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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOLOGIA RAFAEL NUNES DE ALMEIDA POTENCIAL GENÉTICO DE ACESSOS DE MILHO CULTIVADOS SOB DÉFICIT HÍDRICO ALEGRE 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOLOGIA

RAFAEL NUNES DE ALMEIDA

POTENCIAL GENÉTICO DE ACESSOS DE MILHO CULTIVADOS SOB DÉFICIT

HÍDRICO

ALEGRE

2018

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RAFAEL NUNES DE ALMEIDA

POTENCIAL GENÉTICO DE ACESSOS DE MILHO CULTIVADOS SOB DÉFICIT

HÍDRICO

Dissertação apresentada ao programa de Pós

Graduação em Agroecologia do Instituto Federal

do Espírito Santo Campus de Alegre como

requisito parcial para obtenção do Título de

Mestre em Agroecologia.

Orientadora: Monique Moreira Moulin

Coorientador: Jéferson Luiz Ferrari

Alegre

2018

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Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço Técnico da Biblioteca Monsenhor José Belotti

Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) – campus de Alegre

Almeida, Rafael Nunes. A447p Potencial genético de acessos de milho cultivados sob déficit

hídrico / Rafael Nunes de Almeida. – 2018. 105 f. il. Orientadora: Profª. Drª. Monique Moreira Moulin.

Coorientador: Prof. Dr. Jéfereson Luiz Ferrari. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Agroecologia, 2018.

1. Agroecologia. 2. Agricultura familiar. 3. Diversidade genética.

I. Moulin, Monique Moreira. II. Ferrari, Jéferson Luiz. III. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. IV. Título.

CDD 630.2745

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À Deus que sempre ilumina nossos dias e nos

dá a graça de desenvolver a ciência, e à todos

aqueles que caminharam comigo fazendo parte

deste trabalho, em especial aos agricultores

familiares, atores da agroecologia e eternos

professores, dedico!

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Agroecologia do Ifes pela oportunidade de

aprimorar meus conhecimentos sobre agroecologia e o desenvolvimento de pesquisas

nessa área.

À Fapes pela concessão da bolsa de mestrado.

A todos os amigos que participaram deste trabalho de forma direta ou indireta, José

Dias de Souza Neto, Fernanda Vargas Valadares, Larícia Olária Emerick Silva, Lázaro

Renilton, Raíssa Olmo, Leandro Heitor, Luis Eduardo Gattardo, Amós Leite, Marçal

Norberto da Conceição, Vinícius Souza, Diego do Couto, Carlos Eduardo Groner,

Diego Rogério Ferraz e Erivelton Cunha, e a todos os servidores do Ifes Campus de

Alegre que nos deram suporte ao longo do trabalho. Em especial, à minha amiga,

companheira e namorada Larícia Olária Emerick Silva, pelo seu apoio, conselho e

companheirismo ao longo desse tempo.

À todos os professores que até aqui atuaram em minha formação, desde o ano 2000,

onde este trabalho de dissertação começou a ser construído na sala n°3 da Escola

Municipal de Ensino Fundamental Dalila Castro Rios no município de Iúna, sob

orientação da professora Alcina Eliete Moreira Soares, até este ano de 2018 em que

esta dissertação chega a sua primeira versão sob orientação da professora Monique

Moreira Moulin, no programa de Pós-graduação em Agroecologia do Instituto Federal

do Espírito Santo.

De forma semelhante, agradeço aos professore(a)s: Ana Paula Cândido Gabriel

Berilli, Jéferson Luiz Ferrari, Luciano Menini, e Aparecida de Fátima Madella de

Oliveira, os quais compõem a banca examinadora deste trabalho. Deixo aqui

registrado minha admiração e minha gratidão pelo trabalho de todos vocês.

Ainda de forma carinhosa e respeitosa, à todos os agricultores familiares que doaram

suas sementes de milho para serem objetos de estudo neste trabalho, os quais tenho

como valiosos guardiões não só de valiosas sementes, mas também dos mais

preciosos saberes.

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RESUMO

O milho é uma das culturas de maior interesse econômico a nível mundial, e compõe

a base alimentar e produtiva da agricultura familiar. No estado do Espírito Santo, a

precipitação pluviométrica abaixo da média, registrada nos últimos anos, tem gerado

menor produção de milho. Uma das alternativas para esse problema é o

desenvolvimento de variedades de milho tolerantes à déficit hídrico. Objetivou-se

avaliar o potencial genético de acessos de milho da coleção de trabalho do Banco

Ativo de Germoplasma do Ifes (BAG do Ifes) para o desenvolvimento de programa de

melhoramento visando a obtenção de variedades tolerantes ao déficit hídrico no

estado do Espírito Santo. Realizou-se coletas junto a agricultores familiares a fim de

aumentar o número de acessos de milho do BAG do Ifes. Avaliou-se 20 acessos de

milho da coleção de trabalho do BAG juntamente com um acesso comercial

(testemunha). Os genótipos foram cultivados, sob déficit hídrico, em dois ambientes:

Alegre e Colatina. Avaliou-se 14 descritores morfoagronômicos, sendo seis obtidos no

período anterior à colheita e nove obtidos pós-colheita. Realizou-se análise de

variância pelo teste F seguido de comparação de médias pelo teste de Scott Knott

(p>0,01). Estimou-se os parâmetros genéticos: coeficientes de variação fenotípica e

genotípica, herdabilidade e índice de variação genética. Os acessos foram agrupados

por dissimilaridade pelo método UPGMA. Ocorreram interações genótipo ambiente,

sendo alcançadas maiores produtividades médias em Colatina. Incorporou-se 7 novos

acessos de milho à coleção de trabalho do programa de melhoramento de milho do

Ifes. O estresse hídrico gerou menores produtividades de grãos, contudo houve

materiais com rendimento semelhante a cultivar comercial apontada como tolerante à

déficit hídrico. Os descritores relacionados ao desempenho agronômico foram mais

influenciados pelo ambiente do que os descritores morfológicos. Os resultados obtidos

apontam que há diversidade genética entre os acessos de milho do BAG do Ifes. O

estudo revelou que a coleção de trabalho do referido banco de germoplasma possui

genótipos promissores para o desenvolvimento de cultivares de milho tolerantes ao

déficit hídrico nas duas microrregiões estudadas.

PALAVRAS CHAVE: agroecologia, agricultura familiar, conservação de recursos

genéticos, diversidade genética, soberania alimentar.

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ABSTRACT

Maize is one of the most economically important crops in the world, and it is the food

and productive base of family farming. In the state of Espírito Santo, below-average

rainfall recorded in recent years has generated lower maize production. One of the

alternatives for this problem is the development of maize varieties tolerant to water

deficit. The aim of this study was to evaluate the genetic potential of maize accesses

from the work collection of the Ifes Germplasm Asset Bank (BAG do Ifes) for the

development of a breeding program to obtain tolerant varieties of water deficit in the

state of Espírito Santo. Seeds collected from family farmers in order to increase the

amount of access of corn from the Ifes BAG. Twenty maize accesses from the BAG

work collection evaluated along with commercial access (control). The genotypes were

cultivated, under water deficit, in two environments: Alegre and Colatina, ES.

Evaluated 14 morphoagronomic descriptors, six of them being obtained in the period

before harvesting and nine being obtained post-harvest. A variance analysis performed

by the F-test followed by means comparison by the Scott Knott test (p> 0.01). The

genetic parameters estimated: coefficients of phenotypic and genotypic variation,

heritability and genetic variation index. The accessions grouped by dissimilarity by the

UPGMA method. There were interactions genotype-environment, reaching higher

average yields in Colatina. Seven new accesses of maize added to the work collection

of the breeding program of the Ifes. Water stress generated lower yields of grains,

however, there were materials with a yield similar to commercial cultivar, which

considered tolerant to water deficit. The descriptors related to the agronomic

performance more influenced by the environment than the morphological descriptors.

The results obtained indicate that there is genetic diversity among the maize accesses

of the BAG of the Ifes. The study revealed that the work collection of this germplasm

bank had promising genotypes for the development of maize cultivars tolerant to the

water deficit in the two microregions studied.

KEYWORDS: agroecology, family agriculture, conservation of genetics resources,

genetic diversity, food sovereignty.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 11

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................. 11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 12

3.1 AGRICULTURA E SEUS DESAFIOS .................................................................................. 12

3.2 REVOLUÇÃO VERDE E A INVERSÃO DOS OBJETIVOS NA AGRICULTURA ......... 13

3.3 SUSTENTABILIDADE E FORMAS DE AGRICULTURAS ................................................ 14

3.3.1 Agricultura Convencional ............................................................................................ 15

3.3.2 Agroecologia ................................................................................................................... 16

3.4 AGROECOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA........................................................................... 18

3.4.1 Agroecologia e soberania alimentar ......................................................................... 19

3.4.2 Agroecologia e conservação de recursos genéticos ........................................... 20

3.4.3 Sementes crioulas.......................................................................................................... 22

3.4.4 Sementes tradicionais e melhoramento genético ................................................. 24

3.5 MILHO: DOMESTICAÇÃO E EVOLUÇÃO BOTÂNICA .................................................... 26

3.5.1 Melhoramento genético de milho ............................................................................... 27

3.6 MILHO: IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL E ECONÔMICA ................................................ 29

3.6.1 Milho e sua riqueza nutricional................................................................................... 29

3.6.2 O milho e a economia mundial ................................................................................... 30

3.6.3 Cultivo do milho no estado do Espírito Santo ....................................................... 31

3.7 FATORES CLIMÁTICOS E DESENVOLVIMENTO DO MILHO ...................................... 33

3.7.1 Temperatura do ar .............................................................................................................. 34

3.7.2 Regime hidrológico: déficit hídrico ........................................................................... 34

4 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 36

4.1 COLETA DE SEMENTES DE MILHO .................................................................................. 36

4.2 CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS GENÓTIPOS DE MILHO ............................. 37

4.2.1 Delineamento experimental e material vegetal avaliado ..................................... 37

4.2.2 Preparo da área e plantio das sementes ............................................................ 38

4.2.3 Tratos culturais ......................................................................................................... 39

4.2.4 Irrigação e manutenção de estresse hídrico nas plantas .............................. 41

4.2.5 Caracterização e avaliação dos genótipos de milho antes e após colheita

42

4.2.6 Análise estatística dos dados ............................................................................... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 47

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5.1 COLETA DE SEMENTES ...................................................................................................... 47

5.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO E DIVERSIDADE GENÉTICA DOS

GENÓTIPOS DE MILHO DO BAG DO IFES ............................................................................. 53

5.2.1 Condições climáticas ao longo do estudo .............................................................. 53

5.2.2 Desempenho morfoagronômico dos genótipos de milho ................................... 57

5.2.3 Estimativa de parâmetros genéticos......................................................................... 69

5.2.4 Diversidade genética entre os genótipos de milho ............................................... 71

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 82

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 83

APÊNDICE A - LISTA DE PRODUÇÃO ACADÊMICA DO DISCENTE .................................. 101

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INTRODUÇÃO

O milho é um dos cereais de maior importância na alimentação humana, sendo

utilizado para consumo de forma direta ou como fonte de nutrientes e proteínas na

ração animal em atividades agropecuárias (JANUARIO et al., 2015). Os maiores

produtores mundiais de milho são Estados Unidos e China respectivamente, seguidos

do Brasil como o terceiro maior produtor (FAOSTAT, 2016).

Embora em boa posição no ranking de produção e exportação, a produtividade do

milho brasileiro chegou a 5518,0 Kg ha-1 na última safra (CONAB, 2018), valor ainda

abaixo do potencial produtivo do país quando comparado a produtividade média de

cada uma de suas regiões. O Espírito Santo é um dos estados com a menor média

de produtividade, em torno de 2800 Kg ha-1 (CONAB, 2018), reflexo principalmente do

baixo nível tecnológico dos sistemas de cultivo, sendo a produção predominantemente

oriunda da agricultura familiar (SNA, 2015).

Os agricultores familiares, por sua vez, se vêm cada vez mais dependentes de

tecnologias do mercado, perdendo assim a soberania alimentar de sua família e

encarecendo seus custos de produção (SILVA, 2015a). Em se tratando do milho, a

dependência do mercado se dá principalmente pela necessidade de aquisição de

sementes, as quais não se é possível replantar em cultivos futuros pela instabilidade

genética das populações formadas ou ainda devido a presença de genes inibidores

de germinação, gerando a necessidade de aquisição de sementes a cada novo cultivo

(CARVALHO, 2016).

É nesse sentido que sementes tradicionais, comumente denominadas crioulas ou

landraces, se destacam por garantirem mais soberania alimentar aos agricultores. A

maior parte dessas sementes são mantidas pelos agricultores familiares, os quais

selecionam e conservam a cada colheita, as sementes que serão plantadas nos

próximos cultivos, e de forma indireta, acabam por realizar um trabalho de seleção

artificial de sementes com maior vigor (BEVILAQUA et al., 2014).

Com o passar dos anos, a prática pode resultar em variedades mais adaptadas as

condições edafoclimáticas da região de cultivo, consequentemente com produção

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mais estável. Dessa forma, as sementes mantidas pelos agricultores passam a

constituir um valioso recurso genético a ser conservado, ação essa, que é fortalecida

pela prática da agroecologia (ALTIERI, 2010; FROELICH et al., 2015; SILVEIRA et al.,

2015).

No estado do Espírito Santo, trabalhos tem sido desenvolvidos junto aos agricultores

a fim de potencializar o uso de sementes de variedades tradicionais e de híbridos

melhorados, que garantam maiores produtividades e consequentemente maior renda

ao pequeno produtor rural (MACHADO et al., 2007; MACHADO et al., 2011). Contudo,

o baixo volume de chuvas registrado no estado nos últimos anos, tem gerado queda

na produção, o que consequentemente tem aumentado a demanda por variedades

mais adaptadas a estresses abióticos e bióticos, e reforçando assim a necessidade

de se desenvolver programas de melhoramento genético na região.

O último cultivar de milho lançado para o Estado do Espírito Santo, a cultivar Capixaba

Incaper 203, foi lançada há nove anos, e apresenta potencial produtivo de cerca de

5.574 kg ha-1 (INCAPER, 2018), valor este considerado reduzido frente as cultivares

atualmente disponíveis no mercado, além de apresentar menor produtividade frente à

estresses abióticos. Isso faz com que os agricultores adquiram sementes comerciais

muitas vezes não adaptadas às condições edafoclimáticas da região, gerando assim

maior custo de produção e maior prejuízo à soberania alimentar.

Por tanto, fica evidente a necessidade de se desenvolver tanto trabalhos de resgate e

conservação de germoplasma de milho no Espírito Santo, quanto programas de

melhoramento de milho. Para o desenvolvimento de tais programas de melhoramento,

faz-se necessário conhecer o potencial genético dos acessos que vem sendo

cultivados na região a fim de selecionar variedades mais adaptadas à estresses

abióticos, mais produtivas, e que consequentemente possam atender às

necessidades dos agricultores familiares no estado.

O Instituto Federal do Espírito Santo possui um Banco Ativo de Germoplasma no qual

se iniciou um programa de melhoramento de milho por método de seleção recorrente

no ano de 2014. O programa tem como objetivo o desenvolvimento de variedades de

milho que possam atender às demandas dos agricultores familiares do estado.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o potencial genético de acessos de milho da coleção de trabalho do Banco

Ativo de Germoplasma (BAG) do Ifes para o desenvolvimento de programas de

melhoramento visando obtenção de variedades tolerantes ao déficit hídrico.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Coletar materiais genéticos de milho em propriedades rurais do estado do

Espírito Santo;

Multiplicar sementes de populações de milho coletadas e introduzidas no BAG

do Ifes;

Identificar genótipos de milho que possam ser utilizados em sistemas

agroecológicos garantindo a conservação de recursos genéticos e a soberania

alimentar dos agricultores familiares da região;

Contribuir com a base de dados do BAG do Ifes a fim de potencializar o uso,

conservação e distribuição dos recursos genéticos de milho no estado;

Dar início a um trabalho base para o desenvolvimento de novas populações de

milho adaptadas às condições edafoclimáticas em duas localidades do estado do

Espírito Santo e que assim possam melhor atender às necessidades dos agricultores

familiares.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 AGRICULTURA E SEUS DESAFIOS

Desde que a espécie humana abandonou os hábitos nômades a agricultura começou

a ser desenvolvida, principalmente pelas mulheres, o que acredita-se ter ocorrido a

cerca de 10 mil anos atrás (MAZOYER e ROUDART, 2010). Diferentemente do que

acontece de forma natural, não só o ambiente passou a exercer a pressão de seleção

sobre as espécies cultivadas mas também o homem, selecionando artificialmente

materiais genéticos mais promissores, os quais tinham maior potencial de garantir seu

sustento (RAMALHO e LAMBERT, 2004).

Embora o homem tenha passado a dividir com o ambiente o protagonismo na seleção

de espécies vegetais, a força entre os dois foi e ainda é incomparável: embora o

homem possua maior força para selecionar espécies artificialmente em relação ao

ambiente, ele é também parte do ambiente, o qual sob constante alterações passa a

exigir novas estratégias de cultivo (ROSENZWEIG et al., 2014; NELSON et al., 2014).

Nesse contexto, a agricultura tem enfrentado desafios gerados pelo ambiente,

buscando resistir às adversidades e desequilíbrios comuns ao meio. O desequilíbrio

populacional de organismos passou a gerar prejuízos pelos constantes ataques em

sistemas de cultivo, passando tais organismos a serem considerados pragas agrícolas

(PRADO e CASTRO, 2017).

