da acústica arquitetônica e da sonorização,
aperfeiçoando a técnica de ouvir música, por exemplo. Devido a diferenças
fisiológicas e psicológicas, entre os indivíduos, o grau de incômodo não pode ser
medido de modo científico para uma determinada pessoa. Mas a medida certa
fornece um meio objetivo de comparação dos sons danosos, sob condições
diversas. Apesar de ser o som profundamente psicológico, a medição sonora
fornece uma indicação precisa de quando um som se torna prejudicial à audição e
faculta a escolha das medidas corretivas. Medições e análises sonoras são os
instrumentos que mais contribuem para o desenvolvimento da qualidade de vida.
Quando se planeja a avaliação para controle de nível de ruído ou a formação
de uma base para julgar o provável ruído em um projeto ou em uma futura
edificação, as medições são o mais importante ponto de partida. Sem as medições
existentes ou, algumas vezes, futuras previsões baseadas nessas medições
conhecidas de uma situação ruidosa qualquer, decisões objetivas acerca da
necessidade do controle do ruído não podem ser feitas e também, as suas
aplicações eficazes, após a obra acabada, não podem ser julgadas.
45
A intensidade da pressão sonora medida em um aparelho de medição de
nível de som nem sempre fornece informações suficientes que permitam avaliar os
danos prováveis do ruído ou passam ser utilizadas como base para um programa de
controle do mesmo.
4.2 Proteção contra o ruído ambiental
A proteção contra o ruído ambiental gerou programas distintos nos diferentes
países. Os requisitos legais não são idênticos, as técnicas e métodos também
diferem e o foco político varia. Contudo, existem aspectos comuns ao trabalho de
todos que se previnem do ruído ambiental:
Planejar novos desenvolvimentos das zonas residenciais, industriais, rodovias
e aeroportos, entre outros;
tratar as queixas dos cidadãos, durante o processo de planejamento, ou
posteriormente;
avaliar a conformidade ou não das fontes de ruído (plantas industriais, feiras,
aeroportos, rodovias e ferrovias, entre outros), de acordo com a legislação.
46
Figura 09: A propagação do som influencia no dia-a-dia da população. Fonte: BRÜEL; KJAER. (2001)
Dentro de qualquer uma destas áreas principais de trabalho, o fiscal
ambiental pode desenvolver muitas tarefas, incluindo:
Efetuar medições de campo;
avaliar o ruído proveniente de fontes específicas;
calcular os níveis de ruído esperados;
mapear os níveis de ruído;
preparar relatórios para os cidadãos ou representantes;
arquivar e recuperar dados;
agir como uma testemunha especializada.
Estas tarefas são exigentes e, considerando a amplitude e a gravidade da
poluição sonora, um bom nível de compreensão dos problemas é exigido não só por
parte dos profissionais que trabalham no campo, mas também dos políticos e
cidadãos.
Este trabalho apresenta os problemas que surgem quando se trabalha com o
ruído ambiental e as soluções atuais. Não excluindo-se, por exemplo, a legislação
nacional e regional.
47
Figura 10: Como diminuir o impacto dos ruídos ambientais.
Fonte: BRÜEL; KJAER. (2001)
4.3 Níveis de ruído típicos Comparado com a pressão atmosférica ao nível do mar (105 Pa), as variações
de pressão sonora audíveis são muito pequenas variando a cerca de 20 Pa (20 × 10-
6 Pa) a 100 Pa (BRÜEL; KJAER: 2001, 7).
O limiar da audição corresponde a 20 µPa que representa a média tolerável
da audição de uma pessoa. A pressão sonora de aproximadamente 100 Pa é tão
alta que causa dor e, portanto, é chamado o limiar de dor. A relação entre estes dois
extremos é mais de um milhão para um (BRÜEL; KJAER: 2001, 7).
A aplicação direta das escalas lineares (em Pa) para a medição de pressão
sonora leva a grandes números. E, como o ouvido responde logaritimamente e não
linearmente aos estímulos, é mais adequado expressar parâmetros acústicos como
uma razão logarítmica do valor medido para um valor de referência. Este logarítmico
quociente é chamado de um decibel ou dB. A vantagem de se utilizar dB pode ser
48
visto claramente na ilustração abaixo. Aqui, a escala linear com os seus grandes
números é convertida em uma escala de 0 dB gerenciáveis no limiar de audição (20
µPa) a 130 dB no limiar de dor (~ 100 Pa) (BRÜEL; KJAER: 2001, 7). A figura abaixo
ilustra que nossa audição surpreendentemente abrange uma ampla gama de
pressões: som – uma relação de mais de um milhão para um. A escala dB faz com
que o número seja gerenciável.
Figura 11: Nossa audição Fonte: BRÜEL; KJAER. (2001)
49
4.4 Percepção do Som O número de variações das pressões por segundo denomina-se frequência
de som e é medida em hertz (Hz). A audição normal para um jovem saudável varia
de aproximadamente 20 Hz a 20.000 Hz (20 kHz) (BRÜEL; KJAER: 2001, 9). Em
termos de níveis de pressão sonora, sons audíveis variam entre o limiar de audição
em 0 dB até o limiar da dor a 130 dB ou mais.
Figura 12: Níveis de percepção do som, em decibéis. Fonte: BRÜEL; KJAER. (2001)
4.5 Tipos de ruído Em casa e no trabalho, ouvimos freqüentemente o ruído de ventilação ou
sistemas de aquecimento, que são dificilmente perceptíveis. O ruído nunca pára,
mas se o ventilador é desligado de repente, a mudança poderá perturbar ou mesmo
nos incomodar. Esses são os ruídos, que nossa audição reconhece, mas com
características de mudanças no nível sonoro.
Para fazer medição do ruído é necessário sabermos qual sua categoria para
escolhermos os parâmetros nos quais nos fundamentaremos: como os
equipamentos a serem utilizados, bem como a duração da medição. Muitas vezes,
precisamos utilizar nossos ouvidos para identificar as características do ruído,
analisá-lo e documentá-lo, antes de fazer as medições.
50
Em geral, podemos distinguir entre sons periódicos e aperiódicos. Os
periódicos originam-se de vibrações ou ondas regulares no tempo, e os aperiódicos
são oriundos de vibrações aleatórias. Para esse tipo de som, é muito difícil e quase
impossível prever a forma de onda em determinado instante. Os ruídos gerados por
automóveis, cachoeiras e alguns sons da fala, sobretudo os sibilantes, são exemplos
de sons aperiódicos. Chamamos de tom puro, o som periódico formado por uma
única freqüência, como o som de um diapasão. No entanto, na natureza é difícil
encontrarmos tons puros; geralmente ouvimos sons complexos. Esses podem ser
definidos como ondas sonoras compostas de uma série de senóides simples que
podem diferir em amplitude, freqüência e fase.
A voz humana e o som produzido por instrumentos musicais ou por explosões
são alguns exemplos de sons complexos. Neste trabalho, entende-se por ruído o
som indesejável como aqueles gerados por máquinas, trânsito, explosões e outros.
Bruel, em sua obra Environmental noise, divide o som em diferentes
categorias:
Contínuo: ruído com variações de níveis desprezíveis (±3 dB) durante o
período de observação;
Não continuo: ruído cujo nível varia significativamente no período de
observação;
Flutuante: cujo nível varia continuamente de um valor apreciável durante o
período de observação;
Intermitente: ruído cujo nível cai rapidamente ao nível do ambiente várias
vezes no período de observação; a duração na qual o nível permanece em
valores constantes diferentes do ambiental é da ordem de um segundo ou
mais;
De impacto ou impulsivo: o que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a um segundo em intervalos superiores a um segundo.
51
4.6 Propagação do ruído ambiental A propagação das ondas sonoras não ocorre sem que elas encontrem em sua
trajetória forças friccionais, que fazem com que a amplitude do som produzido
diminua com o tempo e com a distância da fonte sonora. Quando não há nenhum
obstáculo no caminho da onda sonora que se interponha à sua passagem
bloqueando-a, tem-se uma condição denominada transmissão em campo livre.
Nepomuceno explica a propagação do som no ar da seguinte forma:
"Ao aplicar pressão às moléculas próximas ao gerador (fonte
sonora), estas se deslocam, transmitindo, por meio de forças elásticas, o seu movimento para as moléculas mais próximas, e voltam à posição de equilíbrio. Então, se admitirmos as moléculas como fixas no espaço, teremos que as mais próximas da fonte executam movimento de vaivém, transmitem tais movimentos para as moléculas seguintes que, por sua vez, os transmitem às seguintes e assim, sucessivamente, até que o som atinja grandes distâncias, sendo atenuado por absorção e sua transformação em calor” (NEPOMUCENO: 1977, 188.)
O nível de potência sonora pode ser considerado o mais preciso dos dois. A
potência sonora terá sempre um valor mais alto do que o nível de pressão sonora,
mas não se deixe enganar por isso.
Tabela 02: O impacto dos decibéis
Lp dB(A) Sonoridade Perceptível Som 0 Limiar de audição - 20 Extremamente suave Folhas caídas, sala em
silêncio 40 Muito suave Barulho do frigorífico 60 Moderadamente alta Conversa normal,
restaurante 80 Muito alta Trânsito duma cidade,
caminhão 100 Extremamente alta Orquestra sinfônica, trator
agrícola 120 Limiar da sensação Avião a decolar
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
52
A Norma Regulamentadora nº 15, port. 3214 do Ministério de Trabalho e
Emprego, estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações
insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos,
comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho.
A tabela abaixo demonstra os limites de tolerâncias para ruído contínuo ou
intermitente, que são entendidos, para fins de aplicação de Limites de Tolerância, o
ruído que não seja ruído de impacto. Apresenta o nível de ruído dB(A) x máxima
exposição diária permissível.
Tabela 03: Limites de tolerância para ruído ou intermitente
Nível de potência sonora Tempo de exposição permitido
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR 15, anexo I
53
Para medição dos limites de tolerância para ruídos de impacto, os dados
estão apresentados no anexo A neste trabalho.
4.7 A reverberação
4.7.1 Primeira Propriedade: Reflexão
Quando ondas sonoras AB, A’B’, A”B”, provenientes de um ponto P
encontram um obstáculo plano, rígido, MN, produz-se reflexão das ondas sobre o
obstáculo.
Na volta, produz-se uma série de ondas refletidas CD, C’D’, que se propagam
em sentido inverso ao das ondas incidentes e se comportam como se emanassem
de uma fonte P’, simétrica à fonte P, em relação ao ponto refletor.
A reflexão do som pode ocasionar os fenômenos eco e reverberação.
Figura 13: Reverberação Fonte: Universitá degli Studi Messina
54
4.7.2 Reverberação
Em grandes sala fechadas ocorre o encontro do som com as paredes. Esse
encontro produz reflexões múltiplas que, além de reforçar o som, prolongam-no
durante algum tempo depois de cessada a emissão.
É esse prolongamento que constitui a reverberação.
A reverberação ocorre quando o som refletido atinge o observador no instante
em que o som direto está se extinguindo, ocasionando o prolongamento da
sensação auditiva.
4.8 Poluição difusa: ruído ambiental
Carga de poluição difusa é toda carga de poluição depositada sobre as
superfícies e presente na atmosfera, que é carregada para os corpos d’água durante
os eventos chuvosos. Devido à intensa urbanização ocorrida nas últimas décadas,
houve uma crescente impermeabilização do solo nas cidades, levando a um
significativo aumento do escoamento superficial, bem como a uma grande liberação
de poluentes para o meio ambiente urbano. Estes fatores potencializam os efeitos
da degradação da qualidade da água pelas cargas difusas em corpos hídricos de
áreas urbanas.
As cargas difusas são transportadas de longas distâncias, não sendo possível
dizer exatamente qual sua origem. Seu lançamento é intermitente, dependente da
duração e da intensidade da chuva e também da área produtora.
Devido às suas características, a poluição difusa é considerada um fenômeno
aleatório, da mesma maneira que o evento de precipitação responsável por sua
ocorrência. Assim, torna-se extremamente difícil determinar a distribuição temporal
das concentrações dos poluentes.
55
4.9 Ruído Ambiental
Quando uma fonte sonora vibra, provoca variações de pressão no ar
ambiente, que se sobrepõem à pressão do ar.
Nos tempos modernos, o ruído é uma das principais causas de degradação
da qualidade do ambiente urbano. Os transportes são os principais responsáveis,
mas existem outras fontes perturbadoras, como a indústria, o comércio, o ruído da
vizinhança, etc.
É muito difícil quantificar o incômodo, porque, muitas vezes, o ruído é
desagradável para praticamente todas as pessoas. Geralmente, os efeitos na saúde
do ser humano, quando expostos a níveis de ruído elevados, traduzem-se em
stress, cansaço, perturbações no sono, capacidade de concentração e hipertensão
arterial.
Com o intuito de fazer frente a este problema foi publicado no Diário da
República o novo regime legal sobre poluição sonora, na forma do Decreto-Lei
nº292/2000, de 14 de novembro de 2000, que entrou em vigor em 15 de maio de
2001. Este Decreto-Lei reforça o controle preventivo e repressivo do ruído para a
salvaguarda da saúde e bem-estar da população.
As principais inovações da legislação são:
- A integração da prevenção do ruído na política de ordenamento urbano;
- A fiscalização do ruído da vizinhança;
- As restrições às atividades ruidosas temporárias baseadas em regras de
fácil verificação;
- Os planos de redução de ruído para as situações mais graves;
- Os planos de monitoração para as principais fontes de ruído ambiente;
- Mapas de ruído.
56
4.10 Isolamento acústico
O isolamento acústico refere-se à capacidade de certos materiais formarem
uma barreira, impedindo que a onda sonora (ou ruído) passe de um recinto a outro.
Nestes casos se deseja impedir que o ruído alcance o homem. Normalmente são
utilizados materiais densos (pesados) como por exemplo: concreto, vidro, chumbo,
etc.
A absorção acústica trata do fenômeno que minimiza a reflexão das ondas
sonoras num mesmo ambiente. Ou seja, diminui ou elimina o nível de reverberação
(que é uma variação do eco) num mesmo ambiente. Nestes casos se deseja, além
de diminuir os níveis de pressão sonora do recinto, melhorar o nível de
inteligibilidade. Contrariamente aos materiais de isolamento, estes são materiais
leves (baixa densidade), fibrosos ou de poros abertos, como por exemplo: espumas
poliéster de células abertas, fibras cerâmicas e de vidro, tecidos, carpetes, etc.
Praticamente todos os materiais existentes no mercado ou isolam ou
absorvem ondas sonoras. O material que tem grande poder de absorção acústica
quase não tem poder isolamento acústico. Outros têm baixo poder absorção e baixo
poder de isolamento (plásticos e impermeáveis); a cortiça foi muito utilizada no
passado, mas hoje quase não se utiliza mais por ser um material orgânico de fácil
decomposição e baixa durabilidade.
Novos materiais têm sido estudados e desenvolvidos pela indústria visando
um maior poder de isolamento ou absorção, por meio de variações na composições
dos materiais.
É necessário estudar a finalidade do recinto, para que se aplique o
isolamento/absorção acústico adequado, de modo a preservar a saúde dos
ocupantes e também evitar que se obtenha um ambiente cansativo e monótono.
Assim, há que se levar em conta o desempenho acústico dos materiais a serem
utilizados, sua fixação, posição relativa a fonte de ruído e facilidade de manutenção,
sem restringir a funcionalidade do recinto.
57
4.11 Protetores auditivos
A organização de um programa de conservação auditiva (PCA) é o primeiro
passo para solucionar o problema de ruído ocupacional, envolvendo uma equipe
multidisciplinar, e tal programa é composto de uma série de medidas que visam a
preservação da saúde do trabalhador.
As propostas básicas do programa são:
1. Avaliação e controle ambiental.
2. Avaliação e monitoramento audiológico.
3. Proteção individual – Protetor auricular.
4. Educação e treinamento.
5. Eficácia.
O protetor auricular não é o único recurso a ser utilizado na prevenção mas é,
sem dúvida, o mais difundido. A legislação brasileira, por meio da NR-6, da Portaria
nº 3.214, de 08 de junho de 1978 do TEM, trata dos equipamentos de proteção
individual – EPI, em seu artigo 47, itens 6.2 e 6.3:
47, item 6.2. a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis
ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho e/ou doenças profissionais;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) Para atender as situações de emergência.
Item 6.3. atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional,
e respeitando-se o disposto no item 6.2, o empregador deve fornecer aos
trabalhadores os seguintes EPI: V – proteção auditiva: protetor auricular,
58
para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja superior
ao estabelecido na NR-15, anexos 1 e 2.
Melnick (1989) afirma que, para um protetor aurícula ser eficiente, ele deve
agir como uma barreira entre o ruído e o ouvido interno, onde se produzem os
danos, ou seja, ele deve constituir uma barreira acústica que deve proteger o ouvido
interno dos níveis elevados de ruído.
Contudo, a energia sonora pode também chegar ao indivíduo que usa
protetores auriculares e atingir o ouvido interno por caminhos distintos, tais como:
1 – passando diretamente pela cóclea, através da vibração dos ossos e
tecidos do cérebro (condução óssea).
2 – por meio da vibração do próprio protetor, o qual produz som no canal
auditivo interno.
3 – passando por vazamentos dentro do protetor ou à sua volta, por causa de
mau ajuste e/ou contato entre protetor e orelha.
4 – através do material do protetor.
