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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE - CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO. CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGROECOLOGIA ATIVIDADE DE VOO DAS ABELHAS Melipona quadrifaciata (MANDAÇAIA) E Melípona scutellares (URUÇU) NO FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE. MATEUS FERREIRA DO NASCIMENTO SÃO CRISTÓVÃO-SE 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE -

CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGROECOLOGIA

ATIVIDADE DE VOO DAS ABELHAS Melipona quadrifaciata (MANDAÇAIA) E

Melípona scutellares (URUÇU) NO FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM SÃO

CRISTÓVÃO, SERGIPE.

MATEUS FERREIRA DO NASCIMENTO

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE -

CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO

MATEUS FERREIRA DO NASCIMENTO

ATIVIDADE DE VOO DAS ABELHAS Melipona quadrifaciata (MANDAÇAIA) E

Melípona scutellares (URUÇU) NO FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM SÃO

CRISTÓVÃO, SERGIPE.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do

Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Sergipe - Campus São Cristóvão,

como pré-requisito para a obtenção do título de

Tecnólogo em Agroecologia.

Orientador: Prof. Dr. Wilams Gomes dos Santos

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2018

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IFS - Biblioteca do Campus São Cristóvão

Nascimento, Mateus Ferreira do

N244a Atividade de voo das abelhas Melipona quadrifaciata (Mandaçaia) e

Melípona scutellares (Uruçu) no fragmento de Mata Atlântica em São

Cristóvão, Sergipe. - / Mateus Ferreira do Nascimento. – São Cristóvão, 2018.

35 f.; il.

Monografia (Graduação) Tecnologia em Agroecologia. Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe - IFS, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Wilams Gomes dos Santos.

1. Abelhas nativas. 2. Comportamento de voo. 3. Meliponicultura.

I. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe IFS.

II. Título.

CDU 638.12 (813.7)

José Carlos
Nota
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MATEUS FERREIRA DO NASCIMENTO

ATIVIDADE DE VOO DAS ABELHAS Melipona quadrifaciata (MANDAÇAIA) E

Melípona scutellares (URUÇU) NO FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM SÃO

CRISTÓVÃO, SERGIPE.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

de Sergipe - Campus São Cristóvão, como pré-

requisito para a obtenção do título de Tecnólogo em

Agroecologia.

Aprovado em ____/____/_______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Dr. Wilams Gomes dos Santos – Orientador

______________________________________________

MSc. José Oliveira Dantas - Examinador

______________________________________________

MSc. José Alberto Santos – Examinador

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – IFS

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Dedicatória

Dedico este trabalho as abelhas, pois foram

elas que possibilitarem a execução desta

pesquisa.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus.

Aos meus pais José Carlos e Lucineide e meu Irmão Luis Carlos que sempre estiveram do meu

lado incentivando e apoiando em todos os momentos.

A minha segunda Família Artur, Debora e Iago pela paciência, confiança, instrução e carinho.

A Dona Erotides e Sr. Joca, jamais esquecerei que nada seria possível sem a ajuda deles.

Ao meu orientador e amigo professor Dr. Wilams Gomes pelos ensinamentos e a cumplicidade

profissional, dedicação e prazer pelo que faz.

Ao grande amigo Valdir, um apaixonado por abelhas e que foi o facilitador para que eu pudesse

me aproximar e pesquisar estes maravilhosos insetos.

Ao Curso de Agroecologia do IFS na qual sou apaixonado, e as pessoas que pude estar presente

por todos estes anos.

A minha querida turma 2014-1, Célia, Cristiane, Luciano, Higor, Mariana, Salatiel, além dos

demais colegas com certeza serão meus amigos para toda vida.

A todos os professores do curso que foram tão importantes para minha vida acadêmica, e no

desenvolvimento desta monografia.

Ao GEA (Grupo de Estudos em Abelhas) por me deixar fazer parte deste maravilhoso mundo

das abelhas.

A todos que me ajudaram e apoiaram, sem exceção, tenho a maior gratidão e jamais esquecerei.

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RESUMO

A pesquisa objetivou avaliar o comportamento de voo das abelhas Melípona scutellares (Uruçu)

e Melipona quadrifaciata (Mandaçaia), analisando e contabilizando quantas abelhas entravam

e saiam com cargas especificas como o pólen, resina e barro na corbicula, cargas de néctar e

água que elas transportam no papo, e o lixo que é retirado da colônia usando as mandíbulas.

Sendo ainda analisado o fluxo de acordo com a temperatura e umidade relativa do ar, sendo

possível adotar estratégias de implantação do meliponario e definir horários mais adequados

para que se possa realizar o manejo das colônias, sendo favorável ao bom desenvolvimento das

espécies, e a interações e adequação de diferentes espécies em um mesmo espaço. O horário

adotado na pesquisa foi restrito das 5:00 às 16:00 horas, sendo este intervalo o período da

atividade de forrageio, como resultado da pesquisa foi notório que os fluxo em dias de alta

umidade e baixa temperatura afetou diretamente as atividade de voo, sendo menor o número de

abelhas a campo, e que o período da manhã das 5:00 às 11:00 foi o de maior intensidade. E as

cargas de maior significância foram de néctar e água, seguida por pólen, para ambas as espécies,

podendo haver um período na qual as duas espécies procurem o mesmo recurso florístico,

tornando-se necessário um maior número de pesquisas nesta área para determinar quais recursos

são mais preferíveis às espécies em estudo.

Palavras Chave: Abelhas nativas. Comportamento de voo. Meliponicultura

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ABSTRACT

The research aimed to evaluate the flight behavior of bees Melipona scutellares (Uruçu) and

Melipona quadrifaciata (mandaçaia), analyzing and counting how many bees came and went

with specific loads such as pollen, resin and clay in corbicula nectar loads and water they carry

in the bag, and the garbage is taken out of the colony using the jaws. Being further analyzed the

flow according to the temperature and relative humidity, it is possible to adopt meliponary

deployment strategies and define more appropriate times so that it can carry out the

management of colonies, being favorable to the proper development of the species, and the

interactions and suitability of different species in the same space. The timetable adopted in the

research was restricted from 5:00 to 16:00 hours, this interval the period of foraging activity,

as a result of the research was clear that the flow on days of high humidity and low temperature

directly affected the flight activity, and lower the number of bees in the field, and the morning

from 5:00 to 11:00 was the greater intensity. And loads of greater significance were nectar and

water, followed by pollen, for both species, there may be a period in which the two species look

the same floristic feature, a larger number of research in this area making it necessary to

determine which resources are more preferable to the test species.