Mudanças climáticas passaram a determinar regiões de cultivo e desenvolvimento de

grandes culturas e até mesmo alterar estruturas sociais de civilizações, pela escassez

de recursos indispensáveis à prática da agricultura (SANTOS e MARTINS, 2016). O

crescimento populacional, o desenvolvimento de centros urbanos e o surgimento do

comércio, passou a demandar por ampliação nos sistemas de cultivo não somente

para o consumo familiar mas também para a comercialização.

Mediante os desafios impostos pelo meio do qual o homem faz parte e ao mesmo

tempo atua, o ser humano passou a desenvolver diferentes formas de cultivo,

desenvolvendo técnicas e tecnologias que melhor lhe possibilitassem garantir

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alimento em quantidade e qualidade suficiente para sua nutrição, caminho este o qual

é trilhado pelo homem até o presente momento (DEBAEKE e ABROUDARE, 2004;

HE et al., 2015; NUNES et al., 2018).

3.2 REVOLUÇÃO VERDE E A INVERSÃO DOS OBJETIVOS NA AGRICULTURA

Dentre os grandes eventos mundiais que influenciaram diretamente nas formas e na

intensidade de práticas agrícolas, a Revolução Verde vem sendo amplamente

discutida nas últimas décadas e é apontada como grande marco para a agricultura,

sendo indicado por alguns cientistas como uma revolução necessária e por outros

como o grande mal (SHIVA, 1993; EVENSON e GOLLIN, 2003).

A Revolução Verde em si, se refere a uma série de eventos ocorridos ao fim da

Segunda Guerra Mundial, nos quais empresas de produtos químicos passaram a

enxergar na agricultura uma fonte de multiplicação de capital, impulsionadas ainda

mais pela Guerra Fria então corrente, juntamente com a produção de grandes

maquinários para utilização na agricultura, baseando-se na justificativa comum de

aumentar a produtividade e erradicar a fome mundial (ANDRADES e GANIMI, 2007).

Nesse período, a visão de uma agricultura intensiva com alto nível tecnológico se

instalou, juntamente com o incentivo a instalação de monocultivos, intensificação do

uso de máquinas e agrotóxicos, e difusão de sementes geneticamente melhoradas,

denominadas como as “sementes milagrosas” (CONWAY, 1990; SHIVA, 1993;

ALVES e TEDESCO, 2015).

E nesse contexto, a agricultura familiar passou a sofrer pressões do mercado de

insumos, que passou a oferecer produtos voltados a cultivos mais simplificados dando

início à comercialização dos chamados pacotes verdes, com sementes geneticamente

melhoradas, fertilizantes e defensivos (CAPORAL e DAMBRÓS, 2017). Esse novo

modelo de mercado passou então a fomentar a ideia de que produzir apenas um tipo

de produto em grande quantidade seria mais rentável e mais seguro.

As modificações então ocorridas na agricultura, principalmente nas pequenas

propriedades passaram a gerar elevados ganhos, porém com menor segurança já que

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os agricultores passaram a depender do preço pago por um só produto além dos

valores de insumos cada vez mais elevados (CONTERATO et al., 2014). Com isso,

agricultores familiares perderam sua soberania alimentar, não mais detendo o controle

dos preços a serem pagos por seus produtos, e também dos custos de produção

devido a instabilidade nos preços de insumos externos. O modelo então adotado

passou a satisfazer os objetivos de grandes proprietários de terras os quais, pelo

volume de produção, passaram a deter maior parte também das tecnologias de

produção agrícola (ARAÚJO, 2016).

Aliado aos novos riscos econômicos e perda de soberania alimentar para os agentes

da agricultura familiar, na agricultura como um todo, ocorreu maior simplificação

genética dos sistemas e maior impacto ambiental pelas formas de cultivo adotadas a

partir da revolução verde (GUERRA et al., 2015).

Após a revolução verde, o visível cenário de degradação provocado pelo mau uso das

terras mediante práticas de agricultura com maior intensidade e frequência de

interferência ambiental, passou a levantar preocupações quanto às formas de manejo

dos recursos então praticadas (GUERRA e JORGE, 2014). Paralelamente, tanto a

retomada de práticas antigas quanto a reformulação de novas práticas de cultivo

passaram a serem incentivadas tanto pela comunidade científica quanto por alguns

órgãos governamentais, ainda que até o presente momento de forma incipiente

(ROEL, 2002; NODARI e GUERRA 2015; DA SILVA e CALEMAN, 2015).

Dentre os novos modelos propostos, a centralidade da maior parte deles é a busca

pela sustentabilidade, sendo esta entendida em um sentido mais restrito por algumas

formas de agricultura, enquanto outras em sentido mais amplo e dinâmico.

3.3 SUSTENTABILIDADE E FORMAS DE AGRICULTURAS

Tratada de diversas formas e em diferentes níveis de complexidade, a palavra

sustentabilidade tem sido perseguida nos últimos anos em diversas atividades

humanas, seja na busca por vender uma imagem ou ainda de fato na utilização de

práticas menos agressivas ao equilíbrio natural (SOUSA et al., 2005; ANTUNES e

CUNHA, 2010; NUNES et al., 2018)

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De forma semelhante, na agricultura, técnicas de manejo e tecnologias passaram a

serem revistas do ponto de vista da sustentabilidade (TITTONELL, 2014). Em muitos

casos gerando formatos apontados como agricultura alternativa, agricultura ecológica,

ou ainda confundida com agricultura orgânica (ROEL, 2002; OLIVEIRA e LIMA, 2017).

Alguns autores determinam esse período de ressurgimento de algumas formas de

agricultura e reformulação de outras como “a nova revolução verde” (GORON e

RAIZADA, 2015).

Tais formas de cultivo tem sido agrupadas no entendimento da ideia de agroecologia,

a qual a visão do ambiente de cultivo passa a ser de um agroecossistema, ou seja,

não apenas ambiente de produção, mais sim como um sistema ecológico dinâmico e

complexo, repleto de interações biológicas as quais necessitam de equilíbrio para

manutenção de sua capacidade energética e consequentemente produtiva (ALTIERI

et al., 2015).

Para melhor entendimento das diferenças entre os diferentes modelos agrícolas

utilizados nas últimas décadas, é importante que se conheça alguns dos fundamentos

que regem cada um deles.

3.3.1 Agricultura Convencional

Os atuais modelos convencionais de agricultura se baseiam na manutenção de altas

produtividades, monocultivo, principalmente de espécies de maior interesse

econômico para o mercado de exportações e para atendimento das indústrias, alto

nível tecnológico com utilização de sementes geneticamente modificadas

(transgênicas), máquinas de grande porte e implementos agrícolas nas grandes

propriedades (SHETTY e MAYYA, 2015; ZHU e JUNG, 2017).

Esse modelo de agricultura extensiva, embora apresente uma visão de um modelo

agrícola praticado apenas por grandes latifundiários, também é adotado na grande

maioria das pequenas propriedades, inclusive naquelas cuja mão-de-obra empregada

é familiar, os agricultores familiares, embora com menor nível de tecnologia

(NAVARRO e PEDROSO, 2014).

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Sistemas convencionais, por assim configurados, geram modificações severas no

ecossistema natural, gerando desequilíbrio nas relações ecológicas e portanto

demandando maior frequência e intensidade de intervenções humanas para que se

possa garantir a produtividade ao fim do ciclo da cultura cultivada (LAURENCE et al.,

2014).

Tais intervenções se referem ao controle de pragas e doenças, nutrição mineral das

plantas, eliminação de plantas espontâneas, vistas neste modelo como competidoras

à cultura de interesse, atividades as quais são realizadas principalmente por meio da

aplicação de herbicidas, fertilizantes químicos e defensivos agrícolas (ELOY et al.,

2017).

Embora seja um modelo bastante criticado por aqueles que defendem técnicas de

produção mais conservacionistas, é apontado como um dos mais produtivos e o

modelo para o qual o mercado de insumos atualmente se encontra configurado, fatos

estes que exercem pressão sobre os produtores no momento da escolha dos sistemas

de cultivo a serem adotados (GUANZIROLI e GUANZIROLI, 2015).

3.3.2 Agroecologia

Embora definida em variados termos por diversos autores, as ideias afirmam que

sistemas agroecológicos de produção são aqueles cujo foco é a sustentabilidade, no

sentido de sistemas capazes de se manterem por longos períodos de tempo (WEZEL

et al., 2014; CAPORAL e DAMBRÓS, 2017; ALTIERI et al., 2017). Para tanto, a

organização e manejo de sistemas agroecológicos têm como modelo os ecossistemas

naturais (ALTIERI, 2010).

Em ecossistemas naturais, a diversidade de plantas presentes acaba por gerar

também maior diversidade de hábitats, ou seja, maior diversidade de alimentos e

abrigos, o que garante também maior diversidade de animais e microrganismos

(AMARAL, 2011). Essa elevada diversidade de seres vivos possibilita que o número

de indivíduos de uma espécie seja controlado pela presença da outra, e garante ainda

maior ciclagem de nutrientes e utilização mais eficiente da energia que entra no

sistema (ODUM, 2001).

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Baseado nessas percepções, sistemas agroecológicos visam o melhor

aproveitamento da energia do agroecossistema através de práticas como: cultivo de

maior diversidade de espécies em uma área (policultivo), manutenção do aporte de

matéria orgânica no solo, proteção do solo para menores perdas de água e

manutenção da fauna edáfica, cultivo de leguminosas para servirem como adubo

verde, utilização de sementes com maior variabilidade genética, entre outras práticas

(PRIMAVESI, 2008; ALTIERI et al., 2017).

Dessa forma, o agroecossistema procura imitar o ecossistema natural a fim de garantir

a existência de serviços ambientais que acabam por serem benéficos ao sistema

produtivo (GARBACH et al., 2016). Tais serviços visam garantir a menor ocorrência

de pragas já que existem predadores destas no ambiente, melhor nutrição das plantas

com nutrientes oriundos da decomposição, maior qualidade nos alimentos produzidos,

e sobretudo maior produtividade por área.

Embora sistemas agroecológicos necessitem de constante manejo, as intervenções

acabam por gerar impactos positivos ao ambiente uma vez que o objetivo é acelerar

processos naturais como decomposição de resíduos e conservação da água e do

solo. O impacto positivo gerado é então resultado do objetivo principal da adoção

desse sistema, que não é somente a produção de alimentos, mas também a

manutenção do agroecossistema por longos períodos. Dessa forma, sistemas

agroecológicos tendem a ser mais resilientes (ALTIERI et al., 2015; TEIXEIRA e

PIRES, 2017).

Dentre os desafios para o desenvolvimento e difusão de práticas agroecológicas está

o maior estudo e entendimento dos processos naturais além da necessidade de

adaptações na organização e manejo dos agroecossistemas de uma região para

outra, o que não possibilita a elaboração de um modelo de sistema já que há grande

diversidade de biomas e ecossistemas no território brasileiro. E é nesse sentido, que

a agroecologia tem evoluído não somente como conjunto de práticas agrícolas mas

também como ciência (LIERE et al., 2017).

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3.4 AGROECOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA

Como se baseia em novas formas de manejar e enxergar o ambiente de cultivo como

um ecossistema repleto de interações ecológicas as quais geram ganhos na eficiência

produtiva quando em equilíbrio, a agroecologia é dependente do entendimento do

funcionamento do ecossistema natural (ALTIERI et al., 2017). Nesse sentido, os

estudos ainda precisam avançar na descoberta de mais mecanismos e interações

entre os organismos dos diversos ecossistemas naturais, e também avançar no

sentido de desenvolver metodologias que possibilitem criar condições para tais

interações dentro do agroecossistema (WEZEL et al., 2014; GABA et al., 2015).

Enquanto ciência, a agroecologia pode então ser definida como aquela que busca

entender o funcionamento do ambiente natural e desenvolver formas de manter as

interações ecológicas dentro dos agroecossistemas e garantir a vida de todos os

organismos envolvidos, grupo no qual o homem se insere. E na prática, é vista como

ferramenta científica capaz de auxiliar o processo de transição de sistemas

convencionais de cultivo para sistemas mais sustentáveis (CAPORAL, 2009).

A literatura científica tem apresentado trabalhos sobre agroecologia que revelam tanto

a preocupação em entender o ambiente natural como em testar e avaliar o efeito da

adoção de técnicas de manejo que garantam a sustentabilidade nos

agroecossistemas (CAPORAL e COSTABEBER, 2002). Pautada sobre as dimensões

da sustentabilidade, a agroecologia vai além das bases comumente conhecidas, não

se limitando somente às dimensões econômicas, sociais e ambientais mas também

às dimensões cultural, política e ética (CAPORAL et al., 2009; GREGORY et al.,

2016).

Dessa forma, ainda que busque conservar recursos e garantir o equilíbrio ambiental

do sistema, dentre as maiores preocupações da agroecologia está a garantia de vida

com qualidade aos agentes da agroecologia: os agricultores (TRIPATHY et al., 2015;

PEREIRA et al., 2015). E nesse sentido, são comuns os trabalhos que colocam a

soberania alimentar e a qualidade de vida dos agricultores no centro dos estudos e

das práticas de agroecologia.

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Devido justamente à dependência do mercado de insumos e às pressões exercidas

pelo mercado de comercialização, atualmente a soberania alimentar dos agricultores

familiares parece ser um dos principais objetivos trabalhados pela agroecologia.

3.4.1 Agroecologia e soberania alimentar

A soberania alimentar pode ser definida como o estado de vida em que o indivíduo,

nesse caso o agricultor, possui a capacidade de produzir a maior parte do que

consome e ainda ter autonomia para comercializar seus produtos com menor

dependência do mercado, garantindo o sustento de sua família como um todo

(SANTOS, 2016; CAMARGO et al., 2016).

Ao recordar antigas práticas utilizadas na agricultura, é possível identificar momentos

em que os agricultores já possuíam tal soberania. Como é de costume ouvir dos

agricultores mais antigos: “...naquele tempo só comprávamos na cidade: sal, açúcar

e querosene...” (MENASCHE, 2007), indicando que tudo mais o que era necessário

se produzia na propriedade rural.

Como anteriormente relatado, os agricultores passaram a perder sua soberania no

momento em que deixaram de cultivar grande diversidade de produtos, em

agroecossistemas mais complexos, e passaram a cultivar apenas culturas de

interesse do mercado em agroecossistemas simplificados. Além disso, nesses

sistemas mais simplificados, o desequilíbrio ecológico propiciou a emergência de

pragas e doenças, além de estresses abióticos e assim gerou a necessidade de maior

entrada de insumos externos, aumentou os custos de produção e dessa forma, gerou

maior dependência do mercado (MIRANDA et al., 2007).

Dentre os fatores que contribuíram para a simplificação e desequilíbrio dos

agroecossistemas está a também simplificação genética de sementes utilizadas

(GORON e RAIZZADA, 2015). A aquisição de sementes melhoradas, apontadas como

mais produtivas e melhor adaptadas passou a diminuir o fluxo gênico entre a

comunidade presente no agroecossistema. Tais sementes em sua maioria, com

adição de genes, por técnicas de engenharia genética, os quais não possibilitam aos

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agricultores a retirada de sementes para os próximos cultivos, gerando ainda maior

dependência (SILVA et al., 2015b).

No sentido de buscar a maior soberania dos agricultores quanto à obtenção de

sementes, a agroecologia é defensora da conservação dos recursos genéticos.

3.4.2 Agroecologia e conservação de recursos genéticos

A existência e manutenção da biodiversidade é um dos fatores base para a

manutenção do equilíbrio ecológico (CIMINELLI et al., 2014), equilíbrio e diversidade

esta, que resulta também da manutenção da diversidade genética, a fim de que haja

constante fluxo gênico e consequentemente maior chance de adaptação e

sobrevivência das espécies.

Da mesma forma a biodiversidade é a base para geração da biotecnologia, onde essa,

só foi possível a partir de estudos da variabilidade de organismos no ecossistema

(SILVEIRA E REZENDE, 2015). Com isso, a manutenção da variabilidade genética é

de grande valor para a ciência em geral, e principalmente para a agricultura, pela

probabilidade de conterem alelos que conferem adaptação local, resistência à

doenças e tolerância às principais adversidades edafoclimáticas de uma região

específica (CARVALHO, 2007).

Os agricultores familiares, pela sua prática de guardar sementes para os plantios

futuros, e automaticamente realizarem seleção das melhores sementes para seus

cultivos, acabam por conservar ricas fontes de recursos genéticos em plantas de

expressão fenotípica carregadas de adaptações às condições locais (ARAÚJO et al.,

2013; BEVILÁQUA et al., 2014). Todavia, em boa parte dos cultivos vem ocorrendo

transformações nas práticas agrícolas decorrentes do aumento no nível tecnológico

das lavouras, e principalmente pela substituição de sementes: de material genético

não-melhorado (conhecidas como variedades locais ou crioulas) por cultivares

comerciais.

Quando ocorre perda de recursos genéticos tanto pela substituição quanto pela

seleção de características de interesse, afirma-se que ocorreu um processo de erosão

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genética (CASTRO et al., 2011). Isso porque nesse processo, alelos que não são de

interesse imediato são perdidos (erodidos) caso não sejam conservados ou usados

de outra maneira (DE BOEF e THIJSSEN, 2007).