4.12 O que fazer quando os níveis de ruído são muito altos
Quando as medições comprovarem que os níveis de pressão sonora são
muito altos, devem ser tomadas medidas a fim de reduzi-los. Embora os detalhes do
Programa de Redução de Ruído sejam um tanto complexos, há algumas linhas
gerais para se encaminhar as soluções:
Redução de ruído na fonte, através de tratamento acústico das superfícies da
máquina ou substituição de parte da máquina, ou o equipamento como um todo, de
maneira que se reduza a geração de som.
59
Reduzindo a transmissão do som, isolando-se a fonte sonora ou através de
tratamento do ambiente, por meio da inclusão de superfícies absorventes no teto, na
parede e no piso.
Fornecer protetor auricular para as pessoas expostas, esta medida deve a
última a se considerar como solução definitiva, e somente ser usada na fase de
implantação das soluções técnicas. A prioridade deve ser sempre a eliminação do
ruído na fonte.
Excluir as fontes mais ruidosas, livrando-se dos equipamentos antigos e
providenciando novo maquinário, ou remoção para área mais isolada, se nada disso
for possível, deve-se reduzir a exposição do pessoal que trabalha no local.
4.13 Efeitos da refração
Figura 14: Efeitos da refração na trajetória dos raios sonoros.
Fonte: Anderson e Kurze (1992)
A Figura acima ilustra os efeitos da refração na trajetória dos raios sonoros.
Nos dois quadros à esquerda, a refração altera a altura aparente da barreira acima
da linha de visão. Nos dois quadros à direita, a refração produz regiões de sombra e
de concentração de raios sonoros. Em geral, quando o gradiente de temperatura é
negativo ou quando a propagação sonora se dá a barlavento, ocorre aumento da
atenuação, enquanto que, quando o gradiente de temperatura é positivo ou quando
a propagação sonora se dá a sotavento, ocorre redução da atenuação de barreiras,
solos macios, e de áreas cobertas com vegetação.
60
Propagação sonora a sotavento elimina a sombra acústica gerada pelo
gradiente de temperatura negativo. Em direções ortogonais à da velocidade do vento
não ocorre refração devido ao vento e, nessa direções, a sombra acústica gerada
pelo gradiente de temperatura negativo não é neutralizada.
A realização de medições acústicas confiáveis demanda o entendimento dos
efeitos da refração na propagação sonora. Se o objetivo é medir níveis sonoros mais
baixos, as medições devem ser realizadas ao cair da tarde de um dia ensolarado e
quente, ou a barlavento. Para uma medição mais representativa do nível sonoro
equivalente, deve-se efetuá-las em dia nublado e sem ventos.
4.14 Fontes sonoras
Estimativas de níveis de pressão sonora exigem conhecimento da potência
das fontes em questão. Quando se pretende determinar o nível de uma máquina
operando em ambiente industrial.
Idealmente, tais dados deveriam constar dos dados das máquinas e
equipamentos industriais, no entanto, não é o que acontece nos dias de hoje; para
que volte a ocorrer, os usuários devem exigir tal inclusão quando adquirirem um
equipamento.
Os fabricantes não informam tais níveis, pois sua obtenção demanda testes,
ensaios, instrumentação e pessoal especializado, geralmente não disponíveis. Sem
contar que a redução dos níveis de potência sonora leva, de modo geral, ao re-
projeto do equipamento gerando custos e processos de fabricação.
Assim, os fabricantes só disponibilizam as informações sobre a potência
sonora de seus equipamentos quando são pressionados pelos consumidores ou por
alguma legislação específica. No entanto, para se lidar com grande volume de
problemas de ruído, faz-se necessário o conhecimento do nível de potência sonora
gerada pela máquina ou equipamento. Por enquanto não existem procedimentos
61
teóricos que nos permita quantificar a potência sonora de qualquer máquina,
equipamento ou processo industrial, normalmente a potência sonora é obtida
através de ensaios especializados em laboratório ou por meio de medidas de
intensidade sonora em qualquer ambiente.
No entanto, existem métodos, de modo geral baseados em dados empíricos,
para estimativa da potência sonora de algumas máquinas e equipamentos,
comumente utilizados em instalações industriais e de serviços.
4.15 Fontes sonoras omnidirecinais e direcionais
Quando o cumprimento de onda é muito maior que a dimensão da fonte, as
ondas geradas são esféricas; quando o comprimento de onda é da ordem da
dimensão da fonte ou menor, a radiação sonora da fonte tende a ser direcional. Isso
significa que, nas altas freqüências (pequenos comprimentos de onda), a fonte
apresentará direções preferenciais de radiação sonora. Os tweeters, alto-falantes
que irradiam som em altas freqüências, são altamente direcionais, ou seja, as
direções preferenciais de radiação sonora estão no semi-espaço frontal do tweeter,
próximas ao eixo que passa pelo seu centro, Assim, tweeters devem ser apontados,
em campo livre, na direção dos ouvintes.
Quando uma fonte sonora não apresenta direções preferenciais de radiação,
caso da esfera pulsante, diz-se que se trata de uma fonte omnidirecional.
Fontes sonoras perdem a omnidirecionalidade por apresentarem forma não-
esférica, ou porque a amplitude e fase das vibrações desuas diferentes superfícies
não são uniformes, ou ambas. O resultado é mais som irradiado em determinadas
direções do que de outras. Em outras palavras, diferentemente da esfera pulsante a
uma mesma distância da fonte, a pressão sonora gerada por fontes direcionais da
fonte, será diferente em direções diferentes.
62
Quando lidamos com uma fonte sonora direcionada, constatamos que o som
é mais forte na direção principal, enquanto nas adjacências diminui. Agora, quando
lidamos com fontes omnidirecionais em campo livre, longe de superfícies refletoras,
a relação entre a potência sonora e a pressão sonora à distância r da fonte dada
pela equação:
Lp=Lw° - 20 log r -11 dB,
Sendo Lw° a potência sonora da omnidirecional.
Ao passo que, para uma fonte sonora omnidirecional , o nível de pressão
sonora, a uma mesma distância r da fonte, é o mesmo em qualquer direção. Já a
fonte direcional depende também da direção do receptor em relação à fonte sonora,
e é dado por:
LpƟ = Lwd +DIƟ – 20 log r – 11dB
Em que LpƟ é o nível de pressão sonora na direção Ɵ; Lwd é o nível de
potência sonora da fonte direcional; e DIƟ é o índice de diretividade da fonte na
direção Ɵ, em decibéis.
Para fontes sonoras direcionais, a potência sonora não é suficiente para
caracterizar acusticamente a fonte. Há necessidade de se conhecer o índice de
diretividade em todas as direções para uma descrição completa de fontes
direcionais.
Diagramas polares são utilizados para apresentar índices de diretividade,
como exemplifica a figura seguinte, que exemplifica a diretividade de um alto-falante
no plano horizontal em função de Ɵ, nas bandas de oitava de 125 Hz a 16 kHz, e
podemos observar que o alto-falante é mais direcional em altas que em baixas
freqüências, esta é uma característica comum a fontes sonoras.
63
Figura 15: Diagramas polares. Fonte: BISTAFA, Sylvio R. (2006)
Tal índice de diretividade pode ser obtido em um ensaio de campo, através de
medidas de níveis de pressão sonora, e pela aplicação da fórmula:
DIƟ = LpƟ - Lpesf’
Em que LpƟ é o nível de pressão sonora medido à distância r, na direção de
Ɵ; e Lpesf’ o nível de pressão sonora médio espacial, calculado através da média dos
quadrados dos valores eficazes de pressão sonora, medidos em diversos pontos
numa superfície esférica hipotética de raio r envolvendo a fonte sonora.
Costuma-se especificar acusticamente fontes sonoras em termos do nível de
pressão sonora a uma certa distância da fonte, sendo de 1 metro usualmente e,
neste caso, temos a seguinte equação para especificar o nível de pressão sonora e
o nível de potência sonora de uma fonte direcional:
LpƟ = Lwd+DIƟ – 11dB, para r = 1m.
64
Em caso de fonte omnidirecional, temos, para r = 1m, a seguinte equação:
Lp=Lw° - 11 dB, para r = 1m.
4.16 Propagação sonora ao ar livre e ruído ambiental
Três são os componentes para estudo de propagação sonora ao ar livre: a
fonte sonora, a trajetória de transmissão e o receptor. A fonte emite certa potência
sonora, gerando um nível sonoro que pode ser medido nas imediações da fonte. A
partir daí, o nível sonoro é atenuado à medida que se propaga entre a fonte e o
receptor, ao longo de determinada trajetória. O nível sonoro se reduz com a
distância, à medida que o som diverge da fonte, que poderá ser direcional. O ar
atmosférico atenua o som durante sua trajetória; reflexos do solo interferem com o
som direto, atenuando-o ou, o que é menos freqüente, amplificando-o. Áreas
arborizadas, relevo acentuado e construções conferem atenuação adicional ao som.
O espalhamento do som na copa das árvores pode reduzir a eficácia das barreiras.
Gradientes verticais de vento e de temperatura refratam (curvam) as trajetórias
sonoras para cima e para baixo, gerando regiões de “sombra” acústica, alterando a
interferência com o solo e modificando a efetividade das barreiras.
A atenuação é focalizada no nível sonoro total A-ponderado, no qual se
pressupõe que o espectro sonoro associado não contenha tons puros evidentes. A
incerteza na estimativa do nível sonoro total A-ponderado é de ±5 dB, para
distâncias fonte-receptor de até 500m.
A medida que o som se propaga, a atenuação depende da freqüência, assim,
a redução do nível sonoro total A-ponderado depende da composição do espectro
sonoro. Apresentarei equações que se aplicam a fontes cujo espectro seja similar à
tolerância de ±5dB; o que é típico para motores a diesel com silenciador, tráfego
rodoviário, ferroviário e aéreo, sons impulsivos como os de arma de fogo, e de
65
muitas fontes externas de ruído industrial. No quadro que se segue isto é
denominado espectro de fonte típica.
Figura 16: Espectro de fonte típica Fonte: BISTAFA, Sylvio R. (2006)
Equação básica da propagação sonora ao ar livre
Lp (r, Ɵ ) = Lw – 20 log r = DIƟ – 10 log Ω - Acombinada – 11
4π
Onde Ω é o ângulo sólido disponibilizado para a fonte para livre propagação,
e Acombinada, é a combinação de todos os mecanismos significativos de atenuação
sonora entre a fonte e o receptor.
Figura 17: Mecanismos mais significativos da atenuação.
Fonte: Sylvio R Bistafa (2006)
Em caso de fonte sonora de tráfego rodoviário (e muitas outras) costuma-se
omitir DIƟ por duas razões. A primeira é que a diretividade de tais fontes é
minimizada por: a) múltiplas reflexões e espalhamento sonoro provocado por
superfície e obstáculos próximos;
66
b) espalhamento sonoro devido a turbulências atmosféricas;
c) múltiplas fontes que assumem diferentes posições angulares em dado
instante – por exemplo, quando os veículos estão enfileirados em uma via de
tráfego.
A segunda razão é que um índice de diretividade positivo numa determinada
banda de freqüências pode ser compensado por um índice negativo em outra banda,
quando essas bandas são combinadas na determinação do nível sonoro total A-
ponderado.
No caso de aviões a jato e a interação de rodantes de trens com as linhas
férreas, não se pode ignorar a diretividade. O ruído das turbinas dos aviões é
altamente direcional, para o espaço interior, nas altas freqüências, e, para o espaço
posterior, nas baixas freqüências. O ruído provocado pela interação dos rodantes
dos trens com a linha férrea é altamente direcional perpendicularmente à linha, nas
altas freqüências. A determinação dos níveis sonoros nessas condições deve incluir
o índice de diretividade da fonte na direção do receptor e nas freqüências de
interesse.
Em se tratando de edifícios, devemos levar em consideração o ângulo sólido
para livre propagação [-10log (Ω/4π)] é uma aproximação de banda larga, para os
efeitos de uma complexa interação entre o som direto e o refletido pelas superfícies.
Tal aproximação baseia-se, essencialmente, no fato de grandes superfícies
impedirem a propagação sonora nas direções por elas afetadas e, assim, a energia
sonora se concentra nas direções de propagação não obstruídas.
67
Figura 18: Principais interações entre os mecanismos de atenuação
Fonte: BISTAFA, Sylvio R. (2006)
68
5 REGULAMENTOS E POLÍTICAS
As políticas ambientais são aquelas que apresentam uma preocupação
explícita quanto à proteção, conservação e uso dos recursos naturais e do meio
ambiente. Essas políticas expressas na legislação e na organização institucional
correspondente definem os instrumentos de intervenção do Estado na administração
dos recursos e da qualidade do meio ambiente.
A gestão ambiental no Brasil tem se pautado exclusivamente pelo uso de
regulação, isto é, por instrumentos de comando e controle. Na Política Nacional do
Meio Ambiente esses instrumentos são classificados em quatro categorias: 1)
padrões ambientais (de qualidade e emissão); 2) controle e uso do solo
(zoneamento e unidades de conservação); 3) licenciamento (estudo de impacto
ambiental, plano de manejo); e 4) penalidades (multas, compensações, etc.).
A Lei Federal nº. 6938 de 31/08/81, que instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente, foi na realidade a primeira a abordar o meio ambiente como um todo,
abrangendo os diversos aspectos envolvidos e alcançando as várias formas de
degradação ambiental, e não apenas a poluição causada pelas atividades industriais
ou o uso dos recursos naturais. De acordo com esta Lei, a poluição constitui-se
como sendo a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que
direta ou indiretamente:
Prejudiquem a saúde, segurança e o bem-estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem adversamente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais.
A legislação ambiental atual é sustentada pela Constituição Federal,
promulgada em 05 de outubro de 1988, tendo sido esta a primeira constituição
brasileira a abordar amplamente a questão do meio ambiente, dedicando um
69
capítulo inteiro à proteção ambiental. O artigo 255, que trata especificamente do
Meio Ambiente ressalta o seguinte texto:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (SANTOS: 2005,39)
A grande maioria dos estados brasileiros abriga dentro de suas constituições
locais uma ampla legislação ambiental que segue basicamente os mesmos preceitos
da legislação federal. Da mesma maneira, a maioria dos municípios introduziu, em
suas Leis Orgânicas reformuladas após a promulgação da Constituição Federal de
1988, artigos voltados para a preservação do meio ambiente.
Os efeitos a longo prazo, entretanto, são relegados a um segundo plano,
mesmo sendo irreversíveis ou de grandes dimensões. Do mesmo modo, as regiões
menos povoadas são excluídas do campo de intervenção. A incorporação dos
conceitos de “ciclo de vida” e de “prevenção à poluição” nas políticas ambientais
representaria um grande avanço, pois só assim os agentes poluidores seriam
forçados a adotar tecnologias mais limpas e quem sabe chegar ao patamar real da
conscientização ambiental, diminuindo deste modo o encargo do Estado em
fiscalizar as instalações.
5.1 Princípios Fundamentais – Autoridades Competentes
O Decreto Lei nº 292/2000 esclarece quais autoridades são competentes e o
seu campo de atuação, no controle do ruído.
O princípio genérico é que cabe às autoridades responsáveis pelo
licenciamento ou autorização de uma determinada atividade, a fiscalização do ruído
provocado por essa atividade. Assim, por exemplo, devem encaminhar-se para as
Direções Regionais da Economia ou para as Direções Regionais da Agricultura as
queixas relativas ao ruído produzido por estabelecimentos industriais. Reclamações
70
sobre estabelecimentos comerciais ou de restauração devem ser dirigidas às
respectivas Câmaras Municipais.
As autoridades policiais fiscalizam ruído de vizinhança e ruído de atividades
ruidosas temporárias, para além de suas competências de fiscalização de ruído de
tráfego rodoviário nos termos do Código da Estrada. Cabe às entidades
responsáveis pelas infra-estrututuras de transporte e controle do ruído a elas
associado.
Subsidiariamente, as autoridades ambientais, nomeadamente as Direções
Regionais do Ambiente e do Ordenamento do Território e a Inspeção Geral do
Ambiente, podem também ser chamadas a atuar na fiscalização do ruído.
5.2 Medidas gerais de prevenção e controle da poluição sonora
A qualidade do ambiente sonoro deve ser obtido, conforme o especificado
pelo Artigo 4º do RGR:
a) As zonas sensíveis não podem ficar expostas a um nível sonoro contínuo
equivalente, ponderado A, Laeq, do ruído ambiente exterior, superior a 55 dB
no período diurno e 45 dB no período noturno.
b) As zonas mistas não podem ficar expostas a um nível sonoro contínuo
equivalente, ponderado A, Laeq, do ruído ambiente exterior, superior a 65 dB
no período diurno e 55 dB no período noturno.
O Artigo 3º especifica as zonas sensíveis definidas em instrumentos de
planejamento territorial como voltadas ao uso habitacional, existentes ou previstos,
bem como para escolas, hospitais, espaços de recreação e lazer e outros
equipamentos coletivos prioritariamente utilizados pela população local; e por zonas
mistas, as zonas existentes ou previstas, para utilização de por comércio e serviços.
71
De acordo com o § 3º do artigo 8º do RGR, o valor da diferença entre o LAeq
do ruído ambiente particular corrigido (LAr), e o LAeq do ruído residual, não poderá
exceder os 5 dB(A) no período diurno e 3 dB(A) no período noturno.
5.3 Legislação acústica
Com relação ao conforto acústico no trabalho, no anexo B encontra-se uma
transcrição parcial da Lei 6.514 de 22/11/77, relativa ao Capítulo V do Título II, da
Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho,
dado pela Portaria nº 3.751 de 23/11/90; Norma Reguladora nº 17 – Ergonomia, na
qual encontramos os parâmetros que permitem a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar conforto acústico, desempenho e segurança.