Keywords: Native bees. Flight behavior. Meliponiculture

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Média da temperatura e da umidade relativa do ar dos dias de observação do

comportamento de voo das abelhas M. scutellaris e M. quadrifasciata...................................24

Tabela 2- Fluxo de abelhas M. quadrifasciata (Mandaçaia) entrando e saindo do ninho no

período de setembro a dezembro..............................................................................................25

Tabela 3- Fluxo de abelhas M. scutellaris (Uruçu) entrando e saindo do ninho no período de

setembro a dezembro................................................................................................................26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Cargas coletadas por operárias das espécies M. quadrifasciata e M. Scutellaris no

período de setembro a dezembro.............................................................................................27

Gráfico 2- Fluxo de Voo da M. quadrifasciata e M. Scutellaris em de acordo com as horas

do dia.........................................................................................................................................28

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12

OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 13

ESPECIFICO ............................................................................................................................ 14

REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 14

1. BIOLOGIA DAS ABELHAS .............................................................................................. 14

1.1 CASTAS ......................................................................................................................... 15

1.1.1 A RAINHA .............................................................................................................. 15

1.1.2 AS OPERÁRIAS ..................................................................................................... 15

1.1.3 O ZANGÃO ............................................................................................................. 16

2. O NINHO ............................................................................................................................. 16

2.1 ARQUITETURA DOS NINHOS .................................................................................. 16

3. IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS NA POLINIZAÇÃO ................................................... 17

4. ABELHAS NA AGROECOLOGIA .................................................................................... 18

5. MELIPONICULTURA ........................................................................................................ 19

6. ESPÉCIES ESTUDADAS ................................................................................................... 21

6.1 Melípona scutellaris ....................................................................................................... 21

6.2 Melipona quadirfaciata ................................................................................................... 22

7. COMPORTAMENTO DE VOO .......................................................................................... 22

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 23

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 24

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 29

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 30

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INTRODUÇÃO

No planeta, os insetos são os seres de maior número populacional, e habitam quase todos

os continentes, estudos mostram que a distribuição mais populosa e diversa esta na faixa

equatorial do planeta e vai diminuindo conforme se aproximam dos polos, obviamente devido

as baixas temperaturas do ambiente, no entanto os insetos tem um capacidade fantástica de

adaptação em ambientes extremos, e suas adaptações são mais rápidas, devido ao seu ciclo de

vida curto, transmitindo as características de herdabilidade para sua prole.

A distribuição de insetos facilita em muito a biodiversidade do planeta, pois eles

trabalham em simbiose com diversos processos naturais como a decomposição de matéria

orgânica, controle biológico de plantas e outros animais, e não mais importante a polinização

de plantas em floração. Este trabalho é feito por diversos insetos como borboletas, moscas,

vespas, mas em grande eficiência pelas abelhas, que representam uma grande porcentagem de

insetos no mundo, e são um dos poucos insetos utilizados na agricultura. Elas são de suma

importância para a perpetuação das espécies vegetais e para a produção agrícola, através da

polinização.

As abelhas são os polinizadores mais adaptados na visitação de flores das angiospermas.

Suas interações se baseiam em um sistema de dependência recíproca, na qual as plantas

fornecem os alimentos fundamentais para abelhas sendo o pólen e néctar, e em troca recebem

os benefícios das transferências de pólen ( KEVAN; BAKER, 1983)

Os Meliponíneos ou abelhas sem ferrão que fazem parte da Subfamília Meliponinae da

família Apidae, essa subfamília divide-se nas tribos Meliponini e Trigonini que compreendem

52 gêneros e mais de 300 espécies identificadas. As colônias de Melípona possuem entre 500 a

4000 indivíduos, enquanto que Trigona variam de 300 a 80.000 abelhas (FREITAS, 2013).

Sendo o Brasil um dos principais locais de ocorrência dessas abelhas (MICHENER, 2000).

É importantíssimo estudar estes insetos tão valiosos para o meio ambiente, pois

auxiliam na permanência dos seres vivos no planeta, pois, sem a polinização a produção de

alimentos estará fadada ao fracasso, e estudando as abelhas podemos entender as dimensões e

comportamentos para determinadas épocas, climas, horários, que cada espécie adota para

sobreviver, sendo nas matas ou em ambiente de criação.

O Norte e Nordeste do Brasil tem se tornado cada vez mais avençado na área da

meliponicultura (ALVES et al., 2007) como profissão e campo de estudo, a exemplo dos

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Estados do Amazonas e da Bahia, na qual a atividade tem se fortalecido cada vez mais, e a

profissão se tornou o carro chefe de muitos agricultores, ou até mesmo pessoas da área urbana,

pois as abelhas nativas devido a sua docilidade podem ser criadas em perímetros urbanos em

local que tenham flores nas proximidades. A atividade de meliponicultor tem atraído cada vez

mais adeptos, que procuram atividade por ser mais fácil de manejo, por ser uma atividade com

menos riscos e custos, se comparado com a apicultura.

Se tratando de Brasil existe uma espécie de abelhas em especial, que é encontrada em

todo o território nacional, e que se tornou um hobby da maioria dos criadores, que é a

Tetragoníssima augustula (Jataí), mas no Nordeste duas espécies sempre são preferíveis, até

mesmo devido ao fato de serem bem mais produtivas, que é a Melipona scutellaris (Uruçu)

característica do bioma de mata atlântica e a Melipona quadrifasciata (Mandaçaia) da Caatinga.

É importante estudar a interação destas duas espécies de forma mais aprofundada, para

que possamos adotar estratégias de implantação do meliponario, sendo favorável ao bom

desenvolvimento das espécies, e uma destas interações é a adequação de diferentes espécies em

um mesmo espaço, sendo importante avaliar se elas podem sobreviver em um mesmo criatório,

sem competirem entre si por alimento.