A erosão genética pode representar perdas de populações inteiras de um grupo

geneticamente diferenciado, ou redução da frequência de determinados alelos dentro

de uma população ou espécie como um todo (ROGERS, 2004). Populações vegetais

nativas vêm sofrendo forte erosão genética pela ação antrópica, principalmente pela

derrubada de matas para exploração ilegal de madeira e da expansão da atividade

agropecuária (ALVES et al., 2013).

A substituição de variedades locais acabam por ocasionar a erosão genética, o que

evidencia de forma mais intensa a necessidade crescente de trabalhos de coleta,

caracterização e conservação dessas variedades locais (VOGT et al., 2013).

A diversidade genética na agricultura tem sido tratada como agrobiodiversidade

(FONSECA et al., 2015). Essa diversidade existente nas cultivares e variedades

agrícolas é consequência da história evolutiva das mesmas, onde diferentes grupos

humanos teriam desenvolvido distintas estratégias técnicas para o uso, o manejo e a

conservação da agrobiodiversidade localmente disponível, contribuindo para que

essas culturas adquirissem características próprias do lugar onde habita (ALMEIDA,

2004).

Muito se têm discutido a respeito dos processos que aceleram a erosão genética, e

consequentemente, diminuem a agrobiodiversidade, porém, as discussões ainda

tendem mais para o lado teórico do que prático indicando um processo ativo de erosão

genética principalmente em programas de melhoramento, sendo este um quadro de

difícil reversão (SOUZA, 2015).

Como alternativa para prevenção do processo de erosão genética, tem sido proposta

a conservação de recursos genéticos no próprio local onde eles se desenvolveram (in

situ e on farm) (ARAUJO e AMOROSO, 2012). Essa conservação é também possível

com a construção e manutenção de Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) (ALVES

et al., 2013).

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A conservação de recursos genéticos é essencial para a preservação da variabilidade

genética, uma vez que facilita o intercâmbio de germoplasma, mantém e potencializa

a eficiência dos programas de melhoramento genético (CHAVES et al., 2015).

A existência de variabilidade genética garante que por meio do melhoramento

genético sejam obtidas novas combinações de maior interesse para o homem. Uma

forma de armazenar essa variabilidade natural é a formação de Bancos Ativos de

Germoplasma, sendo estes de extrema importância para os programas de

melhoramento genético por possibilitar armazenar grande diversidade de acessos, e

consequentemente, variação gênica, servindo de base para os programas de

melhoramento (ALEKCEVETCH, 2013).

O objetivo principal dos BAGs é preservar recursos genéticos através da manutenção

das sementes dos acessos em boas condições de germinação, vigor e fitossanidade

e, associado a isso, buscar o enriquecimento da coleção através de acessos

tradicionais ou crioulos, e espécies silvestres originadas de coletas e introdução de

linhagens de programas de melhoramento, e ainda multiplicar e caracterizar esses

acessos (RANGEL et al., 2013).

3.4.3 Sementes crioulas

São tratadas como variedades crioulas àquelas populações tradicionais de plantas

cultivadas, presentes em bancos de sementes de muitos agricultores, onde ficam

depositadas como garantia para o plantio nos anos seguintes, e que por serem

cultivadas e selecionadas naturalmente em uma dada região, são adaptadas aos

locais e culturas onde se desenvolveram (BARROS SECO et al., 2010). As variedades

crioulas são uma fonte riquíssima de alelos capazes de expressarem características

diversas de acordo com as necessidades de cada localidade (ARAÚJO JÚNIOR et al.,

2015).

Além disso, variedades crioulas são de relevante importância para a subsistência e

soberania alimentar de comunidades de agricultores familiares (SANTOS e LIMA,

2015; SILVA et al., 2015b), o que reitera sua importância no âmbito da biodiversidade,

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social e cultural. Isso também se deve ao fato de que a adaptabilidade conferida às

variedades tradicionais acaba também por gerar uma maior estabilidade e segurança

aos rendimentos dos agricultores familiares, o que gera uma preferência em alguns

casos, por essas sementes (BARROS SECO et al., 2010).

Por outro lado, ao longo dos anos, as variedades crioulas vem sofrendo o processo

de erosão genética e têm desaparecido do domínio de comunidades agrícolas, fato

este que se deve principalmente aos seguintes fatos: substituição da lavoura por

cultivares modernas, queda na produtividade das variedades crioulas, mudanças

climáticas, perda de tradição do cultivo, dificuldade para comercialização (ARAÚJO et

al., 2009).

Os processos que contribuíram e continuam contribuindo para a constante erosão

genética estão relacionados à “Revolução Verde” ocorrida no Brasil no século

passado, onde a utilização de insumos externos, inclusive sementes, passou a ser

incentivado de tal forma que os agricultores parassem de desenvolver formas de

cultivar com menor gasto de insumos e maior utilização dos serviços ambientais

(ZIEMBOWICZ et al., 2007).

O termo revolução verde foi atribuído como denominação ao movimento das agências

e instituições privadas para o desenvolvimento da agricultura com proposta de

oferecer tecnologias que possibilitassem o aumento da produção mundial de

alimentos em resposta a escassez mundial de alimentos, ou seja, caracterização de

um período onde houve incentivo à produção de alimentos em larga escala e com

maior nível tecnológico (ALVES e TEDESCO, 2015).

Embora com o intuito de promover a erradicação da fome mundial, a revolução verde

com seu incentivo ao monocultivo e implantação de tecnologias de custo elevado,

acabou por excluir o modelo de agricultura familiar do cenário do desenvolvimento

(DE FARIAS, 2015), comprometendo a manutenção e soberania alimentar das

propriedades familiares.

A pressão de mercado gerada com o aumento da produção fez com que os

agricultores familiares também passassem a produzir mais preocupados em gerar

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produtos para o mercado e não para si, o que contribuiu para o aumento da fome na

zona rural em tempos de crise no mercado (ZIEMBOWICZ et al., 2007).

Dentre as formas de agricultura e ciências que buscam reverter esse processo com a

afirmação de práticas e formas de cultivo que vão em sentido oposto à grande parte

daqueles pregados e incentivados pela revolução verde, está a agroecologia (SOUZA

e DO CARMO, 2016).

Defensores da agroecologia afirmam que as sementes comerciais não estão

adaptadas a forma de cultivo proposta em sistemas agroecológicos uma vez que, as

práticas agroecológicas visam a redução na utilização de insumos externos, fator este

o qual as sementes comerciais não se enquadram por já terem sido preparadas para

a dependência desses insumos (BEVILAQUA et al., 2014).

Devido a isso, faz-se necessário e de expressiva importância que sejam realizados,

coletas, estudos e experimentações com variedades crioulas ou locais a fim de que

possa-se avaliar o potencial dessas populações para o melhoramento genético

visando sua utilização em agroecossistemas, levando-se em conta os fatores

limitantes presentes na agricultura familiar (MACHADO, 2014).

3.4.4 Sementes tradicionais e melhoramento genético

O mercado de sementes melhoradas é um seguimento crescente que a cada ano

oferece sementes cada vez mais produtivas e adaptadas à estresses abióticos,

ocorrência de pragas e doenças nas culturas, gerando maiores produtividades

(TEODORO et al., 2009; BARRETA et al., 2016; ZONG et al., 2017). Tal tecnologia

avançou ainda mais com o desenvolvimento de técnicas de engenharia genética que

possibilitaram a chamada edição gênica, ou seja, a modificação genética de sementes

(XU et al., 2017).

Diante dessa nova realidade, os agricultores se veem em um embate: ao mesmo

tempo que sementes melhoradas são capazes de garantir maiores produtividades e

renda, essas sementes podem ser uma fonte de simplificação dos sistemas,

principalmente quando geneticamente modificadas. Com isso, a utilização de

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sementes melhoradas, ao passo que pode contribuir para a soberania alimentar a

curto e médio prazo, possivelmente também poderá comprometer a manutenção do

sistema à longo prazo (DYER et al., 2014).

Embora pareça que esse embate seja de difícil resolução, ao retomarmos as técnicas

clássicas de melhoramento genético de sementes, é possível identificar metodologias

que possam gerar variedades mais produtivas e ainda com elevada variabilidade

genética (BERILLI et al., 2013; BEYENE et al., 2016). Nesse sentido, faz-se

necessário entender melhor as diferenças entre o melhoramento genético clássico e

o melhoramento via engenharia genética.

O melhoramento genético clássico é aquele em que se busca cruzar variedades mais

promissoras de uma dada cultura e selecionar as progênies (filhos do cruzamento)

com as características desejadas. Dentre os princípios do melhoramento clássico está

a estabilidade na expressão da característica, alta produtividade e acima de tudo

manutenção da variabilidade genética dentre os indivíduos da cultivar a ser gerada

(BRAMMER, 2002; DYER et al., 2014; VIVEK et al., 2017). Dentre as maiores

desvantagens dessa técnica, está o tempo necessário para a obtenção de uma

cultivar, o qual é maior que o melhoramento por engenharia genética.

O melhoramento denominado moderno, o qual utiliza técnicas de engenharia genética

busca modificar geneticamente os indivíduos inserindo genes de interesse nos

mesmos a fim de garantir maiores produtividades com genótipos mais tolerantes à

pragas, doenças e fatores ambientais adversos (ZONG et al., 2017). Tais genes

podem ser de outras espécies de seres vivos, o que acaba por gerar uma

desvantagem que é o desconhecimento do real efeito da expressão. Embora mais

rápida a obtenção de cultivares, trata-se de uma técnica cara e que gera materiais

muitas vezes incapazes de serem reproduzidos pelos agricultores, principalmente por

sua instabilidade genética.

Nesse sentido, trabalhos de melhoramento genético clássico tem sido apontados

como promissores para formação de sementes que possam garantir melhor soberania

alimentar à pequenos agricultores, os quais podem utilizar tais sementes em seus

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agroecossistemas de forma menos agressiva ao equilíbrio do mesmo (MACHADO,

2014).

As culturas mais trabalhadas pelo melhoramento genético têm sido principalmente

aquelas que compõem a base alimentar mundial, tais como: milho, trigo, arroz, soja,

cana de açúcar, etc. (MARULANDA et al., 2016; MWADZINGENI et al., 2016;

ANTUNES et al., 2017). A seguir, a revisão trata especificamente da cultura do milho,

uma das mais antigas e mais importantes culturas para a humanidade.

3.5 MILHO: DOMESTICAÇÃO E EVOLUÇÃO BOTÂNICA

O milho é uma planta resultante de processos de seleção, onde aceita-se que a forma

atual da planta é resultante de processos de evolução a partir de seus ancestrais

selvagens, processo esse que ocorreu diretamente por intervenção humana

(NANNAS e DAWE, 2015; HAKE e ROSS-IBARRA, 2015). Acredita-se ser o Sul do

México e América central o centro de origem do milho (BALTAZAR et al., 2015), local

onde também o milho começou a ser domesticado a cerca de 9.000 anos atrás

(BEVAN et al., 2017).

Os ancestrais de uma dada cultura são comumente encontrados nos chamados

centros de origem dessa cultura. O geneticista Nikolai Vavilov foi quem definiu

primeiramente o termo "centro de origem de plantas cultivadas". Para ele, esses

centros se referem às zonas geográficas em que grande parte da diversidade de

culturas é localizada e onde seus parentes silvestres coexistem ou coexistiram

(HERNÁNDEZ, 2009).

De forma mais específica acredita-se que a cultura do milho possui como seu centro

de origem e domesticação a Bacia das Balsas, região central do México (VARGAS,

2014), onde a existência de pólens fossilizados datados do ano de 1.230 dC sugerem

que as atividades agrícolas envolvendo a cultura já eram realizadas desde o

estabelecimento dos primeiros povos indígenas na região (CASTILLO-BATISTA et al.,

2016).

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Após esse período, com o contato entre velho e novo mundo através das descobertas

por parte dos colonizadores europeus, a cultura se disseminou por todo o mundo,

tendo o descobridor Cristóvão Colombo como um dos que levaram as primeiras

sementes para a Europa (VARGAS, 2014).

Desde então, cada vez mais busca-se conhecer as características botânicas e

genéticas primitivas e atuais do milho a fim de se aprimorar e obter avanços em

estudos de melhoramento e obtenção de novas variedades. Quanto às características

genéticas, o genoma do milho é composto por dez pares de cromossomos

(2n=2x=20), com aproximadamente 2.4 x 109 pares de bases (CANDELA e HAKE,

2008).

Considerando seus aspectos botânicos, o milho (Zea mays) é caracterizado como

uma planta monocotiledônea anual, pertencente à família Poaceae e tribo Maydeae

(ACOSTA, 2009), com desenvolvimento de colmo cilíndrico que pode variar em altura

dependendo da população estudada e dependendo de fatores abióticos envolvidos

em seu desenvolvimento.

Trata-se de uma planta monoica (com estruturas de reprodução masculina e feminina

na mesma planta), com comportamento de protandria, onde a antera (masculino)

amadurece antes dos estigmas (feminino) (BESPALHOK et al., 2014), comportamento

este que favorece a fecundação cruzada (SCHUSTER, 2013). Assim, o milho é

classificado como uma planta alógama (PELLANDA, 2012), ou seja, realiza

preferencialmente fecundação cruzada (95%). Essa característica favorece trabalhos

de melhoramento, mas por outro lado, exige maiores cuidados para obtenção de

cultivares puras geneticamente.

3.5.1 Melhoramento genético de milho

Desde as primeiras práticas agrícolas estabelecidas pelo homem a seleção de plantas

cultivadas e o melhoramento das mesmas já acontecia pelo simples fato de se guardar

sementes dos materiais mais promissores para cultivos futuros. Tal processo de

melhoramento foi maximizado com a descoberta das ciências modernas, porém de

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forma a concentrar o melhoramento para modelos agrícolas menos diversificados

(CANCI, 2006).

Dentre as culturas em que se aplicam técnicas de melhoramento, o milho é apontado

como uma cultura atraente para a maioria dos melhoristas devido à extraordinária

riqueza de ferramentas genéticas, desenvolvida e transmitida pelas gerações de

geneticistas anteriores (NANNAS e DAWE, 2015).

Nos programas de melhoramento de milho, têm-se buscado dar enfoque à

manutenção e potencialização de características biológicas consideradas favoráveis

à produção de grãos e forragem, tais como, produtividade de grãos e ou matéria fresca

e matéria seca (no caso das forrageiras), qualidade de grãos, tolerância à pragas e

doenças e, tolerância a estresses abióticos (COOPER et al., 2014; MARCONDES et

al., 2016; NICOLI et al., 2016).

Os trabalhos de melhoramento de milho, visam principalmente um incremento para a

produção através da introdução de cultivares melhoradas adaptadas as condições

climáticas dos locais de cultivo (ALENCAR et al., 2015), isso porque as características

agronômicas do milho são influenciadas diretamente pelo ambiente, havendo variação

de um local para outro (ROSSI et al., 2016).

Para tanto, as técnicas empregadas visam identificar genótipos produtivos sob as

condições locais ou sob algum estresse (déficit hídrico, déficit nutricional, solos com

excesso de salinidade, etc.), buscando assim, além da maior produtividade, a redução

de gastos com insumos (ROTILI et al., 2015). E nesse sentido ressalta-se a

importância do melhoramento participativo, onde o agricultor detentor de uma

variedade local também é agente no programa de melhoramento contribuindo para o

apontamento das necessidades específicas da região (CARDOSO et al., 2011).

No campo do melhoramento genético a seleção de materiais promissores pode ser

realizada de diferentes maneiras, porém para a cultura do milho uma das mais

utilizadas têm sido a seleção recorrente (BERILLI et al., 2013; FREITAS et al., 2013;

ESTRINGER et al., 2014; RODRIGUES et al., 2016; CABRAL et al., 2016).

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A seleção recorrente consiste no processo onde diferentes populações são avaliadas

para identificação daquelas consideradas superiores (com melhores resultados para

as características alvo do melhoramento), posteriormente são obtidos então as

progênies (filhos) do cruzamento entre duas populações superiores, e essas

progênies são avaliadas quanto as características, e novamente àquelas superiores

são cruzadas entre si para obtenção de uma nova população, retomando-se esse ciclo

várias vezes, a fim de aumentar a frequência de alelos favoráveis ao caráter em que

se está melhorando e garantir a variabilidade genética dentro da cultivar a ser obtida

no fim do processo (RAMALHO et al., 2001).

Quanto aos objetivos de programas de melhoramento, no milho, assim como nas

demais culturas de maior importância para alimentação, devido às constantes

mudanças climáticas e degradação dos solos e consequentemente, elevado

desequilíbrio ecológico nos agroecossistemas, o alvo têm sido a obtenção de

genótipos com elevada capacidade de produção em ambientes mais adversos onde

as plantas crescem sob elevado estresse abiótico (GUIMARÃES et al., 2012; NICOLI

et al., 2016; RAM et al., 2017).

3.6 MILHO: IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL E ECONÔMICA

3.6.1 Milho e sua riqueza nutricional

Por seus aspectos nutricionais, o milho, ao longo da história adquiriu importância

cultural, principalmente para muitos povos latino-americanos primitivos, tanto que

atribui-se o epíteto específico “mays” a sua nomenclatura científica, palavra esta,

originária de uma língua extinta no Caribe cujo significado é “sustento de vida”

(MACHADO e AMARAL, 2014). Evidência da valorização do milho é o fato de que

cultivares de milho com alto teor de amido e carboidratos formam a base alimentar de

muitos povos indígenas latino americanos (BRAGA NETO et al., 2003; LONDRES et

al., 2014).