No Brasil existe a Lei Federal nº 1.065 (anexo C), que foi decretada em 06 de
maio de 1996, que dispõe sobre as normas de preservação ambiental quanto a
poluição sonora.
Os índices de poluição sonora aceitáveis que são estabelecidos por esta lei
são determinadas de acordo com a zona e o horário, segundo as normas da ABNT
NBR nº. 10.151/2000. Conforme as zonas, os níveis de decibéis nos períodos
diurnos e noturnos são os seguintes:
72
Tabela 04: Níveis aceitáveis de poluição sonora.
ÁREA PERÍODO DECIBÉLS Zonas de hospitais
Diurno
Noturno
45
40
Zona residencial urbana Diurno
Noturno
55
50
Área predominantemente industrial Diurno
Noturno
70
65
Centro da cidade (negócios, comércio,
administração)
Diurno
Noturno
65
60
Fonte: ALMEIDA, J. R.; MELLO, C. S., CAVALCANTI, Y. (2004)
5.4 Regulamentações na cidade de São Paulo Todo esse cuidado com os impactos vem pautado por fundamentos
científicos. Quando exposta a ruídos muito altos (acima de 50 decibéis) durante um
período prolongado, a audição humana pode sofrer danos, resultando certas vezes
em deficiência auditiva permanente. Além disso, a poluição sonora prejudica a
tranqüilidade de quem deseja adormecer ou mesmo apenas descansar. O barulho
constante impede o relaxamento, e à medida que vai aumentando crescem também
os sintomas de estresse – nós entramos em estado de alerta, o organismo tenta se
adequar ao ambiente, liberando endorfina, minando as defesas e aumentando ainda
mais a agitação. A continuidade dessas ocorrências pode gerar problemas
cardíacos, infecções e outros problemas de saúde.
Criada em 6 de outubro de 1994 e reestruturada em 6 de março de 1996, a lei
do “Silêncio Urbano” (mais conhecida como PSIU), foi instaurada com o intuito de
limitar sons e ruídos “gritantes”, que provocavam incômodos e interferiam na saúde
e no bem-estar das pessoas. O PSIU era uma lei dirigida exclusivamente a locais
públicos1, podendo ser acionado apenas em casos onde estabelecimentos
1 Entende-se aqui por público todo local pertencente ou destinado ao povo.
73
comerciais ou logradouros públicos (nunca para ruídos produzidos no interior dos
domicílios, estando estes enquadrados nos moldes de outra lei – Lei do silêncio)
realizassem ruídos que gerassem incômodo na circunvizinhança. Seu trabalho
fundamenta-se em duas leis: a 11.501, que regula a emissão de ruído e a 12.879,
que prevê o fechamento de bares, sem isolamento acústico, segurança e
fiscalização.
Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, 30% das reclamações que
acionaram o PSIU foram originárias do centro da cidade e da região de Pinheiros,
que inclui os bairros de Vila Madalena e Vila Olímpia, bastante conhecidos por seu
intenso movimento noturno por ocasião de seus inúmeros bares, com o crescimento
também dos chamados sobre bares e lanchonetes da avenida Luis Dumont Villares,
na Parada Inglesa. Esses são os bairros mais freqüentados às quintas-feiras,
sextas-feiras e sábados.
A atuação do programa está limitada pela legislação que pode notificar o
estabelecimento na primeira vez e atuar na segunda com a aplicação de uma multa
que equivale a aproximadamente R$ 16 mil, iniciando ainda um processo
administrativo que propicia o lacre do estabelecimento. Mas este lacre é
representado por um papel, documento que pode ser rompido.
Os limites de ruído são definidos pela Lei de Zoneamento. Nas zonas
residenciais, é de 50 decibéis, entre 7 e 22 horas. Das 22 às 7 horas, cai para 45
decibéis. Nas zonas mistas, das 7 às 22 horas fica entre 55 e 65 decibéis
(dependendo da região). Das 22 às 7 horas, varia entre 45 e 55 decibéis. Nas zonas
industriais, entre 7 e 22 horas fica entre 65 e 70 decibéis; Das 22 às 7 horas, entre
55 e 60.
5.4.1 Parâmetros de incomodidade na cidade de São Paulo
Segundo a prefeitura de São Paulo os parâmetros de incomodidade
existentes no município são os dados considerados no quadro nº 02/b anexo à parte
III da Lei nº 13.855, de 25 de agosto de 2004, no qual apresenta-se no anexo D.
74
Dos parâmetros de incomodidade considerados na cidade de São Paulo
expostos acima podemos claramente fazer uma análise e verificação dos possíveis
incômodos gerados pelas obras de construção civil na malha urbana da cidade.
5.4.2 Plano Diretor
No Capítulo III, referente ao Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, do
Plano Diretor de São Paulo, “a Política Ambiental no Município se articula às
diversas políticas públicas de gestão e proteção ambiental, de áreas verdes, de
recursos hídricos, de saneamento básico, de drenagem urbana e de coleta e
destinação de resíduos sólidos”.
Dentre os seus objetivos e ações estratégicas, temos:
Proteger e recuperar o meio ambiente e a paisagem urbana;
controlar e reduzir os níveis de poluição e de degradação em quaisquer de
suas formas;
pesquisar, desenvolver e fomentar a aplicação de tecnologias orientadas ao
uso racional e a proteção dos recursos naturais;
controle da poluição da água, do ar e a contaminação do solo e subsolo;
definição de metas de redução da poluição;
controlar as fontes de poluição sonora;
criar instrumentos para controlar o ruído difuso;
desenvolver campanhas para esclarecer a população quanto à emissão de
ruídos.
5.5 Condições e Meio Ambiente de trabalho na indústria da
construção
75
A NR 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de
organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de
trabalho na Indústria da Construção (serviços especializados em engenharia de
segurança e em medicina do trabalho, e as atividades e serviços de demolição,
reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de
pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e
paisagismo).
A lei obriga que os trabalhadores ingressem ou permaneçam no canteiro de
obras assegurados pelas seguintes medidas:
Os canteiros de obra devem ter áreas de vivência em perfeito estado de
conservação, higiene e limpeza;
o entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regulamente coletados
e removidos. Por ocasião de sua remoção, devem ser tomados cuidados
especiais, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos;
quando houver diferença de nível, a remoção de entulhos ou sobras de
materiais deve ser realizada por meio de equipamentos mecânicos ou calhas
fechadas;
é proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro
de obras;
é proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais
inadequados do canteiro de obras;
as demolições devem ser programadas e dirigidas por um profissional
legalmente habilitado que verifique todas as redes existentes na região e
examine as construções vizinhas para preservar a estabilidade e integração
física de terceiros;
a área de trabalho deve ser previamente limpa, devendo ser retirados ou
escorados solidamente árvores, rochas, equipamentos, materiais e objetos de
qualquer natureza, quando houver risco de comprometimento de sua
estabilidade durante a execução de serviços;
é obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de
trabalhadores ou de projeção de materiais;
76
os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem ser
dimensionados por profissional legalmente habilitado;
a operação de máquinas e equipamentos que exponham o operador ou
terceiros a riscos só pode ser feita por um trabalhador qualificado e
identificado por crachá;
a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, EPI
(Equipamento de Proteção Individual) adequado ao risco e em perfeito estado
de conservação e funcionamento;
os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a não prejudicar
o trânsito de pessoas e de trabalhadores, a circulação de materiais ou o
acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ou
saídas de emergência e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes,
lajes ou estruturas de sustentação, além do previsto em seu
dimensionamento;
é obrigatória a adoção de medidas que atendam, de forma eficaz, às
necessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos setores,
atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras;
o canteiro de obras deve ser sinalizado com o objetivo de:
Identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;
indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;
manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;
advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes
móveis das máquinas e equipamentos;
advertir quanto a risco de queda;
alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a
atividade executada, com a devida sinalização e advertência próximas
ao posto de trabalho;
alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de
materiais por grua, guincho e guindaste;
identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;
identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis,
explosivas e radioativas.
77
A sinalização de segurança em vias públicas deve ser dirigida para alertar os
motoristas, pedestres e em conformidade com as determinações do órgão
competente;
é obrigatória a colocação de tapumes ou barreiras sempre que se executarem
atividades da indústria da construção, de forma a impedir o acesso de
pessoas estranhas aos serviços.
5.6 Estudo de Impacto de Vizinhança Nos termos do Estatuto da Cidade, o “Estudo de Impacto da Vizinhança” foi
criado como forma de evitar que os empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio urbano fossem construídos de forma a
causarem impactos significativos que comprometessem o equilíbrio da ordem
urbanística das cidades (PIRES: 2006:49).
Percebe-se, nitidamente, que o exercício do direito de propriedade imóvel é
limitado por interesses privados, titularizados pelos donos dos imóveis confinantes.
Cada qual não pode exercer seu interesse de forma ilimitada e absoluta, sob pena
de aniquilar o direito de propriedade do outro. Para que exista um convívio
harmônico entre os confinantes, de modo a respeitar o direito de propriedade de
cada um, cada proprietário deverá submeter-se a incômodos toleráveis causados
por esta convivência que naturalmente gera conflitos.
Em outras palavras, todos os habitantes da cidade, sem qualquer tipo de
distinção, inclusive de renda, tem direito à manutenção da ordem urbanística, nos
termos da definição citada. Ocorre que diversos fatores atuam no meio ambiente
urbano que podem comprometer a manutenção do equilíbrio da ordem urbanística.
Nesse sentido, a inserção de uma grande estrutura urbana provoca impactos
na vizinhança local, tais como a sobrecarga no sistema viário, saturação da infra-
estrutura, drenagem, esgoto, energia elétrica, telefonia, sombreamento e poluição
sonora, gerando interferências diretas e indiretas na vida dos habitantes locais.
78
Como forma de adequar as construções e empreendimentos de grande porte
à estrutura de uma cidade sustentável, o Estatuto da Cidade instituiu o “Estudo de
Impactos de Vizinhança” (EIV), com o propósito de fazer um estudo da construção
que pretende ser dirigida de forma que ela possa se adequar aos interesses
ambientais e urbanos da cidade.
Não será mais possível a um empreendedor construir uma grande estrutura
urbana, de modo a satisfazer estritamente seus interesses privados. Pelo fato de
seu empreendimento estar inserido em um meio diferenciado, que envolve uma
relação com este espaço e outros seres humanos habitantes da cidade, o mesmo
precisará obedecer às funções sociais do espaço onde está situado.
O “Estudo de Impacto de Vizinhança” deverá contemplar os efeitos positivos e
negativos que sua construção proporcionará à cidade, procurando alcançar a melhor
forma de introduzir o empreendimento, de modo que este atente para função social
da cidade. Dessa forma, é possível afirmar que o fundamento deste estudo é o
princípio da função social da propriedade.
No âmbito urbano, a construção de empreendimentos de grande impacto
deverá atentar para este princípio ao ser instalada na cidade. A construção deverá
ser planejada, pautada em estudos técnicos que contemplam os aspectos positivos
e negativos da estrutura a ser inserida, de forma a não prejudicar a ordem
urbanística.
O “Estudo de Impacto de Vizinhança” decorreu da necessidade de instituir um
controle mais efetivo sobre o uso do imóvel urbano, exercido de forma insuficiente
pelo Zoneamento. O imóvel urbano não gera interferências apenas nas relações
entre o proprietário do lote ou empreendimento e o Poder Público. Na realidade,
existem efeitos diretos na dinâmica urbana causados pelos impactos ao redor do
imóvel produzidos pela utilização ou ocupação de certo lote urbano.
O Zoneamento concebido para orientar o uso e a ocupação do solo, por si só
deve proteger a população em relação aos usos incômodos, por meio do
79
estabelecimento de zonas homogêneas, as quais permitem em seu interior apenas
certos usos.
A incapacidade atribuída ao Zoneamento de regular todos os usos
conflituosos de vizinhança, passou a ser resolvida pelo “Estudo de Impacto de
Vizinhança”. Isto porque os empreendimentos muitas vezes poderão comportar,
mesmo atendendo aos requisitos urbanísticos que propiciam a expedição de licença
de construir e a localização adequada nos termos da Lei de Zoneamento, profundos
impactos nas regiões ao redor de onde estão localizados, sobrecarregando o
sistema viário, saturando a infra-estrutura, drenagem, esgoto, energia elétrica e
outros.
O “Estudo de Impacto de Vizinhança” consiste em um instrumento que
permite a tomada de medidas preventivas pelo ente estatal com o propósito de evitar
o desequilíbrio no crescimento urbano e garantir condições mínimas de ocupação
dos espaços habitáveis, especialmente, os grandes centros.
Como forma de alcançar o planejamento urbano, o EIV é capaz de prever as
repercussões que determinados empreendimentos gerarão na região em que será
implementado para que o Poder Público, no momento necessário, adote medidas
que procurem amenizar efeitos e manter o equilíbrio da vida da população ao seu
redor. Trata-se de adequar a construção ao meio no qual será inserida ou vice-
versa.
É importante ressaltar que não importa se o empreendimento estará
localizado na área urbana. Na verdade, o importante para análise da região que
abrangerá o EIV será a localização do impacto gerado pelos empreendimentos e
não a localização geográfica do mesmo.
O EIV deverá demonstrar de forma clara a repercussão que a implementação
do empreendimento trará à vida e às atividades das pessoas que vivem ao seu
redor, bem como estimar seus efeitos sobre a infra-estrutura pública local.
Dessa forma, é possível definir o “Estudo de Impacto de Vizinhança” como
sendo um instrumento de controle jurídico do processo de desenvolvimento urbano
80
por meio da formulação de um estudo de possíveis modificações nas diversas
características socioeconômicas e biofísicas sofridas pelo meio ambiente urbano
que podem resultar de qualquer projeto proposto, consistente na construção,
ampliação e funcionamento de empreendimentos. O Estudo é uma forma de
compatibilizar os interesses individuais dos proprietários, consistentes na construção
de grandes empreendimentos com os interesses sociais, culturais e ambientais de
outros grupos e da cidade como um todo.
Caberá ao Poder Executivo Municipal, por meio do Estudo, a incumbência de
determinar a medida do equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos no
sentido da melhor utilização do solo urbano, um bem necessário para o
desenvolvimento sustentável da vida nas cidades.
5.7 Comentário
A pesquisa das legislações pertinentes ao tema evidencia um universo
extremamente amplo e abrangente a respeito das atitudes que deve-se ter quanto a
emissão de ruídos em todos os níveis e aspectos.
Os legisladores federais, estaduais e municipais preocupados com suas
instâncias determinaram diversos parâmetros de atuação. Preocupam-se com o
meio ambiente da construção, das relações com os trabalhadores que nele
desenvolvem as suas atividades e alcançam seus ganhos salariais para sua
manutenção e sobrevivência. Mostra também uma preocupação com as
normatizações a respeito da segurança e saúde dos trabalhadores e uma crescente
preocupação com os entorno da urbe propriamente dita, há também uma
preocupação com os impactos nos arredores gerados pelas fontes existentes nas
obras numa visão mais geral, uma preocupação com o ruído gerado na cidade e sua
relação de incomodamento com a vizinhança. Neste aspecto o desenvolvimento do
presente trabalho vem de encontro as aspirações dos legisladores que representam
um anseio de população quanto ao tema abordado.
81
6 ESTUDO DE CASO
6.1 A escolha do tipo de obra e local A experiência profissional do autor possibilitou que ele verificasse que há
realmente uma relação de incômodos nos arredores dos sítios de construção, já que
ele mesmo, como responsável pela implantação de diversos projetos, atendeu
vizinhos das obras que se sentiam perturbados com a realização dos
empreendimentos. Presenciando estas situações, surgiu o interesse no
desenvolvimento do presente trabalho, com a finalidade de se estudar melhor os
incômodos e seus níveis de ruído com a possibilidade de oferecer novos
procedimentos nas obras para minimização dos mesmos.
Para o desenvolvimento deste projeto seria necessário escolher uma obra
com características específicas que pudessem ser relacionadas em uma pesquisa
fiel aos níveis de incômodo emitidos pelos elementos que a compõem.
Edifícios residenciais ou comerciais em locais de alta densidade populacional,
em bairros de classe média alta, por sua característica própria, apresentam uma
população estritamente exigente quanto aos níveis de qualidade de vida e
extremamente mobilizada quanto ao seu espaço e condições de “habitação” do
ambiente urbano. Este tipo de população é altamente sensível aos níveis de
incômodo gerados ao seu redor. A obra de um edifício de 12 a 16 pavimentos nestas
áreas tem um prazo de execução razoavelmente extenso, durando de 24 a 36
meses, desde seu início até sua finalização. Sendo assim, este foi o tipo de obra
escolhido, pois durante sua execução relacionam-se todos os serviços de mão de
obra e equipamentos disponíveis nas atividades construtivas da engenharia civil,
que demonstram o comportamento e os incômodos causados pela mesma.
O objetivo é demonstrar quais incômodos são percebidos em maior ou menor
dimensão. Isso depende do entorno no qual está situada a obra. Para isso foram
82
pesquisadas obras nos bairros de classe média alta de São Paulo, como Moema
(onde o autor foi responsável por diversas construções), Pompéia, Perdizes, Vila
Mariana e Ipiranga. Estes bairros apresentam características similares de ocupação
e densidade populacional, porque ainda apresentam grande quantidade de terrenos
e construções ao lado de edifícios residenciais e comerciais. A demanda imobiliária
está fortemente em expansão e perturba grande parte da população.