Estudos afirmam que as abelhas nativas sofrem influências climáticas tanto na atividade

interna com no comportamento de voo, pois épocas de muita chuva ou restrição da mesma

podem afetar a disponibilidade de alimento, e nas chances de sobrevivência da colônia. Além

disso, o horário pode determinar seu comportamento sendo preferíveis as horas do dia com

temperatura mais baixa para atividade em ambiente externo da colônia.

As abelhas têm uma intima relação com processos ambientais e sua saída e entrada, ou

seja, comportamento de voo, se justifica, pois, são feitas coletas de alimento (para as operarias,

a rainha e as crias), além disso são feitas coletas de materiais para a estruturação interna do

ninho. Sendo assim a análise dos materiais que elas coletam, podem-se identificar processos de

crescimento na qual a colônia está passando. E se o ambiente na qual elas estão fornece os

materiais adequado para seu desenvolvimento sem prejuízos ou competição entre espécies do

mesmo meliponario.

OBJETIVO GERAL

Estudar a atividade de voo da Melípona scutellaris e Melípona quadrifaciata.

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ESPECIFICO

Estudar o comportamento natural das abelhas nativas em ralação a sua atividade de

saídas e entradas do ninho.

Avaliar a dinâmica de coleta do néctar, de pólen, de resina, de barro, de água e a retirada do

lixo e abelhas mortas de acordo com o horário, temperatura e umidade relativa do ar.

REVISÃO DE LITERATURA

1. BIOLOGIA DAS ABELHAS

Apesar de guardarem um período evolutivamente longo as abelhas possuem muitas

semelhanças morfológicas e comportamentais não se divergindo totalmente de outras

Hymenopteras (SILVEIRA; MELO e ALMEIDA, 2002).

A morfológica dos meliponíneos não se diferencia dos demais insetos, possuindo uma

carapaça que envolve o corpo com um rígido porem flexível exoesqueleto constituído

principalmente de quitina, sendo necessário a existência de membros e apêndices segmentados

e articulados para se movimentar. Ainda sobre os aspectos morfológicos comuns da ordem

Hymenoptera, dentro da classe Insecta ao qual pertencem os meliponíneos, é notável a

desigualdade no tamanho e forma dos indivíduos da mesma família, e as diferenças

correspondem as especializações funcionais, as quais, são determinados por fatores genéticos

e nutricionais. Sendo assim existem a divisão de dois sexos (macho e fêmea) onde os machos

são chamados de zangão, e as fêmeas se distinguindo entre rainha e operaria, a diferenciação

dentre elas é chamada de casta (KERR; CARVALHO e NASCIMENTO, 1996).

Estudos estimam que existam mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo, e uma grande

maioria delas são abelhas solitárias, ou seja, são abelhas que não vivem em colônias sociais. Já

as demais são abelhas que vivem em colônias pouco ou altamente organizadas, classificas como

eussociais, sendo em maioria com ferrão funcional, e outra parte com seu ferrão atrofiado,

sendo conhecidas como meliponíneos (CARVALHO-ZILSE; et, al., 2012; CAMERON;

MARDULYN, 2001).

As abelhas sem ferrão são constituídas por mais de 400 espécies descritas, e se distribuem

nos quatro continentes tropicais e subtropicais do planeta, tendo aproximadamente 300 espécies

nas Américas, 60 no sudoeste da Ásia, 50 na África, 10 na Austrália e apenas quatro na Ilha de

Madagascar (VELTHUIS, 1997). A fauna de abelhas sem ferrão, conhecida atualmente no

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Brasil, é superior a 240 espécies descritas e cerca de 90 não descritas, dentro de 29 gêneros,

entre elas 87 espécies e dois gêneros são endêmicos. Se totalizando cerca de 20% das espécies

de abelhas sem ferrão contabilizadas na região neotropical (PEDRO, 2014; NOGUEIRA-

NETO 1997).

São chamados insetos sociais, pois conseguiram atingir certo grau de desenvolvimento,

agrupando-se em comunidades, nas quais existe nítida distribuição dos trabalhos e

responsabilidade entre os indivíduos. Todos contribuindo para um fim comum: a sobrevivência

do grupo (ADES, 2012).

1.1 CASTAS

Na ordem Hymenoptera a maior predominância são as abelhas, sejam elas solitárias ou

eussociais, as abelhas originarias do cruzamento diplóides ou de ovos fecundados nascem

fêmeas, já os machos são haploides, ou seja, originam-se de ovos não fecundados. Estudos

evidenciam que o processo de determinação das castas podem haver fatores genéticos e

nutricionais (CAMPOS; PERUQUETTI, 1999).

1.1.1 A RAINHA

A rainha é responsável pela função de reprodução, é ela também que mantem a colônia

unida e trabalhando, através da liberação de feromonios em atos ritualizados com as operarias

(KERR, 1987; XIMENES, 2011).

1.1.2 AS OPERÁRIAS

A casta de operarias são as que realizam quase todos os trabalhos que devem ser

exercidos. São elas a principal "mão-de-obra" das colônias de Meliponíneos. Uma colônia

precisa diretamente dos serviços das operarias para se manter viva. Nas abelhas indígenas que

trabalham nas flores, nas tíbias das pernas traseiras possuem uma expansão côncava, chamada

corbícula (concavidade polida, rodeada por pelos), sua principal utilidade é transportar pólen e

materiais de construção do ninho (NOGUEIRA-NETO, 1997). Mas elas não são somente

trabalhadoras, pois contribuem para o patrimônio genético das populações de espécie. Ou seja,

ainda em colônias normais de Meliponíneos, onde a sua rainha exerce a função de postura de

ovos, apesar disso, existem operarias que também podem exercer a função de reprodução.

(SAKAGAMI; ZUCCHI, 1963).

1.1.3 O ZANGÃO

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Na maioria das espécies os machos podem produzir e trabalham com cera, também

podem desidratar o néctar. Mas a principal função dos meliponíneos machos é de reprodução

com as princesas virgens (KERR, 1987).