Quanto a utilização na nutrição animal, o milho no formato de grãos é o material mais

utilizado como fonte energética, principalmente na alimentação de bovinos pelo

elevado teor de carboidratos (WATANABE et al., 2014).

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Os teores proteicos existentes nos grãos de milho, embora não tão elevados quanto

em outros alimentos, são considerados uma importante fonte de nutrientes, sendo que

a digestão pode depender do número, diversidade e organização dos aminoácidos

que compõem as proteínas contidas nos diferentes tipos de milho (AUGUSTINI et al.,

2015).

Variações nos teores nutritivos dos grãos de milho também podem ocorrer em função

da localidade em que uma dada variedade está sendo cultivada, e nesse sentido, o

melhoramento genético regional visando atender as necessidades edafoclimáticas de

cada localidade é o procedimento mais indicado para obtenção de genótipos

superiores também em aspectos nutricionais (SILVA et al., 2017a).

Em concordância com isso, ressalta-se a importância de programas de melhoramento

genético de milho que visem o aumento da produtividade de grãos com a preocupação

de não comprometer a qualidade nutricional e a constituição do grão (ALVES et al.,

2013).

Para avaliação da qualidade nutricional, características como digestibilidade, teor de

fibra nos grãos, vitreosidade, e teor de proteínas, amido e óleos têm sido realizadas a

fim de identificar materiais de melhor qualidade para a alimentação (SANTOS et al.,

2014; WATANABE et al., 2014; ROSSI et al., 2016).

3.6.2 O milho e a economia mundial

O milho (Zea mays L.) é uma das espécies mais cultivadas no mundo, devido a sua

importância na alimentação humana e na nutrição animal (JANUARIO et al., 2015),

participando em 5% de calorias e cerca de 4% do total de proteínas da dieta humana

global, considerando o consumo direto (SHIFERAW et al., 2013).

O Estados Unidos lidera o ranking mundial de produção de milho com safra de 345,5

milhões de toneladas em 2016 e estimativa de 384,8 milhões de toneladas na safra

2016/2017 (USDA, 2017). Um dos desafios do país têm sido desenvolver genótipos

mais tolerantes às adversidades climáticas, principalmente ao aumento de

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temperatura a níveis que prejudicam a produção de milho (LOBELL et al., 2013;

LOBELL et al., 2014; JIN et al., 2017).

O segundo país no ranking de produção de milho é a China, cuja safra 2015/2016 foi

de 224,6 milhões de toneladas com estimativa para colheita na safra 2016/2017 de

219,6 milhões de toneladas, prevendo uma queda de 5,1% na produção (USDA,

2017). Um dos desafios do país tem sido a melhor adequação do manejo de adubação

a fim de não prejudicar a produção por eventuais desequilíbrios nutricionais,

principalmente em terras secas onde os nutrientes ficam menos disponíveis às plantas

pela falta de umidade no solo, e os agricultores acabam aplicando quantidades de

nutrientes acima do necessário (ZHANG et al., 2015).

Atualmente o Brasil produz cerca de 227 milhões de toneladas de grãos (CONAB,

2018) o qual a maior parte é exportado para outros países. Dentre os grãos mais

produzidos está a soja e o milho, grandes responsáveis pela economia brasileira e

estabilidade do país no mercado internacional de grãos.

Em se tratando de forma específica do milho, o Brasil é o terceiro maior produtor

mundial desse grão com produção estimada em cerca de 92 milhões de toneladas

para o ano de 2018 (CONAB, 2018) considerando as duas safras anuais, o que

corresponde a aproximadamente 40% da produção total de grãos no país.

De acordo com dados obtidos das bases de registro e proteção das cultivares, para o

uso na safra 2015/16 no Brasil, foram disponibilizadas 477 cultivares de milho (RNC,

2016). A escolha de cada cultivar deve atender às necessidades regionais específicas,

tais como: potencial produtivo, estabilidade, resistência a doenças e adequação ao

sistema de produção em uso e às condições edafoclimáticas da região.

3.6.3 Cultivo do milho no estado do Espírito Santo

O cultivo de milho é de grande importância para a economia e desenvolvimento social

do Espírito Santo, sendo, cultivado predominantemente por cerca de 40.000

agricultores familiares, com baixo nível tecnológico (PEDEAG, 2007).

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Embora, o Estado tenha condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo de milho, nos

últimos anos o Espírito Santo vem sofrendo uma queda na produção do grão, com

uma diminuição de 130 para 13 mil ha/ano de área plantada com uma produção

estimada de 35 mil toneladas na safra de 2017/2018 (CONAB 2018), sendo o estado

juntamente com o estado do Rio de Janeiro, os menores produtores da região Sudeste

e com os menores valores de produtividade.

Isso pode ser visto como um agravante a política agrícola capixaba, uma vez que o

milho é uma cultura alimentar importante por poder aumentar a renda do produtor rural

e também por ser considerada uma "commodity", portanto, investir na cultura do milho

se faz necessário para tornar sua produção mais expressiva dentro do Estado.

Trabalhos de melhoramento de milho têm sido desenvolvidos no estado a fim de que

sejam desenvolvidas cultivares mais produtivas e que possam atender às

necessidades da agricultura familiar (MACHADO et al., 2007). Contudo, há ainda

necessidade de selecionar genótipos mais adaptados às condições edafoclimáticas

do estado, as quais têm passado por alterações nos últimos anos.

O volume de chuvas abaixo da média e as temperaturas elevadas ao longo do Estado

têm prejudicado a produtividade e consequentemente a produção agrícola de forma

geral (RAMOS et al., 2016). Especificamente para a cultura do milho, o baixo volume

de chuvas tem causado estresse hídrico, fator que desequilibra o metabolismo da

planta e prejudica a produtividade do milho.

O desenvolvimento de novas cultivares de milho para o Espírito Santo é uma

necessidade eminente frente à adversidades climáticas que têm prejudicado a

agricultura no estado (RAMOS et al., 2016). Trabalhos nesse sentido têm sido

iniciados com a estruturação do Banco Ativo de Germoplasma do Instituto Federal do

Espírito Santo (BAG do Ifes) em que trabalhos de melhoramento de milho para o

estado já se encontram em andamento (ALMEIDA et al., 2016; SILVA et al., 2016;

VALADARES et al., 2016; SILVA et al., 2017b).

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3.7 FATORES CLIMÁTICOS E DESENVOLVIMENTO DO MILHO

O estresse abiótico em plantas se refere à alterações no funcionamento normal do

metabolismo vegetal em consequência de alterações em fatores climáticos e locais

(RODRIGUES, 2013), tais como: temperatura, pluviosidade, umidade do solo, ventos,

déficit de nutricional, geadas, entre outros. Por gerar desequilíbrio no metabolismo

vegetal as condições de estresse abiótico influenciam de forma negativa a produção

agrícola (RIBEIRO, 2015).

Dentre os fatores climáticos mais estudados e apontados como importantes para a

produtividade e qualidade de grãos no cultivo de milho está a temperatura do ar e o

regime hídrico, este último principalmente pelo déficit hídrico gerado pelo baixo regime

de chuvas em algumas regiões (MANGUS et al., 2016).

E é atuando nesse sentido, que o melhoramento genético se coloca como uma das

técnicas empregadas na busca por reverter essa situação de queda de produção,

como na cultura do milho por exemplo, através da obtenção de populações com maior

tolerância a tais fatores abióticos (CUSTÓDIO et al., 2016). Para tanto, é necessário

que se busque conhecer quais mecanismos estão relacionados ao fator abiótico

estressante para a cultura de interesse na qual se deseja obter plantas mais

tolerantes.

Para a cultura do milho, têm se buscado a obtenção de cultivares tolerantes à déficit

hídrico e a baixos teores de nitrogênio, entre outros fatores abióticos (YANG et al.,

2015; YORK et al., 2015).

As respostas do milho e das plantas em geral à estresses abióticos ocorrem desde o

nível fenológico até o nível molecular (LUAN et al., 2015), sendo que em programas

de melhoramento mais simples, as avaliações se restringem a avaliações fenotípicas

e ou morfoagronômicas.

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3.7.1 Temperatura do ar

A temperatura do ar é um dos fatores que afetam o desenvolvimento do milho uma

vez que é este um fator que interfere diretamente na eficiência de reações metabólicas

na planta, afetando desde sua germinação (GRZYBOWSKI et al., 2015) ao

desenvolvimento da planta (ZHAO et al., 2015).

A temperatura é a principal responsável pela eficiência do uso da água pela planta de

milho de forma que quanto maior a temperatura, maior o consumo de água pela planta

uma vez que suas perdas também são elevadas (DEJEONGE et al., 2015).

Estudos no Brasil apontam que em temperaturas superiores a 30°C as plantas tendem

a adiantar o desenvolvimento atingindo a fase reprodutiva mais rapidamente, o que

acaba por prejudicar a produção (CRUZ et al., 2011). De forma paralela, temperaturas

amenas na fase de enchimento de grãos, prejudicam a assimilação de matéria seca

nos grãos de milho gerando menor peso de grãos e perdas nutricionais no milho

(DIDONET et al., 2001).

Dessa forma, estudos apontam que as mudanças de temperatura e variações a nível

global tendem a alterar práticas de manejo para a cultura do milho, visando a garantia

de produção da cultura (MO et al., 2016).

3.7.2 Regime hidrológico: déficit hídrico

A disponibilidade de água é o fator que mais limita o desenvolvimento das plantas

sendo a água o meio de transporte para elementos essenciais, além de participar das

reações metabólicas da planta. O regime hídrico é influenciado diretamente pela

disponibilidade de água no solo, reflexo do estado de conservação de corpos hídricos

e do regime de chuvas de um determinado local, o qual influencia diretamente no

desenvolvimento dos vegetais (DEJEONGE et al., 2015; SANTANA et al., 2017).

Para a produção de milho, estima-se que a lâmina de água mínima no solo ideal ao

crescimento da planta seja de 3 mm dia-1 ao longo da fase vegetativa, aumentando

para 10 mm dia-1 durante a fase reprodutiva e novamente diminuindo para próximo de

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3 mm dia-1 no período de enchimento de grãos (CRUZ et al., 2011). Dessa forma é no

período reprodutivo que o estresse hídrico gera maiores prejuízos à produção final da

cultura (PIAS et al., 2017).

A perda de produção se dá principalmente pela menor produção de fotossimilados já

que a água é elemento essencial no processo fotossintético, de forma que sua

ausência limita a atuação de moléculas essenciais às reações fotossintéticas (ASLAM

et al., 2015), além de ativar mecanismos de proteção nas plantas, tais como o

fechamento de estômatos e menor absorção de água pelas raízes, reduzindo assim a

absorção de gases e nutrientes essenciais ao funcionamento do metabolismo vegetal

(MARENCO e LOPES, 2009). As maiores perdas de produção se dão pelo déficit de

água na fase reprodutiva principalmente pela inviabilidade gerada no pólen, o qual

afeta diretamente a fecundação das espigas e consequentemente reduz o número de

grãos a serem formados (ASLAM et al., 2013).

Como uma das estratégias para superar o déficit hídrico, plantas de milho com maior

grau de adaptação reduzem o intervalo entre a fase de maturação de seus órgãos

reprodutivos a fim de aumentar a chance de utilização de gametas viáveis no curto

período de tempo em que grãos de pólen serão produzidos de forma eficiente

(BEYENE et al., 2015).

Diante das restrições na produção geradas pelo baixo regime de chuvas, a

diversificação de culturas, utilização de variedades mais tolerantes e adaptação de

sistemas de irrigação são práticas recomendadas para manutenção de cultivos em

regiões afetadas (YIN et al., 2016).

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4 METODOLOGIA

O trabalho foi dividido em duas etapas, a primeira com a coleta de sementes de milho

junto à produtores rurais, casas de sementes e bancos de germoplasmas; e a segunda

etapa, com trabalho de caracterização e avaliação do desempenho agronômico e

diversidade genética dos genótipos coletados.

4.1 COLETA DE SEMENTES DE MILHO

A coleta foi realizada junto à agricultores familiares por meio de visita à propriedades

rurais, feiras municipais de comercialização de produtos da agricultura familiar, feiras

de trocas de sementes, e intercâmbio com bancos de germoplasma. A busca por

sementes se limitou à materiais considerados como tradicionais, comumente

denominados crioulos, ou ainda materiais que já tenham sido melhorados por técnicas

de melhoramento clássico, ou seja, materiais não transgênicos, que venham sendo

cultivados no estado do Espírito Santo. Essa coleta teve como objetivo principal a

obtenção de novos acessos para a coleção de trabalho do programa de melhoramento

de milho do Ifes, sendo esta uma estratégia para aumentar as chances de sucesso na

identificação e seleção de genótipos mais promissores.

No momento da coleta de sementes, sempre que possível o contato direto com o

agricultor e ou detentor das sementes coletadas, foram obtidas informações sobre a

forma de cultivo e desempenho dos genótipos bem como nomes populares pelos

quais eram tratados e finalidades de uso das sementes. Os acessos em que não se

tinha nomenclatura popular foram identificados por nomes relacionados à região de

origem ou à forma como foram coletados.

Os materiais coletados foram armazenados no BAG do Ifes, e receberam identificação

específica do banco. As informações reunidas sobre cada um dos genótipos passou

então a compor o banco de dados do BAG.

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4.2 CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS GENÓTIPOS DE MILHO

A etapa de caracterização morfológica e avaliação do desempenho agronômico dos

genótipos de milho foi realizada sob condições de estresse hídrico, e se deu por

experimentação à campo, em dois ambientes distintos:

Campo experimental do Ifes Campus de Alegre: localizado no município de Alegre,

localizado na região sul do estado do Espírito Santo (latitude 20º45’50” Sul e longitude

41º28’25” Oeste), à altitude de 150 m em relação ao nível do mar. O clima da região,

segundo classificação de Köeppen, é do tipo “Cwa”, com duas estações bem

definidas: inverno frio e seco e verão quente e úmido; a temperatura anual média fica

em torno de 23°C e a precipitação anual média em torno de 1.300 mm (LIMA et al.,

2008), e;

Campo experimental do Ifes Campus Itapina: localizado no município de Colatina,

localizado na região norte do estado do Espírito Santo (latitude 19° 32' 22'' Sul e

longitude 40° 37' 50' Oeste), à altitude de 71 m em relação ao nível do mar. O clima

da região é classificado também como “Aw”, segundo a classificação climática de

Köeppen, com precipitação média anual de 900 mm e temperatura média anual entre

25°C, sendo uma região caracterizada pela irregularidade de chuvas e altas

temperaturas (BUSATO et al., 2011). A região caracteriza-se pela irregularidade das

chuvas e ocorrência de elevadas temperaturas (Embrapa 2006).

4.2.1 Delineamento experimental e material vegetal avaliado

O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso (DBC) com cinco repetições para

cada ambiente. Cada acesso de milho foi considerado um tratamento, sendo

avaliados 21 acessos, dos quais 20 foram obtidos na etapa de coleta, e o outro

acesso, referente a cultivar comercial Biomatrix 2B655PW utilizado como testemunha,

já que este genótipo é apontado como um híbrido não transgênico tolerante à estresse

hídrico com boa adaptabilidade às condições do climáticas do estado do Espírito

Santo.

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As parcelas experimentais foram compostas por linhas com 25 plantas espaçadas

0,20 m entre plantas e 1,0 m entre linhas (tratamentos). O maior espaçamento entre

as linhas se deu a fim de evitar interferência de um tratamento ao outro. Para melhor

entendimento, um croqui da organização do experimento é apresentado na Figura 1.

Figura 1 – Organização do experimento de avaliação do desempenho agronômico de

genótipos de milho em delineamento de blocos casualizados.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

4.2.2 Preparo da área e plantio das sementes

O preparo das áreas de plantio foi realizado por meio de aração e gradagem do terreno

a fim de garantir menor compactação do solo e melhores condições de

desenvolvimento das plantas. Após a gradagem, foram feitos sulcos de plantio de

forma mecânica com a utilização de enxadas (Figura 2).

As sementes foram plantadas nos sulcos em densidade de plantio de 10 sementes

por metro linear, com deposição de duas sementes a cada 0,20 m. No plantio, aplicou-

se adubação formulada com proporções de nitrogênio, fósforo e potássio (N:P:K) de

04:14:08 respectivamente, em quantidade aproximada de 35 g por metro linear de

sulco.

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Figura 2 - Preparo das áreas para plantio de milho na área experimental localizada no

município de Alegre (a) e na área experimental localizada no município de Colatina

(b).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

O plantio foi realizado no dia 03 de novembro de 2016 em ambos os locais, contudo,

no município de Colatina, devido à fortes chuvas cerca de 30 dias após o plantio,

houve necessidade de replantio, o qual foi realizado no dia 16 de dezembro de 2016.

4.2.3 Tratos culturais

Aos 15 dias após o plantio foi realizada a primeira capina para eliminação de plantas

espontâneas as quais possivelmente poderiam competir com as plantas de milho. Por

conseguinte, outras capinas foram realizadas aos 30 e 45 dias após plantio. Passado

esse período, o crescimento das plantas espontâneas foi controlado apenas por meio

de roçadas mecanizadas deixando-se a biomassa vegetal aparada sobre o solo como

prática de conservação do mesmo (Figura 3).