6.2 O foco da obra Do amplo universo da construção civil, tem-se uma gama extremamente rica
de atividades peculiares que se desenvolvem ao longo do tempo de uma obra. Cada
tipo de obra apresenta um desenvolvimento de serviços voltado ao enfoque do que
se pretende realizar como, por exemplo, obras de grande porte de barragens,
portos, aeroportos e estradas, entre outras.
Nestes casos são utilizadas diversas técnicas de execução que apresentam
uma maior atividade inicial na modelagem topográfica do terreno, com enfoque
principal na utilização de maquinário de grande porte para trabalhar a terra:
escavadeiras hidráulicas, caminhões de grande porte fora da estrada, pás
carregadeiras, scraipers, moto niveladoras, tratores tipo lâmina e outros, realizam os
serviços necessários à implantação de uma obra.
Também há a aplicação de maquinário específico para a execução de
pavimentação, tais como mesas vibroacabadoras para a execução de pisos
asfálticos, betoneiras, vibradores e réguas acabadoras para a execução de pisos
rígidos. Aplicam-se em diversos casos marteletes e furadeiras para a realização de
serviços de acabamentos, furações e diversos outros. Por vezes há a utilização de
bate-estacas para obras de infra-estrutura necessárias na realização do
empreendimento.
Nas obras de pequeno porte, tais como reformas diversas em apartamentos,
casas e escritórios situados dentro da cidade, em regiões altamente adensadas,
83
qualquer atividade que se realiza gera um grande impacto (incômodo) no entorno
por menor que seja. Pequenos furos realizados para a fixação de uma simples
bucha que irá instalar um suporte de toalha geram diversas reclamações nos mais
diversos níveis.
Estas reclamações feitas pelos condôminos, por exemplo, ou até mesmo
reclamações em nível institucional das organizações governamentais (prefeitura, por
intermédio das regionais ou subprefeituras) e policiais, podem resultar em processos
por perturbação, quando não há níveis de agressões.
Desta observação do micro e do macro universo da construção civil, verifica-
se que nas atividades desenvolvidas ao longo da realização e implementação de
qualquer obra de quaisquer dimensões, existem serviços que geram impactos nos
arredores. Percebe-se também com a realização de uma pesquisa sobre os
impactos causados pela construção no público da cidade, que estes incômodos são
similares para todas e quaisquer atividades realizadas, em maior ou menor
proporção.
O trabalho baseou-se no conceito romano virtus in médium est (a virtude está
na média) que apresenta extrema coerência com a proposta deste mestrado
tecnológico, pois o mesmo é baseado em trabalhos de observação dos fatos com
vista técnica, constatação destes fatos, análise dos acontecimentos, tabulação das
pesquisas, verificação dos nexos e descrição de propostas e conclusões para
ganhos ambientais, sociais e econômicos além dos ganhos indiretos.
6.3 O critério adotado Critério (do latim criteriae) significa classificação segundo uma ordem de
valores e prioridades de um fator e torna-se imprescindível na elaboração da análise
de qualquer pesquisa cientifica que se pretenda realizar. Assim a elaboração de um
critério-padrão para a definição da análise de classificação dos elementos de uma
pesquisa é notadamente importante para a qualificação dos níveis de uma pesquisa.
84
No presente trabalho, (onde) o método utilizado baseou-se na aplicação de
um questionário que, devidamente analisado, resultou na percepção de que o
problema das emissões sonoras (ruídos) era o de maior significância para a
população entrevistada nos arredores dos sítios de construção escolhidos (edifícios
de 12 até 16 pavimentos - residenciais ou comercias), sendo o maior padrão de
incômodo gerado nos arredores dos canteiros de obras. O questionário aplicado
encontra-se no apêndice A.
Da pesquisa do nexo causal realizada em campo destes incômodos no sítio
de obra, e seguindo o método desenvolvido para a elaboração das fichas dos
equipamentos presentes no canteiro das obras responsáveis pelos ruídos que
causavam os incômodos (a busca pelas fontes geradoras dos ruídos) foram feitas
diversas medições que demonstraram os vários níveis de pressão sonora emitidos
pelas fontes. Esses níveis de emissão sonora em decibéis foram classificados em:
INSUPORTAVEL - acima de 100 dB a 10 metros de distância;
ALTÍSSIMO - de 95 A 100 dB a 10 metros de distância;
ALTO - de 90 A 95 dB a 10 metros de distancia;
MEDIO - de 80 A 90 dB a 10 metros de distância;
BAIXO - de 70 A 80 dB a 10 metros de distância;
NENHUM – abaixo de 70 dB a 10 metros de distância.
Estes níveis de classificação de incômodos por emissões sonoras estão
baseados nos padrões de suportabilidade sem dano para o trabalhador da NR-18 do
Ministério do Trabalho.
85
6.4. A hipótese gerada Com o campo de trabalho definido em obras de construção de edifícios
residenciais ou comerciais de médio porte (de doze a dezesseis pavimentos) gerou-
se uma pesquisa que foi aplicada a um universo amostral de moradores do
município de São Paulo.
Nesta pesquisa, com a vivência do autor e com os parâmetros de
incomodidade da cidade de São Paulo, foi aceitável estimar os possíveis impactos
(incômodos) gerados pelos sítios de construção civil dentro da malha urbana da
cidade.
Sendo assim, o questionário foi estruturado estimando os seguintes itens:
ruído;
pó;
lama;
vibrações;
impactos;
recalques;
quedas de objetos;
trânsito;
estacionamento irregular para carga e descarga;
infestação de insetos e outros seres (ratos, baratas, pernilongos);
vapores e odores;
outros.
86
7 A PESQUISA
7.1 Apresentação da pesquisa
A seqüente pesquisa estatística elaborada focou-se na obtenção de conjunto
de elementos respeitantes a um fato social, representativo e que pudesse explicar a
sistemática do comportamento de um fenômeno baseado numa quantidade
representativa da massa que pudesse ser investigada, organizada e analisada a
ponto de se tirar conclusões sobre o comportamento da amostra e expandi-las à
população. O conjunto de dados obtidos com a amostra tem por fim representar a
tendência de comportamento de uma forma gráfica e possivelmente propor
conclusões de comportamento de uma população a respeito de um tema.
7.2 Pesquisa
Com o escopo do trabalho definido, o universo de atuação delimitado, aplicou-
se um questionário (apêndice A) a uma amostra de 510 moradores de bairros
específicos da cidade de São Paulo para a verificação em campo das hipóteses
levantadas. Este questionário foi elaborado com uma abrangência mais ampla
possível dos incômodos gerados pelas obras de construção civil. Há a preocupação
de isenção quanto à elaboração das questões para evitar o direcionamento das
respostas.
Deste total obteve-se o preenchimento e resposta de 210 questionários.
Os questionários foram entregues na portaria dos edifícios aos quais teve-se
acesso e a pesquisa foi explicada aos funcionários que trabalhavam no momento no
prédio. Após o período de uma semana retornou-se para o recolhimento.
87
7.3 Condições de aplicação da pesquisa
Universo amostral – Município de São Paulo.
População: Habitantes do município de São Paulo.
Amostra: (n) 210 , 30 por Bairro.
A escolha de 30 pesquisados por bairro se dá para que não haja maior
contribuição de um bairro em relação aos outros, desta forma temos uma maior e
melhor idéia do comportamento da região amostrada como um todo, evitando uma
tendência de regionalização da pesquisa.
Conforme podemos constatar no mapa de localização dos bairros onde se
aplicou o questionário, estes se distribuem localizados concentricamente a Sé,
praticamente eqüidistantes do ponto referencial central do município, o marco zero
na praça da Sé, numa região denominada de centro expandido da cidade
Bairros amostrados por apresentarem as mesmas características de
população, densidade, nível econômico, nível educacional, quantidade de
lançamentos imobiliários são:
- Perdizes;
- Pompéia;
- Vila Mariana;
- Moema;
- Ipiranga;
- Moema Baixo;
- Vila Mariana Baixa.
88
Figura 19: Bairros onde foram distribuídos os questionários Fonte: Elaborado pelo autor ( 2010)
89
7.4 Resultado da Tabulação
A tabulação dos dados da pesquisa apresenta-se por bairro no apêndice B,
mas abaixo na tabela 5 é possível visualizar o resultado geral encontrado por meio
da aplicação do questionário.
Tabela 05: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - total
Bairros A B C D E F G H I J K L Moema 116 94 40 63 39 42 46 50 49 24 23 7 Pompéia 86 45 18 29 32 30 37 54 48 20 13 16 Perdizes 100 60 25 39 45 19 26 59 40 38 36 16
Vila Mariana 99 59 42 43 27 36 37 42 48 22 24 11 Ipiranga 89 52 27 40 28 37 45 27 42 39 23 7 Moema B 94 75 31 32 25 25 38 31 42 24 15 7
V. Mariana B 76 73 33 32 30 27 33 37 26 28 14 6 Total 660 458 216 278 226 216 262 300 295 195 148 70 Média 94,29 65,43 30,86 39,71 32,29 30,86 37,43 42,86 42,14 27,86 21,14 10
D. Médio 9,18 13,06 6,45 7,67 5,55 6,41 4,78 9,84 5,31 6,12 6,12 3,71 Variância 159,57 272,29 71,14 131,24 51,9 63,14 46,95 143,81 63,48 58,81 65,14 19,33D. Padrão 12,63 16,5 8,43 11,46 7,2 7,95 6,85 11,99 7,97 7,67 8,07 4,4 Incerteza 0,87 1,14 0,58 0,79 0,50 0,55 0,47 0,83 0,55 0,53 0,56 0,30
Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
7.5 Análise Estatística
Da visualização dos dados obtidos na amostra pode-se já verificar
numericamente, o que será demonstrado a seguir graficamente, que existe uma
disposição sobre os problemas levantados que se apresenta da seguinte forma
demonstrada em porcentuais.
90
Gráfico 01: Total de dados coletados da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Como demonstra a distribuição percentual, esta visualização apresenta os
incômodos constatados pela pesquisa do maior para o menor.
Para uma melhor análise da distribuição de dados, a seguir serão expostos
outros padrões de análise estatística.
91
Gráfico 02: Média dos dados coletados da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
A média como era de se esperar apresenta um comportamento proporcional a
distribuição percentual, indicando que os incômodos constatados se comportam
desta mesma forma.
92
Gráfico 03: Desvio Médio dos dados coletados da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Verificando o indicador do desvio médio pode-se também constatar que os
desvios encontrados, aqui demonstrados são proporcionais e coerentes, não
apresentando nenhuma variação significativa.
93
Gráfico 04: Desvio Padrão dos dados coletados da Pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
O desvio padrão acima demonstrado fornece um parâmetro de o quanto a
pesquisa pode ter se desviada. Mesmo se subtrair o maior desvio do maior
incômodo e somarmos o maior desvio no segundo maior incômodo, ainda assim as
duas posições não serão alteradas, o que resulta num indicativo muito bom de que a
classificação é válida.
94
Gráfico 05: Variância dos dados coletados da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Considerando o indicador da variância, a conclusão é a mesma.
95
Gráfico 06: Moda estatística dos dados coletados da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Verificando a Moda tiramos a mesma conclusão.
No apêndice C, é possível visualizar a análise dos incômodos por bairro e por
gênero (masculino/feminino). Na figura abaixo visualiza-se o total de incômodo de
todos os bairros pesquisados e conclui-se que se subtrair de 660 a variação de
12,63 obtém 647,37 e se somar a 458 a variação de 16,50 obtém 474,50 o que
certifica que o ruído, mesmo que considerando as variações estatísticas existentes,
é sem dúvida o maior incômodo gerado por sites de obras de construção civil.
96
Gráfico 07: Total e variação por bairro – Geral Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
O gráfico abaixo demonstra ainda que os percentuais por gênero dos
entrevistados, não demonstram nenhum fator significativo, distribuindo-se quase que
igualitariamente entre homens e mulheres.
Gráfico 08: Distribuição por gênero Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
97
7.6 Resultados
Constatou-se que de um universo amostral de aproximadamente 210
entrevistados, obtivemos uma classificação porcentual dos problemas causados por
obras nos seus arredores, que se distribui da seguinte forma:
Gráfico 09: Problemas causados por obras nos seus arredores Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Da verificação dos parâmetros estatísticos de posição e variação, verifica-se
que por maiores que sejam as variações obtidas nesta amostra, existe uma
significativa tendência dos incômodos gerados nas obras se apresentem da forma
acima exposta.
98
7.7 Análise dos resultados
Na análise dos dados fornecidos pela pesquisa, o resultado tem conformidade
com o problema levantado. Todos os itens avaliados pelos entrevistados, em menor
ou maior escala, estão sempre presentes em sítios de construções, e seguem a
seguinte ordem de incômodo do maior para o menor:
ruído;
pó;
vibrações;
impactos;
estacionamento irregular para carga e descarga;
infestações de insetos (ratos, baratas, pernilongos);
vapores e odores;
lama;
recalques;
quedas de objetos;
trânsito;
outros.
7.8 Impactos ambientais e seus agentes
Abaixo, os equipamentos, máquinas e diversos processos construtivos que
geram os principais impactos e incômodos causados pela construção civil:
Ruído:
serras circulares (bancada
ou portáteis);
policorte;
serra mármore;
furadeiras;
perfuratrizes;
marteletes;
vibradores;
compressores;
betoneiras;
bombas;
veículos em geral.
99
Os índices de poluição sonora são demonstrados na figura a seguir, que
exemplifica, de acordo com as cores verde, amarelo e vermelho, quais situações do
nosso dia-a-dia emitem sons aceitáveis ou não. O martelo pneumático, utilizado nos
sítios de construção, está entre os maiores poluidores sonoros, perdendo apenas
para aviões.
Figura 20: Índices de poluição sonora Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Pó:
demolições;
entulhos;
descarga de alguns tipos de materiais;
movimentação de equipamentos;
processamento de materiais.
Vibrações e impactos:
estaqueamentos;
100
tráfego de equipamentos pesados;
aplicação de equipamentos do tipo rolo compressor vibratório.
Estacionamento irregular para carga e descarga:
tráfego de equipamentos pesados.
Infestações de insetos e outros seres (ratos, baratas, pernilongos):
acúmulo inadequado de materiais de construção.
7.9 O padrão de incômodo
Para que haja um padrão dos incômodos gerados, será empregada a
seguinte classificação:
Incômodo alto: nível de ruído acima de 90 decibéis a 10 metros da fonte
emissora;
Incômodo médio: nível de ruído entre 60 e 90 decibéis a 10 metros da fonte
emissora;
Incômodo baixo: nível de ruído abaixo de 60 decibéis a 10 metros da fonte
emissora.
Cabe destacar que a determinação da distância de 10 metros é recomendada
para esta análise, pois é a partir desta distância que pode haver a presença de
vizinhos , portanto de incômodos para o entorno.
7.10 A busca pelos incômodos na obra
101
Na busca pelo principal incômodo gerado no canteiro de obra que foi indicado
pela pesquisa realizada, foi-se a campo para executar o levantamento e verificação
das fontes geradoras existentes, executando medições exploratórias para assim
poder verificar-se os dados obtidos na pesquisa. Para demonstrar que o ruído é um
dos principais incômodos diretos causado pela construção civil, foram criadas fichas
de análise dos equipamentos para que o mesmo fosse avaliado em relação a seu
nível de emissão de ruídos :
Ficha 01: Medidor de pressão sonora (Decibelímetro);
Ficha 02: Betoneira;
Ficha 03: Caminhão Basculante;
Ficha 04: Caminhão Betoneira;
Ficha 05: Caminhão Bomba;
Ficha 06: Furadeira;
Ficha 07: Policorte;
Ficha 08: Serra Circular;
Ficha 09: Vibrador.
Ficha 10: Pistola Finca Pinos;
Ficha 11: Martelete;
Ficha 12: Serra Mármore.
102
7.11 Medidor de Pressão Sonora (Decibelímetro)
O decibelímetro foi o instrumento de medição utilizado para a verificação dos
ruídos emitidos.
Ficha 01: Decibelímetro. Nome do Equipamento: Decibelímetro
Especificações Técnicas
Utilização do equipamento Medições realizadas com o aparelho a altura de 1,50m em relação ao piso com o microfone direcionado para a fonte emissora. As medições foram realizadas as distâncias de 2, 5, 10 metros em relação a fonte emissora dos ruídos para se verificar o decaimento da onda de energia sonora com o aumento da distância conforme gráfico ao lado. As medições foram realizadas durante a execução dos serviços no canteiro de obras sem interferência no andamento dos serviços. A condição da medição feita em obra foi realizada na situação de trabalho
Emissão de Ruído – Em escala de Distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
dB
dB
dB
Faixa 35 dB a 130 dB Precisão ±1,5dB (94dB/1kHz) Resolução 0,1 dB F. de Frequência 31,5 Hz a 8k Hz Microfone Eletreto de ½” IEC – 561 tipo 2 ANSI – S1.4 Tipo 2 Operação 0ºC - 40ºC UR – 90%
10 m
103
7.12 Análise de ferramentas utilizadas na construção civil
7.12.1 Betoneira
Ficha 02: Betoneira Nome do Equipamento: Betoneira
Especificações Técnicas
Frequência de utilização diária; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclos de 35
minutos a 4 horas; Nível de incômodo: nenhum.
Utilização do equipamento: Mistura de matérias (areia, pedra, cimento e cal) para execução de diversos serviços: concretos, argamassas e grautes. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde a betoneira elétrica se encontrava em um ambiente especifico, isolada do canteiro e acessada unicamente por funcionário habilitado para sua manipulação, o local era isolado do canteiro por paredes de alvenaria e porta . Era utilizada para mistura de argamassas e grautes.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
68 dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V Corrente 10 A Rotações 35 Rpm Frequência 60 Hertz
10 m
104
7.12.2 Basculante
Ficha 03: Caminhão basculante Nome do Equipamento: Caminhão Basculante
Especificações Técnicas
Frequência de utilização semanal; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclos de 5 a
30 minutos; Nível de incômodo baixo.