2. O NINHO

O local frequentemente utilizado para nidificação dos meliponíneos são cavidades já

existente, como em ocos de árvores, fendas de rochas, cavidades nos solos, interiores de

cupinzeiros, e formigueiros, podendo ocorrer inclusive ninhos expostos ou semi-expostos

(KLEINERT-GIOVANNINI, 1989; KERR; FILHO, 1999). A grande maioria das abelhas

acaba selecionando estruturas que forneçam adequado desenvolvimento e crescimento de suas

colônias, e que favorece a regulação térmica da colônia (SILVA CORREIA; et al., 2016).

Algumas espécies, podendo ainda nidificar ocasionalmente em outros tipos de cavidades

artificiais como, paredes e frestas de muros (NOGUEIRA-NETO; SAKAGAMI, 1966).

As abelhas sem ferrão apresentam hábitos de nidificação variados e com grande

complexidade estrutural. Comumente, a arquitetura da entrada e do interior do ninho auxilia na

identificação e reconhecimento das espécies, sendo uma característica marcante de determinado

gênero ou espécie (ROUBIK, 2006).

Geralmente os ninhos são constituídos com cera e cerume (cera com adição de própolis). Mas

grande parte das espécies fazem o uso do batume ou geoprópolis (barro adicionado de própolis)

trazendo assim uma impermeabilização do seu ninho (MICHENER, 2007). Para a criação do

batume as abelhas utilizam diversos elementos como látex, fibras vegetais, resina, cerume,

sementes e na escassez de produtos com umidade elas usam excremento animal, podendo

inviabilizar o consumo in natura do mel (PEREIRA; SOUZA e LOPES, 2010).

2.1 ARQUITETURA DOS NINHOS

As crias são postas em células juntas, estas células são construídas com cera, podem

construir em formato de discos na forma horizontal, ou células separadas em forma de cachos,

a depender da espécie, mas ambos se localizam no centro do ninho. Para proteger de inimigos

e manter a temperatura de desenvolvimento das crias, existe uma fina lâmina de cerume,

chamada de invólucro. E utilizam o geoprópolis para vedar frestas e delimitar a área do ninho

(PEREIRA; SOUZA e LOPES, 2010).

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Os ninhos de abelhas indígenas se diferenciam entre si e são totalmente distinto

estruturalmente do ninho de Apis mellífera Linnaeus. Se diferenciando até na forma de depositar

o alimento para a larva, pois, todo alimento consumido pela larva é colocado na célula antes da

oviposição da rainha, em seguida as operarias fecham a célula com cerume (CAMPOS, 1983).

3. IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS NA POLINIZAÇÃO

Plantas com flores surgiram na Terra há mais de 120 milhões de anos. Desde o início

ofertaram recursos alimentares bem abundantes, necessários para alguns visitantes florais

(insetos, geralmente), na qual necessitavam buscar este alimento flor a flor, e as polinizavam.

O néctar da flor é uma fonte energética e adocicada de alimento, e os grãos de pólen, fonte

extremamente rica em proteínas. Insetos e flores coevoluíram, beneficiando todos os dois lados.

No caso as abelhas, visitantes florais especializadas, essa troca é obrigatória, pois as abelhas

obtêm todo o seu alimento advindo das flores, as quais se beneficiam desta interação trocando

materiais genéticos (MAIA-SILVA; et. al. 2012).

Para Nogueira-Neto (1997) as abelhas são altamente dependentes do néctar e do pólen.

Ao ingerirem as proteínas os animais fazem o processamento de digestão, quebrando as

estruturas ao nível de aminoácido que depois são revertidos em grande parte na construção de

novas proteínas, e as abelhas também fazem este processo. Ou seja, a existência delas depende

diretamente desta fonte de aminoácidos. As abelhas ainda utilizam os aminoácidos nas

secreções produzidas por suas glândulas para alimentar as cria e para outras finalidades.

O processo de reprodução de forma sexuada das plantas consideradas superiores

(Fanerógamas) é conhecido como polinização, onde existe a união do gameta masculino (pólen)

com o gameta feminino (óvulo). A melitofilia é o processo de polinização feita pelas abelhas,

normalmente as plantas que são visitadas pelas abelhas apresentam flores de cor que imite o

espectro ultravioleta podendo ser também cores como amarela e azul; odor agradável;

pequenas porções de néctar, porém riquíssimo em açúcares e pólen proteíco. As abelhas são os

insetos responsáveis pela maior porção de polinizações das flores (ALMEIDA; et. al. 2003).

As melíponas são pouco conhecidas e muitas vezes passam despercebidas, mas têm uma

importância extremamente valiosa, na polinização. O trabalho realizado por estas abelhas é

essencial para a manutenção da biodiversidade vegetal e para a manutenção da mata nativa e,

acabando assim por auxiliar na alimentação da fauna, desempenhando um papel importante

para a permanecias das matas e dos ecossistemas, contribuindo na preservação da fauna e da

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flora, que em conjunto com outros seres, mantêm o nosso planeta em equilíbrio. Entre 30% a

90% das árvores brasileiras dependem do trabalho de polinização realizado por estas abelhas

(BALLIVIÁN, 2008). Para as áreas agrícolas 66% das 1.500 espécies cultivadas no mundo são

polinizadas por abelhas, sendo assim responsáveis por polinizar de 15 a 30% da produção de

alimentos no mundo (KREMEN; WILLIAMS e THORP, 2002). Em estudos com a espécie

Melipona quadrifasciata, quando usada em casa de vegetação leva a uma economia ressonável,

se comparado com a polinização artificial, tendo ainda uma redução em perdas de frutos que

chega a 5% (DEL SARTO, 2005).

A polinização por abelhas Apis mellifera em flores do feijoeiro obtém uma produção que chega

a 18% de fecundação cruzada. E as sementes advindas deste cruzamento possuem um tamanho

maior se comparada as flores que foram cultivadas sem a polinização por abelhas. Além disso

apresentar boa qualidade para o plantio pois possuem um bom poder germinativo e menos

deformações genéticas nas plântulas (MORETI; SILVA, R. e SILVA, E., 1994).

4. ABELHAS NA AGROECOLOGIA

Endente-se como Agroecologia o estudo científico direcionado ao apoio a transição dos

métodos atuais de desenvolvimento no meio rural e da agricultura convencional buscando

formas de produção rural e agrícola totalmente sustentável, na qual incorporam dimensões

holísticas, permeando assim por meios sociais, ambientais, econômicos, além de variáveis

culturais, políticas e éticas sempre em busca da sustentabilidade (CAPORAL; COSTABEBER,

2004).