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Figura 3 - Capinas mecânicas realizadas a fim de controlar a competição de plantas

espontâneas na fase de desenvolvimento inicial do milho nos dois ambientes de

estudo: (a) campo experimental em Alegre-ES, e (b) campo experimental em Colatina-

ES

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Foram realizadas duas adubações de cobertura, aos 30 e 45 dias decorridos do

plantio. Na primeira adubação de cobertura aplicou-se 7 g de formulado (NPK) nas

proporções de 20:00:20 por planta, seguida de irrigação. Na segunda adubação de

cobertura aplicou-se 7g de ureia (45% de nitrogênio) por planta, também seguida de

irrigação para melhor incorporação e redução das perdas de nutrientes. A quantidade

de adubo aplicada foi calculada baseada na recomendação técnica de adubação para

plantio de milho (RIBEIRO et al., 1999; VASCONCELOS et al., 2002), a qual

comumente é adotada pelos agricultores.

A ocorrência de pragas e doenças foi monitorada periodicamente por inspeção visual

das plantas, percorrendo-se o experimento a cada dois dias. O controle de lagartas

(Spodoptera frugiperda), identificada aos 30 dias após o plantio e na fase de

maturação dos grãos (Figura 4), foi realizado com uma única aplicação de solução de

bactérias Bacillus thuringiensis adquirida comercialmente.

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Figura 4 – Incidência de Spodoptera frugiperda na fase inicial do desenvolvimento das

plantas de milho (a); e também na fase de maturação dos grãos (b).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

4.2.4 Irrigação e manutenção de estresse hídrico nas plantas

A irrigação foi realizada em turno de rega de seis a oito horas por semana até o

período do início da fase reprodutiva do milho onde ocorreu emissão do pendão, já

que são os períodos seguintes os mais críticos para a planta quanto à necessidade

hídrica (GUERRA et al., 2003; SOUZA et al., 2015). Passado esse período, as plantas

receberam apenas irrigação suplementar, quando observadas em estado avançado

de murcha (Figura 5b). Tal metodologia tem sido adotada por melhoristas em

trabalhos com avaliação de milho sob déficit hídrico (MAGALHÃES et al., 2012;

MAHESWARI et al., 2016).

As condições climáticas ao longo do experimento foram monitoradas por estações

meteorológicas automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), presentes

nas proximidades dos locais de estudo, das quais os dados climáticos foram extraídos

via plataforma em meio digital. As estações que forneceram os dados foram: Estação

Automática Alegre-A617 localizada nas coordenadas: 20.750412° latitude Sul e

41.488852° longitude Oeste, localizada à dois Km da área de estudo em Alegre e;

Estação Automática Aimorés-A534, localizada nas coordenadas: 19.532768° latitude

Sul e 41.090801° longitude Oeste, localizada à um Km da área de estudo em Colatina

(INMET, 2017).

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Figura 5 – Irrigação durante a fase de desenvolvimento vegetativo (a) e irrigações

suplementares após a fase reprodutiva da cultura (b).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

4.2.5 Caracterização e avaliação dos genótipos de milho antes e após colheita

Ao longo de todo o estudo os descritores avaliados seguiram parte da lista de

descritores internacionais do Conselho Internacional de Recursos Fitogenéticos

IBPGR para a cultura do milho (IPGRI, 2000), foram eles:

Dias decorridos para o florescimento;

Altura da planta: altura em metros, de seis plantas por parcela, medida da base

da planta até a inserção da folha bandeira;

Altura de espiga: altura em metros, das seis plantas centrais de cada parcela,

medida da base da planta até a inserção da espiga superior;

Estande: número total de plantas no momento da colheita;

Número de plantas quebradas: quebradas abaixo da espiga superior;

Número de plantas acamadas: inclinação acima de 45° com a horizontal;

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Empalhamento: número de espigas mal empalhadas;

Número de espigas colhidas;

Número de espigas doentes;

Número de espigas atacadas por pragas;

Peso de espigas: peso de todas as espigas colhidas na parcela após serem

despalhadas;

Produção: peso de todos os grãos produzidos na parcela, em gramas, após

debulhados;

Peso de 100 grãos: peso de 100 grãos sadios, em gramas, com precisão de

três casas decimais;

Prolificidade: número médio de espigas por planta;

Rendimento: produção de grãos em quilogramas, estimada para um hectare de

cultivo, de acordo com o modelo:

𝑍𝑖𝑗 = 𝑌𝑖𝑗. 𝐻 𝑋𝑖𝑗⁄

As avaliações para: dias decorridos para florescimento masculino e feminino, altura

de plantas e de espigas, número de plantas acamadas ou quebradas, empalhamento

das espigas, e número total de plantas no estande foram realizadas antes da colheita,

após as plantas terem entrado em fase reprodutiva (Figura 6).

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Figura 6 – Coleta de dados do desenvolvimento das plantas de milho à campo.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Passados 120 dias após o plantio, quando os grãos de milho atingiram o estágio final

de maturação, com teor de umidade no grão entre 13% a 15%, foi realizada a colheita.

As espigas colhidas em cada uma das parcelas foram armazenadas em sacos de

pano previamente identificados com etiquetas indicando o número do bloco e o

tratamento (acesso) correspondente (Figura 7).

Figura 7 – Momento de colheita do milho em que os grãos se encontravam no estágio

de maturação ideal (a); colheita das espigas: a colheita de cada parcela sendo

armazenadas em sacos de pano distintos e previamente identificados; (b) espigas

colhidas em uma parcela com etiqueta de identificação no momento da pesagem (c).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

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Após a colheita, as espigas de cada uma das parcelas foram despalhadas e

analisadas quanto à incidência de pragas e doenças. Em seguida foi aferida a massa

total das espigas de cada uma das parcelas. Por conseguinte as espigas foram

debulhadas com utilização de debulhador elétrico, onde os grãos foram separados

para que fosse então mensurada a massa de grãos. Após a pesagem total dos grãos

da parcela, foram retirados 100 grãos sadios para pesagem em balança de precisão

(Figura 8).

Figura 8 – Colheita das espigas de milho (a); pesagem das espigas colhidas em cada

unidade experimental após serem despalhadas (b); debulha mecânica dos grãos com

utilização de debulhador elétrico (c, d); pesagem total dos grãos (e), e; pesagem de

100 grãos sadios em balança de precisão (f).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

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Os descritores escolhidos para composição da investigação proposta neste trabalho,

além de serem recomendados pelo Conselho Internacional de Recursos Fitogenéticos

(IBPGR), têm sido comumente utilizados em estudos cujo objetivo é avaliar o

desempenho e a diversidade genética de acessos de milho cultivados à campo

(TEIXEIRA et al., 2011; MAGALHÃES et al., 2012; BERILLI et al., 2013; GUERRA et

al., 2017)

Os dados coletados foram tabulados em planilhas, impressas em papel e levadas à

campo no momento da coleta. Os dados anotados foram então digitados em planilhas

eletrônicas para posterior análise dos dados.

4.2.6 Análise estatística dos dados

A fim de identificar a existência de diferenças significativas entre os acessos de milho

avaliados, em relação a cada um dos caracteres investigados, os dados coletados

foram submetidos à análise de variância (ANOVA) pelo Teste F, sendo as médias

posteriormente comparadas, quando verificada existência de diferenças significativas,

pelo teste de Scott-Knott à 1% de probabilidade.

Foram estimados parâmetros genéticos para cada um dos descritores estudados de

acordo com estimativas propostas por Vencovski e Barriga (1992).

A fim de agrupar os acessos mais semelhantes de acordo com os caracteres

investigados, os dados foram submetidos à análise multivariada de agrupamento

segundo a distância genética entre os genótipos, medida pela distância Euclidiana e

agrupados pelo método de ligação de médias não ponderadas entre pares de grupos

(UPGMA). O número total de grupos gerados foi definido identificando-se pontos de

redução das derivações entre grupos.

As análises estatísticas foram realizadas auxílio do software estatístico Genes (CRUZ,

2008).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados estão apresentados conforme as duas etapas metodológicas

desenvolvidas ao longo do trabalho.

5.1 COLETA DE SEMENTES

Dentre os agricultores familiares capixabas, foram encontrados produtores detentores

de sementes de milho tanto tradicionais quanto híbridas que são utilizadas em cultivos

de subsistência, para alimentação animal em atividades agropecuárias, e ou para

comercialização. Foram coletados 12 novos genótipos de milho para o BAG do Ifes,

além de 14 genótipos já pertencentes à coleção do banco, sendo que destas, 20

acessos passaram a coleção de trabalho do BAG do Ifes para programa de

melhoramento de milho visando tolerância à déficit hídrico (Tabela 1).

A variedade Aliança foi doada ao BAG do Ifes pela Embrapa Milho e Sorgo, contudo

a mesma foi desenvolvida no município de Muqui, ES, na Fazenda Aliança,

propriedade do agricultor familiar Nélio Souza por meio de melhoramento participativo

junto ao Incaper. O milho Aliança têm sido alvo de estudos variados, principalmente

quanto ao seu potencial em sistemas agroecológicos (MACHADO et al., 2007;

OLIVEIRA et al., 2009; MACHADO et al., 2011).

O acesso Asa Branca se refere a uma variedade desenvolvida entre os anos de 1987

e 1989 e posteriormente utilizada em programas de melhoramento entre os anos de

1993 a 1999 na região nordeste do Brasil, sendo por cruzamentos intrapopulacionais

e seleção a partir de progênies de meio irmãos. Na ocasião dos trabalhos finais de

melhoramento, o genótipo foi apontado como promissor para programas de

melhoramento visando a obtenção de materiais mais adaptados às condições

edafoclimáticas do nordeste brasileiro no período em que foi desenvolvido

(CARVALHO et al., 2000).

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Tabela 1 - Relação de genótipos de milho coletados, tipo de genótipo e origem do

material.

Acesso Tipo Origem(produtor/instituição)

Aliança População de

polinização aberta

Embrapa/Muqui – ES (Nélio Souza/

Fazenda Aliança

Alto Ribeirão População de

polinização aberta

Conceição de Castelo – ES (Córrego

Ribeirão do Meio)

Asa Branca População de

polinização aberta Embrapa Milho e Sorgo

Caparaó Branco População de

polinização aberta Pedra Menina - ES (Manoel Protázio)

Cimmyt11 População de

polinização aberta Universidade Estadual do Norte Fluminense

Cimmyt14 População de

polinização aberta Universidade Estadual do Norte Fluminense

Diamantina População de

polinização aberta Embrapa Milho e Sorgo

Emcapa 203 População de

polinização aberta Incaper

ES 001 População de

polinização aberta Laranja da Terra – ES

Incaper 203 População de

polinização aberta Incaper

MA 008 População de

polinização aberta Embrapa Milho e Sorgo

Milho Gordura População de

polinização aberta Muniz Freire – ES

Padrinho População de

polinização aberta

Muqui – ES (Renato Bettero/Fazenda

Fortaleza)

Palha Roxa População de

polinização aberta Muniz Freire – ES

Palha Roxa

Caparaó

População de

polinização aberta

Dores do Rio Preto – ES (Manoel

Protázio/Comunidade Forquilha do Rio)

Perim População de

polinização aberta

Embrapa/Muqui – ES (Péricles

Bettero/Fazenda Cupido)

Piranão11 População de

polinização aberta

Universidade Estadual do Norte

Fluminense– RJ

Piranão14 População de

polinização aberta

Universidade Estadual do Norte

Fluminense– RJ

Pomerano População de

polinização aberta

Nova Venécia – ES (Comunidade

Pomerana de Nova Venécia).

Sertanejo População de

polinização aberta Embrapa Milho e Sorgo

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Fonte: BAG do Ifes / Rafael Nunes de Almeida

*Os locais consideram os municípios onde o cultivo do genótipo estava sendo realizado anteriormente

ao momento da coleta.

O acesso Alto Ribeirão foi assim nomeado por ter sido coletado no Córrego de Alto

Ribeirão no município de Conceição de Castelo, região com relevo variando de

ondulado a fortemente ondulado, precipitação anual em torno de 1200 a 1500 mm e

clima ameno (SILVA et al., 2011). A sede do município está localizada a

aproximadamente 630 metros de altitude em relação ao nível do mar.

As sementes da variedade Caparaó Branco foram coletadas no distrito de Pedra

Menina no território do município de Dores do Rio Preto, ES, havendo pouca

informação sobre a utilização dessas sementes na região. O distrito fica localizado na

divisa do estado do Espírito Santo com Minas Gerais, localizada a mais de 900 metros

em relação ao nível do mar, sendo a região conhecida por clima mais ameno,

principalmente pela sua altitude e proximidade com o Parque Nacional do Caparaó

(ICMBIO, 2015).

As variedades Cimmyt (11 e 14) foram desenvolvidas por programas de

melhoramento do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (Cimmyt)

sendo que os números que acompanham representam o ciclo de seleção a qual as

variedades foram obtidas, assim, o acesso Cimmyt 11 foi obtido no XI ciclo de seleção

e o genótipo Cimmyt 14 contém germoplasma de variedade obtida no XIV ciclo de

seleção. As sementes presentes no BAG do Ifes são oriundas do BAG da

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), no estado do Rio

de Janeiro.

Tais acessos, bem como os genótipos Piranão 11 e 14 têm sido utilizados em

programas de melhoramento da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) sendo populações

braquíticas (RIBEIRO JUNIOR et al., 2000; PENA et al., 2010), ou seja, são portadoras

do gene braquítico responsável por expressar características que garantem menor

porte e maior resistência à quebra e acamamento em plantas de milho (CASTIGLIONI

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et al., 1991). Anteriormente à atividade de coleta realizada neste trabalho, essas

variedades já faziam parte da coleção do BAG do Ifes via doação da Uenf, sendo por

conseguinte cultivados no distrito de Itapina, Colatina, ES.

O acesso Diamantina se refere à uma variedade de milho desenvolvida pela Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nos anos de 2005 e 2006 visando a

obtenção de uma cultivar que produzisse tanto grãos quanto volume e qualidade de

palha para utilização em artesanatos, necessidade que surgiu de um grupo de

agricultores artesãos. O material que originou a variedade foi coletado em 1988 no

município de Carmo de Minas – MG, sendo trabalhada em programas de seleção e

melhoramento nos municípios de Cipotânea, Diamantina, Sete Lagoas, Dourados e

Janaúba, todos no estado de Minas Gerais (TEIXEIRA et al., 2010; TEIXEIRA et al.,

2011).

Os acessos Emcapa 203 e Incaper 203 foram desenvolvidos pelo Instituto Capixaba

de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), e não há ainda certeza

de que seja tais materiais sejam um mesmo genótipo. Esses acessos tem sido

trabalhados em programas de melhoramento na região sudeste do Brasil, na Embrapa

Milho e Sorgo (GUIMARÃES et al., 2007), no estado do Espírito Santo (MALIKOUSKI

et al., 2016), e também na região sul do país (MÜLLER et al., 2012; MODOLON et al.,

2016).

A variedade ES001 é apontada como acesso crioulo, já pertencente ao BAG do Ifes e

cultivado nos últimos anos no distrito de Itapina, Colatina-ES. As sementes foram

primeiramente coletadas junto à agricultores do município de Laranja da Terra, ES,

localizado na região norte do estado, com clima apontado como Mesotérmico seco,

pela classificação de Köeppen, com temperaturas dos meses mais frios em torno de

18ºC e dos meses mais quentes acima de 22ºC, precipitação chegando a 950 mm e

altas taxas de evapotranspiração (SILVA et al., 2011).

A variedade Milho Gordura foi coletada no município de Muniz Freire, ES, onde

segundo relatos dos agricultores detentores de sementes ao coletor, Marco Antônio

de Oliveira Chagas, esse genótipo é assim chamado devido sua coloração branco

transparente que faz menção à coloração da gordura após ser depositada em latas

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para armazenamento de carnes na zona rural. Os grãos produzidos são utilizados na

alimentação animal, principalmente para criação de suínos. O município de Muniz

Freire fica localizado na região Sul do estado do Espírito Santo, à aproximadamente

550 metros de altitude em relação ao nível do mar, com temperatura média anual em

torno de 22,5ºC e precipitação anual média de 1350 mm (ULIANA et al., 2010).

A população MA 008, oriunda do Banco Ativo de Germoplasma do Ifes Campus de

Itapina, é citada em poucos trabalhos de caracterização e ou melhoramento genético.

Souza et al. (2007) foi o único trabalho encontrado citando este acesso de milho como

autóctone da região amazônica brasileira, tendo boa adaptabilidade às condições

edafoclimáticas de Porto Velho, Rondônia, localizado à 131 metros de altitude em

relação ao nível do mar, com solo do tipo Latossolo Vermelho Amarelo Álico.

O acesso Pomerano cultivado no Município de Nova Venécia é proveniente da

comunidade Pomerana tradicional (LIMA e DIAS, 2007). O milho branco é uma

tradição na comunidade a qual utiliza na alimentação diária tendo-o como principal

ingrediente do pão de milho chamado pela comunidade de Milhabrot (BEILKE, 2015),

conhecido como “brote”. O período chuvoso na região vai de novembro a março com

registro de chuvas de 720 mm nesse período (BELTRÃO et al., 2003).

O genótipo Palha Roxa foi doado por agricultores do município de Muniz Freire, que

em relato ao coletor Marco Antônio de Oliveira Chagas, indicaram que estes genótipos

são cultivados por eles a mais de 15 anos na região, sendo consumido verde, ou ainda

utilizando os grãos maduros para produção de canjica e fubá para alimentação

humana e animal.