Utilização do equipamento: Aplicação em serviços diversos durante as fases da obra. Transporte de terra para bota fora, descarga de materiais pesados (areia, pedra). Fases de utilizações na obra: Constante desde a fundação até o acabamento com maior intensidade nas fases iniciais da obra. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde se encontrava a céu aberto (ambiente não confinado), não existindo nenhum tipo de interferência na emissão de ruído gerada pelos equipamentos.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
78 dB
Alimentação Motor diesel
Bomba Hidráulica Acionamento Motor do caminhão Rotações 500 a 3500 Rpm
10 m
105
7.12.3 Caminhão Betoneira
Ficha 04: Caminhão betoneira Nome do Equipamento: Caminhão Betoneira
Especificações Técnicas
Freqüência de utilização semanal; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclo de 4 a
12 horas; Nível de incômodo médio.
Utilização do equipamento: Aplicação em serviços de concretagens diversas para o transporte da massa de concreto até o local da aplicação. Fases de utilizações na obra: Constante desde a fundação até a cobertura. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde se encontrava a céu aberto (ambiente não confinado), não existindo nenhum tipo de interferência na emissão de ruído gerada pelos equipamentos.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
88 dB
Alimentação Motor diesel
Bomba Hidráulica Acionamento Motor do caminhão Rotações 500 a 3500 Rpm
10 m
106
7.12.4 Caminhão Bomba
Ficha 05: Caminhão bomba Nome do Equipamento: Caminhão Bomba
Especificações Técnicas
Freqüência de utilização semanal; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclo de 4 a
12 horas; Nível de incômodo alto.
Utilização do equipamento: Aplicação em serviços de concretagens diversas para o transporte da massa de concreto até o local da aplicação. Fases de utilizações na obra: Constante desde a fundação até a cobertura. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde se encontrava a céu aberto (ambiente não confinado), não existindo nenhum tipo de interferência na emissão de ruído gerada pelos equipamentos.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
92 dB
Alimentação Motor diesel
Bomba Hidráulica Acionamento Motor do caminhão Rotações 500 a 3500 Rpm
10 m
107
7.12.5 Furadeira
Ficha 06: Furadeira Nome do Equipamento: Furadeira
Especificações Técnicas
Frequência de utilização diária; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclos de 5 a
10 minutos durante o dia; Nível de incômodo baixo.
Utilização do equipamento: Furações diversas em variados materiais, tais como madeiras, metais, concreto e gesso. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde a furadeira de bancada se encontrava em um ambiente especifico, isolada do canteiro e acessada unicamente por funcionário habilitado para sua manipulação, o local era isolado do canteiro por paredes de alvenaria e porta . Era utilizada para usinagem de peças de caixilharia. A furadeira móvel que percorria a mesma obra era utilizada em serviços diversos nos locais fechados para a instalação de diversos sistemas.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
72 dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V Corrente 5,3 A Rotações 2500 Rpm Frequência 60 Hertz
10 m
108
7.12.6 Policorte
Ficha 07: Policorte
Nome do Equipamento: Policorte
Especificações Técnicas
Frequência de utilização de uma a
duas vezes por semana;
Intensidade de utilização;
Duração da utilização: ciclos de 25
minutos;
Nível de incômodo médio.
Utilização do equipamento:
Cortes de barras de aço e metais em geral, tais como: aço de obra CA 50, aço de obra CA 60, perfis de alumínio e barras de cobre. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra na sua fase estrutural. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde a policorte se encontrava em um ambiente especifico, isolada do canteiro e acessada unicamente por funcionário habilitado para sua manipulação, o local era isolado do canteiro por paredes de alvenaria e porta.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
89dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V Corrente 8,3 A Rotações 12.000 Rpm Frequência 60 Hertz
10 m
109
7.12.7 Serra Circular
Ficha 08: Serra Circular
Nome do Equipamento: Serra Circular
Especificações Técnicas
Frequência de utilização diária;
Intensidade de utilização;
Duração da utilização: ciclos de 30
minutos a 1 hora;
Nível de incômodo altíssimo.
Utilização do equipamento: Cortes de madeiras e chapas compensadas, tais como: tábuas, caibros e sarrafos.
Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra na sua fase estrutural. A condição da medição feita na obra em questão foi realizada na situação de trabalho onde a serra circular se encontrava em um ambiente especifico, isolada do canteiro e acessada unicamente por funcionário habilitado para sua manipulação, o local era isolado do canteiro por paredes de alvenaria e porta. Era utilizada para o corte e usinagem de diversas peças de madeira.
Emissão de ruído – Em escala de
distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
95 dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V
Corrente 5,3 A
Rotações 1.950 Rpm
Frequência 60 Hertz
10 m
110
7.12.8 Vibrador
Ficha 09: Vibrador
Nome do Equipamento: Vibrador
Especificações Técnicas
Frequência de utilização de uma a
duas vezes por semana;
Intensidade de utilização;
Duração da utilização: durante todo o
dia de concretagem com paradas de
20 minutos;
Nível de incômodo médio.
Utilização do equipamento: Adensamento do concreto lançado nas peças estruturais. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra na sua fase estrutural.
A medição executada na obra foi realizada na condição de trabalho durante a vibração de peças de concreto basicamente ao ar livre sem nenhuma barreira para impedir a dissipação do som.
Emissão de ruído – Em escala de
distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
5m
89dB
2m
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V
Corrente 5,3 A
Rotações 3.000 Rpm
Frequência 60 Hertz
10 m
111
7.12.9 Pistola Finca Pinos
Ficha 10: Pistola finca pinos Nome do Equipamento: Pistola Finca Pinos
Especificações Técnicas
Freqüência de utilização diária; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclos de 5 a
10 minutos durante o dia; Nível de incômodo médio.
Utilização do equipamento: Fixação de pinos por impacto gerado por percussão a tiro para instalação dos mais diversos tipos de materiais: placas de madeira, placas de gesso, caixilhos, batentes, arranques e telas. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra. Foi feita a medição durante a execução dos trabalhos em ambientes já acabados com paredes e caixilharia.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
82 dB
Alimentação Cartuchos de pólvora
Freqüência Impacto de tiros
10 m
112
7.12.10 Martelete
Ficha 11: Martelete Nome do Equipamento: Martelete
Especificações Técnicas
Freqüência de utilização diária; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclos
de 5 a 10 minutos durante o dia; Nível de incômodo altíssimo.
Utilização do equipamento: Furações e demolições diversas de arestas e peças de concreto. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra. A medição executada na obra foi realizada na condição de trabalho durante o rompimento de peças de concreto basicamente ao ar livre sem nenhuma barreira para impedir a dissipação do som.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
98dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V Corrente 10 A Rotações 5.500 Rpm Freqüência 60 Hertz
10 m
113
7.12.11 Serra Mármore
Ficha 12: Serra Mármore Nome do Equipamento: Serra Mármore
Especificações Técnicas
Freqüência de utilização
diária; Intensidade de utilização; Duração da utilização: ciclo de
2 a 4 horas; Nível de incômodo médio.
Utilização do equipamento: Cortes de peças de acabamento diversas, tais como madeira, metais, tijolos, concreto, plásticos, azulejos, cerâmicas, mármores, granitos e granilites. Fases de utilizações na obra: Durante todo o andamento da obra, com maior intensidade na fase de acabamento. Foi feita a medição durante a execução dos trabalhos em ambientes já acabados com paredes e sem caixilharia.
Emissão de ruído – Em escala de distância
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Fonte
2 m
5 m
81dB
Alimentação Elétrica
Tensão 220 V Corrente 7,5 A Rotações 12.500 Rpm Freqüência 60 Hertz
10 m
114
7.13 Padrão de incômodo encontrado na obra
Com a aplicação do decibelímetro e a metodologia de medição aplicada
verificou-se que os potenciais de incômodos encontrados nas obras pesquisadas na
questão de emissão de ruídos foram os seguintes níveis captados a dez metros das
fontes de emissão sonora:
Betoneira - 68 dB a 10m;
Caminhão Basculante - 78 dB a 10m;
Caminhão Betoneira - 88 dB a 10m;
Caminhão Bomba - 92 dB a 10m;
Furadeira - 72 dB a 10m;
Policorte - 89 dB a 10m;
Serra Circular - 95 dB a 10m;
Vibrador - 89 dB a 10m.
Pistola Finca Pinos - 82 dB a 10m;
Martelete - 98 dB a 10m;
Serra Mármore - 81 dB a 10m;
Dessa maneira, a classificação foi a seguinte:
1. Martelete - 98 dB;
2. Serra Circular - 95 dB;
3. Caminhão Bomba - 92 db;
4. Policorte - 89 dB;
5. Vibrador - 89 dB;
6. Caminhão Betoneira - 88 dB;
7. Pistola Finca Pinos - 82 dB;
8. Serra Mármore - 81 dB;
9. Caminhão Basculante - 78 dB;
10. Furadeira - 72 dB;
11. Betoneira - 68 dB.
115
8 FERRAMENTAS PROPOSTAS PARA A DIMINUIÇÃO DOS IMPACTOS CAUSADOS
O ideal seria repensar-se os processos e métodos construtivos empregados
na indústria da construção civil, talvez a exemplo dos métodos e processos
empregados em outros países como os Estados Unidos da América (estruturas de
aço, fechamentos em painéis pré-fabricados, aplicação de madeira, painéis tipo dry
wall – o que é extremamente questionável do ponto de vista ambiental devido ao
grande desmatamento causado e a contaminação pelo ciclo de vida dos materiais
empregados). Apenas e simplesmente a importação dos processos construtivos
não é a solução para o problema constatado.
A capacidade operacional da engenharia nacional é invejada por diversos
países, fato de orgulho nacional e por vezes produto de exportação de tecnologia e
know-how. Neste aspecto, deve-se e pode-se desenvolver condições e
características para se melhorar os impactos causados pela construção nos seus
arredores sem nenhuma necessidade de se importar processos, padrões ou
procedimentos de outros países. Deve-se sim, a exemplo do que acontece em
outras localidades exigir, desenvolver, analisar e implantar dispositivos que
incrementem a melhoria da qualidade de vida num aspecto mais amplo e irrestrito
da sociedade como um todo.
Assim, mantendo o padrão produtivo nacional já extremamente difundido e
arraigado em na cultura, além de muito similar a grande maioria dos processos
construtivos utilizados em boa parte do mundo, propõe-se por meio deste trabalho
a aplicação de alguns procedimentos para se minimizar o impacto ambiental direto
nos arredores da construção.
Listados os principais inconvenientes causados por obras nos arredores, e
constatados os agentes causadores destes fatores, incorre-se agora numa análise
das possíveis soluções de procedimentos, treinamentos e utilização dos
equipamentos, substituições, adequações, formas de aplicação e outras para se
116
incrementar o ganho que se espera, a diminuição dos incômodos causados pelas
obras.
8.1 Controle da exposição ao ruído em canteiros de obras Com o objetivo de oferecer medidas para diminuição do ruído no canteiro de
obras, o presente trabalho reserva este capítulo para sugerir medidas gerais e
específicas de controle da exposição ao ruído, onde sistematicamente apresenta
algumas medidas de implantação na engenharia.
8.1.1 Controle na esfera da engenharia
Uma grande parte do ruído nos canteiros de obras pode ser atenuada ou
eliminada com medidas preventivas eficazes. Além disso, tais medidas podem ser
encaradas como um investimento, pois delas deriva um retorno financeiro graças à
melhoria de produtividade dos trabalhadores e uma melhor performance das
máquinas. Há, no entanto, muitos casos nos quais somente com a substituição da
máquina ou do processo ruidoso podem-se alcançar níveis aceitáveis nos
ambientes de trabalho.
O custo de diversas medidas de atenuação sonora depende do tipo de
medida adotada e do momento em que isso ocorre. Geralmente, adotar medidas
de controle depois da compra de máquinas ruidosas onera mais as empresas do
que quando elas optam por adquirir máquinas mais caras, em geral mais modernas
e silenciosas.
O controle da exposição ao ruído é um conjunto de medidas técnicas que
visa à atenuação ou a eliminação do ruído e de seus efeitos em determinado
ambiente. Essas medidas são aplicadas em um sistema formado pela fonte
geradora, pela trajetória do som e pelo receptor. Fonte é a parte do sistema que
produz a energia acústica. Pode ser um motor, o ar que flui através de uma
117
tubulação ou os dentes de uma engrenagem. A trajetória compreende todos os
meios por onde o som pode propagar-se, como estruturas sólidas, meios líquidos e
gasosos. O terceiro componente do sistema, o receptor, é o próprio trabalhador ou
no caso do presente estudo o vizinho incomodado.
As medidas sobre a fonte sonora e sobre a trajetória do som são geralmente
mais eficientes, porém na maioria das vezes mais complexas e onerosas para a
empresa. Com freqüência são denominadas medidas de controle de engenharia e
consistem em ações baseadas em projeto que intervêm diretamente na máquina
ou no ambiente entre a fonte e o trabalhador ou vizinho.
8.2 Medidas prévias de controle de ruído para instalação do
canteiro de obras
As medidas prévias de controle de ruído são aquelas que, na instalação do
canteiro de obras, visam conseguir os menores níveis possíveis de ruído em todos
os ambientes de trabalho, bem como minimizar a exposição dos trabalhadores e
conseqüentemente diminuir o incomodo aos vizinhos do site da obra.
A construção civil caracteriza-se por uma dinâmica de instalação e
desinstalação de canteiros de obras com suas respectivas máquinas. Geralmente
essa prática não leva em conta o aumento do ruído gerado pela escolha, má
fixação e falta de manutenção de máquinas; pela seleção de métodos alternativos
de trabalho e pelo arranjo físico dos canteiros de obras.
Assim, antes mesmo da instalação do canteiro de obras, faz-se necessário
um estudo prévio dos fatores intervenientes no processo de geração de ruído, que
poderá ser realizado pelos projetistas ou engenheiros responsáveis pela obra, que
deverão adotar o princípio de máxima redução dos níveis sonoros gerados pelo
processo produtivo da Construção Civil considerando, pelo menos, os seguintes
itens:
118
Especificação de máquinas e ferramentas: na compra de máquinas e
ferramentas, deve-se levar em conta os níveis de ruído por elas gerado. Por
isso, os responsáveis pela especificação e aquisição devem ser treinados e
compromissados para adquirir as que atendam não só às necessidades
técnicas e financeiras, como as que gerem os menores níveis sonoros;
Seleção de métodos: a diminuição do ruído também pode ser alcançada
com a seleção de novos métodos operacionais e materiais empregados. Um
trabalho ruidoso pode ocasionalmente ser substituído por outro mais
silencioso. Pode-se, por exemplo, utilizar concreto usinado em vez prepará-
lo no canteiro de obras;
Fixação das máquinas: as vibrações de uma máquina se transmitem para
sua base, o que aumenta o ruído gerado. Pode-se reduzir
consideravelmente esse ruído por sua instalação sobre amortecedores de
vibração fixados em base de inércia assentada sobre areia ou cortiça;
Manutenção das máquinas: as máquinas usadas e mal conservadas em
geral produzem ruído mais intenso que as novas ou bem conservadas;
conseqüentemente, as empresas deverão elaborar um programa de
manutenção de suas máquinas que adote princípios preventivos e/ou
preditivos, cuidando para que sejam realizadas as revisões diárias e
periódicas, bem como efetue os necessários reparos, lubrificações e
substituições de peças de máquinas desgastadas ou danificadas;
Arranjo físico: o arranjo físico no canteiro de obras é muito importante para
limitar o número de trabalhadores expostos ao ruído ou, pelo menos,
diminuir a dose diária de exposição de vários deles. Assim o posicionamento
de máquinas como betoneiras e policorte, a demarcação e limitação de
acesso às áreas onde se realizam tarefas ruidosas e o estabelecimento de
locais de armazenamento e outros, são alguns exemplos que podem fazer
parte de um arranjo físico adequado.
119
8.3 Medidas gerais de controle de ruído para canteiros de obras
implantados
Medidas gerais de controle de ruído são as que ajudam o engenheiro na
tomada de decisão em relação às máquinas ou aos processos ruidosos cuja
solução não é óbvia ou conhecida. A redução do ruído na fonte ou na sua trajetória
são meios mais racionais de controle do que os aplicados sobre o trabalhador, mas
requerem projetos adequados de barreiras acústicas e modificações de máquinas e
processos. Como já citado, abrangem medidas tecnicamente complicadas e de
custo elevado, o que explica a dificuldade de empresários e fabricantes de
máquinas em implantá-las. Algumas medidas de caráter geral são:
Redução da intensidade da vibração por meio da manutenção do equilíbrio
dinâmico, da diminuição das forças que atuam na peça que vibra, da
redução do número de rotações por minuto e do aumento da duração do
ciclo de funcionamento;
redução da turbulência e velocidade dos fluidos em dutos;
substituição de equipamentos que causem impactos por outros que utilizem
forças progressivas;
transformação de movimentos alternativos em rotativos;
substituição de parada repentina por frenagem progressiva;
substituição de engrenagens de dentes retos por outras de dentes
helicoidais e substituição, quando possível, de metal por plástico ou outros
materiais;
instalação de elementos amortecedores nos pontos de contato entre a
máquina e a base;
elaboração de projeto, ou substituição de hélices apropriadas para
ventiladores.