É necessário sempre analisar alternativas que englobem a realidade das influencias

locais e ambientais que gerem fonte de renda adequadas para a boa utilização da terra. Seguindo

este pensamento as adequações dos sistemas agrícolas garantem que o agricultor familiar possa

obter alternativa de uso sustentável, agregando conservação ambiental e geração de renda. Por

isso a adição de criatórios de abelhas (apiário e meliponario) pode ser vantajoso para o sistema

agroflorestal por exemplo, pois além da produção do mel ainda podem ser favorecido através

da polinização das plantas adicionadas ao sistema (MONGE, 2001). A atividade de criação das

abelhas por si só é conservacionista das espécies, sendo um ramo da agropecuária que mais

respeita todos os pilares da autosustentabilidade sendo eles o econômico, pois garante a renda

do agricultor; o social, ocupando mão-de-obra familiar no campo; e o ecológico, pois para se

criar abelhas não necessita desmatar a área (ALCOFORADO-FILHO, 1998).

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Em algumas regiões a meliponicultura se torna preferencial pelos criadores, pois é fácil

o manejo, além disso, ela é uma atividade relacionada com tradições e costumes de determinado

povo daquela região. Sendo assim a criação de abelhas pode ser introduzida como um item

animal ao sistema agrícola. (RAYOL; MAIA, 2013).

Os sistemas agroflorestais podem se distribuir em diversos modelos podendo levar em

conta a distribuição das espécies a serem utilizadas, e as técnicas de manejo, não esquecendo

do principal, que é o foco do sistema. O sistema implantado com abelhas sempre prevê a

otimização do sistema com a extração de madeira e lenha, e também a utilização dos produtos

da abelha, como o mel, trazendo a sinergia entre os componentes diferenciados do sistema,

obtendo uma economia na implantação e um aumento na renda com plantas pertencentes ao

pasto apícola. Procurando implantar no projeto de reflorestamento as plantas da região, pois,

obtém um caráter preservacionista. (CASSIANI, 2009).

6. MELIPONICULTURA

A prática de criar meliponíneos também conhecida como meliponicultura, tratas-se de

uma atividade bastante antiga. Adotada há muitos anos, tendo relatos de que no Egito Antigo

já se obtinha mel advindo de criação (BALLIVIÁN, 2008).

Antes da introdução das abelhas melíferas (Apis mellifera L.) pelos navegadores

europeus no século XVII, os brasileiros tinham conhecimento apenas dos produtos das abelhas

nativas sem ferrão, que também são chamadas por abelhas indígenas (meliponíneos). A

produção nacional de mel e cera das abelhas nativas era relativamente de grande volume, toda

proveniente do extrativismo (chamados de ‘meladores’ ou ‘meleiros’) sobre os meliponíneos.

Pelos registros históricos relata-se grande produtividade já naquela época, que atestam as

exportações de grandes quantidades da cera e do “vinho” de mel (hidromel) em grandes

volumes exportados do Brasil para Portugal. O foco da produção mudou com a introdução das

abelhas melíferas, chamadas ‘abelhas-de-ferrão’ ou ‘abelhas-europa’ nativa da Europa

(WOLFF; REIS e SANTOS, 2008).

Nossas abelhas ainda são criadas ou utilizadas na forma extrativa utilizando o mel como

remédio e alimento, e a cera para diversos fins, apesar de termos pouquíssima informação sobre

a biologia estas abelhas, suas interações ecológicas e o manejo racional (OLIVEIRA, 2003).

Rodrigues (2005) afirma que as civilizações Maia da América Central desde muito

tempo já buscavam obter um aumento na produção de mel, e buscavam sempre a qualidade no

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manejo e adaptação ao meio sempre mantendo a sustentabilidade da criação. Afirma ainda que

os Guaranis faziam pajelança em atividades religiosas, além do uso medicinal e alimentar.

A exploração de abelhas nativas sem ferrão pelo homem no Brasil tem

aproximadamente seis mil anos, mas sua criação racional tem menos de trinta anos. A chamada

meliponicultura propriamente dita, não possuem mais do que setenta anos de criação no mundo.

No sentido de estruturação técnica pertinente a atividade não foi adotada em todos os sistemas

de criação, sendo identificados níveis distintos de tonificação entre os meliponicultores, sendo

divididos basicamente em três, o primeiro seria o meliponicultor pluriativo, que seria aquele

que sua renda é não advinda da atividade, ou seja, a sua criação seria um complemento a renda

ou como hobby, o segundo é o criador técnificado, este, cria suas abelhas adotando técnicas

advindas de pesquisas e estudos científicos, este já possui uma renda inerente da atividade

agrícola, e o terceiro e último é identificado como o meliponicultor técnico/pesquisador, onde

sua principal característica, é utilizar as abelhas como objeto de estudo e sua renda pode ou

não vir da atividade agrícola (WOLFF, 2010)

O local do meliponário é de fundamental importância, principalmente para manutenção

das espécies, auxiliando na conservação ambiental do entorno, trazendo ainda uma fonte extra

de renda para o proprietário, beneficiando ainda com o serviço de polinização aumentando a

produção, e o fruto tem um desenvolvimento adequando de tamanho e qualidade para as

culturas presentes da propriedade, tirando como exemplo a polinização do morango que é feita

principalmente pela abelha Jataí (Tetragonisca angustula fiebrigi). Como fundamental

importância, a meliponicultura é tida como atividade sustentável englobando a parte ambiental,

com a conservação das abelhas e recuperação das florestas nativas, o tendo como visão social

a criação de espaços de interação, além da troca de experiência e ideias entre diversas pessoas,

facilitando laços de interação entre os jovens e adultos. E pelo olhar econômico, aumenta as

formas para uma boa fonte de renda das famílias, diretamente com a venda do mel e até de

enxames (VENTURIERI, 2004).