A variedade Palha Roxa Caparaó foi doada pelo agricultor Manoel Protázio de Abreu,

da comunidade de Forquilha do Rio à 1200 metros de altitude em relação ao nível do

mar (ROCHA et al., 2017), no distrito de Pedra Menina, município de Dores do Rio

Preto, ES. Segundo relato do agricultor ao coletor Danilo Mendes de Oliveira, a família

mantém as sementes a mais de 100 anos na região.

A variedade Perim, é apontada como genótipo crioulo coletado junto ao agricultor

Péricles Bettero na fazenda Cupido, no município de Muqui, ES, contudo, o genótipo

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já pertence ao BAG do Ifes e vem sendo cultivado no distrito de Itapina, município de

Colatina, ES.

A variedade Sertanejo, é proveniente de doação pelo BAG de milho da Embrapa Milho

e Sorgo ao BAG do Ifes, sendo cultivado no distrito de Itapina, nos últimos anos. O

milho Sertanejo foi desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo para cultivo nas regiões

semiáridas do Brasil, sendo uma variedade de polinização aberta cultivada e estudada

para programas de melhoramento genético no Brasil (CARVALHO e SOUZA, 2007).

As sementes selecionadas para a etapa de avaliação apresentaram diferenças

fenotípicas visualmente notáveis, tais como coloração e formato (Figura 2).

Figura 2 - Acessos de milho do Banco Ativo de Germoplasma do Ifes. A – Piranão 14;

B – Padrinho; C – Cimmyt 14; D – Cimmyt 11; E – Perim; F – Sertanejo; G –

Diamantina; H – ES001; I – Asa Branca; J – MA 008; K- Caparaó Branco; L – Aliança;

M – Piranão 11; N – Emcapa 203; O – Milho Gordura; P- Palha Roxa Caparaó; Q –

Alto Ribeirão; R – Pomerano; S – Incaper 203; T – Palha Roxa.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

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As variações fenotípicas dos grãos, tais como coloração e formato indicam possível

variabilidade genética entre os acessos. É esperado que genótipos oriundos de

localidades diferentes com variações de condições edafoclimáticas apresentem

também maior quantidade de adaptações distintas e maior diversidade quanto à

expressão gênica (VERONESI et al., 1999; BERGAMASCHI e MATZENAUER, 2014).

Dessa forma, o resultado obtido com o trabalho de coleta contribuem para reafirmar

que dentre os agricultores familiares do estado do Espírito Santo há agricultores

guardiões de sementes de milho contendo valiosos recursos genéticos a serem

conservados e estudados.

5.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO E DIVERSIDADE GENÉTICA

DOS GENÓTIPOS DE MILHO DO BAG DO IFES

A seguir estão apresentados os resultados e discussão a respeito dos fatores

climáticos (precipitação e temperatura do ar) ao longo do período de avaliação dos

acessos de milho a campo, bem como os resultados e discussão do desempenho

morfoagronômico desses acessos.

5.2.1 Condições climáticas ao longo do estudo

Nos dois ambientes, as condições climáticas durante o experimento não foram

conforme as condições apontadas como mais favoráveis para o cultivo de milho

(Gráfico 1), principalmente ao se considerar sistemas de cultivo com menor nível

tecnológico, característica principal da agricultura familiar.

A temperatura máxima diária variou entre 22ºC e 37ºC aproximadamente em ambos

os ambientes. Em Colatina, no período inicial do desenvolvimento da cultura, houve

maior número de dias em que a temperatura máxima ficou dentro da faixa ótima de

temperatura, em relação ao município de Alegre, ambiente onde se registraram

temperaturas diárias predominantemente acima da faixa ótima ao longo de todo o

experimento.

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Gráfico 1 - Condições climáticas nos municípios de Alegre e Colatina, ES, durante o

período de avaliação do desempenho agronômico de 21 acessos de milho do BAG de

Milho do Ifes.

Fonte: INMET (2017)

A faixa de temperatura desejada para melhor desenvolvimento da maior parte das

variedades de milho se encontra entre 15 e 30 °C (CRUZ et al., 2011), sendo este um

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dos fatores abióticos que influenciam diretamente na germinação e no

desenvolvimento da planta de milho, e consequentemente na produção de grãos e na

qualidade nutricional dos mesmos (PINTO et al., 2015; LANGNER et al., 2016; MO et

al., 2016).

Nos dois ambientes, as temperaturas diárias alcançaram valores acima de 30°C

durante o estágio reprodutivo da cultura e estágios de formação e enchimento de

grãos, sendo estes estágios os mais críticos tanto para a produção quanto para a

ocorrência de estresses abióticos (DURÃES et al., 2004). O principal agravante é que

temperaturas elevadas podem afetar a viabilidade do pólen acarretando menores

taxas de fecundação e consequentemente menor produção de grãos, os quais, em

fase de enchimento, podem ser prejudicados também pela menor produção de

fotossimilados e menor acúmulo de matéria seca (CRUZ et al., 2011).

Registrou-se também desuniformidade quanto à precipitação pluviométrica ao longo

do estudo nos dois ambientes, com menor lâmina acumulada em Colatina (Gráfico 2).

Os dados indicam precipitação total de 850,6 mm de chuva em Alegre, valor este

acima dos 600 mm indicados como exigência mínima da cultura do milho (CRUZ et

al., 2011). Todavia esse volume de chuvas foi bastante irregular ao longo do período,

fator que afetou o desenvolvimento da cultura, contribuindo para maior percentual de

quebra e acamamento de alguns genótipos.

Gráfico 2 - Precipitação diária nos dois ambientes de estudo: Alegre e Colatina, ES,

durante o período de cultivo dos acessos de milho: novembro de 2016 a março de

2017.

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Fonte: INMET (2017).

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Em Colatina, além da desuniformidade das chuvas, a lâmina total do precipitado foi

de 259,4 mm ao longo do período de cultivo, valor três vezes menor que o considerado

mínimo para o cultivo do milho. Com isso, houve maior necessidade de irrigações

suplementares neste ambiente.

5.2.2 Desempenho morfoagronômico dos genótipos de milho

A análise de variância evidenciou o efeito ambiental sobre os diferentes acessos de

milho avaliados, havendo variações significativas entre locais e entre tratamentos,

além de variações entre os blocos para determinadas características, indicando que

o delineamento adotado o foi de forma correta a fim de se reduzir erros devido à

distribuição das parcelas experimentais nos ambientes de estudo.

Os valores para os quadrados médios dos resíduos se mantiveram abaixo dos valores

para os quadrados médios dos tratamentos indicando que a variação detectada de

fato corresponde às variações entre os tratamentos (Tabela 2). Contudo, valores

elevados para os quadrados médios dos resíduos para algumas variáveis apontam a

desuniformidade entre os acessos de milho, sendo esta desuniformidade,

possivelmente, fruto de variabilidade genética entre os mesmos.

Os coeficientes de variação podem ser considerados médios para os descritores

altura de plantas e de espigas e altos ou muito altos para os demais caracteres, de

acordo com a classificação proposta por Scapim (1995).

Coeficientes de variação mais elevados foram obtidos para as características

relacionadas ao desempenho morfoagronômico revelando previamente a maior

influência de fatores ambientais sobre esses caracteres. Caracteres como ataque de

pragas e incidência de doenças foram os que apresentaram maiores percentuais para

o coeficiente de variação.

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Tabela 2. Resultados da análise de variância entre 21 acessos de milho da coleção

de trabalho do BAG do Ifes cultivados sob estresse hídrico em dois ambientes, em

relação à 14 descritores morfoagronômicos avaliados.

Descritor Ambiente QM Bloco QM Trat. QM Res. CV(%)

DF Alegre 13,18 51,28 4,44 3,27

Colatina 4,70 40,49 3,22 2,97

AP Alegre 1844,69 2032,50 262,34 8,57

Colatina 2628,56 4106,46 477,66 8,66

AE Alegre 266,73 1865,28 85,57 8,31

Colatina 2014,06 4159,16 2014,33 9,12

NP Alegre 3,59 23,09 6,83 21,90

Colatina 15,25 9,28 3,44 13,93

PA Alegre 6,55 2,86 1,89 111,81

Colatina 0,40 1,07 7,15 177,54

PQ Alegre 77,40 32,58 12,72 86,08

Colatina 5,68 2,44 2,12 154,65

NE Alegre 129,68 58,77 20,00 20,80

Colatina 24,89 50,58 18,17 28,03

EDo Alegre 11,62 28,15 10,40 32,84

Colatina 7,82 4,08 5,76 105,96

EPr Alegre 29,23 24,73 21,85 32,35

Colatina 35,55 81,15 42,45 59,03

PsG Alegre 1156951,55 261551,55 59673,66 39,21

Colatina 317802,06 635529,71 131199,51 33,01

PsE Alegre 3097280,95 625702,57 141204,95 35,64

Colatina 344690,54 874672,40 214910,31 34,14

Ps100G Alegre 63,27 42,57 12,84 13,73

Colatina 18,37 41,43 14,48 14,21

PRO Alegre 0,26 012 0,03 19,72

Colatina 0,28 0,15 0,09 27,35

REN Alegre 4627804,04 1046206,20 238546,64 39,21

Colatina 1271206,94 2542118,96 524798,02 33,01

GL - 4 20 80 -

O desempenho agronômico variou entre os acessos, ocorrendo diferenças

significativas entre os genótipos para a maior parte dos descritores avaliados (Tabela

3). Para o descritor número de plantas acamadas (PA) não houve diferença

significativa em Alegre, e para os descritores número de plantas quebradas (PQ) e

prolificidade (PRO) não ocorreram diferenças significativas em Colatina. Os valores

para o descritor número de espigas atacadas por pragas (EPr) não se diferiram entre

os genótipos em nenhum dos dois ambientes.

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Dessa forma, houve interação genótipo ambiente, sendo que no ambiente de Colatina

foram obtidas maiores produtividades para os acessos de milho de forma geral.

Os dias de florescimento variaram cerca de dez dias entre genótipos, sendo que em

Alegre a variação se deu entre 60 e 70 dias, e em Colatina, entre 53 e 63 dias. O

florescimento mais tardio ocorreu nos genótipos Milho Gordura e Caparaó Branco em

Alegre, e para o genótipo Cimmyt 11 em Colatina. A quantidade de dias necessários

para o florescimento bem como a arquitetura das inflorescências em milho são

diretamente influenciadas pelo clima, comumente havendo diferenças entre regiões

distintas (BUCKLER et al., 2009; NAVARRO et al., 2017), característica esta segundo

Swarts et al. (2017), oriunda de espécies ancestrais do milho.

A altura das plantas (AP) variou entre 158,2 cm (ES 001) e 221,2 cm (Caparaó Branco)

em Alegre e de 203,5 cm (ES 001) a 302,7 cm (Pomerano) em Colatina. Valores de

altura de plantas próximo de 3,0 m foram obtidos por Alvarez et al. (2016) ao avaliar

genótipos de milho branco no município de Dores do Rio Preto, local de coleta do

acesso Branco Caparaó, onde as temperaturas são mais amenas e a umidade mais

elevada.

O grupo de genótipos com menores tamanhos de planta em Alegre foi composto pelos

acessos Piranão 14, Cimmy14, Cimmyt 11, Perim, Sertanejo, ES 001, Asa Branca,

Piranão 11, Emcapa 203, Incaper 203, e o genótipo testemunha: Biomatrix Pro2.

Em Colatina, o grupo de genótipos de menor tamanho de plantas foi composto por

cinco acessos: Cimmyt 14, Cimmyt 11, ES 001, Asa Branca, e Biomatrix Pro2. Em

Alegre, as plantas expressaram menor tamanho de plantas em comparação com

Colatina, evidenciando assim o efeito genótipo ambiente.

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Tabela 3 - Comparação de médias entre genótipos de milho do BAG Ifes para os

descritores: dias de florescimento (DF), altura de plantas (AP), altura de espigas (AE),

número de plantas (NP), número de plantas acamadas (PA), plantas quebradas (PQ),

número de espigas (NE), espigas doentes (EDo), espigas atacadas por pragas (EPr),

peso de espigas (PsE), peso de grãos (PsG), peso de 100 grãos sadios (Ps100G),

prolificidade (PRO) e rendimento (REN) em dois ambientes: Alegre (A) e Colatina (C).

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Letras diferentes na mesma coluna indica que os valores de média são estatisticamente diferentes de

acordo com o teste de Scott Knott a 1% de probabilidade.

Acesso DF AP AE

A C A C A C

Aliança 63 c 62 a 195,4 a 266,0 b 109,8 c 160,1 b

Alto Ribeirão 64 c 62 a 194,6 a 263,3 b 121,8 b 172,2 a

Asa Branca 60 c 60 a 163,4 b 214,2 d 87,0 d 124,3 c

Biomatrix 2B655PW 60 c 58 b 158,6 b 209,9 d 94,8 d 119,8 c

Caparaó Branco 70 a 62 a 221,2 a 289,7 a 140,2 a 203,7 a

Cimmyt11 67 b 63 a 172,2 b 222,9 d 92,4 d 145,0 b

Cimmyt14 66 b 57 b 158,6 b 221,4 d 88,0 d 133,5 c

Diamantina 62 c 62 a 198,2 a 249,8 c 109,0 c 159,1 b

Emcapa 203 61 c 60 a 178,8 b 237,2 c 89,0 d 133,4 c

ES 001 60 c 53 c 158,2 b 203,5 d 90,6 d 123,3 c

Incaper 203 60 c 62 a 176,2 b 248,4 c 102,8 c 139,4 c

MA 008 65 b 62 a 214,8 a 300,2 a 140,0 a 202,3 a

Milho Gordura 70 a 62 a 206,4 a 258,9 b 141,8 a 198,4 a

Padrinho 63 c 61 a 214,0 a 256,5 b 120,8 b 163,7 b

Palha Roxa 66 b 62 a 192,6 a 55,12 b 119,4 b 158,0 b

Palha Roxa Caparaó 65 b 62 a 197,8 a 273,3 b 109,2 c 188,3 a

Perim 66 b 62 a 203,2 b 291,2 a 122,8 b 184,0 a

Piranão11 66 b 62 a 185,2 b 244,8 c 104,6 c 154,0 b

Piranão14 68 a 56 b 184,8 b 237,4 c 113,0 c 147,0 b

Pomerano 67 b 62 a 218,0 a 302,7 a 148,0 a 216,0 a

Sertanejo 62 c 55 c 178,8 b 248,5 c 93,8 d 140,1 c

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61

Continua.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Letras diferentes na mesma coluna indica que os valores de média são estatisticamente diferentes de

acordo com o teste de Scott Knott a 1% de probabilidade.

Acesso NP PA PQ

A C A C A C

Aliança 22,2 a 25,0 a 0,4 0,0 b 5,6 a 1,4

Alto Ribeirão 24,6 a 25,0 a 1,0 0,2 b 2,0 b 0,8

Asa Branca 23,4 a 23,6 a 1,2 0,2 b 7,6 a 1,8

Biomatrix 2B655PW 22,6 a 25,0 a 0,8 0,0 b 3,8 b 0,0

Caparaó Branco 24,6 a 19,8 b 1,4 1,0 a 2,0 b 0,8

Cimmyt11 16,4 b 25,0 a 0,2 0,0 b 10,2 a 1,4

Cimmyt14 21,8 a 25,0 a 3,4 0,2 b 3,2 b 0,6

Diamantina 23,6 a 20,4 b 1,2 0,2 b 3,2 b 2,8

Emcapa 203 19,4 b 18,0 b 1,4 0,4 b 7,0 a 0,8

ES 001 19,8 b 20,2 b 1,0 0,2 b 4,8 a 1,4

Incaper 203 18,4 b 24,8 a 1,2 0,6 b 4,6 a 1,6

MA 008 22,6 a 25,0 a 0,4 0,8 a 6,0 a 5,2

Milho Gordura 22,0 a 10,0 b 0,4 0,8 a 1,0 b 1,8

Padrinho 23,4 a 25,0 a 0,2 1,4 a 1,0 b 2,0

Palha Roxa 24,8 a 22,2 b 1,6 0,2 b 1,4 b 1,2

Palha Roxa Caparaó 23,6 a 25,0 a 1,0 0,2 b 1,2 b 0,0

Perim 19,8 b 21,8 b 1,6 0,6 b 4,0 b 0,6

Piranão11 21,6 a 25,0 a 2,0 0,2 b 5,8 a 2,2

Piranão14 21,4 a 25,0 a 2,2 1,4 a 2,2 b 2,6

Pomerano 22,2 a 17,4 b 1,8 1,2 a 2,8 b 2,4

Sertanejo 21,8 a 23,6 a 1,4 0,0 b 7,6 a 2,0

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62

Continuação.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Letras diferentes na mesma coluna indica que os valores de média são estatisticamente diferentes de

acordo com o teste de Scott Knott a 1% de probabilidade.