É importante ressaltar que na existência de mais de uma fonte de ruído em
determinada área, deve-se controlar primeiro a fonte mais ruidosa para conseguir
uma redução eficaz do nível de ruído geral, daí a necessidade de se conhecer cada
fonte sonora presente nos ambientes de trabalho.
120
O controle do ruído mediante a intervenção na trajetória, na Construção
Civil, é conseguido basicamente pelo enclausuramento parcial ou total da fonte e
consiste em criar uma barreira acústica para a trajetória de propagação do som,
sendo uma solução prática e viável para a redução de ruído de uma máquina já
instalada e em funcionamento. O enclausuramento total é feito criando um
invólucro em tomo da fonte, com somente pequenas aberturas para permitir a sua
ventilação, enquanto o parcial consiste na instalação de barreiras acústicas
revestidas ou não com materiais de absorção sonora. O material da estrutura do
invólucro e das barreiras deve ser de alta densidade e ter dimensões apropriadas
para dissipar as ondas sonoras através de suas reflexões nas paredes internas do
invólucro, ou evitar a transmissão do som pelas barreiras.
Por outro lado, o material de revestimento tem de ser leve e de poros
fechados para proporcionar uma boa absorção acústica. A eficiência de um
enclausuramento depende de quatro fatores principais: o volume do invólucro, o
número de aberturas necessárias para entrada de ar de refrigeração e inspeção, o
tipo de parede (simples, dupla, composta etc.) que determina a perda de
transmissão das paredes e o revestimento interno responsável pela energia sonora
absorvida dentro do invólucro. Além disso, é necessária uma parede de medidas
suplementares, como vedação do invólucro, isolamento da fonte por meio de
materiais resilientes ou coxins e montagem adequada do equipamento.
O apêndice D apresenta algumas figuras para o ambiente de
enclausuramento, demonstrando possíveis soluções para mitigação dos ruídos.
121
8.4 Propostas gerais de controle de ruído para os principais
equipamentos utilizados nos canteiros de obras implantados
1 Martelete - 98 dB
O Martelete tem uma emissão de 98 dB a dez metros de distância. Este
material é um equipamento de desmonte de partes sólidas (concreto basicamente
mas podendo ser aplicado para pavimentos asfálticos, além de outras aplicações
esporádicas). O princípio de seu funcionamento está baseado na projeção com
certa força gerada por ar ou motor elétrico de uma massa para impactar a peça a
ser desmontada.
O ruído gerado por este equipamento trata-se de um ruído de impacto
gerado pela ponteira metálica e o concreto impactado, outro fator interveniente
quando acionado por compressor de ar gera a emissão de ruído ocasionado pela
utilização do compressor que hoje encontra-se resolvida pela aplicação de
abafadores nos motores dos compressores; quando acionados por motores
elétricos as emissões destes motores não atingem valores maiores que 55 dB.
Então o ruído é efetivamente gerado pelo impacto de partes duras entre
ponteira da máquina e peça a ser demolida o que não pode ser modificado no
processo.
A solução proposta para a diminuição do ruído emitido para os arredores é a
aplicação de uma campânula de trabalho que se trata de uma cabine de dimensões
apropriadas para a realização dos trabalhos fabricada com material específico para
a contenção e absorção do ruído emitido em seu interior, esta cabine deve ser de
fácil montagem e desmontagem com armação tubular em sua estrutura e revestida
com material resistente fisicamente e acusticamente para o bom desenvolvimento
dos trabalhos.
122
2 Serra Circular - 95 dB
Trata-se de um equipamento presente em cem por cento dos canteiros de
obras de construção civil no Brasil e apresenta um uso constante para a usinagem
dos mais diversos tipos de madeiras presentes nas fôrmas para a execução de
concretagens e permanece na obra de seu início a seu final sendo utilizado
continuamente e responsável pela maioria das reclamações sobre ruídos emitidos
nas obras, seu uso é praticamente continuo em maior ou menor intensidade ao
longo do desenvolvimento dos serviços da obra.
Trata-se de um equipamento que funciona acionado por um motor elétrico
fixado em uma bancada e transmite seu movimento de rotação por meio de uma
correia para um mancal onde é fixada uma lâmina de serra de aço de forma circular
composta por dentes endurecidos termicamente. A alta rotação do motor
transmitida para a serra e seu movimento circular permite o corte das madeiras pro
impacto e velocidade funcionando verdadeiramente como uma lâmina.
Também existem equipamentos portáteis que são utilizados mais raramente
nos canteiros, mas na maioria deles o setor de serragem é centralizado e poucos
funcionários tem acesso devido ao perigo na utilização deste equipamento. É um
ambiente restrito pela própria engenharia de segurança do trabalho e somente
funcionários habilitados podem acessar o local.
Como já existe a restrição de acesso e utilização deste equipamento seria
muito proveitoso em todos os aspectos que a serra circular se encontra-se em um
ambiente fechado o que já é exigido pela NR-18, por motivo de segurança dos
operários da construção.
Assim já fica mais fácil a implantação de uma área acusticamente tratada ao
redor da serra circular central, esta área deverá ser fechada com portas e janelas
que propiciem uma ventilação e iluminação apropriadas ao desenvolvimento dos
trabalhos a serem realizados, a porta deve apresentar dispositivo de fechamento
123
automático (mola) para que os ruídos gerados no interior deste setor não se
dispersem pela obra e seus arredores.
A implantação de coxins devidamente dimensionados no motor e no mancal
do equipamento também auxiliaria na emissão de ruídos por vibração.
3 Caminhão Bomba - 92 db
Trata-se de um caminhão comum de mercado equipado com motor diesel e
munido de uma bomba hidráulica de pistão que é acionada pelo motor do próprio
caminhão. Em alguns modelos o motor da bomba que também é diesel é separado
do propulsor do caminhão, a bomba hidráulica aciona êmbolos (pistões hidráulicos)
que empurram o concreto, devidamente dosado por uma tubulação metálica até o
local de aplicação.
Este equipamento é utilizado na obra nas concretagens dos pavimentos
(lajes, vigas e pilares) e seu uso varia de semanal a quinzenal.
Dois ruídos são originados por este equipamento, o primeiro e mais contínuo
é originado na aceleração do motor diesel que impulsiona a bomba e funciona a
rotações elevadas e o segundo vem do tranco que o pistão faz com o concreto,
este não tão elevado quanto o do motor.
A solução prioritária consiste no tratamento do ruído gerado pelo motor
diesel e reside basicamente no tratamento por meio da implantação de
absorvedores acústicos no habitáculo do motor assim como a disposição de novos
e maiores silenciadores de ruído no cano de escapamento dos gases do motor;
estas disposições estão mais ligadas a indústria automobilística do que a própria
obra em sí.
A nível de canteiro de obras caberá ao administrador do canteiro gerenciar
nas datas de concretagem, a correta disposição dos caminhões, de preferência
internamente ao canteiro, seu correto estacionamento e orientar os motoristas a
124
manterem seus motores em marcha lenta para diminuir a emissão de incômodos
(ruído, fumaça).
4 Policorte - 89 dB;
Este equipamento é muito similar a serra circular, parte do mesmo princípio
de corte por alta rotação tendo seu acionamento feito por meio de um motor
elétrico que transmite sua rotação para um mancal que está equipado com um
rebolo de corte para executar cortes em metais, basicamente o aço utilizado nas
armações do concreto armado.
É empregado no canteiro de obra durante toda a fase de estrutura.
Também deve estar disposto em ambiente separado por motivos de
engenharia de segurança do trabalho e tem seu acesso restrito aos funcionários
habilitados para seu uso.
Sendo assim, a solução para minimizar o impacto nos arredores da obra
neste equipamento será a implantação de uma área acusticamente tratada ao
redor da policorte, esta área deverá ser fechada com portas e janelas que
propiciem uma ventilação e iluminação apropriadas ao desenvolvimento dos
trabalhos a serem realizados, a porta deve apresentar dispositivo de fechamento
automático (mola) para que os ruídos gerados no interior deste setor não se
dispersem pela obra e seus arredores.
A implantação de coxins devidamente dimensionados no motor e no mancal
do equipamento também auxiliaria na emissão de ruídos por vibração.
5 Vibrador - 89 dB
Equipamento acionado por um motor elétrico que transfere o movimento de
rotação originado no motor a um mangote de aço flexível e excêntrico em sua
ponta, criando um movimento de vibração no mangote.
125
Este equipamento é utilizado em toda a fase estrutural da construção nos
eventos de concretagem e pelo ruído de vibração que causa cria o incômodo.
A solução está no desenvolvimento e adoção de novos equipamentos que
funcionariam em freqüências diferentes, emitindo menos ruídos no seu uso, isto
deve ser feito em parceria com os fabricantes e fornecedores destes
equipamentos.
6 Caminhão Betoneira - 88 dB
Utilizado nas concretagens realizadas durante todo período de obra, trata-se
de um caminhão comum de mercado equipado com motor diesel e munido de um
cilindro de aço na sua parte posterior, onde o concreto é misturado sendo acionado
pelo motor do próprio caminhão, o concreto devidamente dosado gira neste cilindro
e é misturado pela existência de espirais dentro do cilindro.
Este equipamento é utilizado na obra nas concretagens dos pavimentos
(lajes, vigas e pilares) e seu uso varia de semanal a quinzenal.
Os ruídos originados por este equipamento são, a aceleração do motor
diesel que impulsiona o veículo e sua bomba hidráulica funcionando a rotações
elevadas e o movimento da massa de concreto dentro do cilindro.
A solução prioritária consiste no tratamento do ruído gerado pelo motor
diesel e reside basicamente no tratamento por meio da implantação de
absorvedores acústicos no habitáculo do motor assim como a disposição de novos
e maiores silenciadores de ruído no cano de escapamento dos gases do motor;
estas disposições estão mais ligadas a indústria automobilística do que a própria
obra em sí.
A nível de canteiro de obras caberá ao administrador do canteiro gerenciar
nas datas de concretagem, a correta disposição dos caminhões, de preferência
126
internamente ao canteiro, seu correto estacionamento e orientar os motoristas a
manterem seus motores em marcha lenta para diminuir a emissão de incômodos
(ruído, fumaça).
7 Pistola Finca Pinos - 82 dB
Equipamento acionado a fogo, trata-se basicamente de um revólver que tem
espoletas de pólvora e serve para fixar pinos de aço na estrutura de concreto para
a amarração de tubulações das mais diversas instalações que são feitas nas
construções.
Utiliza-se tal equipamento na fase de instalações da obra, é um equipamento
de uso restrito a funcionários habilitados e causa ruído de impacto.
A solução para a minimização do ruído causado por este equipamento está
na obrigatoriedade da adoção de equipamentos de baixa emissão de ruídos, que já
dispõe de um abafador para o acionamento da espoleta (pistola finca pinos HILT),
ou da adoção de novas formas de fixação tipo feitas por furadeiras que já
apresentam uma emissão menor de ruídos (10 dB menor)
8 Serra Mármore - 81 dB
Equipamento empregado nos acabamentos para a execução de cortes em
cerâmicas diversas (tijolos, pisos, azulejos, telhas), trata-se de um equipamento
portátil que corta as peças por atrito realizando movimento de alta rotação por meio
de um disco diamantado, gerando um ruído de alta rotação e também muito pó.
O problema em questão é o ruído que na fase em que se emprega este
equipamento pode ser evitado confinando-se o trabalhador ao ambiente no qual
está desenvolvendo seus serviços, mas a grande quantidade de pó que este
equipamento gera faz com que os operários abram portas e janelas para a
ventilação do ambiente, daí ocasionando a dispersão do ruído.
127
A solução que se propõe para este problema é o confinamento do
trabalhador junto com o equipamento no local de trabalho, mantendo as portas e
janelas fechadas e a execução dos serviços com corte a água que evitará o
surgimento de pó, aumentará a vida útil do disco de corte e evitará a propagação
do ruído.
9 Caminhão Basculante - 78 dB
Utilizado principalmente durante os serviços de terraplanagem para retirada
de terra do terreno no qual se implantará a obra. Trata-se de um caminhão comum
de mercado equipado com motor diesel e munido de uma bomba hidráulica de
pistão que é acionada pelo motor do próprio caminhão para a elevação da
caçamba de aço que carrega a terra.
Dois ruídos são originados por este equipamento, o primeiro e mais contínuo
é originado na aceleração do motor diesel que impulsiona a bomba e funciona a
rotações elevadas e o segundo vem do tranco que a tampa da caçamba faz
quando descarrega a carga de terra do caminhão, este último não tão elevado
quanto o do motor.
A solução prioritária consiste no tratamento do ruído gerado pelo motor
diesel e reside basicamente no tratamento por meio da implantação de
absorvedores acústicos no habitáculo do motor assim como a disposição de novos
e maiores silenciadores de ruído no cano de escapamento dos gases do motor;
estas disposições estão mais ligadas a indústria automobilística do que a própria
obra em sí.
A nível de canteiro de obras caberá ao administrador do canteiro gerenciar
nas datas de concretagem, a correta disposição dos caminhões, de preferência
internamente ao canteiro, seu correto estacionamento e orientar os motoristas a
manterem seus motores em marcha lenta para diminuir a emissão de incômodos
(ruído, fumaça).
128
10 Furadeira - 72 dB
Equipamento elétrico rotativo e axial, podendo funcionar simplesmente a
rotação no caso de se estar trabalhando com materiais (madeira e metal) ou com
rotação associada a impactos quando se está trabalhando a execução de furos no
concreto.
Utilizado em todo decorrer da execução da obra (montagem de formas) até a
fase do acabamento (furos em concreto). Quando a emissão foi medida, os ruídos
foram causados por rotação mais impacto.
A proposta para a solução do problema consiste no treinamento e
qualificação dos operadores para que na realização dos trabalhos, os façam com
os ambientes fechados para evitar a dispersão dos ruídos causados para os
arredores ou executem os serviços dentro de uma campânula de trabalho que se
trata de uma cabine de dimensões apropriadas para a realização dos trabalhos.
Fabricada com material específico para a contenção e absorção do ruído emitido
em seu interior, esta cabine deve ser de fácil montagem e desmontagem com
armação tubular em sua estrutura e revestida com material resistente fisicamente e
acusticamente para o bom desenvolvimento dos trabalhos.
11 Betoneira - 68 dB
Utilizada durante toda a obra para a mistura de massas, argamassas e
concretos, é um equipamento movido a motor elétrico que roda um cilindro cônico
disposto de pás internas.
Seu maior ruído é devido a transferência do torque do motor para uma
engrenagem cremalheira de dentes retos e sem lubrificação de passo variável,
para que não haja segregação do material misturado.
A solução consiste na implementação de um novo sistema de transferência
de torque por meio da instalação de uma caixa de câmbio com lubrificação
129
permanente ou até a implantação de um sistema com engrenagens de dentes
cônicos e lubrificação permanente.
130
9 BARREIRAS À IMPLANTAÇÃO DE PREVENÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
9.1 Investimentos
A implementação de um programa de sustentabilidade do meio ambiente ou
de estratégias isoladas, normalmente requer algum investimento financeiro. Este
tipo de projeto precisa ser justificado economicamente e está sujeito à
disponibilidade de capital. No entanto, muitas vezes os relatórios de justificativa dos
projetos envolvendo as práticas de preservação do meio ambiente podem não
reconhecer ganhos embutidos que o projeto pode conceder à companhia e as
reduções orçamentárias futuras.
9.1.1 O custo dos investimentos
Neste tópico será estimado um custo monetário para o desenvolvimento e
implantação das ferramentas propostas para a diminuição do impacto causado pelo
ruído nos arredores de obras de construção civil.
Assim para:
Martelete
Desenvolvimento de uma campânula acústica de contenção de ruídos.
1. Contratação de um consultor especializado em acústica para estudar o
problema, as freqüências geradas e que devem ser atenuadas.
Estimativa de 120 horas para o estudo e desenvolvimento de proposta a
R$ 500,00 a hora tem-se o valor total de R$ 60.000,00
2. Contratação de um consultor especializado em estruturas leves e
desmontáveis para desenvolver uma cabana leve e fácil de ser montada
131
e transportada. Estimativa de 40 horas a R$ 500,00 a hora, tem-se o
valor de R$ 20.000,00 .
3. Construção de um protótipo, testes e adaptações, material e Mão de
obra, R$ 20.000,00
Total para o desenvolvimento da campânula : R$ 100.000,00
Serra circular, Policorte, Betoneira
Análise para estudo e desenvolvimento de sala especial com tratamento
acústico e ventilação para a disposição e utilização destes equipamentos em obra.
1. Contratação de um consultor especializado em acústica para estudar o
problema, as freqüências geradas e que devem ser atenuadas. Estimativa
de 80 horas para o estudo e desenvolvimento de proposta a R$ 500,00 a
hora tem-se o valor total de R$ 40.000,00
2. Contratação de um consultor especializado em ventilação para estudar o
problema, as quantidades de ar que devem ser trocadas para propiciar
conforto acústico aos operários que manipulam as maquinas.Estimativa de
20 horas para o estudo e desenvolvimento de proposta a R$ 500,00 a hora
tem-se o valor total de R$ 10.000,00
3. Construção de um protótipo, testes e adaptações, material e Mão de obra,R$
20.000,00
Total para a execução destes espaços : R$ 70.000,00
Caminhão Basculante, Caminhão Bomba e Caminhão Betoneira
1. Desenvolvimento na área industrial automobilística a nível de montadoras de
implantação e execução de abafadores acústicos a serem instalados nos
compartimentos dos motores dos caminhões. Estimativa de custo R$
200.000,00
2. Desenvolvimento na área industrial automobilística a nível de montadoras de
implantação e execução de abafadores acústicos a serem instalados nos
escapamentos dos motores dos caminhões. Estimativa de custo R$
100.000,00
132
Total para a implementação destes dispositivos R$ 300.000,00
Furadeira, Serra Mármore, Pistola Finca Pinos, Vibrador
Desenvolvimento com equipe multidisciplinar de profissionais de treinamento
específico para cada equipamento e funcionário, qualificando e conscientizando a
equipe para a utilização devida dos equipamentos com a menor emissão de ruído
possível. Estimativa de custos.