Trazendo assim um equilíbrio ambiental e social para a biodiversidade e favorecendo o

desenvolvimento de florestas sendo merecedor do pagamento de serviços ambientais (PSA) de

forma totalmente justificável no ponto de vista da preservação seguindo o entendimento de

(SHIKI, 2015). Para Constanza; et al., (1997) estes serviços prestados pelas abelhas nunca são

traduzidos em valor monetário talvez por isso os serviços dos ecossistemas não têm sido levados

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a sério nas políticas públicas. Negligenciar esse importante trabalho é um erro, pois contribui

para a sobrevivência do ser humano no planeta.

A meliponicultura sofre vários problemas na comercialização e no manejo pois a

legislação apresenta várias complicações e a certificação do mel é cara e burocrática, pequenos

produtores sofrem vários problemas até na comercialização direta. Por se tratar de uma

atividade relativamente nova, a meliponicultura muitas vezes não é conhecida nos cursos

técnicos de nível médio e superior na área agrícola, com isso acaba tendo poucos técnicos

capacitados para dar apoio nos programas de difusão. Outro sério entrave da meliponicultura é

a falta de estudos e tecnologias para tantas espécies existentes (MAGALHÃES; VENTURIERI

2010).

O mercado de comercialização do mel de meliponídeos no Brasil é feito pelo comercio

informal, pois as leis de venda do mel permitindo apenas o mel de Apis mellífera devido ao teor

de açúcares constituintes do produto, sendo necessário mais estudos sobre o assunto e haver a

criação de uma lei que regularize os méis das melíponas (ANACLETO; et al, 2009)

7. ESPÉCIES ESTUDADAS

7.1 Melipona scutellaris

No Nordeste a abelha uruçu verdadeira ou nordestina tem um dos méis mais valorizados

e adorados (MARCHINI; et al, 1998). Devido a fatores como sabor, diferenciado e suas

propriedades alimentares e terapêuticas (GONÇALVES; et al. 2005).

Referindo-se especialmente ao Nordeste, destaca-se a criação de espécies de abelhas do

gênero Melipona. Estas abelhas podem se apresentar como uma das maiores quando comparada

as outras do gênero Meliponíneo, e comumente proporcionam satisfatórias colheitas de mel

(CORTOPASSI-LAURINDO; MACÊDO 1998 apud ALVES; et al. 2009). Ocorrem em alguns

Estados do Nordeste como: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte

e Sergipe (MOURE, 2008).

Esta espécie tem um tempo de vida adulta girando em torno de 30 a 40 dias sendo quase

igual ao da Apis mellifera (africanizada) (MONTEIRO, 1998).

7.2 Melipona quadirfaciata

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Comumente conhecida como Mandaçaia, sendo duas subespécies: sendo a M.

quadriasciata quadrifasciata com bandas tergais amarelas continuas, e a M. quadrifasciata

anthidioides com bandas tergais amarelas descontinuas. Sendo possível encontrar uma grande

diversidade de híbridos. (MORETO; ARIAS, 2005). Ocorrendo ao longo da costa atlântica de

norte a sul do país (FIGUEIREDO; et al., 2007), sendo presentes nos Estados de Alagoas,

Bahia, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de

Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Estado de Sergipe (MOURE, 2008; NASCIMENTO,

2011 e MOURE; KERR, 1950).

É uma abelha pouco maior que as demais meliponas e medindo de 8 a 12 mm, com cada

colônia apresentando cerca de 500 indivíduos, cada colmeia pode ter produção de mel variando

de 1,5 a 3,0 litros/colmeia/ano. É uma abelha de temperamento bastante ameno, utilizando

como técnica de defesa na ação de intrusos a adoção de movimentos intensos e mordiscos com

suas mandíbulas (CAMARA; et. al. 2004).

8. COMPORTAMENTO DE VOO

Além da polinização, as abelhas sem ferrão podem apresentar papel estratégico na

reconstituição de florestas tropicais e conservação de remanescentes florestais. Cada espécie de

abelha possui uma capacidade de voo diferente, variando entre 600 a 2.400 metros. Esta

capacidade está, de modo geral, relacionada ao tamanho corporal. Assim, enquanto abelhas

pequenas possuem raio de voo de apenas várias dezenas de metros em torno de seu ninho,

abelhas maiores podem voar até alguns quilômetros de distância (BALLIVIÁN, 2008).

Em pesquisa Roubick e Buchamann (1984) notaram que, o comportamento de voo para

algumas espécies das abelhas nativas na coleta de pólen se restringe das 6 às 9 horas e néctar

das 10 às 13, diminuindo suas atividades após as 14hs.

As abelhas nativas em atividade de forrageio assim que e na flor para coletar o pólen ela

vibra as anteras poríferas segurando-as com suas mandíbulas, consequentemente o pólen é

jogado sobre o seu corpo, onde vai passando por entre as patas reunindo nas patas posteriores,

e armazenando nas corbículas fazendo o chamado “pão de pólen”( KERR, 1987).

Na coletar de néctar as abelha forma um canal sugador com sua língua estendendo dentro da

fonte nectarina da flor, coletando o líquido açucarado, armazenando o néctar em seu papo, e

transportando ali até a colmeia. Ao chegar ela regurgita, para que as abelhas receptoras

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coloquem nos potes, sendo desidratado até aproximadamente 70% da concentração de açúcar

(KERR; CARVALHO e NASCIMENTO, 1996).

Se torna necessário o estudo das atividades de voo dos meliponíneos para o

entendimento dos padrões de forrageamento delas, para a obtenção de padrões e adoções de

técnicas no o uso das abelhas na polinização de áreas de cultivadas (PICK; BLOCHTEIN,

2002).

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado de setembro a dezembro de 2016 tendo como estação a primavera,

no meliponario do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS)-

Campus São Cristóvão, implantado em um fragmento de Mata Atlântica em regeneração na

área de reserva do IFS. O fragmento está localizado na região leste do Estado de Sergipe, no

município de São Cristóvão, região conhecida como grande Aracaju, definido pelas

coordenadas 11º 00`54``S e 37º 12`21``N, com altitude de 47 metros. O Campus ocupa uma

área de 432,4 Km 2. Apresentando clima tropical úmido, com precipitações pluviométricas

médias anuais de 1.303 mm e médias de temperatura anual mínima de 25,4ºC e máxima de

27,2ºC. Com formação de solos de tabuleiros costeiros de Sergipe que predomina na região.