Acesso NE EDo EPr

A C A C A C

Aliança 22 a 26,4 a 9,2 b 6,0 14,4 15,0

Alto Ribeirão 22 a 27,6 a 9,0 b 4,6 13,0 18,2

Asa Branca 25 a 23,6 a 12,6 a 2,8 17,2 18,0

Biomatrix 2B655PW 21 a 25,0 a 3,6 b 2,6 13,0 16,2

Caparaó Branco 19 b 19,8 b 13,0 a 3,4 14,4 11,2

Cimmyt11 15 b 25,0 a 7,4 b 6,8 10,6 16,4

Cimmyt14 22 a 28,0 a 10,4 a 1,2 16,8 27,2

Diamantina 25 a 20,4 b 10,8 a 1,6 15,2 16,0

Emcapa 203 22 a 18,0 b 8,8 b 2,2 14,6 9,0

ES 001 19 b 20,2 b 10,6 a 3,8 13,0 20,2

Incaper 203 23 a 26,2 a 7,6 b 3,4 14,0 26,2

MA 008 22 a 26,6 a 10,0 a 3,2 15,4 17,6

Milho Gordura 15 b 10,0 b 11,4 a 4,8 13,4 3,6

Padrinho 23 a 27,4 a 10,6 a 3,6 12,6 19,8

Palha Roxa 24 a 22,2 b 9,8 a 4,6 13,4 17,2

Palha Roxa Caparaó 26 a 25,8 a 9,4 b 2,8 13,6 25,8

Perim 17 b 21,8 b 7,2 b 3,2 11,4 16,2

Piranão11 26 a 32,8 a 14,2 a 3,2 20,8 29,2

Piranão14 27 a 29,8 a 12,6 a 4,8 17,0 11,4

Pomerano 17 b 17,4 b 10,2 a 3,0 15,2 11,4

Sertanejo 22 a 23,6 a 7,8 b 5,0 14,4 17,4

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Continuação.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Letras diferentes na mesma coluna indica que os valores de média são estatisticamente diferentes de

acordo com o teste de Scott Knott a 1% de probabilidade.

Acesso PsE PsG

A C A C

Aliança 1414,0 a 1864,0 a 837,0 a 1457,0 a

Alto Ribeirão 898,0 b 1175,0 b 518,0 b 956,0 b

Asa Branca 1136,0 b 1634,0 a 674,0 a 1337,0 a

Biomatrix 2B655PW 1462,0 a 2083,0 a 932,0 a 1751,0 a

Caparaó Branco 642,0 b 1111,0 b 344,0 b 862,0 b

Cimmyt11 404,0 b 1155,0 b 197,0 b 799,0 b

Cimmyt14 824,0 b 1280,0 b 449,0 b 1010,0 b

Diamantina 1596,0 a 1525,0 a 968,0 a 1203,0 a

Emcapa 203 1030,0 b 972,0 b 632,8 a 1011,0 a

ES 001 666,0 b 757,0 b 395,0 b 539,0 c

Incaper 203 1040,0 b 1397,0 a 648,0 a 1091,0 a

MA 008 964,0 b 1293,0 b 642,0 a 1119,0 a

Milho Gordura 542,0 b 413,0 b 245,0 b 290,0 c

Padrinho 1352,0 a 2087,0 a 802,0 a 1715,8 a

Palha Roxa 1472,0 a 1569,0 a 848,0 a 1266,0 a

Palha Roxa Caparaó 1628,0 a 1074,0 b 980,0 a 880,0 b

Perim 992,0 b 1648,0 a 610,0 a 1326,0 a

Piranão11 802,0 b 1512,0 b 445,0 b 1218,0 a

Piranão14 1374,0 a 1595,0 a 781,0 a 1328,0 a

Pomerano 826,0 b 795,0 b 484,0 b 664,0 c

Sertanejo 1076,0 b 1441,0 a 645,0 a 1168,0 a

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64

Conclusão.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

Letras diferentes na mesma coluna indica que os valores de média são estatisticamente diferentes de

acordo com o teste de Scott Knott a 1% de probabilidade.

Nos dois ambientes as os acessos Cimmyt e Piranão expressaram menores valores

para altura de plantas, fato esperado, já que esses genótipos são portadores de gene

braquítico, o qual conferem menor porte às plantas (DURÃES et al., 2017;

ENTRINGER et al., 2017), sendo esta uma característica desejada por gerar plantas

com menor comprimento entre nós, menores alturas de espiga, favorecendo o

equilíbrio da planta sobre seu centro de gravidade reduzindo assim possíveis perdas

Acesso Ps100G PRO REN

A C A C A C

Aliança 28,9 a 27,8 a 1,0 b 1,1 1674 a 2934 a

Alto Ribeirão 24,9 b 21,8 b 0,9 b 1,2 1036 b 1912 b

Asa Branca 24,9 b 29,4 a 1,1 a 1,1 1348 a 2674 a

Biomatrix 2B655PW 26,7 a 29,7 a 0,9 b 1,1 1864 a 3502 a

Caparaó Branco 29,0 a 28,3 a 0,8 b 0,9 688 b 1724 b

Cimmyt11 19,6 b 22,5 b 0,9 b 1,2 394 a 1598 b

Cimmyt14 23,3 b 23,9 b 1,0 b 1,2 898 a 2020 b

Diamantina 27,1 a 28,9 a 1,1 a 0,9 1936 a 2406 a

Emcapa 203 23,6 b 28,7 a 1,2 a 1,0 1265 a 1822 b

ES 001 20,9 b 26,9 a 1,0 b 1,0 790 a 1078 c

Incaper 203 24,5 b 25,9 b 1,3 a 1,2 1296 b 2182 a

MA 008 24,9 b 21,2 b 1,0 b 1,2 1284 a 2238 a

Milho Gordura 24,6 b 26,3 b 0,7 b 0,7 490 b 580 c

Padrinho 28,7 a 29,8 a 1,0 b 1,2 1604 a 3431 a

Palha Roxa 31,3 a 30,3 a 0,9 b 0,9 1696 a 2532 a

Palha Roxa Caparaó 28,4 a 25,6 b 1,1 a 1,2 1960 a 1760 b

Perim 28,1 a 27,9 a 0,8 b 1,2 1220 a 2652 a

Piranão11 26,6 a 25,6 b 1,2 a 1,5 890 b 2436 a

Piranão14 28,3 a 26,9 a 1,2 a 1,3 1562 a 2656 a

Pomerano 29,0 a 23,7 b 0,8 b 0,9 968 b 1328 c

Sertanejo 24,3 b 31,5 a 1,1 a 1,0 1290 a 2336 a

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por acamamento ou quebra de plantas (FREITAS et al., 2017). Os resultados supõem

que a expressão do gene braquítico não foi inibida sob déficit hídrico.

O número de plantas no estande (NP) no momento da colheita foi menor para os

acessos Cimmity 11, Perim, ES 001, Emcapa 203 e Incaper 203 nas condições de

Alegre, e para os genótipos Perim, Diamantina, Milho Gordura, Pomerano, Caparaó

Branco, Palha Roxa, e também ES 001 e Emcapa 203 nas condições de Colatina.

Para o acesso Milho Gordura, bem como para os demais genótipos de pericarpo com

coloração branca, no ambiente de Alegre foi onde se obteve melhor germinação das

plantas, contudo, foi também onde houve maiores perdas de plantas por quebra e

acamamento para esses genótipos. Há poucos estudos com milho branco no Brasil,

contudo seu cultivo é apontado como promissor por haver aceitação no mercado

consumidor em variadas localidades do país (ALVAREZ et al., 2016). Além disso, a

diversidade genética e o potencial de milhos brancos para programas de

melhoramento futuro ressaltam a importância de sua conservação (AMORIM et al.,

2017).

Estudos de Deng et al. (2015) apontam que sementes mais claras, quando em

condições ambientais desfavoráveis, tendem a terem menor controle das ações de

substâncias oxidantes de forma que a germinação e desenvolvimento inicial da planta

são prejudicados. Dessa forma, é provável que as menores temperaturas médias

ocorridas em Alegre no período inicial do desenvolvimento da cultura em contraste

com temperaturas predominantemente acima da faixa ótima, no mesmo período, em

Colatina (rever Gráfico 1), tenha ocasionado o melhor desenvolvimento dos genótipos

com sementes de coloração branca em Alegre.

Nas condições de Colatina, os menores números de plantas no estande se deram em

sua maior parte pelo não desenvolvimento de alguns indivíduos dentro da parcela

enquanto que, em Alegre, os acessos com menor número de plantas sofreram perdas

com quebra e acamamento de plantas. Os acessos com maiores valores de plantas

quebradas (PQ) foram Cimmyt 11, Sertanejo, ES 001, Asa Branca, MA 008, Aliança,

Piranão 11, Emcapa 203 e Incaper 203.

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O acesso MA 008 se destacou dos demais para o descritor número de plantas

quebradas, de modo que ocorreram perdas acima de 20% em ambos os ambientes.

O acesso Cimmyt 11 apresentou percentual de quebra em torno de 40% em Alegre,

contudo, baixos valores de plantas quebradas em Colatina.

Embora se espere que plantas maiores sejam as mais afetadas pelo acamamento em

relação à plantas menores (FREITAS et al., 2017), neste estudo, o número de plantas

acamadas e quebradas não foi diretamente proporcional à altura de plantas, fato

semelhante ocorreu no trabalho de Quans et al. (2016). Possivelmente, as chuvas

intensas ocorridas no período de estudo contribuíram principalmente para o maior

acamamento de plantas em alguns genótipos.

O número de espigas (NE) formadas na parcela foi maior para os acessos Piranão 14,

Padrinho, Cimmyt 14, Sertanejo e Diamantina. Com exceção do acesso MA 008,

Palha Roxa e Biomatrix que não obtiveram as maiores médias para prolificidade, o

número de espigas foi diretamente proporcional à prolificidade, conforme esperado.

A prolificidade é uma das características de maior importância para o desenvolvimento

de programas de melhoramento em culturas alógamas como o milho, principalmente

pelo fato de que em plantas com duas espigas é possível tanto obter populações

cruzadas para serem avaliadas, quanto populações puras, para serem utilizadas em

cruzamentos estratégicos a fim de manter a manutenção da variabilidade genética

inicial, desenvolvimento de ciclos de seleção recorrente, e assim maior eficiência e

agilidade no processo de seleção (BENTO et al., 2003; CARVALHO et al., 2017).

A incidência de doença nas espigas foi consideravelmente maior em Alegre, com

número de espigas acometidas por doenças (EDo) variando de cerca de 4 (Biomatrix

Pro2) a 14 espigas (Piranão 11), em contraste com Colatina onde ocorreu variação de

cerca de 1 espiga (Cimmyt 14) a 7 espigas (Cimmyt 11) sem diferenças significativas

entre os genótipos.

O ataque de pragas às espigas (EPr) foi relativamente alto nos dois ambientes com

variações em torno de 11 (Perim) a 21 espigas atacadas (Piranão 11) em Alegre, e de

cerca de 4 (Milho Gordura) a 29 espigas atacadas (Piranão 11) em Colatina, onde

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também se obteve alto coeficiente de variação (58,62) indicando que os valores

médios apontados variaram muito. No entanto, foi notável que o genótipo Piranão11

foi o mais afetado pelo ataque de pragas.

A principal praga identificada foi a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea, Boddie 1850)

responsável por ocasionar percentuais elevados de danos à produtividade da cultura

(CAPINERA, 2017). Tanto que cultivares geneticamente modificadas tem sido

desenvolvidas a fim de reduzir os prejuízos a esta praga.

Para o descritor peso de espigas (PsE) houve a formação de dois grupos distintos de

valores de forma que o ambiente de Colatina favoreceu maiores pesos para os

genótipos Piranão 14, Padrinho, Perim, Sertanejo, Diamantina, Asa Branca, Aliança,

Incaper 203, Palha Roxa e Biomatrix Pro2, com destaque para o genótipo Padrinho

que obteve valor acima de 2000 g para o peso de espigas, em valor médio absoluto

próximo ao do acesso testemunha (Biomatrix Pro2).

O peso de grãos (PsG) produzido na parcela variou entre 197 g (Cimmyt 11) a 980 g

(Palha Roxa Caparaó) destacando-se também os genótipos Diamantina (968 g),

Aliança (837 g) e Palha Roxa (848 g) em Alegre, onde foram obtidos dois grupos de

genótipos significativamente diferentes. Em Colatina o peso médio de grãos

produzidos na parcela foi maior, variando de 290 g (Milho Gordura) a 1715 g

(Padrinho), estando pouco abaixo da cultivar testemunha, embora não

significativamente diferente. O descritor morfológico peso de grãos gerou resultados

diretamente proporcionais ao rendimento (REN), o que era esperado devido ao

rendimento ser estimado em cima deste valor.

Os genótipos Piranão 14, Padrinho, Perim, Aliança, Pomerano, Caparaó Branco, e

principalmente o genótipo Palha Roxa, se destacaram pelos maiores valores para

peso de 100 grãos (Ps100) no município de Alegre. Em Colatina destacaram-se os

acessos Piranão 14, Padrinho, Sertanejo, Diamantina, Asa Branca, Emcapa 203 e

Palha Roxa.

Os acessos mais prolíficos nos dois ambientes foram Piranão 14, Piranão 11 e Incaper

203. Em Colatina, além destes acessos, se destacaram quanto à prolificidade os

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genótipos Cimmyt 14 e Cimmyt 11, Perim, MA 008, e Palha Roxa Caparaó, porém

todos estes com valores em torno de 1,2 espigas planta-1, valor baixo ao se considerar

o número mínimo de 2 espigas por planta para desenvolvimento de programas de

melhoramento.

Finalmente o rendimento (REN) variou entre 394 Kg ha-1 (Cimmyt 11) a 1960 Kg ha-1

em Alegre e de 580 Kg ha-1 (Milho Gordura) a 3431 Kg ha-1 (Padrinho) em Colatina. O

rendimento de grãos foi favorecido pelas condições edafoclimáticas de Colatina

contudo ainda com baixos valores de rendimento.

Ao avaliar o genótipo Aliança sob condições hídricas regulares nos anos de 2007 e

2008, Machado et al. (2011), identificaram diferenças no rendimento dessa variedade

variando de 4600 a 9650 Kg ha-1, valores estes que evidenciam o quanto o rendimento

foi desfavorecido pela condição de estresse hídrico ao se considerar que o rendimento

dessa variedade de milho no presente trabalho variou entre 1600 a 2900 Kg ha-1.

Ainda que com produtividade afetada pelas condições de estresse hídrico, os

genótipos Padrinho e Aliança, em Colatina, obtiveram rendimento acima da média

estadual, que é de 2800 Kg ha-1 (CONAB, 2018), sendo assim, tais variedades já

podem ser indicadas para cultivo sob déficit hídrico no município, além de serem

apontadas neste estudo, como promissoras para programas de melhoramento

genético para essa região específica.

O genótipo Aliança já é uma das variedades recomendadas para a região Sul do

estado do Espírito Santo, sendo que já passou por processo de melhoramento

participativo no município de Muqui (MACHADO et al., 2011).

Além de investigar quais genótipos tiveram melhor desempenho, faz-se necessário

identificar se as características estudadas podem potencialmente gerar ganhos em

processos de seleção ao longo do desenvolvimento de estratégias de melhoramento.

Para tanto, a seguir são apresentadas as estimativas dos parâmetros genéticos.

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5.2.3 Estimativa de parâmetros genéticos

Dentre os parâmetros avaliados, aqueles de interesse para o programa de

melhoramento como dias para florescimento, altura de plantas e de espigas, pesos de

grãos e rendimento apresentaram percentual de herdabilidade acima de 70% em

ambos os ambientes, sendo assim potenciais caracteres para serem alvos dentro do

programa (Tabela 4).

A relação entre coeficientes de variação genotípico (σ²g) e fenotípica (σ²f) para os

descritores peso de grãos e rendimento foi diferente entre os dois ambientes, de forma

que em Colatina houve maior influência do ambiente nos resultados para estas

características.

Tabela 4 - Estimativa de parâmetros genéticos: coeficiente de variação fenotípica (σ²f),

coeficiente de variação genotípica (σ²g), herdabilidade (h2), Coeficiente de variação

genética (CVg) e Índice de variação genética (Iv) para 14 descritores

morfoagronômicos avaliados em 21 genótipos de milho em Alegre e Colatina, ES.

Descritor σ²f σ²g h2 CVg(%) IV

Alegre

DF 8,09 7,45 92,04 4,52 1,52

AP 823,58 728,31 88,43 10,69 1,23

AE 832,15 789,20 94,83 17,52 1,91

NP 1,85 1,16 62,87 7,75 0,58

PA 0,21 0,07 33,17 55,93 0,31

PQ 0,49 0,06 12,96 26,69 0,17

NE 10,11 6,48 64,07 16,74 0,60

EDo 5,63 3,55 63,07 19,19 0,58

EPr 16,23 7,73 47,68 25,20 0,43

PsG 127105,94 100806,04 79,35 28,95 0,87

PsE 174934,48 131952,41 75,42 26,76 0,78

Ps100G 8,28 5,38 65,02 8,67 0,61

Pro 0,03 0,01 41,81 10,36 0,38

Ren 508423,79 403464,18 79,35 28,95 0,87

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70

Continua.