1. Contratação de profissional consultor acústico, estimativa de trabalho 100
horas a R$ 500,00 a hora Total de R$ 50.000,00
2. Contratação de profissional consultor em pedagogia, estimativa de
trabalho 100 horas a R$ 500,00 a hora Total de R$ 50.000,00
3. Contratação de profissional consultor de treinamento (professor),
estimativa de trabalho 100 horas a R$ 500,00 reais a hora Total de R$
50.000,00
4. Total para o desenvolvimento e treinamento destes funcionários
R$150.000,00
9.1.1 O ganho dos investimentos
Os custos acima apresentados parecem em um primeiro momento
proibitivos para sua implantação, mas o ganho que se terá da imagem institucional
das empresas, a não suscetibilidade de autuação e multas por parte dos órgãos
competentes e o bem estar geral conseguido com a implantação destes
dispositivos incrementarão um ganho significativo na qualidade de vida do canteiro
de obra como um todo e nos arredores da construção, evitando a dissipação de
energia com correrias e adaptações de última hora.
133
9.2 Legislação A mudança de um processo, a substituição de um método construtivo ou a
modificação de um material pode requerer a obtenção de uma nova licença
ambiental ou outro tipo de aprovação por parte dos órgãos ambientais. Tais
procedimentos levam tempo e são onerosos, o que acaba por inibir iniciativas de
prevenção aos impactos sobre o meio ambiente.
9.3 Comprometimento da produção
A implementação de qualquer medida visando à melhoria ambiental é
frequentemente vista pela indústria como uma medida que lhes roubará tempo,
dinheiro e mão-de-obra. As metas precisam ser alcançadas e são para eles
prioridade. Deste modo, para que um projeto de redução da poluição seja
implementado, é preciso que todos os funcionários sejam esclarecidos sobre os
objetivos e benefícios que o programa irá obter, não só para o meio ambiente, mas
também para os resultados da produção. Normalmente, os preconceitos acabam
quando todos os funcionários (em todos os níveis) estão envolvidos no projeto e
têm a oportunidade de participar ativamente nos processos de tomada de decisão.
9.4 Disponibilidade de tempo e capacitação técnica De maneira geral, as fases de planejamento, avaliação e implementação de
práticas de prevenção aos impactos ambientais implicam na paralisação da
produção (ou parte dela) ou na mobilização de funcionários para a execução das
tarefas relacionadas a este novo projeto, e isto demanda um tempo que nem
sempre existe. Também é necessário um corpo de funcionários tecnicamente
capacitados (ou treinados especialmente para executar as tarefas relacionadas a
134
estes projetos), o que significa retirar funcionários de suas funções originais no
processo produtivo, o que nem sempre é possível.
Uma série de estudos conduzidos no Departamento de Meio Ambiente do
Ministério do Trabalho avalia a transferência de riscos para os trabalhadores ao se
implantar estratégias de produção mais limpa e prevenção dos impactos ao meio
ambiente.
A transferência de riscos para o ambiente de trabalho ocorre porque em
alguns casos são feitas modificações nos processos produtivos, rotinas
operacionais ou substituição das matérias-primas considerando-se apenas os
aspectos de melhoria da qualidade ambiental, de forma pontual, e sem considerar
o ambiente do trabalhador; este fato ocorre principalmente porque, de maneira
geral, o controle da poluição ambiental está dissociado do controle de riscos no
ambiente de trabalho.
É necessário fazer uma avaliação dos impactos no ambiente de trabalho.
Segundo o método proposto pelo Departamento de Meio Ambiente do Trabalho,
antes de se modificar, substituir ou mesmo banir um processo construtivo, devem
ser examinados os seguintes aspectos:
função e propósito do processo em questão;
identificação de alternativas disponíveis;
avaliação dos efeitos das alternativas na saúde dos trabalhadores:
efeitos respiratórios, reprodutivos, cardíacos, hepáticos e dérmicos,
entre outros;
riscos físicos: calor, ruído e vibração, entre outros;
riscos ergonômicos e psicológicos: esforço repetitivo, postura, stress
e limitação social, entre outros.
efeitos nas habilidades (estimulantes ou “estupidificantes”);
efeitos na comunidade e na saúde pública;
efeitos econômicos;
efeitos internacionais.
135
Existem algumas barreiras à integração do meio ambiente e da saúde e
segurança ocupacional, tais como:
falta de treinamento adequado dos fornecedores de assistência técnica em
saúde e segurança no trabalho;
o fato de os equipamentos de proteção individual continuarem sendo vistos
como a melhor solução para a proteção do trabalhador;
a pressuposição de que as novas substâncias e tecnologias (pelo fato de
serem novas) são seguras para os trabalhadores;
a falta de informações sobre os impactos dos novos substitutos e
tecnologias na saúde do trabalhador;
o foco na conformidade ambiental, que não considera explicitamente o
ambiente de trabalho; e,
a coordenação e comunicação insatisfatórias entre as agências ambientais e
de saúde e segurança do trabalho.
Para que haja uma harmonização das estratégias de proteção da qualidade
ambiental e de proteção da saúde humana, deve haver o diálogo e a ação
concentrada por parte de todos os envolvidos no gerenciamento de riscos
ambientais e de riscos à saúde, e em todos os níveis de atividade.
136
10 CONCLUSÃO
No decorrer da elaboração do presente trabalho, constatou-se que o ruído
gerado pelas obras de construção civil é um dos principais incômodos, implicando
em um impacto ambiental direto no entorno destes sítios, de acordo com a
pesquisa aplicada em pessoas residentes de alguns bairros de classe média da
cidade.
Com as doze fichas técnicas elaboradas verificou-se que alguns
equipamentos utilizados nas obras são os potenciais e principais emissores de
ruído e que afetam a saúde e o bem estar de todos que os cercam.
Com a verificação deste potencial de incômodo, propõe-se ferramentas para
a diminuição dos impactos, como forma de ganho ambiental para a indústria da
construção. Levantaram-se as barreiras a serem enfrentadas para a implantação
dos ganhos propostos e melhoria da qualidade de vida na cidade, mesmo com o
crescimento contínuo e desordenado desta.
137
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A concepção de que a indústria da construção civil se resume à execução da
obra, limitando essa indústria ao interior dos tapumes, e de que os impactos
ambientais gerados por ela se resumem na geração de entulho, não garantem o
sucesso dos empreendimentos.
Há que se buscar meios de se executar construções enxutas, capazes de
promover a redução global dos desperdícios, por meio de uma série de operações
e fluxos para a conversão dos insumos em produto acabado de forma contínua,
otimizando a cadeia de suprimentos da construção civil.
As construções devem ser sustentáveis, ou seja, devem ter uma série de
estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e construção em si, que
reduzam o impacto ambiental, tendo como benefício o menor consumo de energia,
a proteção dos ecossistemas e mais saúde para os ocupantes.
Esse tipo de produção deverá se preocupar com o âmbito ecológico da
sustentabilidade, podendo-se admitir que na prática seja possível aplicar as
técnicas nos limites da obra e ao mesmo tempo favorecer o desperdício e a
degradação do meio ambiente fora dos limites do empreendimento. Por outro lado,
será possível construir de maneira ecológica, e, ao mesmo tempo, gerar enormes
desperdícios ocasionados pela falta de consciência de que as filosofias de
produção agem sobre os processos e não sobre os produtos.
Tal paradoxo revela a ação de diferentes níveis de realidade sobre a
construção civil, ou seja, faz-se necessário extrapolar o mero conceito de
multidisciplinaridade, bem como buscar a transferência de métodos de uma
disciplina a outra, como prega a interdisciplinaridade, de modo a formular uma nova
realidade de construção que seja simultaneamente enxuta e sustentável. A
apropriação desses conceitos gera uma extensão na cadeia de valor da
Construção Civil, associando a cada fase, a sua responsabilidade com os impactos
ambientais.
138
Sendo assim, algumas atitudes de estruturação e organização podem ser
aplicadas, inicialmente, em um canteiro de obras a fim de diminuir estes impactos:
Execução de levantamento topográfico planialtimétrico detalhado do terreno
com cadastramento do patrimônio arbóreo;
inserção urbana do terreno na malha viária, considerando os vetores de
tráfego, fluxo de trânsito, horários de pico, áreas de estacionamento, carga e
descarga;
verificação da malha urbana ao redor do sítio da construção e tipos de
ocupação (residencial, comercial, industrial, mista) e distâncias concêntricas
ao local;
disposição das instalações do canteiro de modo a propiciar menor impacto
na disposição da vegetação existente e de forma a interferir o mínimo
possível na malha urbana dos arredores;
implantação de uma logística no canteiro por meio de treinamentos para se
racionalizar o uso e aplicação dos materiais e instalações;
fracionamento das entregas de produtos em veículos menores e em fases
próximas a aplicação nos locais;
evitar entregas centralizadas e em grandes volumes;
acertar com os fornecedores a alocação de menor número de funcionários
ao longo de toda execução da obra;
prever criteriosamente as ampliações necessárias nas diversas fases da
obra a serem implantadas.
É certo que para haver uma harmonização das estratégias de proteção da
qualidade ambiental e de proteção da saúde humana, deve haver o diálogo e a
ação concentrada por parte de todos os envolvidos no gerenciamento de riscos
ambientais e de riscos à saúde, e em todos os níveis de atividade. Porém, por
menor que seja a estratégia, muitos impactos serão minimizados. Além de todos os
parâmetros de engenharia para a execução do empreendimento devem ser
observados os novos parâmetros de eficiência ambiental no desenvolvimento do
projeto.
139
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145
APÊNDICE
146
Apêndice A - Questionário
Pesquisa dos incômodos gerados pelas obras
NOME :__________________________________ IDADE:__________
BAIRRO:_________________________________
NO DECORRER DO NOSSO DIA A DIA, DESENVOLVEMOS DIVERSAS ATIVIDADES
QUE POR VEZES SOFREM INTERFERÊNCIAS TRANSFORMANDO-SE EM INCÔMODOS.
DESTES INCÔMODOS, VÁRIOS SÃO GERADOS POR OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
ESTA PESQUISA PRETENDE LISTAR QUAIS SÃO OS INCÔMODOS GERADOS PELA
CONSTRUÇÃO PARA PROPOR SOLUÇÕES QUE MINIMIZEM OS TRANSTORNOS GERADOS.
PARA ISTO LISTAMOS UMA SÉRIE DE INCÔMODOS DECORRENTES DA
CONSTRUÇÃO CIVIL. SOLICITAMOS O PREENCHIMENTO DESTA PESQUISA DA SEGUINTE
FORMA:
SE O ITEM LISTADO NÃO CAUSA INCÔMODO DAR NOTA 0 (ZERO)
SE O ITEM CAUSA BAIXO INCÔMODO NOTA 1 (UM)
SE O ITEM CAUSA MÉDIO INCÔMODO NOTA 2 (DOIS)
SE O ITEM CAUSA ALTO INCÔMODO NOTA 3 (TRÊS)
SE O ITEM CAUSA ALTÍSSIMO INCÔMODO NOTA 4 (QUATRO)
SE O ITEM É INSUPORTÁVEL NOTA 5 (CINCO)
RUÍDO
PÓ
LAMA
VIBRAÇÕES
IMPACTOS
RECALQUES
QUEDAS DE OBJETOS
TRÂNSITO
ESTACIONAMENTO IRREGULAR
INFESTAÇÃO DE INSETOS
ODORES E VAPORES
OUTROS_____________
147
148
Apêndice B – Tabulação dos dados da pesquisa por bairro
Apresentação dos dados da pesquisa por bairro, revelando os incômodos
relatados pelos pesquisados.
Tabela 06: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Moema
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 3 2 0 3 1 0 1 1 2 0 0 2 4 3 1 2 0 0 2 2 2 1 1 1 3 2 2 1 4 0 1 2 0 3 1 1 4 5 4 1 3 0 2 2 0 2 0 0 5 3 2 2 3 1 3 2 1 2 0 1 0 6 4 3 3 3 2 3 2 2 0 2 0 7 2 4 2 3 3 4 3 3 1 0 8 5 4 2 3 1 2 2 3 1 1 9 4 5 2 2 2 2 1 2 2 0 10 5 3 0 2 2 3 1 2 3 2 1 2 11 3 2 0 2 1 1 2 2 2 1 0 0 12 4 3 0 2 1 2 2 1 2 1 2 0 13 4 4 0 3 3 1 2 0 1 0 14 5 3 1 1 2 1 3 3 1 0 15 3 3 2 1 1 1 2 2 2 1 0 16 4 3 1 1 0 0 1 1 2 1 1 17 2 4 1 1 0 0 2 2 3 2 2 0 18 3 2 1 0 0 0 2 3 2 2 1 19 4 5 2 0 1 0 3 2 1 2 0 20 5 4 3 0 2 0 2 1 0 1 21 5 3 2 3 3 1 1 2 0 22 5 3 2 2 2 2 2 1 0 0 1 23 4 4 2 3 3 2 1 2 2 0 24 3 4 2 4 2 2 1 1 2 1 25 4 3 1 3 1 1 1 2 2 1 3 26 5 3 1 3 1 1 2 1 0 1 27 4 2 1 2 1 1 2 1 3 0 28 4 2 1 2 1 1 2 3 1 4 2 29 4 2 1 1 2 2 2 2 1 1 30 4 3 2 1 3 2 1 2 2 0 1
Média 3,87 3,13 1,33 2,10 1,34 1,40 1,77 1,79 1,81 0,96 0,96 0,50 D. Padrão 0,94 0,90 0,84 1,12 0,97 1,10 0,59 0,83 0,74 1,06 0,81 0,76 Moema 116 94 40 63 39 42 46 50 49 24 23 7
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
149
Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros. Tabela 07: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Pompéia
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 2 3 1 1 2 0 2 3 2 0 0 2 3 1 1 2 1 1 3 2 1 1 0 3 2 0 0 1 0 2 1 3 2 1 4 1 0 2 2 1 1 3 2 0 1 1 5 3 3 1 2 0 2 1 2 0 1 6 2 4 1 0 1 2 0 0 3 0 2 7 1 2 0 0 2 0 2 0 1 0 8 2 1 1 0 0 0 1 1 0 0 9 3 0 2 1 0 0 2 0 2 0 0
10 4 2 0 1 3 1 1 0 0 11 5 1 1 2 0 1 1 2 1 0 2 12 5 2 0 0 1 0 2 2 1 0 1 13 5 3 0 1 2 2 3 3 3 0 1 14 5 1 0 2 1 1 0 2 0 1 1 15 4 4 0 2 2 1 2 1 1 2 16 2 2 1 3 3 2 3 1 1 1 0 2 17 3 2 1 1 2 2 1 0 0 18 1 1 1 1 3 1 3 0 0 19 3 1 0 2 3 1 0 0 20 4 2 0 3 2 2 2 0 0 1 21 3 4 0 2 2 1 2 3 1 0 1 22 2 2 2 1 1 1 0 1 1 2 0 1 23 3 3 1 0 0 2 1 0 1 24 4 1 1 1 1 0 0 1 1 0 2 25 3 2 2 1 0 1 2 2 2 1 1 26 3 3 0 2 3 2 2 2 27 2 2 0 1 1 2 3 2 1 28 1 1 0 1 0 2 1 4 2 1 0 29 2 2 1 1 3 1 3 1 0 1 30 3 3 1 2 0 2 2 3 0 0
Média 2,87 1,96 0,86 1,16 1,39 1,03 1,32 1,86 1,60 0,80 0,52 0,80 D. Padrão 1,22 1,26 0,73 0,90 0,78 1,05 0,98 1,09 0,81 0,91 0,71 0,70 Pompéia 86 48 18 29 32 30 37 54 48 20 13 16
Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
150
Tabela 08: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Vila Mariana
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 3 2 2 3 1 1 0 2 0 1 1 2 5 3 3 2 0 0 0 1 0 0 1 3 4 4 2 1 0 1 0 1 2 1 0 1 4 3 2 1 0 3 3 3 2 2 2 5 3 1 0 4 2 4 3 3 0 1 0 6 4 0 0 2 0 2 3 2 2 1 7 5 2 2 3 1 1 1 2 1 1 0 8 4 3 3 3 0 2 0 2 1 1 1 9 4 4 1 3 3 2 2 0 1 2 10 4 4 2 1 1 1 2 1 11 3 4 1 3 2 3 2 2 12 5 4 2 4 0 1 1 2 13 3 2 2 2 2 1 0 1 2 1 14 2 3 2 2 2 3 1 1 0 0 15 1 2 3 2 3 3 1 3 1 0 16 4 1 4 1 1 1 2 1 0 17 4 3 2 2 2 0 1 0 18 4 2 2 1 0 1 0 3 1 2 0 19 4 2 3 0 0 1 1 3 2 2 2 0 20 1 3 1 0 0 1 3 2 3 2 1 0 21 3 1 2 3 0 2 2 2 0 1 0 22 2 4 1 4 1 0 0 2 2 0 23 4 1 1 2 1 1 1 2 0 2 24 3 2 1 1 2 1 2 2 1 0 0 2 25 4 1 0 0 1 0 3 1 1 0 26 1 1 0 1 2 1 1 0 27 2 1 3 0 0 1 3 2 1 28 2 0 2 0 0 1 1 2 2 1 1 29 5 0 2 2 2 0 1 0 1 30 3 1 1 3 1 1 2 1 1 1
Média 3,30 2,03 1,83 1,79 1,17 1,29 1,48 1,62 1,66 0,88 0,92 0,73 D. Padrão 1,18 1,27 1,03 1,32 1,15 1,15 1,12 0,90 0,86 0,78 0,80 0,70