(EMDAGRO, 2008). A região do experimento apresenta-se dentro da Bacia Hidrografica do

rio Vaza-Barris, e sub-bacias do rio Poxim-mirim e Poxim-açu.

O meliponario possui 14 colônias, sendo sete de M. scutellares (Uruçu) e sete M.

quadrifaciata (Mandaçaia), em igual condição, todas fortalecidas e possuindo apenas ninho e

sobre ninho. Determinou-se que o estudo seria realizado a partir da amostragem obtida junto a

3 colônias de cada espécie de abelhas. As colônias foram selecionadas a partir do método de

amostragem simples ao acaso por sorteio (BUSSAB, 2005).

As observações foram realizadas uma vez ao mês, sempre respeitando o período de no

mínimo 30 dias de uma análise para outra, no período de 05:00 às 17:00, durante 10 minutos a

cada hora.

Nas observações foram contabilizados o número de abelhas que entraram na colônia

carregando pólen, barro ou resina e o número de abelhas que saíram com ou sem carga aparente.

Cada espécie foi registrada ao mesmo tempo por três pessoas localizadas cada uma ao

lado da colmeia. Para facilitar a observação na entrada do ninho foi conectado um pedaço de

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mangueira plástica de 10 cm, transparente encaixado na entrada do ninho e um prato plástico

encaixada na extremidade de saída das abelhas, o tubo tinha sua dimensão favorável para a

entrada saída das abelhas e que facilitou a visualização do material transportado.

Como a carga de néctar das abelhas não é visível (ROUBIK, 1989) e se confunde com

as abelhas sem carga que estão retornando a colmeia, foi necessário adotar a metodologia de

Lopes et al. (2007), onde subtrai a quantidade de abelhas que entram na colmeia sem carga na

corbícula, da quantidade que sai transportando lixo carregado nas mandíbulas, sendo necessário

o registro de abelhas que saíram removendo o lixo e sem carga na corbícula.

Também foram registrados cada hora dados de temperatura e umidade relativa, e ao

final do dia foram coletados os dados máximos e mínimos a partir de um Termohigrometro

digital instalado no meliponario.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em analise comportamental de voo das abelhas, se mostrou necessário à coleta de dados

da temperatura e umidade relativa do ar, pois segundo Roubik (1989) as condições climáticas,

principalmente de temperatura e umidade podem influenciar diretamente as abelhas para iniciar,

aumentam ou diminuem o ritmo das atividades de forrageamento.

Tabela 1- Média da temperatura e da umidade relativa do ar dos dias de observação do

comportamento de voo das abelhas M. scutellaris e M. quadrifasciata.

Fatores Climáticos Setembro Outubro Novembro Dezembro

Temperatura °C 26,91 29,52 23,70 31,87

Umidade Relativa% 72,46 57,15 91,85 51,15

Períodos do dia M T M T M T M T

Temperatura ºC 24,6 29,6 27,6 31,8 22,6 25,0 28,7 35,6

Umidade Relativa % 82,0 61,8 67,3 45,0 95,0 88,0 59,1 42,0

°C= Graus Centigrados % = Porcentagem M= Manhã T= Tarde

Os meses que se seguem na pesquisa foram registrados temperaturas pouco variadas,

apenas o mês de dezembro tem uma alta na temperatura no dia da pesquisa, já a umidade relativa

do ar, o mês que mais alternou foi novembro com uma alta bem relevante (Tabela 1) que

influenciou nas atividades de fluxo (Tabela 2). Correia, et. al. (2017) afirma que, fatores

climáticos como umidade e temperatura podem interromper a atividade de voo das abelhas.

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Tendo como exemplo Oliveira (2003) as características climáticas principalmente alta

precipitação pode ser um fator influenciador para a atividade de forrageamento das abelhas,

principalmente nos dias de chuvas intensas.

Os horários da manhã possuem uma temperatura mais baixa, se comparados à tarde, e

o teor de umidade sempre alto, isso sendo possível, pois como o local do estudo foi em meio a

mata atlântica, favorece a alta umidade liberado pelas arvores no processo respiratório, e

conseguintemente uma queda na temperatura, sendo normalizado ao decorrer do dia (Tabela 1).

Para a maioria das abelhas nativas, o horário preferível para a saída da colônia para

coleta de alimento e materiais é sempre o horário da manhã, pois apresentam temperaturas mais

baixas como mostra na (Tabela 1) abaixo, favorecendo inclusive a coleta de néctar ao

desabrochar das flores, e barro ainda úmidos para a utilização nas estruturas da colônia.

Tabela 2- Número de abelhas M. quadrifasciata (Mandaçaia) entrando e saindo do

ninho no período de setembro a dezembro.

Período Setembro Outubro Novembro Dezembro

E S E S E S E S

Manhã 111 73 17 13 20 13 16 10

Tarde 16 6 2 1 3 2 0 0

Total 127 79 19 13 23 15 16 10

E= Entrada S= Saída

A M. quadrifasciata no mês de setembro se mostrou em atividades de saída e entrada

no período da manhã bem significativo e reduzindo drasticamente no período da tarde sendo

aproximadamente 14% na entrada e 8% na saída, já nos meses seguintes o fluxo foi até três

vezes menor que no primeiro mês, mas manteve o movimento mais alto durante a manhã e

abaixando drasticamente no período da tarde, podendo ser divido a floração de plantas que

sejam mais preferíveis pela espécie, ou devido ao fato de ser início do outono com um pico

maior de floração das plantas, o mês de novembro foi notório um dado significativo, pois no

dia do experimento a umidade relativa do ar estava alta em relação aos outros dias como exposto

na (Tabela 1), e o fluxo das abelhas ouve um aumento em relação ao mês anterior e ao mês

seguinte, sendo que a M. quadrifasciata é uma abelha conhecida por não conviver com alta

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umidade, mas pode-se justificar ao fato de ser coletar barro úmido e água para o interior da

colônia.

Um estudo feito por Del Sarto (2005) em ambiente fechado para o cultivo de tomate

com a M. quadrifasciata , foi notado que o pico mais alto de atividade de voo das abelhas teve

duração de meia hora sendo este tempo o de maior receptividade do estigma da flor, sendo que

este horário variou entre as 10:30 e 15:30 horas.