Descritor σ²f σ²g h2 CVg(%) IV

Colatina

DF 10,25 9,36 91,34 4,75 1,45

AP 406,5 354,3 87,09 9,95 1,16

AE 373,05 355,94 95,41 16,94 2,04

NP 4,61 3,25 70,40 8,23 0,68

PA 0,57 0,19 34,15 36,01 0,32

PQ 6,51 3,97 60,96 48,11 0,56

NE 11,75 7,75 65,97 12,95 0,62

EDo 5,63 3,55 63,07 19,19 0,58

EPr 4,95 0,58 11,66 5,25 0,16

PsG 52310,31 40382,97 77,19 32,27 0,83

PsE 125140,52 96899,52 77,43 29,52 0,83

Ps100G 8,51 5,94 69,83 9,34 0,68

Pro 0,02 0,01 69,32 13,26 0,67

Ren 209241,24 161531,91 77,20 32,27 0,82

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

A herdabilidade foi consideravelmente baixa para as características número de

plantas acamadas, número de plantas quebradas, número de espigas atacadas por

pragas e prolificidade em Alegre, enquanto que em Colatina, valores de herdabilidade

baixos foram obtidos nas características número de plantas acamadas e número de

espigas atacadas por pragas apenas, evidenciando que o ambiente favoreceu melhor

a expressão genética dos acessos neste ambiente em relação a Alegre.

Os valores para o índice de variação genética demonstraram que os caracteres dias

de florescimento, altura de plantas e altura de espigas foram os menos afetados pelo

ambiente, em ambos os locais de estudo, sendo controlados predominantemente por

variáveis genéticas.

Maiores índices de variação indicam possivelmente maior facilidade de ganho

genético para dada característica (FERREIRA e BORÉM, 1999). Os valores do índice

de variação genética para o carácter prolificidade (PRO) foram de 0,38 e 0,67 em

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Alegre e Itapina, respectivamente, estimando-se assim que em Alegre o ambiente

interferiu fortemente nos resultados de prolificidade para os genótipos de forma geral,

o que dificulta trabalhos de melhoramento, havendo maior necessidade de seleção de

materiais mais prolíficos para desenvolvimento dos cruzamentos e posterior seleção

de progênies melhoradas.

A diferença de interferência ambiental na prolificidade também foi observada por

Schneider et al. (2015) ao estimar parâmetros genéticos de caracteres

morfoagronômicos para irmãos completos de genótipos tradicionais de milho em duas

regiões do município de Ibarana no Rio Grande do Sul.

Para rendimento de grãos, nos dois ambientes, foram obtidos índices de variação

genética satisfatórios, indicando que houve influência ambiental, contudo com

potencial para obtenção de ganhos genéticos após estratégias de melhoramento.

Oliveira et al. (2017), avaliando 30 genótipos de milho em sete ambientes também

identificaram maior influência do ambiente na produtividade dos genótipos, porém

ainda em valor menor do que o encontrado neste trabalho. Isso indica que o ambiente

pode ser favorável para a produtividade de alguns genótipos, possibilidade essa,

afirmada pelos valores de rendimento obtidos por alguns acessos avaliados neste

estudo.

5.2.4 Diversidade genética entre os genótipos de milho

O agrupamento de similaridade genética entre os acessos, de acordo com a

dissimilaridade entre os acessos de milho considerando descritores avaliados em

cada um dos ambientes (Tabelas 5 e 6), demonstrou que os acessos puderam ser

distintos em diferentes agrupamentos genéticos nos diferentes ambientes (Figuras 9

e 10)

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Tabela 5. Matriz de dissimilaridade entre 21 acessos de milho da coleção de trabalho do BAG do Ifes cultivados sob déficit hídrico

no município de Alegre-ES, de acordo com 14 descritores morfoagronômicos avaliados.

A1 – Piranão 14; A2 – Padrinho; A3 – Cimmyt 14; A4 – Cimmyt 11; A5 – Perim; A6 – Sertanejo; A7 – Diamantina; A8 – ES 001; A9 – Asa Branca; A10 – MA

008; A11 – Aliança; A12 – Piranão 11; A13 – Emcapa 203; A14 – Milho Gordura; A15 – Alto Ribeirão; A16 – Pomerano; A17 – Incaper 203; A18 – Palha Roxa

Caparaó; A19 – Caparaó Branco; A20 – Palha Roxa; e A21 – Biomatrix Pro2.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21

A1 -

A2 0,28 -

A3 0,31 0,38 -

A4 0,55 0,55 0,39 -

A5 0,32 0,27 0,31 0,37 -

A6 0,28 0,31 0,24 0,34 0,36 -

A7 0,23 0,18 0,33 0,58 0,30 0,25 -

A8 0,46 0,35 0,21 0,30 0,32 0,26 0,37 -

A9 0,28 0,32 0,24 0,47 0,36 0,15 0,22 0,25 -

A10 0,32 0,20 0,27 0,44 0,21 0,21 0,24 0,32 0,24 -

A11 0,29 0,14 0,36 0,51 0,28 0,24 0,17 0,32 0,29 0,21 -

A12 0,21 0,41 0,23 0,44 0,44 0,25 0,33 0,34 0,26 0,29 0,37 -

A13 0,29 0,34 0,25 0,35 0,34 0,06 0,28 0,23 0,17 0,23 0,28 0,24 -

A14 0,50 0,36 0,42 0,41 0,41 0,48 0,49 0,37 0,52 0,32 0,39 0,47 0,51 -

A15 0,34 0,18 0,26 0,44 0,44 0,24 0,25 0,24 0,29 0,18 0,23 0,31 0,27 0,29 -

A16 0,31 0,31 0,29 0,45 0,45 0,32 0,35 0,38 0,42 0,20 0,36 0,29 0,34 0,28 0,25 -

A17 0,27 0,34 0,30 0,38 0,38 0,12 0,28 0,25 0,21 0,26 0,30 0,26 0,09 0,51 0,28 0,37 -

A18 0,21 0,19 0,38 0,55 0,54 0,27 0,09 0,44 0,31 0,28 0,21 0,33 0,30 0,49 0,26 0,33 0,29 -

A19 0,35 0,34 0,37 0,46 0,46 0,38 0,39 0,40 0,44 0,28 0,42 0,33 0,41 0,23 0,27 0,13 0,43 0,36 -

A20 0,22 0,15 0,33 0,56 0,24 0,29 0,16 0,41 0,31 0,25 0,20 0,35 0,33 0,44 0,20 0,30 0,33 0,14 0,32 -

A21 0,34 0,29 0,35 0,47 0,33 0,21 0,22 0,31 0,27 0,34 0,25 0,41 0,26 0,56 0,32 0,41 0,24 0,25 0,47 0,27 -

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Tabela 6. Matriz de dissimilaridade entre 21 acessos de milho da coleção de trabalho do BAG do Ifes cultivados sob déficit hídrico

no município de Colatina-ES, de acordo com 14 descritores morfoagronômicos avaliados.

A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21

A1 -

A2 0,22 -

A3 0,29 0,35 -

A4 0,34 0,36 0,22 -

A5 0,28 0,23 0,31 0,32 -

A6 0,21 0,30 0,26 0,26 0,28 -

A7 0,29 0,24 0,26 0,26 0,21 0,20 -

A8 0,34 0,44 0,26 0,28 0,37 0,22 0,32 -

A9 0,29 0,25 0,23 0,25 0,23 0,22 0,17 0,28 -

A10 0,30 0,32 0,33 0,32 0,22 0,34 0,31 0,42 0,37 -

A11 0,30 0,22 0,34 0,23 0,23 0,25 0,20 0,41 0,39 0,36 -

A12 0,23 0,39 0,22 0,29 0,26 0,25 0,22 0,35 0,27 0,37 0,29 -

A13 0,27 0,34 0,26 0,29 0,20 0,23 0,23 0,25 0,23 0,22 0,33 0,27 -

A14 0,47 0,52 0,55 0,45 0,39 0,46 0,43 0,39 0,54 0,43 0,50 0,48 0,32 -

A15 0,29 0,28 0,20 0,16 0,21 0,25 0,24 0,31 0,29 0,20 0,22 0,22 0,26 0,39 -

A16 0,38 0,38 0,42 0,35 0,26 0,41 0,32 0,35 0,43 0,24 0,43 0,40 0,29 0,28 0,29 -

A17 0,23 0,24 0,18 0,24 0,21 0,20 0,22 0,28 0,23 0,21 0,27 0,10 0,17 0,39 0,18 0,33 -

A18 0,36 0,29 0,19 0,21 0,19 0,30 0,24 0,30 0,28 0,24 0,27 0,21 0,27 0,40 0,13 0,27 0,17 -

A19 0,33 0,33 0,37 0,34 0,20 0,32 0,25 0,33 0,37 0,24 0,34 0,33 0,19 0,27 0,24 0,16 0,24 0,21 -

A20 0,26 0,20 0,28 0,25 0,16 0,14 0,11 0,28 0,18 0,30 0,16 0,21 0,22 0,40 0,16 0,34 0,19 0,22 0,24 -

A21 0,31 0,23 0,26 0,32 0,26 0,24 0,28 0,31 0,16 0,42 0,26 0,33 0,28 0,60 0,32 0,50 0,29 0,32 0,40 0,23 -

A1 – Piranão 14; A2 – Padrinho; A3 – Cimmyt 14; A4 – Cimmyt 11; A5 – Perim; A6 – Sertanejo; A7 – Diamantina; A8 – ES 001; A9 – Asa Branca; A10 – MA

008; A11 – Aliança; A12 – Piranão 11; A13 – Emcapa 203; A14 – Milho Gordura; A15 – Alto Ribeirão; A16 – Pomerano; A17 – Incaper 203; A18 – Palha Roxa

Caparaó; A19 – Caparaó Branco; A20 – Palha Roxa; e A21 – Biomatrix Pro2.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

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Figura 9 - Dendrograma de dissimilaridade entre 21 acessos de milho cultivados sob

déficit hídrico no município de Alegre-ES, obtido a partir da avaliação de 14 descritores

morfoagronômicos.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

O primeiro agrupamento foi composto por 10 genótipos reunidos em dois subgrupos

com menor similaridade. O primeiro subgrupo reuniu os genótipos Diamantina, Palha

Roxa Caparaó, Palha Roxa, Padrinho e Aliança, que apresentaram similaridade

quanto aos descritores de produção de espigas e grãos sendo estes os genótipos

mais produtivos e consequentemente os mais promissores para o desenvolvimento

de programas de melhoramento. Esses genótipos apresentaram em média de 62 a 65

dias para o florescimento, altura de plantas de 1,90 m a 2,15 m com bom número de

plantas no estande. A prolificidade ainda não foi elevada, sendo a potencialização

desta característica um dos alvos a serem observados no desenvolvimento de

programas de melhoramento.

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O segundo subgrupo reuniu os genótipos Pomerano, Caparaó Branco, Perim, MA 008

e Alto Ribeirão, os quais foram ainda menos prolíficos que os acessos citados

anteriormente e ainda com rendimento variando de 688,0 Kg ha-1 (Caparaó Branco) a

1284,0 Kg ha-1 (MA 008).

O segundo grupo reuniu nove genótipos, tendo similaridade evidente para o descritor

altura de plantas e altura de espigas, sendo este grupo o de plantas com menores

valores para tal. O grupo ficou composto por dois subgrupos, sendo um deles formado

apenas pelos genótipos Piranão 11 e 14, os quais dentre os demais genótipos desse

grupo, obtiveram maiores valores para os descritores número de espigas e

prolificidade, contudo, com rendimento diferenciado pelo maior número de plantas

quebradas para o genótipo Piranão 11.

Devido ao elevado rendimento e menor tamanho de planta do genótipo Piranão 14, o

mesmo pode ser apontado como genótipo promissor para obtenção de linhagens com

menores alturas de plantas a fim de reduzir as perdas por quebra e acamamento.

Essa característica dos genótipos Piranão provavelmente decorre da presença do

gene braquítico nesses genótipos, conforme já relatado em literatura corrente

(DURÃES et al., 2017; ENTRINGER et al., 2017).

Os genótipos Cimmyt 11 e Milho Gordura foram isolados em agrupamentos distintos

com maior distância dos demais genótipos. O genótipo Cimmyt 11 foi o que resultou

em menor número médio de plantas e consequentemente menor número de espigas

devido aos seus elevados valores de plantas quebradas, o que refletiu em menores

valores para o peso de espigas, peso de grãos e rendimento. O genótipo Milho

Gordura foi o que apresentou florescimento mais tardio com valores mais baixos de

produção média de espigas, sendo assim o genótipo menos prolífico e

consequentemente com baixo rendimento.

Em Colatina, os genótipos foram reunidos em cinco grupos (Figura 10), com

agrupamentos diferentes dos obtidos em Alegre, o que já era esperado pela interação

genótipo ambiente observada ao longo do estudo.

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Figura 10 - Dendrograma de dissimilaridade entre 21 acessos de milho cultivados sob

déficit hídrico no município de Colatina-ES, obtido a partir da avaliação de 14

descritores morfoagronômicos.

Fonte: Rafael Nunes de Almeida

O agrupamento I reuniu 12 genótipos em dois subgrupos, os quais obtiveram maior

similaridade para os descritores altura de plantas e número de plantas acamadas de

forma que a maior parte dos genótipos apresentaram plantas de menor porte com

florescimento entre 55 e 62 dias e rendimento de grãos variando entre 1760 Kg ha-1

(Palha Roxa Caparaó) e 2934,0 Kg ha-1 (Aliança).

O primeiro subgrupo gerado dentro do grupo I reuniu os genótipos Piranão 11, Incaper

203, Cimmyt 14, Cimmyt 11, Alto Ribeirão e Palha Roxa Caparaó. Para esses

genótipos foram obtidos maiores valores para número de espigas, porém com peso

de espigas, peso de grãos e rendimento com valores intermediários. O segundo

subgrupo reuniu os genótipos Asa Branca, Biomatrix Pro2, Aliança, Sertanejo,

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Diamantina e Palha Roxa, os quais se obteve os maiores valores de rendimento dentro

do grupo.

O segundo grupo reuniu apenas os acessos Piranão 14 e Padrinho, os quais se

assimilaram pelos maiores valores obtidos para número de plantas, prolificidade e

rendimento de grãos. Dessa forma, esses dois acessos podem ser apontados como

promissores para programas de melhoramento visando obtenção de cultivares mais

produtivas sob déficit hídrico. Todavia os dois genótipos apresentaram elevados

valores de espigas atacadas por pragas, sendo esta variável um dos alvos a serem

considerados como estratégias de seleção no desenvolvimento de programas futuros.

O agrupamento III reuniu os genótipos MA 008, Perim, Emcapa 203, Pomerano e

Caparaó Branco. Esses genótipos obtiveram maiores semelhanças para os

descritores altura de plantas, com indivíduos de maior porte, e para o número de

plantas no estande e peso de espigas, com maiores perdas de plantas na parcela e

ou menor peso de espigas gerando variados rendimentos de grãos.

Os genótipos ES 001 e Milho Gordura ficaram isolados, formando o agrupamento IV

e V respectivamente. O genótipo ES 001 foi um dos genótipos com maior precocidade

no florescimento o que gerou valores inferiores para rendimento de grãos (1070 Kg

ha-1 em média). Já o genótipo Milho Gordura, além de gerar poucas espigas, foi o que

resultou em menor rendimento, uma média de 580 Kg ha-1. Esse genótipo não foi

portanto, favorecido por nenhum dos dois ambientes estudados.

Melo et al. (2001), avaliando dez genótipos de milho por meio de caracteres

morfoagronômicos, identificou quatro grupos geneticamente divergentes, com

variações pouco relevantes quanto à divergência baseada em estudos moleculares,

embora estes sejam recomendados como complemento, sempre que possível.

As formações de agrupamentos distintos em um mesmo ambiente e a diferença na

composição dos grupos formados nos diferentes ambientes evidenciaram a existência

de considerável diversidade genética entre os acessos e a relevância de se

desenvolver estudos em variados ambientes para investigação das melhores

interações genótipo ambiente.

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Espera-se que este trabalho sirva como base para o desenvolvimento de um

programa de melhoramento genético a ser desenvolvido pelo Ifes, com finalidade de

gerar cultivares tolerantes à seca, que possam ser distribuídas aos agricultores

familiares do estado e assim contribuir para maior soberania alimentar dos agricultores

familiares e promoção da agroecologia.

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6 CONCLUSÕES

Foram coletados sete novos acessos de milho provenientes de propriedades rurais

das regiões sul e norte do Espírito Santo, os quais foram incorporadas à coleção de

trabalho do programa de melhoramento de milho do Ifes.

Dentre os genótipos de milho que compõem a coleção de trabalho do Banco de

Germoplasma do Ifes, há genótipos com potencial para serem utilizados em

programas de melhoramento genético com objetivo de obtenção de cultivares

tolerantes à déficit hídrico para as regiões de Alegre e Colatina, ES.

Os genótipos Padrinho, Piranão 14, Piranão 11, e Cimmyt 14, Aliança e Palha Roxa

são os mais promissores considerando os dois ambientes de estudo, devido a melhor

desempenho para os caracteres de prolificidade de espigas e rendimento de grãos.

Recomenda-se a população de polinização aberta Piranão 14, e a variedade Padrinho

para dar início a trabalhos de cruzamento e seleção de populações, devido

principalmente ao melhor desempenho morfoagronômico e semelhança quanto ao

período de florescimento, fatores de primordial importância para o desenvolvimento

das estratégias de melhoramento genético na cultura do milho.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - LISTA DE PRODUÇÃO ACADÊMICA DO DISCENTE

Artigos completos publicados em periódicos

ALMEIDA, R. N.; FERRAZ, D. R.; SILVA, A. S.; CUNHA, E. G.; VIEIRA, J. C.; SOUZA, T. S.; BERILLI, S. S. Utilização de lodo de curtume em complementação ao substrato comercial na produção de mudas de pimenta biquinho. Scientia Agraria (Online), v.18, p.20 - 33, 2017.

Trabalhos completos publicados em anais de eventos

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