Vila Mariana 99 59 42 43 27 36 37 42 48 22 24 11 Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
151
Tabela 09: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Perdizes
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 3 3 1 2 2 1 2 3 3 1 0 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 2 0 3 3 1 1 1 0 1 2 1 2 1 0 4 1 2 1 0 1 2 0 2 3 0 5 5 1 3 0 1 2 1 1 2 6 4 2 2 0 1 0 2 1 2 1 1 7 5 3 1 0 1 0 2 3 1 3 1 8 3 2 0 1 1 1 1 3 2 1 2 9 2 1 0 3 2 4 2 10 5 2 0 2 2 1 11 1 2 0 1 0 0 5 1 12 4 3 1 1 0 4 1 0 1 1 13 3 1 2 2 0 1 2 4 0 0 2 2 14 4 3 0 3 2 2 1 4 1 1 2 1 15 2 2 2 1 1 2 1 3 2 2 1 2 16 3 4 1 2 1 2 3 1 1 1 17 5 3 1 0 2 1 1 2 2 3 3 1 18 4 2 3 0 1 2 1 2 2 2 1 19 3 3 0 4 0 1 2 1 3 20 3 1 1 1 3 0 2 1 2 2 21 4 1 0 2 5 0 1 1 3 1 1 0 22 5 1 0 3 0 0 2 0 2 23 4 2 2 2 0 1 1 0 24 4 3 2 1 1 1 1 1 2 2 2 25 4 2 1 4 2 0 2 1 1 1 1 26 3 3 1 0 1 2 3 27 5 1 1 2 2 2 0 2 1 2 1 28 3 2 2 3 2 1 0 0 1 2 29 2 3 1 2 1 2 1 1 1 30 1 2 1 0 1 1 1 3 1 1 1
Média 3,33 2,07 1,09 1,39 1,67 0,90 1,08 2,27 1,38 1,52 1,57 0,89 D. Padrão 1,24 0,84 0,85 1,07 1,30 0,77 0,72 1,28 0,82 0,92 0,66 0,76 Perdizes 100 60 25 39 45 19 26 59 40 38 36 16
Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
152
Tabela 10: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Ipiranga
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 5 2 1 2 3 0 1 1 1 0 2 4 2 2 4 2 1 0 3 1 1 3 4 2 0 2 2 3 2 0 0 4 1 0 4 4 3 0 3 2 1 3 0 0 2 0 5 3 2 0 1 3 2 1 0 2 1 6 5 1 0 4 1 1 2 0 3 3 2 7 3 4 0 3 2 1 3 1 4 1 8 2 3 0 3 1 1 2 2 2 2 2 9 1 2 2 1 0 1 1 2 1 1 1 10 1 1 1 1 0 3 3 1 11 2 3 0 2 1 1 1 12 3 2 3 0 0 1 1 0 2 0 1 13 2 2 2 0 4 0 1 0 2 0 14 3 2 2 0 1 1 2 0 1 15 1 1 1 0 1 3 2 1 1 2 16 5 3 1 2 3 2 0 3 2 17 4 2 1 1 1 3 0 2 1 18 5 1 2 3 1 2 3 2 2 1 19 3 0 1 0 3 1 3 1 2 0 1 20 2 0 1 2 0 4 1 2 1 1 1 21 5 1 1 1 0 2 1 2 1 1 1 22 1 2 0 1 2 0 2 2 2 1 23 4 1 0 1 3 0 1 3 2 0 24 3 2 1 2 1 1 2 3 1 2 25 2 1 1 1 2 1 2 2 2 0 26 1 1 1 1 1 1 0 2 0 0 27 2 2 1 1 2 1 2 0 2 2 0 0 28 3 1 1 2 1 1 1 0 1 0 0 29 4 1 2 3 0 0 2 0 0 30 2 2 3 0 0 1
Média 2,97 1,73 1,04 1,60 1,22 1,42 1,61 1,08 1,56 1,63 1,00 0,54 D. Padrão 1,35 0,91 0,92 1,12 1,13 1,10 0,96 1,08 1,09 1,06 0,74 0,66 Ipiranga 89 52 27 40 28 37 45 27 42 39 23 7
Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
153
Tabela 11: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados - Moema Baixo
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 3 2 1 0 1 0 0 2 5 1 2 2 1 2 2 1 0 0 3 4 2 2 1 1 3 2 3 1 4 4 1 2 2 1 2 1 1 1 5 4 2 1 2 2 2 1 1 2 2 0 6 3 3 1 2 1 1 1 0 1 3 1 7 5 2 3 3 2 1 1 1 1 2 8 3 1 2 1 1 1 1 1 1 1 9 2 2 1 0 0 0 1 0 0 10 1 2 0 0 0 0 1 2 0 1 1 11 1 3 0 0 0 0 1 2 0 2 1 0 12 2 1 0 0 0 1 2 0 2 1 13 3 3 1 2 0 2 2 2 14 2 2 2 2 0 3 3 2 15 3 4 1 2 2 1 2 0 2 1 2 16 1 5 2 2 0 0 2 2 0 2 17 5 5 3 1 0 1 0 2 1 0 1 18 3 5 1 1 0 1 0 1 1 0 19 2 4 2 1 1 1 20 5 2 1 3 1 2 1 2 2 0 0 21 1 3 1 2 2 3 2 3 2 0 0 22 4 1 0 1 1 1 3 3 3 0 0 23 4 5 0 1 1 2 1 2 3 0 24 4 4 0 1 1 1 2 2 2 25 3 3 2 2 1 3 2 2 26 2 2 1 0 3 1 2 1 2 27 3 2 1 0 2 0 1 2 1 1 28 4 1 1 0 1 0 3 2 2 29 5 1 1 0 1 2 1 30 3 1 2 0 0 1 1
Média 3,13 2,50 1,19 1,19 1,04 1,04 1,36 1,41 1,62 1,20 0,88 0,64 D. Padrão 1,28 1,36 0,90 0,96 0,86 0,91 0,87 0,91 0,94 0,95 0,78 0,81 Moema B 94 75 31 32 25 25 38 31 42 24 15 7
Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
154
Tabela 12: Grau de incômodo relatado pelos entrevistados – V. M. Baixa
Pesquisado A B C D E F G H I J K L 1 1 2 1 1 1 2 2 2 3 1 1 2 3 3 2 2 1 0 1 2 1 2 4 3 2 1 1 2 2 3 1 3 2 5 2 2 3 2 3 3 0 2 1 1 6 5 4 0 3 1 2 1 2 1 7 1 4 0 2 1 2 1 2 0 8 4 4 0 0 1 2 2 1 1 1 9 3 3 0 0 1 2 3 1 2 1 10 1 2 0 1 3 1 2 2 2 1 0 11 0 2 3 0 1 2 2 2 12 5 1 1 3 0 2 1 0 2 2 0 13 4 2 2 3 0 1 1 0 3 2 0 14 4 1 3 2 0 1 1 0 1 0 15 4 2 4 2 3 1 0 2 0 16 3 3 3 1 2 0 0 2 1 0 1 17 5 2 2 2 2 0 0 3 2 1 1 18 3 1 2 1 0 2 3 1 2 19 2 2 0 2 1 1 2 1 0 20 1 2 0 1 1 1 2 2 0 21 1 3 0 1 2 1 1 0 22 2 1 0 1 3 1 0 1 23 3 3 1 1 2 1 24 2 2 1 0 0 2 2 0 25 3 4 1 0 2 1 3 0 0 26 1 1 1 0 1 2 2 3 0 0 27 2 2 1 0 1 1 0 0 0 28 3 3 3 3 1 1 0 29 1 5 2 2 1 2 2 1 30 2 4 3 1 0 1 1 2 1 1
Média 2,53 2,43 1,38 1,33 1,15 1,29 1,43 2,06 1,00 1,17 1,00 0,60 D. Padrão 1,36 1,07 1,28 1,09 0,97 0,72 0,99 0,64 0,85 0,96 0,78 0,70
V. Mariana B 76 73 33 32 30 27 33 37 26 28 14 6 Fonte: Elaborado pelo autor (2010) Legenda: A-Ruído, B-Pó, C-Lama, D-Vibrações, E-Impactos, F-Requalques, G-Queda de objetos, H-Trânsito, I-Estacionamento irregular, J-Infestação de insetos, K-Odores e vapores, L-Outros.
155
Apêndice C - Resultado dos Incômodos por Bairros e Gênero
Da análise dos incômodos por bairro e sua variação, obtemos o gráfico que
revela que o ruído é o principal incômodo constatado em todos os bairros
abragentes da pesquisa.
Gráfico 10: Total e variação – Bairro Moema Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
156
Gráfico 11: Total e variação – Bairro Pompéia Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
157
Gráfico 12: Total e variação – Bairro Perdizes Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
158
Gráfico 13: Total e variação – Bairro Vila Mariana Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
159
Gráfico 14: Total e variação – Bairro Ipiranga Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
160
Gráfico 15: Total e variação – Bairro Moema Baixo Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
161
Gráfico 16: Total e variação – Bairro Vila Mariana Baixa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Na análise por gênero que se demonstra no gráfico abaixo não demonstra nenhuma variação significativa de diferença do incomodamento encontrado.
162
Gráfico 17: Total de distribuição por gênero Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
163
Apêndice D – Ilustrações da proposta de sistema de
enclausuramento.
Figura 21: Planta baixa Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Figura 22: Planta da Cobertura e Corte BB Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
164
Figura 23: Elevação lateral e Layout de equipamentos Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
165
Figura 24: Vista do ambiente Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Figura 25: Vista Frontal Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
166
ANEXO
167
Anexo A – NR-15 (anexo nº 2), Limites de tolerância para ruídos
de impacto
1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia
acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1
(um) segundo.
2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor
de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta
para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB
(linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado
como ruído contínuo (115.004-9/I4).
3. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com
circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de
respostas rápida (FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite
de tolerância será de 120 dB(C) (115.005-7/I4).
4. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção
adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (linear),
medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C),
medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e
iminente.
168
Anexo B – Transcrição Parcial da Lei 6.514
17.5.2 – Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exigem
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle,
laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre
outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) Níveis de ruído de acordo com o estabelecido pela NBR 10152,
registrada no INMETRO.
b) Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 graus.
c) Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s.
d) Umidade relativa do ar não inferior a 40%.
17.5.2.1 – Para as atividades que possuam as características definidas no
sub-item 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será
de até 65 dB(A) e a curva avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60.
17.5.2.2 – Os parâmetros previstos no sub-item 17.5.2 devem ser medidos
nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona
auditiva e às demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.
Tabela 13: NBR 10152/1987 NB-95 NBR 10152/1987 – Tabela 1 dB(A) NC
Hospitais 35-45 30-40
Apartamentos, Enfermarias, Berçários, C. Cirúrgicos 40-50 35-45
Laboratórios, Áreas para uso do público 40-50 35-45
Serviços 45-55 40-50
Escolas
Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho 35-45 30-40
Salas de aula, Laboratórios 40-50 35-45
Circulação 45-55 40-50
Hotéis
Apartamentos 35-45 30-40
Restaurantes, Salas de estar 40-50 35-45
169
Portaria, Recepção, Circulação 45-55 40-50
Residências
Dormitórios 35-45 30-40
Salas de estar 40-50 35-45
Auditórios
Salas de concerto, Teatros 30-40 25-30
Salas de Conferência, Cinemas, Salas de Múltiplo Uso 35-45 30-35
Restaurantes
Restaurantes 40-50 35-45
Escritórios
Salas de Reuniões 30-40 25-35
Salas de Gerência, Projetos e Administração 35-45 30-40
Salas de Computadores 45-65 40-60
Salas de Mecanografia 50-60 45-55
Igrejas e Templos
Cultos Meditativos 40-50 35-45
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades 45-60 40-55
Fonte: NBR 10152/1987
Nota: O valor da faixa representa o nível sonoro para conforto, ao passo que
o valor superior representa o nível sonoro máximo aceitável para a respectiva
finalidade.
170
Anexo C – Transcrição Parcial da Lei Federal nº 1.065
Art. 1º - Esta Lei estabelece as normas de preservação ambiental quanto à
poluição sonora, fixando níveis máximos de emissão de sons e ruídos, de
acordo com o local e a duração da fonte.
§ 1º - Considera-se poluição sonora qualquer som indesejável,
principalmente quando interfere em atividades humanas ou ecossistemas
a serem preservados.
§ 2º - Considera-se som o fenômeno acústico que consiste na propagação
de ondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material
elástico.
§ 3º - Considera-se ruído o som constituído por grande número de
vibrações acústicas com relações de amplitude e fase distribuídas ao
acaso.
Art. 2º - É proibido perturbar o sossego e o bem-estar público e da
vizinhança pela emissão de sons de qualquer natureza que ultrapassem
os níveis máximos de intensidade fixados nesta Lei.
Art. 3º - Os níveis sonoros máximos permitidos em ambientes externos e
internos são os fixados pelas Normas 10.151, Avaliação do Ruído em
Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade, e 10.152, Níveis de
Ruído para Conforto Acústico, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT.
Parágrafo único - A concessão ou a renovação de licença ambientar ou
alvará de funcionamento estão condicionadas a vistoria prévia que
comprove tratamento acústico compatível com os níveis sonoros
permitidos nas áreas em que estiverem situados.
171
Art. 4º - As atividades relacionadas com construção civil, reformas,
consertos, operações de carga e descarga não passíveis de confinamento
ou que, apesar de confinadas, ultrapassem o nível sonoro máximo para
elas admitido, somente podem ser realizadas no horário de 7 horas às 16
horas, se contínuas, e no de 7 horas às 19 horas, se descontínuas.
Parágrafo único - As atividades mencionadas no caput somente podem
funcionar aos domingos e feriados mediante licença especial, com
discriminação de horários e tipos de serviços passíveis de serem
executados.
Art. 5º - A emissão de ruídos por veículos automotores obedecerá aos
limites fixados pelas Resoluções nº 1, de 17 de setembro de 1992. e nº 2,
de 11 de fevereiro de 1993, do Conselho Nacional de Meio Ambiente -
CONAMA.
Art. 6º - É proibida a utilização, por veículos automotores, de buzinas,
sinais de alarme e outros equipamentos similares, nas proximidades de
hospitais, prontos-socorros, sanatórios, clínicas e escolas.
Art. 7º - A sinalização de silêncio nas proximidades de clínicas, hospitais,
prontos-socorros, sanatórios e escolas será implantada pelo Departamento
de Trânsito do Distrito Federal - DETRAN, levando em conta as condições
de propagação de som, com o fim de proteger as referidas instituições.
Art. 8º - Todos os equipamentos, máquinas e motores que produzam sons
excessivos ou ruídos incômodos devem utilizar dispositivos para controle
da poluição sonora.
Art. 9º - Não estão sujeitos às proibições desta Lei os sons produzidos
pelas seguintes fontes:
172
I - sirenes ou aparelhos sonoros de viaturas quando em serviços de
socorro ou de policiamento;
II - detonações de explosivos empregados em demolições, desde que em
horário previamente aprovado pelo setor competente.
Art. 10 - Não se admitem sons provocados por criação, tratamento ou
comércio de animais que incomodem a vizinhança.
Art. 11 - As fontes de som de área determinada não podem transmitir para
outra área mais restritiva níveis de som que ultrapassem os máximos
fixados para esta última.
Art. 12 - Para efeito desta Lei, as medições de nível de som devem ser
realizadas por instrumento adequado, em decibel, e seguir a metodologia
estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Art. 13 - A Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia -
SEMATEC, no que concerte ao controle da poluição sonora, fica
incumbida de:
I - estabelecer normas de controle e redução da poluição sonora no
Distrito Federal;
II - exercer a fiscalização e o poder de polícia quando necessário;
III - exigir o cumprimento desta Lei quando da concessão ou renovação
das licenças ambientais;
IV - executar programa de monitoramento da poluição sonora.
V - executar programa de educação e conscientização da população.
Art. 14 - Incumbe à Secretaria de Saúde a implantação de programa de
monitoramento de níveis de audição da população e, em colaboração com
a Secretaria de Educação, a realização de exames auditivos em escolares.
173
Art. 15 - Os padrões adotados devem ser revistos a cada dois anos e
incorporar os novos conhecimentos nacionais e internacionais e os
resultados do monitoramento realizado no Distrito Federal.
Art. 16 - Os infratores do disposto nesta Lei sujeitam-se às penalidades
previstas na Lei nº 41, de 13 de setembro de 1989, Lei da Política
Ambiental do Distrito Federal.
Art. 17 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 18 - Revogam-se as disposições em contrário.2
2 Fonte: ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE BRASÍLIA. Apresenta leis e normas do distrito
federal. <http://www.brasilia.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=5950>. Acesso em 17 de jul. de 2008.
174
Anexo D - Quadro nº 02/b anexo à parte III da Lei nº 13.855
Figura 26: Instalações de Atividades Não Residenciais Fonte: Lei nº 13.855