Tabela 3- Número de abelhas M. scutellaris (Uruçu) entrando e saindo do ninho no

período de setembro a dezembro.

Período Setembro Outubro Novembro Dezembro

E S E S E S E S

Manhã 430 350 347 239 155 118 302 211

Tarde 118 77 30 29 8 11 13 14

Total 548 427 377 268 163 129 315 225

E= Entrada S= Saída

Estudos feitos por Pierrot e Schlindwein (2003) apontam que aproximadamente 90%

das coletas de néctar, água e pólen é realizada no início da manhã, e mais de 60% dos voos de

coleta realizados por M. scutellaris ocorreram no período matutino. Alves (2001) registrou que

esta espécie tem uma atividade bastante significativa durante o período da manhã sendo bem

baixas no período das 11 às 15 h sendo tendo um pequeno fluxo significativo após este

intervalo. Já neste trabalho nota-se que a atividade de voo de maior intensidade é no período

manhã, ou seja, das 5 às 11 h com uma queda bastante significativa a tarde, é possível notar

também que no mês de novembro foi bastante reduzido o fluxo, sendo justificado devido à alta

humidade e baixa temperatura (Tabela 1).

Gráfico 1- Cargas coletadas por operárias das espécies M. quadrifasciata e M. Scutellaris no

período de setembro a dezembro.

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Das atividades que mais se destacaram foram a de coleta de néctar e água, atingindo o

percentual máximo de 71,60% da M. quadrifasciata no mês de setembro, seguidos pela coleta

de pólen 35,70% no mês de novembro podendo ser um indicio de colônias em desenvolvimento

e alta produção de crias. Em outubro aproximadamente 22,40% da atividade de voo das abelhas

no período estudado foi dedicada ao recolhimento de coletas de barro e 18,40% na coleta de

resina em dezembro sendo utilizados para construção e calafetação do ninho. Para a M.

scutellaris observou-se diferença comportamental em quase todos os itens estudados, com um

alto percentual nas coletas de néctar e água em todos os meses, mas sendo o mês de outubro o

mais expressivo com 88,3 %, e na coleta de pólen que atingiu o percentual de 22,40% no mês

de Novembro, observando-se ainda que é quase inexistente a coleta de barro e resina, e um

comportamento de limpeza quase igualitário comparado com a M. quadrifasciata, tendo uma

alta mais expressiva no mês de dezembro com (7,70%). O número de cargas de néctar, água e

pólen ingressando nas colmeias foram variados devido a diferença do tamanho das populações

de espécies, mas o padrão de coleta foi similar entre elas com algumas exceções a cada mês.

Sendo semelhante a Oliveira et al. (2012) que as cargas coletadas mais significativas durante

as atividades de forrageamento da M. subnitida (jandaira) foram néctar, água e pólen.

Estudos feitos por Costa et al. (2016) com a abelha Frieseomelitta doederleini diz que

a maior ocorrência de coleta foi no período da tarde, apresentado maior comportamento de

forrageamento para néctar, água e pólen. E ainda afirma que as condições climáticas do

ambiente influenciaram a atividade de voo das abelhas, sendo destacado as variáveis de

temperatura e umidade relativa do ar.

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Gráfico 2- Fluxo de Voo da M. quadrifasciata e M. Scutellaris em de acordo com as horas

do dia.

Verificou-se que as atividades externas ocorrem em sua maioria pela manhã, sendo

notório que as duas espécies adotam as primeiras horas do dia, sendo entre 5 h as 11h o horário

de fluxo mais notório, sendo que das 5 h às 7 h é o horário mais significativo de ambas as

espécies, sendo ainda mais preferível às cinco horas da manhã. Nos meses de analise as espécies

se tonaram totalmente adequadas para ocupar o mesmo meliponario devido ao fato de que a M.

quadrifasciata prefere as primeiras horas do dia, para suas atividades a campo, sendo quase

irrelevante no período da tarde, apenas no mês de setembro houve um maior fluxo durante todo

o dia. Enquanto que a M. Scutellaris mesmo tendo um fluxo mais intenso no período da manhã

continua mantendo um fluxo decrescente, mas existente, durante todo o dia. O padrão de

atividade sugere que as espécies de plantas mais atrativas estão florando no entorno do

meliponario nas primeiras horas da manhã e estão sendo utilizadas ao mesmo tempo por ambas

as espécies. O fato de M. Scutellaris continuar a atividade no período da tarde pode estar

relacionado ao uso de espécies com floração mais longa e abundante. O mês de novembro foi

notável a queda no fluxo, sendo justificado pela queda na temperatura e alta na umidade relativa

do ar devido ao período chuvoso no dia da coleta, mas que se perdurou por quase todo o mês.

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Souza (2009) diz que alguns fatores como a fisiologia do inseto, o clima e os

mecanismos de disponibilidade e qualidade do néctar produzido pelas plantas podem

influenciar diretamente nessas atividades de voo das abelhas.

Silva et al. (2013) afirma que os padrões de forrageamento podem ser alterados de

acordo com o ambiente no qual as abelhas estão inseridas, de forma que as abelhas adaptam

seus comportamentos em função das condições ambientais a que estão submetidas.

CONCLUSÃO

É notório que as abelhas têm intima relação no desempenho de suas atividades com as

variações de temperatura e umidade, sendo bastante afetada a sua atividade de voo em períodos

de alta humidade e temperatura.

Na região de mata atlântica localizada no IFS-SC o comportamento de maior fluxo de

voo da M. quadrifasciata e M. Scutellaris foi mais significativo durante a manhã, apresentando

saídas alternadas durante a tarde.

As coletas de matérias foram bem notórias, pois as duas espécies têm como suas

atividades principais a coleta de néctar, água e pólen, sendo os outros materiais tem uma

variância nas coletas, sem padrão definido.

O estudo mostrou alto fluxo em mesmo período, havendo possibilidade de ambas

coletarem os mesmos recursos florais, mas não é possível determinar se houve uma competição

assídua, sendo necessários mais estudos que possam determinar quais plantas são mais visitadas

por cada espécie de abelha nas proximidades do meliponario.

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